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FUNDACENTRO
Brasileiro
São Paulo
2014
Evander Caires Damasceno
Brasileiro
São Paulo
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Serviço de Documentação e Biblioteca – SDB / Fundacentro – São Paulo, SP
Erika Alves dos Santos CRB-8/7110
É expressamente proibida a comercialização deste documento tanto na sua forma impressa como
eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e
científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da
dissertação.
FOLHA DE APROVAÇÃO
À minha esposa Janaína e aos meus filhos João Vítor e Maria Eduarda que me amam
incondicionalmente.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Gilmar da Cunha Trivelato, pela confiança e por ter
compartilhado uma parte significativa do seu conhecimento e experiência!
Aos meus irmãos, Eduardo, Patrícia e Paulo Henrique, pelo carinho e apoio.
Enfim, à minha esposa e queridos filhos pela paciência e amor, principalmente nos
momentos de ausência.
RESUMO
The general objective of the present study was to become familiar with and analyze
the principal approaches and practices adopted by two industrial units of a
steelworks multinational with the intention of improving the way health and safety
management is integrated to the productive process management. In order to do this,
a study was conducted into a case about a steel plant and a wire drawing plant. The
aspects considered in the analysis were defined based on studies developed by Asif
et al. (2009 and 2010), Sampaio et al. (2012), Oliveira (2003) and the researcher’s
own experiences. The analysis and interpretation of the data were carried out while
attempting to achieve a triangulation of the obtained information together the two
businesses, i.e., through analysis of documents, interviews and observations carried
out during visits to the processes (processing plants). As a conclusion, it was verified
that the wire drawing plant demands a high level of integration, with attention to all of
the aspects being considered by the study. While the steel plant still possess many
points to be developed, some being incoherencies between discourse and practice,
definition of roles, responsibilities and rules not always totally clear, the leadership
doesn’t always assume the safety questions as their responsibility. They don’t
recognize the overlap of production on safety issues, fail when accept risk conditions
as part of the daily work conditions, fail when do not treat safety as a value, and there
is limited knowledge on the part of some leaders regarding risk assessment and
failures in the communication process between the leadership and the shop floor.
RH Recursos Humanos
SA 8000 Social Accountability 8000
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
1.1 Objetivos ....................................................................................................... 15
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 15
1.1.2 Objetivos específicos...................................................................................... 15
4 RESULTADOS ............................................................................................... 39
4.1 Usina Siderúrgica (Caso 1) .......................................................................... 39
4.1.1 Caracterização da unidade e do processo produtivo ..................................... 39
4.1.2 Riscos e medidas preventivas ........................................................................ 41
4.1.3 Políticas e diretrizes de SST .......................................................................... 48
4.1.4 Comprometimento da alta liderança com a gestão de SST ........................... 50
4.1.5 Planejamento, implementação, acompanhamento e avaliação de resultados ... 52
4.1.6 Processo de comunicação ............................................................................ 55
4.1.7 Processo de capacitação .............................................................................. 55
4.1.8 Envolvimento dos trabalhadores na gestão de riscos ................................... 56
4.1.9 Envolvimento das lideranças na gestão de riscos ......................................... 58
4.1.10 Relação entre SESMT e outras áreas gerenciais .......................................... 59
4.1.11 Integração nas atividades de manutenção/obra/revisão de instalações........ 59
4.1.12 Gestão de mudanças .................................................................................... 60
4.1.13 Gestão de SST junto a terceiros ................................................................... 60
5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 78
1 INTRODUÇÃO
Com base em experiência pessoal tem-se observado, ao longo dos últimos anos,
principalmente por meio de visitas e participação em reuniões de sinergia entre as
empresas do segmento de siderurgia e mineração no Brasil, que é comum a gestão
da SST se apresentar fragmentada e dissociada da gestão de outros processos, em
particular, do processo produtivo. Portanto, alcançar uma integração, de fato, da
gestão da SST à gestão do processo produtivo é um desafio.
