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Universidade Federal de Viçosa

Campus de Rio Paranaíba

Instituto de Ciências Agrárias

Filipe Henrique Gentil - 482

Luiz Otávio Duarte Silva - 491

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA CULTURA DA CENOURA NA REGIÃO DE

SÃO LUÍS - MARANHÃO

Rio Paranaíba

2012
1 Introdução ..................................................................................................................................................................................... 2
1.1 Região de São Luís – Maranhão ........................................................................................................................................... 2
1.1.1 Dados gerais sobre a cidade de São Luís ..................................................................................................................... 2
1.1.2 Clima ........................................................................................................................................................................ 2
1.1.3 Solo .......................................................................................................................................................................... 3
2 Sistema de produção de cenoura em São Luís – Maranhão ............................................................................................................... 3
2.1 Considerações iniciais.......................................................................................................................................................... 3
2.2 A cultura da cenoura ............................................................................................................................................................ 3
2.2.1 Relação clima e cultura .............................................................................................................................................. 5
2.2.2 Escolha da cultivar .................................................................................................................................................... 5
2.3 Correção e fertilidade do solo ............................................................................................................................................... 6
2.3.1 Calagem.................................................................................................................................................................... 6
2.3.2 Adubação de plantio .................................................................................................................................................. 7
2.3.3 Adubação de cobertura .............................................................................................................................................. 9
2.4 Semeadura .......................................................................................................................................................................... 9
2.5 Tratos culturais: desbaste ..................................................................................................................................................... 9
2.6 Fitopatologias .................................................................................................................................................................... 10
2.7 Pragas ............................................................................................................................................................................... 11
2.8 Plantas daninhas ................................................................................................................................................................ 12
2.9 Operações mecanizadas ..................................................................................................................................................... 13
2.10 Irrigação............................................................................................................................................................................ 14
2.11 Colheita, beneficiamento e comercialização ........................................................................................................................ 15
2.12 Custo de produção ............................................................................................................................................................. 15
2.13 Programação da cultura e rotações ...................................................................................................................................... 17
3 A cultura da soja .......................................................................................................................................................................... 17
3.1 Ciclo fenológico ................................................................................................................................................................ 17
3.1.1 Escolha da cultivar............................................................................................................................................................. 17
3.1.2 Relação clima-cultura ........................................................................................................................................................ 18
3.3 Correção e fertilidade do solo ............................................................................................................................................. 19
3.3.1 Adubação de plantio .......................................................................................................................................................... 19
3.4 Semeadura ........................................................................................................................................................................ 19
3.5 Fitopatologias .................................................................................................................................................................... 20
3.6 Pragas .................................................................................................................................................................................. 20
3.7 Plantas daninhas ................................................................................................................................................................ 21
4.9 Operações mecanizadas ..................................................................................................................................................... 21
3.9 Custo de produção ............................................................................................................................................................. 22
4 A cultura do milho ....................................................................................................................................................................... 23
4.1 Ciclo fenológico ................................................................................................................................................................ 23
4.2 Escolha da cultivar............................................................................................................................................................. 24
4.3 Relação clima-cultura ........................................................................................................................................................ 25
4.4 Adubação e fertilidade do solo ........................................................................................................................................... 25
4.5 Semeadura ........................................................................................................................................................................ 27
4.6 Fitopatologias .................................................................................................................................................................... 27
4.7 Pragas ............................................................................................................................................................................... 28
4.8 Plantas daninhas ................................................................................................................................................................ 29
4.9 Operações mecanizadas ..................................................................................................................................................... 29
4.10 Custo de produção ............................................................................................................................................................. 30
Referências bibliográficas..................................................................................................................................................................................31
1 Introdução

1.1 Região de São Luís – Maranhão

1.1.1 Dados gerais sobre a cidade de São Luís


São Luís é a capital do estado do Maranhão, fundada no dia 8 de setembro de 1612.
Localiza-se na ilha Upaon-Açu (denominação dada pelos índios tupinambás significando
"Ilha Grande"), no Atlântico Sul, entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar.

De acordo com o IBGE (2010), a principal cidade da região metropolitana da Grande


São Luís e possui 1.014.837 habitantes, sendo a 16ª cidade mais populosa do Brasil, ocupa
uma área de 835 Km² e está localizado no Nordeste do Brasil a 2° ao Sul do Equador. Está a
24 metros acima do nível do mar, estando localizada dentro do bioma Amazônia.

Ainda segundo o IBGE (2010) possui o 12º maior parque industrial entre as 27
capitais do Brasil. Seu PIB distribui nas seguintes atividades: agropecuária (R$19.986
milhões), indústria (R$2.661.428 milhões) e serviços (R$10.141.315 milhões).

1.1.2 Clima

O clima de São Luís é tropical, quente e úmido devido à cidade estar localizada
próxima à Zona de Convergência Intertropical. A temperatura mínima na maior parte do ano
fica entre 20 e 23°C e a máxima geralmente fica entre 29 e 32°C. Apresenta duas estações
distintas: a estação seca, de agosto a dezembro, e a estação chuvosa, de janeiro a julho. A
média pluviométrica é de 2325 mm (CPTEC). A menor temperatura já registrada na cidade
foi de 16°C no mês de maio, e a temperatura máxima já registrada foi de 35°C no mês de
novembro.

Tabela 1: Balanço hídrico climatológico da cidade de São Luís – MA.

Num ETP
T P N P-ETP NEG- ARM ALT ETR DEF EXC
Meses de I a Thornthwaite
ºC mm horas mm AC mm mm mm mm mm
dias 1948

Jan 30 26 256 12,1 12,2 3,7 128,72 127,3 0 100 99,67 128,7 0 27,6
Fev 28 26 382 12,1 11,9 3,7 113,2 268,8 0 100 0 113,2 0 268,8
2
Mar 31 26 422 12,1 12 3,7 126,52 295,5 0 100 0 126,5 0 295,5
Abr 30 26 473 12 12 3,7 121,7 351,3 0 100 0 121,7 0 351,3
Mai 31 26 320 11,9 12,1 3,7 126,85 193,2 0 100 0 126,8 0 193,2
Jun 30 26 170 11,9 12,1 3,7 122,26 47,7 0 100 0 122,3 0 47,7
Jul 31 26 138 11,9 11,9 3,7 122,71 15,3 0 100 0 122,7 0 15,3
Ago 31 26 32 11,9 12,1 3,7 128,41 -96,4 -96,4 38,13 -61,9 93,9 34,5 0
Set 30 26 20 12 12,4 3,7 132,11 -112,1 -208,5 12,43 -25,7 45,7 86,4 0
Out 31 27 11 12 12,6 3,7 141,18 -130,2 -338,7 3,38 -9,05 20 121,1 0
Nov 30 27 10 12,1 12,8 3,7 145,13 -135,1 -473,8 0,88 -2,51 12,5 132,6 0
Dez 31 29 92 12,1 14,2 3,7 190,73 -98,7 -572,6 0,33 -0,55 92,5 98,2 0
TOTAIS 316 2326 144 148 44 1599,52 726,5 755 0 1126,6 472,9 1199
MÉDIAS 26 194 12 12,4 3,7 133,29 60,5 62,9 93,9 39,4 99,9
Fonte: Inmet.

1.1.3 Solo

Adotou-se mo referência o trabalho de AGUIAR JÚNIOR et. al. (2011), sendo o solo
do local classificado como sendo um Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico (Embrapa,
2006), apresentando como principal característica a saturação por bases menor que 50% na
maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).

2 Sistema de produção de cenoura em São Luís – Maranhão

2.1 Considerações iniciais


O produtor arrendará uma área de 40 ha situada dentro do Cinturão Verde de São Luís.
Esta área estará disponível ao produtor do dia 22 de abril de 2013 até o dia 22 de abril de
2015, totalizando 3 anos de utilização. Quanto às instalações que a propriedade possui está
um pivô central, um abrigo de máquinas e um lavador de cenoura.

2.2 A cultura da cenoura

De acordo com Embrapa (2007), o ciclo fenológico da cenoura, da semeadura até a


colheita varia de 85 a 125 dias, dependendo da cultivar, do clima e da época de colheita. Em
termos de necessidade de água, o ciclo pode ser dividido em quatro estádios: inicial,
vegetativo, engrossamento de raiz e maturação.

