Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Busca avançada
Edição nº 1038 Edição nº 1037 Edição nº 1036 Edição nº 1035 Edição nº 1034 Anteriores >>
Pesquisa personaliza
E-NOTÍCIAS >
A maioria dos grandes jornais brasileiros não aborda a questão indígena com imparcialidade.
Certas abordagens em algumas matérias jornalísticas acabam resgatando elementos
etnocêntricos cristalizados no imaginário de grande parte da população brasileira. A questão da
terra indígena Raposa Serra do Sol e a forma como grande parte dos jornais publicaram matérias
a respeito mostram como muitos jornalistas não estão preparados, pois desconhecem os povos
indígenas e a realidade indígena contemporânea. O campo da comunicação tem muito a
Curadoria de Notícias
contribuir para a sociedade e por isso é de fundamental importância que sejam veiculados
pensamentos que promovam acima de tudo a igualdade, e não a inferiorização, Como a milícia digital bolsonarista
independentemente da cultura, classe social ou povo abordado nas matérias jornalísticas. resgatou sua máquina de fake news para
atacar universitários
The Intercept
Através de um discurso dominante, muitos outros discursos são silenciados, ou seja, o outro se
Fazia meses que o cientista da computação Fabrício
encontra em um processo de silenciamento e nesse ponto se faz presente a problematização dos
Benevenuto não via nada de novo na sua ronda diária
discursos. O etnocentrismo europeu está enraizado no ethos da sociedade brasileira, que foi por grupos políticos de WhatsApp. Criador de uma
sendo construído durante séculos sobre bases e correntes de pensamento européias. Nos ferramenta capaz de elencar os conteúdos mais
conteúdos escolares brasileiros, principalmente em livros de história, as informações a respeito compartilhados no aplicativo, o WhatsApp Monitor, o
do descobrimento do Brasil em 1500 mostram que a visão do europeu quando nesse continente professor associado da UFMG via com tédio os
chegou ainda está presente nos dias atuais, visão essa em que os povos nativos não são vistos mesmos tipos de montagens, áudios, notícias falsas,
como sujeitos, mas como selvagens, sem organização social, sem cultura, seres sem direitos, que correntes e vídeos motivacionais percorrerem sua
não conhecem o trabalho. Ou seja, vistos enquanto objetos do Novo Mundo, não como seres tela, dia após dia nos 350 grupos políticos abertos que
acompanha. Saiba mais
humanos com culturas diferenciadas e organizações sociais próprias.
O nome ‘índio’ normalmente sugere que são todos iguais e que suas culturas não são diferentes, No Brasil, dos cerca de 120 milhões de internautas,
quando justamente cada povo, seja Majoruna, Pankararu, Tenetehára ou Xavante, dentre outros, 40% já ouviram podcast – são 50 milhões de pessoas
possui culturas diferenciadas e é uma nação diferente. que já escutaram algum programa de áudio pela
internet. Os dados integram pesquisa inédita
realizada pelo Ibope e divulgada neste sábado, 11, na
Maratona Piauí CBN de Podcast. Saiba mais
Analisando como a mídia tradicional apresenta os povos indígenas, é possível observar que quase
sempre é uma imagem violenta, sempre associada a con itos, problemas, junto a argumentos
preconceituosos – raras são as matérias que não apresentam essa imagem. Em algumas Papa Francisco recorda jornalistas
a rmações como ‘Brasil presenteia 500 índios com 4 milhões de hectares’ (Jornal do Brasil, assassinados e diz que liberdade de
observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/a-imprensa-e-parcial-e-etnocentrica/ 1/3
26/05/2019 A imprensa é parcial e etnocêntrica | Observatório da Imprensa
fevereiro de 2007), uma das informações passadas ao público é que as terras são presente ou imprensa é essencial
caridade do governo, não uma causa que a Constituição garante. G1
A a rmação ‘Índio quer apito e terra’ (JB, dezembro de 2008) mostra como o preconceito é
presente de forma marcante nas matérias, embora muitas vezes não seja percebido por grande
parte do público por ser algo cristalizado na sociedade. Frases, títulos e legendas como essas, que Mais vistos
agridem, humilham, ridicularizam, inferiorizam a memória dos povos indígenas, são normalmente
1
de matérias que acabam rompendo com as regras da deontologia da pro ssão, ignorando O que os olavistas querem do
responsabilidades sociais e defendendo aquilo que interessa ao jornal enquanto empresa Ministério da Educação
comercial.
2
Luiz Ru ato em Berlim: um
O discurso de ameaça à soberania nacional feito pelo general Heleno, tão espetacularizado pela banho de discernimento em
grande mídia, lembra o que o discurso nazista exacerbou na população alemã, através da tempos de cólera
propaganda, tanto em jornais, como em pan etos, rádios e comícios, colocando toda uma
3
população contra judeus e ciganos, dentre outros, que eram vistos como ameaça ao Como cobrir o Universo
desenvolvimento do país e uma ameaça à soberania racial ariana, vista por eles como superior a
todas as outras.
4
Jornalismo convencional
No regime do apartheid ocorrido na África, com a migração de europeus para aquela região no defende educação, mas se
início do século 20, leis começaram a ser criadas por alguns desses indivíduos e a política de isenta de questionar reforma
segregação em 1948 foi o cializada, ganhando força. Os negros não tinham direito a ser da previdência
proprietários de suas terras nem de participar da política, sendo obrigados a viver em locais que
5
fossem separados dos brancos. É importante re etir sobre acontecimentos racistas que zeram Os nobres do direito e a
parte da história do mundo para que nem no presente nem no futuro o sentimento etnocêntrico destruição do Brasil
resulte em mais con itos violentos e genocídios.
Curtir Página
******
Graduanda em Comunicação Social na Unesa, Niterói, RJ; índia descendente da nação Tupinambá, 42 amigos curtiram isso
voluntária na área de etnojornalimo na Rede IndiosOnline.org
Todos os comentários
Adicione um comentário...
Artigos recomendados
observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/a-imprensa-e-parcial-e-etnocentrica/ 2/3