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Nunca poderemos definir ou concluir o que é realmente o culto à Madonna Negra. Só sabemos
que ela é a força do mistério, é a própria Mãe Terra, possuindo a qualidade dos mistérios
profundos. É o solo que pisamos, que nos acolhe, é o ar que respiramos. A compreensão
humana só consegue perceber uma parte desse conhecimento metafísico, sutil e imenso, ao
mesmo tempo, que representa o ventre da terra.
A Madona negra, de onde todas as outras deusas que representam o sagrado feminino foram
retiradas ou derivadas, mostra-nos que ela é a mãe, a nutridora, a protetora, a
transformadora. Mostra-nos, sempre, a devoção maternal, possuindo em si mesma a
harmonia dos opostos.
Os antigos egípcios cultuavam Ísis no seu aspecto divino e criador, vida e morte. A deusa
representava a maternidade e seus atributos de mãe, guiando o filho amado Hórus através dos
perigos, e também a esposa fiel e carinhosa, recusando-se a repousar enquanto não
encontrasse todas as partes do corpo do amado Osíris. Os orientais a Kwan Yin, deusa da
compaixão. Na suméria a Grande Deusa é Innana, deusa das batalhas durante o dia e a noite
deusa da fertilidade. Na babilônia era Ishtar e Astarte para os Hebreus. Para os gregos era Rea,
Gea ou Demeter. E para os celtas é Annis ou Anu e seu culto espalhou-se por toda a Europa. E
Sara, associada à figura de Kali, deus anegra da mitologia Hindu, reverenciada com a dança e a
música, simbolizando o processo de purificação e renovação da natureza, o eterno retorno dos
tempos.
A reverência a todas estas formas de energia reuniu-se no culto à Virgem Maria, como Grande
Mãe, doce, digna, terna, e ao mesmo tempo sofredora e incorporada ao Cristianismo. As
deusas pagãs passaram a ser reverenciadas numa única deusa.
A Virgem Maria assumiu por meio das suas várias representações e incorporou a forma
primitiva da Madona Negra, geradora primordial de tudo o que existe.
No decorrer dos tempos, os templários fortaleceram a presença das madonas negras trazendo
de suas viagens para casa as imagens dessas antigas virgens negras agora vestidas geralmente
com um manto azul. O objetivo maior dos templários era a busca do Santo Graal, nutridor e
fertilizador, assim como os poderes ilimitados da grande mãe terra e da madona negra, mãe
primordial.
Esse feminino que retorna com as aparições da Virgem em Lourdes e Fátima, trazendo
mensagens próprias do cuidado materno. E exatamente neste momento da história o papel da
mulher novamente desabrocha. A grande mãe que reaparece revoga a forma do sagrado
feminino, por meio da justiça, misericórdia, consolo dos aflitos e amparo ao povo sofrido.
Sara, a escreva, de pele trigueira, egípcia ou indiana, Kali, o nome dado a ela se refere à antiga
cidade indiana, onde se cultuava a deusa Kali. Sara de Kali, Sara da deusa Kali. Devota da
deusa, personificação da deusa energizadora, devota de Kali antes de conhecer o cristianismo.
Acredita-se que Santa Sara tinha 17 anos quando conheceu as Santas Marias e outros
seguidores de Jesus. A religião era matriarcal. Na era pré-cristã era conhecida uma deusa que
premiava ou punia as ações dos humanos quando contrariavam a natureza.
Havia deusas criadora, energizadoras, mediadoras, protetoras. Kali era criadora e protetora.
Sua grande força era transformar situações perigosas para o ecossistema neutralizando a força
do agressor. Sara devota de Kali, indiana, conhecia a relação que as culturas mais antigas
faziam entre a figura da mãe e da terra e sabia que Kali, negra senhora do universo, era ao
mesmo tempo o aspecto criador e destrutivo. Kali é a deusa mais difundida e querida no culto
indiano, reunindo o doce e o sanguinário, simbolizando a totalidade que cria e destrói o
universo.
Com as invasões na idade antiga as crenças impostas eram totalmente masculinas e a grande
mãe tornou-se antiquada, pois era dotada de um poder inabalável que não interessava aos
conquistadores. O culto matriarcal se manteve oculto dos locais onde se estabeleciam,
camuflando sai fé original.
As imagens da Virgem Negra, negras como a terra, com seu filho ao colo, aparecem de forma
intensa nos séculos XII e XIII. A igreja adotou esse simbolismo intencionalmente. A cor negra
da terra mostra que os seres humanos possuem a mesma composição, no seu corpo, da mãe
terra. A imagem negra representa a própria mãe terra.
Santa Sara Kali está ligada a uma antiga tradição católica da Idade Média. Muitas dessas
virgens negras são veneradas até hoje. A intenção da igreja é representar as virgens negras em
substituição às divindades femininas ligadas aos cultos pagãos das religiões pré-cristãs. Essas
imagens eram comuns e fáceis de compreensão para os ciganos, que veneravam divindades
femininas telúricas representada por imagens negras. Portanto, é facilmente compreensível
relacionar Santa Sara a esses mitos ciganos.
Sara, de origem tão misteriosa quanto os ciganos, atende aos requisitos das tribos espalhadas
pelo mundo. É negra, ou de pele escura. Kali, em sânscrito antigo, significa negro, de onde vem
a língua romanê falada pelos ciganos, deduzindo daí que Sara era indiana e não egípcia.
Com o passar dos anos algumas palavras da língua regional do povo cigano passaram por
alterações. Devido a essas alterações, houve algumas modificações idiomáticas no significado
das palavras. Entre elas, podemos citar a palavra Kalin, que em calon representava a palavra
“cigana”. Já para os ciganos que ainda preservam a língua regional, Kali significa negra. Há
algum tempo, existe esta confusão idiomática, envolvendo a cor da pele da santa. Para os
calons, seria Santa SaraKkalin, a cigana, e não santa Sara, a negra. Em paralelo, a história de
santa Sara chegou a Índia, onde os ciganos associaram à deusa Kali, negra, poderosa e
transformadora.
