Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Rio de Janeiro
2019
Aprendizagem da matemática: cotidiano Escolar e as dificuldades
RESUMO
Este trabalho surgiu a partir da preocupação de se estudar a importância de como se dá, o processo de
aprendizagem da matemática no espaço escolar, e também de como professores lidam com alguns
problemas e distúrbios que alguns de seus alunos apresentam.. Baseados nos princípios teóricos de
Piaget e Vygotsky, buscamos conhecer, por meio de uma pesquisa, o que dizem os professores sobre
as dificuldades de aprendizagem de seus alunos e as causas destas dificuldades. Percebemos que
alunos com distúrbios de aprendizagem apresentam mais dificuldades no processo da aprendizagem do
que os alunos que não têem estes tipos de distúrbio. Pesquisamos alguns deste distúrbios, que estão
sendo bem freqüente no espaço escolar. Como a discalculia , que vem a ser definida como um distúrbio
da desordem neurológica específica que afeta a habilidade de compreender e manipular os números. Um
outro distúrbios é a dislexia que envolvem áreas básicas da linguagem onde afeta a escrita. E por último
vamos analisar também o distúrbios de Transtorno do Déficit de atenção com Hiperatividade, onde este
transtorno neurobiológico inicialmente está vinculado à uma lesão cerebral mínima. Em base nas teorias
de aprendizagem de Piaget e de Vygotsky e nas dificuldades da aprendizagem acima relacionada,
verificamos qual o papel do professor neste processo pesquisado. Os resultados mostram que os
professores precisam estar atentos para esta realidade. Um outro papel do professor muito importante
do professor é resgatar a autoconfiança do aluno. Descobrir suas habilidades para que possa acreditar
em si mesmo ao se destacar em outras áreas. Em fim a pesquisa realizada contribuiu muito para que
tenhámos uma analise mais profunda e clara em relação as dificuldades na aprendizagem da
matemática no cotidiano escolar.
3
usam os livros didáticos? E quem escolhe os livros didáticos? Como os alunos
utilizam a matemática no seu dia-dia?
Para entender melhor a relação do ensino e aprendizagem da matemática
escolar, não se pode deixar de considerar alguns autores relacionados à educação em
geral e principalmente a matemática. Relataremos algumas teorias de autores como
Piaget, Vygotsky .
Inicialmente, é importante saber de que forma se dá o conhecimento. Para os
inatistas, o conhecimento e pré-formado, isto é,já nascemos com o conhecimento. Para
os empiristas o conhecimento sé dá através da experiência que vai se acumulando.
Para os construtivistas, o conhecimento resulta da interação do sujeito com o
ambiente. Decorrente destes pensamentos, é inegável a contribuição de muitos
estudiosos para que tenhamos uma educação com qualidade e sobre tudo de como o
ensino e aprendizagem da matemática no espaço escolar pode ser visto de uma forma
mais produtiva
De acordo com as teorias de. Vygotsky ( apud, OLIVEIRA, 1993 ) o processo de
desenvolvimento e aprendizagem estão interligados na experiência escolar, por meio
da relação entre professor e aluno, pois habilidade dos alunos vem de encontro com as
habilidades dos adultos.Vygotsky amplia essa idéia quando afirma que: “o que a criança
é capaz de fazer com auxilio dos adultos chama-se zona de desenvolvimento potencial.
Piaget ( 2007) traz outras contribuições, quando afirma:
Que o objetivo da educação intelectual não é saber repetir ou conservar
verdades acabadas, pois uma verdade que é reproduzida não passa de uma
semiverdade: é aprender por si próprio a conquista do verdadeiro, correndo o
risco de despende tempo nisso e de passar por todos os modelos que uma
atividade real pressupões( PIAGET, 2007,p.61 )
O que Piaget parece explicar é que o professor não deve estimular a repetição
de uma forma de resolver situação problema, a sua como se fosse a verdade. Ao
contrario, deve estimular outras possibilidades de soluções por parte dos alunos. Não
deve, portanto achar que é o dono da verdade e dono do conhecimento. Os alunos
também têm suas verdades e seus conhecimentos pré-estabelecidos e que juntos
podem e devem criar novos conhecimentos .Em fim que o aluno deve aprender a
aprender. Para que isso ocorra, o conteúdo deve ser meio para construção de
4
competências e não um fim em si mesmo, ou seja, o conhecimento não deve ser
simplesmente transmitido ao aluno e sim experimentado por ele.
