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MANUAL DE
DE
ILUMINAÇÃO
PÚBLICA
RESUMO
Para tal, este manual destina-se ao corpo técnico ͫͫ Modelo de Lei para Instituição e Regulação
responsável pela gestão da iluminação pública das da COSIP;
prefeituras municipais, onde procura-se abordar to- ͫͫ Metodologia de Formação de Preço da COSIP.
dos os temas relevantes como:
Palavras-chave: Gestão de Iluminação Pública do
Paraná, Iluminação Pública
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Secretaria do Desenvolvimento Urbano, do
Serviço Social Autônomo (SEDU/Paranacidade)
Segurança, economia e beleza são os frutos a se- nicipais, criados pela SEDU/Paranacidade junto com
rem colhidos com um novo Sistema de Iluminação a Copel. Neles, os gestores públicos aprendem no-
Pública no Paraná. Mas nada se consegue sozinho. vas formas orçamentárias de economia, com visão
Neste desafio há o trabalho conjunto da Secretaria macro, e ao mesmo tempo específicas, que resultam
do Desenvolvimento Urbano, do Serviço Social Autô- em maiores benefícios coletivos, como segurança
nomo (SEDU/Paranacidade), da Companhia Parana- para todos, cidades mais iluminadas, atraentes e va-
ense de Energia (Copel) e, agora dos prefeitos muni- lorização de todos os imóveis, dos públicos aos par-
cipais. Todos juntos estamos construindo uma nova ticulares.
imagem de luz, brilho e melhor qualidade de vida em
nosso Estado. Nos cursos de capacitação os gestores públicos
conhecem a possibilidade de reajustes ou da institui-
Das precárias lâmpadas com óleo de baleia, pas- ção da Contribuição para Custeio de Serviço de Ilumi-
sando pela iluminação a gás e, depois, a eletricidade, nação Pública (COSIP) para fazer frente aos custeios
quando foram apagados os lampiões das principais da modernidade. E para os pequenos municípios há
cidades do País, chegamos aos dias atuais das eco- mais um fator agregador: a possibilidade de se uni-
nômicas, eficientes e eficazes lâmpadas de LED. Mas, rem em consórcios para a solução desta e de outras
até pouco tempo, a iluminação pública não era de questões que podem beneficiar a todos os parana-
responsabilidade das Prefeituras Municipais, mas enses. Basta observar e respeitar as questões legais
agora são. Como fazer para que os municípios pos- para que o êxito de todos seja o resultado final.
sam arcar com mais esta conta, sem prejuízos, prin-
cipalmente aos cidadãos? A boa gestão do acervo de iluminação pública in-
clui maior liberdade e segurança para que as famílias
A resposta está na necessidade de planejamento, possam fazer seus passeios noturnos e aproveitar a
conhecimento, sob uma nova cultura de gestão com vida no que ela nos oferece de melhor: as boas re-
oportunidades de desenvolvimento sustentável. Daí, lações humanas, em um Paraná mais fortalecido e
os cursos de capacitação aos gestores públicos mu- desenvolvido igualitariamente.
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Manual de Iluminação Pública
A iluminação pública é essencial, atuando como Para orientar os administradores públicos na ta-
instrumento de cidadania, permitindo aos habitantes refa de gerenciamento e manutenção do acervo de
desfrutar, plenamente, do espaço público no perío- iluminação pública, foi estabelecida uma parceria
do noturno. Além de estar diretamente ligada à se- entre a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e
gurança no tráfego, a iluminação pública previne a o Governo do Estado do Paraná, por meio da Supe-
criminalidade, embeleza as áreas urbanas, destaca a rintendência do Serviço Social Autônomo (Paranaci-
arquitetura e o patrimônio histórico das cidades, faci- dade), órgão da Secretaria de Estado do Desenvolvi-
lita a hierarquia viária, orienta percursos e assegura o mento Urbano (SEDU), para elaboração deste Manual
melhor aproveitamento das áreas de lazer. Isto tudo de Gestão do Sistema de Iluminação Pública. Aqui é
quer dizer que o correto trato da luz urbana resgata o possível encontrar orientações para a adequada ope-
sentimento de valorização e melhor imagem da cida- ração, manutenção e posterior expansão do sistema
de e ajuda na construção da identidade local, contri- de iluminação pública, além de abranger, também, a
buindo para melhor qualidade de vida da população. institucionalização, implantação e implementação ou
revisão dos parâmetros para o custeio das atividades
O gerenciamento do acervo de iluminação pública desse sistema (COSIP).
dos municípios já foi prestado pelas concessionárias
distribuidoras de energia. Contudo, por determinação Nosso objetivo, enfim, é oferecer aos gestores mu-
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ampa- nicipais subsídios para a ampliação e maior eficiência
rada pelo inciso V do art. 30 da Constituição Federal, a do serviço de iluminação pública, promovendo o de-
gestão de todo esta acervo foi transferida integralmen- senvolvimento social e econômico dos cidadãos.
te para os municípios, que têm, portanto, competência
de organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou contratação, os serviços públicos de in-
teresse local.
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Agradecimentos
Equipe Técnica:
COPEL:
Breno Cesar Souza Castro - Coordenador Geral
Adriana Angela Antoniolli
Alessandra Mara Silveira Coradassi
Aparecido Alberto Tomazeli
Bruno Massaneiro Sucek
Carlos Eduardo Ziesemer Bernardi
Evandro Luiz Zaclikevisc
Fernando Bauer Neto
Fabio Maciel Borges
João Carlos Fariniuk
João Silva dos Santos
Jose Arthuro Teodoro
Kelly de Oliveira Mehret
Laudair Lauxen
Maristela Pereira Purkot
Nivia Mara Lubas
Pedro Luiz Gubert Brandt
Rafael Arsie Guimaraes
Rozemery Zimpel
Paranacidade:
David Piovezan Pierin
Jorge Goelzer
Luiz Antonio Xavier da Silveira
Oriel Eduardo da Cruz
Silvana Aparecida dos Anjos
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Manual de Iluminação Pública
sumÁrio
GLOSSÁRIO 8
APRESENTAÇÃO 13
1. introdução15
2. Aspectos Legais16
2.1. Regulamentação dos Serviços de Iluminação Pública 17
2.2. Custeio do Sistema de IP 19
2.3. Outorga para prestação do serviço público 21
2.4. Acervo de Iluminação Pública 21
3. PLANEJAMENTO E GESTÃO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 23
3.1. Formas de gestão do sistema de iluminação pública 24
3.1.1. Por Administração Municipal Centralizada ou Direta, através da
Secretaria ou Órgão da Administração Municipal 24
3.1.2 Por Administração Municipal Descentralizada ou Indireta, através de: 24
3.2. Execução da gestão por meio da administração municipal direta 25
3.3. Execução da gestão por meio da administração municipal indireta 26
3.4. Execução dos Serviços por Terceiros (Processo Licitatório) 29
3.4.1. Manutenção expansão, modernização do parque de IP e fornecimento
de material 29
3.4.2. Software de gestão e cadastro georreferenciado dos pontos de IP 29
4. MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE REDES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 30
4.1. Limites de responsabilidades no sistema de iluminação pública 31
4.2. Principais componentes do sistema de iluminação pública 31
4.3. Aspectos contábeis a serem considerados 31
4.4. Configurações para manutenção no sistema de Iluminação Pública 31
4.4.1 Iluminação pública de comando individual 31
4.4.2. Iluminação pública de comando em grupo 32
4.5. Acordo operativo 33
6
5. ASPECTOS ECONÔMICOS e FINANCEIROS 34
5.1. Classificação e Cadastro 34
5.1.1. Ligações especiais de equipamentos de trânsito 36
5.1.2. Ligações em vias internas de condomínios 36
5.2. Conferência de carga da iluminação pública e ligações especiais 36
5.2.1. Implantações e alterações de carga da iluminação pública 37
5.3. Medição 38
5.4. Faturamento 38
5.4.1. Cálculo do consumo de energia elétrica no sistema de iluminação pública 38
5.4.2 Cálculo do consumo de ligações especiais 39
5.5. Base de cálculo para cobrança aos contribuintes 40
5.6. Metodologia para formação de preço da Cosip 41
6. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 44
6.1. Eficiência energética do sistema de iluminação pública 44
6.1.1. Procedimentos básicos voltados à qualidade da iluminação pública 44
6.2. Análise técnica 45
6.3. Alternativas de substituição de lâmpadas 46
6.4. Cálculos técnicos 46
6.5. Fluxo luminoso 46
6.6. Vida mediana da lâmpada 47
6.7. Análise econômica 47
fontE de pesquisa 48
referencias bibliográficas 49
anexos52
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Manual de Iluminação Pública
GLOSSÁRIO
Aneel: Agência Nacional de Energia Elétrica, au- construídos na superfície externa, que direcionam o
tarquia em regime especial, vinculada ao Ministério fluxo luminoso em uma distribuição uniforme, sem
de Minas e Energia -MME, criada em dezembro de ofuscar a visão.
