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Cubismo

 Iniciado por volta de 1907 em Paris pelos pintores: Pablo Picasso e


George Braque;
 Nascimento ligado ao quadro de Picasso “Les demoiselles d’Avignon”;
 Influenciado pelo geometrismo de Cézanne e pela estilização
geométrica da arte africana;
 Dois tipos de cubismo: analítico e sintético;
Cubismo analítico
 Geometrização e simplificação de formas;
 Decompõe o objeto como se circulasse à volta dele. Na tela estão
diferentes faces do objeto visto de diferentes perspetivas (de
frente, de costas, de perfil);
 Volume aberto, que ocupa todo o espaço do quadro;
 Cores restringem-se a uma paleta quase monocromática de azuis,
cinzentos e castanhos, de forma a não perturbar o rigor geométrico
da representação;

Cubismo sintético
 Cor regressa às telas (cores mais vivas), mas também se juntam
novos materiais (objetos comuns: papéis, cartão, tecidos, madeira,
corda…) – técnica assemblage;
criava novos planos no quadro, enriquecia as
tonalidades do colorido, mas sobretudo, acentuava
a essência e a verdade das representações

 Não decompõe, mas sim sintetiza as formas essenciais e a matéria;


 Utiliza formas geométricas simples – triângulos, retângulos e
quadrados;
Artistas: Picasso, Braque, Juan Gris

Abstracionismo
Desde o fim do século XIX, a arte foi-se tornando mais abstrata, uma vez
que se libertou do pormenor representativo. No entanto, ela representou
sempre objetos concretos. A ideia de desassociar a pintura da
representação do real constituiu uma novidade, originando-se assim o
abstracionismo (movimento artístico que rejeita o tema ligado à realidade
concreta).

Abstracionismo sensível ou lírico


 Surge em 1910, mas desenvolve-se a partir de 1918;
 Representa a realidade produzida pelo espírito (inspiravam-se no
instinto e no inconsciente);
 O objeto desaparece;
 Utilizam linhas e cores para exprimir emoções;
 Articulação com as outras artes, nomeadamente com a música;
Artistas: Kandinsky

Abstracionismo geométrico
Mondrian procurou fazer da pintura um meio de expressar a verdade
essencial e inalterável das coisas. Impressionado com a violência e o
sofrimento de um mundo em guerra, Mondrian procurou para o seu
trabalho, uma função social além de uma nova dimensão estética. Por
isso, não deve ser objetivo do artista expressar o seu íntimo, mas sim
procurar as verdades universais. Isto implica a eliminação, na obra de arte,
de toda a emotividade pessoal e também de tudo o que é breve.
Pretende-se atingir uma pintura liberta de tudo o que não é essencial,
circunscrita aos elementos básicos: a linha, a cor, a composição e o espaço
bidimensional.
Artistas: Piet Mondrian, Theo van Doesburg

O futurismo
Surgiu em 1919, criado por Marinetti. Caracteriza-se pela rejeição total do
passado (passadismo) e glorifica o futuro (daí o nome futurismo) que
antevê prodigioso graças ao progresso da técnica. A máquina assume
lugar central de ídolo dos futuristas e, com ela, a velocidade a que
devotam um verdadeiro culto.
Principais características:
 Representação do mundo industrial: a cidade, a máquina, a
velocidade, o ruído;
 Representação do dinamismo universal: a obra de arte não pode ser
estática porque nada o é. Na Natureza tudo se transforma
constantemente;
 Diluição das formas e uso de cores intensas;
 Justaposição das imagens fugazes que passam na retina em frações
de segundo;
 Decomposição da realidade em segmentos representando pontos
de vista simultâneos que se interpenetram, numa combinação de
movimento, som e cintilações de luz.
Com esta última solução, os futuristas aproximam-se dos cubistas e com
eles partilham o simultaneísmo e a decomposição fragmentada.
Pintores: Boccioni, Marinetti, Severini e Giocomo Balla

Dadaísmo
 Surge em 1916, na Suíça (Zurique) e atinge o apogeu em França
cerca de 1920;
 Está ligado ao desencanto de uma geração educada na crença da
bondade dos valores da civilização industrial pela brutalidade da
guerra mundial;
 O seu único princípio é a incoerência, o acaso, o irracional, o jogo e
a provocação;
 Utiliza a inovação, a troca, o insulto para destruir a ordem e
estabelecer o caos;
 Eleva os objetos comuns à categoria de obras de arte;
Pintores: Duchamp, Kurt Schwitters, Max Ernst e Hans Arp