Nossa Senhora da Floresta Negra surgiu no século XI, hoje Abadia Einsiedeln. Na mesma época,
em Chartres, surge Nossa Senhora Subterrânea, num local sagrado dos druidas. Madona Negra
de Montserrat, em Barcelona; Madona Negra de Prates, dos Pirineus, descoberta em uma
árvore (semelhança com a deusa Artemis). Nossa Senhora de Guadalupe, no México. A Virgem
de Copacabana, patrona da Bolívia, encontrada por pescadores no lago Titicaca. E no Brasil,
aparece em 1717, encontrada por um pescador no rio Paraíba, a Madona Negra Nossa
Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil, venerada em todo o mundo e comemorada em 12
de outubro, coincidentemente uma das datas, além de maio, quando Santa Sara também é
cultuada e reverenciada.
Segundo a pesquisadora metafísica Elsie Dubugras, no artigo para a revista Planeta de janeiro
de 1987, “o mistério das virgens negras”, a igreja católica se manifesta a respeito do assunto
da seguinte forma: “as imagens eram claras, mas com o passar do tempo escureceram, em
virtude de fumaça das velas dos seus devotos, por causa da poluição e até pelo fato de que
muitas estiveram expostas às intempéries, mergulhadas na água ou enterradas”. Explicação
que não retrata toda a verdade, porque hoje se sabe que as imagens espalhadas pelo mundo
sempre foram negras, e as encontradas na África seriam naturalmente escuras.
Os antropólogos afirmam que essas virgens negras estão diretamente ligadas às antigas deusas
pagãs, e muitas tinham um culto todo especial (como a virgem negra de Marselha – deusa
Neith n- procissão com lanternas acesas). Algumas dessas imagens não seguem padrões
coerentes, sendo originalmente brancas e depois mudando sai cor para negras (La Dourade
Negra representava Palas Atena – imagem branca originalmente). Outras continuam com sua
cor inalterada, como a representação da deusa Ísis, hoje virgem negra cristã, reverenciada em
Pricila, Roma.
Algumas dessas imagens foram encontradas em forquilhas de árvores e são tipicamente celtas
ou teutônicas. Outras ainda estiveram envolvidas em cultos desaprovados pela Igreja Católica,
pois apareciam nessas imagens símbolos colocados de forma invertida.
Além da ligação dessas imagens com o paganismo, elas parecem estar associadas à dinastia
dos merovíngeos e a Maria Magdalena. Sempre se encontra virgem negra perto de um
santuário ou igreja onde Maria Magdalena é cultuada (Negrito Meu).
No artigo há a seguinte explicação para esse fato: “a explicação é oferecida por Ean Begg, em
seu livro The cull of the black virgin, e também pelo pregador dominicano Jean Batiste Hetu e
Licordaire. Segundo ambos, Maria Magdalena fazia parte da dinastia dos Merovíngeos, fato
proclamado pelo Rei Luiz XI. Outro dado é que as virgens negras são associadas e veneradas
pelos membros da sociedade secreta “La Ordre de Prieuré Notre Dame de Sion”, organização
religiosa secreta, interessada em assuntos esotéricos e ocultos e também no restabelecimento
do trono da França por um membro da linha dos Merovíngeos. Os locais onde as virgens
negras e Maria Magdalena eram veneradas era onde os membros da ordem se reuniam.
Os cátaros e os templários também estavam envolvidos nos cultos da virgem negra. Os cátaros
foram considerados hereges pela igreja e praticamente aniquilados durante a inquisição no
século 12. Algumas famílias conseguiram escapar e, na área onde se encontram, cultua-se
Nossa Senhora da Paz e Nossa Senhora de Merceille, ambas virgens negras.
O motivo das virgens negras estarem se tornando cada vez mais populares talvez seja porque o
homem moderno sente a necessidade de reconciliar o sexo com a religião. A virgem Maria
inspira o celibato, a castidade, a virgindade, enquanto a Virgem Negra ajuda na reprodução,
auxilia as mães no parto, faz o leite jorrar, devolve a vida aos bebês mortos.
Porém o clero católico ainda mostra certa repulsa a este culto. Em 1952 dois estudiosos do
assunto apresentaram um ensaio na Sociedade Americana para o Progresso da Ciência. Todos
os padres e freiras se retiraram do recinto. O curador do santuário de Lês Barroux, na França,
proíbe a entrada de curiosos, não dando informações de onde a imagem da virgem negra,
existente nesta igreja, se encontra.
As imagens das virgens negras, se não forem expostas em grandes basílicas, como acontece no
Brasil, em Aparecida do Norte, estão fadadas a desaparecer pouco a pouco dos olhos do povo,
mas provavelmente não do coração daqueles que creem nelas.
“(Estrela de Davi), ligando Céu e Terra, é um símbolo de MARIA MAGDALENA muito conhecido
em Languedoc por seguidores desta Apóstola que têm ressurgido naquelas terras. Guardiões
desta energia e desta história que está ainda mais do que velada em pontos estratégicos em
Languedoc e Provence, no Sul da França. No pingente abaixo, é possível verificar o referido
símbolo, onde os Ms converteram-se em corações invertidos e interligados, com o hexagrama
destaco ao centro.”
Dela é o Espírito Santo – parte feminina de Deus, fogo sagrado que provem do centro da
terra. Fazendo macroscópicamente o percurso do fogo serpentino da Kundalini, ele
atravessa o corpo da terra, saindo transmutado no Espírito Santo.
A história da Madona Negra possui a qualidade dos mistérios profundos. Contem portanto
um segredo herético que não pode ser revelado através da escrita e sim só transmitido pela
tradição oral, privilégio dos iniciados. Do que pode ser revelado pela escrita, temos o
registro histórico que nos remete aos cultos da Mãe Terra, da Grande Mãe – a Deusa.