1996. A Agência regula e fiscaliza as atividades de
geração, transmissão, distribuição e comercialização Dimer: Dispositivo que possibilita variar o fluxo lu-
de energia. Também media conflitos entre consu- minoso das lâmpadas numa instalação, a fim de ajus-
midores e agentes do mercado e entre os próprios tar a iluminância. É um recurso utilizado normalmen-
agentes; concede, permite e autoriza instalações e te apenas em lâmpadas incandescentes. Os dímeres
serviços de energia; homologa reajustes tarifários; que trabalham apenas com resistores de potência
assegura a universalização e a qualidade adequada não economizam energia, pois apenas contrabalan-
dos serviços prestados, e estimula investimentos e a çam a potência entre a lâmpada e o resistor
competição entre os agentes do setor.
Eletrobrás: Criada em 1961, a Centrais Elétricas
Bulbo da lâmpada: Envoltório de vidro que prote- Brasileiras S/A é uma empresa pública, vinculada ao
ge o seu filamento e dá forma à lâmpada. MME. Holding das concessionárias federais de gera-
ção e transmissão de energia elétrica, a Eletrobrás
Candela: (do latim vela) é a unidade de medida tem como subsidiárias a Companhia Hidrelétrica do
básica do Sistema Internacional de Unidades para a São Francisco (Chesf), Eletronorte, Eletrosul, Furnas
intensidade luminosa. Ela é definida a partir da po- e Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica
tência irradiada por uma fonte luminosa em uma (CGTEE). Possui metade do capital de Itaipu Binacio-
particular direção. Seu símbolo é cd. nal. Congrega, ainda, o Centro de Pesquisas de Ener-
gia Elétrica (Cepel) e opera os programas do governo
Consumidor de Baixa Renda: Consumidor resi- na área de energia como o Procel, Luz no Campo e
dencial atendido por circuito monofásico que, nos úl- Reluz.
timos 12 meses, tenha tido consumo mensal médio
inferior a 80 kWh/mês. Os consumidores que gastam Fator de potência: Razão entre a potência ativa
entre 80 e 220 kWh/mês também serão considera- [W] e a potência aparente [VA]. De forma semelhan-
dos de baixa renda, mas os critérios ainda serão de- te, o fator de potência pode ser obtido pela razão en-
finidos pela Aneel. A definição consta da Lei 10.438 tre a energia ativa [Wh] e a energia aparente [VAh].
(2002).
Ignitor: O ignitor para lâmpadas de descarga é um
Consumidor do subgrupo B4: Unidade consumi- dispositivo auxiliar utilizado juntamente com o reator
dora caracterizada como iluminação pública. tendo o objetivo de gerar um pulso de tensão que
possibilita o acendimento de lâmpadas multivapo-
Difusor da Luminária: O difusor da luminária é res metálicos e vapor de sódio alta pressão. O igni-
um sistema ótico transparente em acrílico, em po- tor permanece em operação mesmo com a lâmpada
licarbonato ou em poliestireno, que permite difun- fora do circuito, ou quando a lâmpada estiver com
dir a luz. O difusor ideal possui prismas curvilíneos defeito.
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Iluminância: Fluxo luminoso incidente por uni- kiloWatt (kW): Unidade de potência. Um kW repre-
dade de área iluminada, ou ainda em um ponto de senta 1.000 watts. O consumo de energia elétrica é re-
superfície, a densidade superficial de fluxo luminoso presentado pelo número de kW gastos em um período
recebido. É o fluxo luminoso (lúmen) incidente numa de 1 hora (kWh).
superfície por unidade de área (m²), medido com um
O MegaWatt (MW) possui 1 milhão de Watts. O
aparelho chamado luxímetro. Um lux corresponde
GigaWatt (GW) representa um bilhão de Watts. O Te-
à iluminância de uma superfície plana de um metro
raWatt (TW) possui um trilhão de Watts.
quadrado de área, sobre a qual incide perpendicu-
larmente um fluxo luminoso de um lúmen. O melhor Lâmpada de descarga elétrica: Lâmpadas cujo flu-
conceito sobre iluminância talvez seja uma densida- xo luminoso é gerado direta ou indiretamente pela pas-
de de luz necessária para a realização de uma deter- sagem da corrente elétrica através de um gás, mistura
minada tarefa visual. Os valores relativos à iluminân- de gases ou vapores. Ex.: Fluorescentes compactas,
cia foram tabelados por atividade, no Brasil eles se fluorescentes tubulares, vapor de mercúrio, luz mista,
encontram na NBR 5413 - Iluminância de interiores. vapor de sódio, vapor metálico.
Unidade: lux (lx)
Lâmpada fluorescente compacta: Lâmpada de
Iluminação pública: Serviço que tem por objetivo descarga que emite luz pela passagem da corrente elé-
prover de luz, ou claridade artificial, os logradouros trica através de um gás. Esta descarga emite quase que
públicos no período noturno ou nos escurecimentos totalmente radiação ultravioleta (invisível ao olho hu-
diurnos ocasionais, inclusive aqueles que necessitam mano) que, por sua vez, será convertida em luz pelo pó
de iluminação permanente no período diurno. fluorescente que reveste a superfície interna do bulbo.
É da composição deste pó fluorescente que resultam
Índice de Reprodução de Cor - IRC: Medida do as mais diferentes alternativas de cor de luz adequa-
grau das cores psicofísicas de objetos iluminados pela das a cada tipo de aplicação. É ele que determina a
fonte, em conformidade com os mesmos objetos ilu- qualidade e a quantidade de luz, além da eficiência na
minados por um iluminante de referência sob condi- produção de cor. É de volume compacto, próximo ao
ções específicas. Quanto maior o IRC, melhor será o da lâmpada incandescente, e possui os mais variados
equilíbrio entre as cores. Representa a capacidade de formatos. Dispensa equipamentos auxiliares para o
reprodução da cor de um objeto diante de uma fonte seu acendimento.
de luz. O IRC faz uma correspondência entre a cor real
Lâmpada fluorescente tubular: Lâmpada de des-
de um objeto e a que ele está apresentando diante da
carga que emite luz pela passagem da corrente elétrica
fonte de luz. Convencionalmente, o IRC varia entre 0
através de um gás. Esta descarga emite quase que to-
e 100% e de acordo com a fonte luminosa do ambien-
talmente radiação ultravioleta (invisível ao olho huma-
te a que se destina. Quanto mais alto o IRC, melhor
no) que, por sua vez, será convertida em luz pelo pó
é a fidelidade das cores. Unidade: porcentagem (%).
fluorescente que reveste a superfície interna do bulbo.
Intensidade luminosa: Medida da percepção da É da composição deste pó fluorescente que resultam
potência emitida por uma fonte luminosa em uma as mais diferentes alternativas de cor de luz adequa-
das a cada tipo de aplicação. É ele que determina a
dada direção. Unidade: candela (cd).
qualidade e a quantidade de luz, além da eficiência na
kiloVolt (kV): Unidade de medida de tensão. Um produção de cor. É de formato tubular e necessita de
kV representa 1.000 Volts (V). equipamentos auxiliares para o seu acendimento.