Surrealismo
 Estilo dominante na Europa nas décadas de 1920 e 1930;
 O seu principal impulsionador foi André Breton que publicou em
1924 o primeiro Manifesto do Surrealismo;
Defendem:
 A libertação das imagens e da energia contida no inconsciente;
 São influenciados pela psicanálise de Freud;
 Cada pintor exprime-se à sua própria maneira, cada um encontra
sua via pessoal de acesso ao seu psiquismo;
 As pinturas representavam universos absurdos, cenas grotescas e
estranhas, sonhos e alucinações, objetos representados de uma
forma enigmática, misturando objetos reais com objetos
imaginados;
Pintores: Hans Arp, Juan Miró, Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí
Os caminhos da literatura
O início do século XX correspondeu, no campo das letras a uma verdadeira
revolução que pôs em causa os valores e as tradições literárias.
A literatura percorreu, nesta época, todas as vias que a expressão escrita
permite percorrer. Nas primeiras décadas do século XX, tal como na
pintura, foi abandonada a descrição ordenada e realista da sociedade e
dos acontecimentos. As obras voltam-se para a vida psicológica e interior
das personagens e numa linha complementar proclamam a liberdade total
do ser humano, o seu direito de tudo ousar (desde que o façam por
convicção), rejeitando as regras da moral, da família e da sociedade.
As obras, além das alterações a nível do tema destacam-se também pela
introdução de novas formas de expressão ao nível de linguagem e
construção frásica.
Portugal no primeiro pós-guerra
A 1º República Portuguesa (1910-1926) esteve longe de proporcionar a
acalmia de que o país necessitava. O parlamentarismo contribuiu para a
instabilidade governativa. Em 16 anos de regime, houve muitas eleições. O
parlamento interferia em todos os aspetos da vida governativa exigindo
constantes explicações aos membros do Governo e seguindo até, pela via
dos ataques pessoais. O laicismo da República, assente na separação da
Igreja e do Estado, originou um violento anticlericalismo. A proibição de
congregações religiosas, as humilhações impostas a sacerdotes e a
excessiva regulamentação do culto conquistaram à República a hostilidade
da Igreja e do país conservador e católico.
Dificuldades económicas e instabilidade social
Em março de 1916, Portugal entrou na Guerra, integrando a causa dos
Aliados. A sua participação no conflito mundial acentuou os desequilíbrios
económicos e o descontentamento social.
Consequências da entrada na guerra:
 Falta de bens de consumo;
 Racionamentos;
 Especulação;
 Produção industrial em queda;
 Aumento do défice da balança comercial;
 Dívida pública disparou;
Levou os governos ao expediente da
 Diminuição das receitas orçamentais; multiplicação da massa monetária em circulação
que desvalorizou a moeda e originou uma
 Aumento das despesas;
inflação galopante

O processo inflacionista permaneceu para além da guerra, subindo assim


o custo de vida e afetando os que viviam de rendimentos fixos e
poupanças, ou seja, as classes médias e os operários, vítimas de
desemprego. A agitação social em 1919-1920, levava a frequentes greves
organizadas pelas anarcossindicalistas.

