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4 Matéria de Capa
imprensa@sieeesp.com.br A importante questão da formação
DIRETORIA
Presidente
Benjamin Ribeiro da Silva
Colégio Albert Einstein
1º Vice-presidente
10 Drogas
30 Sieeesp
José Augusto de Mattos Lourenço Como saber se Sieeesp firma parceria e
Colégio São João Gualberto
2º Vice-presidente
meu aluno está estará com estande na
Waldman Biolcati
Curso Cidade de Araçatuba
usando drogas? Feira Bett Brasil Educar
1º Tesoureiro
14 32
José Antônio Figueiredo Antiório
Colégio Padre Anchieta Política Coerência
2º Tesoureiro
Antônio Batista Grosso
Colégio Átomo A política é possível Por uma educação
1º Secretário e deve acontecer no de vidro
Itamar Heráclio Góes Silva
Educ Empreendimentos Educacionais espaço escola
36
2º Secretário
Antônio Francisco dos Santos Atividades Pedagógicas
16
Colégio Novo Acadêmico
Bett Brasil Educar
Diretores de regionais
A importante relação
ABCDMR Oficinas de 4 horas entre educação
Oswana M. F. Fameli - (11) 4437-1008
são destaque do e cultura
Araçatuba
Waldman Biolcati - (18) 3623-1168 congresso neste ano
40
Bauru
Gerson Trevizani - (14) 3227-8503 Inadimplência
Campinas
Antonio F. dos Santos - (19) 3236-6333 18 Parceria Conciliação: Método
Guarulhos
Wilson José Lourenço Júnior - (11) 4963-6842 Sieeesp participa de alternativo eficaz
Marília feira em Portugal para a redução da
Luiz Carlos Lopes - (14) 3413-2437
Ribeirão Preto
inadimplência
20
João A. A. Velloso - (16) 3610-0217
Formação
44
Osasco
José Antonio F. Antiório - (11) 3681-4327 Poesia
Presidente Prudente Escola Particular:
Antonio Batista Grosso - (18) 3223-2510
gestão se faz, mas Uma poesia dedicada
Santos
Ermenegildo P. Miranda - (13) 3234-4349 também se aprende ao escritor maior desta
São José dos Campos
Maria Helena Baeza - (12) 3931-0086
rica Língua Portuguesa
São José do Rio Preto
24 Música
46
Cenira Blanco Fernandes Lujan - (17) 3222-6545
Sorocaba Jurídico
Edgar Delbem - (15) 3231-8459 A música na
Educação Infantil Instituições
MAIO DE 2016 educacionais sem fins
lucrativos
28
Editor
Adhemar Oricchio - MTB 8.171 Mantenedores
Repórteres
Agravamento da crise
52
Gisele Carmona
Ygor Jegorow
Assessoria de Imprensa e econômica dá o tom
Produção Editorial
Editor-chefe: Adhemar Oricchio das reuniões com Obrigações
Editor gráfico: Balduíno Ferreira Leite
Site: Gisele Carmona mantenedores
54
Redes Sociais: Ygor Jegorow
Impressão: DuoGraf
Colaboradores
• Ana Paula Saab • Antonio Higa
• Carlos Alberto Nonino
Cursos
• Clemente de Sousa Lemes
• Ivaci de Oliveira • Jocelin de Oliveira
• José Maria Tomazela • José Rodrigues
• Ulisses de Souza
www.sieeesp.org.br ERRAMOS
Na edição 217, de abril/2016, a foto da Psicopedagoga clínica e Especialista em
Av. das Carinás, 525 - São Paulo - SP Neuropsicologia da Aprendizagem, Simaia Sampaio, foi substituída por outra.
CEP 04086-011 - (11) 5583-5500 Ao lado, a foto correta da articulista.
Benjamin
Ribeiro da Silva
Presidente do Sieeesp
benjamin@einstein24h.com.br
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As políticas
educacionais
macro devem
ser decididas
como a
estratégia
de defesa
nacional
projetos e estratégias já definidas ainda Enquanto as políticas educacionais do o da educação. Essencialmente, pelo fato
não foram cumpridos. Brasil seguirem ao sabor dos sucessivos de corresponder a uma das fatias mais
O professor afirma que está na hora governos de turno, capturadas por viés generosas dos orçamentos públicos”.
das pessoas enfrentarem o choque da rea- ideológico ou partidário, dependentes O PNE tinha como meta elevar a taxa
lidade, afinal, quando o PNE foi aprovado, dos grupos de apoio, de agendas pessoais de alfabetização da população com 15 anos
apesar de a situação econômica do Brasil e de mantas de retalhos de interesses, ou mais para 93,5% até 2015 e erradicar o
já estar muito difícil, ainda não havia cons- tendências e modas, não conseguiremos analfabetismo absoluto até o final de sua
ciência da gravidade do problema e do seu ter bons resultados. As políticas educacio- vigência, em 2024. Outra meta, a redução
caráter estrutural. A falta de transparência nais macro devem ser decididas como a em 50% da taxa de analfabetismo funcio-
sobre o estado das contas públicas, para estratégia de defesa nacional. Têm de ser nal. O Pnad, do IBGE, mostra uma taxa de
consumo interno e externo, fez parecer de médio e longo prazo e devem constituir analfabetismo absoluto de 8,5%, enquanto
muitas das metas impossíveis nos horizon- o máximo denominador comum entre as o Indicador de Alfabetismo Funcional
tes temporais previstos. “Mas, agora que a forças políticas com assento na Câmara dos (Inaf), do Instituto Paulo Montenegro,
essência da realidade nos entra pelos olhos, Deputados e no Senado, de acordo com a registra um percentual bem mais elevado
não tem como não encarar as metas do sua representatividade”. de analfabetos ou pessoas que têm nível
PNE de uma forma muito mais circunspec- Quanto ao setor de creches, este foi rudimentar de alfabetização.
ta. É evidente que os constrangimentos duramente atingido pelo não cumpri- Alexandre diz que a erradicação dos
orçamentais aos níveis federal, estadual e mento de promessas. Por lei, o país deveria males é uma miragem nas políticas públicas
municipal vão impor atrasos e adiamentos ofertar vagas em creches para 50% das educacionais. “Devemos ser mais realistas
em muitas das medidas”. crianças de até três anos de idade. É mais e apostar no combate a esses fenômenos
A Revista Escola Particular, em seus uma meta constante do PNE. Atualmente que nos afligem e minam as possibilidades
editoriais, sempre citou que a educação o país atende a 27,9% das crianças nessa de desenvolvimento humano mais acelera-
brasileira, tratada como um Plano de Go- faixa de idade. Para Ventura, essa é uma do do Brasil. O analfabetismo funcional é,
verno, fica ao sabor das transformações das metas consensuais entre as várias em grande parte, filho da aposta num cres-
políticas, como a troca de mandatários, forças partidárias. cimento cego nos indicadores estatísticos
ministros, secretários e dirigentes educa- “A meta não será eliminada. Ape- de resposta aos déficits de quantidade. Um
cionais, mudando de acordo com as ideias nas o prazo para a sua concretização crescimento acelerado desses indicadores
e concepções de cada detentor do poder. terá de ser dilatado. É preciso recordar satisfaz interesses políticos de curto prazo,
Seria interessante tratar esse importante que a desejabilidade social não é posta mas, normalmente, esconde problemas
setor como um Projeto de Estado, de- em causa. Temos de ter presente que de falta de qualidade, fruto da pressa in-
finindo planos a serem cumpridos até a para concretizar medidas políticas que cauta e da aposta no crescimento rápido
sua execução final, com o cumprimento exijam investimento é necessário que a dos números daqueles que concluíram
das metas previamente estabelecidas. economia do país esteja saudável. Ora, é as suas formações através de uma di-
Temos exemplos de países, com economia evidente que durante os próximos dois minuição dos níveis de exigência para
e densidade demográfica e populacional anos, pelo menos, as finanças públicas satisfação das estatísticas. Penso que
menos expressivas do que o nosso, em que não terão robustez que permita que o seria muito mais racional e ético (e tam-
elegeram a educação como fator de desen- investimento no setor da educação seja bém mais eficiente) se o ritmo fosse mais
volvimento, alcançando seus objetivos em um santuário diante dos cortes orça- lento, mas mais efetivo e verdadeiro. Não
poucas décadas. mentários. Na generalidade dos países, serve de nada maquiar as estatísticas. O
O professor Ventura concorda, es- quando é necessário fazer cortes, um analfabetismo funcional é mais nefasto
clarecendo que: “A saída é mesmo essa. dos setores mais seriamente afetados é do que o analfabetismo”.
