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Índice

Conteúdo Página
Lista de figuras ........................................................................................................................... 4

Lista de Siglas ............................................................................................................................. 5

Declaração .................................................................................................................................. 7

Dedicatória.................................................................................................................................. 8

Agradecimentos .......................................................................................................................... 9

Resumo ..................................................................................................................................... 10

CAPITULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................ 11

1.1 Problematização.................................................................................................................. 12

1.2 Objectivos ........................................................................................................................... 12

1.5 Enquadramento do Tema .................................................................................................... 13

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 14

2.1 Solo argiloso ....................................................................................................................... 14

2.3 Argila .................................................................................................................................. 14

2.3.1 Composição química da argila ........................................................................................ 15

2.4 Tinta ................................................................................................................................... 16

2.4.1 Composição das tintas ..................................................................................................... 16

2.4.1.1 Pigmentos ..................................................................................................................... 17

Segundo YAMANAKA (2006), os pigmentos são substâncias que quando aplicadas a um


material lhe conferem cor. Eles são insolúveis e quando se usa o pigmento, ele promove
simultaneamente a cobertura, tingimento e a cor da tinta. ....................................................... 17

2.4.1.2 Aglutinadores ............................................................................................................... 17

2.4.1.3 Solventes....................................................................................................................... 17

2.4.1.4 Aditivo .......................................................................................................................... 17

2.5 Corantes .............................................................................................................................. 18


3

2.6 Anilina ................................................................................................................................ 18

2.7 Resistência das tintas .......................................................................................................... 19

2.7.1 Ensaio de sedimentação ................................................................................................... 19

2.7.2 Ensaio de aderência ......................................................................................................... 19

2.7.3 Ensaio do tempo de vida útil ........................................................................................... 19

CAPITULO III: METODOLOGIA .......................................................................................... 20

3.1 Método bibliográfico .......................................................................................................... 20

3.2 Método experimental .......................................................................................................... 20

3.3 Preparação de corante a partir do pó de carvão fortificado com anilina ............................ 20

3.4 Produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba ........................................... 21

3.5 Testes de resistência da tinta produzida ............................................................................. 24

CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................... 27

Processos de produção de tinta preta a partir de solo argiloso de Mutamba ............................ 27

Testes de resistência da tinta preta produzida .......................................................................... 28

4.3.2 Teste de aderência .......................................................................................................... 28

CAPITULO V .......................................................................................................................... 30

5.1 Conclusões .......................................................................................................................... 30

5.2 Recomendações .................................................................................................................. 31

5.3 Bibliografia ......................................................................................................................... 32


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Lista de figuras
Figura 1- Amostra do solo argiloso de Mutamba …………………………………………....15

Figura 2- Estrutura tetraédrica argila………………………………………………………....16

Figura 3- Estrutura octaédrica da argila……………………………………………………... 16

Figura 4- Formula química da anilina………………………………………………………...20


5

Figura 5: Fluxograma de produção da solução corante a partir de carvão fortificado com


anilina ………………………………………………………………………………………...23

Figura 6- Pesagem do solo argiloso…………………………………………………………. 24

Figura 7A- Pilão de trituração do solo argiloso, Figura 7B- Pó do solo de argiloso………....25

Figura 8- Mistura de componentes …………………………………………………………...25

Figura 9: Tinta preta produzida a partir do solo argiloso de Mutamba………………..…...…26

Figura 10- Demonstração da aderência da tinta produzida a partir solo argiloso em diversas
superfícies após 14 dias de aplicação ………………………………………………...………27

Figura 11: Fluxograma de produção de tinta a partir de argila ………………………………28

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Lista de Siglas
CNTP- Condições Normais de temperatura e pressão

UP- Universidade Pedagógica

PE-Polietileno
6

PVC- Policloreto de vinil

viii
7

Declaração

Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do
meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Massinga, 04 de Abril de 2019

________________________________________

(Anabela Rafael Xaixai )


ix 8

Dedicatória
Nesta monografia científica é dedico aos meus filhos Jazmira Amosse Licumba e Filen
Amosse Licumba.
x9

Agradecimentos
À Universidade Pedagógica-Delegação de Massinga, com maior destaque para todos os
docentes do Departamento de Ciências Naturais e Matemática pela simpatia e sábia forma
como eles contribuíram para a minha formação;

Endereço os meus melhores agradecimentos ao meu supervisor MSc. Gonçalves Jotamo


Marrenjo por ter aceitado supervisionar meu trabalho, apoio científico, disponibilidade, rigor
e exigências demonstradas durante a produção desta monografia;