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Estádio incial: O estádio inicial compreende o período que vai da semeadura até o
estabelecimento inicial das plantas (cerca de 5 dias após o desbaste), apresentando duração de
30 a 35 dias. A baixa taxa de germinação de sementes no campo é um problema comum entre
as cultivares de cenoura. Dentre os fatores abióticos que podem afetar a germinação, a
umidade do solo é provavelmente o mais importante.

Estádio vegetativo: O estádio vegetativo compreende o período entre o


estabelecimento inicial das plantas e o início do engrossamento de raízes. Nesse estádio, a raiz
de armazenamento cresce predominantemente em comprimento (crescimento primário).
Todavia, a raiz continua crescendo até os 60 a 70 dias após a germinação.

Entre os fatores que afetam estas duas fases estão:


• falta de água: afeta a germinação;
• excesso de água: as raízes ficam curtas;
• excesso de Nitrogênio: as folhas ficam muito compridas e as raízes ficam curtas;
• nematóides: as raízes curtas, bifurcadas e mal formadas.

Estádio de engrossamento de raiz: corresponde ao período em que a raiz de


armazenamento começa a crescer rapidamente em diâmetro (crescimento secundário) até o
início da senescência da parte aérea. De fato, o engrossamento da raiz inicia-se
aproximadamente aos 40 dias após a semeadura e se estende até a colheita.

Estádio de maturação: Durante esse estádio, compreendido entre o início da maturação


e a colheita, há uma ligeira redução da necessidade de água pelas plantas. O sinal de
amadurecimento é indicado pelo amarelecimento e secamento das folhas inferiores das
plantas. Como a época de colheita é determinada muitas vezes pela demanda de mercado, ou
seja, tamanho e preço de raiz, a duração do estádio de maturação é muito variada. Algumas
vezes, inclusive, a colheita é realizada ainda no estádio de engrossamento de raiz.

Entre os fatores que afetam essas duas fases:


• desequilíbrio hídrico e nutricional: leva ao rachamento das raízes;
• deficiência de Cálcio: ocorre rachamento no canteiro e quebra durante a lavagem;
• deficiência de Boro: a coloração fica esbranquiçada.

4
2.2.1 Relação clima e cultura

De acordo com Embrapa (2004), a temperatura é o fator climático mais importante


para a produção de raízes. Dessa forma, temperaturas de 10 a 15 ºC favorecem o alongamento
e o desenvolvimento de coloração característica, enquanto temperaturas superiores a 21 ºC
estimulam a formação de raízes curtas e de coloração deficiente. Existem cultivares que
formam boas raízes sob temperaturas de 18 a 25 ºC. Em temperaturas acima de 30ºC, a planta
tem o ciclo vegetativo reduzido, o que afeta o desenvolvimento das raízes e a produtividade.

A germinação das sementes ocorre sob temperaturas de 8 a 35 ºC, sendo que a


velocidade e a uniformidade de germinação variam com a temperatura dentro destes limites.
A faixa ideal para uma germinação rápida e uniforme é de 20 a 30 ºC, dando-se a emergência
de 7 a 10 dias após a semeadura.

2.2.2 Escolha da cultivar

Entre os principais fatores que devem influenciar na escolha da cultivar estão o


formato das raízes, que está diretamente ligado às preferências do consumidor, e a época de
plantio, que está relacionada principalmente à temperatura.

Quanto à preferência do consumidor brasileiro, pode-se afirmar que este prefere raízes
de cenoura cilíndricas, lisas, sem raízes laterais ou secundárias, uniformes, com comprimento
e diâmetro variando respectivamente entre 15 a 20 cm e 3 a 4 cm (Embrapa, 2004). Além
disso, a coloração deve ser alaranjada intensa , com ausência de pigmentação verde ou roxa na
parte superior (ombro) das raízes.

Quanto à época de plantio, de acordo com AGUIAR JÚNIOR et. al. (2011), a cultivar
Brasília apresentou os melhores atributos comerciais e a maior produtividade em relação às
outras cultivares pesquisadas em seu trabalho em São Luís, que foram Esplanada e Alvorada.
Dessa forma, a cultivar escolhida foi a Brasília.

Segundo Embrapa (2004), as plantas dessa cultivar têm porte médio de 25 a 35 cm,
com folhagem vigorosa e coloração verde escura; as raízes são cilíndricas, com coloração
alaranjada clara e baixa incidência de ombro verde ou roxo; o comprimento varia de 15 a 22
cm e o diâmetro de 3 a 4 cm; tem alta resistência de campo à queima-das-folhas, produzindo
em média 30-35 t/ha nas condições de verão; é resistente ao calor, apresentando baixos níveis
5
de florescimento prematuro sob condições de dias longo. Essa característica, especialmente,
favorece sua escolha no caso desse plantio, já que São Luís apresenta temperatura média
acima dos 26°C e fotoperíodo médio anual de 12 horas.

2.3 Correção e fertilidade do solo

A fertilidade do solo antes do início das atividades na área encontra-se disponível na


tabela 1.

Tabela 2: Análise de solo

mg/dm³ cmolc/dm³ % dag/kg mg/L


pH P K Na Ca Mg Al H+Al SB CTC CTC V m MO P-
(H2O) (t) (T) rem
4,5 5,1 55 0 0,7 0,4 1,0 3,47 1,24 1,74 4,71 26 58 1,8 16
Fonte: Laboratório de análises de solo

As recomendações de calagem e fertilizantes foram feitas utilizando o livro 5ª


Aproximação, o qual faz recomendações para a cultura da cenoura visando uma produção de
30 ton/ha, muito próxima à obtida por AGUIAR JÚNIOR et. al. (2011), o qual obteve uma
produção esperada de 28 ton/ha.

Após a consulta na 5ª Aproximação, verificou-se as seguintes classes: P baixo e K


médio; Ca e Mg baixos; SB baixos; CTC baixa; MO baixa. Além disso, pode-se dizer que a
capacidade de o solo reter P também é baixa, visto que P-rem é de 16 mg/L.

2.3.1 Calagem
O manejo adequado de solos ácidos está relacionado com a quantidade de corretivo a
ser aplicado. A quantidade de corretivo necessário para diminuir a porcentagem de saturação
de alumínio ou aumento da saturação de bases para um nível satisfatório para as culturas
crescerem é o principal fator, entre outros, para o sucesso da calagem, proporcionando ao
agricultor os retornos econômicos esperados em sua execução (Volkweiss, 1984).

Sendo assim a necessidade de calagem (t/ha) foi determinada pela fórmula:

NC=2.Al³+ + 3-(Ca2+ + Mg2+)


NC= 2*1+[3-(0,7+0,4)]

6
NC= 3,9 t/ha
E com a necessidade de calcário aplica-se a fórmula abaixo para obtenção da
quantidade de calcário a ser aplicada na área:

QC= NC. (PF/20) . (100/PRNT) . (SC/100)


QC = Quantidade de calcário a ser aplicado (t/ha)

NC= Necessidade de calcário (t/ha)

PF= profundidade de incorporação (cm)


PRNT= poder relativo de neutralização total
SC= superfície de contato

ଶ଴ ଵ଴଴ ଵ଴଴
QC= 3,9 * * *
ଶ଴ ଻ଽ ଵ଴଴

QC= 4,9 t/ha aproximadamente 5 t/ha

A calagem será feita com calcário magnesiano (39% CaO e 6% MgO), com isso o pH
do solo atingirá o recomendado para a cultura que é entre 6,0 e 6,5.

∆pH= (-0,0234647 + 1,49415. )* NC
ୌା୅୪

∆pH= (-0,0234647 + 1,49415.ଷ,ସ଻ )* 3,9

∆pH= 1,59
pH Após a calagem 4,5 + 1,59 = 6,1

O excesso de calcário leva a uma supercalagem gerando um aumento exagerado do


pH o que diminui a disponibilidade dos micronutrientes como Boro (B), Cobre (Cu), Ferro
(Fe), Manganês (Mn) e Zinco (Zn) diminuindo a produtividade da cultura.
Os teores de Ca²⁺ e Mg²⁺ do solo após a calagem serão elevados mantendo uma
relação de 3:1 e Mg²⁺ acima de 0,8 cmolc/dm³ ideais para a cultura da cenoura.