“A escuridão precede a luz e ela é me” (inscrito no altar da Catedral de Salerno). A primeira
sabedoria era escura e feminina, útero eterno que na tradição religiosa Africana do
Candomblé é representada pelo poder ancestral feminino Iyá-mi-Osorongá (minha mãe
Osorongá). Este útero eterno, matéria informe, o ventre da terra, é simbolizado pelo igbá – a
cabaça que é a totalidade, o conteúdo e o continente. A cabaça contem um pássaro – Atioró,
que representa simultaneamente o poder de gestação e o elemento procriado. Iyá-mi é a
senhora dos filhos pássaros e é tão poderosa que seu nome não pode ser pronunciado sob
pena de destruição destes mesmos filhos. A ambivalência de seu poder aparece no mito que
conta que quando chegaram ao mundo as Iyá-mi-Eleyé, as mulheres pássaros fundadoras do
mundo, distribuíram-se sobre sete árvores representando os sete tipos de atividades
diferentes. Sobre três destas árvores elas trabalharam para o bem, sobre as outras três
trabalharam para o mal, e sobre a sétima elas trabalharam tanto para o bem quanto para o
mal. Nossa Grande Mãe Iyá-mi a Sustentadora do Mundo contém também em si a Mãe
Terrível, mas é primordialmente um símbolo integrador, capaz de aplicar seu poder na
resolução de todos os opostos.
Rainha excelsa deste poder feminino ancestral, reina ainda nos dias de hoje, principalmente
no Brasil e na Africa, OXUM, a mais eminente das Iyás em um culto vivo às grandes mães.
Orixá de todas as águas, rios, cascatas, córregos e inclusive do mar (em país Yorubá),
Oxum é a genitora por excelência e ao mesmo tempo mãe ancestral Suprema, ligada à
procriação e também patrona da gravidez. Protege os fetos e vela por eles após o parto até
enquanto não tiverem armazenado um conhecimento que lhes permita falar. “A cura das
crianças lhe pertence e Oxum não deve ser inimiga de ninguém” – texto Yorubá. Oxum é
representada em algumas narrações como um peixe mítico, pois os peixes são considerados
seus filhos. As escamas do corpo de Oxum, como peixe mítico, simbolizam estes filhos. Da
mesma forma que os peixes, os pássaros a personificam. Estes são representados pelas
penas. “Seu corpo de peixe ou de enorme pássaro mítico está coberto de escamas ou de
penas, pedaços do corpo materno, capazes de separar-se, símbolo de fecundidade e
procriação” – Juana Elbein dos Santos.
Nas religiões egípcias e gregas a alma é representada pelo pássaro que sempre acompanhou
as Deusas Mães e que acompanha a Madona Negra como o Espírito Santo acompanha
Maria.
As mais antigas manifestações do culto à Mãe Terra datam da Pré-história. Uma das
manifestações que chegou até nós é uma pequena figura: “La Polichinelle”. Ela foi trazida à
luz por um trabalhador perto das cavernas de Grimaldi. Seu perfil mostra nádegas, seios e
barriga bem protuberantes. A justificadamente famosa Venus de Sespugne (Pirineus,
França) tem nas costas linhas verticais que lembram penas de cauda de pássaro. Em Ur
encontramos outro arcaico registro de culto à Deusa Mãe, uma pequena estatueta na qual ela
era representada com seu filho divino, ambos com cabeça de cobra.
Vemos a Mãe Terra ser adorada como Isthar na Babilônia e posteriormente como Ísis no
Egito e como Astarte entre os hebreus. Na Frígia ela aparece como Cibele (a Diana dos 9
fogos, indicativo de fertilidade).
Como deusa grega recebe o nome de Rea, Gea ou Demeter, sempre densa, profunda,
misteriosa e escura. Suas equivalentes romanas são Tellus, Ceres e Maia.
Ainda no Egito a Mãe Terra aparece como Neith, a mais velha e a mais sábia das deusas.
Protetora dos mortos e da guerra, estava à frente das artes úteis. Ela é o céu noturno que se
arqueia sobre a terra formando com suas maõs e pés as portas da Vida e da Morte.
Andrógino primogênito é uma virgem que se fertilizava a si mesma, trazendo a vida que
produzia todos os mundos.
A Mãe Terra deusa celta é Annis (ou Anu) e seu culto alcança a Europa.
Porém, onde mais se desenvolveu o culto à Mãe Terra (nossa Madona Negra) foi na cultura
cretense-egéia, onde a Deusa Mãe era originariamente venerada em grutas e cujos
sacerdotes eram mulheres. Ela é a Lady of the Beasts, das montanhas e dos pássaros. As
serpentes e os animais do mundo inferior e os selvagens eram sagrados para ela e a pomba
estava na sua coroa como o Espírito Santo está na de Maria. É a mãe animal com os seios
sempre a descoberto e que, como uma cabra, porca ou vaca amamenta o menino Zeus.
Como indicam as vestes de peles e as roupas das sacerdotisas sempre com os seios a
descoberto, o seu culto data da Idade da Pedra. No centro do grande culto à fertilidade em
Creta está o touro, o duplo machado (ou labris), o Minotauro e o labirinto.
O touro é o instrumento masculino que fecunda e ao mesmo tempo é a vítima da
fecundidade, como atesta o seu sacrifício que ainda hoje encontramos nas touradas.
A deusa de Creta – Demeter dos gregos – é a senhora do mundo inferior, das profundezas
da terra e da morte. Seu ventre terreno é o ventre da morte, como também é o centro da
fertilidade de onde a vida emana. Entrar no Labirinto significa entrar neste ventre para
encontrar a morte e de onde, tal qual o graõ de trigo, sai-se gloriosamente renascido.
As três grandes deusas do Leste, Isis, Cibele e Diana dos Éfesos, que eram representadas
como negras, se estabeleceram no Ocidente antes da romanização.
