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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Maquiador

2
Pr o g ra m a d e
Qualificação
Arco Ocupacional
Profissional
image m e be leza

M aq u i a d o r

2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin
Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,


CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Paulo Alexandre Barbosa


Secretário
Luiz Carlos Quadrelli
Secretário Adjunto
Antonio Carlos Santa Izabel
Chefe de Gabinete
Juan Carlos Dans Sanchez
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

SECRETARIA DO EMPREGO E RELAÇÕES DO TRABALHO

Davi Zaia
Secretário
Rogério Barreto
Secretário Adjunto
Ulrich Hoffmann
Chefe de Gabinete
José Roberto Fukumaru
Coordenador de Políticas de Emprego e Renda
Antônio Sebastião Teixeira Mendonça
Coordenador de Políticas de Empreendedorismo
Carlos Roberto Achilles
Coordenador de Operações
Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação do Projeto FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA


CETTPro/SDECT Presidente
Juan Carlos Dans Sanchez João Sayad
Fundação Padre Anchieta Vice-Presidentes
Monica Gardelli Franco Ronaldo Bianchi
Fundação do Desenvolvimento Fernando Vieira de Mello
Administrativo – Fundap Diretoria de Projetos Educacionais
José Lucas Cordeiro Diretor
Apoio Técnico à Coordenação Fernando José de Almeida
Fundação do Desenvolvimento Gerentes
Administrativo – Fundap Monica Gardelli Franco
Júlio Moreno
Fernando Moraes Fonseca Jr., Laís Schalch,
Coordenação técnica
Maria Helena de Castro Lima, Selma Venco
Maria Helena Soares de Souza
Apoio à Produção Equipe Editorial
Fundação do Desenvolvimento Gerência editorial
Administrativo – Fundap Rogério Eduardo Alves
Ana Paula Alves de Lavos, Bianca Briguglio, Produção editorial
Emily Hozokawa Dias, Isabel da Costa Manso Janaina Chervezan da Costa Cardoso
Nabuco de Araújo, José Lucas Cordeiro, Edição de texto
Karina Satomi, Laís Schalch, Fernanda Bottallo
Maria Helena de Castro Lima, Marcelo Alencar
Selma Venco Preparação
CETTPro/SDECT Luciana Soares
Cibele Rodrigues Silva, Revisão
Beatriz Chaves
João Batista de Arruda Mota Jr.
Helô Beraldo
Textos de Referência Karlo Gabriel
Maria Helena de Castro Lima Identidade visual
Selma Venco João Baptista da Costa Aguiar
Arte e diagramação
Fernando Makita
Pesquisa iconográfica
Elisa Rojas
Monica Souza
Ilustrações
Osnei
Tom B
Consultoria
Titta Aguiar
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:

Bardot Hair Body Soul, Grupo Satyros, Kelly Alves, Lay Out, Leo’s Cabeleireiros,
Luciano Dias Rodrigues, Neci Diniz & Cabeleireiros, RedDoor Salon & SPA,
Renato Rodriguez, Robson Trindade, Rosângela Bittencourt, Star Play Buffet,
Studio B. Cabeleireiros, Tânia Trindade e Tide Martins
Caro(a) Trabalhador(a)

Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via
Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem
busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desemprega-
do. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou
quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o
aprendizado de forma rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, preten-
demos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a
sociedade.
Temos a certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional
de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda
maiores.
Boa sorte e um ótimo curso!

Paulo Alexandre Barbosa


Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia
Caro(a) Trabalhador(a)

Aqui começa nosso caminho para um novo aprendizado. Um aprendizado comple-


to. Por quê?
Será que, no mundo de hoje, é suficiente apenas conhecermos as técnicas para, então,
fazer uma boa maquiagem?
Certamente, não. Descobrir como podemos melhorar nossa busca por um novo
emprego, como obter o orçamento de uma maquiagem para uma noiva, como redi-
gir um cartaz para divulgar o que sabemos fazer, entre outros, são conhecimentos
essenciais para que possamos nos tornar bons profissionais, E, para isso, é necessário
saber muito mais do que a técnica.
O ponto de vista do Via Rápida Emprego é o de que o profissional, para iniciar sua
carreira ou aperfeiçoar aquilo que já sabe, deve não só conhecer as técnicas de ma-
quiagem, mas, também, precisa adquirir outros conhecimentos para uma participa-
ção cidadã na sociedade. Isso lhe proporcionará maiores chances na obtenção do
emprego ou no desenvolvimento de uma atividade por conta própria como profis-
sional autônomo.
Neste nosso trabalho, vamos conhecer as várias facetas do profissional da maquiagem.
Responderemos algumas perguntas, como: onde ele atua? O que precisa conhecer
para desempenhar melhor seu trabalho?
Vamos, também, enfrentar o desafio de descobrir a matemática no corpo humano
e por que ela é importante na maquiagem.
Como você verá, nosso curso será cheio de novidades para que sua formação seja a
mais completa possível.

Vamos às aulas!
Sumário
Unidade 7
9
maquiagem combina com cidadania

Unidade 8
23
o encontro da história com a maquiagem

Unidade 9
83
maquiagens especiais

Unidade 10
103
ingresso no mercado de trabalho

Unidade 11
111
revendo meus conhecimentos

Unidade 12
115
resumo das principais etapas de maquiagem
dados internacionais de catalogação na publicação (cip)
(bibliotecária silvia marques crb 8/7377)

P964
Programa de qualificação profissional: Imagem e beleza /
maquiador. -. -- São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010.
v.2, il. (série: Arco Ocupacional)
Vários autores
Programa de qualificação profissional da Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho - SERT
ISBN 978-85-61143-89-3
1. Ensino profissionalizante 2. Maquiagem I. Título II. Série

CDD 371.30281
Unidade 7
Maquiagem combina
com cidadania

A compreensão de cidadania foi trabalhada no tema “Cidadania,


igualdade e inclusão” do Caderno do Trabalhador 2 – Conteú-
dos Gerais. Lá foi visto que a cidadania é uma construção cons-
tante de conquista de direitos.
Por esse motivo, podemos dizer que cidadania combina com
quase tudo. Só não combina com preconceito, desigualdade,
discriminação, desrespeito aos direitos.
Para tocarmos nesse assunto, vamos, em primeiro lugar, pensar
como o mundo é organizado: existem um espaço público e um
espaço privado. Acontece que nem sempre paramos para exami-
nar a fundo essa divisão.
Como podemos entendê-la? Na Grécia antiga, por exemplo,
havia uma clara separação entre homens e mulheres e, também,
entre as classes. As mulheres não podiam participar do mundo

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 9


público, pois apenas os homens livres, com mais de 20 anos e que não praticassem
atividades braçais, podiam participar da vida política. A eles era dado o direito de
tomar decisões políticas.
As mulheres e os escravos ficavam com a responsabilidade das atividades domésticas,
o chamado “mundo privado”.
Tinha, então, uma divisão bastante clara de gêneros (homens e mulheres) e de
classes (homens livres e escravos).
O espaço público era marcado pelo exercício da política, e a vida privada, pela manu-
tenção da vida, composta pelas famílias, aqui compreendidas como o centro das de-
sigualdades. Estamos falando da Grécia antiga, ou seja, de 2000 antes de Cristo (a.C.).

Grécia antiga: divisão clara de gêneros (homens e mulheres) e classes (pessoas livres e escravos)

Podemos parar e pensar: desde o início foi negado às mulheres o direito de partici-
pação na vida pública, portanto, o direito de serem cidadãs. Estava, dessa forma,
instalada a diferença!
Os homens (ou parte deles) eram considerados seres livres e capazes de participar da
vida política das cidades.
Estamos diante de um impasse: as mulheres, com a responsabilidade de cuidar da
casa, de todos os afazeres, das crianças e dos idosos, permitiam que os homens ti-
vessem tempo para participar da vida política da cidade. Por outro lado, elas eram
impedidas de ter outras atividades que não as da casa por falta de tempo.

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E no Egito, era diferente?
No antigo Egito, o faraó era a pessoa mais importante, e sua vontade precisava ser
sempre respeitada.
O Egito é famoso por suas pirâmides, mas vamos ver também como era formada a
“pirâmide social”, isto é, como era dividida a sociedade naquela época.
O faraó era a autoridade máxima do país e abaixo dele vinham os nobres e os altos fun-
cionários. Repare no formato da pirâmide: ela é maior na parte de baixo. Essa base repre-
senta quem estava em maior número naquele país: os escravos, os camponeses e os artesãos.
Os escravos eram obrigados a realizar serviços forçados, construir as pirâmides, carregar
as pedras. Eles também realizavam o trabalho agrícola de produção de alimentos e da
plantação, e cuidavam do gado.
Perceba que a base da sociedade era composta pela maioria da população: escravos, segui-
da de camponeses e artesãos, que possuíam pouco ou nenhum direito. Aqueles que tinham
algum conhecimento ou poder econômico estavam mais acima na pirâmide social.

Pirâmide social do antigo Egito: escravos na base, faraó no topo

As mulheres não aparecem nessa pirâmide, apesar de os egípcios terem sido comandados
por várias rainhas, como Cleópatra, que foi apresentada na Unidade 1.

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Apenas em 1897, na Inglaterra, as mulheres começam a se organizar a fim de conquistarem
o direito ao voto. No Brasil o voto feminino foi regulamentado somente em 1934.

Acervo Iconographia
Democracia ao alcance de todos: no Brasil, as mulheres só conquistaram o direito de votar em 1934

Os direitos humanos
Em 1948, foi assinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e adotada pelo
Brasil a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ela contém os direitos fun-
damentais dos seres humanos. Conheça alguns artigos desse documento.
Artigo 1o
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão
e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo 2o
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de
um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer
outra limitação de soberania.

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Artigo 3o
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4o
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escra-
vos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5o
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Artigo 6o
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa
perante a lei.
Artigo 7o
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção
da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole
a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

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[...]
Artigo 19o
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão;
este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi-
niões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias
Você sabia? por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
A Constituição Federal do Artigo 20o
Brasil, promulgada em
1988, é conhecida como a
Constituição Cidadã e se
§ 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e
baseou em parte na Decla- associação pacíficas.
ração Universal dos Direi-
tos Humanos para ser es- § 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
crita. Para saber mais, leia
o texto constitucional no
associação.
site www.presidencia.gov.
br. Você perceberá que boa Artigo 21o
parte do que está previsto
na Declaração pode ser § 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no gover-
encontrado na nossa Cons- no de seu país, diretamente ou por intermédio de repre-
tituição, em especial dos
artigos 1º ao 5º. sentantes livremente escolhidos.
§ 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço
público de seu país.
§ 3. A vontade do povo será a base da autoridade do
governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas
e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou
processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

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Atividade 1
D ebatendo os direitos humanos

Divididos em grupos de no máximo cinco pessoas, vamos ao trabalho.

1. Leiam atentamente cada artigo e procurem no dicionário as palavras que vocês


não conheçam.

2. Como esses direitos ocorrem no dia a dia das pessoas que habitam o seu bairro?

3. Discutam com seus colegas como vocês aplicariam esses artigos à sua nova pro-
fissão de maquiador.

4. Agora que vocês discutiram os artigos, pensem em uma forma criativa para apre-
sentá-los à classe. Pode ser um teatro, um jogral, um espetáculo de mímicas, um
cartaz. Soltem a imaginação e transmitam a compreensão do grupo para a turma.

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Preconceito no mercado de trabalho
Vamos, em primeiro lugar, lembrar o que é o preconceito.
Você já reparou que algumas palavras têm seu significado
alterado apenas colocando-se uma pequena sílaba (prefi-
IMP xo) em seu início?
Procure sempre no dicionário
as palavras cujo significado No caso, pré- indica algo que vem antes (usamos para
você desconhece.
cheque pré-datado, por exemplo). Conceito é a compre-
ensão que temos de alguma coisa.
Preconceito, portanto, é quando há o julgamento de algo
ou de alguém antes de conhecê-los ou compreendê-los;
de forma discriminatória, intolerante e generalizada.
Se perguntarmos a uma pessoa se ela tem preconceitos
– de cor, de orientação sexual, por alguém ser homem ou
mulher, rico ou pobre, gordo ou magro –, provavelmen-
te vamos ouvir que não.
Você sabia? Mas nem sempre isso é verdade. O preconceito pode surgir
As mulheres recebem sa- de forma não muito agressiva. É comum, por exemplo, al-
lários 28% menores que
os homens para exercer a guém fazer piadas sobre homossexuais e muitos rirem delas.
mesma função com o
mesmo grau de escolari- O preconceito também pode existir de uma forma que
dade. E esse percentual é quase não percebemos. Por exemplo, quando emprega-
ainda maior se a mulher
for negra. dores: não contratam pessoas obesas para trabalhar em
lojas de moda; não promovem uma mulher a um cargo
de chefia; pagam salários mais baixos a negros e mulheres.
O preconceito pode, então, manifestar-se de muitas ma-
neiras e precisamos ficar atentos a isso.
Diferenciar salários, dar uma promoção no trabalho por
causa do sexo, da cor ou mesmo do porte físico, são ma-
IMP
nifestações de preconceito, formas de discriminação.
Em 1989, foi promulgada no
Brasil a Lei 7.716, que define
crimes de preconceito de raça ou Muito já se avançou na conquista de direitos para os seres
de cor, punindo-os com prisão.
No estado de São Paulo há uma humanos; mas há muito ainda a ser feito para alcançarmos
norma que combate a
discriminação contra os a igualdade entre as pessoas no mundo.
homossexuais. Trata-se da Lei
10.948/2001. A pessoa que se
sentir vítima de discriminação
pode apresentar queixa na
Secretaria de Justiça e Defesa da
Cidadania. Informe-se a respeito.

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Atividade 2
De olho no preconceito

Em grupos de quatro pessoas debata o tema e responda:

a) Como o grupo compreendeu o sentido de preconceito?


b) Vocês já se sentiram discriminados em alguma situação?
c) Como podemos efetivamente contribuir para o com-
bate ao preconceito?
d) Algumas pessoas costumam ser discriminadas pela
aparência, pela maneira como se vestem e se pintam
ou pelos acessórios que usam (como piercings etc.).
Vocês conhecem alguma situação como essa?
Organizem as ideias e as apresentem à turma.