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Manual de Iluminação Pública
Lâmpada incandescente: São radiadores térmi- Lâmpada vapor de mercúrio: Nas lâmpadas vapor
cos. Consiste num filamento de tungstênio alojado de mercúrio a luz é produzida pela combinação de
no interior de um bulbo de vidro, que é preenchi- excitação e fluorescência. A descarga de mercúrio no
do com gás inerte, uma mistura de um gás inerte tubo de arco produz uma energia visível na região do
com nitrogênio, ou vácuo. A corrente elétrica que azul e do ultravioleta. O fósforo, que reveste o bulbo,
passa pelo filamento aquece-o fazendo atingir tem- converte o ultravioleta em luz visível na região do ver-
peraturas de até 3.000°C. Quando da passagem da melho. O resultado é uma luz de boa reprodução de
corrente pelo filamento, os elétrons se chocam com cores com eficiência luminosa de até 60 lm/W.
os átomos de tungstênio e esta energia é transfor- Lâmpada vapor de sódio: É a mais eficiente do
mada, em forma de luz e calor. grupo de lâmpadas de altas intensidades de descarga.
A luz é produzida pela excitação de átomos de sódio
Lâmpada incandescente halógena: São lâmpa-
aliados a um complexo processo de absorção e reir-
das incandescentes mais evoluídas contendo gases
radiação em diferentes comprimentos de onda. O re-
halógenos para proporcionar uma maior vida média
sultado é uma luz branco-dourada com uma eficiência
e útil. Possuem bulbo de quartzo, que é mais re-
luminosa de 130 lm/W.
sistente às altas temperaturas térmicas e pressões
atmosféricas. Consiste no uso do efeito do ciclo Lâmpada vapor metálico: Além de ter uma exce-
halógeno de transmutação do gás com o filamento lente reprodução de cores, é atualmente a fonte de
de tungstênio renovando o filamento e limpando o luz branca de maior eficiência disponível no mercado.
tubo de quartzo. Possuem luz um pouco mais bran- A luz é produzida pela excitação de átomos de aditivos
ca na faixa de 3000 K, e geram mais calor que as metálicos em tubo de arco de quatzo.
incandescentes comuns. Necessitam de cuidados
Lighting Emmitted Diodes – LED: Componentes
especiais no manuseio para não criar fissuras no
semicondutores que têm a propriedade de transfor-
bulbo e explodir pela diferença de atmosferas inter-
mar energia elétrica em luz. A luz gerada pelos Leds
na e externa.
é originada através do aquecimento destes semicon-
Lâmpada mista: Combinação de uma lâmpada dutores por uma pequena corrente elétrica, gerando
uma luz bastante intensa. Os LEDs podem ser de baixa
vapor de mercúrio com uma lâmpada incandes-
(0,1W), média (0,2W à 0,5W) e de alta potência (aci-
cente, ou seja, um tubo de descarga de mercúrio
ma de 0,5W). Em geral, os de baixa e média potência
ligado em série com um filamento incandescente. O
são utilizados para sinalização e efeitos decorativos.
filamento controla a corrente no tubo de arco e ao
Os de alta potência já podem ser aplicados em ilumi-
mesmo tempo contribui com a produção de 20% do
nação geral.
total do fluxo luminoso produzido. A combinação
da radiação do fósforo e a radiação do filamento in- Linha de distribuição: Equipamentos elétricos uti-
candescente produzem uma agradável luz branca. lizados para a distribuição da energia elétrica aos seus
As principais características da luz mista são: Substi- consumidores finais, operando com baixas tensões
tuem diretamente as lâmpadas incandescentes em
Linha de transmissão: Equipamentos elétricos uti-
220 V, não necessitando de equipamentos auxilia-
lizados para o transporte de energia elétrica entre o
res (reator, ignitor e starter); Maior eficiência e vida
centro gerador e o centro consumidor, operando com
média oito vezes maior que as incandescentes.
altas tensões
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Lumem: Fluxo luminoso emitido por uma fonte várias lâminas de silício e bobinas de fio de cobre es-
puntiforme e invariável de 1 candela, de mesmo valor maltado, revestidos em alguns casos nas áreas livres
em todas as direções, no interior de um ângulo sólido internas com resina de poliéster. Processos existentes
de 1 esterradiano. de acendimento para lâmpadas fluorescente: Con-
vencional com starter e o Partida Rápida. Processos
Luminância: Medida de densidade da intensidade existentes de acendimento para lâmpadas de descar-
de luz refletida numa dada direção, cuja unidade é a ga de alta intensidade com ignitor, dispositivo auxiliar,
candela por metro quadrado (cd/m2). e Sem ignitor, usando eletrodo de partida interno da
lâmpada
Postes: Os postes utilizados como suporte para o
conjunto de IP geralmente são os postes de proprieda- Reajuste Tarifário: Atualização dos preços da
de da Distribuidora de Distribuição de Energia Elétrica, energia elétrica prevista nos contratos de concessão,
são postes de circular (concreto e fibra), duplo T (con- com objetivo de preservar o equilíbrio econômico e
creto), de madeira de vários tamanhos e capacidades. financeiro das empresas. Pelos contratos, existem
É comum também encontrarmos postes ornamentais, três modalidades de reajuste tarifário: reajuste anual,
que já são de propriedade dos Municípios. revisão periódica e revisão extraordinária.
Potência: É o produto da tensão pela intensidade Reator eletrônico: Conceito mais moderno de dis-
da corrente elétrica, parcela transformada efetiva- positivo de acendimento de lâmpadas de descarga
mente em potência luminosa. Além da potência da em geral, composto basicamente por componentes
lâmpada, considera-se também a potência consumida eletrônicos tipo: diodos, resistores, capacitores, tran-
pelo reator. Sua unidade é o Wat (W). sistores, filtros, fusíveis, varistores entre outros. Prin-
cipais vantagens: são silenciosos, mais compactos,
Procel: Programa Nacional de Conservação de
mais leves, emitem menos calor no ambiente, con-
Energia Elétrica, o qual tem por objetivo promover a
somem menos energia e possuem vida útil elevada.
racionalização da produção e do consumo de energia
Esta tecnologia deve incorporar, preferencialmente,
elétrica no país para eliminar os desperdícios e, con-
alto fator de potência > 0,92; distorção harmônica <
sequentemente, reduzir custos e a necessidade de
33% para prevenir interferências de rádio frequência
investimentos setoriais. Foi instituído em 1985 pelos
e dispositivo de proteção contra surto de tensão. As
ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Co-
tecnologias disponíveis para reatores eletrônicos são
mércio, mas em 1991 foi transformado em programa
basicamente: Bivolts, sem dispositivos avançados;
de governo. O Procel utiliza recursos da Eletrobrás, da
Monovolts, com dispositivos otimizados; Multivolts,
Reserva Global de Reversão (RGR) e de entidades in-
com estabilização para flutuações de tensão do cir-
ternacionais.
cuito ou dimerizáveis que assimilam oscilações inten-
Quilowatt-hora (kWh): Unidade de energia muito cionais por meio de dímeres, regulando o fluxo lumi-
comum na Eletrotécnica, que equivale a 3.600.000 noso.
Joules
Refletor da luminária: Sistema ótico estampado
Reator eletromagnético: Primeiro conceito de dis- em alumínio que recebe acabamento de anodização
positivo de acendimento de lâmpadas de descarga em e selagem ou pintura em epóxi. Funciona como um
geral, composto de um núcleo de ferro, conjugando espelho, refletindo e direcionando a luz para um foco
mais específico.
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Manual de Iluminação Pública
Tarifa de energia: Preço da unidade de energia Vida média: Tempo em horas no qual 50% das
elétrica expressa em função de kWh consumidos e/ lâmpadas de um grupo representativo, testadas sob
ou da demanda de potência ativa que recai sobre condições controladas de operação, tiveram queima.
uma unidade consumidora
Vida mediana: corresponde à vida em horas
Tarifa de energia binômia: Conjunto de Tarifas quando, em uma determinada amostragem, 50%
de fornecimento constituído por preços aplicáveis das lâmpadas falharam.
ao consumo de energia elétrica ativa e à demanda
faturável. Vida útil: Média de horas em que um dado núme-
ro de lâmpadas ensaiadas atinge a depreciação de
Tarifa de energia monômia: Conjunto de tarifas 75% de seu fluxo luminoso, podendo comprometer
de fornecimento de energia elétrica constituídas por a acuidade visual das pessoas. Apesar de a maioria
preços aplicáveis unicamente ao consumo de ener- das lâmpadas continuarem acesas após atingir este
gia elétrica ativa. valor, é recomendável providenciar a troca por novas
lâmpadas.
