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Luiz Nishiyama
Prof. Dr. do IG/PPGEO da Universidade Federal de Uberlândia/MG – Brasil
Uberlândia/MG – Brasil
nishi@ufu.br
Roberto Rosa
Prof. Dr. do IG/PPGEO da Universidade Federal de Uberlândia
Uberlândia/MG – Brasil
rrosa@ufu.br
RESUMO: A cobertura vegetal e os recursos hídricos do Cerrado devem ser preservados, mas o que se percebe
é que grande parte do Cerrado mineiro já sofreu intenso desmatamento de sua cobertura vegetal e
crescente poluição dos seus mananciais. Neste sentido, esta pesquisa tem por objetivo mostrar o uso
de geotecnologias para o mapeamento dos recursos naturais da bacia hidrográÞca do rio Paranaíba
no Cerrado mineiro (entre as coordenadas geográÞcas 16°13’ – 20°12’S e 46°03’ – 50°56’ W), no
intuito de auxiliar a gestão e preservação destes recursos. O mapeamento da cobertura vegetal e uso
antrópico mostra que apenas 28,56% da área de estudo ainda encontram-se cobertos por vegetação. O
mapa de Índice de Qualidade da Água mostra que a maioria dos índices veriÞcados oscila entre médio
(50<IQA 70) e bom (70<IQA 90). Os resultados apresentados a partir da utilização de tecnologias
de obtenção, armazenamento, manipulação e apresentação de dados georreferenciados mostram
importantes dados do diagnóstico da área estudada e permitem um avanço nos estudos ambientais da
bacia hidrográÞca do rio Paranaíba na área do Cerrado mineiro.
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Geotecnologias Aplicadas à Gestão dos Recursos Naturais da Bacia HidrográÞca do Rio Paranaíba no Cerrado Mineiro
Fabrício Silvério Flauzino, Mirna Karla Amorim Silva, Luiz Nishiyama, Roberto Rosa
ABSTRACT: The vegetation cover and water resources in Cerrado must be preserved, but what we notice is that
most of Minas Gerais’ Cerrado has suffered intense deforestation of its vegetation cover and increasing
pollution of its water sources. Therefore, this research aims to show the use of geotechnologies to
the natural resources mapping of river basin Paranaiba in Cerrado area of Minas Gerais (between
16°13’ – 20°12’ S and 46°03’ – 50°56’W), in order to assist the management and conservation of these
resources. The mapping of the vegetation cover and land use shows that only 28.56% of the study
area is still covered by vegetation. The Index map of Water Quality shows that most of the veriÞed
indexes vary from medium (50<WQI 70) and good (70<WQI 90). The results presented from the use
of technologies of obtaining, storage, handling and presentation of georeferenced data show important
diagnosis data in the studied area and allow a breakthrough in environmental studies of river basin
Paranaíba in Cerrado’s area of Minas Gerais.
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Geotecnologias Aplicadas à Gestão dos Recursos Naturais da Bacia HidrográÞca do Rio Paranaíba no Cerrado Mineiro
relevantes para o levantamento, monitoramento do solo e da água. Destaca-se a utilização dos SIG’s
e mapeamento dos recursos naturais. A gama de como ferramenta para mapear e obter respostas
fontes de dados espaciais disponíveis na internet e às várias questões sobre planejamento urbano
as tecnologias do geoprocessamento, tais como o e levantamento do meio físico, ao descrever os
sensoriamento remoto, os Sistemas de Informação mecanismos das mudanças que operam no meio
GeográÞca (SIG), a cartograÞa digital, os Sistemas ambiente, além de auxiliar o planejamento e manejo
de Posicionamento Global (GPS), que permitem dos recursos naturais existentes.
integrar dados georreferenciados, são apenas alguns
exemplos do uso das geotecnologias como auxílio no Este artigo tem por objetivo mostrar a
processo de gestão territorial em aplicações diversas aplicação de geotecnologias para mapear, analisar e
nos mais variados campos das ciências naturais auxiliar a gestão dos recursos naturais presentes na
(ROSA e BRITO, 1996). área de estudo. Esta área é deÞnida pela porção da
bacia hidrográÞca do rio Paranaíba, área de Cerrado
Contudo, Rocha (2000) assinala que é em Minas Gerais.