O agravamento da instabilidade política


Em 1915, ainda Portugal não tinha entrado na guerra e já o general
Pimenta de Castro dissolvia o Parlamento e instalava a ditadura militar.
Pela via da ditadura seguiu-se Sidónio Pais, em dezembro de 1917.
Destituiu o Presidente da República, dissolveu o Congresso e fez-se eleger
presidente por eleições diretas, em abril de 1918. Através de um golpe de
Estado, desmorona a República Velha e instala a República Nova, sendo
apoiado por monárquicos, religiosos e evolucionistas.
Cria a sopa dos pobres, abre creches para os filhos do proletariado,
demonstrando um grande carinho pelo povo.
No entanto, a dezembro de 1918 é assassinado e os monarquistas
aproveitam-se, criando a “Monarquia do Norte”, proclamada no Porto que
suscita uma guerra civil entre Lisboa e Norte. O regresso ao
funcionamento democrático das instituições fez-se logo em março de
1919, mas a República Velha (período terminal da Primeira República) não
desfrutou da conciliação desejada: a divisão dos republicanos agravou-se;
os antigos políticos retiraram-se da cena política e aos novos líderes
faltaram capacidade e carisma para imporem os seus projetos.
À instabilidade governativa juntavam-se atos de violência que manchavam
o regime e envergonhavam Portugal aos olhos dos outros países.
Foi o caso do acontecimento designado por “Noite Sangrenta” a 19 de
outubro de 1921, ocorrendo o assassinato de António Granjo (ex-chefe de
Governo), Carlos da Maia (republicano de raiz) e Machado dos Santos
(comandou as tropas de 5 de outubro).
A falência da 1º República
Das fraquezas da República a oposição aproveitou para se reorganizar:
 A igreja, revoltada com o anticlericalismo e o ateísmo republicanos
fechou filas em torno do Centro Católico Português tendo como
apoio o país agrário, conservador e católico;
 Os grandes proprietários e capitalistas, ameaçados pelo aumento
dos impostos e pelo surto grevista e terrorista, exploraram o tema
da ameaça bolchevista (Criaram em 1922, a Confederação Patronal,
transformada pouco depois em União dos Interesses Económicos);
 As classes médias veem o seu nível de vida a diminuir de qualidade
e temem o bolchevismo, tirando o apoio à República e desejando
um governo forte.
Portugal fica então suscetível às soluções autoritárias. A 28 de maio de
1926, através de um golpe de Estado por Gomes da Costa a Primeira
República portuguesa cai, instalando-se uma ditadura militar de 1926 a
1933.
Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas
Enquanto em Portugal ainda continuava a marcar o Naturalismo (tema:
descrições da vida popular), em Paris, centro irradiador da arte de então,
multiplicavam-se as novas correntes artísticas que rompiam com os
cânones estabelecidos e ganhavam cada vez mais seguidores pela Europa
fora. Porém, quer o Estado português, quer a sociedade em geral
mostravam-se reticentes em relação a estas inovadoras expressões
artísticas. Havia uma forte resistência à inovação. Embora os políticos
republicanos se revelassem conservadores, a República acabou por
propiciar os primeiros sinais de mudança nos gostos e padrões estéticos.
Foi assim que um conjunto de jovens artistas e escritores se propôs, desde
os anos 10 do século XX, agitar a cena cultural nacional com a
originalidade das suas propostas estéticas. Conhecidas por modernismo,
nelas se misturavam as vanguardas europeias como o cubismo, o
futurismo, o expressionismo, o abstracionismo. Distinguem-se 2 gerações
de modernistas.
O primeiro modernismo (1911-1918)
Na pintura, o primeiro modernismo ficou ligado a um conjunto de
exposições (livres, independentes e humoristas) realizadas em Lisboa e no
Porto. Nelas encontramos artistas como Almada Negreiros, Cristiano Cruz,
Jorge Barradas, António Soares, entre outros. Os desenhos apresentados,
muitos deles caricaturas, perseguiam objetivos de sátira política, social e
até anticlerical.
Principais características:
 Representação de cenas elegantes de café e também cenas
populares com as suas figuras típicas;
 Estilização formal dos motivos;
 Esbatimento da perspetiva;
 Utilização de cores claras e contrastantes;
Este primeiro modernismo sofreu um impulso notável com a eclosão da
Primeira Guerra Mundial, principalmente quando voltaram de Paris,
Amadeo Souza-Cardoso, Guilherme Santa-Rita, Eduardo Viana, José
Pacheco, considerados o melhor núcleo de pintores portugueses assim
como com eles veio o casal Robert e Sonia Delaunay, casal parisiense.
Destes regressos resultou a formação de dois polos ativos e inovadores:
 Lisboa, liderado por Almada Negreiros e Santa-Rita, que se
juntaram a Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, surgindo a
revista Orpheu, sendo só publicados dois números que
revelavam a faceta mais inovadora, polémica e emblemática do
futurismo. Deixaram o país escandalizado com o repúdio ao
homem contemplativo e exaltando o homem de ação,
denunciando a morbidez saudosista dos Portugueses e incitando
ao orgulho, ação, aventura e glória.
 Norte, em torno do casal Delaunay, Eduardo Viana e Amadeo de
Souza-Cardoso. Amadeo de Souza-Cardoso, influenciado pelo
futurismo realizou duas exposições individuais, não tendo o
apoio da crítica nem do público. Saiu também o número único da
revista Portugal Futurista, que teve a apreensão da polícia.
O regime republicano atacado nos gostos e opções culturais não se
desvinculava dos cânones académicos. Por isso, as possibilidades de
sobrevivência do modernismo futurismo mostraram-se pouco duradouras.