Uma outra estudiosa que nós ajuda entender melhor a lógica da matemática é
Teresinha Carraher quando ela relata que:
O ensino da matemática se faz, tradicionalmente , sem referência ao que
os alunos já sabem. Apesar de todos reconhecermos que os alunos
como se nada soubessem sobre tópicos ainda não ensinados. Os
estudos narrados aqui nos mostram tantas situações em que
aprendemos matemática fora de sala de aula que a professora de
matemática poderá, a partir deles, ficar mais atenta para as situações
diárias em que a matemática intervém. Mas não é só isso; alguns desses
estudos “analisam” certas regras, mostrando seus componentes, suas
inconsistências quando elas são colocadas num quadro mais amplo, a
perda de significado das atividades matemáticas realizadas na sala da
aula ( 1994, p. 21.).
6
2.TEORIAS DE APRENDIZAGEM
7
Descreveremos as etapas, em linhas gerais, procurando enfocar algumas das
condições que as caracterizam e que falam mais de perto sobre a questão do
conhecimento lógico matemático.
Piaget ( 2007 ) relata que a primeira etapa, denominada sensório motor, vai do
nascimento até mais ou menos aos dois anos de idade. As percepções sensoriais e os
esquemas motores representam a base para a solução de problemas. O pensamento
sensório motor vai se modificando aos poucos e esquemas mais complexos vão sendo
elaborados de forma a dar origem ao aparecimento da função simbólica.
A segunda etapa, chamada de pré-operatória, emerge com o aparecimento da
função simbólica, alterando significativamente a forma como a criança lida com o meio.
Nesta etapa, que compreende o período de 2 a 6 anos, há um marco com o
aparecimento da linguagem oral , quando a criança descobre a qualidade dos objetos.
Detecta cor, forma, tamanho, suas posições e relações espaciais. Segundo Piaget (
2007) “é assim que a criança aprende as relações pré-aritméticas básicas”.
Com as relações assimétricas, há a percepção de que dois objetos estão
relacionados entre si por uma qualidade oposta: se esta bola é menor que a outra, esta
outra é maior que a primeira.
Nas relações de seriação, há a possibilidade de a criança aplicar as relações
assimétricas em cadeia com vários objetos formando seriações. Isso é a base para que
possa, no futuro, ordenar números quantitativamente. De acordo com Piaget ( 2007),
essas aquisições permitem que a criança manipule conceitos como: muito/pouco,
mais/menos, tudo/nada, alguns/quase todos, igual, o mesmo que (quantificadores).
Ocorre, porém, que a idéia de muito/ pouco depende do que visualmente pareça à
criança, pois dois conjuntos dispostos paralelamente parecem iguais.
Na etapa seguinte, denominada operatório-concreta, que ocorre mais ou menos
dos 7 aos 12 anos, começa a haver preponderância do pensamento lógico e objetivo,
com o pensamento menoscentrado no sujeito. Na experiência que mencionamos acima,
a criança será capaz de compreender que a fila de a tem a mesma quantidade de b.
O pensamento é denominado operatório porque é reversível, ou seja, o sujeito
pode retornar mentalmente o ponto de partida, pois opera quando tem noção, por
exemplo, de que 5 + 2 = 7, pois sabe que 2 + 5 = 7. A construção das operações
8
possibilita a elaboração da noção de conservação. Então, o pensamento passa a
basear-se mais no raciocínio do que na percepção. O pensamento é denominado
concreto, pois a criança só consegue pensar se estiver apoiada em dados que podem
ser observados. Pode ordenar, seriar, mas não pode pensar abstratamente apenas com
base em enunciados e proposições.