Temperatura de Cor Correlata - TCC: Classifica a
cor de uma fonte de luz, quando comparada com a Volt (V): Unidade de tensão elétrica ou diferença
radiação do radiador absoluto. É medida em Kelvins, de potencial do Sistema Internacional de Unidades
e varia de 1.500K, cuja aparência é laranja/vermelha, (SI). Pode-se dizer que 1 volt representa uma carga
até 9.000K cuja aparência é azul. de 1 coulomb que se movimenta entre dois pontos e
transmite 1 joule de energia
As variações de cor apresentadas pelas lâmpadas
são consideradas como: Watt (W): Unidade de Potência do Sistema Inter-
ͫͫ lâmpadas “quentes” com aparência amare- nacional de Unidades (SI) que é equivalente a 1 Jou-
lada e temperatura de cor igual ou inferior a le/segundo
3.000K;
ͫͫ lâmpadas “neutras” com temperatura de
cor que varia entre 3.000K a 4.000K;
ͫͫ lâmpadas “frias” com aparências azul/vio-
leta e temperatura de cor superior a 4.000K. A
“luz branca natural” é aquela emitida pelo sol
em céu aberto ao meio dia, cuja temperatura
de cor é de 5.800K.
12
APRESENTAÇÃO
A iluminação pública, com o caráter que conhece- A primeira cidade brasileira a ter luz elétrica nas
mos nos dias de hoje, era inexistente há pouco mais ruas foi Campos, na então província do Rio de Janei-
de um século atrás. A iluminação existente à época, ro, em 1883. No âmbito mundial, a primeira cidade
de caráter doméstico e de cunho religioso, era man- foi Paris.
tida e custeada por iniciativa particular, sem que
houvesse qualquer participação dos governantes. D. Pedro II em 1876 convidou Thomas Alva Edison
para implantar no Brasil a energia elétrica na ilumi-
Até o século XVIII, não existia iluminação pública nação pública.
– nos momentos de festas e comemorações, a po-
pulação iluminava as faixadas das casas com as ve- Historicamente a iluminação pública de ruas
las feitas de sebo e gordura. No século XIX, algumas começou baseada em conceitos de segurança in-
cidades brasileiras passaram a ser iluminadas com dividual e da propriedade e, posteriormente, na
lâmpadas de óleo de baleia. Na cidade do Rio de Ja- necessidade de identificação do cidadão dentro da
neiro, a iluminação pública à base de óleos vegetais comunidade e de sua participação em atividades pú-
e animais foi implantada no ano de 1794. blicas. Finalmente, com a invenção do automóvel, a
iluminação pública veio contribuir para a sinalização
Em São Paulo, a utilização de óleos como ilumina- e orientação do tráfego automobilístico.
ção pública chegou somente no ano de 1830. Vale
ressaltar que eram necessários funcionários que Não resta dúvida quanto à importância da ilumi-
acendessem diariamente as luzes nas ruas das cida- nação pública na vida de uma cidade – ela está dire-
des. No ano de 1854, São Paulo foi a primeira cida- tamente relacionada com a qualidade de vida que o
de brasileira a implantar a iluminação a gás – esse Município oferece aos seus cidadãos, ou seja, maior
serviço ficou na cidade até meados de 1936, quando segurança nos deslocamentos tanto de pedestres
foram apagados os derradeiros lampiões. quanto de veículos, áreas de lazer disponíveis no pe-
ríodo noturno, embelezamento da cidade, definição
da hierarquia viária, maior integração social.
1830 São Paulo 1854 Rio de Janeiro 1880 Curitiba 1904 Rio de Janeiro
1794 Rio de Janeiro 1850 Curitiba 1863 São Paulo 1900 Curitiba 1905 São Paulo
13
Manual de Iluminação Pública
14
1.
introdução
Iluminação pública é o nome dado ao sistema de ilu- Este serviço, “de responsabilidade de pessoa jurídica
minação que provê de claridade os logradouros públicos, de direito público ou por esta delegada mediante con-
de forma periódica, contínua ou eventual. cessão ou autorização, caracteriza-se pelo fornecimento
para iluminação de ruas, praças, avenidas, túneis, pas-
A iluminação pública é essencial à qualidade de vida sagens subterrâneas, jardins, vias, estradas, passarelas,
nos centros urbanos, atuando como instrumento de abrigos de usuários de transportes coletivos, logradou-
cidadania, permitindo aos habitantes desfrutar, plena- ros de uso comum e livre acesso, inclusive a iluminação
mente, do espaço público no período noturno. de monumentos, fachadas, fontes luminosas e obras de
arte de valor histórico, cultural ou ambiental, localizadas
Além de estar diretamente ligada à segurança pública em áreas públicas e definidas por meio de legislação es-
no tráfego, a iluminação pública previne a criminalidade, pecífica, exceto o fornecimento de energia elétrica que
embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza monu- tenha por objetivo qualquer forma de propaganda ou
mentos, prédios e paisagens, facilita a hierarquia viária, publicidade, ou para realização de atividades que visem
orienta percursos e aproveita melhor as áreas de lazer. a interesses econômicos” (art. 53-O,ReN 414/2010).
A melhoria da qualidade dos sistemas de iluminação Deve-se ressaltar que o serviço de iluminação pública
pública traduz-se em melhor imagem da cidade, favore- vai muito além do pagamento, pelo Município, das con-
cendo o turismo, o comércio, e o lazer noturno, amplian- tas relativas à energia consumida pelas lâmpadas instala-
do a cultura do uso eficiente e racional da energia elétri- das em logradouros públicos. Segundo a já mencionada
ca, contribuindo, assim, para o desenvolvimento social e REN 414/2010, ele abrange “a elaboração de projeto, a
econômico da população. implantação, expansão, operação e manutenção das ins-
talações de iluminação pública”, bem como a “ampliação
Segundo a REN 414/2010, iluminação pública é o ser- de capacidade ou reforma de subestações alimentado-
viço público que tem por objetivo exclusivo prover de ras e linhas já existentes, quando necessárias ao atendi-
claridade os logradouros públicos, de forma periódica, mento das instalações de iluminação pública”, além da
contínua ou eventual (art. 2º, XXXIX). modernização e eficientização do sistema.
15
Manual de Iluminação Pública
2.
Aspectos Legais
Segundo Hely Lopes Meirelles (1993), na Federa- Dessa forma, entende-se que serviço público é
ção Brasileira as entidades com autonomia política todo aquele prestado pela Administração ou por
(entidades estatais) são unicamente a União, os Es- seus delegados, sob normas e controles estatais,
tados-membros, os Municípios e o Distrito Federal. para satisfazer necessidades essenciais ou secun-
As demais pessoas jurídicas instituídas ou autoriza- dárias da coletividade ou simples conveniências do
das a se constituírem por lei são autarquias, ou são Estado.
fundações, ou são entidades paraestatais (empresas
públicas). Esse conjunto de entidades estatais, autár- Serviços de utilidade pública são os que a Admi-
quicas, fundacionais e paraestatais constitui a Admi- nistração, reconhecendo a conveniência desses ser-
nistração Pública em sentido instrumental amplo, ou viços para os membros da coletividade, presta-os di-
seja, constitui a Administração centralizada e a des- retamente ou aquiesce em que sejam prestados por
centralizada. terceiros (concessionários, permissionários ou auto-
rizados), nas condições regulamentadas, e sob con-
A atribuição primordial da Administração Pública trole dessa Administração, mas por conta e risco dos
é oferecer utilidades aos administrados, não se jus- prestadores, mediante remuneração dos usuários.
tificando sua presença senão para prestar serviços
à coletividade. Esses serviços podem ser essenciais São exemplos dessa modalidade de serviços:
ou apenas úteis à comunidade, daí a necessária dis- transporte coletivo, energia elétrica, água, gás, tele-
tinção entre serviços públicos e serviços de utilidade fone.
pública; mas, em sentido amplo e genérico, quando Neste capítulo são abordados os principais aspec-
aludimos a serviço público, abrangemos ambas as tos legais e regulatórios relacionados a iluminação
categorias. pública - IP.