O segundo modernismo (anos 20 e 30)


Com as mortes prematuras de Sá-Carneiro, Santa-Rita e Amadeo, o
regresso dos Delaunay a França e a partida de Almada para Paris
encerrou-se o primeiro modernismo português. Nos anos 20 e 30,
decorreu um novo ciclo no movimento modernista, que continuou a
conciliar as letras com as artes artísticas. Distinguiram-se escritores como
José Régio, Adolfo Casais Monteiro e João Gaspar Simões e pintores como
Mário Eloy, Sarah Afonso e Carlos Botelho. Almada regressou ao país e, tal
como Eduardo Viana, protagonizou uma consistente carreira.
Tal como no primeiro modernismo não eram compreendidos pela crítica e
pelo público. Davam a conhecer o seu trabalho através de exposições
independentes, decoração de espaços como Bristol Club e A Brasileira do
Chiado e ilustrações de revistas tais como: Domingo Ilustrado, ABC,
Ilustração Portuguesa, Sempre Fixe, etc. Em 1933, António Ferro,
jornalista e admirador do modernismo é nomeado Chefe do Secretariado
de Propaganda Nacional (controlava a arte durante o Estado Novo).
Contrata os modernistas com o objetivo de estes transmitirem a imagem
que o Estado Novo pretendia criar. Os modernistas passam a
representantes da arte oficial. Esta subordinação do modernismo é
contestada pelo pintor António Pedro que promove, na década de 30,
uma exposição de artistas independentes que pretendida ser uma
homenagem aos membros do primeiro modernismo. Na década de 40 vai
ser um dos introdutores do surrealismo em Portugal. Este opunha-se à
arte oficial.
O impacto do modernismo na escultura e na arquitetura
Escultura
Escultores como Francisco Franco, Diogo Macedo e Canto da Maia, em
Paris, tiveram contacto com as vanguardas artísticas. O modernismo das
suas obras ora se expressou na simplificação geométrica das formas e
volumes, ora na busca da essencialidade plástica, ora na facetação das
superfícies.
Arquitetura
Cristino da Silva, Carlos Ramos, Pardal Monteiro, Cottinelli Telmo e
Cassiano Branco contam-se entre os primeiros autores de projetos
arquitetónicos modernistas. A modernidade das suas obras manifestou-se
no uso do betão armado, no predomínio da linha reta sobre a curva, no
despojamento decorativo das paredes, na utilização de grandes
superfícies de vidro e terraços.
A Grande Depressão e o seu impacto social – origens da crise
Em 1928, os norte-americanos acreditavam que o seu país atravessava
uma fase de prosperidade infinita. Mas essa era de prosperidade revelou-
se precária:
 Havia indústrias, como a extração do carvão, a construção
ferroviária, os têxteis tradicionais e os estaleiros navais, que não
tinham recuperado os níveis anteriores à crise de 1920-21;
 Persistia o desemprego devido à intensa mecanização;
 A agricultura não se mostrava compensadora para os que a ela se
dedicavam, pois, as produções excedentárias originavam preços
baixos e queda de lucros;
 Poder de compra mantido pelo crédito fácil. A maior parte das
transações de automóveis, eletrodomésticos e imóveis realizava-se
com base no crédito e nos pagamentos em prestações;
 Crescimento da especulação, pois eram muitos os que investiam na
Bolsa. É precisamente na Bola de Nova Iorque, em Wall Street, que
se irão manifestar os primeiros sinais da crise de 1929;
A dimensão financeira, económica e social da crise
Desde 21 de outubro que as ordens de venda das ações se acumulavam na
Bolsa. Os grandes acionistas estavam alarmados com a descida dos preços
e dos lucros industriais que se faziam sentir. No entanto, foi a 24 de
outubro de 1929 que se instalou o pânico – Quinta-Feira Negra – As ações
na bolsa foram postas a preços muito baixos, que não encontraram
comprador. A 29 de outubro, um maior número de ações conheceu o
mesmo destino, dando-se o Crash de Wall Street.
A maior parte das ações tinha sido adquirida a crédito, o que significou a
ruína dos bancos uma vez que deixaram de ser reembolsados. Entre 1929
e 1933, fecharam mais de 10 mil bancos, o que fez com que a economia
paralisasse uma vez que os bancos eram a base da prosperidade
americana pois forneciam o crédito.
As empresas faliram devido à descapitalização dos acionistas e pelas
restrições de crédito, aumentando assim o desemprego para 12 milhões
de pessoas em 1932.
A produção industrial contraiu-se e os preços baixaram.
A superprodução leva à redução da produção e à deflação, caracterizada
por uma baixa dos preços dos produtos industriais e agrícolas. A baixa dos
preços não favorece ninguém: nem os produtores e industriais que vêm