A história e a construção do preconceito


Um assunto bastante atual relacionado aos direitos hu-
manos é a inclusão social. Trata-se de um tema cujo
objetivo é reduzir o preconceito e, quem sabe, acabar com
a discriminação, dando oportunidades iguais a todas as DICA
pessoas, especialmente àquelas que são excluídas por cau- Leia mais a respeito da inclusão
social no tema “Cidadania,
sa de diferenças sociais, geográficas, econômicas, etárias, igualdade e inclusão” do
Caderno do Trabalhador 2 –
físicas, raciais etc. Conteúdos Gerais.

Precisamos estar atentos para, na nossa vida, sempre bus-


car tratar todas as pessoas com igualdade e dar valor ao
que cada uma delas tem a oferecer.

A pintura corporal indígena


Como vimos no tema “Repassando a história” do Ca-
derno do Trabalhador 5 – Conteúdos Gerais, ao chegar
ao Brasil, os portugueses depararam-se com os índios
que já viviam aqui e que possuíam uma cultura, um
jeito de ser e de viver bem diferente da cultura do euro-
peu. Eles também possuíam uma maneira diferente de

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se vestir e de se enfeitar. Imaginem qual deve ter sido a reação dos portugueses
vendo um índio com o corpo pintado.

Arquivo da Academia de Ciências da Rússia, Moscou


Índios com o corpo pintado: jeito de ser e de viver bem diferente da cultura dos povos europeus

A pintura corporal indígena possui uma mensagem, além de ser uma proteção
contra o sol e os insetos. Ela pode ser usada em cerimônias religiosas, em rituais de
guerra, para indicar a posição da pessoa dentro de uma família etc.
Os desenhos eram tão admirados pelos europeus que foram passados para o papel,
até mesmo como obras de arte.
As tintas usadas pelos índios eram de origem vegetal: o vermelho era retirado do
urucum (1); o preto, extraído do suco do jenipapo (2); o amarelo, do açafrão (3).
Rogério Reis/Pulsar Imagens

João Prudente/Pulsar Imagens

stockstudioX/iStockphoto.com

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18 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Cada tribo usa traçados e símbolos diferentes.
Um bom exemplo de pintura corporal é a dos kalapalos, povo que vive no Parque
do Xingu, no Mato Grosso. Pacíficos e cordiais, dedicam-se à pesca e à agricultura
e costumam fazer decorações especiais no corpo e no rosto tanto para rituais como
simplesmente para ficarem mais bonitos.
Um dos eventos mais conhecidos do kalapalos é a luta huka-huka, em que o objeti-
vo é fazer o adversário cair de costas. Ela acontece no último dia do Kuarup, ritual
em memória dos mortos, e, apesar de ser uma disputa, tem como finalidade a
confraternização entre os membros da tribo.

Palê Zuppani/Pulsar Imagens

Mato Grosso (em destaque no mapa acima): terra dos pacíficos e cordiais kalapalos, do Parque do Xingu

Atividade 3
P intura corporal indígena

1. Em duplas e na sala de informática, pesquisem sobre a pintura corporal indígena.


Vocês podem procurar, em um site de busca, informações sobre diferentes tribos,
como bororos, bakairis e guajajaras, entre outras. Escolham uma das tribos para
aprofundar sua pesquisa.
2. Pesquisem qual o sentido da pintura corporal para a tribo que escolheram.
a) O que ela quer (ou queria) transmitir?
b) Temos hoje algo parecido com a pintura corporal indígena?

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 19


3. Vamos fazer um exercício para aperfeiçoar nossos de-
senhos, pois ter bons traços é um conhecimento im-
portante para o maquiador.

4. O grupo agora se transforma em uma cooperativa de


tatuadores! Criem tatuagens inspiradas na pesquisa rea­
lizada sobre a pintura indígena. Desenhem as tatuagens
IMP à mão livre e pronto.
Para realizar uma tatuagem são
necessários conhecimentos, 5. Vocês acabaram de criar o primeiro mostruário de
técnicas e equipamentos
específicos que vão além da tatuagens da cooperativa e ele merece ser exibido para
profissão de maquiador, até
porque essa prática pode colocar que todos possam apreciá-lo. Façam um cartaz com
em risco a saúde do cliente. A
maquiagem pode ser um primeiro os vários desenhos e seus detalhes acompanhados de
passo para uma outra profissão
que ainda não é reconhecida, mas pequenos textos explicativos sobre o significado para
muito procurada comercialmente:
a de tatuador. a tribo estudada.

20 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Maquiagem: ferramenta para alterações da pele
Como profissional de beleza, você deverá estar preparado para lidar com os mais
variados clientes. Inclusive alguns que apresentam doenças que afetam diretamente
a aparência. A maquiagem pode ser uma importante aliada na redução dos efeitos
desses problemas.
Você já ouviu falar de vitiligo?
Vitiligo é uma doença da pele, não contagiosa (não é transmitida de uma pessoa a
outra). Ela se apresenta em forma de manchas esbranquiçadas por todo o corpo.
Biophoto Associates/Photo Researchers/Latinstock

Manchas provocadas pelo vitiligo: a doença não é contagiosa e a maquiagem pode disfarçar o problema

Algumas pessoas, por não terem as devidas informações e considerarem o vitiligo


contagioso, evitam e discriminam quem sofre desse mal.
O profissional não precisa ficar com receio de maquiar uma pessoa que apresenta
essas manchas na pele. Muito pelo contrário, ele pode ajudar a melhorar o aspecto
do cliente, disfarçando esse problema. Vamos ver como fazer uma maquiagem em
uma pessoa com vitiligo.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 21


Como maquiar

Humberto Bassanelli Jr
1 2

3 4

1. Em primeiro lugar, certifique-se de que o seu cliente tem mesmo vitiligo. Depois,
como deve ocorrer em qualquer maquiagem, com uma loção tônica suave, reali-
ze a limpeza da pele.
2. Com um pincel, aplique um corretivo no tom da pele do seu cliente nos locais
das manchas.
3. Passe uma base cremosa ou em pó, da cor da pele, aplicando-a suavemente com
uma esponja em todo rosto, pescoço e colo, não se esquecendo das têmporas e da
ponta do nariz.
4. Aplique a maquiagem nos olhos, bochechas e boca. Por fim, você poderá passar
com um pincel largo e macio um pouco de pó por todo o rosto para dar acaba-
mento e fixar a maquiagem.

Para saber mais sobre o vitiligo, pesquise na internet com a ajuda de seu monitor.

22 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Unidade 8
O encontro da história
com a maquiagem
Você já parou para pensar sobre o modo como o conhecimento
do passado ajuda a entender o presente? De que forma fazemos
parte da história? Como ela afeta nossa vida?
E a moda, acompanha o movimento da história? Será que o
momento histórico influencia a moda e a maquiagem?
Nesta unidade, vamos fazer uma retrospectiva histórica incluin-
do as tendências da moda e da maquiagem em alguns períodos.

Anos 1910
Imperial War Museum

Cena da Primeira Guerra Mundial: após o conflito, a indústria têxtil experimentou um grande crescimento

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 23


A chamada “indústria da moda” nem sempre foi como a conhecemos hoje.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, ocorreu um fato que mudou para sempre
esse cenário.
Era uma época em que os países precisavam recuperar suas economias, superar os
efeitos dessa guerra, que durou quatro anos (de 1914 a 1918). Assim, as indústrias
tinham que crescer e criar empregos. Isso aconteceu principalmente na Europa e nos
Estados Unidos, e a indústria que mais cresceu foi a têxtil. As tecelagens passaram
a fabricar muito mais roupas e tecidos, barateando os produtos.
Como resultado desse processo surgiu o pret-à-porter – uma expressão francesa que
significa “pronto para vestir”; um tipo de roupa mais acessível e pronta para usar,
como a que pode ser comprada hoje em qualquer loja do ramo.
A mulher elegante da década de 1910 se inspirava nas atrizes do cinema mudo. A
maquiagem dessa época explodiu em cores e invenções: as cores dos pós compactos
adaptavam-se cada vez melhor à pele, indo do rosa ao branco, com destaque para a
famosa cor “Raquel”, de um bege intenso. Os tons violeta (da cor da flor de malva),
ocre e alaranjado também estavam em alta. Os olhos eram enegrecidos com kajal
(lápis mais macio, grosso e de maior durabilidade).
Observe a seguir as imagens de algumas musas, que mostram como era a beleza
feminina daquele tempo.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1910


Bettmann/Corbis/LatinStock

Apic/Getty Images
Corbis/LatinStock

Belezas típicas da época: rostos maquiados com pós compactos e olhos enegrecidos com kajal

24 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Anos 1920
Acervo Iconographia

Depósito de café: o cultivo e o comércio do grão eram a base da nossa economia no início do século passado

A nova estética da moda


O desenvolvimento industrial ainda engatinhava no Bra-
sil. Nossa economia tinha como base a produção de café
e a maior parte da população ainda vivia no campo. A
cafeicultura, porém, estimulou o desenvolvimento dos
transportes e do comércio. Algumas cidades, como São Você sabia?
Paulo, começaram a crescer rapidamente. Em São Paulo, em 1920,
havia mais mulheres do
A moda feminina também mudou bastante nessa época: que homens trabalhando
corpos bronzeados, vestidos na altura dos joelhos (ou seja, na indústria têxtil. Prati-
camente 6 de cada 10 tra-
bem mais curtos do que se usava até então) e um estilo que balhadores eram do sexo
foi chamado de garçonne – ou “mocinho” em francês – e feminino nesse segmento
da economia.
incluía cabelos bem curtos.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 25


A maquiagem perolada, característica da época, consistia
em colocar uma gota de cera líquida na extremidade de
cada cílio, imitando uma fileira de pérolas. Atualmente,
existem cosméticos que já vêm com o efeito perolado.
DICA No rosto, após a aplicação de base, era usado um pó es-
Para saber mais sobre esse
período assista ao filme Coco curo sobre a parte superior do rosto a fim de iluminar os
antes de Chanel, dirigido por
Anne Fontaine em 2009. olhos. Da bochecha ao queixo, aplicava-se um pó claro.
Reprodução
Os cílios e as sobrancelhas eram escovados, e os cílios,
encurvados com curvex. Traços a lápis iam até o canto
dos olhos, delineando-os.
A cor da sombra combinava com os olhos ou com o tom
predominante na roupa e a boca era pintada com cores
escuras e fortes.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1920

Hulton Collection/Getty Images


Sasha/Hulton Archive/Getty Images

Hulton-Deutsch Collection/Corbis/Latinstock

Musas da década de 1920: os cílios e as sobrancelhas eram escovados e um traço a lápis delineava os olhos

Truques para disfarçar olheiras


Para saber disfarçá-las com a maquiagem é importante
conhecer as razões de sua existência. As olheiras podem:
• surgir após uma noite mal dormida;

26 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


• aparecer por causa de excessos cometidos no dia ante-
rior: muito trabalho ou efeitos do consumo exagerado
de bebida alcoólica;
Jente Kasprowski/iStockphoto.com

• ser uma herança genética, ou seja, de alguém da famí-


lia que apresenta uma coloração mais escura na área
dos olhos;
• resultar de estresse físico, emocional ou, ainda, de die-
tas muito severas;
• ter relação com fatores étnicos (pessoas de pele escura
são mais propensas a desenvolver olheiras); ou
• ser consequência de pele fina, pois a transparência da
cútis torna mais visível a área escurecida.
Mas, para qualquer uma dessas situações, há uma solução.
Caso sua cliente procure você pessoalmente para agendar
a maquiagem, aproveite o momento e avalie a pele dela,
além de fazer perguntas e, quem sabe, dar conselhos que
poderão ajudar no momento do seu trabalho.

Exemplo 1
IMP
Uma cliente quer agendar uma sessão de maquiagem para
Recomende que, na véspera da
um casamento. Analise a pele e observe se ela apresenta festa, ela durma ao menos
8 horas, não abuse do álcool e
olheiras. Sim? Então pergunte à cliente se é comum tê-las procure ter um dia calmo. Essas
medidas irão amenizar as marcas
ou se houve alguma razão para que aparecessem. no entorno dos olhos.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 27


Exemplo 2
A cliente quer agendar a sessão de maquiagem, mas in-
forma que as olheiras fazem parte do seu rosto.
DICA Aconselhe as mesmas atitudes do exemplo anterior e su-
Coloque no congelador os sachês gira ainda que ela faça, no dia da festa, compressas com
usados do chá de camomila e
utilize-os para aplicar a chá de camomila gelado.
compressa. Se você tiver a
camomila em casa, não vai
precisar dos sachês: faça um chá
e embeba bolas de algodão nele.
Como minimizar as olheiras com a
maquiagem?
Seu maior aliado na hora de disfarçar as olheiras é o cor-
retivo, de preferência cremoso. Mas atenção: aplique-o
apenas quando terminar a maquiagem, pois resíduos de
sombra podem respingar nos olhos.
• Se as olheiras forem arroxeadas, o mais indicado é usar
um corretivo amarelo ou laranja.
• Se forem castanhas, inicie com um corretivo rosa e
espalhe outro, bege, segundos depois.
• Veja a foto abaixo: fazendo pequenos pontos com o
corretivo e espalhando-o com a ponta dos dedos, você
obterá um resultado melhor.
Elena Kharichkina/iStockphoto.com

DICA
O dedo indicador, em conjunto
com o polegar, serve para pegar
diversos objetos (movimento de
pinça). Por esse motivo, deve ser
evitado para a aplicação de
qualquer produto, pois pode
trazer alguma sujeira e borrar a
maquiagem.