necessário não apenas conhecer, mas também utilizar
de maneira integrada todas as ferramentas, processos e 2. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
entidades pertencentes às geotecnologias disponíveis DA ÁREA DE ESTUDO
desenvolvendo metodologias de aplicabilidade das
mesmas no sentido de diagnosticar e prognosticar A área de estudo, delimitada pela porção da
riscos e potencialidades ambientais em relação ao bacia do rio Paranaíba na área do Cerrado mineiro,
desenvolvimento das sociedades. situa-se na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, e compreende uma área de 61.901 km2.
A utilização das geotecnologias se torna Esta área localiza-se entre as coordenadas geográÞcas
um instrumento de grande potencial para o 16°13’ – 20°12’S e 46°03’ – 50°56’W (FIGURA 1).
estabelecimento de planos integrados de conservação
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Fabrício Silvério Flauzino, Mirna Karla Amorim Silva, Luiz Nishiyama, Roberto Rosa
A bacia do rio Paranaíba é a segunda maior erosiva tabular; as formas de dissecação do relevo,
bacia da região hidrográÞca do Paraná com uma área abrangendo as formas aguçadas (a), convexas (c) e
de 222.767 km2. A nascente do rio Paranaíba situa-se tabulares (t); e, por Þm, as formas de acumulação
na Mata da Corda, município de Rio Paranaíba/MG, que se caracterizam, especialmente, pelas planícies
e sua bacia de captação abrange parte dos Estados de ßuviais (BRASIL, 1983).
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito
Federal (ANA, 2008). 2.4. Solos
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Geotecnologias Aplicadas à Gestão dos Recursos Naturais da Bacia HidrográÞca do Rio Paranaíba no Cerrado Mineiro
!Dados vetoriais do limite do Bioma Cerrado O mapa de Cobertura vegetal e uso antrópico
e da bacia hidrográÞca do rio Paranaíba foi elaborado a partir dos dados vetoriais do PROBIO,
(IGAM, 2007); utilizando-se o software Arcview 3.2. O PROBIO
!Modelo Digital de Elevação (MDE/SRTM) (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável
de Minas Gerais (WEBER et al, 2004); da Diversidade Biológica Brasileira), desenvolvido
!Coleção de cartas contendo dados de pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizou
cobertura vegetal natural e uso antrópico, o Levantamento dos Remanescentes da Cobertura
do Bioma Cerrado/MG (escala 1:250000), Vegetal dos Biomas Brasileiros, a partir de cartas-
elaborada pelo PROBIO e obtidas junto a imagem ETM+/Landsat do ano de 2002. Os dados
Embrapa/Cerrados (2007): referentes a este levantamento estão disponíveis para
• Unaí (SE-23-V-A) acesso e download a partir do site do MMA, em
• Paracatu (SE-23-V-C) cartas na escala 1:250000.
• Quirinópolis (SE-22-Z-A)
• Uberlândia (SE-22-Z-B) O mapa de IQA foi elaborado utilizando-
• Patos de Minas (SE-23-Y-A) se as informações do Projeto Água de Minas,
• Três Marias (SE-23-Y-B) realizado pelo IGAM no ano de 2006. Este projeto
• Iturama (SE-22-Z-C) é responsável pelo monitoramento da qualidade das
• Prata (SE-22-Z-D) águas superÞciais e subterrâneas da Minas Gerais.
• Uberaba (SE-23-Y-C) Em execução desde 1997, o programa disponibiliza
• Bom Despacho (SE-23-Y-D) para acesso e download via internet, através do site
• Franca (SF-23-V-A) do IGAM, uma série histórica da qualidade das águas
!Folha SD-22 (Goiás) do Projeto RADAM/ no Estado. Este mapeamento foi realizado utilizando-
BRASIL (1983). se as ferramentas do software Arcview 3.2.