Agradeco aos meus pais Tebula e Relia Efissone pelo apoio que deram para que pudesse
concretizar o meu sonho;

Ao meu irmão Carlos Rafael Xai Xai pelo apoio financeiro e moral para que os meus estudos
sejam frutíferos;

A minga directora da Escola Primaria do 1º e 2º Graus de Cofi Carolina João Nhassengo pelo
tempo dispensado para que pudesse progredir com os estudos;

Obrigado do fundo do coração vai ao meu querido esposo Amosse Licumba por todo apoio,
força e compressão que me deu ao longo desta formação;
E Finalmente agradecer a todos que directa ou indirectamente contribuíram para
concretização do meu sonho.
xi
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Resumo
Em Mutamba a maioria de edificações na comunidade não tem pintura, porém nesta região
ocorre solo argiloso que devido a suas características como maior aderência a corantes como
os produzidos a partir da anilina, plasticidade, capacidade de troca iónica mostra-se sendo
importante matéria-prima para a produção de tinta de modo a pintar as edificações em
Mutamba. É neste contexto que a presente monografia com foco na compreensão da
potencialidade do solo argiloso de Mutamba na produção de tinta preta foi realizado tendo
como base o método experimental que compreendeu três (3) etapas principais que foram: a
preparação da solução corante, produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba e
análise da resistência da tinta compreendendo três ensaios (ensaio de sedimentação, ensaio de
aderência e de vida útil). Com os resultados da pesquisa concluiu-se que o solo argiloso de
Mutamba possui maior potencial para a produção de tinta preta de alta resistência, porém essa
tinta é eficiente quando aplicada em superfícies interiores devido ao seu baixo tempo de vida
quando entra em contacto com água após a secagem, porem esta tinta pode responder a
necessidade de pintura das edificações de Mutamba.

Palavras-chave: Anilina, Solo argiloso, Tinta preta


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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Em tempos em que a sustentabilidade se torna algo recorrente no quotidiano da sociedade, a
necessidade de técnicas e de materiais naturais, que podem ser utilizados de forma
convencional e com menores impactos ao meio ambiente, torna-se de extrema importância.

Decorrente dessa necessidade surge a presente pesquisa intitulada “Potencialidade do solo


argiloso na produção de tinta preta: Caso do solo argiloso de Mutamba-Distrito de Jangamo.
Foi objectivo central da pesquisa compreender a potencialidade do solo argiloso de Mutamba
na produção de tinta preta.

Trata-se, contudo, de um trabalho de carácter exploratório, que propõe soluções para uma
problemática conhecida, que é a falta de pintura de edificações em Mutamba sendo a
exploração dos solos de Mutamba a alternativa viável e de baixo custo.

Sendo que o solo argiloso possui boa capacidade de fixação a corantes de anilina, secagem
relativamente rápida, plasticidade e capacidade de troca iónica mostra-se sendo matéria-prima
alternativa e viável para a produção de tinta daí a premissa na realização da pressente pesquisa
que mostra-se relevante para a população no geral e em particular a de Mutamba-Distrito de
Jangamo.

O trabalho foi realizado tendo como base o método experimental que consistiu na produção
de corante a partir de carvão de cafulos de coco, realização do processo de produção de tinta
preta a partir do solo argiloso seguido de testes de resistência da tinta produzida.

Encontra-se estruturado em cinco (5) capítulos onde no primeiro encontra-se a presente


introdução, problematização, justificativa, objectivos, questões cientificas e enquadramento
do tema, no segundo capitulo faz-se a descrição teórica dos aspectos ligados ao tema
constituindo a fundamentação teórica, no terceiro capitulo descreve-se a metodologia usada
para a pesquisa, no quarto capitulo faz-se a apresentação e discussão de resultados e no quinto
capitulo apresenta-se a conclusão, recomendações e bibliografia.
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1.1 Problematização
Sendo que o solos argiloso possue boa aderência a colas de policloreto de vinila (PVC)
(C2H3Cl)n, plasticidade e capacidade de receber com facilidade grupos cromóforos de vários
corantes naturais ao exemplo de corantes a base de anilina, são uma alternativa sustentável e
de baixo custo para a produção de tinta preta.

Em Mutamba verifica-se um número significante de edificações sem pintura preocupando


desta forma no estudo de formas alternativas e de baixo custo de buscar soluções de modo a
responder as necessidades da comunidade de Mutamba. Neste contexto verificado que em
Mutamba ocorre solo argiloso surge a necessidade de compreender a potencialidade do
mesmo na produção de tinta preta. É neste perspectiva que parte-se da seguinte questão
norteadora: Qual é a potencialidade do solo argiloso de Mutamba na produção de tintas
preta?