2.3.2 Adubação de plantio


Adubação orgânica: a 5ª Aproximação recomenda a aplicação de 10 a 13 ton/ha de
cama de frango. Já no trabalho de AGUIAR JÚNIOR et. al. (2011), foi feita aplicação de 6
L/m² de cama de frango no plantio e mais 2 coberturas com 6 L/m² cada uma (lembrando que

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6 L/m² é equivalente a 30 ton/ha), ressaltando-se que trabalhos como esse geralmente são
feitos em áreas pequenas e com adubações maiores, o que torna inviável a aplicação prática
dessas doses em plantios comerciais. Assim, adotou-se para o plantio a adubação de 20 ton/ha
de cama de frango, sendo menor que a de Aguiar Jínior et. al. (2011), o dobro da
recomendada por Filgueira (2008) e maior que a recomendada pela 5ª Aproximação,
considerando-se também que, de acordo com esse mesmo livro, o teor de matéria orgânica do
solo está baixo (necessitando de dose mais alta) e que o solo em questão é argiloso
(necessitando de uma dose menor em comparação com outros solos). A distribuição é feita a
lanço e incorporada pela gradagem semanas antes da semeadura direta. A aplicação próximo à
semeadura afeta a germinação e emergência, originando cenouras defeituosas (Filgueira,
2008).

Adubação mineral: considerando a disponibilidade dos nutrientes de acordo com a 5ª


Aproximação, a adubação NPK deve ser a seguinte:

• N: aplicação de 120 kg/ha;


• P (disponibilidade baixa; solo argiloso): 400 kg/ha de P2O5;
• K (disponibilidade média; solo argiloso): 240 kg/ha de K2O.

Fertilizantes que serão utilizados:

• fertilizante nitrogenado: uréia (45% de N);


• fertilizante fosfatado: superfosfato triplo (44% de P2O5 e 14% de Ca);
• fertilizante potássico: cloreto de potássio (58% de K2O e 45-48% de Cl).

A adubação mineral total para a cultura deve ser parcelada, sendo parte aplicada no
plantio e o restante em 2 coberturas. Assim, de acordo com a 5ª Aproximação, para a
semeadura será aplicado 30 % da dose de N (=36 kg/ha ou 80 kg/ha de uréia), todo o P (=400
kg/ha de P2O5 ou 909,1 kg/ha de superfosfato triplo) e 40% do K (=96 kg/ha de K2O ou
165,52 kg/ha de cloreto de potássio). Além disso, a cultura é exigente em Boro (B) (Filgueira,
2008). Dessa maneira, será aplicado 12 kg/ha de bórax (17,5% B) e 12 kg/ha de sulfato de
zinco monohidratado (35% Zn) (Embrapa, 2004).

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2.3.3 Adubação de cobertura
A 5ª Aproximação recomenda fazer a primeira cobertura aos 20 dias, sendo o desbaste
feito aos 25-30 dias (Embrapa, 2004). Contudo, prefere-se fazer o desbaste aos 25 dias e a
primeira cobertura aos 30 dias e a segunda aos 50 dias, aplicando-se em cada uma 35% do N
(=42 kg/ha de N ou 93,3 kg/ha de uréia) e 30 % do K (=72 kg/ha de K2O ou 124,14 kg/ha de
cloreto de potássio). Mas, como já foi aplicada uma quantidade maior de matéria orgânica (20
ton/ha ao invés das 10 ton/ha recomendadas pela 5ª Aproximação), dispensa-se as adubações
de cobertura com N, isso porque, de acordo com Brasil 2007, o esterco de galinha tem 1,5%
no mínimo de N. Como será aplicado 20 ton/ha, significa que estamos distribuindo no solo
pelo menos 300 kg/ha de N. Contudo, a adubação orgânica quanto a mineral corroboram com
as recomendadas por Filgueira 2008, o qual recomenda 20 m³/ha (= 10 ton/ha) de esterco de
aviário; 20 kg/ha de N, 250-400 kg/ha de P2O5 e 100-130 kg/ha de K2O; e 3 coberturas aos
15, 30 e 50 dias, dividindo-se 60-100 kg/ha de N e 40-90 kg/ha de K2O.

2.4 Semeadura
Para o cultivo da cenoura não é requerido a produção de mudas, com a semedura
sendo feita diretamente no campo. Nesta propriedade será feita semeadura em linhas duplas
espaçadas 10 cm entre uma linha e outra e 20 cm entre linhas duplas, com profundidade de 1 a
2 cm devido as sementes possuírem pouca reserva, além das plântulas que emergem serem
tenras e delicadas. Se a semeadura for muito profunda (maior que 2,0 cm), as plântulas podem
não emergir. Se for muito superficial (menor que 1,0 cm), poderá haver falhas de germinação
devido ao secamento da camada superficial do solo ou arraste das sementes por água de
irrigação ou chuva forte. Serão gastos 3 kg de sementes/ha.

2.5 Tratos culturais: desbaste


A semeadura será realizada por feita por semeadora pneumática utilizando sementes
peletizadas, porém ainda será necessário o desbaste, operação que consiste no arranquio
manualmente de plantas de cenoura tendo como objetivo aumentar a disponibilidade de
espaço, água, luz e nutrientes por planta para a obtenção de raízes de maior tamanho e de
melhor qualidade. Será feito de uma só vez, aos 25 dias após a semeadura, deixando-se um
espaço de 4 a 5 cm entre plantas. Espaçamentos entre plantas maiores do que o recomendado
implicará em menor número de plantas por unidade de área com conseqüente redução da

9
produtividade. Outro fato importante é que o atraso na realização do desbaste, também
implica em redução da produção, em decorrência do aumento da competição entre plantas.

2.6 Fitopatologias
Segundo Filgueira (2008), a doença mais comum é a queima das folhas. Ela é causada
pelos fungos Alternaria dauci (o fitopatógeno mais comum) e Cercospora carotae e também
pela bactéria Xanthomonas campestris pv. carotae. A necrose inicial nas folhas evolui para a
desfolha da planta, o que ocasiona redução no tamanho das cenouras. As condições
ambientais ideais para a ocorrência da doença são temperaturas e pluviosidade elevadas.
Assim, optou-se pelo plantio em época com menor pluviosidade para diminuir a incidência da
doença. Além disso, a cultivar Brasília apresenta alta resistência a doença. Contudo, como
será feito plantio em área irrigada, existe ainda a possibilidade de ocorrência da doença. Para
isso, será utilizado o controle químico com o fungicida Fungitol Azul WP (marca comercial),
sendo escolhido porque apresenta menor dano ao homem e ao ambiente (classe toxicológica
IV e classe ambiental III). A dose recomendada é 250 g/100 L de água, aplicando-se 1000 L
de calda/ha. Como serão feitas 5 aplicações, será necessária uma embalagem de 25 kg/ha.

Outra doença comum na cultura é a podridão de pré e pós-emergência (Embrapa,


2004). Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se:
Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium spp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas
campestris pv. carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande. Na
podridão de pós-emergência, também chamada de tombamento, as plântulas apresentam um
encharcamento na região do hipocótilo rente ao solo, provocando reboleiras de plantas
tombadas ou mortas. O controle só é eficiente quando se utilizam sementes de boa qualidade,
rotação de cultura, adequada profundidade de plantio e manejo adequado de água. Dessa
forma, a medida crucial adotada para essa doença foi a escolha de sementes peletizadas, que
apresentam boa qualidade e contém funcidas em seu pélete.

Um outro grande problema que pode atingir a cultura é a presença de fitonematóides,


especialmente o nematóide-das-galhas (Meloidogyne incognita). Os sintomas apresentados
pelas plantas infectadas são crescimento reduzido e amarelecimento nas folhas, semelhante à
deficiência de nutrientes; as raízes são pequenas, deformadas e apresentam a formação de
galhas. A rotação de culturas é o principal e mais eficiente método de controle dos nematóides

10
(Embrapa, 2004). O plantio de Stylosanthes guyanensis, Crotalaria spectabilis ou Tagetes
erecta, por um período de 100 a 110 dias, reduz a população de nematóides e melhora as
propriedades físicas do solo. A rotação com cereais também tem sido praticada com sucesso
(Filgueira, 2008). Além da rotação, em áreas reconhecidamente infectadas, recomenda-se
fazer arações profundas em dias quentes e secos, para expor larvas e adultos à insolação. Após
essa operação a área deve ser deixada em pousio no mínimo por dois meses. É importante
destacar que não há nematicidas registrados para a cultura da cenoura. Assim, foram adotadas
para o controle de nematóides na área a aração profunda, a rotação com cereais (milho e soja)
e o pousio. Além disso, a aplicação de matéria orgânica também apresenta importância no
controle por aumentar a capacidade do solo reter água, serem os produtos da decomposição de
matéria orgânica (tais como ácidos graxos voláteis) tóxicos aos nematóides e fornecer
substrato em que agentes de controle biológico podem se multiplicar (Freitas et. al. 2001).