!Dados do Índice de Qualidade da Água
(IQA) da bacia hidrográÞca do rio Paranaíba A partir dos dados contidos nos mapeamentos
adquiridos a partir do Projeto Águas de Minas, temáticos realizados, foram elaborados gráÞcos e
ano de referência 2006 (IGAM, 2007). tabelas para uma melhor compreensão e visualização
dos resultados obtidos. A análise dos dados gerados,
3.2. Softwares a partir das geotecnologias disponíveis, assim
como o conhecimento das condições ambientais da
!Sistemas de Informação GeográÞca: Arcview área de estudo permitiram uma discussão a cerca
3.2 e Idrisi 32. da utilização e preservação dos recursos naturais
presentes na área de estudo.
A partir dos dados vetoriais de hidrograÞa,
malha viária, limite da bacia, limite do Bioma 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cerrado, dados do IQA e do MDE/SRTM da região
em estudo, foram elaborados os seguintes mapas Os mapeamentos realizados permitem uma
temáticos: Hipsométrico, Declividade do terreno, avaliação das condições ambientais presentes na área
Cobertura vegetal e uso antrópico e Índice de em estudo.
Qualidade da Água.
4.1. Hipsometria
Os mapas de hipsometria e declividade do
terreno foram elaborados a partir dos dados do MDE/ O estudo referente aos dados hipsométricos,
SRTM da área de estudo, utilizando-se o software dentro da área da bacia, permite o conhecimento das
Idrisi 32, sendo o layout Þnal elaborado com o variações altimétricas, a partir de uma isoipsa base,
auxílio das ferramentas do software Arcview 3.2. para uma melhor compreensão do comportamento
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Fonte: MDE/SRTM (WEBER et al, 2004)
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IGAM, 2007
Elaborado por: FLAUZINO, F. S.; SILVA, M.K.A., 2007
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Os intervalos de cotas altimétricas foram se localiza em áreas com terreno relativamente plano
agrupados de acordo com as seguintes classes: menor e pouco acidentado e, desta forma, favorável ao uso
que 500m, 500 a 700m, 750 a 1000m, 1000 a 1250m agropecuário, uso marcante na região. A região de
e maior que 1250m. relevo mais acidentado e presença de maiores cotas
de altitude compreende a região da Serra da Canastra.
A FIGURA 2 indica que a maior parte da
bacia em estudo (76,49%) encontra-se em áreas com A TABELA 1 e FIGURA 3, a seguir,
cotas de altitudes compreendidas entre 500 a 1000 m apresentam a área ocupada pelas classes hipsométricas
de elevação. De modo geral, a maior parte da bacia da bacia estudada.
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Fonte: MDE/SRTM (WEBER et al, 2004)
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IGAM, 2007
Elaborado por: FLAUZINO, F. S.; SILVA, M.K.A., 2007
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TABELA 2: Área (km²) ocupada pelas classes de declividade do terreno da área de estudo
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Menor 3% 3 a 8% 8 a 20% 20 a 45 % Maior 45%
Áreas de superfícies tabulares e com baixa meio ambiente produtos que causam desequilíbrios
declividade são típicas da região do Cerrado. Nestas ambientais como inseticidas, pesticidas, fertilizantes,
áreas nota-se que o escoamento superÞcial é lento entre outros.
e a declividade do terreno permite a utilização de
maquinário agrícola para as atividades agronômicas. A região do Triângulo Mineiro e Alto
Paranaíba, além de apresentar topograÞa favorável
O estudo dos dados de hipsometria e localização estratégica para o desenvolvimento
juntamente com o estudo da declividade do terreno, agrícola, recebeu diversos recursos a partir da
permite identiÞcar áreas com potencial à formação implantação de programas de incentivo produtivo,
de processos erosivos. como o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados
(POLOCENTRO), o Programa de Assentamento
4.3. Cobertura vegetal e Uso antrópico Dirigido do Alto Paranaíba (PADAP) e o Programa
Nipo – Brasileiro de Desenvolvimento Agrícola
Como já mencionado anteriormente, na bacia da Região dos Cerrados (PRODECER), visando
do rio Paranaíba, especialmente na porção deÞnida a modernização da atividade agrícola em grandes
para a área desta pesquisa, a cobertura vegetal natural extensões de terra em áreas de chapada do Cerrado
cede lugar, sobretudo, as atividades agropecuárias e, conseqüentemente, o desenvolvimento econômico
e à instalação de usinas hidrelétricas modiÞcando, desta região.
assim, suas características naturais originais.