A partir mais ou menos dos 13 anos, o sujeito encontra-se na etapa operatório-
formal. O adolescente se torna capaz de raciocinar logicamente e livre das limitações
da realidade concreta. O raciocínio pode utilizar hipóteses e considerar possibilidades.
Assim, torna-se possível derivar das hipóteses todas as conseqüências lógicas
cabíveis.
Algumas ressalvas são feitas à escola piagetiana, dentre as quais encontra-se a
de Carraher e Schliemann (1997). Os autores salientam que a teoria piagetiana e os
trabalhos que nela se inspiram não procuram mensurar nem explicar as diferenças
individuais, além de não envolverem análise das aquisições culturais, que consideram
importantes para a aprendizagem escolar. Concluem, com isso, que a relação entre a
teoria em foco e a aprendizagem escolar da matemática fica enfraquecida.
Segundo Piaget os estágios se desenvolvem em ordem seqüencial, num processo
continuo de construção do pensamento lógico, conforme mostra Goulart, (2004, p.145)
9
Em base na teoria de Piaget, podemos perceber que o conhecimento não é
transmitido progressivamente por meio de ações, que são interiorizadas e se
transformam a partir das estruturas anteriores . Para Piaget ( 2007), a construção do
conhecimento individual é única, a criança tem chance de errar e construir, para haver
desequilíbrio necessário para novas conquistas, ou seja, este é um movimento
dialético. Ele acredita que a aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento e tem
pouco impacto sobre ele, ou seja, ele minimizar o papel da interação social.
Piaget (2007), o nível de desenvolvimento colocava limites sobre o que podia ser
aprendido e sobre o nível de compreensão possível daquela aprendizagem. Ele se
fundamenta na corrente empirista, ele apresenta logo de seus estudos uma visão
interdisciplinar onde se pode observar a influencia em suas obras de três áreas da
ciência: a biologia, a filosofia e a psicologia, ou seja, a preocupação dele é
epistemológica e não psicológica nem educacional.
10
2.2TEORIA DE VYGOTSKY
12
alteração provocada pelo homem sobre a natureza altera a própria natureza do
homem.
Vygotsky( apud, GOULART, 2004) considera três estudos importantes para a
educação. Sendo a primeira a importância da fala, pois segundo ele:
O momento maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá
origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata,
acontece quando a fala e atividade prática, então duas linhas completamente
independentes de desenvolvimento, convergem. ( VYGOTSKY, apud
GOULART, 2004, p.161 )
Isto nos levar a pensar que esses métodos que mais favorecem o
desenvolvimento mental são os que levam o aluno a pensar, onde esse, vai saber
buscar os desafios para ir mais além.
Os fatores sociais para Vygotsky desempenham um papel fundamental no
desenvolvimento intelectual, onde a cultura vai estabelecer um conhecimento que é
internalizado e construído pelas crianças, pois ele acredita que o sujeito não é apenas
ativo, mais interativo, porque constitui conhecimento através de relações intra e
interpessoais.
Goulart (2004, p. 174 ),conclui “que o estado de desenvolvimento mental de uma
criança só pode ser determinado se forem revelados seus dois níveis: o nível de
desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento proximal, que representa o nível de
desenvolvimento potencial”.
De acordo com o pensamento de Vygotsky percebemos que ele caracteriza a
zona de desenvolvimento proximal como a distancia entre o desenvolvimento real, que
se costuma determinar através da solução, independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, onde este será determinado pela solução do problema, e
claro sob a ajuda de um adulto.