2.7 Pragas
A cultura da cenoura tem como principais pragas algumas lagartas como Lagarta-rosca
(Agrotis spp); Lagarta-militar (Spodoptera frugiperda) alguns pulgões como Dysaphis spp;
Cavariella aegopodii.

As lagartas alimentam-se raspando as folhas e à medida que se desenvolvem


aumentando o tamanho passam a cortar as plantas rente à superfície do solo, estes danos são
mais comuns até 30-40 dias após a semeadura. Geralmente as lagartas só são detectadas
quando se verificam plantas cortadas. O controle mais eficiente é o controle cultural, que
consiste em um preparo de solo adequado - assim como o que será realizado nesta
propriedade – em que são realizadas arações e gradagens com incorporações de restos
culturais e eliminação de plantas daninhas. Sabe-se que na propriedade vizinha existe uma
área que está abandonada com restos de culturais da cultura do milho (socas) e bastante
infestada de plantas daninhas, Além disso, sabendo que mariposas do gênero Agrotis e
Spodoptera colocam seus ovos no solo, moitas de capim, restos de cultura, gramíneas
emergentes ou nas folhas ou pecíolos das plantas de cenoura e, como não existe inseticidas
regitrados no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a cultuta da
cenoura, nesta propriedade será feita a compra de cartelas de Trichogramma pretiosum Riley
(Hymenoptera: Trichogrammatidae), com posterior soltura destes inimigos naturais no campo
para um possível controle biológico de ovos destas mariposas.
11
Os pulgões Dysaphis spp; Cavariella aegopodii dificilmente chegam a causar danos à
cultura, porque alem de não ocorrerem em grandes populações eles são hospedeiros de micro-
himenópteros, por isso é importante a manutenção destes inimigos naturais no campo.

2.8 Plantas daninhas


A competição exercida pelas plantas daninhas constitui um dos fatores que mais
limitam a produtividade da cultura da cenoura. A intensidade da competição normalmente é
avaliada por meio de decréscimos de produção e/ou pela redução no crescimento da planta
cultivada, como respostas à competição pelos recursos de crescimento disponíveis no
ambiente, no caso, CO₂ água, luz e nutrientes (Agostinetto et al., 2008).

O período crítico de concorrência da cenoura com as plantas daninhas por nutrientes,


luz e água é da terceira até a sexta semana após a emergência. Na propriedade há histórico de
plantas daninhas como caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus) e capim-marmelada
(Brachiaria plantaginea).

Uma das formas de controle das plantas daninhas pode ser feito por métodos culturais
que consiste em aração e gradagens da área, com antecedência em relação ao plantio, de modo
a favorecer a emergência das plantas daninhas e assim facilitar a sua eliminação pela capina
ou incorporação por ocasião do levantamento dos canteiros, sendo um dos controles adotados
nesta propriedade.

O outro controle que será adotado é o químico, levando em conta que a escolha do
produto (herbicida) levará em consideração as espécies de plantas daninhas infestantes do
local como também suas características. Para a determinação da dose será levado em
consideração o tipo de solo (no caso, argiloso) e o teor de matéria orgânica.

Para o controle do caruru-de-espinho e capim-marmelada os herbicidas selecionados


foram AFALON SC e FUSILADE 250 EW, respectivamente. O herbicida AFALON SC é um
herbicida pré e pós emergência, nesta propriedade ele será aplicado aproximadamente com 15
dias após a semeadura na dose de 2,2 L/ha do produto comercial em um volume de calda de
400 L/ha uma vez durante todo o ciclo. O FUSILADE 250 EW é um herbicida pós-
emergência que será aplicado 20 dias após a semeadura na dose de 0,5 L/ha do produto
comercial em um volume de calda de 300 L/ha, com uma aplicação durante todo o ciclo.

12
2.9 Operações mecanizadas
O preparo da área será feito de modo convencional, com uma aração, duas gradagens e
encanteiramento. As operações mecanizadas (com seu respectivo número) ao longo da cultura
são: 1 – subsolagem (com profundidade de 40 cm); 2 – distribuição de metade do calcário; 3 –
aração; 4 –distribuição da outra metade do calcário; 5 – gradagem com grade aradora; 6 -
distribuição da cama de frango; 7 – gradagem com grade niveladora; 8 – encanteiramento; 9 –
distribuição do fertilizante; 10 – encanteiramento; 11 – semeadura; 12 - pulverização com
herbicida; 13 – primeira cobertura; 14 – segunda cobertura; 15 – pulverização com fungicida;
16 – fresagem; 17 – pulverização com fungicida; 18 - pulverização com fungicida; 19 -
pulverização com fungicida; 20 - pulverização com fungicida; 21 – chapa (colheita).

Para cada operação, encontram-se os detalhes na tabela abaixo:

Tabela 3: Detalhamento das operações mecanizadas da cultura

Conj. mecanizado Ht (h) Vel Ef COE LA (m)


(km/h) (ha/h)
1 T1 + subsolador 52 7 0,8 0,38 0,69
2 T2 + distribuidora 2,5 7 0,7 8 16,33
3 T1 + arado 32 5 0,8 0,63 1,56
4 T2 + distribuidora 2,5 7 0,7 8 16,33
5 T1 + grade 16 7 0,85 1,25 2,10
aradora
6 T2 + distribuidora 2,5 7 0,7 8 16,33
7 T1 + grade niv. 7,5 8 0,85 1,18 2,31
8 T2 + enxada rot. 26 6 0,85 0,77 1,51
9 T2 + distribuidora 2,5 7 0,7 8 16,33
10 T2 + enxada rot. 26 6 0,85 0,77 1,51
11 T2 + semeadora 32 5 0,8 0,63 1,56
12 T2 + pulverizador 2 8 0,75 10 16,7
13 T2 + distribuidora 2,5 7 0,7 8 16,33
14 T2 + distribuidora 2,5 7 0,7 8 16,33
15 T2 + pulverizador 2 8 0,75 10 16,7
16 T2 + fresadora 17 6 0,85 1,18 2,31
17 T2 + pulverizador 2 8 0,75 10 16,7
18 T2 + pulverizador 2 8 0,75 10 16,7
19 T2 + pulverizador 2 8 0,75 10 16,7
20 T2 + pulverizador 2 8 0,75 10 16,7
21 T2 + chapa 26 6 0,85 0,77 1,51
Fonte: Cálculos realizados para as operações mecanizadas.

A descrição das máquinas utilizadas encontram-se na tabela abaixo:

13
Tabela 4: Máquinas utilizadas para a implantação e condução da cultura da cenoura

Máquina Marca/modelo
T1 (Trator 1) John Deere 6145 J - 145 cv
T2 (Trator 2) John Deere 5078 E – 78 cv
Subsolador Tatu 3/3 com 3 hastes
Distribuidora Kuhn MDS 19.1
Arado Kuhn Master 102 NSH - 4 corpos
Grade aradora Marchesan GA - 12 discos - 26" - peso: 1884 kg
Grade niveladora Marchesan GN - 28 discos - 22" - peso: 1445 kg
Enxada rotativa Lavrale RSFEB
Pulverizador Jacto Advance 2000 AM 18
Semeadora Jumil JM 2400 SH
Fresadora Alfagri – 1,60 m
Chapa Sem marca*
*implemento feito e adaptado para a própria propriedade.

2.10 Irrigação
Tendo em vista as informações fornecidas por Embrapa (2004), foi elaborada a
seguinte tabela:

Tabela 5: Evapotranspiração da cultura de cenoura, em mm/dia, em função da idade da planta


(dias após o plantio), temperatura (no caso, alta) e umidade relativa média do ar (no caso,
clima seco)

Idade (dias) Quente (25 e 30°C) e clima seco


0 - 30 4
30 - 50 6
50 - 80 8
80- 100 7
Obs: considerando, conforme o Sistema de Produção - Cenoura (Embrapa), Solo tipo II :
textura média à fina, disponibilidade de água entre 1,6 a 2,2 mm/cm de solo; ex: solo franco,
solo franco siltoso, franco argilo arenoso e siltoso, franco argiloso, argila arenosa e siltosa, e
argila
Fonte: Sistema de Produção – Cenoura (Embrapa).