28 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Anos 1930
Bettmann/Corbis/LatinStock

Desempregados fazem fila para ganhar comida: consequência da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929

Tempo de crise econômica e de recessão


A economia mundial sofreu uma grande crise em 1929, um processo que começou com
a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos. Na década seguinte,
conhecida como Grande Depressão, o desemprego e a miséria espalharam-se por diver-
sos países.
Com a crise, foi mais vantajoso queimar a produção de café do que ensacá-lo e ar-
mazená-lo. Os fazendeiros do café mergulharam em dívidas e esse cenário influen-
ciou a disputa pela presidência no Brasil.
A situação econômica alia-se à política. No Brasil, aconteceu a Revolução de 1930.
Nessa mesma época, Getúlio Vargas assumiu o poder e instaurou uma ditadura que
durou até 1945.
Eram tempos de autoritarismo. E não apenas no Brasil.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 29


Adolf Hitler assumiu o poder na Alemanha em 1933 e liderou o país na Segunda
Guerra Mundial (1939-1945). Ele perseguia e enviava aos campos de concentração
grupos que considerava inferiores na humanidade: judeus, homossexuais, deficientes
físicos, doentes mentais, ciganos etc.
Francisco Franco, o “generalíssimo Franco”, foi um ditador espanhol que manteve
o poder de 1939 a 1975. Foi responsável por inúmeras mortes em seu país.
Bettmann/Corbis/Latinstock

Keystone/Hulton Archive/Getty Images


Hulton Archive/Getty Images

Roger Viollet/Getty Images

Em sentido horário: Hitler, Franco, Mussolini e Salazar

Benito Mussolini foi o líder italiano do fascismo. Apesar de ter tomado o poder em
1922, teve papel de destaque na organização da Segunda Guerra Mundial.
Antonio Salazar foi ditador em Portugal entre os anos de 1932 e 1968. Além de
implantar a ditadura civil em seu país, apoiou Franco na guerra civil espanhola.

30 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Localização e medidas
Vamos localizar, no mapa político da época, os países que
esses homens governaram? Antes, porém, precisamos da
ajuda da matemática.
FINLÂNDIA
ESCALA
0 300 600 900 km NORUEGA SUÉCIA

ESTÔNIA

LETÔNIA
DINAMARCA
IRLANDA
LITUÂNIA
GRÃ-BRETANHA
PRÚSSIA
ORIENTAL

Oceano HOLANDA
ALEMANHA Rio
Atlântico BÉLGICA POLÔNIA UNIÃO SOVIÉTICA Volg
a
LUXENBURGO
BOÊMIA-MORÁVIA Mar
FRANÇA Cáspio

SUÍÇA ÁUSTRIA
HUNGRIA
ROMÊNIA

Mar Negro
PORTUGAL
ESPANHA ITÁLIA IUGOSLÁVIA
BULGÁRIA
Córsega

ALBÂNIA TURQUIA
Sardenha
GRÉCIA
Mar Mediterr
âneo

Sicília

Para ler adequadamente as informações de um mapa, pre-


cisamos conhecer um assunto importante também para a
carreira de maquiador, o chamado sistema de medidas.
Você já percebeu como as medidas fazem parte do nosso
dia a dia?
Vamos imaginar que você vai alugar um espaço para dar
aulas de maquiagem e o proprietário informa que a sala
tem 35 m². Será que esse espaço é suficiente? Isso quer DICA
dizer que, nesse caso, o imóvel tem 7 metros de compri- Veja o significado de metro
mento por 5 metros de largura. Confira. quadrado (m²) no tema
“Fazendo contas” no
Caderno do Trabalhador 3 –
Conteúdos Gerais.

5m

7m
M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 31
Guarde essa informação porque as medidas são importantes para todo maquiador.
E vamos usá-las logo mais em nosso curso.
Muitas vezes é preciso medir em centímetros (cm) os elementos do rosto de suas
clientes e, para isso, você terá de usar uma régua.

rami ben ami/iStockphoto.com


Vale recordar que 1 metro é igual a 100 centímetros, uma linha dividida em 100
partes iguais. Algo parecido ocorre com o centímetro, que é divido em 10 partes
iguais, os milímetros (mm).
Observe a régua reproduzida na foto acima: veja que entre um número e outro
existem 10 pequenos riscos. O espaço entre dois desses riscos equivale a 1 milímetro.
Seguindo o mesmo raciocínio, vamos descobrir como medir as distâncias entre, por
exemplo, duas cidades. Qual a unidade de grandeza usada por nós para isso? O
quilômetro (km), que é igual a 1.000 metros (m).

A moda discreta e prática da década de 1930


A irreverência dos anos 1920 deu lugar a mulheres mais discretas e mais práticas nos anos
1930. Elas exibiam trajes esportivos com mais simplicidade e descontração.
O olhar era objeto de todos os cuidados nos anos 1930, com a atenção voltada para
as sobrancelhas redesenhadas, depiladas e tingidas. As primeiras sombras cremosas
eram espalhadas com o dedo até a arcada superior, marcando o convexo da pálpebra

32 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


(que devia parecer melancólica). As cores variavam do castanho ao cinza e, para a
noite, preto. Curvadores cobertos de rímel alongavam os cílios.

O batom ficou mais discreto, com tons laranja e rosa pálido. Blush bege ou castanho
bem claro era aplicado em forma de triângulo do meio da bochecha até a têmpora,
no intuito de realçar as maçãs do rosto.
Para conseguir lábios mais sensuais, apelidados de picada de abelha, as mulheres
“beliscavam” os próprios lábios pouco antes de se maquiarem.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1930


Alfred Eisenstaedt/Pix Inc./Time Life Pictures/Getty Images

H. Armstrong Roberts/ClassicStock/Corbis/Latinstock
H. Armstrong Roberts/ClassicStock/Corbis/Latinstock

Pinturas discretas e bocas destacadas para conseguir lábios sensuais

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 33


O formato dos olhos

Imagno/Austrian Archives
Os olhos são os intérpretes do coração,
mas só os interessados entendem essa
linguagem.

Blaise Pascal

Maquiar os olhos talvez seja o principal desafio para o


profissional dessa área. Dominar as técnicas de maquia-
Blaise Pascal (1623-1662), gem é, também, reconhecer o formato dos olhos e saber
físico e matemático, contri- o que fazer para valorizá-los.
buiu decisivamente para a
criação da geometria, tema De acordo com Marcia Cezimbra, autora do livro Ma-
muito importante para o
maquiador. quiagem (São Paulo: Senac, 2009), para identificar o
formato dos olhos é necessário observar:
• as pálpebras superior (A) e inferior (B);
• os cantos externo (C) e interno (D);
• a linha de transferência (E); e
• as sobrancelhas (F).

E F

D C

34 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Observe os exemplos a seguir, que apresentam alguns formatos de olhos.

OLHOS CAÍDOS

O QUE FAZER? RÍMEL E LÁPIS DICA


Imagine que cada olho pre- Camadas extras de rímel Espalhe sombra grafite ou
cisa ser desenhado como nos cílios e lápis nos can- preta no canto externo dos
uma amêndoa. tos externos superiores olhos. “Puxe” com o pincel
As sombras em tons dou- dos olhos dão a impressão a sombra escura para cima
rados e cobre são as mais de olhos mais “abertos”. e ilumine os cantos internos
indicadas. das pálpebras superiores.

OLHOS PEQUENOS

O QUE FAZER? RÍMEL E LÁPIS Para o dia a dia, o lápis


bege dá a impressão de
Você deve realçar os olhos Desenhe os olhos com traços olhos maiores.
usando sombras mais claras rentes aos cílios superiores.
e com brilho na pálpebra, Use rímel em quantidade
rente aos cílios. nos cílios superior e infe- DICA
Abuse da sombra marrom rior. A maquiagem para a Sobrancelhas pouco mar-
entre a pálpebra superior e noite permite o uso do lá- cadas e cílios bem curvados
a sobrancelha. pis branco no canto inter- destacam os olhos.
no dos olhos.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 35


OLHOS ORIENTAIS

O QUE FAZER? RÍMEL E LÁPIS DICA


Sombras escuras na pálpe- O delineador ou lápis na Contornar os olhos com
bra superior e clara na par- pálpebra superior é um tru- lápis é uma alternativa
te inferior da sobrancelha que importante, pois desta- interessante para pessoas
dão um novo realce aos ca especialmente o canto alérgicas ao delineador.
olhos orientais. Use sombra externo dos olhos orientais.
branca nos cantos internos
das pálpebras inferiores.

OLHOS SALTADOS

O QUE FAZER? RÍMEL E LÁPIS DICA


O uso de sombras escuras Ressalte os olhos passando As sobrancelhas devem ser
(marrom para o dia e pre- lápis preto no canto interno mais grossas e mais claras
ta para a noite) esfumaça- e rímel nos cílios superiores. que o tom do cabelo.
das na pálpebra superior
parece diminuir os olhos e
dá um toque de profundi-
dade ao olhar.

36 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Anos 1940
Acervo Iconographia

Soldados brasileiros embarcam para combater na Segunda Guerra Mundial: contra o nazismo alemão

A Segunda Guerra Mundial


Cerca de 70 milhões de mortos: esse foi o saldo final da Segunda Guerra Mundial,
que teve início em 1939 e chegou ao fim em 1945. É como se toda a população
atual dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro fosse eliminada em
apenas seis anos!
O exército brasileiro, que teve participação discreta no conflito, lutou na Itália con-
tra o nazismo alemão.
O fato de não ter havido batalhas por aqui ajudou o país a progredir na área indus-
trial durante esse período. Foi nessa época que surgiram as chamadas indústrias de

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 37


bens de produção ou indústrias de base, que produzem
os materiais necessários para que outras indústrias possam
funcionar, como o aço e o petróleo.
Em 1943, Getúlio Vargas promulgou a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), que, até hoje, regulamenta as
Você sabia? relações de trabalho no Brasil.
Para se adaptar aos no-
vos tempos, o direito dos
trabalhadores aos poucos
vai se transformando e se E na maquiagem, qual era a tendência?
ampliando. Por exemplo,
em 2002, foi incorporado Na área da maquiagem foi preciso usar muita criativida-
à CLT um artigo que con-
cede licença-maternidade de para contornar o problema: pétalas de rosa mergulha-
e paternidade para aque- das em álcool substituíam o blush, enquanto graxa de
les que adotam crianças.
sapato era usada para tingir sobrancelhas e o carvão fazia
o papel de sombra para as pálpebras.
Por outro lado, eram raras as mulheres que saíam de casa
sem batom. Conjuntos de saia na altura dos joelhos, usa-
dos com um paletó estruturado nos ombros – o tailleur
– estavam no auge da moda.
No pós-guerra, toda a feminilidade vem à tona com ca-
belos longos, batom vermelho e sobrancelhas um pouco
mais grossas.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1940


Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Bettmann/Corbis/Latinstock
Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Criatividade em tempos de guerra: pétalas de rosa em vez de blush e graxa para tingir as sobrancelhas

38 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Atividade 1
D esenhando a maquiagem

1. Registre aqui:
a) Quais as principais características da maquiagem nos anos 1920, 1930 e 1940?

b) Em que a maquiagem desses períodos é semelhante à que se usa hoje? E as dife-


renças, quais são?

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 39


2. A turma divide-se em trios e, com base nas fotos desta unidade e em pesquisas
feitas na internet, dois membros do grupo praticam no terceiro colega a maquia-
gem de um dos períodos que estudamos até aqui. A tarefa estará completa quan-
do todos forem maquiados, cada um com base em um período diferente.
3. Agora, pensem numa forma criativa de apresentar o resultado do grupo para a
turma. Que tal um desfile ou uma apresentação teatral?
4. Responda individualmente:
Ao maquiar os colegas senti dificuldade em...

Ao maquiar os colegas senti facilidade em...

40 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Anos 1950

Marcel Gautherot /Acervo Instituto Moreira Salles

Brasília em maio de 1959, pouco menos de um ano antes da inauguração: a nova capital foi construída por Juscelino

A década de 1950 pode ser comparada a uma ponte que liga um período de guerras
e suas consequências a outro período de recuperação da economia e mudança de
comportamentos: uma fase de transição.
O fim da guerra marcou o retorno à produção industrial em todo o mundo, em um
clima de entusiasmo. A vida parecia que “entrava nos trilhos”.
Os Estados Unidos financiaram boa parte dessa recuperação econômica, mas isso
também significou a imposição de ideias aos países, fato que não agradava todo mun-
do. Muitos movimentos políticos eram contrários a essa posição, pois a entendiam
como uma forma de conquista de um poder ainda maior e de controle sobre os povos
que estavam retomando ou iniciando o desenvolvimento, como era o caso do Brasil.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 41


Vivemos sob o lema “50 anos em 5”, divulgada pelo
então presidente da República Juscelino Kubitschek, que
construiu Brasília.
As mudanças não aconteciam somente na política e na
Filme
economia. Elas eram percebidas também na música, no
Para saber mais sobre esse
período assista ao documentário cinema e no comportamento da juventude que questio-
Os Anos JK – Uma trajetória
política, dirigido por navam os costumes da época.
Silvio Tendler em 1980.
reprodução

O papel da mulher na sociedade


A década de 1950 era um período de valores tradicionais
e conservadores e isso afetava especialmente as mulheres.
A sociedade ditava que elas deveriam ser esposas, mães e
boas donas de casa.
As propagandas também passavam essa imagem, ofere-
cendo novos eletrodomésticos para facilitar a vida das
mulheres. Havia até um jornal das moças que dizia o que
as mulheres deviam fazer para se tornarem boas esposas
e donas de casa.

42 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


A maquiagem de 1950
Mulheres com ar ingênuo, mas com roupas sofisticadas, um jeito de vestir chique,
eram a tendência do momento.
O estilo de maquiagem mais popular incluía os “olhos de gazela”, bem marcados, mo-
delados por sombra, lápis de sobrancelha, rímel e delineador. A palidez da pele (obtida
com pó de arroz) e a intensidade dos olhos ganharam realce, enquanto o ruge, hoje
substituído pelo blush, foi excluído. O batom devia combinar com a cor do esmalte.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1950


Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock


Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Elegância na metade do século: palidez da pele e “olhos de gazela” ditavam o estilo das mulheres na década de 1950

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 43


A maquiagem para cada cor de olhos
Um bom truque para realizar a maquiagem certa é escolher os tons mais adequados
para cada cor de olhos.

Coloroftime/iStockphoto.com
Nos olhos azuis, evite sombras em tons esverdeados ou azuis. Abuse dos tons ma-
deira, terra ou dourados e bronze-acobreados, além do cinza médio e escuro.