Um primata pode aprender bastante através do treinamento, usando as suas
habilidade motoras e mentais; no entanto, não se pode faze-lo mais inteligente,
isto é, não se pode ensina-lo a resolver, de forma independente, problemas
avançados. Por isso, os animais são incapazes de aprendizado no sentido
humano do termo; o aprendizado humano pressupõe uma natureza social
especifica e um processo através do qual as crianças penetram na vida
intelectual daquelas que as cercam. ( VYGOTSKY, apud MACIEL, 2001, p.71)
14
Assim, Maciel, (2001, p.71) relata que na “zona desenvolvimento proximal o
professor/ o adulto atua fazendo com que o aluno/criança caminhe dos conceitos
espontâneos para os científicos, dos processo elementares para os processo
psicológico superiores”. Vygotsky ressalta que o desenvolvimento das funções
superiores está na dependência do domínio dos meios culturais.
Vygotsky preocupa-se em integrar os aspectos cognitivos e afetivos do
funcionamento psicológico humano, pois segundo ele, “o homem como um ser social
que pensa, raciocina, deduz e abstraí, mas também como alguém que sente, que se
emociona, deseja, imagina e se sensibiliza, interagindo com o meio e com os outros”.(
VYGOTSKY, apud OLIVEIRA 1993, p. 55 )
15
3. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
3.1 DISLEXIA
A dislexia é um dos vários distúrbios de aprendizagem que merece estudos para
que haja uma efetiva ação psicopedagógica com o objetivo de diminuir seus sintomas.
Segundo Gonçalves (1999) a dislexia é um distúrbio de aprendizagem que
envolve áreas básicas da linguagem, podendo tornar árduo esse processo, porém, com
acompanhamento adequado, a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer
de aprender.
O psicopedagogo é um dos profissionais que faz parte do grupo multidisciplinar
de avaliação da dislexia, logo, é relevante focar o estudo na concepção
psicopedagógica, pela sua importância na instituição escolar, bem como na avaliação
diagnóstica e no tratamento de alunos disléxicos.
A dislexia é uma disfunção genética caracterizada por uma falha no
funcionamento do processamento da linguagem, ou seja, uma dificuldade de
estabelecer associações entre sinais gráficos (grafemas) e os sinais auditivos
(fonemas). É um dos muitos distúrbios da aprendizagem identificados, em geral, na fase
de alfabetização. A dislexia não é considerada doença, portanto não se pode falar em
cura, mas pode ser controlada com acompanhamento especializado. Em hipótese
alguma o disléxico tem comprometimento intelectual. É um distúrbio congênito e
hereditário (ALMEIDA, 2007 ).
Sabe-se que dislexia é um transtorno na área da leitura, que afeta a escrita,
geralmente esse transtorno pode ser detectado na fase da alfabetização, onde a
criança começa a familiarizar com textos. Pode se perceber se a criança tem esse
transtorno diante de alguns detalhes como por exemplo; ao ter dificuldades de soletrar,
demora em aprender a segurar a colher para comer sozinha, a fazer laço nocadarço do
sapato, pegar e chutar bola; atraso na locomoção; atraso na aquisição da linguagem;
dificuldades na aprendizagem das letras.
Segundo Myklebust ( 1983. p. 89) “ o distúrbio de aprendizagem é retardo ou
distúrbio específico de um ou mais processo de fala, linguagem, percepção,
comportamento, leitura, escrita e aritmética”. Ele afirma que a criança com dislexia
apresentara algumas características que são importantes observar dentre delas as
16
mais importantes são quanto a linguagem oral terá um início tardio ou repetido,
alteração na estrutura sintática, demonstrará dificuldades na palavra certa para
expressar idéias que parecem compreender, em versões de palavras, inabilidade para
se concentrar e compreender a linguagem falada.
A dislexia normalmente é hereditária. Estudos mostram que disléxicos
possuem pelo menos um familiar próximo com dificuldades na aprendizagem
da leitura e escrita. O distúrbio envolve percepção, memória e analise visual. A
área do cérebro responsável por estas funções envolve a região do lobo
occipital e parietal. E geralmente demonstra insegurança e baixa auto estima,
sentido-se triste e culpado. Muitos se recusam e realizar atividades com medo
de mostrar os erros e repetir o fracasso. Com isto criam um vínculo negativo
com a aprendizagem, podendo apresentar atitude agressiva com os
professores e colegas, segundo Bryant, (1997, pg 43) .