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Embora a porcentagem de crianças e não seja vocacionado para uma dimensão
adolescentes na faixa etária de 6 a 14 anos profissionalizante”, alerta Ventura.
que frequentam o ensino fundamental Para ele, enquanto o ensino médio não
seja elevada (93,9%), esse indicador tem for concebido e perspectivado como um
se mantido estável nos últimos anos e ciclo de estudos que prepara para o ensino
ainda está distante da meta de universa- superior, além de também preparar para o
lização estabelecida no Plano Nacional de ingresso no mercado de trabalho, as esco-
Educação. Alexandre acredita que, para las continuarão a perder alunos, que sairão
vencer essa distância e incluir a população do sistema educacional apenas com o en-
de maior vulnerabilidade social e enfren- sino fundamental. “Não terão certificação
tar as desigualdades regionais, as escolas compatível com o exercício de funções de
podem fazer uso de políticas de inclusão quadro médio e não estarão efetivamente
dessas crianças e adolescentes que as preparadas para entrar no mercado de tra-
apoiem diretamente, ou que apoiem as balho, a não ser para desempenhar funções
respetivas famílias. “Medidas de discrimi- desqualificadas. O ensino médio deverá ser
nação positiva, por exemplo, que, depois crescentemente profissionalizante, com
de identificados os motivos de ausência vantagens para os que depois de concluir
da frequência, criem condições para ter pretendam entrar diretamente no mercado
essas crianças e adolescentes na escola. de trabalho, mas também beneficiando
Isso pode passar, nesse caso, por subsí- os que pretendam prosseguir estudos no
dios que permitam o aumento de renda ensino superior”.
de famílias insolventes ou de cheques Diante de tantas questões, Alexandre
transporte”. Ventura concorda que é exatamente por
Uma das metas do PNE é universalizar, isso que se preocupa tanto em ver que
até o final de 2016, o atendimento a toda não existem, da parte dos poderes pú-
população de 15 a 17 anos. Para atrair os blicos, medidas concretas que permitam
jovens ao ensino médio e mantê-los na es- estruturar e robustecer a formação dos
cola, o plano deixa evidente, por meio das professores brasileiros.
estratégias, que recomenda o esforço de “Infelizmente isso acontece também
aproximar essa etapa de ensino à realidade da parte da academia, daqueles que se
dos estudantes, o que envolve a revisão do dedicam a pensar as políticas educacionais
currículo escolar. e que estão envolvidos em programas de
“Parece-me que as recentes medidas formação de professores. Não são visíveis
adotadas pelo MEC no sentido de robuste- as tomadas de posição públicas no sentido
cer a dimensão profissionalizante do ensino de alertar para as enormes fragilidades da
médio apontam na direção certa. Todos os formação dos educadores e de propor ou-
jovens que não se sintam seduzidos, não tros caminhos para esta área fundamental.
identifiquem interesse, ou não tenham É como se, de erosão em erosão, fossemos
condições de prosseguimento de estudos todos caminhando acriticamente para um
no ensino superior terão muita dificuldade abismo nas políticas e nas práticas da for-
em obter sucesso num ensino médio que mação. O que vejo é um desinvestimento
Divulgação
âmbito da formação de professores”.
Ele lembra que muitas das instituições Professor licenciado em Portu-
deixaram de oferecer cursos de pedagogia, guês e Francês e Pós-Graduado
outras reduziram a oferta e, outras ainda, em Administração Escolar. Mes-
passaram esses cursos para EAD. tre e Doutor em Ciências da Edu-
“Parece-me evidente que esta situa- cação. Professor no Programa
ção vai dar maus resultados no médio e de Pós Graduação Stricto Sensu
longo prazo. Numa altura em que o Brasil em Educação da Universidade
ainda não conseguiu responder a todos Católica de Brasília. Professor
os desafios da quantidade de professores no Departamento de Educação
qualificados para atender à demanda, está da Universidade de Aveiro (Por-
a desmobilizar ao nível da oferta com quali- tugal) e Pesquisador no Centro
dade de formação inicial de professores. de Investigação em Didática
Com a diminuição da demanda de cursos e Tecnologia na Formação de
de pedagogia, em virtude da erosão da Educadores Formadores.
imagem social da profissão docente e da
consequente redução da atratividade da
Arquivo Sieeesp
profissão de professor, não houve políticas
públicas que combatessem esse fenômeno.
Foi-se gradualmente nivelando por baixo,
como se esta não fosse uma questão es-
sencial para a sociedade brasileira. Não
olhando para os nefastos efeitos ocor-
ridos em outros países onde se verificou
o mesmo tipo de deriva, o Brasil não se
consciencializou do problema. A fatura vai
ser pesada. Alguém se responsabilizará por
ela? Mesmo que o faça, qual será o efeito
prático para salvaguardar o interesse na-
cional?”, finaliza o professor. •
Balduíno Leite
Como saber se meu aluno está usando drogas?
E sta é provavelmente uma das grandes
perguntas que todos os pais devem se Quais são os sinais Sintomas disruptivos como, quebra de
regras, brigas frequentes com pais, com-
fazer quando percebem que há algo de dife-
rente no comportamento de seus filhos.
de alerta ou pistas portamento irresponsável acompanhado
de falta de motivação pelas atividades e
Mas o que exatamente podemos supor que
apareça quando a droga está entrando na
que podem auxiliar baixa autoestima também ocorrem fre-
quentemente.
vida de uma criança ou adolescente? Quais
são os sinais de alerta ou pistas que podem
pais e professores Na escola pode haver perda de interes-
se, queda de rendimento escolar, atitude
auxiliar pais e professores na identificação
desse problema?
na identificação negativista, atrasos e faltas injustificáveis,
problemas de disciplina, envolvimento
Não existem regras, mas comumente desse problema? com colegas usuários de drogas, grande
são observadas algumas mudanças com- mudança na aparência física, vestimentas
portamentais comuns entre jovens que e apresentação pessoal.
iniciam o uso de drogas. Importante enfati- Uma das primeiras observações são Sintomas físicos como fadiga, proble-
zar que a suspeita ocorrerá na presença de alterações de personalidade e de humor. mas de sono, dores de cabeça, enjoos,
vários comportamentos, além da presença, Esse adolescente pode passar a se apre- mal-estar, além de perda de cuidados com
logicamente, de prejuízos acarretados por sentar constantemente irritado, com higiene pessoal ou abandono dos esportes
essas mudanças. baixo limiar de frustração e impulsivo. podem ser sinais sugestivos também.
• Adolescência
• Pais usuários de drogas e álcool
• Atividades delinquênciais
• Baixa religiosidade
• Depressão
• Baixa autoestima
• Transtornos desafiador opositivo
• Transtorno de conduta
• Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
• Fácil acesso às drogas ilícitas
• Inicialização precoce ao consumo de cigarro e álcool
• Amigos que consomem álcool, tabaco ou maconha
• Baixo desempenho acadêmico
• Ambiente doméstico conturbado
• Problemas de hierarquia em casa
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Fatores de proteção ao uso de álcool e outras drogas:
A seguir, são enumeradas trinta e duas tais frequentemente são observadas entre
perguntas que todos os pais, familiares, jovens que estão fazendo uso de drogas.
amigos e professores devem responder Vale a pena lembrar que estas mudan-
sobre o comportamento atual do ado- ças não são regras e não significam neces-
lescente. Elas podem servir de pistas na sariamente que o jovem esteja envolvido
investigação de um possível envolvimento com drogas, mas servem de alerta para
com álcool e outras drogas, uma vez que uma possível investigação de seu compor-
diversas mudanças físicas e comportamen- tamento.