No mundo celta a adoração das três deusas (Deae Matres) e da deusa égua Epona floresce
entre os druidas e continua sob o domínio romano.
Em geral, é de consenso que as primeiras imagens da Madona Negra e seu divino filho
seriam representações de Isis e Horus. Nos últimos séculos do domínio de Roma, o
Ocidente acolhia Isis e Cibele ( que chegou a ser no século III a deidade máxima de Lyon,
capital das 3 Gálias) como grandes deusas universais. Em Paris, por esta época reinava Isis,
até ser substituida cristmente por Santa Genoveva, sua atual patrona.
Os merogínios adoravam a Cibele como a Diana dos Nove Fogos (da fertilidade). Em 679,
Dagoberto II o Santo Merogínio, estabeleceu o culto a “Aquela que hoje recebe o nome de
Nossa Senhora e que é a nossa Isis Eterna”. Seu nome como Madona Negra era Nossa
Senhora da Luz.
Até o século IV percebe-se uma religiosidade baseada na Grande Mãe Universal e suas
características suaves de amor, perdão e acolhimento. A igreja cristã, estabelecida a partir
de Constantino, porém, privilegia e exige de seus seguidores uma fé cega que enfatiza a
masculinidade desafiante e rígida dos seus mártires. As qualidades sublimes e sutís do
feminino são renegadas e um período de obscurantismo e clandestinidade se abate sobre o
culto das matriarcas Deusas, doadoras de vida, prazer e felicidade. O Patriarcado passa a
exercer sua face mórbida e cruel.
Pentecostes era também a grande festa Arturiana do Graal, objeto de busca sagrada que
aparece por esta época.
O princípio feminino se revela no Graal, como também o culto à corte do Amor praticado
pelos Trovadores através da inteira dedicação à Dama.
O século XIV entretanto marca o fim desse reflorescimento do feminino, com as primeiras
fogueiras acesas pela Inquisição, que arderam 500 anos. Esta grande fogueira queima e
difama os Templários e encabeça a “caça às bruxas”, numa tentativa de eliminar o princípio
feminino de prazer, liberdade e bonança da Mãe Terra.
Elas são uma fonte de vida elementar e incontrolável como a Liberdade. Possuidoras de um
espírito e sabedoria própria, não se submetiam a nenhuma organização ou lei nacionalista.
A volta da parte feminina de Deus levanta o entusiasmo popular e a humanidade
experiência diretamente o sagrado pelas aparições da Virgem de Lourdes e La Salete no
século XIX, entre outras.
Olhando com tolerância a busca do prazer pela vida, da alegria e do cultivo das sutis
qualidades femininas, burla as hipócritas leis masculinas. Politicamente está a favor da
Liberdade dos povos e de sua dignidade. Sua função mais importante é poder juntar a
Justiça com a Misericórdia, qualidades pelas quais as Madonas Negras são veneradas pela
humanidade.
Tal e qual o Espírito Santo, a parte feminina de Deus é a consoladora dos Aflitos e aparece
misteriosamente onde há mais sofrimento do povo e necessidade de amparo, como atestam
estas aparições:
Destinada a ser a patrona de seu povo, aparece no século XI Nossa Senhora da Floresta
Negra, onde hoje há a Abadia Einsiedeln.
Nossa Senhora Subterrânea surge também por esta época em um antigo recinto sagrado dos
druidas, em Chartres.
A Madona Negra de Montserrat foi descoberta entre pedras, por pastores em Barcelona, e a
Madona Negra de Prates, dos Pirineus, é descoberta como Artemis em uma árvore.
A Virgem de Copacabana, patrona da Bolívia, é encontrada por pescadores, após serem eles
salvos milagrosamente de uma tormenta no lago Titicaca.
No Brasil, em 1717 um pescador acha no rio Paraíba em São Paulo, a Madona Negra Nossa
Senhora Aparecida, padroeira de todo o Brasil e venerada hoje na cidade que leva seu
nome. É uma pequena e esplendorosa figura feminina preta que se apoia numa lua
crescente. Conta a lenda que, ao ser descoberta, esta pequenina estátua torna-se
extremamente pesada, impedindo que o pescador a levasse daquele lugar onde foi feita
inicialmente uma pequena guarita para ela. Hoje lá existe uma cidade-santuário com
basílicas, inúmeras igrejas e toda uma infra-estrutura de uma cidade que já acolheu o Papa e
acolhe o ano inteiro peregrinos de todo o Brasil, numa grande, alegre e colorida festa
religiosa.
E, na tradição Afro-brasileira, a Madona Negra é nossa orixá Oxum, Grande Mãe, patrona
da gestação e dos bebês, dos Rios e dos Mares, do Ouro, do Mel e do Riso, da Beleza, da
Sedução, da Astúcia e Sabedoria, nossa Me Ancestral Suprema: Iyamí-Akokó.
A luz do interior da Terra, brilhante e condensada, é tão negra quanto um buraco negro.
Esta é a luz do Espírito Santo.
Os animais sagrados negros, como o leão negro que anunciou a minha cura e guiou-me
neste trabalho, vem deste condensado de energia do interior da Terra e pertencem ao séquito
da Madona Negra. Porque eles retêm esta luz concentrada, possuem o único, extraordinário
poder de lutar contra as forças negras da Magia Negra. Estes animais que têm o dom do
Espírito Santo de destruir magia negra são as sagradas contrapartes do negro.
Tudo no universo tem duas partes: uma positiva e uma negativa. O negro dos animais
sagrados é a contraparte positiva do negro. Portanto, os animais negros sagrados possuem a
qualidade energética que lhes outorga o direito de trabalhar com a força da magia branca,
porém dentro da vibração da Magia Negra, podendo assim alcançá-la e destruí-la.
Há um sinal de magia negra quando sérias e repetitivas doenças não podem ser curadas
normalmente. E em muitos casos isso é ocasionado por magia negra de vidas passadas que
devem ser removidas através de energia xamânica.