Logo devemos saber que a dislexia não é uma doença, mas compromete o
acesso ao mundo da leitura. A dislexia parecer bloquear o acesso de crianças
especiais à sociedade letrada, Martins, ( 2007, p.3 ) relata que:
17
Apesar de suas limitações, a criança com dislexia é totalmente capaz de
aprender e ter varas experiências saudáveis e construtivas na escol, pois ela possui
inteligência normal ou te muitas das vezes acima da média.
Almeida ( 2007) relata que a dislexia e a matemática estão interligados pois as
pessoas geralmente falam que não se saem bem em matemática, quando de fato
querem dizer que apresentam dificuldades em aritmética, pois segundo Almeida:
Com isso podemos perceber que a leitura, se apresentará lenta e como o ritmo
modificado, como também o domínio fonético, a retenção e compreensão insuficiente,
dificuldade em identificar os pontos mais importantes do tema, confusão de palavras
semelhantes e dificuldade para assimilar, o vocabulário novo.
Martins( 2007 ) relata que alguns sinais deverá ser detectado na pré-escolar e
na idade escolar, para os quais devemos estar sempre atentos, quando se realiza uma
avaliação de fonologia ou quando os pais comparecem com queixa: de falta de
atenção, demora para falar, apresenta dificuldades de aprender rimas e canções.
Pessoas com dislexia possuem algumas características que podem ser
percebidas no dia-dia tais como: letras confusas, letras espelhadas, dificuldade na
aquisição e automoção da leitura e da escrita, coordenação motora e na copia de texto,
lentidão na execução de tarefas escolares e tem também um vocabulário bem restrito.
Outras características bem nítidas que podemos perceber e que elas também
apresentam outras dificuldades como: confusão de letras, sílabas ou palavras que se
parecem graficamente; inversão de letras com grafia similar; inversões de sílabas;
adições ou omissões de sons; ao ler pula linha ou volta para anterior; soletração
defeituosa: lê palavra, sílaba por sílaba, ou reconhece letras isoladamente sem poder
ler; leitura lenta para a idade; ao ler movem os lábios murmurando; freqüentemente
não conseguem orientar-se no espaço sendo incapazes de distinguir direita de
esquerda; usa dedos pra contar; possuir dificuldades em lembrar se seqüência; não
conseguem lembrar-se de fatos passados..
18
Estudos de Myklebust ( 1983 ) relata que existem muitos tratamentos e
orientações para os disléxicos tais como; o tratamento deve ser realizado por um
especialista ou alguém que tenha noções de ajuda aos disléxicos. Com o objetivo de
auxiliar a criança a superar suas limitações e estimular o desenvolvimento de
habilidades cognitivas, alem de orientar a família e a escola. Esse tratamento deve ser
individual, freqüente e estimulante..
Devemos perceber também que existem muitos mitos sobre o tema em questão
e que as vezes colocam a culpa do fracasso escolar no problema de distúrbio da
aprendizagem. Podemos perceber isto no artigo de Weiz( apud PINTO, 2008, p. 66)
discorda plenamente que a dislexia seja o grande obstáculo o desenvolvimento da
leitura e escrita. Segundo Weiz (apud PINTO, 2008, p. 66) “ela tem sido usada para
justificar o fracasso escolar e evasão e, com isso, muitos tiram o foco da baixa
qualidade do ensino, deixando os alunos como os únicos responsáveis pela deficiência
da escola”
Pinto( 2008 ), relata que existem quatro mitos dentro do tema da dislexia. O
primeiro mito que relaciona é que a dislexia não atrapalha a alfabetização. Ele explica
que a criança que troca letra não é dislexia, ou seja, a criança elaboram diversas
hipótese de construir o sistema da escrita.
