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Tereza Maria Sério; Maria Amalia Andery. LIBERDADE: UM MITO?

O texto propõe uma discussão sobre a noção de liberdade a partir do behaviorismo


radical usando textos de B. F. Skinner, quem desenvolveu a referida teoria.

A partir da análise de três obras de Skinner, as autoras destacam aspectos como: a


contraposição entre liberdade e controle, a relação entre liberdade e controle, e a
interação entre liberdade e planejamento da cultura, estabelecidos na obra de Skinner,
do qual formulam as seguintes questões: Qual a concepção de homem de Skinner? Qual
a relação entre sua concepção de homem e o conceito de liberdade? É possível
compatibilizar liberdade e controle, liberdade e planejamento?

(Qual a concepção de homem para Skinner?) A visão de homem autônomo

Usando a posição anti-mentalista de Skinner, o qual cunhou o conceito de “homem


autônomo” como uma critica a explicação limitada ou nula das causas do
comportamento humano pelas correntes behavioristas, as autoras supõem que a partir da
visão mentalista o homem é livre visto que seu comportamento não tem causa, podendo
portanto, se responsabilizar por seus atos. Logo, liberdade se confunde com livre
arbítrio. Então há oposição entre ciência e livre arbítrio para Skinner, já que ciência é
comportamento humano, lembrando que o percurso proposto no artigo é “analisar
comportamentalmente a luta do homem pela liberdade e analisar se há oposição entre
esta luta e o conhecimento científico acerca do homem” (p. 4).

A luta do homem pela liberdade (Qual a relação entre sua concepção de homem e o
conceito de liberdade?)

Inicialmente a luta das civilizações pela liberdade significou a luta para livrarem-se dos
fenômenos adversos da natureza, resultando em avanços tecnológicos físicos (como a
descoberta do fogo, a construção de abrigos, a domesticação de plantas e animais, etc).

Posteriormente a luta do homem pela liberdade se dirige contra a opressão, repressão e


controle feitos por seu semelhante, o que fez com que desenvolvessem instrumentos,
que Skinner chamou de “literatura de liberdade” ou “filosofia democrática”, para
induzi-los a contraposição ativa aos controladores ou as formas de controle.

Mas segundo a análise comportamental essas armas não foram eficazes, pois “coloca
como objetivo mudar "os corações e as mentes das pessoas" e não suas ações” (p. 6).
(um questionamento: é possível mudar a mente das pessoas? Caso sim, a mudança da
mente não mudaria suas ações?). Outra critica é que essa literatura não enfatizou
“contingências de reforçamento positivo”. Segundo a citação de Skinner “A literatura
da liberdade teve em mira tornar o homem consciente do controle aversivo, mas na sua
escolha de métodos deixou de libertar o escravo feliz (p. 6)”. E assim as autoras
exemplificam as falhas da literatura da liberdade para a libertação do homem, como as
relações de poder, o controle positivo sobre o comportamento, que castram a liberdade e
a possibilidade de luta pela liberdade do homem controlado.

A ciência do comportamento e a questão da liberdade (Em que medida este


processo trilhado pela luta pela liberdade comprometeria uma análise científica do
homem?)

Visto que as teorias cientificas refletem a concepção de homem defendida na literatura


da liberdade, atenuam a determinação das ações humanas, quando assumem os
determinantes como algo inacessível, distanciando o homem da ação; quando
individualiza a fonte e origem da ação humana, empoderando-o e conferindo-lhe um
caráter revolucionário. Essa exacerbação do individuo como precursor da ação pode
leva-lo ao rompimento de sua relação com os ambientes físico e social e aos
consequentes riscos.

Outra critica a literatura da liberdade (e a luta pela liberdade) é que esta provocou a
oposição entre liberdade e controle “ao centralizarem sua análise nos sentimentos e
estados de espírito e na crítica às técnicas de controle aversivo”, quando valoriza a
liberdade e desqualifica o controle.

“Ao lutar pela liberdade, os defensores da literatura da liberdade "cometeram o


erro de supor que estavam suprimindo controle em lugar de corrigi-lo" (Skinner, 1971,
p. 173).”

“Com tudo isso, a literatura da liberdade se encontra hoje "despreparada para o


próximo passo, que não consistirá em libertar os homens do controle, mas sim em
analisar e modificar os tipos de controle a que estão expostos" (Skinner, 1971, p. 40).”