Para que o xamã trabalhe com a força dos animais sagrados negros oriunda da Divina Força
da Madona Negra, é necessário que ocorra um desenvolvimento pisco-espiritual. Isso
aparece ao xamã como um animal dourado (como por exemplo a Corça dourada de Artemis
ou o Velocino de Ouro) ou como um animal alado que aparece com asas como um leão
alado ou um cavalo alado como Pégaso. Isto indica que nosso Ego está suficientemente
desenvolvido para vibrar na mesma faixa de tão poderosas forças e implica em um alto grau
de desenvolvimento espiritual xamânico, adquirido através de muitas vidas passadas vividas
como xamã.
Para trabalhar com a força da Madona Negra é condição indispensável que quatro poderes
sejam harmonizados:
um Animal dourado.
um Animal alado.
Algumas pessoas possuem outras “ferramentas” xamânicas como por exemplo um Caduceu
de Hermes de esmeralda – símbolo da medicina, ou outro específico símbolo próprio, muito
pessoal, que será usado neste trabalho com a Madona Negra.
Ao cultuar a Madona Negra estamos recebendo os dons do Espírito que, convém lembrar,
são Clarividência, Poliglotismo, Clauridiência, Ensinamentos inspirados e Expulsão de
espíritos malignos (magia negra), entre outros. E com estes dons a Madona Negra, desde a
deusa Inanna até a Virgem Santíssima, chega até nós como o símbolo da integração e
resolução dos opostos.
E isto nos ensina que o segredo da Madona Negra e seu Poder é a transmutação de nossa lua
interna (alma) em nosso sol interno (espírito), numa eterna Alquimia.
A explicação oficial dada pelos representantes da igreja é que a cor escura das estatuetas é
atribuída ao enegrecimento pela fumaça secular das velas, à deterioração da tinta utilizada ou
à qualidade da madeira. Mesmo que isso seja verdade para algumas poucas imagens
(principalmente as que foram pintadas de branco ou dourado pelos monges cristãos), sua
origem aponta para antigas representações das deusas do mundo antigo como Lilith, Cibele,
Ísis ou Kali.
Muitas das estatuetas foram encontradas nos lugares sagrados das deusas antigas, onde
posteriormente foram erguidas as igrejas cristãs dedicadas à Maria ou a algumas santas
católicas. Foi comprovada, também, a conexão entre essas estatuetas e o culto gnóstico dos
séculos XI e XII com os “troféus” trazidos pelas cruzadas do Oriente Médio (estatuetas
saqueadas dos templos das deusas acima mencionadas) e com a influência moura durante seu
domínio na Espanha.
Na França, já foram localizadas mais de 300 Vierges Noires, das quais sobreviveram intactas
cerca de 150, as demais tendo sido pintadas de branco pelos monges, destruídas por
fanáticos, roubadas ou adquiridas por colecionadores. As mais famosas Madonas Negras são
as da Catedral de Chartres (França), de Mont Serrat (Espanha) e Czestochova (Polônia). Das
estatuetas pós-renascentistas, podemos mencionar Nossa Senhora de Guadalupe (México) e
Nossa Senhora Aparecida (Brasil).
A mais freqüente correspondência da Madona Negra é como Ísis, a grande mãe egípcia, em
sua representação materna, segurando ou amamentando seu filho Hórus. O culto de Ísis se
difundiu do Egito para os países do Mediterrâneo, tendo se mantido durante toda a duração do
Império Romano. Nos últimos séculos desse Império, outras estatuetas de deusas escuras,
como Cibele e Diana de Éfeso, também foram reverenciadas juntamente com Ísis. Apesar da
cristianização, esse culto continuou até a Idade Média e, pela proximidade com a África e o
Oriente, muitas Madonas Negras ainda existem nos países limítrofes.
Durante a Idade Média, muitas outras estatuetas das Virgens Negras foram confeccionadas
para repor as que haviam sido roubadas ou destruídas, porém seguindo-se sempre os antigos
modelos, com o mesmo respeito por seu mistério. Como várias dessas estatuetas foram
encontradas escondidas em grutas, embaixo de árvores ou nas ruínas dos antigos templos, é
fácil ver sua ligação com as deusas pagãs (Cibele, Ártemis e Hécate), cujo culto era feito nos
bosques, nas grutas ou nos santuários da antiguidade.
Como mediadora entre o céu e a Terra, a Madona Negra representava Sophia (ou Hockmah), a
grande mãe dos gnósticos, a contraparte feminina do criador e fonte de seu poder, cujo
símbolo era a pomba, metamorfoseada pelo cristianismo em Espírito Santo de forma a
complementar a Trindade, substituindo-se, assim, a figura e o poder da Mãe. Mesmo com a
perseguição, proibição e extinção do culto gnóstico (considerado herege e perigoso pelos
patriarcas cristãos), Sophia continuou a ser venerada como a Mãe Divina pelos ocultistas e a
Igreja foi obrigada a criar uma santa com seu nome, reduzindo a Deusa à condição de mortal.
A Madona Negra e a Mãe Terra
De acordo com o folclore e as lendas francesas, Maria Madalena chegou ao pequeno porto de
Saintes Maries de la Mer, 13 anos após a crucificação, acompanhando Maria, mãe de Jesus, e
Maria, mãe de João Batista. Conta-se que ela viveu mais de 30 anos em reclusão na gruta de
St. Baume, no sul da França, assistindo e curando doentes, conforme consta dos arquivos do
mosteiro ali localizado. No sudoeste da França, há a maior concentração de estátuas de
Madonas Negras, cuja inspiração teria sido Maria Madalena, supostamente mãe do filho de
Jesus, uma grande iniciada essênia e representante dos atributos “escuros” da Grande Mãe
(enquanto Maria, a mãe de Jesus, refletia a face luminosa).