16
2.1. Regulamentação dos Serviços II - bens públicos destinados ao uso comum do
povo, tais como abrigos de usuários de transpor-
de Iluminação Pública tes coletivos, praças, parques e jardins, ainda que
o uso esteja sujeito a condições estabelecidas pela
Sob o ponto de vista constitucional, a prestação dos
administração, inclusive o cercamento, a restrição
serviços públicos de interesse local- nos quais se inse-
de horários e a cobrança.
re a iluminação pública- é de competência dos municí-
pios. Com base nos artigos 30 e 149-A da Constituição §1º Não se inclui na classe iluminação pública o
Federal, cabe ao município a obrigação de organizar fornecimento que tenha por objetivo:
e prestar, diretamente ou sob regime de concessão I - qualquer forma de publicidade e propaganda;
ou permissão, os serviços públicos, incluindo-se aí a
II - a realização de atividades que visem a inte-
iluminação pública. Por se tratar, também, de um ser-
resses econômicos;
viço que requer o fornecimento de energia elétrica,
está submetido, neste particular, à legislação federal. III - a iluminação das vias internas de condomí-
As condições de fornecimento de energia destinado à nios; e
iluminação pública, assim como ao fornecimento ge- IV- o atendimento a semáforos, radares e câme-
ral de energia elétrica, são regulamentadas especifica- ras de monitoramento de trânsito.
mente pela REN 414/2010.
§2º As cargas relativas à iluminação pública de-
Perante a legislação do setor elétrico brasileiro, vem ser separadas das demais cargas com vistas
iluminação pública é definida como “serviço público a possibilitar a aplicação tarifária correspondente,
que tem por objetivo exclusivo prover de claridade os mediante a instalação de medição exclusiva ou pela
logradouros públicos, de forma periódica, contínua ou estimativa do consumo.
eventual” (REN 414/2010, art. 2º, XXXIX). Art. 53-P Para a classe iluminação pública apli-
cam-se as tarifas homologadas pela ANEEL para o
As tarifas de consumo de energia elétrica são defi- Grupo A e, para o Grupo B, as tarifas homologadas
nidas de acordo com a atividade exercida na unidade do subgrupo B4a.
consumidora e a finalidade da sua utilização, estando
subdivididas em classes e subclasses, conforme deter- Cumpre destacar que a tarifa de iluminação pú-
mina a ReN 414/2010. Especificamente no art. 53-O blica, é em torno de 45% mais barata que a tarifa da
para enquadramento na classe iluminação pública, classe comercial.
temos:
Entretanto, cabe aqui salientar que a iluminação
Art. 53-O Na classe iluminação pública enqua- em vias internas de condomínios e em rodovias,
dram-se as unidades consumidoras destinadas ex- bem como a energia destinada a semáforos, rada-
clusivamente para a prestação do serviço público de res e câmeras de monitoramento de trânsito não se
iluminação pública, de responsabilidade do Poder enquadram na classe iluminação pública, conforme
Público Municipal ou Distrital, ou ainda daquele que estabelece a já citada resolução (414/2010), em seu
receba essa delegação, com o objetivo de iluminar: art. 53-H:
I- vias públicas destinadas ao trânsito de pessoas Art. 53-H Na classe comercial, serviços e outras
ou veículos, tais como ruas, avenidas, logradouros, atividades enquadram-se as unidades consumi-
caminhos, passagens, passarelas, túneis, estradas e doras onde sejam desenvolvidas as atividades de
rodovias; e prestação de serviços e demais não previstas nas
17
Manual de Iluminação Pública
demais classes, dividindo-se nas seguintes subclas- Art. 24. Para fins de faturamento da energia
ses: elétrica destinada à iluminação pública ou à ilumi-
(...) nação de vias internas de condomínios, o tempo a
ser considerado para consumo diário deve ser de
VI – administração condominial: iluminação e
11 (onze) horas e 52 (cinquenta e dois) minutos,
instalações de uso comum de prédio ou conjunto
ressalvado o caso de logradouros que necessitem
de edificações;
de iluminação permanente, em que o tempo é de
VII – iluminação em vias: solicitada por quem 24 (vinte e quatro) horas por dia do período de for-
detenha concessão ou autorização para administra- necimento.
ção de vias de titularidade da União ou dos Estados;
§ 1º O tempo a ser considerado para consumo
VIII – semáforos, radares e câmeras de monito- diário pode ser diferente do estabelecido no caput,
ramento de trânsito, solicitados por quem detenha após estudo realizado pelo consumidor e a distri-
concessão ou autorização para controle de trânsi- buidora junto ao Observatório Nacional, devida-
to; e mente aprovado pela ANEEL.
A REN 414/2010 que trata das condições gerais de § 2º A tarifa aplicável ao fornecimento de ener-
fornecimento de energia elétrica possui uma seção gia elétrica para iluminação pública é a Tarifa B4a.
específica que trata sobre Iluminação Pública – Seção
X (artigos 21 a 26) do Capítulo II, que além de de- A responsabilidade do município pelas instalações
finir a responsabilidade pela elaboração de projeto, de iluminação pública, também é abordada no artigo
implantação, expansão, operação e manutenção do que trata do ponto de entrega da energia elétrica:
sistema de iluminação pública, estabelece regras de
Art. 14. O ponto de entrega é a conexão do sis-
faturamento, e dá outras providências:
tema elétrico da distribuidora com a unidade con-
Art. 21. A elaboração de projeto, a implantação, sumidora e situa-se no limite da via pública com a
expansão, operação e manutenção das instalações propriedade onde esteja localizada a unidade con-
de iluminação pública são de responsabilidade do sumidora, exceto quando:
ente municipal ou de quem tenha recebido deste a
(...)
delegação para prestar tais serviços.
IX – tratar-se de ativos de iluminação pública,
§1º A distribuidora pode prestar os serviços des-
pertencentes ao Poder Público Municipal, caso em
critos no caput mediante celebração de contrato
que o ponto de entrega se situará na conexão da
específico para tal fim, ficando a pessoa jurídica de
rede elétrica da distribuidora com as instalações
direito público responsável pelas despesas decor-
elétricas de iluminação pública.
rentes.
§2º A responsabilidade de que trata o caput A REN 414/2010 também possui uma seção (III)
inclui todos os custos referentes à ampliação de do capítulo V, que trata especificamente do contra-
capacidade ou reforma de subestações, alimenta- to de fornecimento para iluminação pública, o qual
dores e linhas já existentes, quando necessárias ao deve ser firmado com os poderes públicos munici-
atendimento das instalações de iluminação pública, pais, o que concede a estes órgãos a responsabilida-
observado o disposto nos §§ 1o a 4o do art. 43. de pela prestação do serviço público de iluminação
(...)
pública. Vejamos:
18
Art. 68. O contrato de iluminação pública deve nidas por Lei Municipal e a forma de cobrança comu-
ser celebrado com o poder público municipal ou nicada por meio de Decreto Municipal.
distrital e conter, além das cláusulas constantes dos
arts. 62 e 62-A, quando pertinente, outras relacio- A Cip ou Cosip:
nadas a:
A Contribuição de Iluminação Pública – Cip ou a
(...) Contribuição para o Custeio do Serviço de Ilumina-
Art. 69. A distribuidora deve celebrar acordo ção Pública – Cosip, cuja finalidade é custear o servi-
operativo com o poder público municipal ou distri- ço de iluminação pública, tanto em sua implantação,
tal disciplinando as condições de acesso ao sistema
quanto em sua manutenção, foi inserida no texto da
elétrico para a realização dos serviços de operação
Carta Magna (art. 149-A) pela Emenda Constitucio-
nal 39/2002, que conferiu aos municípios e ao Distri-
e manutenção das instalações de iluminação públi-
to Federal a competência de, por lei própria, definir:
ca.
