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26/05/2019 A imprensa é parcial e etnocêntrica | Observatório da Imprensa

Segunda-feira, 27 de Maio de 2019 ISSN 1519-7670 - Ano 19 - nº1038

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A imprensa é parcial e etnocêntrica


Por Renata Machado S. Rodrigues em 23/12/2008 na edição 517

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A maioria dos grandes jornais brasileiros não aborda a questão indígena com imparcialidade.
Certas abordagens em algumas matérias jornalísticas acabam resgatando elementos
etnocêntricos cristalizados no imaginário de grande parte da população brasileira. A questão da
terra indígena Raposa Serra do Sol e a forma como grande parte dos jornais publicaram matérias
a respeito mostram como muitos jornalistas não estão preparados, pois desconhecem os povos
indígenas e a realidade indígena contemporânea. O campo da comunicação tem muito a
Curadoria de Notícias
contribuir para a sociedade e por isso é de fundamental importância que sejam veiculados
pensamentos que promovam acima de tudo a igualdade, e não a inferiorização, Como a milícia digital bolsonarista
independentemente da cultura, classe social ou povo abordado nas matérias jornalísticas. resgatou sua máquina de fake news para
atacar universitários
The Intercept
Através de um discurso dominante, muitos outros discursos são silenciados, ou seja, o outro se
Fazia meses que o cientista da computação Fabrício
encontra em um processo de silenciamento e nesse ponto se faz presente a problematização dos
Benevenuto não via nada de novo na sua ronda diária
discursos. O etnocentrismo europeu está enraizado no ethos da sociedade brasileira, que foi por grupos políticos de WhatsApp. Criador de uma
sendo construído durante séculos sobre bases e correntes de pensamento européias. Nos ferramenta capaz de elencar os conteúdos mais
conteúdos escolares brasileiros, principalmente em livros de história, as informações a respeito compartilhados no aplicativo, o WhatsApp Monitor, o
do descobrimento do Brasil em 1500 mostram que a visão do europeu quando nesse continente professor associado da UFMG via com tédio os
chegou ainda está presente nos dias atuais, visão essa em que os povos nativos não são vistos mesmos tipos de montagens, áudios, notícias falsas,
como sujeitos, mas como selvagens, sem organização social, sem cultura, seres sem direitos, que correntes e vídeos motivacionais percorrerem sua
não conhecem o trabalho. Ou seja, vistos enquanto objetos do Novo Mundo, não como seres tela, dia após dia nos 350 grupos políticos abertos que
acompanha. Saiba mais
humanos com culturas diferenciadas e organizações sociais próprias.

Ao atacar jornalista, Bolsonaro se afasta


Fazendo a ponte desde o nascimento do Brasil até 2008, podemos observar como a nação de compromisso com a democracia
brasileira deu continuidade à visão que se iniciou no Brasil enquanto Ilha de Vera Cruz .Visão da
Abraji
fala de outros: cientistas, europeus, missionários, e não a visão do próprio indígena.
O papel de um jornalista é perguntar. O papel de um
detentor de mandato, que deve prestar contas do que
faz ao público, é responder – de preferência, com
‘Caridade’ do governo
civilidade e compostura. O presidente Jair Bolsonaro
ignorou mais uma vez essas regras básicas ao atacar
uma pro ssional e um veículo de imprensa durante
A voz silenciada não conduz sua própria vida, mas é conduzida por vozes de outros, se tornando uma entrevista em Dallas (EUA), nesta quinta-feira
objeto do outro, que por ela fala. Podemos observar que ao logo dos anos continua presente a (16.mai.2019). Ao exibir o vídeo do episódio para seus
imagem estereotipada a respeito do indígena e o que é ser indígena, a imagem romântica do milhões de seguidores nas redes sociais, o presidente
‘bom selvagem’ e do ‘mau selvagem’ que foi propagada pelo indianismo. ampli cou o ataque e deu a ele caráter público,
expondo a repórter a ofensas e ameaças de militantes
virtuais governistas. Saiba mais
Muitas pessoas ainda acham estranho um indígena usar roupas, ter formação acadêmica, dentre
outras coisas, pois foram condicionadas em sua formação a ter a imagem de 508 anos atrás e se
Perguntas de mais ou de menos
o indígena não está na mata, dentre outras coisas, para o senso comum ele deixa de ser o que é,
Folha de S.Paulo
da mesma forma que aqueles que são mestiços, que são urbanos ou não têm o biótipo aceito,
não são considerados indígenas por muitos. O próprio nome ‘índio’, dado pelo colonizador, acaba Se questões incômodas deixarem de ser feitas, o que
tirando o nome real desses povos e acaba sendo super cial para caracterizar quem são os povos restará do jornalismo? Saiba mais
indígenas, em um país que possui nos dias atuais mais de 230 povos diferentes entre si e 180
línguas sendo faladas, segundo registros da Funai – Fundação Nacional do Índio, fora as etnias
ainda não reconhecidas.
Quatro em cada dez internautas já
ouviram podcast no Brasil
piauí