Phoenix2288/Dreamstime.com

Use tons grafite, azuis e lilazes nos olhos acinzentados. O rímel cinza é perfeito para
finalizar a maquiagem tanto dos olhos azuis quanto dos acinzentados.

44 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Aswisher/Dreamstime.com

Olhos castanhos permitem um uso variado de sombras. Cinza e preto não são boas
opções. Rímel marrom, verde ou preto são os mais recomendados.
Prushenov Viktor/iStockphoto.com

As cores mais indicadas de sombra para olhos verdes são lilás, roxo, berinjela e uva.
Se a ocasião não permitir o uso de cores chamativas, opte pelos tons de madeira.
Experimente usar rímel na coloração verde, que destaca a cor dos olhos.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 45


Anos 1960

ARQUIVO/AGÊNCIA ESTADO/AE
Protesto popular contra a ditadura: em 1964 um golpe militar deu início a um período de
21 anos em que os brasileiros foram impedidos de escolher seus representantes políticos

No Brasil, Jânio Quadros sucedeu JK na presidência.


Você sabia? Com sua renúncia, João Goulart tornou-se presidente
No final da década de da República. Mas um golpe militar o derrubou em
1960, os jornais eram obri-
gados a enviar aos milita- março de 1964, dando início a um período de 21 anos
res os textos e as imagens de ditadura. Os brasileiros foram impedidos de votar e
que seriam publicados.
Era comum precisarem escolher seus representantes políticos. Qualquer pessoa
preencher espaços vazios contrária ao regime era perseguida; muitos foram presos,
nas páginas, cujas maté-
rias foram censuradas,
torturados e assasinados.
com receitas culinárias,
poesias e outros textos, Por outro lado, os anos 1960 foram marcados por pro-
de preferência vazios de fundas alterações no comportamento: liberdade e igual-
conteúdo político.
dade eram direitos a ser conquistados. Outros aspectos

46 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


marcantes nesse período foram as lutas pela libertação
das mulheres e o movimento chamado Black Power (ou
“poder negro”), que deu voz à comunidade negra.

A moda e a maquiagem dos anos


psicodélicos
As roupas, os penteados e a maquiagem refletiram toda
a agitação cultural, política e social dos anos 1960.
Cabelos black power, enfeitados por flores silvestres, ca-
misetas pintadas à mão e calças jeans desbotadas e co-
bertas de apliques ganhavam espaço nas ruas das cidades.
João bacellar

Filme
O movimento hippie foi marcado
por contestação, mudança de
valores, desejo de maior
igualdade entre as pessoas e
liberdade de expressão. Para
conhecer um pouco mais sobre
isso e observar a moda e a
maquiagem desse período,
assista ao musical norte-
-americano Hair, dirigido por
Milos Forman em 1979.
Reprodução

Jimi Hendrix retratado em grafite: o guitarrista seguia a moda dos cabelos black power

Olhos grandes eram o ponto forte da maquiagem no


período, realçados por cílios postiços, delineador nos cí-
lios inferiores e muitas camadas de rímel. As sobrancelhas
voltaram a ficar mais finas.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 47


Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1960
Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock


Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock
Reflexos de agitação e psicodelismo: os olhos ganharam destaque, realçados por cílios postiços, delineador e rímel

O formato do nariz influencia a


maquiagem
Lembre-se de que, quando pensamos em maquiagem,
não nos referimos necessariamente àquela especial, usada
em casamentos, formaturas etc. A maquiagem é uma
aliada do dia a dia para valorizar o que já é bonito e
disfarçar o que não harmoniza o rosto.
Por isso, ao fazer a maquiagem, você deve analisar o ros-
to da cliente em detalhes e planejar seu trabalho. Neste
tópico, observaremos o formato do nariz e como ele in-
terfere no conjunto do rosto. A técnica utilizada pelos
especialistas é denominada “luz e sombra”, ou seja, o
profissional aplica cores de base contrastantes para sua-
vizar os contornos do nariz.
DICA
Nariz com desvio de septo
O objetivo da maquiagem
nesse caso é centralizar o nariz,
escurecendo a lateral irregular
e, se necessário, clareando
a lateral oposta.
Nariz aquilino (com saliência)
Escureça a protuberância
na ponta do nariz com
o objetivo de suavizá-la.

48 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


NARIZ ACHATADO
COMO PARA CORRIGIR
IDENTIFICAR?
Aplique base mais escu- em direção às sobrance-
Observe como as laterais ra que a pele, começando lhas. Na ponta do nariz,
desse nariz chamam a pela parte de baixo do dê um leve toque de
atenção pela largura. nariz e depois subindo base clara.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 49


NARIZ LARGO
COMO PARA CORRIGIR
IDENTIFICAR?
Aplique blush mais escu-
Como o próprio nome ro em linha reta nas late-
sugere, esse formato de rais do nariz e mais claro
nariz é largo em toda nas partes internas dos
sua extensão. olhos para afinar o nariz.

50 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


NARIZ LONGO
COMO PARA CORRIGIR
IDENTIFICAR?
Com o objetivo de en- se o tom de pele for mo-
Um nariz é considerado curtar o nariz, escureça reno, use três tons aci-
longo quando ultrapassa a parte inferior e a pon- ma. Maquie a pálpebra
as linhas proporcionais ta dele. Se a cliente tiver inferior dos olhos e afine
que vimos no desenho de pele clara, use corretivo o lábio superior, dese-
Da Vinci, na Unidade 6. dois tons de pele acima; nhando-o com lápis.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 51


NARIZ ARREBITADO

COMO PARA CORRIGIR


IDENTIFICAR?
Escureça suavemente a
Esse é o formato mais vezes é arrebitado de- ponta do nariz, com um
desejado por homens e mais, trazendo pouca blush mais escuro que a
mulheres, mas muitas harmonia ao rosto. tonalidade da pele.

52 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Anos 1970 U. Dettmar/Folhapress

Leonel Brizola de volta do exílio: com a anistia, a ditadura militar dava os primeiros sinais de recuo

Enquanto o povo torcia pela conquista do título de tri-


campeão mundial de futebol na Copa de 1970, muita
gente, considerada contrária ao regime militar, era tortu-
rada e morta. O governo de Emílio Garrastazu Médici
(1969-1974) foi o mais repressivo da história do país.
O investimento em obras gigantescas – como a rodovia
Transamazônica, conhecida por “levar nada a lugar ne-
nhum” – contribuía para aumentar ainda mais a dívida
do Brasil com outros países.
A economia crescia, mas o bolo não era dividido igual-
mente entre os que trabalhavam. Foi nessa mesma época
que aumentaram muito as desigualdades no país.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 53


A revolução da moda
A moda rebelou-se e passou a pregar a liberdade de escolha. Masculino e feminino
misturaram-se: na onda unissex, calças jeans com bocas de sino eram iguais para todos.
Escolher o seu estilo, sem imitar as outras mulheres, e se embelezar de acordo com o
que cada um considerava bonito e adequado eram atitudes comuns. O colorido ganhou
cada vez mais espaço. O cuidado com a pele passou a ser uma preocupação diária.
A maquiagem ganhou destaque nos tons agressivos e sensuais dos batons e no uso
do gloss. Os pós eram brilhantes com pigmentos nacarados (com brilho semelhan-
te ao da madrepérola). Cílios e olhos continuavam em destaque.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1970


Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock


Lynn Goldsmith/Corbis/Latinstock

Rebeldia na década de 1970: tons agressivos e sensuais no batom e no gloss, pós brilhantes que lembravam madrepérola

54 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


O formato do queixo e a harmonia do rosto
Lembre-se de que suas clientes não terão necessariamente a pele das atrizes e mode-
los. Além disso, nem todas serão jovens. A maquiagem, como já dito, serve para
realçar a beleza natural de cada pessoa e suavizar imperfeições.
Algumas dessas imperfeições podem estar relacionadas ao queixo. Os três formatos
de queixo que modificam a harmonia do rosto são:

Queixo pequeno Queixo saliente


Acervo Iconographia

Alessandra Benedetti/Corbis/Latinstock

Noel Rosa, cantor e compositor Reese Witherspoon, atriz norte-americana

Queixo duplo
Alexander Hassenstein/Getty Images

Montserrat Caballé, cantora lírica espanhola

Vamos, agora, ver algumas dicas para maquiar pessoas com esses formatos de rosto.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 55


Queixo pequeno

• Aplique base no tom da pele em todo o rosto.


• Para dar a sensação de um queixo maior e criar volume nessa região do rosto,
aplique pó iluminador opaco mais claro que o tom da pele. Você também pode
utilizar uma caneta iluminadora na região.

56 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Queixo saliente

• Aplique base no tom da pele em todo o rosto.


• Disfarce a proeminência do queixo com pinceladas de blush mais escuro na pon-
ta do queixo, suavizando o formato com um efeito de sombra.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 57


Queixo duplo

• Aplique base no tom da pele em todo o rosto.


• Depois, aplique uma base mais escura na lateral na testa, têmporas, maçã do
rosto e por baixo do queixo. A base escura serve para criar uma ilusão de sombra
e diminuir o volume das áreas mais salientes.

58 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


O queixo duplo (ou papada) pode ser causado por diversos fatores, como problemas
hormonais ou obesidade. Ele também é bastante comum em pessoas da terceira
idade. E essa cliente requer um cuidado especial quando maquiada. Veja, a seguir,
como maquiar uma senhora de mais de 60 anos.

Maquiagem para a terceira idade


A maquiagem para a terceira idade deve receber todo o cuidado. O objetivo dela é
valorizar a beleza natural da pessoa. Por esse motivo, a maquiagem deve ajudar a
disfarçar as marcas do tempo, usando tons pastéis ou de cores mais frias. Cores
fortes e quentes podem fazer o efeito inverso: envelhecem a pessoa ainda mais e, em
alguns casos, chegam a vulgarizar o visual de sua cliente.
Lembre-se de que você deve respeitar o gosto da cliente, mas não deixe de explicar
a respeito do uso das cores na maquiagem de forma educada.

Como fazer?
João bacellar

1 2 3

1. O primeiro passo da maquiagem é a higienização e uma leve hidratação da pele.


Mas fique atento, pois a pele de uma cliente dessa idade pode ser mais fina e
delicada. Por isso, tenha sempre loções de limpeza ou demaquilantes apropriados.
2. Aplique, com pincel, a base líquida, por ela ser mais leve e fácil de passar, além
de não deixar a pele com um aspecto pesado. Prefira bases com filtro solar e que
possuam efeito anti-idade, o que dará mais firmeza à pele.
3. Passe o corretivo com cuidado, já que por ser mais pesado do que a base, ele pode
ressaltar qualquer defeito da pele. Prefira, nesse caso, os corretivos líquidos e use
os dedos para espalhá-los, pois o pincel pode destacar ainda mais as marcas de
expressão. Em olheiras arroxeadas, use um tom mais rosado para neutralizá-las.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 59


João bacellar
4 5 6

4. Finalize a uniformização da pele aplicando um pó facial, de preferência translúcido. Suje


o pincel (com pouco pó) e dê leves pinceladas para deixar a pele mais lisa e eliminar a
umidade e a oleosidade naturais, fazendo com que a maquiagem dure mais tempo.
5. Com um lápis próprio para esfumar, faça um traço na linha do cílio superior da
parte externa até o meio da íris. Com um pincel macio, esfume o traço em dia-
gonal, do terço até o final externo da pálpebra.
6. Para destacar os olhos, use sombras em tons opacos e neutros sem cintilante, como
marrons, cremes, rosados, cinzas e nude. Se a pálpebra de sua cliente estiver caída,
não marque o côncavo. Passe a sombra por toda a pálpebra inferior. Se a sobrancelha
for muito rala, faça pequenos traços com um lápis macio onde houver falhas, esfuman-
do depois com um pincel. Com uma escovinha, penteie as sobrancelhas para finalizar.

João bacellar
7 8 9

7. Passe o rímel segurando a pálpebra suavemente para cima.

8. Aplique o blush (de preferência mais cremoso) com um pincel macio para não
marcar a pele. Use uma cor discreta. Os tons rosados e pêssego são bem-vindos.
9. Contorne os lábios com um lápis próprio da cor da boca de sua cliente. Aplique o
batom com o auxílio de um pincel, retirando o excesso com um lenço. Lembre-se
de que cores fortes marcam ainda mais as rugas. Para finalizar, aplique delicada-
mente um pouco de pó compacto por todo o rosto usando um pincel macio. Isso
fará a maquiagem durar mais tempo.

60 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


João bacellar

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 61


Anos 1980

Steve McCurry/Magnum/LatinStock

Sobrevivente: Sharbat Gula, que tornou-se ícone da guerra

A capa da revista National Geographic (acima), fotografada por Steve McCurry, ficou fa-
mosa por todo o mundo e é uma das imagens mais relevantes da história recente. O que
revela o olhar de Sharbat Gula na foto em que ainda era uma garota? Sua família foi exe-
cutada no Afeganistão, e o vilarejo onde vivia foi destruído por uma guerra que se estendeu
de 1979 a 1988. Procure no atlas a localização desse país e, se tiver chance, pesquise os
motivos e desdobramentos desse conflito, mais um episódio ligado à Guerra Fria.
Outro fato fundamental ocorrido na década de 1980 foi a queda do Muro de Berlim
(em novembro de 1989) – uma estrutura de concreto erguida em 1961 para dividir
a Alemanha em duas partes, uma capitalista e outra socialista.

62 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Atividade 2
P esquise na internet

Procure na internet as diferenças entre o regime capita-


lista e o socialista. A turma divide-se em duas e cada uma
faz a defesa de uma dessas ideologias.
Peter Turnley/Corbis/LatinStock

Filme
Não deixe de ver Adeus, Lenin!.
Queda do Muro de Berlim: fim da divisão da Alemanha Dirigido em 2003 por Wolfgang
Becker, o filme conta a história de
um rapaz que tenta esconder
E no Brasil, o que acontecia? de sua mãe doente a queda do
Muro de Berlim, fato que, para
ela, representaria o fim dos
sonhos de igualdade social.
Como você estudou no Caderno do Trabalhador 5 –
reprodução

Conteúdos Gerais, o país viveu um processo de abertura


política, de retomada da democracia. Sem violência,
porém decidida, a população foi às ruas exigir eleições
diretas para presidente.
O último dos generais ditadores, João Figueiredo, chegou
a declarar que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do
povo. Entre outras frases antológicas, deixou a seguinte:
“Um povo que não sabe nem escovar os dentes não está
preparado para votar”.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 63


Carlos Namba/Abril Imagens
João Figueiredo: o último general ditador brasileiro

Você se lembra do que é democracia?


