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Índice
Conteúdo Página
Lista de figuras ........................................................................................................................... 4
Declaração .................................................................................................................................. 7
Dedicatória.................................................................................................................................. 8
Agradecimentos .......................................................................................................................... 9
Resumo ..................................................................................................................................... 10
CAPITULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................ 11
1.1 Problematização.................................................................................................................. 12
2.4.1.3 Solventes....................................................................................................................... 17
CAPITULO V .......................................................................................................................... 30
vi
Lista de figuras
Figura 1- Amostra do solo argiloso de Mutamba …………………………………………....15
Figura 7A- Pilão de trituração do solo argiloso, Figura 7B- Pó do solo de argiloso………....25
Figura 10- Demonstração da aderência da tinta produzida a partir solo argiloso em diversas
superfícies após 14 dias de aplicação ………………………………………………...………27
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Lista de Siglas
CNTP- Condições Normais de temperatura e pressão
PE-Polietileno
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viii
7
Declaração
Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
________________________________________
Dedicatória
Nesta monografia científica é dedico aos meus filhos Jazmira Amosse Licumba e Filen
Amosse Licumba.
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Agradecimentos
À Universidade Pedagógica-Delegação de Massinga, com maior destaque para todos os
docentes do Departamento de Ciências Naturais e Matemática pela simpatia e sábia forma
como eles contribuíram para a minha formação;
Agradeco aos meus pais Tebula e Relia Efissone pelo apoio que deram para que pudesse
concretizar o meu sonho;
Ao meu irmão Carlos Rafael Xai Xai pelo apoio financeiro e moral para que os meus estudos
sejam frutíferos;
A minga directora da Escola Primaria do 1º e 2º Graus de Cofi Carolina João Nhassengo pelo
tempo dispensado para que pudesse progredir com os estudos;
Obrigado do fundo do coração vai ao meu querido esposo Amosse Licumba por todo apoio,
força e compressão que me deu ao longo desta formação;
E Finalmente agradecer a todos que directa ou indirectamente contribuíram para
concretização do meu sonho.
xi
10
Resumo
Em Mutamba a maioria de edificações na comunidade não tem pintura, porém nesta região
ocorre solo argiloso que devido a suas características como maior aderência a corantes como
os produzidos a partir da anilina, plasticidade, capacidade de troca iónica mostra-se sendo
importante matéria-prima para a produção de tinta de modo a pintar as edificações em
Mutamba. É neste contexto que a presente monografia com foco na compreensão da
potencialidade do solo argiloso de Mutamba na produção de tinta preta foi realizado tendo
como base o método experimental que compreendeu três (3) etapas principais que foram: a
preparação da solução corante, produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba e
análise da resistência da tinta compreendendo três ensaios (ensaio de sedimentação, ensaio de
aderência e de vida útil). Com os resultados da pesquisa concluiu-se que o solo argiloso de
Mutamba possui maior potencial para a produção de tinta preta de alta resistência, porém essa
tinta é eficiente quando aplicada em superfícies interiores devido ao seu baixo tempo de vida
quando entra em contacto com água após a secagem, porem esta tinta pode responder a
necessidade de pintura das edificações de Mutamba.
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Em tempos em que a sustentabilidade se torna algo recorrente no quotidiano da sociedade, a
necessidade de técnicas e de materiais naturais, que podem ser utilizados de forma
convencional e com menores impactos ao meio ambiente, torna-se de extrema importância.
Trata-se, contudo, de um trabalho de carácter exploratório, que propõe soluções para uma
problemática conhecida, que é a falta de pintura de edificações em Mutamba sendo a
exploração dos solos de Mutamba a alternativa viável e de baixo custo.
Sendo que o solo argiloso possui boa capacidade de fixação a corantes de anilina, secagem
relativamente rápida, plasticidade e capacidade de troca iónica mostra-se sendo matéria-prima
alternativa e viável para a produção de tinta daí a premissa na realização da pressente pesquisa
que mostra-se relevante para a população no geral e em particular a de Mutamba-Distrito de
Jangamo.
O trabalho foi realizado tendo como base o método experimental que consistiu na produção
de corante a partir de carvão de cafulos de coco, realização do processo de produção de tinta
preta a partir do solo argiloso seguido de testes de resistência da tinta produzida.