1.2 Objectivos
Geral

 Compreender a potencialidade do solo argiloso de Mutamba na produção de tinta


preta.

Específicos

 Explicar os processos de produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba;


 Efectuar testes de resistência (sedimentação, aderência e tempo de vida) da tinta preta
produzida a partir do solo argiloso de Mutamba;
 Propor a produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba em função da
sua resistência.

1.3 Questões científicas

 Quais são os processos de produção de tinta preta a partir do solo argiloso de


Mutamba?
 Qual é a resistência (sedimentação, aderência e tempo de vida) da tinta preta
produzida a partir do solo argiloso de Mutamba?
 Pode-se propor a produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba?
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1.4 Justificativa

Tendo em vista a problemática da pesquisa que centra-se na falta de pintura de edificações


em Mutamba, a produção de tinta preta a partir do solo argiloso que ocorre naquela região
poderá de certa forma contribuir para a responder esta problemática. No entanto a
pesquisa para além de ser relevante para a comunidade Mutamba poderá em outras esferas
como a estudantes e outros intervenientes, dar um contributo através de um referencial
teórico para futuras pesquisas e debates acerca da produção de tintas a partir do solo
argiloso.

1.5 Enquadramento do Tema


O presente trabalho, enquadra-se na linha de pesquisa orientada pela UP para Curso de
Química: interacção, ciência, sociedade e tecnologia. O objecto de estudo da pesquisa é a
produção de tintas preta a partir do solo argiloso de Mutamba.
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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Solo argiloso


O solo argiloso como mostra a figura 1, é uma terra úmida e macia, composto por mais de
30% de argila Si2Al2O5(OH)4 , alumínio (Al) e ferro (Fe).

Esse tipo de solo possui grãos muito pequenos (microporos). Como os espaços entre os grãos,
os poros, também são muito pequenos, eles retêm mais água (H2O). Assim, o solo argiloso
costuma fica encharcado após uma chuva o que melhora o seu manuseio. Quando está seco e
compacto, sua porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e ainda menos arejado. Possuí
consistência fina e é impermeável a água (H2O).

Figura 1- Amostra do solo argiloso de Mutamba

1 Legenda

1-solo argiloso de
Mutamba
2
2-Plástico de recolha do
solo argiloso

Fonte: Autora, 2019.

2.3 Argila
Segundo ABRAFATI (2010:46), a argila é um mineral sedimentar composta de grãos de
silicatos de alumínio Al₂ (SiO₃)₃, associados a óxido de silício (SiO2) o que lhe conferem
diversas tonalidades (cores amarelo-avermelhados, vermelhos e amarelos) e propriedades
como boa aderência a colas de policloreto de vinila (C2H3Cl)n e plasticidade.
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2.3.1 Composição química da argila


De acordo com SHREVE (2008), as argilas são compostas de duas unidades estruturais
básicas. Uma é o tetraedro de sílica (SiO2), formado por ligações de um átomo de Si a 4
átomos de oxigénio conforme a figura 2 abaixo.

Figura 2- Estrutura tetraédrica argila

Fonte: SHREVE (2008).

Com esta estrutura pode entender-se que a ligação da sílica (SiO2) procede da seguinte forma:
cada átomo da sílica está ligado a 4 átomos de oxigénio, ou seja, os silicatos normalmente
apresentam grupo tetraédrico Si4-, eles podem se ligar entre si e formar algumas cadeias
lineares, espaciais e anulares.

A outra unidade é constituída pelo octaedro de alumina (figura 3) formado por um átomo de
Aluminio (Al) e seis átomos de oxigénio (O2). Nesta estrutura o átomo de alumínio (Al) liga-
se a seis (6) os átomos de oxigénio (O2) formando uma estrutura estável que confere maior
plasticidade a argila.

Figura 3- Estrutura octaédrica da argila

Fonte: SHREVE (2008).


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2.3.2 Características químicas dos solos argilosos

Os solos argilosos quimicamente possuem ligações não saturadas na sua estrutura, o que lhes
permite interagir com diversas substâncias incluindo corantes como é o caso de corantes a
base de anilina. Quando entram em contacto com água são capazes de inchar, isto é,
aumentando muito o seu volume (MEDEIROS, 2009:53).