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M esmo em um cenário de desgaste
político no Brasil, temos sentido
a necessidade de mostrar que ainda há
Pastoral, a partir de Rafael Parente e Djair
Costa da Silva. A proposta para os alunos
foi a de elaborar uma agenda formativa, O fortalecimento do
espaço para o democrático, para o ético e
para as práticas coletivas. Temos a obriga-
fomentando o protagonismo juvenil. Os
alunos receberam a orientação de organi- Grêmio Estudantil
ção de manifestar que a política é possível
e deve acontecer no espaço escolar.
zar um coletivo pró-grêmio e receberam
formação sobre a história do Grêmio no é uma excelente
Mas de que forma isso é possível? O
fortalecimento do Grêmio Estudantil é
Brasil, o papel desta organização repre-
sentativa, e depois estudaram o Instituto alternativa
uma excelente alternativa, pois fortalece Marista, entre outras atividades.
a política, afinal, todos somos agentes de Os alunos foram também convidados a
política. reescrever o Estatuto do Grêmio. Para tal, comum (a de fazer política) e dividiu-se em
Por alguns anos, o Marista Arquidio- pesquisaram, junto com o núcleo psicope- diferentes chapas: Chapolin, Chapa Quente
cesano ficou sem grêmio e houve uma dagógico e com a Pastoral, modelos de ou- e Onda. O resultado das eleições foi o se-
preparação intensa para sua reativação. No tros Estatutos e participaram de reuniões guinte: 1° lugar para Chapolin (com 66% dos
final de 2014, alunas do Ensino Médio pro- no contraturno escolar. Os alunos fizeram votos), 2° lugar para Chapa Quente (18%), 3°
curaram a coordenação psicopedagógica um convite aberto a toda a comunidade para Onda (15%) e 1% de votos nulos.
para organizar a comemoração de festas escolar para discutir o estatuto. A eleição para o Grêmio aconteceu
(seguindo a ideia dos proms, bailes de Assim eles foram desenhando essa no final de 2015 e a posse foi realizada
graduação das escolas secundárias ameri- participação de modo democrático, agre- em março de 2016. Estiveram na pauta a
canas), fazendo do Colégio o espaço oficial gando outras organizações, como os repre- retomada da importância da representa-
para reunir os jovens. Foram informadas sentantes da PJM (Pastoral Juvenil Marista), tividade estudantil, o interesse das alunas
de que o Colégio já fazia a formatura da 3ª e adquirindo um olhar amplo sobre atuação na recuperação do Grêmio e o histórico da
Série, além de outras celebrações, e que política no Colégio. construção desse caminho. •
talvez o mais interessante fosse retomar a Percebemos hoje que existe uma nova
representatividade dos alunos no Grêmio forma de organização, de coletivos juvenis,
Estudantil. marcados pela horizontalidade, por pautas
Foi lançada a ideia por meio de uma pré-definidas, enfim, um grupo que se Katia Helena Alves Pereira
Coordenadora psicopedagógica do
parceria entre alunos, coordenadoria psi- compreende. Colégio Marista Arquidiocesano, do
copedagógica, diretoria educacional, na De caráter heterogêneo, o grupo in- Grupo Marista.
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E m sua busca constante por inovação,
o Congresso da Bett Brasil Educar
estreia este ano uma nova maneira de
me procurar, pedindo mais informações,
querendo tirar dúvidas”, lembra Elisa.
Neste ano, portanto, os interessados
que inclui atividades da direção (diretor),
formação de professores em serviço (co-
ordenador/orientador pedagógico), sala
promover a formação de professores e terão diversas oportunidades de apro- de aula comum (professores generalista
gestores: oficinas práticas, com 4 horas de fundamento. e especialistas) e sala de recurso (pro-
duração, durante as quais os profissionais fessores de educação especial). O outro
terão a oportunidade de desenvolver habi- Cursos para inclusão de pessoas com workshop com o foco em pessoas cegas
lidades específicas. deficiência visual é o Construindo Recursos Acessíveis de
Serão tratados temas bem variados, Duas das oficinas terão o foco em Leitura para Pessoas com Deficiência
mas há um de destaque: a inclusão. Para mostrar formas de auxiliar no apren- Visual.
ensinar sobre o assunto, foram chamados dizado de pessoas cegas. Em Uso de Uma terceira oficina – a Audiodes-
professores do Grupo de Pesquisa Ambi- Tecnologia Assistiva para Pessoas Cegas, crição na sala de aula – vale como forma
entes Potencializadores para a Inclusão o conteúdo vai desde a compreensão de ajudar tanto quem tem deficiência
(API) da Universidade Estadual Paulista conceitual do que é Tecnologia Assistiva visual quanto os alunos com deficiência
(Unesp), sob a liderança de Elisa Schlün- (TA), sua aplicação na área escolar, até a intelectual, dislexia, entre outros. Basica-
zen, referência nacional em educação exemplificação ilustrativa e manuseio de mente, a audiodescrição é uma técnica de
especial. recursos. As atividades começam com tradução de meios de comunicação visual
Promover workshops a respeito de explicações teóricas, mas são seguidas da (televisão, cinema, teatro e imagens es-
ensino inclusivo foi uma demanda dos exploração da tecnologia assistiva pelos táticas e dinâmicas) aplicadas aos recur-
próprios participantes do evento durante participantes. Os participantes receberão sos educacionais. As atividades serão
a edição de 2015. “No ano passado dei uma ainda um Plano norteador de implemen- desenvolvidas por meio de explanação
palestra curta e, ao final, muita gente veio tação de tecnologia assistiva na escola, teórica, seguida de exercícios práticos
Divulgação
Divulgação
Arquivo Sieeesp
ração com a Fundação AIP, o Sieeesp
participou do encontro que promovem
anualmente em Portugal de empresas e
instituições portuguesas na área da edu-
cação e ensino que pretendem dinamizar
a divulgação dos seus serviços e produtos
nos países de Língua Portuguesa.
Com a iniciativa da Lisbon Invites
Education L.I.E 2016, a professora Marlene
Schneider, Coordenadora do Departa-
mento Pedagógico do Sieeesp visitou, em
Portugal, um conjunto de representantes
de instituições de países lusófonos que têm
interesse em criar parcerias estratégicas e
encontrar novos fornecedores de serviços
e produtos na área da educação, com vista
ao desenvolvimento deste setor.
O L.I.E foi realizado entre os dias 16 e 19
de março de 2016, em Lisboa, nas instala-
ções do Centro de Reuniões da FIL - Parque
das Nações, com a duração de 4 dias e nos
permitiu conhecer potenciais novos par-
ceiros internacionais, as suas necessidades
e interesses específicos. • Silvia W.Gomes, Marlene Schneider e Raúl Correia, da Via Educação de Lisboa
Escola
particular:
gestão se faz,
mas também se aprende
O paradigma da sustentabilidade
na escola privada
PARTE II
Nesta segunda parte da série enfoca-se o Modelo Sistêmico de
Educação (MSE), como instrumento tecnológico para a gestão
escolar, que fornece subsídios para a caracterização do modelo
institucional, sua situação, revisão e inovação.
O Modelo Sistêmico de Educação (MSE) A primeira dimensão de referência, a pode supor, numa primeira aproximação,
Como instrumento tecnológico para a Superestrutura, situa-se no topo da figura ao se observar o comportamento do edu-
intervenção da gestão será aqui apresen- 1 e insere-se no âmbito social sendo de na- cador no cotidiano escolar. É o somatório
tado um modelo sistêmico de referência tureza essencialmente paradigmática. Aqui de posturas dessa natureza que demarcam
que identifica a estrutura do processo encontram-se as pessoas, com destaque o distanciamento da educação de para-
educacional em três dimensões inter- para todos os atores que participam do digmas contemporâneos versus paradig-
relacionadas, a Superestrutura, a Mesoes- ato educacional. Valores, crenças, ciência mas que se cristalizaram no decorrer de
trutura e a Infraestrutura. A este referencial e práticas fazem parte desta dimensão, décadas e até mesmo séculos e continuam
teórico-tecnológico se chamará de Modelo refletindo o paradigma vivido por uma ditando as regras da prática docente, em
Sistêmico da Educação (MSE)[1]. comunidade educacional. atos mecânicos sem ‘soul’ (alma), arcaicos
Embora, rigorosamente, a visão para- e monótonos.
digmática se sustente em concepções, mé- Na Superestrutura encontram-se,
todos e processos científicos é importante portanto, os atos decisórios afetando
ressaltar que no âmbito da Superestrutura o modo como são realizadas as ações
crenças baseadas em senso comum estão pedagógicas, por isso ali estarão pre-
presentes no pensar e no agir dos agentes ponderantemente instaladas as escolhas
educacionais e dos estudantes e suas que levam a processos de Conhecimento
famílias. Tácito envolvendo competências e
O que distancia a educação da ciência habilidades. É neste âmbito onde trans-
é precisamente o produto dos fatores de formações por vezes tão esperadas para
empirismo e senso comum presentes no profissionais da educação, decorrentes
pensar e no fazer pedagógico dos agentes de processos de formação continuada,
educacionais. Este tipo de distanciamento são mais frequentemente frustradas,
entre ações de base científica e de senso precisamente por envolver aspectos ar-
Figura 1: Modelo Sistêmico da Educação (MSE). comum é muito mais frequente do que se raigados na base sociocultural, difíceis
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de certo momento, a escola passa a adotar pois é nele onde se encontram todos especialmente desenhadas para atender
um ‘sistema de ensino’. Esta decisão tem equipamentos, dispositivos e, inclusive, a processos de trabalho em grupo, além
sua origem na Superestrutura, mas sua as instalações físicas da escola, enfim, de que o complexo escolar poderá contar
implementação se dá no campo da Me- a maioria das coisas visíveis. No âmbito ainda com bibliotecas avançadas, labo-
soestrutura, onde se registra a mudança da Infraestrutura geralmente está tudo ratórios de ciências, salas multimídia, salas
de tecnologias, técnicas e mídias. Profes- aquilo que salta aos olhos. Se se adentra de arte, quadra de esporte e tantos outros
sores, especialistas e gestores envolvidos uma escola que conta com recurso res- recintos com equipamentos e dispositivos
na mudança terão que, necessariamente, trito é provável que se verá instalações variados, compondo o acervo da infraestru-
repensar todo o processo, isto é, criar novas mais simples, mínimos equipamentos tura desta escola.