E essa busca por maior competitividade e redução de custos, tem feito com que as
empresas, ao longo dos últimos anos, reduzam significativamente os recursos e
estruturas, não somente das áreas de saúde e segurança, mas também das áreas
ligadas diretamente à produção. E a necessidade das empresas se tornarem cada
vez mais, enxutas faz com que esse processo de integração se torne mais crítico e
importante, para que a empresa evolua em seu sistema de gestão de saúde e
segurança.
14
É no contexto que foi definido, como tema explorado neste estudo, a integração, na
prática, da gestão da segurança à gestão do processo produtivo.
1.1 Objetivos
Conhecer e analisar as principais abordagens e práticas que têm sido utilizadas para
promover a integração da gestão da saúde e segurança à gestão do processo
produtivo, em duas unidades industriais, de uma multinacional, do setor siderúrgico
brasileiro.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Sustentabilidade
O termo “produção sustentável”, segundo Quinn et al. (2001, p. 206), é usado para
definir sistemas de produção que integram interesses para a viabilidade, em longo
17
Ainda segundo Quinn et al. (2001), organizações que procuram desenvolver uma
produção que seja sustentável, devem se guiar pelos seguintes princípios:
Claramente esses critérios definem objetivos amplos para uma meta de longo prazo.
Trabalhar em busca do objetivo de sustentabilidade é um processo complexo em
que diferentes interesses podem ser enfatizados em diferentes momentos.
18
Segundo Sampaio et al. (2012), pode-se definir sistema de gestão como o conjunto
de processos organizacionais inter-relacionados, compartilhando recursos para
alcançar vários objetivos organizacionais. Nesse contexto, um sistema de gestão
organizacional inclui planejamento, realização do serviço ou produto, monitoramento
e atividades de melhoria. De acordo com Karapetrovic et al. (2006), os sistemas de
gestão são suportados por dois princípios básicos: sistematização e
responsabilidade com autoridade.
1
Stakeholders (partes interessadas no negócio – clientes, empregados, acionistas, sociedade e
fornecedores. ISHIKAWA, 1993).
19
Sampaio et al. (2012) citam que não existem muitos dados quantitativos e objetivos
relacionados à integração de sistemas. E, devido a esse fato, destacam que muitas
questões ainda permanecem sem resposta, tais como:
Também, foi possível identificar quatro níveis de evolução até a completa integração
do sistema de gestão:
− Integração de documentação.
− Integração das ferramentas de gestão.
− Estabelecimento de metas e políticas comuns.
− Estrutura organizacional comum.
Por fim, Sampaio et al. (2012) propõem um conjunto de recomendações que podem
contribuir para a evolução de um sistema de gestão integrado, de maneira efetiva e
eficiente:
No nível estratégico, uma integração completa significa que existe uma política
integrada. Objetivos organizacionais estabelecidos para uma gestão efetiva dos
requisitos dos stakeholders – tal como qualidade, meio ambiente, saúde e
segurança, e responsabilidade social. Os planos organizacionais são claros para
atingir as metas e objetivos estabelecidos.
Para haver integração de fato não basta “desejo” ou “vontade” da alta administração.
Para atingir o “piso de fábrica” de forma efetiva, é necessário trabalhar na chamada
cultura de segurança.
23
Vieira et al. (2013) exploram, em seu estudo, a análise das políticas e práticas de
gestão de pessoas, no processo de institucionalização da cultura de segurança em
uma indústria do ramo de mineração. Nele, evidências empíricas indicam o
reconhecimento da área de gestão de pessoas no processo de institucionalização da
cultura de segurança.
Dentre vários livros publicados sobre o assunto2, Peters e Waterman (1982) e Deal e
Kennedy, (1982), descrevem as qualidades de corporações de sucesso e como elas
trabalham, deixam evidente a mensagem que corporações com “cultura forte” têm
desempenhos bons, principalmente se o estilo de gestão enfatiza valores básicos e
objetivos comuns. Destacam ainda que a característica positiva que ambos têm, é a
ênfase sobre os empregados, como o maior recurso da organização.