Anualmente, a pequena cidade de Saintes Maries de la Mer torna-se o centro de uma
gigantesca celebração, feita por milhares de ciganos, vindos em peregrinação e reverência de
todos os cantos da Europa. O centro da homenagem é Sara Kali, uma santa de origem obscura
(misto de deusa hindu com personagem bíblico ou a possível filha de Jesus, Sara), cuja estátua
de cor negra se encontra em uma cripta. Presentes, guirlandas de flores, votos e pedidos são
amontoados ao seu redor; os doentes e seus familiares fazem fila para tocar a estátua
milagrosa. A procissão depois leva a estátua até o mar, com orações e cânticos, e lá ela é
imersa na água para que sejam renovadas suas qualidades de cura, fertilidade e abundância
(como nos antigos rituais de lavagem das estátuas de Hera, Cibele e Ísis).
A maioria das estátuas se encontra sobre centros de poder ou linhas de força telúrica (as assim
chamadas ley lines ou “veias do dragão”) e seus poderes mágicos são de cura, proteção e
fertilidade.
Há inúmeros relatos de milagres presenciados pelos peregrinos; as pilhas de votos e
agradecimentos dos que visitam permanentemente as estátuas são provas vivas e comoventes
dos milagres da cura pela fé. Fé no poder eterno da Mãe Divina, da Mãe Terra, cuja magia e
poder foram captados e preservados pelo mistério das estatuetas das Madonas Negras.
ORAÇÃO Á GUADALUPE
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MARIA MADALENA,
A PROSTITUTA SAGRADA
A maioria dos homens acredita que a maior ofensa para uma mulher é ser chamada de
"prostituta". A partir deste momento você entenderá com a história da Santa Maria Madalena
e outras deusas mitológicas, como esta palavra foi tão depurtada pelo cristianismo.
Imagine-se agora, se puder, que estamos viajando no tempo, por terras estrangeiras,
alcançando civilizações muito antigas. Com o olho de sua mente veja um templo cintilando de
luz. Lá dentro há uma bela mulher coberta de véus, que virá em sua direção dançando. Seus
braços são cobertos de braceletes dourados cravados de pedras preciosas e quando passa por
você, sentirá um aroma delicioso de flores. Ela é só amor e êxtase. Ela é a nossa prostituta
sagrada que se entrega à Deusa e aos estranhos cansados de viver que vão até o templo
venerar a Deusa do amor.
Esta imagem fenomenal que contemplamos em nossa imaginação, já foi uma realidade em
tempos muito antigos. Inscrições antigas desenterradas de templos, nos contam com mais
detalhes destas cerimônias religiosas que eram celebradas em honra a Deusa do amor e da
fertilidade. Quem ainda hoje não se encanta com a beleza da nudez de Afrodite?
Mas, quando a prostituição sagrada existiu, as culturas eram embasadas no sistema matriarcal.
Nestes tempos, natureza e maternidade eram prioridade, pois tinha-se um mundo imenso
para povoar. Entretanto, a natureza sexual dos homens era tida como uma atitude religiosa.
Na Babilônia, todas as virgens, antes de casar, eram iniciadas na feminilidade através da
prostituição em templos sagrados. Matronas romanas, da mais alta aristocracia, iam ao templo
Juno Sospita para entrar no ato de prostituição sagrada quando era necessária uma revelação.
Independentemente de onde vinham, por uma origem real ou comum, por uma noite ou toda
a vida, as prostitutas sagradas eram nesta época, muito numerosas. Todas elas gozavam de
"status" social e eram muito cultas, pois passavam por iniciações e muito estudo. A maioria
delas, eram política e legalmente iguais aos homens. No Código de Hamurábi, uma legislação
especial salvaguarda os direitos e o bom nome da prostituta sagrada. Ela era protegida contra
difamações, assim como seus filhos. Também por lei, a prostituta sagrada podia herdar
propriedades de seu pai e receber renda da terra trabalhada de seus irmãos. Se insatisfeita, ela
podia dispor da propriedade da maneira que julgasse conveniente.
Sob à nova tradição, a mulher tornou-se Eva, a encarnação da sedução, a ruína do homem. Sua
simples existência era advertência para os desejos físicos, aos quais era necessário resistir
mediante o medo de punição eterna. As mesmas qualidades pelas quais as mulheres foram
outrora consideradas sagradas, agora são a razão para as degradarem.
Em nome do Senhor o homem começou a destruir todos os vestígios da Deusa e de sua defesa
da felicidade sexual. Até o casamento não tinha mais como finalidade o prazer sexual, mas a
criação de novas almas para adorar a Deus. Todo o prazer foi tirado da natureza humana e
considerado pecado.
Com estas mudanças, as mulheres deixaram de ser consideradas em pleno gozo de seus
direitos. A lei romana colocava a mulher sob sua tutela e afirmava que ela era imbecil. Na
Grécia, as leis de Sólon não lhes davam direito algum. A lei hebraica condenava a mulher à
morte caso não fosse casta na época de se casar e, se cometesse adultério, era apedrejada até
a morte.
Essas novas leis são a antítese das atitudes em relação à mulher e à sua natureza sexual, as
quais prevaleceram durante as eras em que a Deusa era venerada.
Existem poucas citações diretas sobre ela nos quatro evangelhos, porém ela está
nominalmente presente nas passagens mais marcantes na vida do Cristo, como a Paixão e a
Ressurreição. Ela é a discípula que ama o mestre acima de tudo e é testemunha da Sua
Ressurreição, sendo a portadora da Boa Nova. Por isso ela pode ser considerada a primeira
apóstola.
Marcos se refere a Maria Madalena como "aquela que Jesus havia tirado sete demônios".
Lucas fala de uma mulher que segue Jesus, e que "havia sido curada de espíritos malignos e
enfermidades"; se chamava Maria, provinha de uma cidade de Magdala, e Jesus expulsou dela
sete diabos. Imediatamente antes disto, Lucas relata a cena com o fariseu, quando uma
mulher sem nome lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, os secou com seus cabelos e logo o
unge, em agradecimento ao perdão por parte de Jesus por seus pecados.