tecnologias e novos procedimentos que e dispositivos dedicados aos processos Independentemente da quantidade
afetarão, diretamente, o fazer pedagógico pedagógicos nas salas de aula, tais como de recurso disponível e do local onde se
cotidiano. Estas mudanças são executadas lousas e carteiras, a mesa do professor e encontre uma instituição de ensino ela
no âmbito da Mesoestrutura. Este é um praticamente mais nada além das lâmpa- sempre terá a sua Infraestrutura, com-
exemplo, mas outros tantos podem ser das e um ventilador, quando existente. posta por todos os itens que se conside-
encontrados na experiência pessoal e pro- Num outro extremo do mesmo exem- rem necessários e possíveis de estarem
fissional de cada um. plo, uma escola com recursos abundantes presentes no cotidiano, e isso abrange
Chega-se, agora, ao piso do modelo poderá contar com salas de aula com desde uma tenda ao ar livre até uma
apresentado, destacando-se a Infraestru- lousa digital interativa, computadores suntuosa escola. •
tura. Por sua natureza este nível do siste- para consulta, tablets para serem usados
ma é o mais simples de ser identificado, pelos alunos, acesso à Internet, carteiras (Continua no próximo número)
NOTAS: Referências:
1 - Paradigma (do latim paradigma e do grego [1]. CARVALHO NETO, C. Z. Educação profissional continuada: incerteza, equívoco e sucesso em programas de
παράδειγμα, derivado de παραδείκνυμι «mostrar, formação continuada de professores, especialistas e gestores. São Paulo : Laborciencia editora, 2016. 1ª ed.
apresentar, confrontar») é um conceito da ciência
e da epistemologia (a teoria do conhecimento) que
define um exemplo típico ou modelo de algo. É a
representação de um padrão a ser seguido. É um
pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria,
um conhecimento que origina o estudo de um campo
científico; uma realização científica com métodos
Cassiano Zeferino de Carvalho Neto
e valores que são concebidos como modelo; uma Pesquisador convidado do programa de pós-graduação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
referência inicial como base de modelo para estudos (ITA), Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial do Ministério da Defesa. É fundador e
e pesquisas. [11] atual presidente do Instituto Galileo Galilei para a Educação. Realizou pós-doutorado em Educação
Digital (ITA), doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento e mestrado em Educação
Científica e Tecnológica (UFSC). Possui licenciaturas em Pedagogia e Física (PUCSP). Visite artigos e
2 - “Água mole em pedra dura tanto bate até que documentos publicados em: www.carvalhonetocz.com. Contato: carvalhonetocz@gmail.com.
fura”. Autor desconhecido.
A Música na
Educação
Infantil
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O desenvolvimento global da criança
envolve os aspectos neuromotor, O desenvolvimento cognitivo se dá por
cognitivo e psicoemocionalsocial. A Edu-
cação Infantil deve estar sempre atenta meio do conhecimento que, por sua vez,
a todos eles, de modo a estimulá-los, ex-
pandi-los, incrementá-los e aprimorá-los.
possibilita novas formas de interação
A música na educação infantil participa
ativamente deste processo e, para isto,
com o ambiente
deve considerar três eixos: experimentar,
ouvir/escutar e expressar/comunicar. ambiente, sendo que no processo global ao longo da história da espécie humana
de adaptação, estão implicados dois pro- e da história individual. Pontuou que o
Desenvolvimento global da criança cessos complementares: a assimilação e a aprendizado “é um aspecto necessário e
Toda criança, ao nascer, traz em si algo acomodação. Assimilação significa tentar universal do desenvolvimento das funções
que podemos chamar de lógica do desen- solucionar uma situação nova com base psicológicas culturalmente organizadas e
volvimento biológico (NETO, 2002). É dessa nas estruturas antigas e acomodação o especificamente humanas” (VYGOTSKY,
forma que ela vai amadurecendo seus processo de modificação de estruturas 2007, p. 95).
órgãos e demais aparelhos e adquirindo a antigas com vistas à solução de um novo Vygotsky atribuiu um papel preponde-
complexa maturidade tão necessária para problema de ajustamento. É, pois, pelo rante às relações sociais nesse processo,
interagir com o meio em que vive. Vários processo de aprendizagem construído por tanto que a corrente pedagógica que se
são os fatores que influenciam o processo meio das adaptações proporcionadas pelo originou de seu pensamento é chamada
de desenvolvimento da criança, entre eles esquema de assimilação e acomodação, de socioconstrutivismo ou sociointera-
citamos a hereditariedade, as experiên- que a criança desenvolve-se e adentra no cionismo.
cias vividas no passado e no presente e mundo dos adultos. O projeto da teoria psicogenética Wal-
a interação social. Por isso, quanto mais Piaget desenvolveu também a ideia da lon (1986) considera as dimensões afetiva,
estímulos externos forem recebidos, mais construção desse conhecimento de acordo cognitiva e motora sem priorizar um as-
as possibilidades internas se ampliam de com os estágios do desenvolvimento. pecto sobre o outro e considerando suas
modo a ficarem cada vez mais completas Ou seja, a cada etapa, a aprendizagem se relações com o meio em que age e interage.
e variadas. constrói mediante formas diferentes de Pondera ainda que a inserção da criança no
A ideia de lógica do desenvolvimento apreensão do mundo. mundo social se dá por meio do seu corpo
biológico já havia sido preconizada por Quanto ao desenvolvimento psico- e do movimento que ele produz: “(...) o
Piaget (1974). Para o epistemólogo, o de- emocionalsocial, Vygotsky (2007) e Wallon movimento tem um significado de relação
senvolvimento cognitivo se dá por meio (1986) nos ajudam a compreender o pro- afetiva com o MUNDO (é a expressão mate-
do conhecimento que, por sua vez, pos- cesso. O primeiro buscou compreender sua rial de uma dialética subjetivo-afetiva), que
sibilita novas formas de interação com o origem e formas de evolução do processo projeta a criança na sua história biossocial”
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(WALLON apud FONSECA, 1985, p. 20). de objetos e instrumentos, sem qualquer ouvir, a criança deve aprender a escutar
Enfatiza que os comportamentos motores preocupação com regras ou condiciona- o que ouve.
desempenham um papel importante na mentos musicais. Considerando a voz como o primeiro
elaboração das funções psicológicas dos Como sugestão de atividades apre- veículo expressivo, destaca-se no terceiro
primeiros anos de vida, acompanhando e sentamos o Baú Sonoro. O professor deve eixo a importância do cantar individual e
sustentando, futuramente, os processos solicitar que as crianças tragam latas de coletivamente porque no canto a criança
mentais. tamanhos variados, pedrinhas, contas, tem a oportunidade de escutar a si própria,
Conclui-se que, embora exista uma chapinhas, pedaços de pau, garrafas pet, ao outro e ao grupo todo. A interpretação
tendência inata ao desenvolvimento, a entre outros materiais e criar objetos so- da canção, embora pessoal, deve ser com-
criança necessita dos vínculos sociais e noros com seus alunos, sempre deixando partilhada com o grupo e os gestos dela
afetivos para diferenciar-se e que assim as crianças por si só, descobrirem formas decorrentes, respeitados e até imitados
como a aquisição da linguagem, as intera- variadas de produção de som. Após, os espontaneamente.
ções mediadas pelo corpo são essenciais, objetos sonoros serão guardados dentro Observa-se que a música apresenta-se
pois estimulam a expansão dos aspectos de um de modo que as crianças tenham tanto como um campo de saber especí-
ativo-intuitivos e socio-afetivos efetivando acesso fácil a ele. fico como um instrumento pedagógico
a aprendizagem de forma global. O segundo eixo aponta para o com- a serviço da aprendizagem global. Nesta
promisso de levar a criança a ouvir dis- interface localiza-se a Educação Musical na
A música na educação infantil criminando os sons, a utilizar o sentido Educação Infantil.