Outra característica importante é a capacidade de troca iónica. Esta propriedade de troca


iónica é intrínseca a solos argilosos pois resulta da substituição isomórfica dos átomos de
silício de sua estrutura por outros átomos (alumínio trivalente).
De acordo com GENTIL (2007:73), a plasticidade é outra característica fundamental das
argilas. Ela consiste na capacidade que a argila tem de ser moldável e amassável quando lhe é
adicionada agua (H2O). Além da água, outros líquidos polares como etanol (C2H5OH), ácido
acético (CH3COOH ) também dão plasticidade a solos argilosos.

2.4 Tinta
Tinta é o nome normalmente dado a uma família de produtos (líquidos viscosos ou sólidos em
pó) que após aplicação sob forma de uma fina camada ou a uma superfície tem a capacidade
de tingir deixando uma determinada cor específica (FONSECA, 2007:51).

Na perspectiva de MELLO (2002) a tinta é uma composição química formada pela dispersão
de pigmentos numa solução ou emulsão que ao ser aplicada sobre uma superfície, se
transforma num revestimento aderente com a finalidade de colorir, proteger e embelezar.

Olhando para os autores acima entende-se que tinta é uma composição química pigmentada
ou não que, após aplicada numa superficie forma um revestimento decorativo propiciando
uma cor e embelezando a superficie.

2.4.1 Composição das tintas


FONSECA (2007:56) explica que a tinta é composta, basicamente, das seguintes substâncias:
pigmento, veículo ou aglutinador, solvente ou redutor e aditivo. O pó colorido presente na
mistura que constitui a tinta é denominado pigmento. O líquido que contém o pigmento e o
torna fácil de se espalhar é chamado de veículo ou aglutinador.
17

2.4.1.1 Pigmentos

Segundo YAMANAKA (2006), os pigmentos são substâncias que quando aplicadas a um


material lhe conferem cor. Eles são insolúveis e quando se usa o pigmento, ele promove
simultaneamente a cobertura, tingimento e a cor da tinta.
Os pigmentos são substancias que numa tinta contribuem para a cor. Em algumas tintas como
as produzidas a partir de solos argilosos os pigmentos sao substituidos por corantes ou uma
combinação de corante e pigmentos.

2.4.1.2 Aglutinadores
Como o próprio nome diz, servem para aglutinar (unir) as partículas de pigmentos. Os
aglutinadores incluem óleos, vernizes, látex e resinas naturais e sintéticas. Por exemplo, um
veículo de látex é obtido através da suspensão de partículas de resina sintética em água. Essa
suspensão é chamada de emulsão. Tintas que utilizam esses veículos são denominadas tintas
látex, ou emulsão. Quando um veículo entra em contacto com o ar, seca e endurece. Essa
acção transforma a tinta em uma película rígida que retém o pigmento sobre a superfície
(CALLISTER, 2002).

2.4.1.3 Solventes
Se denomina solvente aquela substância que permite a dispersão de outra substância em seu
meio. Os solventes são adicionados à tinta para torná-la mais fluida. os solventes são produtos
que necessitam de uma escolha adequada para um melhor aproveitamento. Um bom solvente
deve apresentar baixo ponto de ebulição, neutralidade, estabilidade química, alta solubilidade,
cheiro ligeiro ou inodoro, baixa toxicidade entre outras.

2.4.1.4 Aditivo
YAMANAKA (2006), define aditivo das tintas a substância que, adicionada às tintas,
proporciona características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Existe
uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e vernizes: secantes, anti-
sedimentares, niveladores, antipele e antiespumante. No caso especifico da tinta produzida a
partir de solos argilosos usa-se a cola branca de policloreto de vinila como aditivo.
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2.5 Corantes
Corante é toda substância que, se adicionada à outra substância, altera a cor desta. Os corantes
são apenas substâncias orgânicas intensamente coloridos que conferem cor, a um substrato
por absorção seletiva de luz.

Usualmente, o fundamento básico dos corantes está numa certa insaturação das suas
moléculas, que têm pelo menos uma parte em anéis aromáticos, combinada com uma estrutura
quinóide de complexidade mínima. Existem muitas correlações entre a estrutura química e a
cor, e os conceitos iniciais, enunciados pelos químicos de corantes, ainda têm utilidade.

2.6 Anilina
É um composto de um grupamento amina ligado um anel benzénico, muito conhecido por ser
o composto precursor de corantes (RICHARDSON, 2002).

A anilina (figura 4) é uma base fraca, recebendo um H+ no grupamento NH2 que se torna
NH3+. Isso faz com que ela reaja bem com diversos ácidos fortes, que geralmente são
inorgânicos.