A justa posição nos leva a acreditar que as duas mulheres se identificam em uma só. A mesma
história aparece em Mateus e Marcos, mas a mulher sem nome não é tachada de pecadora e
lhe foi dada muita importância ao colocá-la na última Ceia, em Betania. Não unge os pés de
Jesus, mas sim sua cabeça, de modo mais cerimonial em que se unge os reis, durante a
cerimônia de um sacrifício ritual. Ante a indignação dos discípulos, que argumentam que o
azeite foi mal gasto, pois poderia ser vendido e dado aos pobres, Jesus pede que sua ação seja
considerada como um ato de celebração, dizendo:
-" Porque os pobres tereis sempre convosco, porém a mim não me tereis sempre (Marcos).
Em outras fontes que não as Escrituras cristãs, já encontramos uma imagem bem diferente de
Madalena e sua função.
Nos Evangelhos Gnósticos ela é vista como líder ativa no discipulado de Cristo. Talvez fosse
até, uma professora dos apóstolos. O gnóstico "Evangelho de Felipe" relata "a união do
homem e da mulher como símbolo da cura e paz, e estende-se ao relacionamento de Cristo e
Madalena que, diz ele, era freqüentemente beijada por ele". Ele descreve Maria Madalena
como "a companhia mais íntima de Jesus, e símbolo da Sabedoria Divina".
De acordo com o "Diálogo do Salvador", Maria Madalena foi uma dos três discípulos a receber
ensinamentos especiais, e era elogiada acima de Mateus e Tomé. Dizia-se que "ela falava como
mulher que conhecia o Todo".
Mas, a atenção especial que recebia Maria Madalena, acabou gerando rivalidade entre ela e os
outros discípulos. Em "Pists Sophia", há algo a respeito de Pedro irritando-se porque Maria
Madalena dominava a conversa com Jesus. Ela parecia entender tudo o que Cristo falava,
enquanto os outros, não tinham tanto alcance.Pedro em função disso, temia perder sua
posição de liderança na nova comunidade religiosa. Ele exige que Jesus a silencie e é
imediatamente censurado. Mais tarde, Maria admite a Jesus que não ousa falar a ele
livremente porque, segundo suas palavras: "Pedro faz-me hesitar; tenho medo dele porque ele
odeia a raça feminina". Jesus responde que quem quer que o espírito tenha inspirado é
divinamente ordenado a falar, seja homem ou mulher.
Nos "Evangelhos Gnósticos", Maria Madalena é considerada uma mulher capaz, ativa,
amorosa, com habilidades de conhecer e falar "o Todo", o que talvez seja uma referência à
mais alta Sabedoria, certa compreensão que o coração recebe e contém. Maria Madalena
possuía a habilidade de saber das coisas inexplicáveis, como sua visão de Cristo. Ela não
questionava este seu lado, como os outros. Ela confiava em sua fonte mais íntima. Ela
conseguia ver os emissários divinos e transmitir suas mensagens aos humanos. Como
prostituta sagrada, ela era mediadora entre o mundo divino e o mundo dos humanos.
Maria Madalena também operava milagres. Conta-se que após ela ver o Cristo ressuscitado,
corre para contar aos outros discípulos. No caminho, encontrou Pôncio Pilatos e falou-lhe
sobre a maravilhosa novidade.
Naquele instante, passou ao seu lado uma mulher que carregava uma cesta de ovos, e Maria
Madalena tomou um em suas mãos. Quando ergueu diante de Pilatos, o ovo adquiriu uma cor
vermelho-vivo. Como testemunho desse efeito lendário, na catedral em Jerusalém que porta
seu nome há uma estátua de Maria Madalena segurando um ovo colorido.
Aliás, o ovo é um símbolo muito apropriado para este contexto histórico, porque ele simboliza
uma nova vida. Ovos coloridos ainda hoje são usados com semelhante simbolismo em nossa
Páscoa.
Cultuar seus símbolos é uma forma de evocarmos os auspícios de Maria, e meditar sobre eles
é uma forma de penetrar em seus mistérios.
Desde o início da Idade Média, Santa Maria Madalena tem fervorosa devoção, principalmente
na Europa, de todos os destituídos, prostituídos, pecadores e despossuídos, que estão em
busca de um verdadeiro arrependimento. Várias instituições foram criadas levando o seu
nome, para o acompanhamento e orientação, principalmente, de mulheres vítimas da
prostituição.
Diz a lenda, que após a volta do Cristo para junto de Seu Pai, Maria Madalena partiu em busca
do isolamento, chegou até a costa francesa, passando o resto de sua vida em penitência e
adoração ao Cristo, habitando em uma gruta. Como não se alimentava, anjos vinham
constantemente em seu socorro, até que veio a falecer e sua alma foi levada por um cortejo
de anjos, para o céu, junto ao seu Salvador. Em 1279 seu corpo apareceu milagrosamente na
cripta da igreja de St. Maximin, em Aix-en-Provence.
Mas, Maria Madalena não é só lembrada por sua renúncia a sexualidade. Em a "Leyenda
Áurea", Jacobo de Vorágine a descreve como a Mãe dos Reis e dos merovíngios, governadores
da França, anteriores à Carlos Magno, reivindicarão que descendiam dela. Dado que
acreditavam que era consorte de Jesus, na realidade estavam dando a entender que
descendiam de Deus.
Em quadros renascentistas , uma das imagens mais características de Maria Madalena é uma
mulher chorosa com um jarro de azeite de ungir em uma das mãos. Essa imagem a seguiu em
forma de lenda até Provenza, onde lhe foi dedicado um santuário que se ocultava em uma
brecha de uma montanha, na cova de Sainte Baume, perto de Saint Maximin. Foi proclamada a
existência de suas relíquias em numerosos lugares no sul da França; se acreditava que as três
Marias, junto com Marta e Lázaro, chegaram em uma barca à um lugar que se deu seu nome.