A compilação dos dados da cobertura vegetal
O uso da terra para as atividades agropecuárias e uso antrópico, realizadas pelo PROBIO, permitiu
é grande responsável pela devastação da cobertura veriÞcar que 70% já estão ocupadas por algum tipo
vegetal remanescente. Tal fato se percebe desde a de atividade agrícola, pecuária, reßorestamento,
utilização dos sistemas agrícolas mais primitivos, áreas urbanizadas, atividades minerarias.
que consomem muitos recursos naturais pelo
desmatamento, perda de solos, redução da fertilidade A FIGURA 6 e a TABELA 3 apresentam
natural, etc., até mesmo pelos sistemas de produção a área ocupada pelas classes de cobertura vegetal
agrícola mais intensiÞcados, que introduzem no natural da bacia estudada.
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Cobertura vegetal natural, Uso da terra e Água
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Fonte: Execução: Projeto de Conservação e Utilização Sustentável
da Diversidade Brasileira /PROBIO (EMBRAPA/CERRADOS, 2007)
IBGE, 2007 40 0 40 80 Km
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IGAM, 2007
Elaborado por: FLAUZINO, F. S.; SILVA, M.K.A., 2007
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TABELA 3. Área (km²) ocupada pelas categorias de cobertura vegetal natural e uso antrópico da área de estudo
Categorias Área
(Km2)
Cobertura vegetal natural 17679
Uso antrópico 43675
Água 546
Total 61901
Fonte: Levantamento dos Remanescentes da Cobertura Vegetal no
Bioma Cerrado no ano de 2002 (PROBIO,2007)
Org.: FLAUZINO, F. S.; SILVA, M. K. A., 2007
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Natural Antrópico Água
FIGURA 7. Distribuição percentual das categorias de cobertura vegetal, uso antrópico e água na área de estudo.
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Neste contexto, o estudo dos índices de total, selênio total, mercúrio total; e Parâmetros
qualidade das águas se torna essencial no sentido microbiológicos: coliformes termotolerantes,
de relatar as informações referentes a diversos coliformes totais e estreptococos totais, sendo
parâmetros físico-químicos, como auxílio à gestão estes considerados parâmetros de monitoramento
dos recursos hídricos da região. Dentre os parâmetros que permitem caracterizar a qualidade e o grau de
analisados neste tipo de estudo tem-se: Parâmetros contaminação dos corpos d’água (IGAM,2007).
Físicos - temperatura, condutividade elétrica, sólidos
totais, sólidos dissolvidos, sólidos em suspensão, cor, A análise e a avaliação de diversos
turbidez; Parâmetros Químicos - alcalinidade total, parâmetros, dentre os citados anteriormente, em
alcalinidade de bicarbonato, dureza de cálcio, dureza alguns dos principais cursos d’água da bacia em
de magnésio, dureza total, pH, oxigênio dissolvido estudo, permite o monitoramento da qualidade da
(OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5,20), água dos mesmos e, conseqüentemente, permite e
demanda química de oxigênio (DQO), série de aprimora a gestão destes recursos hídricos e ainda
nitrogênio (orgânico, amoniacal, nitrato e nitrito), em toda a região abrangida como um todo.
fósforo total, substâncias tensoativas, óleos e graxas,
cianeto livre, fenóis totais, cloreto, potássio, sódio, A síntese dos dados do monitoramento
sulfato total, sulfetos, magnésio, ferro dissolvido, de IQA dos principais cursos d’água da porção da
manganês total, alumínio total, alumínio dissolvido, bacia do rio Paranaíba em estudo, obtidos pelos
zinco total, bário total, cádmio total, boro total, estudos realizados pelo IGAM (Projeto Águas de
arsênio total, níquel total, chumbo total, cobre total, Minas/2006), podem ser visualizados a partir da
cobre dissolvido, cromo (III), cromo (VI), cromo FIGURA 8.