Destaca-se como princípios básicos da audição discernindo conscientemente.
da Educação Musical a experimenta- Descobrir os sons de dentro do próprio Conclusão
ção, a consciência musical e a criação, corpo, bem como os que ele produz, Para que a criança se abasteça da
apoiados em uma metodologia ativa na pode se transformar em uma atividade riqueza sonora e expanda sua curiosidade
qual criança, educador e processos se surpreendente. Escutar a própria voz para outros domínios cognitivos, conclui-se
relacionam e determinam a construção discernindo-a dos demais colegas é um que a Educação Musical na Educação Infan-
do conhecimento no qual tanto os aspec- pleno exercício de autoconhecimento e til deve ter concepção global (sistêmica)
tos ativo-intuitivos quanto os aspectos de diferenciação, pois a voz é um som e ser fundamentada na experimentação
sócio-afetivos estarão contemplados. de dentro da garganta e do coração. sonora, no jogo e na ludicidade, tendo
(VICTORIO, 2011; VICTORIO, 2015) Também é o momento de se ampliar o o corpo como referência para todas as
No primeiro eixo deve-se possibilitar repertório musical da criança, de incen- relações que se estabelecerão a partir do
à criança a experimentação livre e praze- tivá-la a descobrir nuances, diferenças, contato ativo-intuitivo e sócio-afetivo com
rosa das possibilidades sonoras por meio categorias. É certo que, mais do que os elementos musicais. •
Referências
FONSECA, V. Psicomotricidade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1985.
Neto FR. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed; 2002. Marcia Victorio de Araujo Costa
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Tradução de Maria Alice Magalhães Amorim e Paulo Sérgio Lima Doutora em Ciências da Educação,
mestre em Música, psicóloga e
Silva. Lisboa: Dom Quixote, 1974. arteterapeuta junguiana. Autora
VICTORIO, Marcia. O bê-a-bá do dó-ré-mi: reflexões e práticas sobre educação musical nas escolas de dos livros ‘Impressões Sonoras –
ensino básico. Rio de Janeiro: WAK editora, 2011. música em arteterapia’, ‘O Bê-a-bá
do Dó-ré-mi – Reflexões e Práticas
____. Um jardim musical - a música na educação infantil pré-escolar. Rio de Janeiro: WAK editora, 2015. sobre a educação musical em escolas de ensino
VIGOTSK, L. S. A formação social da mente. 7 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. básica’ e ‘Um Jardim Musical – A Música na Educação
Infantil Pré-Escolar’. Publicados pela Wak Editora.
WALLON, Henri. Psicologia. São Paulo: Ática, 1986.
Arquivo Sieeesp
Censo Escolar, esta pesquisa está sendo reclusão de 2 a 5 anos e multa, ou seja, se o
feita por amostragem e não tem caráter aluno precisar de acompanhante a escola
científico. é obrigada a pagar e não poderá repassar
Dados oficiais do Censo apontam que esse custo ao pai do aluno.
a escola particular cresceu nos últimos A diretoria do Sieeesp lembra que as
dez anos em praticamente todos os anos escolas precisam fazer muito bem os seus
escolares. cálculos para não terem prejuízos resul-
tantes da lei.
Inclusão – Ainda sem regulamenta- Da mesma forma, a escola precisa es-
escola do mau pagador diminuem. Uma al- ção, a polêmica lei da inclusão (13.146/15) tar atenta aos atos de violência e bullying
teração na lei estadual 15.659/15 determina também foi um dos assuntos mais dentro dos estabelecimentos de ensino. A
que, agora, a escola só pode incluir o nome debatidos nos encontros. Ela já foi san- Lei nº 13.185/15, que instituiu o Programa
dos pais devedores nas listas do Serviço de cionada, mas precisaria ter sido regula- de Combate à Intimidação Sistemática
Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa depois mentada até janeiro passado, o que não (bullying) atribui uma nova obrigação às
de 90 dias do débito. aconteceu em função da morosidade do escolas, que podem ser responsabilizadas
Segundo esta lei, a negativação do Conselho Estadual de Educação de São por danos causados a um aluno, sejam eles
inadimplente dispensa sua autorização, Paulo (CEE-SP), órgão consultivo, que físicos ou psíquicos, praticados por outro
mas “se a dívida não foi protestada ou não estabelece regras para todas as escolas aluno, funcionário ou docente.
estiver sendo cobrada em juízo, ela deve das redes públicas. Nesse sentido, o Sieeesp orienta as
ser previamente comunicada por escrito e A maior polêmica continua sendo escolas não somente a implantar meios de
comprovada mediante o protocolo de aviso o artigo 28 da lei que diz que o estabe- prevenir o bulliyng , mas também de reagir
de recebimento (AR) assinado”. lecimento de ensino não poderá cobrar a esses casos, abrindo as portas da escola
A lei federal nº 9.870/99, que dispõe so- valor adicional de qualquer natureza nas para a polícia, se for necessário. “Agir de
bre as anuidades escolares, diz que o aluno mensalidades, anuidades ou matrículas, maneira responsável e transparente é a
inadimplente não pode sofrer qualquer em razão de qualquer deficiência dos seus melhor coisa que se pode fazer”, finalizou
penalidade pedagógica, ser impedido de alunos, constituindo crime punível com o presidente. •
fazer provas e nem ter documentos reti-
Arquivo Sieeesp
dos, inclusive os de transferência. Assim, a
escola tem obrigação de prestar o serviço
até o final do ano letivo.
“Por isso é importante fazer uma
cobrança eficaz, evitar matricular o inadim-
plente contumaz e negociar a dívida com
quem realmente tem dificuldades econômi-
cas”, relembra o presidente da entidade.
Ygor Jegorow
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E nsino de conteúdos acadêmicos,
instrumentalização para o desenvolvi-
mento de habilidades cognitivas, sensibili-
zação para competências socioemocionais,
Infelizmente, em nosso país, encontramos
hoje clamam por mais um campo: desen-
volvimento integral do ser humano, da
uma pátria, fracionada, e fraquejada em
instituição e da comunidade. seus princípios e necessidades
Já entramos na segunda década do
século XXI. Passamos pela década da infor-
mática (1970), depois da década do cérebro
(1990) e vivemos na década da transforma- última geração revelam o funcionamento e um novo secretário da educação para
ção (2000). do mais importante e inteligente órgão do São Paulo.
Passamos pela geração X (nascidos en- corpo humano, o cérebro – que é único –, O Estado de SP ficou sem “cabeça”no
tre 1965 e 1977) e baby boomers (nascidos ao mesmo tempo que outros esforços high início deste ano, sem seu secretário
entre 1946 e 1977). No final dos anos 70 e tech se dirigem para… Marte. da educação, pois diante uma medida
início dos anos 90, com a geração Y. E tam- Mas entre o neurônio e o marciano resolutória, competente, fundamentada,
bém com a geração Z – os nativos digitais há um sistema educacional que grita no deixou-se de lado a interlocução, o es-
–, geração que compreende os nascidos Brasil. paço para a opinião pública, o tempo para
entre o fim de 1992 a 2010, que está ligada De fato a responsabilidade da educação dúvidas e sugestões, a democracia das
intimamente à grande expansão da inter- de qualidade, deveria ser dê e para uma resoluções. Sai o Herman e fica no man.
net e dos aparelhos tecnológicos. pátria que educa (diferente da “pátria Poucos contestam com causa. Alguns sem
Flutuamos diante uma sociedade líqui- educadora”), mas infelizmente, em nosso qualquer causa e outros com motivações
da*, porém de pouca profundidade, re- país, encontramos uma pátria, fracionada, bélicas, arruaceiras, desestruturadoras.
flexão e coerência. Nunca emergiu tantas e fraquejada em seus princípios e neces- Alguns são pagos para invadir e destruir
diferenças, minorias, debates velados e sidades de políticas públicas coerentes e o que é patrimônio público, quebrar
insatisfações desveladas. competentes. carteiras e computadores, atear fogo em
A neurociência também está revolucio- Tentativas fracassadas; poucos objeti- salas, hostilizar funcionários, professores,
nando os paradigmas de como o cérebro vos alcançados; outros atropelados. Proli- alunos e suas famílias. Se eu não tivesse
aprende. A plasticidade neural e equi- feração de siglas, instrumentos de medida, visto, também acreditaria apenas no que
pamentos de ressonância magnética de secretarias, pastas, ministérios, portarias a imprensa mostra. Em parte confirmo
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minha sanidade, pois testemunhei que a
grande maioria não protestava por mel-
horia, mas sim para o “nada”. Digo, pois
quem usa uma escola, para vandalismo
Não dá mais pra não ler, a realidade. Não
não quer nada de bom, nem de bem.