Vimos no Caderno do Trabalhador 2 – Conteúdos Gerais que democracia significa
“governo do povo”. Nela, nós elegemos nossos representantes políticos. Vamos ver
como essa ideia pode estar presente nos pequenos atos do cotidiano e não apenas no
dia de votar.

Atividade 3
D ebatendo a democracia

1. Leia o texto a seguir.


Democracia no salão de beleza

Ribamar, o Riba, é dono de um salão de beleza que emprega três cabe-


leireiros, seis assistentes de cabeleireiro, oito manicures, uma maquiadora,
dois recepcionistas, um faxineiro, duas depiladoras e, ainda, um gerente.

64 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


O proprietário segue a lei na hora da contratação: todos são registrados
em carteira.

Opa! Que coisa boa!

É, mas, devagar com o andor...

Riba registra todos com um salário mínimo e paga comissão “por


fora” para cada serviço feito. E tem mais: os produtos que os empre-
gados usam para trabalhar ficam por conta de cada um. A manicure
compra esmalte; o maquiador, sombra e base; o cabeleireiro, spray
e escova etc.; cada profissional precisa ter seu kit de trabalho. Eles
aceitaram essas condições porque precisam de seus empregos. E
corre a boca pequena que todos os salões seguem essa regra.

Mas uma novidade no salão fez todo mundo ficar agitado. Riba disse:

— A partir de agora eu forneço todos os produtos que serão utilizados


aqui e vocês comprarão de mim! É preciso garantir a qualidade dos
serviços prestados no salão, além de padronizar os produtos. Por isso
eu sou o fornecedor.

Todos começaram a fazer as contas e chegaram à conclusão de que a


comissão vai cair muito.

— O Riba está cobrando muito caro pelos produtos — reclama Clarice.

Uma ideia surgiu no grupo: — Podemos nos reunir e comprar em


grande quantidade. Assim vai ficar mais barato para todos nós!

Neia torce o nariz: — Ih, essa história não vai dar certo. Seu Ribamar
vai ficar furioso!

Amélia pondera: — Não, pessoal! Vamos explicar para ele nossa si-
tuação. Se somos registrados com um valor menor de salário, temos
os outros direitos reduzidos, como o 13º salário, o depósito no Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço e as férias, sem falar na aposen-
tadoria. Com a comissão, conseguimos compensar tudo isso e ganhar
um pouco melhor. Vamos dizer que a gente quer comprar os produ-

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 65


tos em lugares que vendem por atacado para, no final do mês, todo
mundo ganhar um pouco mais.

Como o grupo não chegou a um consenso, Claudete sugeriu que fizes-


sem uma votação. E começou a organizar tudo: — Quem vota em
comprar os produtos aqui no salão levanta a mão! Muito bem. E ago-
ra, os que preferem se juntar e comprar fora do salão.

Pronto! Todos foram ouvidos e venceu a maioria.

O dono do salão, ao ver que os funcionários se organizaram, não teve


opção a não ser acatar a decisão do grupo: a partir de agora, eles vão
se abastecer num atacadista.

Vitória da democracia.

2. Procure no dicionário o significado das palavras que não conhece.


3. Agora, discuta com mais quatro colegas a situação que esses profissionais enfren-
taram, respondendo às seguintes questões:
a) O dono do salão tinha razão em fornecer os produtos?
b) O que estava em jogo nessa decisão tomada por Ribamar?
c) É certo registrar um funcionário com um salário menor do que o valor que ele
realmente ganha?
d) Que atitude o grupo tomaria se estivesse no lugar dos profissionais do salão cita-
do no texto? Por quê?
e) Registre aqui, com suas palavras, um resumo do debate do grupo.

66 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 67
O clima de democracia afetou a tendência na maquiagem
Na década de 1980, o avanço da ciência deu um salto e atingiu, também, a indústria
de cosméticos. As pessoas começaram a se preocupar, entre outras coisas, com o
envelhecimento da pele e os males causados pelo sol. Consequentemente, muitas
mudanças ocorreram no mundo da maquiagem.
Era a época do exagero: as mulheres ou se pintavam muito ou saíam de “cara lavada”.
Os códigos da beleza mudavam conforme as estações. O estilo de maquiagem pedia
bocas bem vermelhas, ou com tons fortes e marcantes, maçãs do rosto cor de tijolo,
sombras esfumaçadas variando do castanho ao violeta e rímel à prova d’água verde-
-relva ou azul-piscina.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1980


Jean-Daniel Lorieux/Sygma/Corbis/Latinstock

Crorbis/Latinstock
Condé Nast Archive/Corbis/Latinstock

Avanço: a pintura dos anos 1980 indica preocupação com o envelhecimento da pele e os perigos do sol

68 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


A pintura dos lábios dá o toque final à maquiagem
A pintura da boca deve ser a última a ser feita. Ela deve finalizar a maquiagem.
Mas alguns cuidados devem ser tomados ao se passar o batom. Vamos ver alguns deles.
• Para o batom durar mais nos lábios, passe-o normalmente e retire o excesso com
lenço de papel. Em seguida, com a esponja do pó compacto, dê umas batidinhas
nos lábios e depois passe mais uma camada de batom.
• Para que o batom não escorra, contorne a boca antes com pó translúcido. Os
batons sem brilho fixam melhor.
• No caso do gloss, passe uma gota no centro dos lábios.
• O lápis ou delineador para lábios, salvo em alguns casos que veremos a seguir,
deve ser da mesma cor do batom. Além de deixar o contorno perfeito, isso ajuda
na sua fixação.
• Quando usar batom vermelho, chame a atenção para os lábios. O restante da
maquiagem deve ser mais leve.
A maquiagem pode valorizar vários formatos de lábios. A seguir, veremos alguns deles.

Lábios grossos

• Contorne a parte interna dos lábios com lápis mais claro que o batom.
• Passe pó compacto da cor da pele ao redor dos lábios, para disfarçar seu con-
torno natural.
• Os batons em tons escuros, opacos e discretos são os ideais para esse formato de
boca, pois chamam menos a atenção.
• Evite tons vermelho-cintilantes e gloss.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 69


Lábios finos

• Usando lápis da cor do batom que será aplicado, faça um contorno por fora do
traço natural dos lábios.
• Abuse de tons claros, como bege e nude, de cores cintilantes e de gloss.

Lábios irregulares

• O objetivo da maquiagem nesse caso é corrigir os lábios para que adquiram uma
nova forma. Para isso, você deve contornar os lábios com o lápis para definir um
traçado regular.
• As cores vivas são aconselháveis para esse formato de lábios.

70 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Lábios enrugados

• Aplique pó compacto no contorno dos lábios para disfarçar as rugas.


• Reforce o contorno dos lábios com um lápis da cor do batom para impedir que o
batom escorra pelos sulcos das rugas.
• Prefira batons mais cremosos.
• Não use gloss nem batons líquidos em lábios enrugados. Isso evita que ele escorra
pelos sulcos, borre a maquiagem e reforce ainda mais as rugas.
• Evite cores fortes e tons vermelho-vivos que marcam ainda mais as rugas.

Lábios caídos

• Use um corretivo nos cantos externos dos lábios.


• Para criar a sensação de elevação dos lábios, trace um contorno com lápis, dimi-
nuindo o ângulo externo e arredondando os cantos. Depois, alargue o lábio infe-
rior do centro até os cantos externos.
• Passe um pó compacto no tom da pele ao redor dos lábios para uniformizar a cor.
• Procure usar tons mais escuros, que ajudam a disfarçar os problemas.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 71


Anos 1990
Epitácio Pessoa/Agência Estado

Eleito pelo povo, destituído pelo povo: manifestantes exigem a saída do então presidente Fernando Collor

Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente da República escolhido direta-


mente desde a eleição de Jânio Quadros. A economia do país estava em frangalhos
por causa da hiperinflação (quando os preços sobem muito e o dinheiro perde valor
de compra).
Para tentar resolver a situação o governante lançou um plano econômico que, entre
outras coisas, mudou a moeda do país e confiscou a poupança de todos os que tinham
mais de NCz$ 50.000 (Cruzados Novos). Em vez de resolver o problema da inflação,
a medida provocou uma queda brutal da atividade econômica.
Além disso, irregularidades e escândalos envolvendo sua administração culminaram
com a queda de Collor.

72 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Tendência da moda nos anos 1990: quando menos é mais
A moda parece ter se cansado do excesso de cores da década anterior. A nova ten-
dência foi um estilo mais clean, que significa “limpo” em inglês (pronuncia-se “clin”).
Passou-se a se empregar pouca maquiagem, baseada em cores neutras e pouco brilho,
o que dava às mulheres uma aparência mais natural.
Na pele o tom que imperou foi o bege, sugerindo uma simples hidratação. A boca
mal brilhava e os olhos apresentavam um leve toque de rímel.

Galeria de fotos: maquiagem dos anos 1990


Mitchell Gerber/Corbis/Latinstock

Lynn Goldsmith/Corbis/Latinstock
Lynn Goldsmith/Corbis/Latinstock

Estilo clean: no fim do século passado, imperou o bege, sugerindo uma simples hidratação de pele

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 73


Como aplicar o delineador?
A aplicação do delineador pode ser uma das etapas mais decisivas e complicadas
para um profissional, pois, para fazer um belo traço é necessário ter mãos firmes – e
somente a prática lhe dará isso.
O delineador é indispensável na maquiagem, já que define e destaca o olhar, além
de disfarçar pálpebras caídas e suavizar olheiras.
Nunca se esqueça de retirar o excesso do pincel. Caso contrário você poderá colocar a
perder toda a maquiagem dos olhos, uma vez que o delineador é aplicado após a sombra.

74 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Como fazer?

João bacellar
1 2 3

1. Segure a lateral do olho – sem esticar muito a pálpebra – a fim de contorná-lo.


Faça isso apenas se os olhos apresentarem sinais de flacidez ou pele enrugada.
Para ter mais firmeza, apoie a mão que vai fazer o traço na bochecha da cliente.
2. Comece o desenho do meio dos olhos para fora, com um traço mais fino, e vá
alargando essa linha em direção à parte externa dos olhos.
3. Complete o traço na parte interna dos olhos usando menos tinta no aplicador. Se você
não se sentir seguro, não faça o risco de uma vez só. Experimente marcar vários
pontos na pálpebra e, depois, una um a um com o pincel. Caso você erre ao desenhar
com o delineador, umedeça a ponta de um cotonete e use-o para corrigir o traçado.

Veja a seguir alguns detalhes importantes para escolher a cor e a espessura de linha
do delineador.
• Para morenas, prefira a cor preta. Para mulheres de pele ou olhos claros, opte pelo
marrom-escuro ou cinza.
• Olhos pequenos ou fundos ficam melhores com um traço bem fino e rente aos
cílios. O traço grosso diminui ainda mais os olhos.
• Em olhos grandes, devem-se usar traços mais grossos, salvo se as pálpebras forem
pequenas. Nesse caso, prefira uma linha mais fina.
• Para disfarçar pálpebras caídas, use um traço bem fino e que não ultrapasse o
canto externo dos olhos. Esse tipo de traçado, conhecido por “estilo gatinha”, deve
ser usado em olhos grandes ou com pálpebras firmes.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 75


Anos 2000

Daniel Ouellette/Dreamstime.com

Eddie Toro/Dreamstime.com
Filme
Para entender melhor o que
ocorreu antes dos ataques,
assista ao documentário
Fahrenheit – 11 de Setembro, Muito se falou sobre a virada do milênio. Uns diziam que
lançado em 2004 pelo norte-
-americano Michael Moore. seria o fim do mundo, outros o início de uma nova era.
reprodução

Na verdade, o planeta já estava mergulhado em inúmeros


conflitos, especialmente entre os Estados Unidos e alguns
países do Oriente Médio. Em 11 de setembro de 2001,
vários ataques aéreos nos Estados Unidos causaram gran-
de comoção e iniciaram uma discussão sobre terrorismo.
No Brasil, a estabilidade monetária permitiu que o país
retomasse o crescimento econômico. Com isso, conseguiu
pagar sua dívida externa e passou de devedor a credor do
Fundo Monetário Internacional (FMI).

76 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Na maquiagem
A ordem do momento é ter aparência saudável: esse é o lema dos anos 2000.
A maquiagem atual se inspira nas décadas anteriores e, também por essa razão, re-
gistra as principais tendências do passado. Elas sempre são uma forte referência para
a moda que virá. Afinal, a moda vai e volta.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 77


Atividade 4
R econhecendo as tendências

Agora é sua vez.

1. Baseando-se no que estudamos sobre as tendências dos anos 2000, indique a


época em que estes looks se inspiraram.
LatinContent/Getty Images

Steven Vidler/Eurasia Press/Corbis


Nana Moraes/Abril Imagens

2. Explique como identificou essas maquiagens com as tendências do passado.

3. Escolha uma das fotos acima e crie o passo a passo para realizá-la. Descreva
quantos passos considerar necessários.
1o passo:

78 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


2o passo:

3o passo:

4o passo:

5o passo:

6o passo:

7o passo:

8o passo:

4. Reúna-se com os colegas que escolheram a mesma foto e comparem os passos.


O que há em comum? E de diferente?
5. O grupo agora apresenta as conclusões para a turma.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 79


Atividade 5
E xercitando a maquiagem

Vocês agora possuem muitas informações em relação ao


início do curso. Vamos montar uma “sala de maquiagem”,
onde todos serão clientes.
Imagine-se na sua sala de maquiagem e procure colocar
em prática tudo o que aprendeu até aqui.
Lembre-se: os conhecimentos para colocar em prática não
podem se resumir, por exemplo, à escolha da cor da som-
bra. Suas ações devem levar em conta o trato com o clien-
te. Ouça a opinião dele, informe-se sobre a ocasião para
a qual ele precisa de uma maquiagem especial, pergunte
como sua pele reage aos produtos etc.