Um outro mito existente em relação aos disléxicos é que dizem que eles não
gostam de ler e escrever, e que o desinteresse por este processo está associado á
dificuldades da alfabetização. Massi (apud PINTO, 2008, p.67 ) relata que “ ao ser
carimbada pelo professor, pelos pais, a criança desenvolve uma equivocada noção de
si e passa a se ver como incapaz de avançar”.
O terceiro mito é dizer que o disléxico é mais inteligente e criativo do que outras
crianças, Pinto ( 2008 ) relata que esta é uma afirmação estranha, pois é impossível
alguém medir a inteligência ou a criatividade de alguém, e cada ser humano é único,
cheio de sutilezas e que cada um apresenta afinidades diferentes com a linguagem.
Ribenboim( apud PINTO 2008, p.68 ) afirma que:
Marcar uma criança como portadora de um distúrbio é, em qualquer situação,
uma forma de limitação. A Educação não pode se pautar por esse tipo de
evidência, como se fosse um veredicto final sobre as possibilidades de cada
um.
19
O quarto mito, já mencionado acima, é que as causas da dislexia são genéticas.
Um estudo realizado por Shaywitz( apud PINTO, 2008, p.68 ) relata que oficialmente a
dislexia ainda é distúrbio sem causa definida,.
Assim, temos que saber identificar e ajudar as crianças com distúrbios de
aprendizagem sem nenhum tipo de preconceito, pois como já foi mencionado a
dislexia é grande obstáculo que impede o pleno desenvolvimento da leitura e da escrita,
logo cabe aos profissionais e aos pais saberem lidar com os problemas relacionados,
porque além dos distúrbios físicos há também os psicológicos. E vimos também que
se a criança tem problemas de distúrbio de aprendizagem isto com certeza afetará o
aprendizado da matemática.
20
3.2 DISCALCULIA
Discalculia é definida como uma desordem neurológica específica que afeta
habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números. Adiscalculia pode ser
causada por déficit de percepção visual.
Segundo Grégoire ( 2000 ), o termo discalculia é usado frequentemente ao
consultar especificamente á inabilidade de executar operações matemáticas ou
aritméticas, mas é definido por alguns profissionais educacionais como uma inabilidade
mais fundamental para conceituar números como um conceito abstrato de quantidades
comparativas,
Alguns problemas dificultam a aprendizagem da matemática, mas a discalculia
impede a criança de compreender os processos matemáticos.Adiscalculia é um
dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática. Este
transtorno não é causado por deficiência mental, nem por déficits visuais ou
auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a
discalculia com os fatores citados acima.O portador de discalculia comete erros
diversos na solução de problemas verbais, nas habilidades de contagem, nas
habilidades computacionais, na compreensão dos números.(GREGORIRE,
2000, p.40 )
21
intacto, porém tem extrema dificuldade em trabalhar com números e símbolos
matemáticos, fórmulas, e enunciados.
A discalculia é um transtorno da aprendizagem que afeta a aquisição de
habilidades relacionadas à aritmética. Evidências genéticas, neurobiológicas e
epidemiológicas indicam que, a exemplo do que ocorre com outros transtornos
específicos da aprendizagem, a discalculia está primordialmente associada a
alterações em regiões cerebrais específicas.(MYKLEBUST 1998, p. 25 )
De acordo com afirmação acima, percebe-se que crianças com discalculia tem
habilidade cognitiva para ter êxito em matemática, mas apesar disso, elas correm do
problema colocando na cabeça a idéia de que não podem aprender a matéria. Este
pensamento pode estar profundamente enraizado, e talvez ligadas a idéia de que não
são espertas o suficente para aprender. Nestes casos, a natureza das dificuldades
podem ser semelhante a discalculia
O termo “senso numérico”, proposto por Gregoire (2000), diz respeito às
habilidades numéricas básicas que se encontram comprometidas em indivíduos com
discalculia, como por exemplo, a capacidade de representar e manipular magnitudes
numéricas de forma espacial (posicionando corretamente os números numa conta, ou
mesmo "de cabeça") ou não-verbal.