1.1 Problematização
Sendo que o solos argiloso possue boa aderência a colas de policloreto de vinila (PVC)
(C2H3Cl)n, plasticidade e capacidade de receber com facilidade grupos cromóforos de vários
corantes naturais ao exemplo de corantes a base de anilina, são uma alternativa sustentável e
de baixo custo para a produção de tinta preta.
1.2 Objectivos
Geral
Específicos
1.4 Justificativa
Esse tipo de solo possui grãos muito pequenos (microporos). Como os espaços entre os grãos,
os poros, também são muito pequenos, eles retêm mais água (H2O). Assim, o solo argiloso
costuma fica encharcado após uma chuva o que melhora o seu manuseio. Quando está seco e
compacto, sua porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e ainda menos arejado. Possuí
consistência fina e é impermeável a água (H2O).
1 Legenda
1-solo argiloso de
Mutamba
2
2-Plástico de recolha do
solo argiloso
2.3 Argila
Segundo ABRAFATI (2010:46), a argila é um mineral sedimentar composta de grãos de
silicatos de alumínio Al₂ (SiO₃)₃, associados a óxido de silício (SiO2) o que lhe conferem
diversas tonalidades (cores amarelo-avermelhados, vermelhos e amarelos) e propriedades
como boa aderência a colas de policloreto de vinila (C2H3Cl)n e plasticidade.
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Com esta estrutura pode entender-se que a ligação da sílica (SiO2) procede da seguinte forma:
cada átomo da sílica está ligado a 4 átomos de oxigénio, ou seja, os silicatos normalmente
apresentam grupo tetraédrico Si4-, eles podem se ligar entre si e formar algumas cadeias
lineares, espaciais e anulares.
A outra unidade é constituída pelo octaedro de alumina (figura 3) formado por um átomo de
Aluminio (Al) e seis átomos de oxigénio (O2). Nesta estrutura o átomo de alumínio (Al) liga-
se a seis (6) os átomos de oxigénio (O2) formando uma estrutura estável que confere maior
plasticidade a argila.
Os solos argilosos quimicamente possuem ligações não saturadas na sua estrutura, o que lhes
permite interagir com diversas substâncias incluindo corantes como é o caso de corantes a
base de anilina. Quando entram em contacto com água são capazes de inchar, isto é,
aumentando muito o seu volume (MEDEIROS, 2009:53).
2.4 Tinta
Tinta é o nome normalmente dado a uma família de produtos (líquidos viscosos ou sólidos em
pó) que após aplicação sob forma de uma fina camada ou a uma superfície tem a capacidade
de tingir deixando uma determinada cor específica (FONSECA, 2007:51).
Na perspectiva de MELLO (2002) a tinta é uma composição química formada pela dispersão
de pigmentos numa solução ou emulsão que ao ser aplicada sobre uma superfície, se
transforma num revestimento aderente com a finalidade de colorir, proteger e embelezar.
Olhando para os autores acima entende-se que tinta é uma composição química pigmentada
ou não que, após aplicada numa superficie forma um revestimento decorativo propiciando
uma cor e embelezando a superficie.
2.4.1.1 Pigmentos
2.4.1.2 Aglutinadores
Como o próprio nome diz, servem para aglutinar (unir) as partículas de pigmentos. Os
aglutinadores incluem óleos, vernizes, látex e resinas naturais e sintéticas. Por exemplo, um
veículo de látex é obtido através da suspensão de partículas de resina sintética em água. Essa
suspensão é chamada de emulsão. Tintas que utilizam esses veículos são denominadas tintas
látex, ou emulsão. Quando um veículo entra em contacto com o ar, seca e endurece. Essa
acção transforma a tinta em uma película rígida que retém o pigmento sobre a superfície
(CALLISTER, 2002).
2.4.1.3 Solventes
Se denomina solvente aquela substância que permite a dispersão de outra substância em seu
meio. Os solventes são adicionados à tinta para torná-la mais fluida. os solventes são produtos
que necessitam de uma escolha adequada para um melhor aproveitamento. Um bom solvente
deve apresentar baixo ponto de ebulição, neutralidade, estabilidade química, alta solubilidade,
cheiro ligeiro ou inodoro, baixa toxicidade entre outras.