hipótese de incidência tributária; base de cálculo;
2.2. Custeio do Sistema de IP alíquota e contribuinte e, ainda, possibilitou que sua
cobrança através da fatura de energia elétrica do
Para fazer frente aos gastos com o sistema de IP consumidor:
o Poder Público Municipal deve identificar a melhor
forma possível para custear o sistema de iluminação Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal
pública. poderão instituir contribuição, na forma das res-
pectivas leis, para o custeio do serviço de ilumina-
As formas para manter a operação, administração ção pública, observado o disposto no art. 150, I e
e a manutenção do sistema de IP, bem como a sua III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de
expansão, são: 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da con-
a) Incluir no Orçamento do Município
tribuição a que se refere o caput, na fatura de con-
Por meio da arrecadação já existente, a Adminis- sumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda
tração Municipal pode reestruturar o seu orçamento Constitucional nº 39, de 2002)
para fazer frente às novas despesas. Muito se questionou a criação desta contribuição
uma vez que a iluminação pública não é um serviço
b) Cobrar por meio do carnê do Imposto Predial e
que se possa custear por meio de taxa, pois é serviço
Territorial Urbano – IPTU
geral e indivisível, presta-se a arcar com serviços uti
Nessa modalidade, adotada por alguns Municí- universi, direcionados a toda a coletividade, o que
pios, a cobrança para o custeio do sistema de IP deve levaria ao campo dos serviços financiados por meio
estar desvinculada do valor do IPTU, sendo o seu va- dos impostos.
lor discriminado separadamente.
Contudo, o Supremo Tribunal Federal declarou a
c) Instituir a cobrança do Serviço de IP pela COSIP constitucionalidade da contribuição de iluminação
pública, categorizando-a como um novo tipo de con-
A Contribuição para o Custeio dos Serviços de IP – tribuição, que refoge aos padrões estabelecidos nos
COSIP – deve ser criada em Projeto de Lei. artigos 149 e 195 da Constituição Federal.
Importante: As regras do cálculo devem ser defi- Cabe registro que as leis municipais, além do res-
19
Manual de Iluminação Pública
Os recursos destinados ao custeio dos serviços de b) Ação extra orçamentária de natureza financeira
operação, manutenção e expansão do sistema de IP
classificam-se em dois grupos: A ação extra orçamentária é paralela à ação do or-
çamento. Ela é exclusivamente financeira.
ͫͫ receita oriunda do lançamento e cobrança
da contribuição para a IP, após a sua institucio- É constituída de uma parcela correspondente à
nalização por lei municipal; alíquota a ser aplicada sobre um dos critérios rela-
20
cionados: a receita total; o resultado auferido no pe- Os interessados habilitar-se-ão com a apresen-
ríodo financeiro; o custo total. tação de documentação relativa à habilitação jurí-
dica, qualificação técnica e econômico-financeira e
A formação do Fundo de Expansão será por meio regularidade fiscal, sendo permitida, caso o edital
da aplicação de um percentual sobre um dos crité- assim disponha, a participação de empresas em
rios adotados, legitimados pela lei municipal. consórcio. Habilitados, os licitantes apresentarão
O Município deve estar atento aos prazos para suas propostas atendendo aos requisitos preesta-
inclusão no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes belecidos no edital e qualquer pessoa poderá obter
Orçamentárias e na Lei do Orçamento Anual, como certidão sobre atos, contratos, decisões ou parece-
também na institucionalização em lei específica, res relativos à licitação ou às próprias concessões
para implantação da COSIP, de tal forma que possa ou permissões.
ser executada a partir do ano seguinte.
2.4. Acervo de Iluminação
2.3. Outorga para prestação do Pública
serviço público A Constituição Federal determina em seu art. 30
A titularidade da prestação do serviço público de que a prestação do serviço público de iluminação
energia elétrica – de interesse predominantemente pública é de competência dos municípios e, em seu
local – é dos Municípios, conforme estabelecido, ain- art. 149-A, possibilita a esses entes a instituição de
da que implicitamente, no art. 30, inciso V, da Cons- contribuição para custeio do referido serviço, que
tituição Federal de 1988 – CF/88: por sua vez, pode ser arrecadada por meio da fa-
tura de energia elétrica, o que já ocorre na maioria
Art. 30. Compete aos Municípios:
dos municípios do estado do Paraná.
V - Organizar e prestar, diretamente ou sob re-
gime de concessão ou permissão, os serviços pú- Portanto, coube ao órgão regulador do setor de
blicos de interesse local, incluído o de transporte energia elétrica determinar junto às distribuidoras
coletivo, que tem caráter essencial. de energia elétrica, acerca do disposto no art. 218
da REN 414/2010, o qual previa a efetiva transfe-
A concessão de serviço público é basicamente, rência dos ativos de iluminação pública ao Poder
o contrato administrativo formal (firmado median- Público Municipal, com o propósito de dar cumpri-
te licitação, na modalidade de concorrência), que mento ao que dispõe a Constituição Federal.
tem como objetivo a delegação da execução de um
serviço do Poder Público ao particular, que se re- Na prática, a responsabilidade pelo acervo de
munerará dos gastos com o empreendimento e dos iluminação pública agregou novas tarefas para as
ganhos normais do negócio, através de uma tarifa administrações públicas municipais, seja pela ope-
cobrada aos usuários. O Poder Público, a fim de racionalização direta das redes - feita pela equipe da
desencadear o processo que objetive a concessão, prefeitura ou por autarquia própria - ou indireta, por
publicará ato justificando a conveniência da res- meio da contratação, via licitação, de empresas es-
pectiva outorga e já definindo objeto, área e prazo. pecializadas, incluindo as próprias concessionárias.
Subsequentemente, publicará o edital de licitação
- nos termos das Leis Federais 8.666/93, 8.883/94 e A partir da transferência dos ativos de iluminação
8.987/95 (art. 18) - sob a modalidade da concorrên- pública, os municípios passam a ter maior controle
cia, observados os dispositivos da lei estadual. sobre essas operações e podem planejar melhor a
21
Manual de Iluminação Pública
ampliação, modernização e o alcance dos serviços Para os pequenos municípios, uma opção pode
em suas áreas. Outro benefício é que, com a gestão ser a formação de consórcios que ampliem a atrativi-
dos ativos, o município pode contar com uma redu- dade do mercado na prestação dos serviços de IP, ou
ção de aproximadamente 9,5% na tarifa de forneci- seja um mesmo fornecedor pode atender, mediante
mento de energia elétrica utilizada pela iluminação cronograma estabelecido, vários municípios da re-
pública. gião.
22
3.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DO
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
A definição de uma forma de gestão do sistema tados claramente percebidos pela população
de IP pela Administração Pública Municipal requer nos Municípios que já implementam os princí-
uma avaliação cuidadosa dos custos – análise eco- pios da Gestão Energética Municipal;
nômica e competências necessárias – análise técnica ͫͫ oportunidade de aquisição de equipamen-
para a implantação e posterior implementação dessa tos (lâmpadas e luminárias) eficientes, que
gestão. Baseando-se na avaliação das análises eco- possuam a etiqueta INMETRO ou Selo PROCEL,
nômica e técnica, uma série de fatores determina a por meio de licitações que exijam melhores
forma a ser escolhida pelo Município. O Município níveis de eficiência energética dentro de cada
pode, então, definir a forma de gestão a ser utilizada, categoria;
isto é, se irá executar o serviço de IP por meio de
órgão da Administração Municipal Centralizada ou ͫͫ resultados de um parque de IP eficiente
Administração Municipal Descentralizada. tornam-se exemplo de uso racional de energia
elétrica e preservação do meio ambiente;
Um bom planejamento e uma gestão eficiente do ͫͫ política de segurança pública atingirá me-
sistema de iluminação pública resultam em aspectos lhores resultados a partir da gestão do sistema
positivos para o município, dentre os quais desta- de IP gerenciado pelo Município;
cam-se:
ͫͫ autonomia para a definição dos padrões e
ͫͫ projetos de melhoria na IP trazem uma ima- da identidade visual dos sistemas, com base
gem de modernidade e exemplo de eficiência em critérios sustentáveis, além de favorecer o
para a população, quando assumidos pelo Po- comércio, o turismo e o lazer.
der Público Municipal;
ͫͫ adoção de ações de eficientização no siste- Entretanto, é importante destacar alguns cuida-
ma de IP são consideradas simples, com resul- dos que devem ser observados:
23
Manual de Iluminação Pública
ͫͫ aumento dos gastos com a operação e ma- ͫͫ COSIP é tributo de destinação específica
nutenção do sistema de IP e possível reajuste para IP – viabilizar investimentos.
ou instituição da Contribuição para Custeio do
Serviço de Iluminação Pública (COSIP) para fa- Pesquisa por amostragem do Banco Mundial (Bra-
zer frente aos custos; sil 2016)
ͫͫ aumento das obrigações técnicas e de segu- ͫͫ 44,1% dos municípios: receita da COSIP su-
rança inerentes ao sistema de IP; ficiente, para cobrir todos os custos;
ͫͫ reclamação dos moradores diretamente ao ͫͫ 31,3% dos municípios: receita da COSIP in-
Poder Público em caso de falta de manutenção. suficiente, para cobrir todos os custos;
ͫͫ 24,6% dos municípios: não conseguiram
Diagnóstico do Setor de IP no Brasil:
avaliar.