Segundo Garcia (1998) a discalculia pode envolver alterações memória
operacional (memória de trabalho) e linguagem, ela relata que:
22
“Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos
quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos
gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que
tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser
maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou
uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da
capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações
concretas”...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao
invés de ser procurada através do uso da lógica, torna-se uma questão de
adivinhação ( CARRAHER, 2002, p. 72).
Podemos perceber o que foi relatado acima, é que alguns caso o problemas
pode ser também de problemas com enunciados com dificuldades de interpretação
para a idade cognitiva que a essa criança apresenta. Porem em outros casos a
dificuldade pode ser realmente da criança e trata-se de um distúrbio e não de preguiça
como pensam muitos pais e professores desinformados.
Diante do que foi relatado verifica-se que crianças com discalculia não é fácil de
se diagnosticada, pois a maioria das escolas não possuem nenhum tipo de sistema de
detecção precoce para identificar este transtorno na sala de aula e ajudar as crianças a
obter as ferramentas que precisam. A família precisa ficar atenta para poder tentar
identificar os primeiros sintomas e procurar escola e profissionais habilitados para o
tratamento adequado.
23
3.3 Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)
24
crianças é natural, evidenciando-se o comportamento diferente. Mesmo aquelas
crianças consideradas muito inquietas antes de entrarem para o colégio, podem ficar
comportadas e participativas; somente as crianças com algum transtorno não se
adaptam.
Segundo Olivier ( 2006) o TDAH é um problema desaúde mental que tem como
características básicas a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade,
podendo levar a dificuldades emocionais, de relacionamento, bem como a baixo
desempenho escolar; podendo ser acompanhado de outros problemas de saúde menta,
eles afirma que.
26
Muitas vezes, professores tem em suas turmas crianças que possuem
hiperatividade e não sabem lidar com eles em sala de aula, causando um pré-
julgamento e confundindo seu TDAH com mau comportamento, o que acaba
prejudicando, de forma significativa, o processo de ensino - aprendizagem dos alunos.
Este é considerado um fator preocupante, pois é no ambiente escolar que a maioria
dos jovens tem contato com a leitura e a escrita, o que exige atenção e concentração.
Essas atitudes levam a criança hiperativa ser é rejeitada pela sociedade e ter
sua auto estima baixa. Seu comportamento inadequado prejudica a concentração dos
colegas que passa a excluí-lo. Na verdade essas crianças sao criativas, espontaneas,
argumantadoras, curiosas e sensíveis.
Outro assunto, é que crianças que tem TDAH conseguem se concentrar, porem
apeans em atividades que tem interesse e que lhe dão prazer, pois eles ten dificulades
de manejar o seu fioco em diferentes situações.
Estudos apontam que o tratamento envolve medicação, terapias cognitivas e
comportamental, psicopedagogos , e nao so profesores capacitados, mas toda a
comunidade escolar. Assim, esse trabalho irá favorecer a melhora de relacionamentos
interpessoais, a autoestima e sua qualidade de vida. Portanto o papel do professor é
fundamental para o processo da aprendizagem do estudante com TDAH, mas vale
ressaltar que a escola precisa apoiar e dar subsidios para que os objetivos e esforços
possam ser cumpridos.
27
4. TEORIAS DA APRENDIZAGEM X DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM
Devemos ter em mente que nem todos aprendem da mesma maneira, que cada
um aprende a seu ritmo e em seu nível. Precisamos criar novos contextos que se
adaptem às individualidades dos alunos, partindo do que cada um sabe, de suas
potencialidades e não de suas dificuldades.