diminuir os seus lucos, nem a população que não tem poder de compra
para os produtos em excesso.
No campo, mercê de bons anos agrícolas, os excedentes agrícolas também
se acumulam, sem encontrarem compradores e os agricultores vão à
ruína. Muitos destroem os seus produtos em excesso para aumentar o seu
valor.
Muitas famílias mergulham na ruína e outras percorrem o país, em busca
de trabalho encontrando as fábricas fechadas.
Os salários sofreram cortes drásticos e os homens passaram a oferecer-se
a preços baixos para qualquer tipo de trabalho, sendo que as pessoas
devido às dificuldades recorrem à sopa dos pobres, onde se formam filas
intermináveis.
Cada vez mais havia bairros de lata e um aumento da delinquência,
corrupção e o “gangsterismo”.
A mundialização da crise; a persistência da conjuntura
deflacionista
A Grande Depressão não afetou somente os EUA, espalhando-se ao
mundo e entrando-se numa conjuntura de Depressão: a crise dos EUA
atingiu todas as economias que deles dependiam; aos países fornecedores
de matérias-primas como o caso do México, Brasil e Índia e também aos
países que dependiam dos créditos americanos como o caso da Áustria e
Alemanha onde a retirada dos capitais americanos originou uma situação
económica e social insustentável. No mundo capitalista liberal, em que os
EUA detinham a hegemonia, os anos 30 foram tempos de profunda
miséria e angústia.
Eram consequências da crise dos EUA:
 Conjuntura deflacionista, caracterizada pela diminuição do
investimento e da produção, a queda da procura e dos preços;
 Criou-se um ciclo vicioso: a diminuição do consumo conduzia à
queda dos preços e da produção, as falências, o desemprego e
novamente a diminuição do consumo;
 Instalou-se o protecionismo económico, ou seja, de modo a serem
valorizados os produtos nacionais aumentaram as tarifas de
importação de 25 % para 50 %, criando dificuldades acrescidas aos
países que não conseguiam adquirir a produção americana, levando
ao declínio do comércio mundial;
 Aumentaram os impostos, buscando receitas novas para o
orçamento e restringiu-se ainda mais o crédito, de modo a
desaparecerem as empresas não rentáveis;
 Na Alemanha, houveram grandes cortes nos salários para acabar
com as despesas e aumentar as receitas.
Instalou-se a descrença no capitalismo liberal.
As opções totalitárias
Nas décadas de 20 e 30, a vida política da Europa foi caracterizada por
uma emergência de totalitarismos (tanto de esquerda como de direita).
Vários fatores contribuíram para a sua implantação:
 A crise económica e social (“Grande Depressão”);
 O ressentimento resultante da humilhação provocada pela derrota
na guerra ou por uma vitória sem recompensas;
 O receio do avanço no comunismo (no caso dos regimes de direita);
 A fragilidade das democracias liberais.
Assim, movimentos ideológicos e políticos subordinaram o indivíduo a um
Estado omnipotente, totalitário e esmagador. Na Rússia Soviética, o
totalitarismo adquiriu uma feição revolucionária: nasceu da aplicação do
marxismo-leninismo e culminou no estalinismo; na Itália e posteriormente
na Alemanha, o Estado totalitário foi produto do fascismo e do nazismo e
revestiu um cariz mais conservador.
Os fascismos, teorias e práticas – uma nova ordem antiliberal e
anti-socialista, nacionalista e corporativista
A ideologia foi liberada pela Itália (fascismo) e Alemanha (nazismo) que
tinha como características:
 Totalitarismo (primazia do Estado sobre o indivíduo) e o
antiparlamentarismo (ao contrário do sistema pluripartidário,
presente nas democracias) impondo-se o partido único, fazendo
com que o exercício do poder legislativo fosse menosprezado;
 Antissocialista: opõe-se ao socialismo, pois segundo este o indivíduo
é a expressão da classe social em que está inserido e luta por esta.
No fascismo a luta de classes é algo condenável, uma vez que divide
a Nação e enfraquece o Estado. Assim, o fascismo concebeu, na
Itália, um modelo de organização socioeconómica – corporativismo,
destinado a promover a colaboração entre classes;
 Culto do chefe/elites: separação de poderes deixa de existir,
centralizando-se na figura de um líder inquestionável que
representa a Nação;
 Culto da força e da violência: a oposição política é considerada um
entrave, por isso, deve ser aniquilada pela repressão policial, logo, a
violência está na essência dos regimes, valoriza-se o instinto e a
ação;
 Autarcia como modelo económico: implementação de uma política
económica de intervenção do Estado para se atingir um ideal de
autossuficiência e acabar com o desemprego;