A anilina pode sofrer reações diversos tipos, algumas delas até mesmo espontâneas, como a
oxidação que ocorre caso se deixe o frasco de anilina aberto fazendo com que ela adquira uma
coloração que vai de amarelo escuro , vermelho e preto.

Figura 4- Formula química da anilina

Fonte: SHREVE (2008).

Olhando para a estrutura acima percebe-se que a anilina é composta basicamente de um anel
benzênico onde um do hidrogênio é substituido por um grupo amino (NH2). Todos os
carbonos supostamente são híbridos do tipo sp2 e portanto a geometria adotada é plana.
19

Segundo SANTOS (2012) anilina é importante comercialmente em razão de dois factos


principais: é de baixo custo, isto é, é barato no mercado e dá origem à síntese de corantes de
diversas tonalidades. Por causa desse facto de muitos corantes serem obtidos a partir da
anilina o nome dessa substância passou a ser usado como sinónimo de corante.

2.7 Resistência das tintas


Segundo MEDEIROS (2009), a resistência das tintas é avaliada de acordo com três
parâmetros fundamentais que são: ensaio de sedimentação, ensaio de aderência e ensaio de
tempo de vida.

2.7.1 Ensaio de sedimentação


No ensaio de sedimentação verifica-se se que há uma sedimentação da parte sólida da tinta
ou não através do aspecto do precipitado formado. Para tal com a espátula testa-se a dureza
agitando-a e anotando-se se o fundo é mole ou duro, se for mole deve-se prosseguir com a
aplicação porém, constatando que o fundo é duro deve-se realizar novos ensaios para diminuir
a sedimentação (CARVALHO, 2009).

2.7.2 Ensaio de aderência


Este ensaio destina-se a avaliar a adesão da tinta ao substrato. Essa aderência depende
fundamentalmente de dois factores: a coesão entre os constituintes do revestimento e a adesão
do revestimento ao substrato. Assim sendo, o destacamento da tinta do substrato pode ocorrer
devido as falhas de natureza adesiva (película/substrato ou entre demãos) ou coesiva
(internamente numa das camadas de tinta).

2.7.3 Ensaio do tempo de vida útil


Um dos testes a ser realizado no processo é a verificação do tempo de vida. Este período de
tempo permite saber se o processo pode ou não ser executado em produção, onde se tem um
intervalo na aplicação de 1h ou mais, sendo assim, o processo tem seu limite de tempo para
executar aplicação antes da mistura virar gel, ou inadequada para aplicação.
20

CAPITULO III: METODOLOGIA


Para a materialização do presente trabalho usou-se o método bibliográfico e experimental.

3.1 Método bibliográfico


Consistiu na colecta de obras disponíveis físicas e virtuais que versão sobre processos de
produção de tintas a partir do solo argiloso e de normas de elaboração de trabalhos científicos
que permitiram maior suporte do trabalho no que concerne a normalização da elaboração do
mesmo bem como alinhavar os resultados da pesquisa no contexto das pesquisas e estudos já
realizados.

3.2 Método experimental


O método experimental teve três etapas principais:

1ª: Preparação da solução corante a partir do pó de carvão fortificado com anilina;

2ª: Produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba;

3ª: Testes de resistência da tinta produzida.

3.3 Preparação de corante a partir do pó de carvão fortificado com anilina


Materiais: 1kg de carvão, fósforo, triturador (pilão e almofariz), 20 ml da solução de anilina
para cabelos, agitador, 30 ml de água.

Procedimento

De acordo com ROBERTSON (2004), o processo de produção laboratorial de corante preto a


partir de carvões sugue o seguinte procedimento experimental:

 Tritura-se o carvão e peneira-se;


 Introduz-se 100 gramas de pó de carvão num bequer;
 Adiciona-se 30 ml de água;
 Agita-se e forma-se uma mistura homogénea de cor preta;
 Introduz-se 20 ml da solução de anilina;
 Homogeneíza-se a solução e deixa-se em repouso em CNTP durante 7 dias;
 Conserva-se o corante produzido em garrafas plásticas bem fechadas.
21

Figura 5: Fluxograma de produção da solução corante a partir do carvão fortificado


com anilina

Combustão de
Recolha de cafulos Carvão
cafulos de coco
de coco em lixeiras
domésticas

Peneiração Trituração do
Adição de água do carvão carvão
triturado

Homogeneiz
Homogeneizaçã ação da
Adição da mistura e
o da mistura
anilina formação do
corante

Fonte: Autora, 2019.