O sistema de IP representa em média 70,0% do
perfil de consumo de energia dos municípios.
3.1. Formas de gestão do sistema
de iluminação pública
Predominância de luminárias com tecnologias defa-
3.1.1. Por Administração Municipal
sadas
Centralizada ou Direta, através da
ͫͫ Alto consumo de energia elétrica; Secretaria ou Órgão da Administração
ͫͫ Baixa eficiência luminosa; Municipal
ͫͫ Materiais tóxicos (vapor de mercúrio e só- 3.1.2 Por Administração Municipal
dio) – impacto ambiental no descarte; Descentralizada ou Indireta, através de:
ͫͫ Necessidade de substituição e manutenção ͫͫ Autarquias;
frequentes.
ͫͫ Fundações;
Altos custos de manutenção do parque de IP ͫͫ Empresas Públicas;
ͫͫ Os custos decorrentes de Operação, Admi-
ͫͫ Sociedades de Economia Mista;
nistração e Manutenção do parque tem impac-
to expressivo nas contas municipais – baixa efi- ͫͫ Concessões a Terceiros, Consórcio e Parce-
ciência na utilização dos recursos disponíveis. ria Público Privado – PPP.
24
determina a legislação, com atenção à legalidade e ͫͫ Veículo com cesta de elevação hidráulica,
ao interesse público, garantindo ética e efetividade, para serviços de manutenção;
elementos esperados pela ação inerente ao Tribunal ͫͫ Veículo leve para serviços de fiscalização e
de Contas do Estado. ronda;
A gestão do sistema de iluminação pública deve ͫͫ Instalações para a equipe técnica e adminis-
contemplar os seguintes aspectos: trativa;
ͫͫ Elaboração de projetos (implantação, expan- ͫͫ Mobiliário para equipe técnica e adminis-
são, modernização e eficientização); trativa;
ͫͫ Licitação para Aquisição de materiais, equi- ͫͫ Equipamentos de comunicações e de infor-
pamentos, veículos; mática;
ͫͫ Licitação para Contratação de serviços; ͫͫ Almoxarifado para armazenamento de ma-
ͫͫ Transporte de materiais e equipamentos; teriais a serem utilizados na rede de IP;
25
Manual de Iluminação Pública
A outorga ocorre quando o Município cria uma O Município pode criar Fundações regidas pelo
entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere, por lei, Direito Público ou autorizar por lei Fundações regi-
determinado serviço público ou de utilidade pública. das pelo Direito Privado. Em ambos os casos, deve
editar Lei Complementar para definir suas áreas de
Quando vinculados a um órgão da Administração atuação, art. 37, XIX, CF/88.
Pública Direta, essas entidades prestam um serviço
público ou de interesse da coletividade. Como exem- 3.3.3. Empresas públicas:
plos citam-se: autarquias; fundações; empresas pú-
blicas; sociedades de economia mista; concessões São empresas com personalidade jurídica de Di-
reito Privado, integrantes da Administração Pública
a terceiros, consórcios e Parcerias Público Privadas
Indireta que exercem funções atípicas. As normas
(PPP).
que incidem nessas entidades são em sua maioria de
Caso o Município defina como forma de execução direito privado, provenientes do Código Civil.
Administração Descentralizada Indireta, a entidade a
São autorizadas por lei específica a funcionar como
ser escolhida – autarquia, empresa pública, socieda-
prestadoras de serviços públicos, ou exploradoras de
de de economia mista – dependerá da escala de ser-
atividade econômica. Seu capital social é integralizado
viço de IP a ser atendido pelo Município.
26
exclusivamente com recursos públicos. Esses recursos concessionário ao concedente a título de remunera-
podem ser provenientes de entes políticos distintos. ção dos serviços de supervisão, fiscalização e controle
Por exemplo: é possível uma única Empresa Pública da execução do ajuste, a cargo do concedente.
ser formada por recursos federais, estaduais e muni-
cipais. 3.3.5.2. Consórcios:
Seu patrimônio é próprio, ou seja, pertencente à São acordos, despersonalizados, firmados entre
própria entidade e não ao ente político que a criou, entidades públicas da mesma espécie ou do mesmo
trata-se de um patrimônio distinto do governo. nível para a consecução de objetivos de interesse
comum: Município com Município, Estado com Es-
3.3.4. Sociedades de economia mista: tado, autarquia com autarquia etc. se unem para o
desenvolvimento de atividades comuns ou para a im-
São empresas com personalidade jurídica de Di- plementação de programa de interesse de todos os
reito Privado, integrantes da Administração Pública consorciados. Os consórcios não podem se associar a
Indireta que exercem função atípica. As normas que pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou pri-
incidem nestas entidades são em sua maioria de di- vado, uns com outros.
reito privado.
Consórcio Intermunicipal pode ser definido como
Seu capital social é constituído por recursos público um acordo firmado entre Municípios com o objetivo
e privado, sendo a maior parte das ações dessas em- de contratar empresa especializada ou de trabalhar
presas de propriedade do Estado (pelo menos 51% com suas equipes próprias para realizar, com econo-
das ações com poder de voto). mia, as atividades de operação e manutenção do sis-
tema de IP nesses Municípios, mediante a utilização
Assim, o governo sempre mantém o controle des-
de recursos materiais e humanos disponíveis em cada
ses entes. Essas entidades terão necessariamente a
Município.
forma societária de Sociedade Anônima – S.A, para
que seja possível a integralização do seu capital social O consórcio permite que pequenos Municípios
com dinheiro privado. atuem em parceria e, com o ganho de escala, melho-
rem a capacidade técnica, gerencial e financeira. Tam-
3.3.5. Concessões a Terceiros, Consórcios
bém é possível fazer alianças em regiões de interesse
e Parcerias Público-Privadas - PPP
comum.
3.3.5.1. Concessões a terceiros:
Com base no que dispõe a Lei Orgânica dos Municí-
O contrato de concessão de serviço público, ou pios, a composição da estrutura administrativa para o
simplesmente concessão de serviço público, é o que consórcio intermunicipal prevê três órgãos: Conselho
tem por objeto a transferência da execução de um de Prefeitos, Conselho Fiscal e Secretaria Executiva.
serviço do Poder Público ao particular, que será remu-
3.3.5.3. Parceria Público Privada (PPP):
nerado dos gastos com o empreendimento, aí incluí-
dos os ganhos normais do negócio, por meio de uma É um contrato de prestação de obras ou serviços
tarifa cobrada aos usuários. não inferior a R$ 20 milhões, com duração mínima de
cinco anos e máxima de 35 anos, firmado entre em-
É comum, ainda, nos contratos de concessão de
presa privada e o governo federal, o estadual, ou o
serviço público, a fixação de um preço, devido pelo
municipal.
27
Manual de Iluminação Pública
Difere ainda da lei de concessão comum, deter- A regulamentação e controle do serviço público e
minada pela Lei Federal nº 8.987/1995, pela forma de utilidade pública caberão sempre ao Poder Públi-
de remuneração do parceiro privado. Na concessão co, qualquer que seja a modalidade de sua prestação
comum, o pagamento é realizado com base nas tari- aos usuários.
fas cobradas dos usuários dos serviços concedidos.