 O nacionalismo exagerado: devia-se sacrificar tudo pela Pátria;
 Utilização da censura, polícia política e propaganda como meio de
difundir os ideais do regime;
Assim, os regimes nazi-fascistas opunham-se ao liberalismo e à
democracia, pois defendiam que o indivíduo e os seus interesses deveriam
subjugar-se ao interesse supremo do Estado, e à grandeza da Nação,
enquanto o liberalismo e a democracia defendiam os direitos do
indivíduo. Esta defesa do Estado sobre o indivíduo leva o fascismo a
desvalorizar a democracia partidária e o parlamentarismo uma vez que
este sistema assentava no respeito pelas vontades individuais que se
fazem ouvir através das eleições.
Elites e enquadramento das massas
Ao contrário do demoliberalismo, que acredita na igualdade entre os
homens e defende o respetivo acesso à governação (elegendo ou sendo
eleitos), o fascismo parte do princípio de que os homens não são iguais, a
desigualdade é útil e o governo só aos melhores, às elites, deve competir.
Desde modo, a organização seria:
1º Chefe – Duce (Italiano)/Führer (Alemão)
2º Soldados
3º Militantes do Partido
4º Homens de uma maneira geral.
Os chefes simbolizavam o Estado totalitário, encarnavam a Nação e
guiavam os seus destinos. Deviam ser seguidos sem hesitação, prestando-
se-lhes um verdadeiro culto. Também faziam parte das elites a raça
dominante (para Hitler a raça ariana), os soldados e as forças
militarizadas, os filiados no partido, os homens de uma forma geral.
As mulheres eram consideradas inferiores, estando destinadas ao lar e à
subordinação ao marido. Estavam subordinadas aos três K:
- Kinder – crianças;
- Küche – cozinha;
- Kirche – igreja.
Numa sociedade profundamente hierarquizada e rígida, as elites
mereciam o elevado respeito das massas. Por isso, os ideais fascistas
inculcavam-se primeiramente nos jovens, já que as crianças, mais do que
as famílias, pertenciam ao Estado. Na Itália, a partir dos 4 anos, as crianças
ingressavam nos “Filhos da Loba”, dos 8 anos aos 14 faziam parte dos
“Balillas”, aos 14 anos eram vanguardistas e aos 18 anos entravam nas
Juventude Fascista. Na Alemanha, os jovens eram enquadrados na
Juventude Hitleriana a partir dos 10 anos, sendo que os pais que não
enviassem os seus filhos para esta organização eram considerados
opositores do regime e por isso mesmo castigados. Tal como nas
organizações italianas, os jovens alemães aprendiam aí o culto do Estado e
do chefe, o amor pelo desporto e pela guerra e o desprezo pelos valores
intelectuais. A educação fascista era, obviamente, completada pela escola,
através de professores profundamente subservientes ao regime, ao qual
prestavam juramento, e de manuais escolares impregnados dos princípios
totalitários fascistas. Os regimes de italianos e alemães continuavam na
idade adulta, deles esperando a total adesão e identificação com o
fascismo. Contava-se, para efeito, com diversas organizações de
enquadramento de massas:
 O Partido único (Nacional-Fascista na Itália e Nacional-Socialista na
Alemanha) cuja filiação se tornava indispensável para o
desempenho das funções públicas e militares e de cargos de
responsabilidade;
 A Frente do Trabalho Nacional-Socialista e as corporações italianas,
que forneciam aos trabalhadores condições favoráveis na obtenção
de emprego (substituíram os sindicatos livres, entretanto
proibidos);
 A Dopolavoro na Itália e a Kraft durch Freude na Alemanha,
associações destinadas a ocupar os tempos livres dos trabalhadores
com atividades, recreativas e culturais que não os afastassem da
ideologia fascista.
A ideologia fascista difundiu-se através da propaganda, de modo a levar as
populações a aceitar os valores fascistas.
O culto da força e da violência e a negação dos direitos
humanos
Não bastaram ao fascismo e ao nazismo a eficácia das organizações de
enquadramento nem a utilização da propaganda para obter a perfeita
adesão das massas. A violência fascista consolidou-se através do
estabelecimento das seguintes organizações:
 Milícias armadas: grupos armados que aterrorizavam qualquer
forma de oposição política como as S.A (Secção de Assalto) e as S.S.
(Secções de Segurança do Partido) na Alemanha; as Camisas Negras
do Partido Nacional Fascista, em Itália;
 Polícia Política: que asseguravam que não houvesse qualquer tipo
de repressão ao regime. OVRA (Organização de Vigilância e
Repressão do Antifascismo), na Itália e Gestapo, na Alemanha.
 Campos de concentração: criados na Alemanha, em 1933, eram
locais onde as vítimas do regime fascista eram sujeitas a trabalhos