Assim, o turno de rega e a lâmina d’água serão as seguintes:

Tabela 6: Turno de rega e lâmina d’água a ser aplicada de acordo com a


evapotranspiração e o ciclo da cultura

Período do Ciclo Evapotranspiração Turno de rega Lâmina d’água


(dias) (mm/dia) (dias) (mm)
14
0 – 30 4 1 4
30-50 6 2 12
50 - 80 8 2 16
80 - 100 7 3 21
Fonte: Sistema de Produção – Cenoura (Embrapa).

2.11 Colheita, beneficiamento e comercialização


O ponto de colheita e a maneira de colher e de manusear as raízes influem na
aparência final do produto. O amarelecimento, secamento das folhas mais velhas e o
arqueamento para baixo das folhas mais novas são indicativos do ponto de colheita (Embrapa,
2004)
Outro fator que influencia na colheita da cenoura são as condições de mercado, ou
seja, o valor do produto no varejo, podendo o agricultor adiantar ou retardar a colheita a fim
de garantir um melhor preço ao seu produto.
Esta propriedade a colheita será realizada de forma semi-mecanizada, sendo uma
lâmina de corte conhecida como chapa, acoplada no hidráulico do trator que passa por
debaixo das raízes de cenoura desprendendo-as do solo. Assim, elas serão colhidas por
trabalhadores rurais que vão fazer a separação das cenouras ideais juntamente com a quebra
da parte aérea (rama da cenoura). As cenouras selecionadas serão colocadas em caixas de
plástico, que serão levadas para a lavagem e classificação na Beneficiadora Fonte Nova e
comercializados no CEASA de São Luís. A classificação será feita de acordo com a tabela 8.

Tabela 7: Classes de raízes de cenoura em função do comprimento e diâmetro.


Classes Comprimento (cm) Diâmetro (cm)
Longa 17 - 25 < 5,0
Média 12 - 17 > 2,5
Curta 5 - 12 > 1,0
Fonte: Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 76, de
25/02/75.

Após a classificação das cenouras provavelmente serão obtidas 1500 caixas de


cenoura.

2.12 Custo de produção


O custo de produção por hectare encontra-se detalhado na tabela abaixo:
15
Tabela 8: Custo de produção e lucro obtido por hectare.
Quant./ Valor(R$)/u VALOR
Insumos
Unid. há nid. TOTAL (R$)
Cama de frango t 20 100 2000
Calcario Magnesiano t 4,9 113,6 556,64
Cloreto de Potassio kg 414 2,14 885,96
Super Fosfasto Triplo kg 909 2,48 2254,32
Ureia kg 82 2,06 168,92
Borax kg 12 7 84
Sulfato de Zinco monohidratado
kg 12 6,5 78
Sementes (ISLA) kg 2,5 156,5 391,25
Herbicida (Afalon) L 2,2 115 253
Herbicida (Fusilade) L 0,5 52,35 26,175
Cartela IN C 20 5 100
Fungicida kg 25 35 875
TOTAL 7673,27
Quant./ Valor(R$)/u VALOR
Serviços e mão-de-obra
Unid. há nid. TOTAL (R$)
Preparo do solo (Subsolagem) h/m 2,6 118,06 306,96
Preparo do solo (Aração) h/m 1,6 111,12 177,79
Preparo do solo (Grade aradora) h/m 0,8 101,96 81,57
Preparo do solo (Grade niveladora) h/m 0,375 99 37,13
Adubação com Matéria Orgânica h/m 0,125 74,65 9,33
Preparo do solo (Encanteiradora) h/m 1,3 82,22 106,89
Distribuição de fertilizantes 0,375 74,59 27,97
Semeadura h/m 1,6 118,64 189,82
Fresagem h/m 0,85 58,96 50,12
Aplicações de pesticidas h/m 0,6 73,76 44,26
Trato cultural - desbaste d/h 40 35 1.400,00
Colheita (passagem de chapa)
h/m 1,3 60,00 78,00
Colheita/Lavagem/Classificação/Acondici
onamento d/h 40 35 1.400,00
Transporte da produção ton/há 30 23,55 706,50
Irrigação h/m 18 17 306,00
TOTAL R$ 4.922,33
CUSTO TOTAL/há R$ 12.595,60
PREÇO MÉDIO/cx* R$ 17,00
LUCRO/há R$ 12.904,41
*Preço médio de janeiro 2011 a abril de 2012 na CEASA-MG.
16
Fonte: Planilha de custos da cultura.

2.13 Programação da cultura e rotações


O planejamento da propriedade será feito da seguinte forma: fará-se o plantio da
cenoura escalonado em 4 plantios de 5 ha. O primeiro será feito no dia 31/07/13, sendo feitos
o segundo, terceiro e quarto na primeira, segunda e terceira semana, respectivamente, após o
primeiro plantio. Como são 40 ha, nos outros 20 ha serão semeadas sementes de Brachiaria
ruziziensis. Após a colheita de todos os plantios de cenoura, será cultivado soja de dezembro a
março nos 40 ha. Em seguida, será cultivado milho de Abril a Julho, lembrando que será
semeada a brachiaria junto com o milho na área onde cultivou-se anteriormente a cenoura,
constituindo, assim, a rotação de culturas. Foi escolhida a rotação de culturas com brachiaria
devido à cenoura ser plantada na época de seca, não podendo ter sua irrigação comprometida
pelo cultivo de outra cultura. Com base no planejamento do primeiro ano, os demais anos
seguem raciocínio semelhante, com todas as atividades ocorrendo em semanas
aproximadamente iguais à desse primeiro ano.

Tabela 9: Cronograma de atividades da propriedade durante o primeiro ano.

Data Atividade
22/04/2013 Inicio da subsolagem
30/04/2013 Término da subsolagem e aplicação de metade da calagem
02/05/2013 Inicio da aração
07/05/2013 Término da aração
08/05/2013 Aplicação da outra metade da calagem
09/05/2013 Início primeira gradagem
10/05/2013 Término gradagem
27/06/2013 Aplicação da matéria orgânica
28/06/2013 Gradagem com grade niveladora
29/07/2013 Encanteiramento para o plantio 1
30/07/2013 Distribuição de fertilizantes para o plantio 1 e encanteiramento
31/07/2013 Semeadura do plantio 1 e liberação dos inimigos naturais
20/08/2013 Aplicação de herbicida
26/08/2013 Desbaste
30/08/2013 Primeira cobertura
31/08/2013 Fresagem
19/09/2013 Segunda cobertura
02/09/2013 Aplicação de Fungicida
16/09/2013 Aplicação de Fungicida
30/09/2013 Aplicação de Fungicida
07/10/2013 Aplicação de Fungicida
21/10/2013 Aplicação de Fungicida
17
04/11/2013 Início da colheita do plantio 1
08/11/2013 Término da colheita do plantio 1
02/12/2013 Início do plantio de soja
03/12/2013 Término do plantio de soja
25/03/2014 Início da colheita da soja
27/03/2014 Término da colheita da soja
28/03/2014 Início do plantio de milho
29/03/2014 Término do plantio de milho
28/07/2014 Início da colheita de milho
30/07/2014 Término da colheita de milho
Fonte: Calendário de planejamento da propriedade.

3 Cultura da Soja

3.1 A Cultura da Soja


De forma simplificada, pode-se dizer que a cultura da cenoura apresenta os seguintes
estádios fenológicos:

Figura 1: Ciclo fenológico da soja.

3.1.1 Escolha do cultivar


Nas regiões Norte e Nordeste, o clima e o tipo de solo são favoráveis para o cultivo de
soja e, atualmente, se caracterizam por ser uma grande área de expansão da cultura. Dentre as
tecnologias demandadas pela cultura nessas áreas está a utilização de cultivares adaptadas às
condições tropicais de baixa latitude. Isso tem sido conseguido por meio da alteração da
resposta de genótipos ao fotoperíodo curto, introduzindo-se genes para período juvenil longo.