Atividade 6
Truques de maquiagem

Em grupos de cinco pessoas, façam uma pesquisa na in-


ternet para descobrir qual a melhor solução para cada
problema apresentado a seguir. Registre as respostas no seu
caderno, pois assim terá um bom guia para quando você
se deparar com essas situações:

1. Uma cliente, que vai ser madrinha de casamento, pos-


sui uma cicatriz saltada e escura na maçã do rosto. O
que você deve fazer?

80 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


2. Uma adolescente vai ao seu primeiro baile de formatura, mas apresenta várias
espinhas enormes, vermelhas e prestes a estourar. Que estratégia utilizar?

3. O casamento será em uma cidade na praia, em janeiro, às 13 horas. Que produtos


são os mais indicados? Que medidas tomar para a maquiagem durar mais tempo
e não derreter?

4. A mãe do noivo certamente vai chorar na cerimônia. Como reduzir a chance de


que ela borre toda a maquiagem?

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 81


82 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2
Unidade 9
Maquiagens especiais
João bacellar

Como vimos, em especial na Unidade 2, existem várias possi-


bilidades de trabalho para um maquiador e, certamente, não
esgotaremos todas aqui neste material. Mesmo porque para cada
tipo de trabalho você poderá ter um desdobramento novo, como
maquiagem e maquiagem definitiva.
Vamos pensar que esse é o primeiro passo de um longo caminho
para a construção da sua nova carreira.
Entre as várias possibilidades existem algumas mais populares,
como a maquiagem em festas infantis e a de casamentos. Há
outras que estão ganhando força, como é o caso da maquiagem
masculina.
Nesta unidade, veremos algumas dessas maquiagens.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 83


Maquiagem infantil
Para começarmos a falar sobre a maquiagem infantil é necessário discutir alguns as-
pectos importantes. Em primeiro lugar: que imagem temos da criança hoje no Brasil?

Photoeuphoria/Dreamstime.com

Evan Hurd/Sygma/Corbis/Latinstock
Nick Stubbs/Dreamstime.com

Atividade 1
R eflexão sobre ser criança

Leia a reportagem a seguir.

Um salão de beleza cheio, cabeleireiros e maquiadores de um lado para


outro e cosméticos circulando por todos os lados do salão. Seria a

84 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


preparação para um casamento, festa de formatura ou algum evento
social que receberá belas mulheres? Negativo. Essa descrição é de uma
festa de aniversário de uma criança que pode ter entre dois e sete anos.

A maquiagem chegou às pequeninas, que cada vez mais cedo se tornam


vaidosas e não saem de casa sem fazer um make e a nécessaire para
dar um retoque no visual, principalmente no batom.

O que antigamente não passava de uma brincadeira de criança para


imitar "gente grande" ou se limitava a um gloss na boca, hoje em dia
deixa o Brasil nos primeiros lugares dos países que mais vendem cos-
méticos especializados para o público infantil.

Não por acaso, empresas lançam uma infinidade de produtos de be-


leza direcionados a meninas, usando cantoras e apresentadoras de TV
famosas para fisgar essa garotada.

No entanto, os especialistas alertam [sobre] os riscos do uso prematu-


ro da maquiagem. Os dermatologistas explicam que a pele das crianças
é mais sensível e por isso absorve em maior quantidade as substâncias
contidas na maquiagem, podendo causar alergias.

Mesmo que a alergia não apareça de imediato, com o passar do tem-


po a pele da criança absorve essas substâncias e, consequentemente,
as alergias podem aparecer até com produtos que não tenham nada
com a maquiagem, como uma tinta de caneta que contém substâncias
em comum com as da maquiagem.

Geralmente, produtos de maquiagem voltados para crianças não con-


têm substâncias “pesadas”. O risco é quando a mãe empresta à filha
seus produtos, o que acontece na maioria das vezes.

Cuidados – O melhor é usar a maquiagem aprovada pela Anvisa (Agên-


cia Nacional de Vigilância Sanitária), específica para o público infantil.
Uma maquiagem infantil boa é aquela que sai mais facilmente (com
água), diferente das maquiagens feitas para adultos. Mesmo a maquia-
gem infantil deve ser usada com moderação. Alguns produtos têm até
o gosto ruim, justamente para que as crianças não levem à boca.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 85


Menina-mulher não é legal – O uso
muito cedo da maquiagem pode fazer
com que a criança só se sinta bem
se estiver com a maquiagem. Para
ela, estar na moda é a melhor manei-
ra de estar bonita, havendo o risco
de erotização precoce.

A maquiagem feita em uma criança deve


ser usada em eventos especiais e não no
Sic é um termo latino que
significa “assim” ou “desse dia a dia. Não pode [sic] se deve tornar
modo”. Ele é usado para indi- hábito. A vontade é natural, mas os pais
car que o texto foi reproduzido
exatamente como o original, não devem incentivar a criança, somente
mesmo que esteja errado ou se for de um modo lúdico, como parte de
soe muito estranho.
uma fantasia, por exemplo.

Evan Hurd/Sygma/Corbis/Latinstock

Erotização precoce: crianças que se maquiam habitualmente podem se tornar “escravas da moda”

86 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


O interesse cada vez mais precoce se deve tanto à cultura da
moda, ao incentivo dos pais e à mídia que cria cada dia produtos
mais chamativos, com embalagens e propagandas que deixam
os pequenos fascinados.

E como os pais podem descobrir se a sua filha está exagerando ou não?


Observar a criança na sua rotina e verificar se essa vaidade está obses-
siva: a criança acha sua imagem mais importante do que viver a vida de
criança, quando vai para a escola ou a um passeio parece mais um mi-
niadulto e seu impulso de comprar cosméticos está sem controle.

Incentivar a brincadeira como a imitação dos pais que são os "heróis"


das crianças é muito positivo para o desenvolvimento dos pequenos,
mas tornar os pequenos "escravos da moda" ou dar aos filhos tudo o
que pedem é prejudicial.

Dicas

O diálogo é sempre o melhor. Explique e mostre como ser criança é


mais importante do que a vaidade física.

Não deixe uma brincadeira de maquiagem se tornar hábito do dia a


dia da criança. Saiba dizer um não e ser firme.

Maquiagem para bonecas não é indicada para o uso em crianças.


Também pode causar alergias. Toda menina sonha em ser a Barbie.
Mas, mamãe, saiba se impor nesse momento e deixe claros os limites
da criança com a maquiagem.

Bruno Rodrigues. Riscos do exagero de maquiagem nas meninas. Publicado em


02.03.2009. Disponível em: www.guiadobebe.com.br. Acesso em 22 dez 2010.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 87


Adrian Myers/Photographer’s Choice/Getty Images
1. Em classe, discutam sobre o fato de as crianças estarem
deixando a infância e adquirindo hábitos de adultos
cada vez mais cedo.
2. Registre no seu caderno: você acha isso bom? O que, na
sua opinião, poderia ser feito para evitar essa situação?
Filme
A antecipação da vida adulta é
retratada de forma divertida no
filme Pequena Miss Sunshine
(EUA, 2006). Olive, uma menina
de 9 anos, sonha em se tornar
miss. A vida de sua família muda
quando ela recebe um convite
para participar de um concurso
na Califórnia e todos viajam para
acompanhá-la.
Fox Searchlight/courtesy Everett Collection/Latinstock

88 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


3. Na sua opinião, pode-se dizer que uma criança que
trabalha na TV como apresentadora está realizando
trabalho infantil? Por quê?

Você sabia?
O trabalho infantil é proi-
bido por lei. No Brasil,
jovens entre 14 e 16 anos
só podem trabalhar como
aprendizes, desde que
não larguem os estudos.
Até 14 anos, o trabalho
infantil é proibido e é
considerado crime.
Mas é comum vermos
crianças trabalhando em
diversas circunstâncias.
Por exemplo, nas ruas
de grandes cidades do
Brasil nos deparamos
com cri­a n­ç as vendendo
doces e, em algumas
áreas rurais, elas che-
4. Discuta em grupo de cinco pessoas qual posiciona- gam até a ajudar nas
colheitas de produtos
mento deve adotar o profissional da área com relação como a cana-de-açúcar,
à maquiagem infantil. o que é muito perigoso e
nocivo para a sua saúde.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 89


A maquiagem infantil: festas e brincadeiras
Uma possibilidade de trabalho para o maquiador é atuar em festas infantis. Nesses
casos, a maquiagem infantil passa a ter o tom de brincadeira, de jogo; passa a fazer
parte do “cenário” da festa. São diversos os motivos que você pode criar: uma bor-
boleta, uma princesa, um personagem das histórias em quadrinhos etc.
Veja alguns exemplos.

Bill Dodge/iStockphoto.com
Adrian Myers/Photographer’s Choice/Getty Images

90 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Atividade 2
P raticando a maquiagem
artística infantil

Antes de realizar uma maquiagem artística infantil, vamos


praticar um pouco de desenho.

1. A seguir há um exemplo de desenho e sobre ele existem


pequenos quadrados iguais. Copie os traços dentro de DICA
cada quadradinho para reproduzir o desenho. Um de- O lápis sempre com ponta
senho inteiro pode parecer difícil de realizar; mas, fa- arredondada é muito importante
para um bom desenho. Isso vale
zendo-o em partes pequenas, fica bem mais fácil. para o lápis de sobrancelha e
também para o de olhos.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 91


2. Pratique em casa.
a) Procure alguns desenhos com traços não muito com-
plicados e, com o auxílio de uma régua, divida o de-
senho em quadrados iguais de 2 centímetros.
b) Meça o tamanho do desenho. Vamos supor que ele
tenha 12 cm de largura. Faça a conta: 12 ÷ 2 = 6.
c) Com a régua vá fazendo pequenas marcas com lápis a
cada 2 cm na parte superior do desenho.
d) Use o mesmo procedimento na parte de baixo. Ligue
os pontos marcados no topo da imagem com os feitos
embaixo, para as linhas saírem perfeitas.
e) Repita o procedimento nas laterais e assim terá o desenho
todo quadriculado e pronto para ser copiado.

Produtos necessários
Você deve providenciar tintas, antialérgicas e não tóxicas,
para maquiagem artística infantil. Elas estão à venda pela
internet ou em lojas especializadas. Podem ser encontra-
das na forma de kits completos para a maquiagem artís-
tica infantil, contendo, em média, 14 cores diferentes,
palheta e pincéis. Se preferir, você pode também adquirir
os materiais separadamente, conforme a necessidade do
seu trabalho.
Tenha também em mãos esponjas para aplicar tintas e
decalques, pedrinhas de strass, glitter em pó, que certa-
mente você usará para a maquiagem em meninas. Para
aplicar alguns desses detalhes, você precisará de uma
pinça e cola branca antialérgica e não tóxica.

DICA
Lepas/Dreamstime.com

Caso você se interesse


por esse tipo de trabalho
e for adquirir o produto, verifique
se ele possui o selo da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), o que garantirá a
qualidade e a certeza de que
poderá ser utilizado em crianças.

92 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


João bacellar

Preparando o rosto da criança


• Lave o rosto da criança com sabão neutro antes da aplicação da maquiagem. Não
use produtos ou cosméticos, para não provocar reações alérgicas.
• Coloque uma capa – como as que se usa para cortar o cabelo – ou uma toalha
para proteger a roupa da criança.
• É importante que você peça para a criança manter os olhos fechados durante
todo o processo de maquiagem para evitar que os produtos entrem nos olhos,
causando irritação.
• Procure conversar com a criança para saber qual personagem ela gostaria de ser,
de quais cores ela gosta mais etc. Assim, você colocará seu talento em ação com
base no gosto da própria criança.
• Conforme for adquirindo experiência e tiver, também, como base exemplos
de maquiagens de livros e da internet, você poderá criar seus próprios perso-
nagens. Experimente!

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 93


Como fazer?

João bacellar
1 2

DICA 1. Depois de lavar o rosto da criança, use uma esponja


Esse procedimento dependerá
muito do desenho a ser feito. para aplicar a cor que servirá de base para o desenho.
Muitas vezes o fundo não é
necessário, como veremos
mais adiante. 2. Ainda com uma esponja, pinte o restante do desenho
usando diferentes cores.
3 4

DICA
3. Para fazer os detalhes ou colorir os lábios, utilize um
Para ter outras ideias, procure
livros infantis na biblioteca do seu
bairro ou de sua cidade, observe
como são os personagens, as pincel não muito grosso.
cores que eles têm e outros
detalhes que achar importante.
4. Com um pincel fino, faça o contorno dos desenhos.

94 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


João bacellar

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 95


Como fazer?

João bacellar
1 2 3

1. Depois de limpar o rosto da criança, faça com um lápis de olho o contorno do


desenho escolhido.
2. Com um pincel não muito grosso e a cor que você usará para preencher o desenho,
cubra o contorno do desenho.
3. Preencha o desenho, usando diferentes cores para fazer os detalhes.

4 5 6

4. Caso o desenho borre por qualquer motivo e em qualquer momento, limpe o


local com um cotonete embebido em água.
5. Depois que todos os detalhes coloridos estiverem prontos, pegue um pincel mais
fino e com a tinta preta faça o contorno final. Se for o caso, acrescente detalhes
em outras cores.
6. Para dar um brilho no desenho, você pode colar decalques ou strass em alguns
pontos. Para isso, coloque um pouco de cola branca antialérgica e as peças que
você usará para decorar a maquiagem no dorso da mão. Com uma pinça, molhe
o decalque ou strass na cola e o aplique nos locais desejados.

96 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


João bacellar

7 8

7. Se quiser deixar a maquiagem ainda mais interessante e brilhante, você poderá


usar glitter. Para isso, borrife um pouco de água no rosto.
8. Posicione a criança, de maneira que ela fique com o rosto um pouco inclinado
para trás. Pegue um pouco de glitter com a ponta dos dedos e polvilhe sobre a
maquiagem como se estivesse jogando sal em uma panela.