3.4 Produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba


A produção de tinta preta a partir do solo argiloso de Mutamba obedeceu 4 processos que são:

a) Pesagem

Materiais: balança comercial, tigela plástica e solo argiloso de Mutamba

Procedimento

 Pesou-se 2 quilogramas do solo argiloso de Mutamba;


 Introduziu-se o solo argiloso no béquer
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Figura 6- Pesagem do solo argiloso

Legenda
1
1-prato da
balança

2-Amostra do
solo argiloso

3-Leitor da
balança
2
4-Base da
balança
3

Fonte: Autora, 2019.

b) Trituração
Materiais: Pilão e almofariz, amostra do solo argiloso, peneira, copo plástico.

Procedimento

 Introduz-se a amostra do solo argiloso no pilão


 Tritura-se até formar-se pó do solo argiloso
 Peneira-se e recolhe-se o pó do solo argiloso
23

Figura-7A- Pilão de trituração do solo argiloso, Figura 7B- Pó do solo de argiloso formado

A B Legenda

1-Pilão

2-Amostra do solo
1 4 argiloso em trituração

3-Almofariz
2
4-Pó do solo argiloso
5
5-Béquer
3

Fonte: Autora, 2019.

c) Mistura de componentes
Matérias: pó do solo argiloso, água, cola branca, tigela plástica, colher

Procedimento

 Introduz-se o 500 g de pó do solo argiloso na tigela plástica;


 Adiciona-se 30 ml de água;
 Agita-se até homogeneizar;
 Introduz-se 20 ml de cola branca de policloreto de vinilo (PVC);
 Agita-se até homogeneizar.

Figura 8- Mistura de componentes

Legenda
1
1-Agitador

2-Mistura de H2O,solo
2
argiloso e cola de PVC

3-Tigela plástica
3

Fonte: Autora, 2019.


24

d) Adição do corante e formação da tinta


Matérias: mistura homogénea anteriormente preparada, solução corante anteriormente
preparada a base de carvão e anilina.

Procedimento

 Adiciona-se 30 ml da solução corante na mistura;


 Agita-se a mistura até a formação da tinta;
 Conserva-se a tinta em vasilhames de plástico depolietileno (PE).

Figura 9: Tinta artificial produzida a partir do solo argiloso de Mutamba

1
Legenda

1-Tigela plástica

2-Tinta produzida

Fonte: Autora, 2019.

3.5 Testes de resistência da tinta produzida


Segundo ALMICAR (2009), a resistência das tintas é determinada através de três ensaios
principais que são: ensaio de sedimentação, ensaio de aderência e ensaio do tempo de vida.
25

a) Teste de sedimentação
Materiais: béquer, amostra da tinta preta.

Procedimento

 Introduz-se 20 ml da tinta preta no béquer;


 Homogeiniza-se a tinta;
 Deixa-se a tinta em repouso durante 20 minutos;
 Observa-se (formação de sedimentos ou tinta dura) no fundo do béquer.

b) Teste de aderência
Materiais: amostra de tinta preta, pincel, amostra de superfícies por pintar (figura 10).

Procedimento

 Pintou-se as superfícies;
 Observa-se a aderência da tinta produzida em três fases: depois de 24 horas, 7 dias e
14 dias.

ZIMERMAN (2007) explica que o controlo da aderência de tintas em superfícies pintadas é


efectuado em três fases que são: em 1 dia, uma semana e duas semanas. Para o autor nem
sempre as tintas de o mesmo tempo de aderência, existem tintas flexíveis na aderência e as
não flexíveis na aderência.

Figura 10- Demonstração da aderência da tinta preta em diversas superfícies após 14


dias de pintura.

Fonte: Autora, 2019.


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c) Teste do tempo de vida


Materiais: superfícies pintadas (figura 10) e água.

Procedimento

 Molha-se as superfícies pintadas e observa-se o efeito depois de uma semana.


 Observa-se a vida da tinta em três fases depois de 24 horas, 7 dias e 14 dias.

Figura 11: Fluxograma de produção de tinta preta a partir do solo argiloso.

Pesagem do Trituração do
Recolha de
solo argiloso solo argiloso
argila de
Mutamba

Adição da
Testes de Mistura de
solução corante
componentes
Resistência da e formação da
tinta tinta

Fonte: Autora, 2019.