"Les Saintes Maries de la Mer". A imagem do pranto se considerava uma das qualidades que
definiam Maria Madalena: o vocábulo inglês "maudlin" (sensível, chorão) que passou à língua
inglesa através da francesa, é uma derivação de seu nome.
Maria Madalena, parece ter sido a antítese de Maria, ou seja, como se a maternidade virginal,
necessita-se da mulher que não era casta, porém, cujo "pecado original" havia sido redimido.
O erro, que caracteriza a todo pensamento literal, de pensar que um extremo compensará o
outro, fala uma vez mais: ambas alternativas terminam por situar-se ao mesmo nível. Tanto
virgem como prostituta são consideradas em termos plenamente sexuais e a diferença é, a
final, só uma diferença entre distintos tipos de serviços. No entanto, termina por ser Maria
Madalena, e não Maria a Mãe, quem transcende sua definição doutrinal: é ela quem chorará e
preparará o corpo sem vida de Jesus e é ela quem presencia todas as fases do drama da
transformação. É ela, portanto, a mediadora entre o mistério da ressurreição e o
entendimento ordinário dos discípulos, que consideram que o relato que ela lhes conta é o
relato de seu Senhor.
Maria Madalena como vemos, continua sendo uma figura proeminente na tradição cristã por
uma razão psicológica. A dimensão arquetípica da natureza feminina erótica elege uma figura
para ser a portadora de sua projeção. A questão é que os seres humanos, em sua busca
espiritual, têm que encontrar uma imagem do feminino que tenha relação com aspectos
eróticos da Deusa. Mas a repressão da sexualidade pelo pai cristão manipulou a imagem de
maneira que Maria Madalena fosse vista como penitente, renunciando à sua sexualidade.
Diferentemente do homem antigo, cujo amor pelo erótico era considerado compatível com a
espiritualidade, esses líderes cristãos negaram exatamente o necessário para a renovação da
vida.
Maria Madalena é uma figura feminina com que todas nós mulheres podemos nos relacionar
sem trairmos a nossa essência. Como uma prostituta sagrada, é capaz de encerrar todos os
aspectos dinâmicos e transformadores do feminino: paixão, espiritualidade e prazer A imagem
feminina de Maria Madalena, pode ser portadora de muitos outros significados, quando sua
natureza plena for restaurada dentro da nossa psique.
A imagem da Deusa divina que personifica os aspectos risonho, radiante, sábio, independente
e sensual da natureza feminina existe desde que se tem registros históricos. E pode continuar
a existir em nosso tempo se permitirmos que a sua imagem seja restabelecida e que tome seu
lugar de direito na compreensão consciente.
Mãe Bruxa, Senhora dos campos e das colheitas, Mãe das Cidades
Acende tua luz brilhante, Única nas chamas de minha alma, arde em brasa
Sopre, sopre sobre a minha brasa tal qual soprará sobre minha mortalha
Anima a chama a ardente do meu fogo, meu Juno, deito mel e leita a Terra
E faço oferendas a Ti o Mãe, porque minha alma nunca estará saciada de tua chama
E cada femea é tua profecia e cada ser humano carne de tua carne
Vive em mim tua chama ardente, tua tocha que tudo ilumina
Todas as Deusas são uma Única Deusa pois só existe um Fogo Iniciador e um Princípio de
Sabedoria
Sou herdeira das Deusas, Rainhas e Sacerdotisas do passado e as represento hoje aqui
trazendo a magia e a força da Grande Mãe à Terra. Nos momentos difíceis da minha vida, nos
momentos em que me faltar sabedoria, acredito e tenho a ajuda das minhas antepassadas.
Que no momento que eu olhar o céu noturno eu saiba que tenho a mesma força das mulheres
e homens que reinaram antes de mim e o fizeram guiados pela Sabedoria da Grande Deusa.
Que eu como sacerdotisa da Grande Mãe jamais esqueça o meu caminho e quando isto me
ocorrer que sempre e sempre eu me religue ao poder da Terra Mãe e a força do Senhor da
Natureza.
Que eu não tenha medo de olhar o mundo como minhas antepassadas que reinavam sem
medo em suas comunidades, países e reinos. Que eu seja sempre a sacerdotisa que acende a
fogueira e conhece todos os caminhos do Grande Rito. Que eu seja a bruxa e a feiticeira, a
senhora que conhece os segredos da terra e da magia, que eu seja a Senhora da Vida, senhora
do meu próprio destino e rainha de mim mesma exercendo minha própria soberania.
Que eu jamais me permita subjugar ou controlar um ser para igualmente jamais ser subjugada
e controlada. Que eu sempre me lembre que todos os alimentos com que me nutro, as frutas,
as ervas, as sementes e os vegetais, o leite e o pão, os animais que lavram a terra e os seres
que voam provem do Útero da Mãe e como tal sejam sempre louvados e abençoados para que
a colheita da minha vida, da minha alma seja sempre farta.
Que não haja em mim medo da morte e da mortalha e que eu saiba que sempre e sempre
ressurgirei para uma nova vida, até que eu tenha toda a sabedoria e possa me deixar levar,
minha alma pelas mares do fluxo da Grande Mãe.
Que eu jamais tema a mim mesma, e minha face escura de senhora das mortalhas, ceifadora,
rainha do caos, amante e feiticeira pois todos as Faces são Uma e nisto esta a sabedoria.
Que eu jamais tema a velhice e o tempo em que o sangue sagrado cessa de ser deitado a
Terra, pois após a Jovem e a Mãe, sou a Grande Sábia, a Velha Anciã, a sacerdotisa de tempos
passados e nisso se conserva toda a minha juventude e sabedoria. Por isso sou maga,
sacerdotisa e feiticeira.
Gaia Lil
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