Mas a ideia, o plano do ex secretário de
dá mais pra só reclamar, julgar e se eximir
educação do Estado de SP era, por incrível
que pareça, boa e havia sido estudada. Era
necessária, coerente, econômica, inteli- no mesmo lado. O lado redondo, em espi- socioemocional, trocas daquilo que é
gente, mas faltou uma parte igualmente ral, que promove, cresce, cria soluções e necessário a todo ser humano. Espaço e
importante: a comunicação, o diálogo, o resolve problemas. tempo de humanidade. Espaço, tempo e
ver junto ao outro, para ver melhor. Digo que a escola está entre o gis e o conhecimentos de valores, ética, discipli-
Neste cenário é emergente, então, o bite. Entre o concreto e o líquido. Precisa- na, respeito, humildade, autocontrole,
entendimento de que a educação com- mos, então, de uma educação de vidro. dignidade.
petente só acontecerá quando a escola, a Transparente, firme, estruturada, mas Desta forma acredito ser possível que
família e a comunidade trabalharem juntas, maleável o suficiente para se adaptar e ser entre um neurônio e Marte ou qualquer
somarem seus recursos e empenhos. honesta com o possível e não apenas dese- outro ponto hajam conexões, muito
Não dá mais pra não ler, a realidade. jável. Uma educação de vidro. Não aguento mais além das sinapses, mas uma rede de
Não dá mais pra só reclamar, julgar e se mais sujeira, corrupção, maracutaia, assim vidro que tece e sustenta uma nação: a
eximir. Hoje também é o momento de como acredito que você também. Precisa- Educação. •
encontrar em cada um, o lado solidário, a mos ver além…
parcela que não é apenas “o meu, o seu e Formar mediadores, o professor que
o nosso”, mas “o meu, o seu, o do outro e aprende para compartilhar e não apenas
o de todos”. ensinar. O educador que se vê para ver o Adriana Fóz
Educadora (USP) - Psicopedagoga
Não resolve dispor de tecnologia e outro, vê através e vê melhor. (Sedes Sapientae), Especialista em
Neuropsicologia (CDN/UNIFESP),
conhecimento, sem estudar, sem ouvir, sem É, a escola não é mais palco para trans- Coordenadora-gestora do Proj.
logar o outro, sem legitimidade. missão de conhecimentos e aprendizados Cuca Legal-Psiquiatria-UNIFESP,
Consultora para Projetos em
Dar ouvidos ao outro lado, quando de disciplinas acadêmicas, apenas. A escola Educação e Saúde da Mente e Membro do INS.
Fone: 11 30342560 - email: adriana@adrianafoz.com.br
queremos genuinamente o bem, o bom, o não é mais onde só o aluno aprende. A es- email: fozadriana@gmail.com
Facebook: Adriana Fóz
correto e o razoável, assim estamos todos cola é espaço de construção, promoção
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N os últimos anos, a relação entre edu-
cação e cultura tem sido prestigiada O trabalho interdisciplinar ainda é
na elaboração das políticas educacionais,
mas ainda falta muito ainda para que isto
um desafio no cotidiano escolar,
ocorra de maneira plena em nosso país.
Pois na atualidade são muitos os problemas
sendo necessário políticas educacionais
da sociedade, dos bairros e da comunidade, que atendam a regionalidade de cada
que acabam influenciando o modo pelo
qual as políticas públicas são recebidas e lugar no Brasil
postas em ação no cotidiano escolar.
Assim, não adianta apenas termos do Ministério da Educação e do Desporto estudo de textos literários, possibilitar
políticas educacionais, que prestigiam (MEC), datadas de 1997, 1998 e 1999, para a discussões a respeito da diversidade cul-
educação e cultura, cabe oferecer à abordagem curricular da educação básica, tural, narrativas cotidianas. Mas isso só
grande maioria das escolas públicas, prin- com o objetivo de serem um referencial será viável pedagogicamente, se Escola,
cipalmente, que enfrentam dificuldades comum para a educação de todos os Esta- Docentes e Alunos estiverem abertos para
para colocar em prática as diretrizes e dos do Brasil, não é suficiente, pois muitos a realidade da comunidade escolar, pelo
ações políticas estabelecidas no plano professores têm tido dificuldades em apli- saber adquirido a partir das vivências e
de governo, condições estruturais fa- car as sugestões apresentadas por eles, o tradições da mesma.
voráveis para a execução dessas políti- trabalho interdisciplinar ainda é um desafio A formação dos professores e a quali-
cas, atendendo assim de forma eficaz às no cotidiano escolar, sendo necessário ficação dos mesmos, também deveria ser
necessidades da educação. Visto que o políticas educacionais que atendam a re- uma ação, aliás, primordial, na execução de
artigo 10 da Lei nº. 9.394 (BRASIL, 1996) gionalidade de cada lugar no Brasil. políticas educacionais que integram edu-
aponta que um dos deveres do Estado é Desse modo, verifica-se que a Nova cação e cultura. É necessário qualificar os
“elaborar e executar políticas e planos Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, docentes, oportunizar novas metodologias
educacionais, em consonância com as como os Parâmetros Curriculares Nacionais de ensino que permita o uso de novas práti-
diretrizes e planos nacionais de educação, (PCNs) de 1997, enfatizam a ideia de diver- cas educacionais e elaboração e execução
integrando e coordenando as suas ações sidade cultural, múltiplos olhares sobre a de projetos pedagógicos que incentive a
e as dos seus Municípios. cultura e a História do patrimônio material integração entre Educação e Cultura.
Em relação aos tipos de políticas e e imaterial do Brasil. Nos permitindo, como O currículo escolar, também é uma
ações do poder público, que poderiam ser professores ampliar estes temas, incorpo- outra ação necessária, pois deveriam dar
realizadas no sentido de associar cultura e rando leituras críticas de textos em sala maior ênfase ao cotidiano escolar, permitir
educação, os Parâmetros Curriculares Na- de aulas, resgates de lendas e tradições estudos de Histórias regionais, locais,
cionais - PCNs (BRASIL, 1997) são propostas regionais, pesquisas de fontes históricas, que incentivassem a formação de uma
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identidade cultural e consequentemente
nacional; dar ênfase as tradições, valores, É importante destacar que os projetos
memórias, vivências e uma nova percepção
do tempo e do espaço.
ou atividades pedagógicas, podem ser
Nos últimos anos, a relação entre
Educação e Cultura foi incorporada nas
recriadas com a autonomia do professor
políticas educacionais visando reforçar a
autoestima dos alunos, fortalecer as iden- etc.; possibilitando assim várias possi- Não há como falar de cultura sem falar
tidades sociais e resgatar a história oral de bilidades de projetos interdisciplinares, de arte. O professor deverá promover
diversas regiões, em outras palavras, as girando em torno de grandes temas, como: atividades pedagógicas, como: visitas aos
experiências culturais interagindo dentro Identidade e Pluralidade; Cultura de massa espaços culturais como museus, teatros e
e fora da escola. e Consumo; Patrimônio e Herança Cultural; centros de exposição, permitindo ao aluno
Mas como disse antes, na realidade Cultura e Cidadania. Todos estes temas escolher seu roteiro; passeios na cidade e
falta muito ainda, para que essas políticas estão interligados, valorizando a cultura região em que vive, com guia turístico, para
sejam efetivadas de fato. É importante no cenário educacional. Assim sendo, a conhecer as curiosidades e histórias de
refletir esta questão, como a Cultura se cultura configura um mundo de símbolos, lugares que fazem parte do seu cotidiano.
traduz em experiências escolares? Qual a que atribui significados e delimita a forma O contato com as diferentes formas
imagem que os alunos têm de si mesmos, como se lê, se sente, se vive; definindo a ma- de arte leva os alunos a conhecer, analisar,
de seu lugar, de seu país, do mundo em que neira de ser e de agir do indivíduo. Para que refletir e compreender os diferentes pro-
vivem? É preciso, enquanto professores, a abordagem pedagógica seja um sucesso, cessos de Arte, com seus diferentes instru-
buscarmos esse olhar, essa identidade, é necessário motivação, mostrando para o mentos de ordem material e ideal, como
esse sujeito capaz de transformar a sua aluno, a relevância do trabalho para o seu manifestações socioculturais e históricas.