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CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO

Processos de produção de tinta preta a partir de solo argiloso de Mutamba


4.2.1 Trituração

Obteve-se pó do solo argiloso que segundo PEREIRA (2008:79), o do solo argiloso é


consistente e com maior capacidade de aderência aos componentes (cola branca e corante).
Na mesma perspectiva AZEVEDRO (2006) explica que no pó do solo argiloso melhor
identificam-se as propriedades de aderência a corantes como é o caso da anilina, plasticidade
e maior capacidade de troca iónica dos elementos que constituem o solo argiloso. Neste
contexto pode entender-se que o pó do solo argiloso obtido na trituração facilita a ocorrência
de processos subsequentes na produção de tinta preta.

4.2.2 Mistura de componentes

Logo após a adição da cola branca de PVC a mistura aglutinou-se. Para isso, CARVALHO
(2011:87) explica que a cola branca é um agente aglutinante que envolve as partículas da
argila contribuindo para o aumento de aderência na base, redução da pulverulência (aumento
da coesão superficial) e fluidez.

Quando adicionou-se água a mistura ficou cremosa. O este resultado RAPOSO (2013:76)
explica que a água é usada para misturar as partículas da argila de uma forma homogeneizada,
visando também uma maior facilidade na hora da aplicação e a cola e a cola reúne as
partículas da argila entre si para formar uma camada na superfície do local onde a tinta será
aplicada, á agua também ajuda na cremosidade da tinta facilitando a sua aplicação.

4.2.3 Adição do corante e formação da tinta

Obteve-se tinta preta espontaneamente após a adição do corante e a homogeneização, o que


demonstrava a acção dos cromóforos da anilina sobre a mistura, pois de acordo com o
programa CORES DA TERRA (2007), os corantes mudam a cor
da luz transmitida ou reflectida como resultado de uma absorção selectiva dos cromóforos
num dado comprimento de onda ligando-se ao substrato (solo argiloso).

Ainda para a formação espontânea da tinta na mistura do solo argiloso, CARVALHO


(209:61), explica que os corantes possuem grupos cromóforos que se ligam espontaneamente
a parte activa da argila favorecendo desta forma a mudança de cor a mistura.
28

Para YAMANAKA (2006), a anilina é constituída de pequenas partículas sólidas de


granulometria fina, os quais ao encontrarem meios favoráveis proporcionam a formação da
camada uniforme que reveste os substratos conferindo cor. De acordo com RICHARDSON
(2011:71), o formador de cor na anilina é um componente cromogénico azo (-N=N-) dador de
electrões e responsável pela cor nos substratos que se ligam a ele, neste caso o solo argiloso.

Testes de resistência da tinta preta produzida


4.3.1 Ensaio de sedimentação

Neste ensaio obteve-se uma sedimentação insignificante, de fundo mole, de homogeneização


fácil e rápida o que afirmava que a tinta estava apta para ser aplicada. Segundo YAMANAKA
(2006), quanto menor for a sedimentação das tintas ou seja se as tintas forem moles maior
será o seu poder de adesão em superfícies. SHREVE (2008), explica que as tintas de solos
argilosos que não sedimentam possuem maior qualidade e estão aptas para serem aplicadas
em superfícies.

4.3.2 Teste de aderência

Os resultados deste ensaio são ilustrados na tabela 1 de acordo como tempo de aderência e as
superfícies testadas.
Tabela 1- resultados dos testes de aderência da tinta produzida em quatro (4) superfícies

Superfícies testadas
Tempo de aderência Superfície Superfície B Superfície Superfície D
A C
24 Horas Menos Menos Menos Menos
aderente aderente aderente aderente
7 Dias Aderente Aderente Aderente Aderente
14 Dias Altamente Altamente Altamente Altamente
aderente aderente aderente aderente
Fonte: Autora, 2018.

Conforme pode-se observar na tabela 1 a aderência da tinta produzida a partir do solo argiloso
aumenta significativamente com o aumento do tempo de permanência na superfície.
29

SANTOS (2010), explica que na aplicação das tintas fortificadas com anilina a molécula do
formador de cor (-N=N-) apresenta um anel fechado. Nesta fase, as interacções entre o
formador e o revelador de cor são nulas e por isso a aderência das tintas é insignificante. Com
o aumento do tempo de permanência das tintas de argila a base de anilina, estas solidificam e
a ligação –N=N- do formador da cor quebra-se reversivelmente fortificando a aderência nas
superfícies.

Para MEDEIROS (2009:43), nas tintas de solo argiloso coloridas com anilina, uma vez que as
moléculas na tinta procuram sempre o equilíbrio a dupla ligação é quebrada durante o tempo
de aderência fortificando a sua adesão nas superfícies onde a tinta foi aplicada. Este ensaio
revelou que quanto mais tempo de permanência nas superfícies maior é a aderência da tinta
produzida.