Segundo Cooper (2001), a cultura de uma organização pode ser definida como “a
forma como fazemos as coisas por aqui” e dessa forma a cultura fornece o contexto
para as ações que colocam juntos os diferentes componentes, um sistema
organizacional na busca pelo alcance de suas metas corporativas. Organizações de
sucesso costumam ter culturas fortes que dominam e permeiam a sua estrutura e os
sistemas associados.
Já o termo cultura de segurança, segundo Haukelid et al. (1991) teve o seu conceito
introduzido na indústria norueguesa de petróleo no final da década de 1980.
Todavia, Cooper (2000) cita que o termo cultura de segurança foi conceituado pela
2
“In Search of Excellence” (PETERS e WATERMAN, 1982) e “Corporate Cultures” (DEAL e
KENNEDY, 1982), bestsellers nos Estados Unidos e Europa.
24
Cooper (1998) definiu cultura de segurança como o resultado das interações entre
os pressupostos básicos e valores da organização, suas práticas coletivas e a sua
estrutura organizacional.
Haukelid et al. (2008) enfatiza que a cultura de segurança não deve ser algo
separado ou em adição à cultura organizacional, mas constitui uma parte integrada
desta cultura.
Cooper (2000) também cita definições propostas por diversos autores sobre cultura
de segurança, e conclui que todas são relativamente similares e poderiam ser
classificadas em uma perspectiva de crenças normativas na medida em que cada
uma está focada em diferentes graus, na maneira como as pessoas pensam e/ou se
comportam em relação à segurança.
A experiência adquirida ao longo dos anos indica que grandes mudanças na forma
como se faz a gestão da segurança, sem ruptura de velhos paradigmas, como a
gestão da saúde e segurança é de responsabilidade do SESMT e, portanto, não é
parte integrada da gestão da produção, dificilmente permitirão desenvolver e
consolidar, de fato, as transformações necessárias para a melhoria significativa da
gestão da segurança e, consequentemente, da implantação de uma cultura de
segurança.
Sob a ótica dos trabalhadores (OLIVEIRA, 2003) destaca, entre outros, os seguintes
pontos:
3
(R)evolução em Gestão da Segurança (HANSEN, 1993).
29
2400
2100
Nº de Acidentes
1800 1177
1500
1056
1200 1027
900
600 1160
742 825
300
0
2010 2011 2012
3 ESTRATÉGIA DE PESQUISA
3.1 Métodos
Segundo Ventura (2007) os estudos de caso têm várias aplicações, sendo que uma
grande utilidade é verificada em pesquisas exploratórias, embora também se
aplique, com pertinência, nas situações em que o objeto de estudo já é conhecido.
Ainda segundo o autor, como vantagens dos estudos de caso destaca-se o estímulo
para novas descobertas em função da flexibilidade de seu planejamento; enfatizam
a multiplicidade de dimensões de um problema, focalizando-o como um todo e
apresentam simplicidade nos procedimentos, além de permitir análise em
profundidade dos processos e das relações entre eles.
Segundo Gil (1995), o estudo de caso não aceita um roteiro rígido para sua
delimitação, mas é possível definir quatro fases básicas no seu delineamento:
A seleção das duas Unidades Industriais foi feita por conveniência (amostragem não
probabilística), mas considerou, dentre outros aspectos, o número de unidades
organizacionais do grupo multinacional e a representatividade no Brasil. Tanto a
usina quanto a trefilaria possuem participação significativa no mercado. A usina
fornece 100% de seus produtos ao mercado de construção civil e a trefilaria possui
uma gama de aplicações que abrange vários segmentos, detalhado na
caracterização das Unidades.
No caso da usina siderúrgica e para efeito de estudo, foram focados três de suas
principais gerências ou processos: a gerência da aciaria, a gerência da laminação e
a gerência de engenharia e manutenção, a qual é responsável pelas atividades de
manutenção de equipamentos e estrutura de toda a Usina. Já no caso da trefilaria,
diferentemente da siderurgia que possui mais áreas produtivas, foi focado no
processo produtivo em si e na manutenção.
Com base nessa escolha realizou-se uma avaliação global das práticas que
impactam, de maneira significativa, o processo de integração da gestão da saúde e
segurança à gestão da produção.