realidade a partir do conhecimento obtido entendimento do presente, mostrando Analisar, refletir, respeitar e preservar as
pela mesma. Oportunizar ao aluno a busca que o assunto é importante e atual, des- diversas manifestações, utilizadas por dife-
de suas raízes, em relembrar coisas do pertando o interesse pelo Projeto, uma rentes grupos sociais e étnicos, interagindo
passado, seja na família ou comunidade, nova forma de ver e ensinar Cultura, apri- com o patrimônio material e imaterial da
na cidade ou região, tornando a história morando sua vida social e cultural. História a qual está inserido ( local, nacional
viva; tornando-se sujeitos de sua própria É importante destacar que os projetos e global) que se deve conhecer e com-
História, sendo capaz de transformá-la de ou atividades pedagógicas, podem ser preender em sua dimensão sócio-histórica.
maneira crítica e consciente. recriadas com a autonomia do professor, Vamos propiciar a sociedade cidadãos
As formas que os professores podem problematizando a relação cultura e educa- críticos, transformadores e sensíveis ao
oportunizar, por meio de atividades peda- ção, a partir de novas histórias e vivências. meio em que vivem! •
gógicas, a busca por estas raízes culturais Para uma boa prática, é necessário
junto aos alunos, é através de projetos conhecer e fortalecer a identidade social,
pedagógicos que trabalhem educação e possibilitando ao aluno conhecer e reco-
cultura. A cultura é plural, implica sujeitos, nhecer o espaço onde vivem, pertencer e Simone da Silva Viana
Professora e Pesquisadora que
valores, manifestações artístico-culturais se apropriar do mesmo no decorrer da sua atua no curso de Pedagogia da
e materiais, imaginário social, identidade, História, promovendo a troca de significa- Universidade Estácio de Sá, de
Campos dos Goytacazes.
conhecimento, relações de poder, religião, dos e vivências.
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CONCILIAÇÃO:
MÉTODO ALTERNATIVO EFICAZ PARA A REDUÇÃO DA INADIMPLÊNCIA
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executivo extrajudicial com a assinatura de demora de uma ação judicial, que muitas
2 testemunhas. vezes chega a durar 10 anos, causando
Há outra forma de conciliação, e esta,
pouquíssimas escolas conhecem, que con-
A conciliação tem uma elevada atualização do valor da dívida,
tornando-a praticamente impossível para o
siste em um convite feito pela escola ao de- sido uma forma devedor quitá-la.
vedor, para que este, em um determinado Outrossim, a escola não precisa es-
dia, compareça ao fórum mais próximo de alternativa eficaz perar findar o ano letivo para fazer esse
sua residência, no Setor de Conciliação, convite. Este poderá ser realizado ainda
para fins de negociação do seu débito. e econômica no período de aulas, evitando assim, que
Com efeito, a escola enviará uma
carta, cujo modelo poderá ser impresso de redução da a dívida fique muito elevada, em razão
dos encargos financeiros acrescidos
do próprio site do Tribunal de Justiça, o
que confere bastante seriedade ao convite inadimplência mensalmente.
A escola, ao optar por essa forma de
formal feito ao devedor. resolução antes da propositura de uma
No dia designado para a conciliação ação judicial, demonstra maior flexibilidade
haverá um conciliador, a parte que fez o Tal procedimento tem ocasionado na negociação, fazendo com que, muitas
convite e o convidado, no caso, o devedor. maior celeridade à resolução dos casos e vezes, o devedor retorne à instituição após
A orientação é a de que a instituição de evitado as ações judiciais, tendo em vista a quitação de seu débito, em razão do seu
ensino seja representada nas conciliações que é grande o número de acordos firma- elevado grau de satisfação.
por um advogado, que possua a capacita- dos sob esta condição. Enfim, a conciliação, em todas as suas
ção fornecida por meio de curso realizado Frise-se que não se trata de uma ação formas, tem sido uma forma alternativa
por entidade credenciada de forma a apli- judicial, e sim, de um convite feito por eficaz e econômica de redução da inadim-
car as técnicas negociais adequadas para a meio de uma carta para que o devedor plência e ainda evita todo o desgaste de
realização do acordo. compareça ao fórum e, na presença de um uma ação judicial, além de ser solucionada
Note-se que o juiz de direito não conciliador, realize um acordo extrajudicial. de maneira extrajudicial, e, na maioria dos
estará presente durante a conciliação, Dessa forma, a escola não precisa casos, com ótimos resultados para as
proporcionando, de certa forma, um arcar com as custas processuais e com a partes. •
ambiente favorável à autocomposição
entre as partes.
Não obstante o juiz não esteja presente,
o acordo será reduzido a termo e homologa-
Simone Munhoz Soares Martinho
do por sentença, o que acarreta formalidade Advogada e Conciliadora capacitada pela Escola Superior de Advocacia da OAB /SP, Sócia do MSM
ao ato e gera um compromisso maior do Advogados, Membro da Comissão de Conciliação, Mediação e Arbitragem da OAB/SP
Advogada especialista em Direito Educacional pelo Centro de Extensão Universitária e Advogada
devedor em honrar sua dívida, eis que é especialista em Direito das Relações de Consumo pela PUC/SP.
simone@msmadvogados.com.br
firmado dentro do fórum e não na escola.
UMA POESIA
DEDICADA AO
ESCRITOR MAIOR
DESTA RICA LÍNGUA
PORTUGUESA
Instituições
Educacionais sem
Fins Lucrativos:
a importância da escrituração
contábil e do cumprimento das
obrigações acessórias
cido quando este valor não cobrir os custos de declarações, emissão de Notas Fiscais, termos do Decreto 50.896/2009, com o ob-
dos serviços prestados; dentre outras). jetivo de registrar as operações relativas à
d) as receitas e as despesas devem ser As obrigações acessórias, nos termos prestação de serviços (conforme o artigo 1º
reconhecidas, respeitando-se o regime do artigo 113, parágrafos 2º e 3º, do Código da Instrução Normativa SF/Surem 08/2009).
contábil de competência; Tributário Nacional, são deveres instrumen- Note-se que, no Município de São Paulo, a
e) as doações e subvenções recebidas tais (entrega de declarações) que existem emissão da Nota Fiscal é obrigatória.
para custeio e investimento devem ser independentemente do surgimento da No âmbito Federal, há rol taxativo de
reconhecidas no resultado. obrigação tributária principal (exigência obrigações acessórias que devem ser cum-
Nesse contexto, a adoção da ITG 2002 de pagamento do tributo), as quais, uma pridas pelas entidades sem fins lucrativos,
pelas entidades sem fins lucrativos educa- vez descumpridas, convertem-se em tais como:
cionais é mandatória, desde 2012, inclusive obrigação principal relativamente à pe- • DCTF - Declaração de Débitos e Crédi-
pelo fato de que boa parte das certificações nalidade pecuniária (aplicação de multa tos Tributários Federais: A DCTF deverá
passíveis de concessão a estas entidades pelo descumprimento). ser apresentada, mensalmente, até o 15º
(CEBAS – Educação, Imunidade do ISS e Vale dizer, ainda que determinada (décimo quinto) dia útil do 2º (segundo)
do IPTU, Imunidade do ITCMD, Imunidade instituição educacional sem fins lucrativos mês subsequente ao de ocorrência dos
do IPVA, Utilidade Pública Estadual e Mu- esteja imune no que concerne à obrigação fatos geradores de forma centralizada
nicipal), bem como a nova lei de parcerias principal (pagamento do tributo), está pela matriz. Deverão ser declarados, em
entre o Poder Público e as entidades sem obrigada à entrega de Declarações ao DCTF, todos os impostos e as contribuições
fins lucrativos (nesta Lei denominadas de Fisco e, em muitos Municípios, à emissão atinentes à atividade da pessoa jurídica. A
OSC’s – Organizações da Sociedade Civil), de Notas Fiscais. pessoa jurídica que deixar de apresentar a
Lei 13.019/2014, exigem tal prática. Nesse particular, especificamente no DCTF no prazo fixado ou que a apresentar
Sob outro aspecto, todo e qualquer Município de São Paulo, desde 01/07/2009, com incorreções ou omissões será inti-
contribuinte está sujeito, nos termos do Có- as entidades imunes (a que se referem o mada a apresentar declaração original, no
digo Tributário Nacional, ao cumprimento inciso VI, do artigo 150, da Constituição Fed- caso de não apresentação, ou a prestar
de duas espécies de obrigações tributárias: eral) devem emitir Nota Fiscal de Serviços esclarecimentos, nos demais casos, no
as obrigações principais (pagamento do Não-tributados ou Isentos (série C) ou Nota prazo estipulado pela Receita Federal do
tributo) e as obrigações acessórias (entrega Fiscal Eletrônica de Serviços (NF-e) nos Brasil e ficará sujeita às seguintes multas:
a) de 2% ao mês-calendário ou fração, inci- ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). ção da DIRF no prazo ou a sua apresentação
dente sobre o montante dos impostos e As pessoas jurídicas imunes ou isentas com incorreções ou omissões, acarretou a
contribuições informados na DCTF, ainda do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação aplicação de multa.