9 10

9. Tire o excesso do glitter com um secador. Mas, cuidado: use a temperatura fria
ou morna e mantenha uma distância de no mínimo 30 cm do rosto da criança.
10. No caso das meninas, você pode acabar a maquiagem passando um gloss com
brilho nos lábios.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 97


João bacellar

98 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Maquiagem masculina
A maquiagem para homens é um assunto mais comum
no dia a dia. Se voltarmos na história, vamos ver que isso
não é nenhuma novidade.
As indústrias de cosméticos estão aumentando as vendas
de produtos especialmente desenvolvidos para eles.
A maquiagem pode deixar uma pessoa mais bonita e mais
feliz. E se faz isso para as mulheres, por que não pode
funcionar também para os homens?
A maquiagem pode amenizar, reduzir sinais de cansa-
DICA
O mercado de maquiagem
ço, esconder manchas na pele e dar um ar saudável ao para homens está em crescimento
e você pode se especializar
rosto masculino. nessa área.

Faça uma busca nos sites especializados e procure os pro-


dutos desenvolvidos para o mercado masculino.

Etapas da maquiagem masculina

Limpeza da pele
João bacellar

1. A limpeza do rosto pode ser feita da mesma maneira


que aquela realizada nas mulheres. Mas, como se tra-
ta de outra natureza de pele, oleosidade etc., lavar o
rosto com o sabonete apropriado para o tipo de pele
poderá ser suficiente para iniciar o trabalho.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 99


Análise do rosto

João bacellar
2. Se o seu cliente tiver olheiras, aplique suavemente a base na parte inferior dos olhos.

Preparando o rosto

3. Já estudamos os vários formatos de rosto, nariz, lábios etc. Essa observação se


aplica também para os homens. Contudo, analisar o rosto masculino vai mais
além, porque a barba altera, inclusive, o uso de produtos. Por exemplo: para um
rosto com barba espessa, grossa e farta, o uso irrestrito da base não é aconselhável.
Nesse caso, aplique com um pincel um pouco de base apenas na zona T, para
retirar o excesso de luminosidade dessa área.
Se a cútis do seu cliente for apropriada, espalhe a base no tom da pele com um
pincel, tomando cuidado para não carregar o visual.
Dependendo da ocasião para o uso da maquiagem, aplique pó facial por todo o
rosto com o auxílio de um pincel grosso. Atenção: não use esponja para essa etapa.

100 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Destacando os olhos

João bacellar

4. Aplique um rímel transparente na sobrancelha, acertando o caminho dos pelos,


e também nos cílios.
Você também poderá usar o curvex para dar forma arredondada aos cílios, o que
amplia o olhar ao mesmo tempo que dá um tom bastante natural.

Os olhos poderão ser ressaltados com o uso de lápis marrom. O lápis preto será
aplicado apenas em situações que permitam uma ousadia maior ou para clientes que
se identificam com alguns grupos como os emos (foto abaixo), por exemplo.
Aleksandr Frolov/Dreamstime.com

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 101


Finalizando

João bacellar

5. Para os lábios, nada de batom ou gloss. Os hidratantes sem brilho foram espe-
cialmente desenvolvidos para esse público.

102 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


U n i d a d e 10
Ingresso no mercado
de trabalho

João bacellar
DICA
Uma vez inscrito na prefeitura de
sua cidade, você será um
profissional autônomo.
Você também poderá se inscrever
no INSS como contribuinte
individual. Isso garantirá que você
possa contar com aposentadoria no
futuro, e lhe dará direito a outros
benefícios, como o auxílio-doença.

Como já vimos, há diversas maneiras de ingressar no mercado


de trabalho como maquiador: em salões de beleza, em emissoras
de televisão etc.
Você poderá trabalhar como profissional registrado em algum
salão de beleza ou estética, assim como ser um profissional au-
tônomo. Nesse caso, você precisará fazer sua inscrição na pre-
feitura da cidade em que irá trabalhar.
Relembre o tema “Trabalhar por conta própria”, no Caderno do
Trabalhador 4 – Conhecimentos Gerais, que orienta sobre como
trabalhar como autônomo ou abrir sua empresa.
Vamos ver agora como essa situação pode ser aplicada à profissão
do maquiador, como você pode ser um autônomo.
O que é preciso fazer para ser bem-sucedido nessa atividade?
Para responder a essa questão, vamos exercitar o que vimos
anteriormente.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 103


Atividade 1
C riando seu plano de negócios

Primeiro, vamos responder a algumas questões e, depois, realizar um levantamento de


dados a fim de checarmos se seguir esse caminho é o mais adequado neste momento.
O que pretendo fazer? Abrir meu próprio salão de beleza? Trabalhar como empre-
gado em um salão de terceiros? Trabalhar como autônomo em um salão ou na casa
das pessoas?

1. Como e por que você chegou a essa conclusão? Faça um balanço bastante hones-
to consigo mesmo para evitar que você se arrependa mais tarde.
2. Você já buscou informações sobre o mercado de trabalho na região ou na área
em que quer trabalhar? Por exemplo: se você pretende trabalhar no bairro onde
mora, faça o seguinte levantamento:
a) Existe clientela para maquiagem?
b) Quantos salões de beleza já fazem maquiagem nesse bairro? Será que existe espa-
ço para mais um? Meu trabalho se diferencia do que é oferecido no bairro?
c) Em quais ocasiões os moradores do bairro costumam fazer maquiagens especiais:
festa, casamento, formatura etc.? Quem faz suas maquiagens?
3. Leia com atenção algumas normas da Anvisa. Não há normas específicas para a
área de maquiagem, mas elas existem para a área de beleza e você deve conhecê-las.

Salões de beleza e similares

Qualquer serviço de salão de beleza, cabeleireiro, bar-


beiro e afins deve:

– Ser independente de residência.

– Possuir local próprio para lavagem de material.

– Apresentar-se limpo, organizado e possuir ventilação e


circulação de ar.

– Manter rotina de limpeza dos pentes, escovas, bobies


etc. Esta limpeza deve ser realizada a cada cliente.

104 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


– Utilizar toalhas limpas, devendo estas serem lavadas
a cada uso.

– Utilizar apenas produtos com registro na Anvisa. Isto


vale para esmaltes, cremes, xampus, tinturas, maquia-
gens etc.

– Manter cadeiras e colchões de macas revestidos de


material impermeável e em bom estado de conser-
vação.

– Possuir licença sanitária.

[...]

Antes de submeter-se a um procedimento estético é


importante verificar:

– Se todos os equipamentos e produtos utilizados


nestes procedimentos possuem registro na Anvisa. O
registro é a única garantia de que os produtos utilizados
atingem a finalidade a que se propõem, sem expor o
usuário aos riscos à saúde.

– Se o profissional é capacitado para a realização do


procedimento.

– Se o local está limpo, organizado e possui licença


sanitária.

– Se materiais como agulhas e seringas são estéreis e


de uso único, devendo ser descartados após o uso.

Em caso de procedimentos invasivos é importante que


o profissional utilize equipamentos de proteção indivi-
dual, como luvas, máscara e jaleco ou avental.

Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br. Acesso em: 6 dez 2010.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 105


João bacellar
Profissional autônomo: quais os equipamentos necessários?

4. Pesquise e faça uma lista de equipamentos necessários


MUITO IMPORTANTE para você começar a trabalhar por conta própria.
5. Você precisará de um empréstimo bancário?
Compra dos equipamentos
Lembre-se de que, indepen-
dentemente do local em que
você irá trabalhar, avental,
Se for o caso, você pode solicitar um empréstimo no
máscaras protetoras e luvas Banco do Povo, um programa da Secretaria do Empre-
são fundamentais para seguir go e Relações do Trabalho (SERT) do Governo do Es-
normas de higiene. Eles de-
vem, portanto, ser somados tado de São Paulo. Busque informações sobre o assunto
aos produtos que irá adquirir. na página eletrônica da SERT: www.emprego.sp.gov.br/
programas/bancodopovo.html
Custos
Com essas informações você já tem uma noção de como
Você deverá calcular não ape-
nas o material que irá gastar,
trabalhar por conta própria.
mas também sua hora de
trabalho e os gastos com E lembre-se: se você optou pela carreira autônoma, terá
transporte (caso precise se que criar e administrar seu próprio orçamento; e não
deslocar até o local onde es-
tá o seu cliente). poderá esquecer-se de nada, para não correr o risco de
gastar mais do que ganha.

106 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Atividade 2
Fazendo meu orçamento

1. Vamos fazer um “jogo de faz de conta” sobre sua nova


profissão.

João bacellar

Assim como Tide Martins (foto), Evandro resolveu ser


maquiador autônomo, começando a carreira em um bair-
ro de classe C.* Vamos ajudá-lo a construir o orçamento
e definir quanto ele irá cobrar por uma maquiagem?
* Segundo a Fundação Getúlio Vargas, consideravam-se classe C, em 2010, as famílias cuja renda ficava entre R$ 1.115,00 e R$ 4.807,00.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 107


Equipamentos necessários Custos

a) Qual será o valor da maquiagem no bairro em que Evandro vai trabalhar?


b) Quais alternativas Evandro teria para deixar o seu trabalho mais barato e acessí-
vel a essa população?

108 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


2. Ajude Evandro a divulgar seus serviços. Que meios ele poderia usar para tornar
seu trabalho conhecido no bairro?

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 109


110 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2
U n i d a d e 11
Revendo meus
conhecimentos

João bacellar
DICA
A CBO é um documento oficial do
Ministério do Trabalho e Emprego
que informa todos os
empregadores sobre os
conhecimentos que cada
profissional deve ter.

Estamos chegando à reta final desta primeira etapa na cons-


trução da sua nova profissão.
Esse é um momento de balanço, de rever e reavaliar o portfólio
que fez na Unidade 3 e o quadro em que listou suas dificuldades
e facilidades na hora de aprender as técnicas da maquiagem, no
momento de aplicá-la em algum colega.
Vamos voltar ao documento do Ministério do Trabalho e Em-
prego, a CBO, de que falamos logo no início do nosso curso.
A partir da descrição das atividades do maquiador, verifique
os aspectos que você aprendeu durante o curso e outros que
precisará retomar em casa, informando-se pela internet, em
livros especializados ou mesmo fazendo um novo curso, agora
mais avançado.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 111


Atividade 1
E u, maquiador

Leia as atividades listadas abaixo e reflita sobre elas. Depois assinale com um × os
quadrados correspondentes às etapas do seu trabalho que você já sabe fazer bem
ou se ainda é necessário rever o que aprendeu e estudar mais.

Preciso aprender/
Atividade Sei fazer bem
estudar
Higienizar o material

Elaborar desenhos

Identificar o tipo de pele

Higienizar a pele

Uniformizar a pele

Passar corretivo

Passar blush

Finalizar com pó

Pintar os olhos

Delinear os olhos

Colar cílios postiços

Curvar os cílios

Passar rímel nos cílios

Contornar os lábios

Pintar os lábios

112 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Atendimento ao cliente/postura profissional

Atividade Sei fazer bem Preciso aprender/


estudar
Abordar o cliente
de maneira correta

Demonstrar ética profissional

Demonstrar postura
profissional

Ouvir atentamente

Estagiar em salões de beleza

Demonstrar senso estético

Escolher instrumentos
e materiais adequados

Inspirar confiança
e credibilidade

Cuidar da aparência pessoal

Demonstrar criatividade

Agora que você refletiu sobre seus novos saberes, está na hora de elaborar seu novo
currículo na sala de informática.
De posse do modelo de currículo que analisou no Caderno do Trabalhador 1 –
Conteúdos Gerais, vamos construir o seu. Acompanhe, na página seguinte, os
itens que devem compor o documento.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 113


1. Dados pessoais
Nome:
Endereço:
Telefone:
E-mail:

2. Escolaridade
[indique aqui seu grau de escolaridade]
3. Cursos de qualificação profissional
Curso de maquiador
DICA Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e
É importante colocar a carga Tecnologia do Estado de São Paulo, certificado por
horária do curso, aspecto que o
diferenciará de outros ______________ [nome da instituição em que fez o curso].
concorrentes que fizeram cursos
de 8 horas, por exemplo.

4. Conhecimentos na área de maquiador


a. Maquiagem social para mulheres e homens.
b. Maquiagem artística infantil.
5. Experiência profissional
[Relacione a experiência profissional que já teve até hoje,
dando destaque à área para a qual está se candidatando.]

No Word, com auxílio da ferramenta inserir tabela, você


poderá deixar seu texto bem alinhado e com uma boa
apresentação. Se quiser você poderá deixar as linhas da
tabela invisíveis: basta iluminar toda a tabela e selecionar
o botão “sem bordas” ou em entrar em “formatar”, depois
“bordas e sombreamento” e, por fim, “bordas – nenhuma”.
Peça ajuda ao monitor.

114 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


U n i d a d e 12
Resumo das principais
João bacellar

etapas de maquiagem

Estudamos nos dois cadernos da ocupação muitos detalhes sobre


como fazer uma maquiagem, considerando o tipo de pele, o
formato do rosto, do queixo, do nariz e dos lábios, e a cor dos
olhos e da pele.
Apresentamos aqui um resumo do que vimos, com o objetivo
de ser um guia prático para seu início de carreira.
Lembre-se: captar o estilo do cliente e saber a ocasião a que se
destina a maquiagem são fatores essenciais para o sucesso do seu
trabalho. Veja aqui algumas dicas seguras.
Já vimos na Unidade 4 que a primeira coisa que devemos saber
é reconhecer o estilo do cliente. Isso é importante, para que “não
erremos a mão”, ou seja, não façamos um trabalho que desca-
racterize ou desagrade nosso cliente.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 115


Vamos então relembrar os sete estilos.

Tradicional ou clássico
A maquiagem é conservadora e discreta. As tonalidades são neutras nos olhos e há
pouco brilho em todo o rosto.

Kurhan/Dreamstime.com

116 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Romântico
Valoriza o lado feminino e usa tons claros, em geral mais rosados, com destaque
suave para os olhos.
Eurocampiglio/Keystone

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 117


Moderna
A maquiagem apresenta traços modernos, havendo predominância do uso de sombras
escuras ou do destaque dos olhos com o uso de delineadores e cílios postiços. Há
sempre um contraste de cores claras e escuras (lábios vermelhos, pele bem branca e
cabelo preto, por exemplo).