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Bacia do Rio Paranaíba no Bioma Cerrado/ MG
Qualidade das Águas Superficiais do ano de 2006
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Geotecnologias Aplicadas à Gestão dos Recursos Naturais da Bacia HidrográÞca do Rio Paranaíba no Cerrado Mineiro
A avaliação do IQA dos rios analisados pelo deÞnidas pela TABELA 4, a seguir. Constam ainda,
IGAM (Projeto Água de Minas/2006) foi realizada na mesma, os respectivos valores de IQA para cada
segundo dados coletados em estações de amostragem ponto de amostragem identiÞcado.
A Agência Nacional das Águas (ANA) dos recursos hídricos, entre eles a CETESB, IGAM,
utiliza esta avaliação do IQA como ferramenta para ANA, entre outros.
avaliar a qualidade da água de um determinado
corpo d’água. O cálculo deste índice incorpora, Assim, a avaliação da qualidade da água, a
segundo especialistas, nove parâmetros relevantes partir da análise das características físico-químicas
para a avaliação da qualidade da água, dentre e biológicas, é realizada de acordo com os seguintes
aqueles já citados anteriormente. Este índice é indicadores da qualidade da água: Excelente, Bom,
calculado através do produtório ponderado das Médio, Ruim e Muito ruim. Esta escala de valor
qualidades de água correspondentes aos parâmetros: representa o grau de impureza segundo certos valores
temperatura da amostra, pH, oxigênio dissolvido, estabelecidos que podem variar numa escala de 0 a
demanda bioquímica de oxigênio (cinco dias, 20ºC), 100 (BRASIL, 2005).
coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo
total, resíduo total e turbidez. Cada parâmetro Ao analisar o mapeamento de IQA da bacia
tem um peso especíÞco, em função do nível de em estudo, observa-se que a maioria dos índices
signiÞcância na qualidade da água. Portanto, o IQA encontrados oscila entre os indicadores “Médio”
é um índice bastante utilizado pelos órgãos de gestão (50<IQA 70) e “Bom” (70<IQA 90), conforme
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Fabrício Silvério Flauzino, Mirna Karla Amorim Silva, Luiz Nishiyama, Roberto Rosa
escala de ponderação adotada pelo IGAM. Há casos VeriÞcou-se ainda, a partir do mapeamento
em que o índice é “Ruim” (25<IQA 50), como por realizado da cobertura vegetal natural e uso antrópico
exemplo, uma porção do rio Uberabinha (área urbana (EMBRAPA/CERRADOS, 2007), que somente
da cidade de Uberlândia) e também uma porção do cerca de 28% da cobertura vegetal natural se encontra
rio Paranaíba (entre os municípios de Rio Paranaíba preservada, enquanto que cerca de 70% da área em
e Patos de Minas). Estes índices de qualidade são estudo já se encontra utilizada por algum tipo de
diretamente inßuenciados pela ocupação antrópica e atividade antrópica (atividade agrícola, pastagem,
suas atividades, entre elas o lançamento de eßuentes ocupação urbana, áreas de mineração, entre outras).
líquidos domésticos e industriais nos corpos d’água
sem tratamento. As atividades de extração mineral A análise do mapeamento do IQA, mostrou
presentes na região, também são responsáveis pela que a maioria dos cursos d´água analisados apresenta
degradação e contaminação dos cursos d’água, um índice de qualidade variando entre “Bom” e
especialmente na área de inßuência do rio Araguari. “Ruim” (25<IQA 90), o que coloca a área de estudo
Nenhum dos pontos de amostragem apresentou o em uma posição média em relação à qualidade dos
índice de qualidade “Excelente” (90<IQA 100), cursos d’água analisados. Nenhum curso d’água
demonstrando a importância de ações corretivas e presente na área de estudo atingiu o índice de
preventivas que consigam restabelecer e manter a qualidade “Excelente”, ideal para a garantia de boa
qualidade das águas nos cursos d’água desta região. qualidade de vida nos ecossistemas.
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Fabrício Silvério Flauzino, Mirna Karla Amorim Silva, Luiz Nishiyama, Roberto Rosa
1 mapa, color., 118 cm x 84 cm. Escala 1:250.000. IGAM. Instituto Mineiro de Gestão de Águas – Setor
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