forçados, tortura e ao extermínio em câmaras de gás.
A violência racista
O desrespeito do nazismo pelos direitos humanos atingiu os cumes do
horror com a violência do seu racismo. Para Hitler, os povos superiores
eram os arianos, que tinham nos alemães os seus mais puros
representantes. Obcecados com o apuramento físico e mental da raça
ariana, os nazis promoveram o eugenismo, aplicando as leis da genética
na reprodução humana, ou seja, uma autêntica seleção de alemães (altos,
robustos, loiros e de olhos azuis), sendo proibidos os casamentos que não
fossem entre arianos para não tirar a pureza da raça. Ao mesmo tempo
que se fomentava a natalidade entre os arianos, procedia-se à eliminação
dos alemães “degenerados” (deficientes mentais, doentes incuráveis e
velhos incapacitados), remetidos para câmaras de gás em centros de
eutanásia. Afirmava-se que, nenhum alemão podia envergonhar a
excelência da sua raça e muito menos consumir o dinheiro da Nação sem
nada lhe dar em troca. Aos alemães competiria o domínio do Mundo, se
necessário à custa da submissão e/ou eliminação dos povos inferiores.
Entre estes situam-se os judeus e os ciganos, mas também os Eslavos.
Considerados por Hitler um povo “destruidor de cultura”, os judeus
tornaram-se o alvo preferencial do nazismo. A discriminação dos judeus
inicia-se em 1933, ano em que Hitler se torna chanceler na Alemanha.
Inicia-se a primeira vaga de perseguições antissemitas: proíbe-se o acesso
à função pública e às profissões liberais, boicotam-se as lojas de judeus,
entre outras medidas. Em 1935, inicia-se o segundo movimento
antijudaico surgindo as Leis de Nuremberga: os alemães de origem judaica
são privados de nacionalidade, o casamento e relações sexuais entre
arianos e judeus é proibida. Em 1938, realiza-se a liquidação das empresas
judaicas e o confisco de bens, sendo que na noite de 8 para 9 de
novembro deu-se aquilo que se designa por Noite de Cristal: queimaram-
se todas as lojas e sinagogas (igrejas judaicas). Ainda nesse ano, os judeus
foram proibidos de exercer qualquer profissão, obrigados a utilizar a
estrela amarela de David e proibídos de frequentar espaços públicos. A
fase mais cruel do antissemitismo chegou com a Segunda Guerra Mundial,
pôs-se em plano a destruição do povo judaico, ou seja, o genocídio de
quase 6 milhões de judeus. Em 1942, resultado da Conferência de
Wansee, decidiu-se aquilo que se designa por “solução final do problema
judaico”, ou seja, desejava-se o extermínio de toda a população judaica.
Perseguidos nas ruas, aprisionados nas suas casas e encurralados em
guetos onde correram muito perigo, os judeus acabaram por ser
deportados para campos de concentração: campos de morte quer pela
morte em câmaras de gás como pela forme, doenças, execuções sumárias
e trabalhos forçados. Nos campos de concentração foram executados
milhões de judeus, mas também muitos ciganos e eslavos, cujo único
crime teria sido não nascerem arianos.
A autarcia como modelo económico
A recuperação da economia preocupou os regimes de Itália e da
Alemanha que sofreram de uma forma agressiva a crise do pós-guerra e os
efeitos da Grande Depressão. Em ambos os países se adotou uma política
económica intervencionista e nacionalista – autarcia.
Na Itália: O enquadramento das corporações facilitou-lhe a planificação
da economia, no que diz respeito à aquisição de matérias-primas, ao
volume de produção e ao tabelamento de preços e salários.
Devido à propaganda realizaram-se batalhas de produção:
 A Batalha do Trigo que pretendia diminuir as importações do trigo
que agravam o défice comercial;
 A Batalha da Lira que procurava a estabilização da moeda;
 A Batalha da Bonificação que conseguiu recuperar terras e criar
novas povoações nas zonas pantanosas.
No comércio subiram-se as taxas alfandegárias, pondo-se um limite para
importações e exportações, sendo que como o pagamento pelos produtos
exportados eram mais elevados os produtos nacionais é que eram
comprados. Também na indústria se verificaram mudanças, criando-se em
1931 e 1933 o Instituto Imobiliário Itálico e o Instituto para a
Reconstrução Industrial, que visava o financiamento por parte do Estado
às empresas em dificuldades e possibilitar a intervenção forte no setor
industrial em pé de igualdade com os grandes grupos capitalistas. Este
dirigismo económico atingiu a sua plenitude em 1934-1935, quando
Mussolini põe em prática o imperialismo e se deu a expansão do território
para a Etiópia.
Na Alemanha: Hitler é nomeado chanceler em 1933. Com a crise