Dessa forma, a resposta para a pergunta é o comprometimento já que há oposição entre


as concepções tradicional e behaviorista do homem.

“E para o behaviorista o homem vem se construindo ao construir o mundo no


qual vive. E, para nossa tristeza, o mundo que construímos " ... é um padrão pobre.
Qualquer sociedade sem fome e sem violência pareceria esplêndida contra esse fundo"
(Skinner, 1948, p. 286).

Afinal, a liberdade é um mito?

As autoras concluem o artigo com duas respostas condicionadas: liberdade não é um


mito, se entendida como um conjunto de sentimentos produzidos por claras
contingências de reforçamento positivo, as quais contrastadas com a realidade, a
liberdade não passa de sonho. E finalmente, liberdade é um mito “se entendida como
ausência de determinação, como existência de livre arbítrio, como defesa de um homem
autônomo, livre e avesso a qualquer relação de controle com o ambiente, como o
indivíduo que se auto-produz” (p. 9).

O apego ao mito da liberdade é o problema, alertam e concluem com a citação de


Skinner:

Nossas práticas atuais não representam uma posição teórica bem definida
... não abandonamos totalmente a filosofia tradicional da natureza humana,
ao mesmo tempo que estamos longe de adotar sem reservas um ponto de
vista científico. Aceitamos em parte o pressuposto do determinismo, mas
permitimos que nossa simpatia, nosso primeiro compromisso e nossas
aspirações pessoais se levantem em defesa da visão tradicional ... Se este
fosse apenas um problema teórico não teríamos razão para alarme, mas
teorias afetam práticas. Uma concepção científica do comportamento dita
uma prática, uma filosofia de liberdade pessoal, uma outra. Confusão na
teoria significa confusão na prática. As infelizes condições atuais do mundo
podem ser devidas em grande parte à nossa vacilação (Skinner, 1953, pp.
8-9).

Para entender melhor o texto (Wikipédia.org/behaviorismo/behaviorismo radical):


Comportamento - é a relação entre a resposta (atividade do organismo) e o estimulo que
pode ser físico e social (eventos ambientais). O “ambiente” é a situação na qual a
resposta ocorre, assim também como a situação após a resposta, alterando o ambiente.
Para Skinner a analise do comportamento envolve as respostas, o contexto em que
ocorre e o evento que segue as respostas, desenvolvendo os princípios do
“condicionamento operante” para explicar o comportamento.
Behaviorismo radical – corrente filosófica sobre o comportamento humano influenciada
pelo behaviorismo filosófico e pela filosofia da ciência. Skinner combate que os estados
mentais (cognição, id-ego-superego, inconsciente coletivo, etc) podem originar o
comportamento, embora entendidos como parte dele e de natureza física (por isso é
considerado anti-mentalista).
Mentalismo – atribuição dos eventos internos fisiológicos como causa do
comportamento. Skinner defendia que além dos eventos fisiológicos, os eventos
ambientais e as respostas do organismo concentravam as causas do comportamento.
Condicionamento operante é a sistematização do modelo (behaviorista radical) para
explicar o comportamento, onde o comportamento é condicionado não pela associação
estimulo resposta, mas pelo possível estimulo reforçador seguido da resposta. Esse
estimulo pode ser positivo, estimulando o comportamento, ou negativo, inibindo o
comportamento em situações semelhantes. Dessa forma, Skinner “propõe um modelo de
condicionamento não-linear e probabilístico, em oposição ao modelo linear e reflexo
das teorias precedentes do comportamentalismo”.
Homem autônomo -
“Para Skinner, os comportamentos são selecionados através de três níveis de seleção.
Os componentes da mesma são: 1 - Nível filogenético: que corresponde aos aspectos
biológicos da espécie e da hereditariedade do indivíduo; 2 - Nível ontogenético: que
corresponde a toda a história de vida do indivíduo; 3 - Nível cultural: os aspectos
culturais que influenciam a conduta humana. Através da interação desses três níveis
(onde nenhum deles possui um status superior a outro) os comportamentos são
selecionados. Para Skinner, o ser humano é um ser ativo, que opera no ambiente,
provocando modificações nele, modificações essas que retroagem sobre o sujeito,
modificando seus padrões comportamentais.”
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Behaviorismo)

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