A BRS 326 é uma cultivar convencional do grupo de maturidade 8.7 (ciclo precoce),
com elevado potencial produtivo. Como características importantes destacam-se a sua

18
precocidade (que possibilita inserção num sistema de sucessão de culturas soja-milho
safrinha), a sua estabilidade na altura de plantas (que possibilita o plantio em áreas de baixas
altitudes) e, por fim, uma moderada resistência ao nematóide formador de galhas
Meloidogyne javanica.

Os rendimentos de grãos da cultivar BRS 326 em média nas safras 2006/2007,


2007/2008 e 2008/2009 foi de 3.371 kg/ha (ou 56,18 sc/ha), ficando próxima dos padrões
P98N82 (3.337 kg/ha – 55,62 sc/ha), M-Soy 8866 (3.519 kg/ha – 58,65 sc/ha) e da BRS
Tracajá (3.548 kg/ha – 59,13 sc/ha).

Assim foi escolhida a cultivar BRS 326 devido as suas características se enquadrarem
nos propósitos de rotação de culturas da propriedade.

3.1.2 Relação clima e cultura


A soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20°C e 30°C; a temperatura ideal
para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30°C. A disponibilidade de água é
importante, principalmente, em dois períodos de desenvolvimento da soja: germinação-
emergência e floração- enchimento de grãos. Durante o primeiro período, tanto o excesso
quanto o déficit de água são prejudiciais à obtenção de uma boa uniformidade na população
de plantas. A semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50% de seu peso em água para
assegurar boa germinação. Nessa fase, o conteúdo de água no solo não deve exceder a 85% do
total máximo de água disponível e nem ser inferior a 50% (Embrapa, 2003).

A necessidade de água na cultura da soja vai aumentando com o desenvolvimento da


planta, atingindo o máximo durante a floração-enchimento de grãos (7 a 8 mm/dia),
decrescendo após esse período. Déficits hídricos expressivos, durante a floração e o
enchimento de grãos, provocam alterações fisiológicas na planta, como o fechamento
estomático e o enrolamento de folhas e, como conseqüência, causam a queda prematura de
folhas e de flores e abortamento de vagens, resultando, por fim, em redução do rendimento de
grãos (Embrapa, 2003).

A necessidade total de água na cultura da soja, para obtenção do máximo rendimento,


varia entre 450 a 800 mm/ciclo, dependendo das condições climáticas, do manejo da cultura e
da duração do ciclo (Embrapa, 2003).

19
3.3 Correção e fertilidade do solo

A fertilidade do solo antes do início das atividades na área encontra-se disponível na


tabela 10.

Tabela 10: Resultados da análise de solo da camada de 0-20 cm.

mg/L

mg/ dm³ cmolc/dm³ % dag/kg

pH P K Na Ca Mg Al³⁺ H+Al SB CTC CTC V m MO P-rem


(H2O) (t) (T)
6,3 5,1 75 0 2,6 0,8 0,5 2 3,6 4,01 5,6 60 12 1,8 23
Fonte: Laboratório de análise de solo.

3.3.1 Adubação plantio

A partir da análise de solo, chegou-se nas seguintes recomendações 120 Kg/ha de P e


40 Kg/ha de K. Dessa forma, a formulação NPK de plantio será de 00-03-01. Serão utilizados
os seguintes fertilizantes nas suas respectivas quantidades:

• superfosfato triplo (44% de P2O5 e 14% de Ca): 275 kg/ha;


• cloreto de potássio (58% de K2O e 45-48% de Cl): 70 kg/ha.

3.4 Semeadura

Como a soja não é uma cultura nativa do Brasil e a bactéria que fixa o nitrogênio
atmosférico (bradirizóbio) não existe naturalmente nos solos brasileiros, é indispensável que
se faça a inoculação da soja nessas condições, para garantia de obtenção de alta
produtividade. (Embrapa, 2003). As sementes serão inoculadas de forma que fiquem com
mais ou menos 300.000 células/semente, assim como também o Co e o Mo são
indispensáveis para a eficiência da fixação biológica de nitrogênio esses nutrientes são para
aplicação de 2 a 3 g de Co e 12 a 30 g de Mo/ha via semente.

O plantio será realizado na área total correspondendo a 40 hectares, sendo 20 ha onde


estava plantado com cenoura e 20 ha com Brachiaria ruzizienses dessecada. Espera-se atingir
20
um estande de 240 mil plantas/ha espaçamento de 50 cm entre linhas com 12 plantas por
metro linear.

3.5 Fitopatologias

Tendo em vista as principais doenças que a cultura possui e as condições climáticas da


região de São Luís, as principais fitopatologias que podem ocorrer são a ferrugem asiática da
soja, causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd.), que é uma das doenças
mais severas que incide na cultura e o oídio (Microsphaera diffusa Cooke & Peck) sendo que
esse patógeno afeta toda a parte aérea da planta, atingindo principalmente as folhas podendo
causar desfolha. Serão feitas duas pulverizações com Priori Xtra SC (nome comercial) contra
ferrugem Asiática, sendo utilizados 0,5 L/ha do produto comercial em um volume de calda de
400 L/ha, e duas com Carben 500 SC contra oídio, sendo utilizados 300 mL/ha do produto
comercial em um volume de 200 L/ha.

3.6 Pragas

Na cultura da soja destacam-se principalmente a lagarta da soja Anticarsia gemmatalis


e percevejo pequeno Piezodorus guildinii. A lagarta da soja ataca as folhas, raspando-as
enquanto são pequenas, ocasionando pequenas manchas claras; à medida que crescem, ficam
vorazes e destroem completamente as folhas, podendo danificar até as hastes mais finas. Já os
percevejos com suas picadas para se alimentarem atingem diretamente os grãos em formação,
o dano direto varia,dependendo do estágio em que se encontra o grão, desde a inviabilização
total da semente, por abortamento, até a redução do vigor e potencial germinativo. Como
danos indiretos são citados a transmissão de doenças fungicas e indução de um distúrbio
fisiológico que afeta a maturação normal das plantas atacadas, ficando estas com as folhas
verdes ao final do ciclo, gerando problemas na colheita pelo excesso de umidade. Será feita
uma aplicação com Able SC (nome comercial) contra lagarta da soja na dose de 0,5 L/ha em
um volume de calda de 200 L/ha e uma aplicação de Rapel contra o percevejo pequeno na
dose de 1 Kg/ha em um volume de calda de 250 L/ha.

21
3.7 Plantas daninhas

As plantas daninhas constituem grande problema para a cultura da soja e a necessidade


de controlá-las, um imperativo. Conforme a espécie, a densidade e a distribuição da invasora
na lavoura, as perdas são significativas. A invasora prejudica a cultura, porque com ela
compete pela luz solar, pela água e pelos nutrientes, podendo, a depender do nível de
infestação e da espécie, dificultar a operação de colheita e comprometer a qualidade do grão.
Os métodos normalmente utilizados para controlar as invasoras são o mecânico, o químico e o
cultural. Quando possível, é aconselhável utilizar a combinação de dois ou mais métodos
(Embrapa, 2003).

Nesta propriedade será feito o controle cultural por meio de arações e gradagens.
Porém, será preciso utilizar o controle químico para o controle de caruru-branco (Amaranthus
hybridus) e capim-marmelada (Brachiaria plantaginea). Será feita uma pulverização com o
herbicida Pivot CL (nome comercial) para o controle do capim marmelada e caruru na dose de
1 L/ha do produto comercial em um volume de calda de 300 L/ha.

3.8 Operações mecanizadas

Tabela 11: Detalhamento das operações mecanizadas da cultura da soja.

Conj. mecanizado Ht (h) Vel Ef COE LA (m)


(km/h) (ha/h)
1 T1 + grade 32 7 0,85 1,25 2,10
aradora
2 T1 + grade niv. 15 8 0,85 1,18 2,31
3 T2 + semeadora* 14 8 0,85 2,86 4,20
4 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
5 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
6 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
7 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
8 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
9 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
10 Colhedora** 20 6 0,8 2 4,17

* Semeadora: Massey Ferguson 627 M


** Colhedora: Massey Ferguson 5650 SR

22
3.9 Custo de produção

O custo de produção da soja encontra-se realcionado na tabela abaixo:

Tabela 12: Custo de produção por hectare da cultura da soja em São Luís.