O professor interage seletivamente com os alunos e, por isso, alguns têm, mais
que outros, a experiência de serem ouvidos ou questionados, felicitados ou
repreendidos. Então iremos, no capitulo anterior averiguar qual o papel do professor
entre relação das dificuldades da aprendizagem com as teorias da aprendizagem aqui
já relacionada.
28
4.1 PAPEL DO PROFESSOR
As dificuldades encontradas por alunos e professores no processo ensino-
aprendizagem da matemática são muitas e conhecidas. Por um lado, o aluno não
consegue entender a matemática que a escola lhe ensina, muitas vezes é reprovado
nesta disciplina, ou então, mesmo que aprovado, sente dificuldades em utilizar o
conhecimento "adquirido", em síntese, não consegue efetivamente ter acesso a esse
saber de fundamental importância.
O professor, por outro lado, consciente de que não consegue alcançar resultados
satisfatórios junto a seus alunos e tendo dificuldades de, por si só, repensar
satisfatoriamente seu fazer pedagógico procura novos elementos - muitas vezes, meras
receitas de como ensinar determinados conteúdos - que, acredita, possam melhorar
este quadro. As salas ficam repletas e os professores ficam maravilhados diante de um
novo material ou de um jogo desconhecido. Parecem encontrar nos materiais a solução
- a fórmula mágica- para os problemas que enfrentam no dia-a-dia da sala de aula.
O professor nem sempre tem clareza das razões fundamentais pelas quais os
materiais ou jogos são importantes para o ensino-aprendizagem da matemática e,
normalmente são necessários, e em que momento devem ser usados.
Geralmente costuma-se justificar a importância desses elementos apenas pelo
caráter "motivador" ou pelo fato de se ter "ouvido falar" que o ensino da matemática tem
de partir do concreto ou, ainda, porque através deles as aulas ficam mais alegres e os
alunos passam a gostar da matemática. Entretanto, será que podemos afirmar que o
material concreto ou jogos pedagógicos são realmente indispensáveis para que ocorra
uma efetiva aprendizagem da matemática?
Pode parecer, a primeira vista, que todos concordem e respondam sim a
pergunta. Mas isto não é verdade. Um exemplo de uma posição divergente é colocada
por Carraher&Schilemann (1997), ao afirmarem, com base em suas pesquisas, que.
Apesar de ser formado por objetivos, pode ser considerado como um conjunto
de objetos 'abstratos' porque esses objetos existem apenas na escola, para a
finalidade de ensino, e não tem qualquer conexão com o mundo da criança" (p.
180).
30
que ele se dedique muito ao aluno, em sala de aula, e ao longo do tratamento, que
envolve em partes iguais a escola, a família e profissionais da saúde.
A primeira tarefa do professor é resgatar a autoconfiança do aluno. Descobrir
suas habilidades para que possa acreditar em si mesmo ao se destacar em outras
áreas.
O papel do professor é dirigir um olhar flexível para cada aluno que tenha
dificuldade, é compreender a natureza dessas dificuldades, buscar um diagnóstico
especializado, uma orientação para melhorar o dia-a-dia da criança, e se
instrumentalizar, pois há muitos professores que lecionam e não sabem o que é
dislexia, TDAH e discalculia.
Piaget ( 2007 ) relata, que não deveríamos medir a competência intelectual,
mas sim compreendermos como o individuo formula suas concepções sobre o mundo
que o cerca, como resolver problema. Pois o professor deve visualiza uma concepção
epistemológica na sala de aula, compreendendo que o aluno vede ser despertado para
a relevância daquilo que vai ser ensinado, lhe devolvendo a sua auto- estima .
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
34
BARKLEY, Russell. Transtorno de Déficit de Atenção/ hiperatividade. Editora:
Artmed, São Paulo: 2002
MACIEL, Ira Maria. Psicologia e Educação novos caminhos para formação. Rio
de Janeiro. Editora Ciência Moderna, 2001
35
MYKLEBUST, Johnsow – Distúrbio de Aprendizagem. Editora Cortez. São Paulo
1983.
36