que integralmente pago, no caso de falta da EFD-Contribuições a partir do mês em • eSocial a partir de 2017: O eSocial é
de entrega da declaração ou a sua entrega que o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais) um projeto do governo federal que unifi-
depois do prazo, limitada a 20% e b) R$ for ultrapassado, permanecendo sujeitas cará o envio de informações pelo emprega-
20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 a essa obrigação em relação ao restante dor, com ou sem fins lucrativos, em relação
(dez) informações incorretas ou omitidas. dos meses do ano-calendário em curso. A aos seus empregados. Tais informações
A multa poderá ser reduzida em: a) 50%, não apresentação da EFD-Contribuições serão inerentes à Caixa Econômica Federal,
quando a declaração for apresentada no prazo ou a sua apresentação com incor- ao Instituto Nacional do Seguro Social –
depois do prazo, mas antes de qualquer reções ou omissões, acarretará a aplicação INSS, ao Ministério da Previdência – MPS,
procedimento de ofício ou b) 25%, se houver das multas previstas no artigo 57, da Me- ao Ministério do Trabalho e Emprego –
a apresentação da declaração no prazo dida Provisória nº 2.158-35/2001. MTE e à Secretaria da Receita Federal do
fixado na intimação. A multa mínima a ser • ECF – Escrituração Contábil Fiscal: Brasil – RFB.
aplicada será de: a) R$ 200,00 (duzentos - A partir do ano-calendário 2015, todas Através dos dados oriundos de De-
reais), tratando-se de pessoa jurídica inativa pessoas jurídicas imunes ou isentas estão clarações, bem como das informações
(considera-se pessoa jurídica inativa, para obrigadas a entregar a ECF que substi- provenientes de Notas Fiscais Eletrônicas,
fins da DCTF, aquela que não tenha efe- tuiu a DIPJ – Declaração de Informações de Cartórios de Registro de Imóveis, de
tuado qualquer atividade operacional, não Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica. O Instituições Financeiras (e-financeira) e
operacional, patrimonial ou financeira, in- prazo de entrega da ECF será o último dia de Detrans de todo país, o Fisco realiza o
clusive aplicação no mercado financeiro ou útil do mês de junho no ano-calendário chamado cruzamento eletrônico, com a
de capitais, durante todo o mês-calendário subsequente ao da escrituração. A não finalidade de detectar informações incon-
e b) R$ 500,00 (quinhentos reais), tratando- apresentação da ECF no prazo ou a sistentes, erros ou omissões.
se de pessoa jurídica ativa. sua apresentação com incorreções ou Aludido cruzamento de informações,
• EFD – Contribuições (Escrituração omissões, acarretará a aplicação das pelos órgãos públicos, está albergado
Fiscal Digital das Contribuições Sociais): multas previstas no artigo 57, da Medida pelo artigo 37, inciso XXII, da Constitui-
Escrituração Fiscal Digital da Contribuição Provisória nº 2.158-35/2001. ção Federal (introduzido pela Emenda
para o PIS/Pasep, da COFINS e da Contri- • DIRF - Declaração do Imposto sobre Constitucional nº 42 de 19/12/2003) que
buição Previdenciária sobre a Receita. A a Renda Retido na Fonte: Estiveram obriga- prevê que as administrações tributárias
EFD-Contribuições será transmitida men- das a apresentar a DIRF, em 2016 (prazo da União, dos Estados, do Distrito Federal
salmente até o 10º (décimo) dia útil do 2º 29/02/2016), estabelecimentos matrizes e dos Municípios, atividades essenciais ao
(segundo) mês subsequente ao que se de pessoas jurídicas de direito privado funcionamento do Estado, exercidas por
refira a escrituração. Estão dispensadas domiciliadas no Brasil, inclusive as imunes servidores de carreiras específicas, terão
de apresentação da EFD-Contribuições, ou as isentas que pagaram ou creditaram recursos prioritários para a realização de
dentre outras pessoas jurídicas, as pessoas rendimentos sobre os quais tenha incidido suas atividades e atuarão de forma inte-
jurídicas imunes e isentas do IRPJ, cuja soma retenção do Imposto sobre a Renda Retido grada, inclusive com o compartilhamento
dos valores mensais das contribuições na Fonte (IRRF), ainda que em um único de cadastros e de informações fiscais, na
apuradas, objeto de escrituração seja igual mês do ano-calendário. A não apresenta- forma da lei ou convênio.
As obrigações
acessórias e a
escrituração
contábil são
autônomas
em relação à
imunidade
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De igual sorte, insta trazer à tona o fato acórdão oriundo do Recurso Extraordinário De acordo com o entendimento do
de que não bastasse o risco de aplicação 250.844. Supremo Tribunal Federal, embora a en-
de multa, da lavratura de Auto de Infra- Aludido Recurso Extraordinário foi tidade seja imune, atua no mercado me-
ção, em última instância, do ajuizamento interposto por instituição educacional diante prestação de serviços a terceiros.
de Execução Fiscal, o descumprimento privada sem fins lucrativos, contra acórdão Nesse cenário, portanto, é do interesse
de obrigações acessórias (declarações) oriundo do Primeiro Tribunal de Alçada Civil da Administração Tributária (municipal,
impacta, ainda, a emissão de Certidão de do Estado de São Paulo que, por seu turno, estadual e federal) ter informações
Regularidade Fiscal (Certidão Negativa de ao confirmar a sentença de primeiro grau, acerca de quais são os serviços presta-
Débito ou Certidão Positiva com Efeito de assentou que mesmo entidades imunes dos, quem são os sujeitos contratantes
Negativa) e, consequentemente, a renova- à incidência tributária devem cumprir as e qual o preço desses serviços. Isso
ção de Certificações do Terceiro Setor obrigações fiscais acessórias, não obstante porque, a despeito de a prestação em si
como, por exemplo, o CEBAS Educação – desoneradas do gravame principal (paga- do serviço não dar ensejo à tributação,
Certificado de Entidade Beneficente e de mento dos tributos). constitui fato econômico relevante para
Assistência Social, concedido pelo Minis- Nesse particular, como exemplo, cita- apuração de tributos eventualmente
tério da Educação (desde que cumpridos mos as entidades com pedido de imunidade devidos pelos sujeitos que tomam esses
os requisitos quantitativos e qualitativos de ISS- Imposto sobre Serviços e de IPTU mesmos serviços.
das Leis nº 12.101/2009 e 12.868/2013) que – Imposto Predial e Territorial Urbano de- Deste modo, resta evidente que as
chancela a imunidade das contribuições ferido pela Prefeitura de São Paulo, pedido obrigações acessórias (entrega de decla-
previdenciárias. este que, desde 2015, é transmitido eletroni- rações e a emissão de Notas Fiscais) e a
O cenário acima (contabilidade e camente via SDI – Sistema de Declarações escrituração contábil são autônomas em
obrigações acessórias) faz com que reste de Imunidades e as respectivas decisões relação à imunidade, sendo certo que o
cristalino o fato de que não estar obrigada enviadas via DEC – Domicílio Eletrônico do precedente judicial acima citado é relevante
ao recolhimento de tributos por conta da Contribuinte. e poderá ser utilizado pelo Fisco. •
imunidade constitucional (artigos 150, VI,
“c” e 195, parágrafo 7º), não exime a enti-
dade da entrega de Declarações ao Fisco
e à escrituração contábil nos termos nas
Vanessa Ruffa Rodrigues
Normas Internacionais de Contabilidade. Advogada tributarista da Meira Fernandes, com experiência de 15 anos em Contencioso/Consultivo
Tributário em instituições financeiras e no Terceiro Setor. Coordenadora de Atualização Legislativa para
Tal raciocínio foi chancelado pala corte Assuntos do Terceiro Setor da OAB/SP. Professora da Escola Superior de Advocacia de São Paulo e da
máxima brasileira que tem competência Escola Aberta do Terceiro Setor. Membro do ISTR - International Society for Third Sector Research.
Graduada em Direito pela FMU. Especialista em Direito Tributário pela Universidade Mackenzie.
para julgar assuntos de cunho constitucio- Extensão em Direito Tributário e Societário pela FGV (GVLaw). Extensão em Tributação do Setor
Comercial pela FGV (GVLaw). MBA em Gestão de Tributos e Planejamento Tributário pela FGV (FGV Management-SP).
nal, o STF- Supremo Tribunal Federal, no