Valor
Unidade Quantidade/ha Preço (R$)/unid. (R$)
1 - Insumos
Sementes kg 40 2,75 110
Adubação de plantio ton 0,345 2208,90 762,07
Trat sementes Mo e Co L 0,15 57,26 8,59
Inoculante kg 0,25 26,00 6,50
Fungicida L 0,3 191,66 57,50
Inseticida L/kg 0,5 e 1 50,00 e 45,00 70,00
Herbicida kg 1 15,00 15,00
Herbicida kg 2 20,00 40,00
2 - Operações mecanizadas
Trator + grade aradora h 0,8 101,96 81,57
Trator + grade niveladora h 0,375 99,00 37,13
Trator+ semeadora h 0,35 125,00 43,75
Trator + pulverizador h 0,5 73,82 36,91
Colhedora h 0,5 156,66 78,33
3 - Custos diversos
Frete* R$ 1 70,00 140,00
TOTAL 1487,34
Soja - Balsas-MA
(18/05/2012) sc 56 53 2968
LUCRO/ha 1480,66
*Refere-se ao custo para trazer os insumos até a propriedade e o transporte da colheita até o
porto de São Luís.
Fonte: Cálculos realizados para a cultura da soja.

4 A cultura do milho

4.1 Ciclo fenológico


De forma simplificada, pode-se dizer que a cultura da milho apresenta os seguintes
estádios fenológicos:

23
Legenda: Estádio 0 – Germinação/emergência. Estádio 1 – Planta com 4 folhas totalmente
desdobradas. Estádio 2 – Planta apresentando 8 folhas totalmente desdobradas. Estádio 3 –
Plantas com 12 folhas totalmente desdobradas. Estádio 4 –Emissão do pendão. Estádio 5 –
Florescimento e polinização. Estádio 6 – Grãos leitosos. Estádio 7 – Grãos pastosos.
Estádio 8 – Grãos farináceos (início da formação de "dentes"). Estádio 9 – Grãos duros.
Estádio 10 – Grãos maduros fisiologicamente.

Figura 2: Ciclo fenológico do milho.

4.2 Escolha da cultivar


Figura 2: Ciclo fenológico do milho.

De acordo com o “Sistema de Produção – Milho” (Embrapa), o rendimento de uma


lavoura de milho é o resultado do potencial genético da semente e das condições
edafoclimáticas do local de plantio, além do manejo da lavoura, sendo a cultivar é responsável
por 50% do rendimento final.

Segundo Embrapa (2004b), em Arapurus, a cidade mais próxima de São Luís, a


produtividade da variedade Sertanejo (especialmente adaptada ao nordeste) foi de 5716 kg/ha.
Mas, segundo Bastos et. al. (2007), as seguintes variedades foram as que apresentaram maior
produtividade em algumas regiões do estado do Maranhão: DKB 360, 2 B710, P 30 F 35, 2 C
5202 e B 587. Dessas, as únicas comerciais disponíveis no mercado são a P 30 F 35 e a
2B587. Assim, a cultivar escolhida foi a P 30 F 35, a qual apresenta os eventos transgênicos
Herculex (proteção a insetos da parte aérea) e Liberty Link (tolerância a herbicidas).

24
4.3 Relação clima-cultura
Embora o milho responda à interação de todos os fatores climáticos, pode-se
considerar que a radiação solar, a precipitação e a temperatura são os de maior influência, pois
atuam eficientemente nas atividades fisiológicas interferindo diretamente na produção de
grãos e de matéria seca (Sistema de Produção - Milho).

Entre os aspectos relacionados à temperatura, pode-se dizer que por ocasião da


floração, temperaturas medias superiores a 26 ºC aceleram o desenvolvimento dessa fase e
inferiores a 15,5 ºC o retarda.

Quanto à precipitação, pelo fato da cultura do milho apresentar baixo rendimento


econômico ela é geralmente cultivada no período chuvoso e, portanto, em áreas que não
possuem irrigação. A literatura tem mostrado que as máximas produtividades ocorrem quando
o consumo de água durante todo o ciclo está entre 500 e 800mm e que a cultura exige um
mínimo de 350-500 mm para que produza sem necessidade de irrigação. Dessa forma, o
cultivo do milho em São Luís torna-se favorável durante o período de Abril a Julho, o qual
apresenta precipitação acima de 1000 mm (1101 mm). Nas regiões onde soja e milho são
plantados normalmente, o Sistema de Plantio Direto se beneficia dessa rotação, que é benéfica
a ambas as culturas (Sistema de Produção - Milho). Na semeadura do milho safrinha após a
soja precoce, é o milho que, então, é mais beneficiado.

4.4 Adubação e fertilidade do solo

A fertilidade do solo antes do início das atividades na área encontra-se disponível na


tabela 1.

Tabela 13: Resultados da análise de solo da camada de 0-20 cm.

mg/dm³ cmolc/dm³ % dag/kg mg/L


pH P K Na Ca Mg Al H+Al SB CTC CTC V m MO P-
(H2O) (t) (T) rem
6,5 5,1 70 0 2,5, 0,8 1,0 3,47 1,24 1,74 4,71 60 58 1,8
Fonte: Laboratório de análise de solo.

25
A partir da análise de solo, chegou-se nas seguintes classes de disponibilidade, de
acordo com Broch (2006):

• Argila de 31-45% e teor de matéria orgânica maior que 2,5%: teor de

matéria orgânica bom. Considerando teor de matéria orgânica bom e produtividade esperada
maior que 180 sacas/ha, a recomendação total de N é 180 kg/ha, sendo feita a aplicação de
30kg/ha no plantio.

• Considerando P=5,1mg/dm³, que é baixo, e que o teor de argila está entre 36 a 60%,
para uma correção gradual no sulco o recomendado é 80 kg/ha de P2O5.
• Considerando teor de argila de 31-45% e K=0,18 cmolc/dm³: K médio. Assim, será
feita uma adubação de correção de 75 kg/ha de K2O.

Dessa forma, a formulação NPK de plantio será de 3:8:7,5. Serão utilizados os


seguintes fertilizantes nas suas respectivas quantidades:

• uréia (45% de N): 66,7 kg/ha;


• superfosfato triplo (44% de P2O5 e 14% de Ca): 181,8 kg/ha;
• cloreto de potássio (58% de K2O e 45-48% de Cl): 103,3kg/ha, para evitar os efeitos
de salinidade do K, o que ocorre quando são feitas adubações de plantio maiores que 60 kg/ha
de K2O.

Adubação de cobertura: de acordo com trabalho realizado pela Fundação MS no ano


de 2009, o milho tem apresentado boa resposta à adubação nitrogenada, havendo aumento na
produção até doses totais de 225 kg ao longo de todo o ciclo. Além disso, em outro trabalho
da Fundação em 2007 em condições de solo semelhantes à deste trabalho, conseguiu-se
produtividade de quase 190 sc/ha com cobertura de 150 kg/ha de N, além de 30kg/ha no
plantio e outros 45kg/ha antecipadamente. Assim, será feita uma adubação de cobertura
quando a planta apresentar entre 2 e 4 folhas com 150 kg/ha de N (333,3 kg/ha de uréia),em
uma única aplicação, tendo em vista que o potencial de perdas de N no solo onde será feito o
plantio é baixo. Nessa mesma cobertura será aplicado também 25,9 kg/ha de KCl.

26
4.5 Semeadura
Segundo trabalho realizado pela Fundação MS (2007), a maioria dos híbridos
apresentou aumento de produtividade no espaçamento de 0,45 m em relação ao espaçamento
de 0,80 m. Assim, será adotado o espaçamento de 0,45 m objetivando-se uma população de
60000 plantas/ha. Com isso, a quantidade de plantas por m linear será de 2,7. Será feita a
semeadura na área total, ou seja, 40 ha.