4.3.3 Teste do tempo de vida útil

Neste ensaio verificou-se que a tinta produzida após o contacto com água tende a desfazer-se
depois de uma semana. Para este fenómeno SYMES (2011:27), explica que em húmido as
tintas a base de argila apresentam um índice de refracção muito inferior ao dos pigmentos,
que leva a uma elevada opacidade húmida. Após a evaporação da água, o cromóforo fica na
película e tem um índice de refracção mais próximo do da argila o que leva a uma opacidade
seca inferior à húmida instabilizando desta forma a cor nas superfícies pintadas.
30

CAPITULO V

5.1 Conclusões
Os processos de produção de tintas artificiais a partir dos solos argilosos são: pesagem do solo
argiloso, trituração do solo argiloso, mistura de componentes e adição da solução corante e
formação da tinta.

Quanto a resistência, a tinta artificial produzida a partir de solos argilosos apresenta baixo
grau de sedimentação e é mole, a aderência aumenta com o tempo de permanência em
superfícies mostrando-se altamente aderente depois de 14 dias nas superfícies e o tempo de
vida útil é indeterminado em superfícies interiores, sendo que em superfícies exteriores
mostra-se ineficaz quando entra em contacto com água.

Em função da resistência da tinta produzida, os solos argilosos de Mutamba possuem maior


potencial para a produção de tintas artificiais merecendo especial destaque e atenção para
melhor aproveitamento na produção de tinta preta de modo a dar solução a edifícios não
pintados em Mutamba.
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5.2 Recomendações
A população de Mutamba deve produzir tinta artificial a partir do solo argiloso que
encontram-se em Mutamba.

A futuros pesquisadores com um tema idêntico que façam estudos centrados no


melhoramento do processo de produção de tinta artificial a partir de solo argiloso.

Aos estudantes que poderem ter acesso ao trabalho que façam difusão do conhecimento sobre
processos de produção de tinta artificial a partir do solo argilosoo de modo a expandir para
outros lugares onde ainda não se produz tintas a partir de solo argiloso.
32

5.3 Bibliografia
ABRAFATI. L: O sector de tintas no Brasil. Associação Brasileira dos fabricantes de tintas,
São Paulo, 2010;

CALLISTER Jr., W. D. Características, aplicações e processamento de polímeros. Ciência e


engenharia de materiais – uma introdução. 7. ed. Rio de Janeiro, 2008;

CARVALHO, Anôr Fiorini de. Cores da terra: fazendo tinta com terra. Viçosa:
Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa, 2009

CONSTANTINO, Maurício Gomes, Química Orgânica volume 1,USP, 2005;

CORES DA TERRA: Fazendo tinta de terra. Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais,
2007;

FELDER, Richard. Princípios Elementares dos Processos Químicos. Rio de Janeiro: LTC,
2008;

FONSECA, A. S. Fonseca. Tintas e correlatos. Monografia de Química Industrial da


Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2010;

FREIRE, Adriana Andrade de. “O uso das tintas na construção civil”. Monografia
apresentada ao Departamento de Engenharia e Materiais de Construção da Universidade
Federal de minas Gerais, Belo horizonte, 2006.

GENTIL, V. Revestimentos não-metálicos orgânicos – Tintas e polímeros. Corrosão. 5. ed.


Rio de Janeiro, 2007;

LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. 5a ed. São


Paulo: Atlas, 2003.

LUZ, A. B: Tratamento de minérios. Rio de Janeiro, 2004;

MEDEIROS, João. Técnica da pintura. 9.ed. Rio de Janeiro: DISFUL, 2009;


33

MELLO, V. M.: As Formulações de Tintas Expressivas Através da História. Rev. Virtual


Quim., 2012;

PEREIRA, A. P. et al. Análise química de pigmentos de minerais naturais de Itabirito, MG.


Cerâmica, 2012;

RAPOSO, M. Tintas Saudáveis. Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, 2013;

RICHARDSON, J. F. Chemical Engineering - Particle technology and separation processes.


5. ed. Amsterdam, 2002;

SANTOS, J. C: Aspectos gerais sobre a fabricação de tintas e revestimentos. Monografia da


Engenharia Química do CCA/UFES, Guararema, Alegre, ES, 2010;

SHREVE, R: Indústrias de tintas e correlatos: Indústrias de processos químicos. 4. ed. Rio


de Janeiro, 2008;

SYMES, R. F. Pigmentos. In: Rochas & Minerais. Trad. Norma P. Carvalho. S.Paulo, Globo,
2011;

YAMANAKA, H. T: Tintas e Vernizes. São Paulo, 2006;

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