Algumas das entrevistas ocorreram de forma coletiva, com grupos que variaram de 3
a 12 pessoas.
4 RESULTADOS
Após a fusão o aço é levado para uma estação de tratamento e são realizadas
adições de ligas para correções químicas, a fim de atender às especificações do tipo
de aço que está sendo produzido.
O próximo passo é levar a panela de aço para uma torre, onde será lingotado na
“Máquina de Lingotamento Contínuo” para produção dos chamados tarugos, peças
de aço com aproximadamente 10,7 metros de comprimento, seção de 130 mm x 130
mm e pesando cerca e 1,4 toneladas.
1. Muito baixa: pelo menos uma ocorrência em um período maior que cinco
anos.
1. Baixa: pelo menos uma ocorrência entre um ano e cinco anos.
2. Média: pelo menos uma ocorrência entre um semestre e um ano.
3. Alta: pelo menos uma ocorrência entre um mês e um semestre.
4. Muito alta: pelo menos uma ocorrência entre um período menor que 1 mês.
Medidas de Gerenciamento de
CAL F T P S IR
Controle ações
Medidas neces- Controle e Freq. Tend Probab. Sever. PxS Outras medidas deri-
sárias para eli- avaliação vadas de análises ou
minar ou mini- da estudos posteriores
mizar as conse- legislação à elaboração do
quências IPAR
Dentre os riscos a que estão sujeitos os trabalhadores, de maneira geral, o que mais
preocupa a alta liderança do Grupo ao qual a unidade pertence são as fatalidades e
ocorrências graves, isto é, aquelas que levam a amputações e invalidez, entre
outros. Isto ocorre mesmo face à existência de procedimentos em nível mundial que
abordam aspectos para prevenção de riscos à saúde como, por exemplo,
conservação auditiva, estresse térmico, ergonômica e proteção respiratória, entre
outros.
As atividades que podem levar a um acidente grave ou fatal são muitas. De acordo
com o último levantamento realizado de perigos e riscos da “Aciaria”, da Unidade em
estudo, as atividades que possuem maior potencial de fatalidade e acidentes graves
são:
1. Refino de aço líquido: podem ocorrer reações químicas e projeção de aço para
fora do forno elétrico ou panela, durante processo de ajuste de composição
química.
45
Enfim, são muitas as atividades que podem levar a acidentes graves ou fatais. Daí a
importância do desenvolvimento de estratégias para institucionalização da cultura de
segurança.
Esses padrões serão sempre aplicáveis quando ele for mais exigente que o padrão
ou legislação local. O QUADRO 4 apresenta a relação dos escopos e descrições
gerais dos principais padrões corporativos:
Continua
Conclusão
Veículos e Direção Este padrão se aplica a todos os veículos, incluindo equipamento móvel de
mineração, de propriedade da empresa ou alugado e operado pela Unidade
ou por seus prestadores de serviço, que são utilizados nos Unidades do
Grupo ou fora dos sites para os propósitos de negócio do Grupo.
Pontes e Guindastes Este padrão se aplica a todos os guindastes incluindo guindastes montados
em veículos, equipamentos usados como guindastes, guinchos,
equipamentos de içamento e cordoalhas.
Gestão de Terceiros Este padrão se aplica a todos os Contratados que desempenham trabalhos
em Unidades do Grupo (operacionais ou não operacionais) e inclui
fornecedores do Grupo.
Investigação de Inci- As Empresas do Grupo seguirão, no mínimo, as regulamentações locais
dentes prevalecentes para o estabelecimento de um processo de investigação de
incidente. Onde essa norma for mais exigente, então se aplicará.
Áreas com Perigo de Esta norma traz os requisitos mínimos para o trabalho em ambientes com
Gás presença de gases potencialmente perigosos (Áreas com perigo de gás),
para evitar a formação de misturas explosivas, acúmulo de gás tóxico ou
que pode provocar asfixia, ou para gerenciar os níveis de oxigênio para
evitar qualquer combustão extremamente rápida ou sufocamento
(atmosferas nocivas). Abrange áreas com perigo permanente de gás, tais
como altos-fornos e coquerias, mas não inclui os requisitos de entrada em
espaço confinado, que são cobertos separadamente no padrão para
Espaços Confinados.