4.6 Fitopatologias
Tendo em vista as principais doenças que a cultura possui e as condições climáticas da
região de São Luís, as principais fitopatologias que podem ocorrer são a cercosporiose e a
podridão por diploidia.
De acordo com o Sistema de Produção – Milho (Embrapa), a cercosporiose
(Cercospora zeae-maydis e C. sorghi f. sp.. maydis) é uma doença que está presente em
praticamente todas as áreas de plantio de milho no Centro Sul do Brasil. Os sintomas
caracterizam-se por manchas de coloração cinza, retangulares a irregulares com as lesões
desenvolvendo-se paralelas às nervuras. Pode ocorrer acamamento em ataques mais severos
da doença. Os restos de cultura são, portanto, fonte local e fonte para outra áreas. Podem ser
adotadas as seguintes medidas para manejar a doença: plantio de cultivares resistentes; evitar
a permanência de restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu com alta
severidade e realizar rotação com culturas como soja, sorgo, girassol, algodão e outras, uma
vez que o milho é o único hospedeiro da Cercospora zeae-maydis. Assim, além da adoção de
medidas anteriormente citadas, será feito o controle químico com o fungicida Aproach Prima
SC com a dose de 0,35 L para os 200 L de calda/ha necessários, com intervalo de segurança
de 42 dias. Este fungicida foi escolhido por apresentar a menor toxidez dentre os fungicidas
registrados para essa doença na cultura do milho. Será feita somente uma aplicação preventiva
quando a planta apresentar de 7 a 8 folhas.
Outra fitopatologia que pode ocorrer na cultura do milho em São Luís é a podridão por
diploidia, que são favorecidas por temperaturas entre 28 e 30 oC e alta umidade,
principalmente na forma de chuva, sendo condição muito semelhante à encontrada em São
Luís. A doença pode ser causada pelos fungos Diplodia maydis ou Diplodia macrospora, os
mesmos agentes causais da podridão branca das espigas, sendo que D. macrospora pode
também causar lesões foliares em milho. As plantas infectadas por qualquer um desses
fungos apresentam, externamente, próximo aos entrenós inferiores, lesões marrom-claras,
27
quase negras nas quais é possível observar a presença de pequenos pontinhos negros
(picnídios). Internamente, o tecido da medula adquire coloração marrom, pode
se desintegrar permanecendo intactos somente os vasos lenhosos sobre os quais é possível
observar também, a presença de picnídios. Como os fungos apresentam como único
hospedeiro o milho, a rotação de cultura é uma medida eficiente no controle dessa doença. As
práticas da aração e gradagem quando associadas à rotação de culturas, reduzem
significativamente a quantidade de inóculo do patógeno no solo e, consequentemente, a
intensidade da doença nas próximas semeaduras. Tendo em vista que é uma doença para a
qual não se tem fungicidas registrados (no Agrofit sequer há registro da praga) foram
adotadas somente as medidas de manejo, ou seja, sem a utilização de fungicidas.

4.7 Pragas
Entre as possíveis pragas que podem ocorrer na cultura, destacam-se a lagarta do
cartucho e lagarta-elasmo.
A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) atacando plantas mais jovens de milho
pode causar a sua morte, especialmente quando a cultura é instalada após a dessecação no
sistema de plantio direto. Nessas condições, a lagarta já está presente na área e quando o
milho emerge as lagartas podem causar danos nas plantas ainda jovens, aumentando
significativamente sua importância no estabelecimento da população de plantas ideal na
lavoura. Entre as medidas de controle, o tratamento de sementes tem sido o método mais
recomendado para controle das pragas iniciais do milho. Assim, considerando que área já
apresenta um histórico dessa praga, será feito o tratamento das sementes e a pulverização.
Para o tratamento, será utilizado o inseticida Futur 300, o qual é do gupo thidiocarb. A dose
recomendada é de 2 L do produto para cada 100 kg de sementes. Além disso, para o controle
da praga no campo será utilizado o controle biológico com o inseticida Thuricide, que é a base
de Bacillus thuringiensis. A dose recomendada é 600 g/ha, com a aplicação de 600 L de calda
por ha. Serão feitas duas aplicações: a primeira quando a planta apresentar 7 ou 8 folhas e a
segunda no desenvolvimento das espigas. Outra importante forma de controle da praga é a
manutenção dos inimigos naturais, como o predador Doru luteipes e os
parasitóides Trichogramma spp., Telenomus sp., Chelonus insularis e Campoletis flavicincta.
Outra praga que apresenta importância, apesar de ser esporádica, é a lagarta-elasmo
(Elasmopalpus lignosellus) devido sua capacidade de destruição num intervalo curto de
tempo. As lagartas recém eclodidas iniciam raspando as folhas e dirigem para a região do
28
coleto da planta, onde cava uma galeria vertical. A destruição do ponto de crescimento
provoca inicialmente murcha e posteriormente morte das folhas centrais proporcionando
provocando o sintoma conhecido como "coração morto". Entre as medidas de controle em
áreas de risco, deve ser usado o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos à base de
tiodicarb, carbofuran ou imidacloprid. A alta umidade do solo contribui para reduzir os
problemas causados pela lagarta-elasmo no milho. Assim, para essa praga também será feito o
mesmo tratamento de semente que é feito para a lagarta-do-cartucho, sendo utilizado o
inseticida Futur 300.

4.8 Plantas daninhas


As práticas de controle a serem adotadas no milho "safrinha" ou milho de segunda
época que é semeado em sua maioria, após a cultura de verão em final de fevereiro e março,
devem levar em conta que o plantio do milho nesse período apresenta maior risco e produção
menor que a época normal (Sistema de Produção - Milho). Nesse período a temperatura do
solo é menor, fazendo com que a emergência e desenvolvimento das plantas daninhas seja
menor e, por conseguinte, a pressão exercida por elas é reduzida, especialmente as gramíneas,
que tem como época preferencial de emergência os meses de outubro a dezembro. Com isso,
as condições encontradas em São Luís são o inverso das encontradas no restante do Brasil.
Dessa forma, a época em que será cultivado milho “safrinha” (abril a julho) tende a ser muito
favorável à ocorrência de plantas daninhas.
Na propriedade há histórico de plantas daninhas como caruru-de-espinho (Amaranthus
spinosus) e capim-marmelada (Brachiaria plantaginea). Como a cultivar escolhida apresenta
tolerância a herbicidas, será utilizado no controle dessas plantas o herbicida Glifosato Nortox
(nome comercial) com a dose 2 L para cada 450 L, que é a dose de calda recomendada por ha.

4.9 Operações mecanizadas


Para a implantação da cultura do milho e seus devidos tratos culturais, serão
necessárias as seguintes operações mecanizadas, com seu respectivo número: 1 – plantio; 2 –
aplicação de herbicida; 3 – cobertura; 4 – aplicação de fungicida; 5 – aplicação de inseticida
biológico; 6 – aplicação de inseticida biológico; 7 – Colheita.
Tabela 14: Detalhamento das operações mecanizadas da cultura do milho.

Conj. mecanizado Ht (h) Vel Ef COE LA (m)

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(km/h) (ha/h)
1 T2 + semeadora* 14 8 0,85 2,86 4,20
2 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
3 T2 + distribuidora 5 7 0,7 8 16,33
4 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
5 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
6 T2 + pulverizador 4 8 0,75 10 16,7
7 Colhedora** 20 6 0,8 2 4,17
* Semeadora: Massey Ferguson 627 M
** Colhedora: Massey Ferguson 5650 SR
Fonte: Cálculos realizados para as operações mecanizadas da cultura do milho.

4.10 Custo de produção


O custo de produção e o lucro por hectare estão relacionados na tabela abaixo:

Tabela 15: Custo de produção por hectare para a cultura do milho em São Lu

Unidade Quantidade/há Preço (R$)/unid. Valor (R$)


1 - Insumos
Sementes kg 20,5 12,50 256,25
Adubação de plantio ton 0,3518 2297,70 808,33
Adubação de cobertura ton 0,3592 2090,30 750,84
Fungicida (Aproach
prima) L 0,35 40,00 14,00
Inseticida (Futur 300) L 0,41 70,00 28,70
Inseticida (Thuricide) kg 0,6 55,00 33,00
Herbicida (Glifosato) kg 2 20,00 40,00
2 - Operações
mecanizadas
Trator + semeadora h 0,35 125,50 43,93
Trator + distribuidora h 0,125 74,65 9,33
Trator + pulverizador h 0,4 73,82 29,53
Colhedora h 0,5 156,66 78,33
3 - Custos diversos
Frete* R$ 140,00
TOTAL 2232,231
Milho - Tangará da
Serra/MT (20/05/2012) sc 180 21,00 3780,00
LUCRO/há 1547,77
*Refere-se ao custo para trazer os insumos até a propriedade e o transporte da colheita até o
porto de São Luís.
Fonte: Cálculos de custo realizados para a cultura do milho.

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Referências bibliográficas:
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