instalada, havia muito desemprego. Deste modo, Hitler promete: paz, pão
e trabalho. Para diminuir o desemprego instaura uma política de grandes
trabalhos, mandando construir autoestradas, pontes, linhas férreas, entre
outros. Intervém também na agricultura, sendo que possibilita entre
1936-1939 a fixação dos preços tornando-se a Alemanha independente
nos cereais, manteiga e açúcar. A partir de 1936, organiza-se para a 2ª
Guerra Mundial, permitindo que o vasto programa de rearmamento
desenvolva a siderurgia, eletricidade e indústria química e aeronáutica.
Este fator de acabar com o desemprego em seis anos, levou a que o povo
alemão ficasse a seu lado em todos os regimes.
O estalinismo
Após a morte de Lenine, gerou-se um problema de sucessão entre dois
destacados membros da Direção do Partido Comunista, acabando Estaline
por levar a melhor. Desde 1928 a 1953, foi Estaline quem governou a
URSS. Este empenhou-se na construção da sociedade socialista e na
transformação desta na grande potência mundial. Conseguiu a
concretização destes objetivos através da coletivização dos campos,
planificação económica e do totalitarismo repressivo do Estado.
Coletivização dos campos e planificação económica
A coletivização dos campos avançou a ritmo acelerado. Considerava-se
que era necessária ao avanço da indústria, uma vez que libertaria mão de
obra para as fábricas e fornecia alimentos para os operários. Tiraram-se as
terras aos kulaks (classe de camponeses ricos) e foram dadas aos
camponeses, sendo que toda a produção era entregue ao Estado. As
novas quintas coletivas, ou cooperativas de produção designavam-se
Kolkhoses – retirada das terras aos kulaks, que passam a ser trabalhadas
pelos camponeses da mesma aldeia. Também existiam os Sovkhoses –
terras do Estado que são trabalhadas por assalariados. A URSS tornou-se
autossuficiente na produção de cereais, algodão e beterraba sacarina. A
indústria desenvolveu-se sob o signo de uma planificação. Os planos eram
quinquenais (5 anos) e qualquer um deles tinha objetivos e metas.
 Primeiro plano (1928-1932) visava a indústria pesada, ligado à
construção de infraestruturas;
 Segundo plano (1933-1937) visava a indústria ligeira e de bens de
consumo, como vestuário e calçado;
 Terceiro plano (1938-1941) não chega ao fim pois a Alemanha
invade a URSS em 1941 e está ligado à indústria pesada,
pretendendo desenvolver as indústrias hidroelétricas e química.
O totalitarismo repressivo do Estado
O Estado estalinista revelou-se omnipotente e totalitário:
 Todas as regiões foram russificadas e submetidas a Moscovo;
 Os cidadãos viram-se privados das liberdades fundamentais, como a
liberdade de expressão, religião, etc;
 Toda a sociedade ficou enquadrada em organizações que a
vigiavam. Os jovens eram inscritos nos Pioneiros e depois, nas
Juventudes Comunistas. A restante população só poderia trabalhar
se estivesse filiada no Partido;
 Os artistas tinham que ser fiéis ao partido;
 O Partido Comunista monopolizava o poder político: às eleições
apenas se apresentavam os candidatos pelos membros do partido
propostos; por sua vez, o centralismo democrático permitia-lhe o
controlo dos órgãos do Estado;
 A superintendência da economia cabia ao Estado: fazia-o através da
coletivização e da planificação;
 A cultura foi obrigada a exaltar o Estado Soviético e a render culto à
personalidade do seu chefe, Estaline.
Desde 1924 as nomeações para o partido competiam a Estaline estando
em 1939, os velhos bolcheviques afastados dele, em virtude de um
processo sistemático de depurações. O Partido Comunista, revelou-se
profundamente burocratizado e disciplinado, facilitando o reforço dos
poderes do Estado.
A partir de 1934, com a NKVD, a nova polícia política, iniciou-se a
repressão:
 Purgas (limpezas) em todas as sociedades e principalmente dentro
do partido. Estaline cria condições para o poder do Partido. Estas
purgas iniciam-se pelos companheiros de Lenine e os bolcheviques
do Trotsky, sendo depois os operários, os órgãos do topo do
Exército Vermelho e Administração. Ficam essencialmente jovens,
que não se opõem às ordens do chefe;
 Os opositores são enviados para os Gulag (campos de trabalho
forçados), que se situavam geralmente na Sibéria. Os opositores
eram, principalmente, os kulaks, que se opuseram à retirada das
terras, sendo que nestes campos milhares de pessoas morreram
pelo trabalho e outras foram executadas;
Estaline transformou a URSS: de agrícola passou a ser a terceira potência
mundial.

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