Preparação para Esta norma se aplica a todos os empregados próprios, visitantes e
Emergências terceiros. Traz os requisitos mínimos relacionados a respostas para
emergências.
IPAR A proposta desta norma é determinar a cronologia para obter uma
“Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos – IPAR” eficiente.
Uso de Celulares Esta norma se aplica a todos os empregados próprios, visitantes e
terceiros. O procedimento define regras mínimas sobre o uso de telefones
celulares, rádios portáveis do tipo “walky talky” e fones de ouvido nas
instalações da unidade.
[...] Alguns colegas também têm medo do que pode acontecer se recusar
realizar uma atividade, principalmente quando impacta na produção
(Depoimento comum a alguns membros das equipes de manutenção
mecânica e elétrica. Informação verbal, 2014).
Estas ferramentas são disponibilizadas para uso de todos e orientação para que
sejam difundidas a todos os níveis da organização.
Nesta unidade, algumas dessas ferramentas têm sido utilizadas, como é o caso dos
padrões mundiais de segurança, das regras de ouro, dos manuais de campanhas e
do Lessons Learning Survey (LLS) (Levantamento de Lições Aprendidas),
documentos relativos a acidentes graves ou fatais que ocorreram em outras
Unidades do Grupo. Todavia, outras ainda não são utilizadas e integradas de forma
efetiva, ao processo produtivo.
Este resultado pode ser indicativo que a gestão de acidentes, com consequências
de menor severidade, obteve mais êxito que a gestão dos riscos, cujas
consequências são de maior severidade.
A partir das entrevistas, ainda há relatos de informações que não chegam ao piso de
fábrica.
Por exemplo, nem todos ficam sabendo das soluções implementadas ou tratativas
dadas para os desvios relacionados à segurança, levantados ao longo do tempo. Há
casos em que o trabalhador chega atrasado e não participa, ou não se recorda, do
que foi discutido no “Diálogo Diário de Segurança” (DDS). Fato comprovado nos
relatos.
A maioria dos treinamentos passa por avaliação de desempenho, cujos registros são
documentados pelo setor de Recursos Humanos (RH) da unidade, que também
fornece apoio nos treinamentos específicos de cada área da unidade industrial.
Este padrão orienta quanto aos itens mínimos que devem ser atendidos, para
assegurar que a unidade industrial possua boa gestão de riscos de acidentes, seja
aplicada, de fato, no piso de fábrica e de conhecimento de todos.
58
[...] Os níveis mais altos são envolvidos na busca por soluções para mitigá-
los, porém percebe-se que há gerentes que participam mais que outros
(Membro da alta liderança. Informação verbal, 2014).
Por meio da intranet são consultados documentos que contêm a descrição, análise
de causas e ações tomadas para evitar a reincidência de ocorrências similares.
59
[...] Ainda não temos, de fato, um trabalho de parceria efetivo entre todas
essas áreas (Membro da alta administração. Informação verbal, 2014).
Observou-se ainda que há gestores das áreas que ainda não assumiram
responsabilidade, de fato, sobre os riscos, isto é, em atuar ativamente no processo
de identificação de perigos e avaliação dos riscos.
[...] Ainda há uma pressão alta para atender a produção. Embora haja uma
preocupação com a segurança, há situações, principalmente em paradas
acidentais de produção, em que a pressão cresce para liberação do
equipamento para produção. Nos casos em que passamos do horário
normal ficamos mais expostos a riscos de acidentes em função do cansaço
físico e mental (Membro da equipe de manutenção. Informação verbal,
2014).
De acordo com relatos e exemplos dados pela liderança da Unidade, por meio de
documentos (particularmente um acordo internacional entre o Grupo e Sindicatos
Internacionais), toda e qualquer alteração em processo ocorre com o envolvimento
das áreas de engenharia e, em caso de envolver aspectos de segurança, que
tragam riscos ao trabalhador, a equipe de segurança é envolvida no processo. Um
dos documentos é um acordo, em nível internacional, entre o Grupo Multinacional e
Sindicatos Internacionais, que exige o estabelecimento de um comitê envolvendo
representantes da liderança e dos empregados que possui, como uma de suas
abrangências, o gerenciamento de mudanças.