2.4.1.4 Aditivo
YAMANAKA (2006), define aditivo das tintas a substância que, adicionada às tintas,
proporciona características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Existe
uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e vernizes: secantes, anti-
sedimentares, niveladores, antipele e antiespumante. No caso especifico da tinta produzida a
partir de solos argilosos usa-se a cola branca de policloreto de vinila como aditivo.
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2.5 Corantes
Corante é toda substância que, se adicionada à outra substância, altera a cor desta. Os corantes
são apenas substâncias orgânicas intensamente coloridos que conferem cor, a um substrato
por absorção seletiva de luz.
Usualmente, o fundamento básico dos corantes está numa certa insaturação das suas
moléculas, que têm pelo menos uma parte em anéis aromáticos, combinada com uma estrutura
quinóide de complexidade mínima. Existem muitas correlações entre a estrutura química e a
cor, e os conceitos iniciais, enunciados pelos químicos de corantes, ainda têm utilidade.
2.6 Anilina
É um composto de um grupamento amina ligado um anel benzénico, muito conhecido por ser
o composto precursor de corantes (RICHARDSON, 2002).
A anilina (figura 4) é uma base fraca, recebendo um H+ no grupamento NH2 que se torna
NH3+. Isso faz com que ela reaja bem com diversos ácidos fortes, que geralmente são
inorgânicos.
A anilina pode sofrer reações diversos tipos, algumas delas até mesmo espontâneas, como a
oxidação que ocorre caso se deixe o frasco de anilina aberto fazendo com que ela adquira uma
coloração que vai de amarelo escuro , vermelho e preto.
Olhando para a estrutura acima percebe-se que a anilina é composta basicamente de um anel
benzênico onde um do hidrogênio é substituido por um grupo amino (NH2). Todos os
carbonos supostamente são híbridos do tipo sp2 e portanto a geometria adotada é plana.
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Procedimento
Combustão de
Recolha de cafulos Carvão
cafulos de coco
de coco em lixeiras
domésticas
Peneiração Trituração do
Adição de água do carvão carvão
triturado
Homogeneiz
Homogeneizaçã ação da
Adição da mistura e
o da mistura
anilina formação do
corante
a) Pesagem
Procedimento
Legenda
1
1-prato da
balança
2-Amostra do
solo argiloso
3-Leitor da
balança
2
4-Base da
balança
3
b) Trituração
Materiais: Pilão e almofariz, amostra do solo argiloso, peneira, copo plástico.
Procedimento
Figura-7A- Pilão de trituração do solo argiloso, Figura 7B- Pó do solo de argiloso formado
A B Legenda
1-Pilão
2-Amostra do solo
1 4 argiloso em trituração
3-Almofariz
2
4-Pó do solo argiloso
5
5-Béquer
3
c) Mistura de componentes
Matérias: pó do solo argiloso, água, cola branca, tigela plástica, colher
Procedimento
Legenda
1
1-Agitador
2-Mistura de H2O,solo
2
argiloso e cola de PVC
3-Tigela plástica
3
Procedimento
1
Legenda
1-Tigela plástica
2-Tinta produzida
a) Teste de sedimentação
Materiais: béquer, amostra da tinta preta.
Procedimento
b) Teste de aderência
Materiais: amostra de tinta preta, pincel, amostra de superfícies por pintar (figura 10).
Procedimento
Pintou-se as superfícies;
Observa-se a aderência da tinta produzida em três fases: depois de 24 horas, 7 dias e
14 dias.
Procedimento
Pesagem do Trituração do
Recolha de
solo argiloso solo argiloso
argila de
Mutamba
Adição da
Testes de Mistura de
solução corante
componentes
Resistência da e formação da
tinta tinta
Logo após a adição da cola branca de PVC a mistura aglutinou-se. Para isso, CARVALHO
(2011:87) explica que a cola branca é um agente aglutinante que envolve as partículas da
argila contribuindo para o aumento de aderência na base, redução da pulverulência (aumento
da coesão superficial) e fluidez.
Quando adicionou-se água a mistura ficou cremosa. O este resultado RAPOSO (2013:76)
explica que a água é usada para misturar as partículas da argila de uma forma homogeneizada,
visando também uma maior facilidade na hora da aplicação e a cola e a cola reúne as
partículas da argila entre si para formar uma camada na superfície do local onde a tinta será
aplicada, á agua também ajuda na cremosidade da tinta facilitando a sua aplicação.