O nome ‘índio’ normalmente sugere que são todos iguais e que suas culturas não são diferentes, No Brasil, dos cerca de 120 milhões de internautas,
quando justamente cada povo, seja Majoruna, Pankararu, Tenetehára ou Xavante, dentre outros, 40% já ouviram podcast – são 50 milhões de pessoas
possui culturas diferenciadas e é uma nação diferente. que já escutaram algum programa de áudio pela
internet. Os dados integram pesquisa inédita
realizada pelo Ibope e divulgada neste sábado, 11, na
Maratona Piauí CBN de Podcast. Saiba mais
Analisando como a mídia tradicional apresenta os povos indígenas, é possível observar que quase
sempre é uma imagem violenta, sempre associada a con itos, problemas, junto a argumentos
preconceituosos – raras são as matérias que não apresentam essa imagem. Em algumas Papa Francisco recorda jornalistas
a rmações como ‘Brasil presenteia 500 índios com 4 milhões de hectares’ (Jornal do Brasil, assassinados e diz que liberdade de

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fevereiro de 2007), uma das informações passadas ao público é que as terras são presente ou imprensa é essencial
caridade do governo, não uma causa que a Constituição garante. G1

O Papa Francisco fez homenagens, neste sábado (18),


a jornalistas assassinados enquanto trabalhavam. Ele
‘Liberdade de agressão’ disse que a liberdade de imprensa é um indicador
chave da saúde de um país. Saiba mais

A a rmação ‘Índio quer apito e terra’ (JB, dezembro de 2008) mostra como o preconceito é
presente de forma marcante nas matérias, embora muitas vezes não seja percebido por grande
parte do público por ser algo cristalizado na sociedade. Frases, títulos e legendas como essas, que Mais vistos
agridem, humilham, ridicularizam, inferiorizam a memória dos povos indígenas, são normalmente

1
de matérias que acabam rompendo com as regras da deontologia da pro ssão, ignorando O que os olavistas querem do
responsabilidades sociais e defendendo aquilo que interessa ao jornal enquanto empresa Ministério da Educação
comercial.

2
Luiz Ru ato em Berlim: um
O discurso de ameaça à soberania nacional feito pelo general Heleno, tão espetacularizado pela banho de discernimento em
grande mídia, lembra o que o discurso nazista exacerbou na população alemã, através da tempos de cólera
propaganda, tanto em jornais, como em pan etos, rádios e comícios, colocando toda uma

3
população contra judeus e ciganos, dentre outros, que eram vistos como ameaça ao Como cobrir o Universo
desenvolvimento do país e uma ameaça à soberania racial ariana, vista por eles como superior a
todas as outras.

4
Jornalismo convencional
No regime do apartheid ocorrido na África, com a migração de europeus para aquela região no defende educação, mas se
início do século 20, leis começaram a ser criadas por alguns desses indivíduos e a política de isenta de questionar reforma
segregação em 1948 foi o cializada, ganhando força. Os negros não tinham direito a ser da previdência
proprietários de suas terras nem de participar da política, sendo obrigados a viver em locais que

5
fossem separados dos brancos. É importante re etir sobre acontecimentos racistas que zeram Os nobres do direito e a
parte da história do mundo para que nem no presente nem no futuro o sentimento etnocêntrico destruição do Brasil
resulte em mais con itos violentos e genocídios.

Promover intolerância nos jornais é promover desigualdade, e não informação com


imparcialidade. A necessidade da superação do etnocentrismo em algumas matérias jornalísticas OI no Facebook
é fundamental, uma vez que a veiculação de tais pensamentos racistas e preconceituosos resulta
de forma negativa na sociedade, promovendo violência física e verbal contra os povos indígenas.
Superar o etnocentrismo não é ser parcial favorecendo um lado, defendendo os povos indígenas Observatório da Impre…
e qualquer outro povo envolvido, seja indígena ou não, porém, sim, superar o pensamento 294.767 curtidas
etnocêntrico principalmente rumo a um pensamento onde esteja presente o respeito ao outro,
entendendo que liberdade de expressão não condiz com ‘liberdade de agressão’.

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Graduanda em Comunicação Social na Unesa, Niterói, RJ; índia descendente da nação Tupinambá, 42 amigos curtiram isso
voluntária na área de etnojornalimo na Rede IndiosOnline.org

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