Valua Vitaly/iStockphoto.com

118 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Criativo
A pintura é inovadora e sempre traz traços diferenciados com o uso de várias cores
de tons fortes, o que faz da maquiagem uma declaração artística.
Valua Vitaly/iStockphoto.com

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 119


Sexy
Exuberante e sedutora, dá valor aos olhos e à boca, com cores fortes e brilho.

Kateryna Govorushchenko/ iStockphoto.com

120 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Esportivo
É uma maquiagem básica, também conhecida como realce (cara lavada).
4FR/iStockphoto.com

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 121


Elegante
A maquiagem é marcante e deve ser impecável e refinada, mas sem exageros, preva-
lecendo o bom gosto.
Mulheres com personalidade forte optam por esse estilo, marcado por olhos bem
definidos por sombras escuras esfumadas, batons em tons e brilho na dose certa.

Olga Ekaterincheva/ Dreamstime.com

122 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Maquiagem para noivas
Maquiadores são unânimes em indicar que, na atualidade, não existe mais uma
maquiagem específica para noivas, uma vez que ela engloba todas as técnicas que
você aprendeu até aqui, inclusive as mais básicas. No entanto, a pintura deve ser
especial, pois se trata de um evento importante para sua cliente.
Nessas situações, empregue as mesmas técnicas de maquiagem que você conhece.
Procure se informar antes – e se possível até ver – sobre o traje que será usado, para
elaborar a pintura de acordo com o estilo escolhido. Opte por tons mais rosados ou
beges, para que a maquiagem não se choque com a roupa.
Não esqueça de perguntar à noiva se o casamento será filmado, pois isso exige um
pouco mais de luminosidade no rosto, que deverá ser contornado com toques de pó
translúcido ou blush.
Vejamos as etapas para realizar uma maquiagem em noivas.

Limpar a pele
João bacellar

1. Etapa importante para o sucesso da maquiagem. Veja como fazer uma higieni-
zação da pele na Unidade 4. Lembre-se de observar a pele de sua cliente antes,
para usar produtos adequados. Esse dia é especial demais para você correr o risco
de causar uma alergia na noiva.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 123


Uniformizar a cor da pele

João bacellar
2. Com um pincel, aplique a base da cor da pele em pe-
DICA quenos pontos espalhados na face, testa, ponta do nariz
Observe se o produto está sendo
espalhado uniformemente por
e queixo. Para isso, é recomendável um teste da cor no
todo o rosto. Essa é a função da
base: dar harmonia ao rosto e
pescoço antes de usar no rosto, a fim de perceber se a
esconder as manchas da pele,
deixando-a num só tom.
tonalidade escolhida se aproxima da cor da pele.

As cores da base mudam de acordo com o tom de pele.


Em geral, usamos o seguinte:

Tom da pele Cor da base


Clara Bege-claro ou natural
Morena clara Bege-rosado
Morena Mel ou marrom-claro
Negra Marrom
Em seguida espalhe-a com a ajuda de um pincel.

124 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


Corrigir olheiras
João bacellar

3. Aplique o corretivo por meio de vários pontinhos como se fosse desenhar o forma-
to dos olhos. Espalhe-os na direção do canto dos olhos com uma esponja ou pincel,
ou use a ponta dos dedos – o que lhe dará mais controle, por se tratar de uma área
pequena em que não podem aparecer imperfeições do produto.

Aplicar pó compacto
João bacellar

4. Aplique o pó compacto, preferencialmente com um pincel grosso e largo ou com


uma esponja em todo o rosto e pescoço.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 125


Colorir o rosto

João bacellar
DICA
O blush é um produto
que deve ser usado pelo
maquiador para valorizar
ou camuflar certas partes
do rosto, destacando,
dessa forma, a maquiagem.

5. Assim como você fez quando usou a base, na escolha da cor do blush, leve em
conta dois aspectos: cor da pele e formato do rosto.

Colorir os olhos

João bacellar
6 7 8

6. Espalhe uma sombra clara por toda a pálpebra. Use a sombra escura na parte
côncava dos olhos, de forma mais acentuada nos cantos.
7. Se necessário, reforce as sobrancelhas com lápis da mesma cor dos pelos. Aplique-o
principalmente onde houver falhas.
8. Passe rímel transparente nas sobrancelhas para acertar a direção dos pelos.

126 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


João bacellar
9 10 11

9. Contorne a pálpebra superior com um lápis para os olhos, o mais rente possível
aos cílios. Comece pelo lado interno dos olhos, com um risco fino, alargando-o
quanto estiver próximo à parte externa. Esse truque dará aos olhos um desenho
amendoado. Para usar o delineador, você precisa ter a mão firme, pois ele é mais
difícil de ser removido ou retocado. Enquanto não tiver prática, faça a maquiagem
com o lápis preto e vá treinando o traço com o delineador em você, em parentes
ou em suas amigas.
10. Para finalizar, aplique o rímel ou uma máscara nos cílios.

11. Caso a maquiagem dos olhos borre por qualquer motivo, use um cotonete para
limpar e, depois, retoque-a. Se os olhos de sua cliente começarem a lacrimejar,
aguarde até que cessem as lágrimas. Seque com o cotonete e retoque a maquiagem.
A tabela a seguir será sua auxiliar na escolha da sombra certa, conforme a tonalida-
de de pele da cliente.

Tipo de pele Cores de sombra


Mais coloridas e suaves: azul,
verde, lilás. Para a maquia-
gem do dia a dia, a marrom
Pele clara também é uma boa opção.
Para a maquiagem de festa
use sombra preta.

Use cores quentes como laranja, DICA


Pele morena violeta e pink. • A sombra branca na parte
inferior da sobrancelha destaca
o olhar e “levanta” o visual.
• Para aumentar olhos pequenos,
Use também as cores quentes, use lápis branco na parte interna
Pele negra preferindo as cintilantes ou bri-
inferior dos olhos.
• Sombra preta esfumaçada dá
lhantes, para dar mais destaque. um toque de “mulher fatal” na
maquiagem. Para as noivas, é
preciso usá-la com moderação.

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 127


Colorir os lábios
Os lábios devem ser os últimos a serem coloridos, após a colocação do vestido, para
não manchá-lo. Você pode, no entanto, deixá-los preparados para receber o batom,
desenhando-os com lápis e corrigindo qualquer problema, como vimos na Unidade
8 deste caderno.

João bacellar
12. Depois de vestida, com o cabelo arrumado e já colocados todos os arranjos de
cabeça, como tiara, flores e véu, aplique o batom com um pincel.

João bacellar

13. Agora que a maquiagem está quase completa, você pode aplicar um pouco de
fixador em todo o rosto da noiva para que a pintura dure mais. Para isso, peça
que a cliente feche os olhos e borrife um pouco do fixador a pelo menos 30 cen-
tímetros de distância.

128 A rco O cupacio nal I m a g e m e Beleza Maquiador 2


João bacellar

M a q u ia d o r 2 A rco O c u pac i on a l I m a g e m e Beleza 129


Colocar cílios postiços
Caso os cílios de sua cliente sejam muito ralos, você poderá optar por colocar cílios
postiços. A sua colocação parece uma tarefa difícil, mas não é. Bastam alguns cui-
dados e delicadeza para que tudo dê certo.

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1. Passe rímel nos cílios naturais antes de aplicar os postiços.

2. Pegue os cílios postiços com uma pinça. Se necessário, usando as mãos, dobre-
-os delicadamente para que possam ficar no formato dos olhos. Depois, se-
gure-os com pinça e compare-os com os olhos da cliente. Caso eles estejam
maiores que os olhos, você precisará cortá-los com uma tesoura pequena, no
que seria a parte interna dos olhos.
3. Passe um fio de cola no dorso da mão e molhe os cílios nela, com cuidado para não
exagerar na quantidade. Se você não tiver muita prática ou não se sentir seguro para
aplicar a cola diretamente nos cílios, use um palito de dentes para auxiliá-lo.
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4. Com a ajuda de uma pinça, leve os cílios postiços até os olhos, iniciando a cola-
gem do canto interno dos olhos (próximo ao nariz) em direção ao canto externo.
5. Você pode usar o curvex para juntar os cílios postiços aos naturais. Finalize
aplicando o rímel e o delineador rente aos cílios.

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Maquiagem para quem usa óculos
Se a cliente tiver hipermetropia, “diminua” os olhos usando uma maquiagem mais
discreta e em tom pastel. Caso ela tenha miopia, “aumente” os olhos usando deli-
neador e lápis. Se a armação for escura, evite sombras escuras e opte por uma ma-
quiagem natural. Também deve ser aplicada uma camada leve de rímel, pois os cílios
não podem encostar nas lentes. Evite base e corretivos gordurosos.

Como fazer?
João bacellar

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1. Antes de tudo, observe o formato de rosto da cliente e o estilo dos óculos dela.

2. Com um pincel, espalhe no rosto uma base no tom de pele da cliente, não se
esquecendo das pálpebras superiores. Se necessário, após a aplicação da base, use
um corretivo para eliminar olheiras, espinhas ou manchas.
3. Aplique, com pincel, pó compacto do mesmo tom da base em todo o rosto.
João bacellar

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4. Faça uma linha sobre os cílios com um lápis. Esfume com um pincel o contorno
do lápis, marcando o côncavo dos olhos e deixando as laterais externas das pál-
pebras superiores mais escuras.
5. Passe o lápis na parte externa inferior, reforçando o desenho dos olhos.

6. Termine de colorir os olhos com um tom mais claro na parte interna das pálpebras.

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7. Ilumine a parte abaixo das sobrancelhas com um tom bem mais claro do que os
das sombras usadas ou da cor da pele de sua cliente.
8. Aplique rímel ou máscara nos cílios. Com um pincel largo e macio, aplique o
blush em um tom médio, para não chamar mais atenção que a pintura dos olhos.
9. Contorne os lábios com lápis da mesma cor do batom. Depois, aplique o batom
com pincel.

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Atividade
Fazendo uma maquiagem profissional

1. O dia desta atividade deverá ser marcado com bastante antecedência para que
todos possam se preparar.
2. Cada um de vocês convidará uma amiga ou uma familiar que possa servir de
“cobaia”, ou seja, que aceite que você faça uma maquiagem nela para testar os
conhecimentos aprendidos ao longo do curso.
3. No dia marcado, leve todo o material de maquiagem que possuir. Mas você e
seus colegas podem combinar de trocar o material em classe.
4. Antes de começar a maquiagem, combine com a sua “cliente” qual maquiagem
fará: casamento, festa etc.
5. Uma vez decidido qual tipo de maquiagem, relembre tudo o que aprendeu sobre
estilo, formato de rosto, volume etc.
6. Observe atentamente a “cliente”. Verifique se ela possui alguma irregularidade na
pele que deve ser disfarçada e se usa óculos.
7. Agora é a vez de você aplicar tudo o que aprendeu. Mãos à obra!

Chegamos ao final deste curso. Esperamos que este seja o primeiro de uma série que
você fará a fim de se profissionalizar cada vez mais, atualizando-se não somente com
relação à sua área de trabalho, mas ao mundo à sua volta.
Encerramos aqui apreciando um texto de Clarice Lispector.

Lábios que enfeitam o rosto

Do desenho dos lábios depende grande-


mente a expressão de todo o rosto. Um
rosto não pode ser verdadeiramente
desagradável se é enfeitado por lábios
macios, sorridentes, bem delineados.

Talvez a natureza não lhe tenha dado a


boca de que você precisa para ter uma
fisionomia harmoniosa. Coopere com a

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natureza, então, sem se esquecer de que ela jamais erra completamen-
te: isto quer dizer que corrigindo as imperfeições de seus lábios procu-
re não exagerar essas correções.

Este ano “usam-se” lábios cheios, generosos, francos, e pintados em


tons suaves e naturais. Evite qualquer traço duro – lábios não devem
ser mesquinhos nem frios.

1 – Para desenhar bem sua boca você precisará de um pincel macio e


de um lápis próprio para delinear o contorno.

2 – Se sua boca é um pouquinho grande, pare o batom na dimensão


desejada (sem exagerar, pois você não pode parar simplesmente na
metade), depois de ter camuflado a parte não pintada com creme e pó.

3 – Nunca interrompa a pintura do lábio superior para começar a do


inferior. Pinte antes inteiramente o superior: só então é que você terá
a perspectiva certa para continuar o trabalho.

4 – Não negligencie seu próprio formato de boca: corrija-o, se neces-


sário, mas sem contrariá-lo totalmente.

5 – Se seus lábios são “caídos”, “suspenda” os cantos com o batom,


para suavizar e alegrar o rosto.

6 – Nunca faça o “coração” da boca em duas pontas agudas.

E, é claro, sorria.

Clarice Lispector. Só para mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 105.

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Referências bibliográficas
BAUDOT, François. Moda do século. 3. ed. Trad. Maria Thereza de Rezende Costa.
São Paulo: Cosac Naify, 2005.
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mundial”. In: Revista Outubro, no 6, 2004.
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olym-
pio, 1979.
CEZIMBRA, Marcia. Maquiagem. São Paulo: Senac, 2009.
DE DECCA, Edgar. 1930: o silêncio dos vencidos. São Paulo: Brasiliense, 1981.
ECO, Umberto (org.). História da beleza. Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record,
2004.
Especial moda. Disponível em: http://almanaque.folha.uol.com.br/moda_index.htm.
Acesso em: 8 jan. 2010.
HALLAWEL, Philip. Visagismo: harmonia e estética. São Paulo: Senac, 2002.
LISPECTOR, Clarice. Só para mulheres. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
MIRANDA, R. N. “Territórios multifuncionais em patologia humana”. In: Revista
da Associação Médica Brasileira, vol. 44, no 4, São Paulo, out./dez. 1998.
MOLINOS, Duda. Maquiagem – Duda Molinos. São Paulo: Senac, 2000.
MOREIRA, Vânia Maria Losada. “Nacionalismos e reforma agrária nos anos 50”.
Revista Brasileira de História, São Paulo, vol. 18, no 35, 1998. Disponível em: http://
goo.gl/Pg5wd. Acesso em: 3 jan. 2010.

Sites
www.maquillage.com
www.makeupformation.com

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