Como consequência ficam expostos, entre outros, a ruídos (risco de perda auditiva),
equipamentos móveis (risco de prensamentos/esmagamentos), trabalhos em altura
(risco de quedas), metais líquidos e com temperaturas elevadas, acima de 1.500ºC
(risco de queimaduras).
Sua principal matéria prima é o fio-máquina, fornecido pela siderurgia, e seu fluxo de
produção varia de acordo com o produto.
4
Por falta de um desenho esquemático, tal como apresentado para a Usina, foram apresentadas as
principais etapas de produção dos três produtos mais importantes.
63
Importante destacar que essa Unidade é uma Joint Venture e possui dois sócios,
sendo um majoritário. A política de SST busca atender, de forma integrada, as
políticas separadas de cada grupo (FIGURA 8) que é divulgada às demais Unidades
Industriais da Joint Venture no Brasil.
68
Durante a visita constatou-se que essas diretrizes estão afixadas nos escritórios nos
espaços de gestão à vista das áreas produtivas da Unidade. A Saúde e Segurança
são apresentadas de forma explícita e integrada, aos demais itens que compõem as
diretrizes da empresa (FIGURA 8), “Identificar e gerenciar os riscos operacionais
prevenindo acidentes, lesões e doenças ocupacionais, conscientizando cada um
sobre sua responsabilidade. Promover a saúde, a segurança e o bem-estar dos
trabalhadores, próprios e terceiros, eliminando incidentes com enfoque no que
chamam de “Zero Acidente””.
Isto pode ser evidenciado nos documentos, checklists (FIGURA 10), para execução
das auditorias que levam as lideranças ao chão de fábrica e nas declarações
expressas pelos trabalhadores da produção.
Foi apresentada, como ponto forte, a “gestão à vista”, quadros de gestão, expostos
em áreas de convívio, de fácil acesso no piso de fábrica, que tratam das questões
de segurança.
[...] Existe um procedimento específico que aborda iniciativas que têm que
ser tomadas diante de qualquer mudança de equipamento ou processo
(Membro do SESMT. Informação verbal, 2014).
5 CONCLUSÃO
6 DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES
A produção ainda é vista como algo que está acima da saúde e segurança. Além
disso, percebeu-se também, principalmente pelas entrevistas, que a preocupação de
todos, lideranças e operacionais, está na prevenção de acidentes graves e fatais e
atenção mais restrita é dada à saúde e à higiene ocupacional. Isto pode ser
constatado na planilha de “Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos” que
contempla parcialmente aqueles riscos associados à saúde.
REFERÊNCIAS
ASIF, M.; BRUIJN, E. J. D.; FISSCHER, O. A. M.; SEARCY, C.; AND STEENHUIS,
H. J. Process embedded design of integrated management systems. International
Journal of Quality and Reliability Management, v. 26, n. 3, p. 261-82, 2009.
GIL, A. C. Como elaborar projetos e pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas; 1995.
PETERS, T.; WATERMAN, R. Search for Excellence. New York: Harper & Row,
1982.
Aspectos e Questões
Continua
Aspectos e Questões
Conclusão
OBJETIVO: Ex.: Reduzir sucatas por regulagem errada e amassamento de nervuras DATA: dd/mm/aaaa
Descrição das etapas básicas para a “Atividade Descrição de ações que devem ser tomadas Ação crítica e que deve ser obedecida
Fim” (ex.: REGULAGEM DE PRESSÃO E LUZ ao longo da execução das atividades que estritamente.
DOS FREIOS E ARRASTADORES DO LEITO). tenham impacto sob aspectos de Segurança,
Saúde e Meio Ambiente. Ex.: Ex.: “Não permanecer em cima dos freios
do carro na hora da movimentação”.
Checar ferramentas antes do uso;
Usar EPIs (luvas, óculos, camisa manga
longa, etc);
Retirar carro dos freios AD/AE da linha de
laminação.
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