Os resultados deste ensaio são ilustrados na tabela 1 de acordo como tempo de aderência e as
superfícies testadas.
Tabela 1- resultados dos testes de aderência da tinta produzida em quatro (4) superfícies
Superfícies testadas
Tempo de aderência Superfície Superfície B Superfície Superfície D
A C
24 Horas Menos Menos Menos Menos
aderente aderente aderente aderente
7 Dias Aderente Aderente Aderente Aderente
14 Dias Altamente Altamente Altamente Altamente
aderente aderente aderente aderente
Fonte: Autora, 2018.
Conforme pode-se observar na tabela 1 a aderência da tinta produzida a partir do solo argiloso
aumenta significativamente com o aumento do tempo de permanência na superfície.
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SANTOS (2010), explica que na aplicação das tintas fortificadas com anilina a molécula do
formador de cor (-N=N-) apresenta um anel fechado. Nesta fase, as interacções entre o
formador e o revelador de cor são nulas e por isso a aderência das tintas é insignificante. Com
o aumento do tempo de permanência das tintas de argila a base de anilina, estas solidificam e
a ligação –N=N- do formador da cor quebra-se reversivelmente fortificando a aderência nas
superfícies.
Para MEDEIROS (2009:43), nas tintas de solo argiloso coloridas com anilina, uma vez que as
moléculas na tinta procuram sempre o equilíbrio a dupla ligação é quebrada durante o tempo
de aderência fortificando a sua adesão nas superfícies onde a tinta foi aplicada. Este ensaio
revelou que quanto mais tempo de permanência nas superfícies maior é a aderência da tinta
produzida.
Neste ensaio verificou-se que a tinta produzida após o contacto com água tende a desfazer-se
depois de uma semana. Para este fenómeno SYMES (2011:27), explica que em húmido as
tintas a base de argila apresentam um índice de refracção muito inferior ao dos pigmentos,
que leva a uma elevada opacidade húmida. Após a evaporação da água, o cromóforo fica na
película e tem um índice de refracção mais próximo do da argila o que leva a uma opacidade
seca inferior à húmida instabilizando desta forma a cor nas superfícies pintadas.
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CAPITULO V
5.1 Conclusões
Os processos de produção de tintas artificiais a partir dos solos argilosos são: pesagem do solo
argiloso, trituração do solo argiloso, mistura de componentes e adição da solução corante e
formação da tinta.
Quanto a resistência, a tinta artificial produzida a partir de solos argilosos apresenta baixo
grau de sedimentação e é mole, a aderência aumenta com o tempo de permanência em
superfícies mostrando-se altamente aderente depois de 14 dias nas superfícies e o tempo de
vida útil é indeterminado em superfícies interiores, sendo que em superfícies exteriores
mostra-se ineficaz quando entra em contacto com água.
5.2 Recomendações
A população de Mutamba deve produzir tinta artificial a partir do solo argiloso que
encontram-se em Mutamba.
Aos estudantes que poderem ter acesso ao trabalho que façam difusão do conhecimento sobre
processos de produção de tinta artificial a partir do solo argilosoo de modo a expandir para
outros lugares onde ainda não se produz tintas a partir de solo argiloso.
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5.3 Bibliografia
ABRAFATI. L: O sector de tintas no Brasil. Associação Brasileira dos fabricantes de tintas,
São Paulo, 2010;
CARVALHO, Anôr Fiorini de. Cores da terra: fazendo tinta com terra. Viçosa:
Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa, 2009
CORES DA TERRA: Fazendo tinta de terra. Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais,
2007;
FELDER, Richard. Princípios Elementares dos Processos Químicos. Rio de Janeiro: LTC,
2008;
FREIRE, Adriana Andrade de. “O uso das tintas na construção civil”. Monografia
apresentada ao Departamento de Engenharia e Materiais de Construção da Universidade
Federal de minas Gerais, Belo horizonte, 2006.
SYMES, R. F. Pigmentos. In: Rochas & Minerais. Trad. Norma P. Carvalho. S.Paulo, Globo,
2011;