O fato de tais serviços serem delegados a tercei-
Já nas PPPs, o agente privado é remunerado exclusi-
ros, estranhos à Administração Pública, não retira do
vamente pelo governo ou numa combinação de tari-
Estado seu poder indeclinável de regulamentá-los e
fas cobradas dos usuários dos serviços mais recursos
controlá-los, exigindo sempre sua atualização e efici-
públicos.
ência, a par com o exato cumprimento das condições
Serviços concedidos são todos aqueles que o par- impostas para sua prestação ao público.
ticular executa em seu nome, por sua conta e risco,
Qualquer deficiência do serviço que revele inap-
remunerados por tarifa, na forma regulamentar, me-
tidão de quem o presta, ou o descumprimento de
diante delegação contratual ou legal do Poder Públi-
obrigações impostas pela Administração ensejará a
co concedente.
intervenção imediata do Poder Público delegante,
Serviço concedido é serviço do Poder Público, para regularizar seu funcionamento ou retirar-lhe a
apenas executado por particular em razão da con- prestação.
cessão.
28
DADOS ESTATÍSTICOS
I - Brasil
II - Paraná
3.4. Execução dos Serviços por O Poder Público Municipal poderá também, para
facilitar e agilizar o processo licitatório fazer inicial-
Terceiros (Processo Licitatório) mente apenas a contratação dos serviços de ma-
Caso a administração pública decida contratar ter- nutenção e posteriormente licitar a expansão e a
ceiros para execução dos serviços de manutenção no modernização, atividades que já fazem parte das
sistema de IP, na elaboração do processo licitatório é obrigações do Poder Público Municipal.
necessário observar os seguintes aspectos:
3.4.2. Software de gestão e cadastro
3.4.1. Manutenção expansão, georreferenciado dos pontos de IP
modernização do parque de IP e
A Administração Municipal deve levar em conta
fornecimento de material
a necessidade do levantamento do cadastramento
As atividades de manutenção, expansão, moder- imobiliário ou aerofotogrametria entre outros, por-
nização do parque de IP e fornecimento de material tanto essas atividades devem fazer parte de outro
possuem características próprias inerentes ao servi- processo. Através do software de gestão será possí-
ço de engenharia e podem fazer parte de uma única vel efetuar a gestão do acervo de iluminação pública.
licitação
29
Manual de Iluminação Pública
4.
MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE
REDES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
30
Esse artigo trata de lâmpadas que possuem o ele- 4.2. Principais componentes do
mento químico mercúrio na sua composição. sistema de iluminação pública
A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê que Conhecer os componentes que fazem parte do
o Município providencie, por meio de empresa espe- ativo do sistema de IP, que pertencem às distribui-
cializada, o transporte e descontaminação das lâm- doras de energia elétrica, e que serão transferidos
padas e obtenção dos certificados que comprovem para o Poder Público Municipal tem por objetivo a
a descontaminação e posterior destinação dos resí- formação de cadastro desses componentes. A orga-
duos. nização do cadastro possibilita o controle do parque
do sistema de IP. Os principais componentes do acer-
Nota: De acordo com dados da Associação Bra-
vo do Sistema de iluminação pública podem ser con-
sileira da Indústria de Iluminação -ABILUX, no Bra-
sultados no anexo I.
sil, anualmente são retiradas de uso 49 milhões de
lâmpadas de descarga, representando um potencial 4.3. Aspectos contábeis a serem
poluidor de 1.000 kg de mercúrio por ano com o des- considerados
carte dessas lâmpadas.
O acervo de Iluminação Pública, que consiste no
4.1. Limites de responsabilidades conjunto de Braço, Luminária, Lâmpada, Relé e Re-
no sistema de iluminação pública ator, contabilizado no Ativo Imobilizado em Serviço,
por força das normas regulatórias da Aneel, é depre-
O limite de responsabilidade da iluminação pú- ciado anualmente ao percentual de 4,55%, corres-
blica entre a distribuidora e o Município, deve estar pondente à vida útil de 22 anos.
muito bem definido. O ponto onde termina a res-
Esta vida útil foi estabelecida através da REN 674
ponsabilidade da distribuidora de energia elétrica é
de 11 de agosto de 2015, que trata do Controle Patri-
onde começa a responsabilidade da Administração
monial do Setor Elétrico.
Municipal. Esse limite denomina-se Ponto de Entre-
ga ou Ponto de Conexão. 4.4. Configurações para
manutenção no sistema de
O Ponto de Entrega coincide com o Ponto de Co- Iluminação Pública
nexão, que inclui o conector, equipamento que rea-
liza a ligação da rede secundária de energia elétrica Há duas configurações no sistema de IP a se des-
com as instalações da iluminação pública. tacar: Iluminação Pública de comando individual e
Iluminação Pública de comando em grupo.
Desta forma, a Administração Municipal, ou a
4.4.1 Iluminação pública de comando
quem ela delegar a operação e a manutenção do
individual
sistema, poderá intervir na rede secundária para re-
parar e ou substituir todos os equipamentos a partir O Ponto de Entrega é a conexão entre o sistema
do conector, observadas a capacitação técnica e de de IP e a rede secundária. Nesse caso, o comando
segurança da equipe de eletricistas, pois atuarão em individual é feito por meio de conexão do relé foto-
rede energizada. elétrico com a rede secundária de distribuição.
31
Manual de Iluminação Pública
Ponto entrega
(Ativo Prefeitura) Início circuito
de Iluminação
Neutro
Fase A Ramal
Secundário da
Rele Fotoelétrico Fase B Concessionária
Fase C
Reator
Lâmpada
Suporte
do braço Braço com
Luminária
Fiação ponto de
entrega à Lâmpada
Poste
32
No comando em grupo de luminárias, utilizando- No estado do Paraná ele esta contido no Contrato
se também a rede elétrica de baixa tensão, o proce- de Fornecimento e Cessão de Postes de Iluminação
dimento é idêntico ao utilizado no comando individu- Pública (Anexo II).
al, apresentando como diferença à existência de um
quinto cabo para comando das luminárias, denomi- Os elementos que devem constar do Acordo Ope-
nado cabo controle. rativo são:
ͫͫ legislação e normas aplicáveis;
Além dos quatro condutores, três fases e neutro, o
comando em grupo necessita, também, de um quinto ͫͫ obrigações do Município referentes à segu-
cabo para comando das luminárias, que é desenergi- rança dos profissionais próprios ou contratados
zado ao amanhecer e energizado ao anoitecer: esse nas intervenções no sistema de IP;
comando é efetuado por um relé fotoelétrico acopla- ͫͫ registro quanto à qualidade dos materiais e
do a uma chave magnética, que incrementa a potên- equipamentos aplicados no sistema;
cia de comutação e, por conseguinte, o número de
ͫͫ detalhamento das condições de execução
lâmpadas a serem comandadas.
das atividades que dizem respeito a projetos,
Assim, no caso de comando individual, a responsa- implantação, expansão, operação e manuten-
bilidade sobre os ativos de energia elétrica é instituí- ção das instalações do sistema de IP, relacionan-
da com base nos seguintes parâmetros: do-se com as normas e regulamentos do setor;
33
Manual de Iluminação Pública
5.
ASPECTOS ECONÔMICOS
e FINANCEIROS
34
De forma a facilitar o entendimento, apresentamos a seguir tabela comparativa da classificação das unida-
des consumidoras:
35
Manual de Iluminação Pública
36
Após o aceite, as divergências encontradas serão Nome do Logradouro; bairro; ruas transversais;
objetos de atualização do cadastro para efeito de fa- coordenadas geográficas; características do(s) bra-
turamento do consumo mensal de energia elétrica. ço(s); tipo(s) da(s) luminária(s); características do
relé; tipo e potência das lâmpadas; características
As diferenças entre o consumo anterior e do novo do reator associado; características dos acessórios
consumo após a conferência, serão levantadas atra- do ponto luminoso; bairro; vila; jardim; praça.
vés de uma planilha e apresentadas ao município,
para que este apresente documentos comprobató- A Administração Municipal pode empregar pro-
rios para fins de devolução ou cobrança retroativa grama de computador que permita realizar o cadas-
dessa diferença. tro em campo e sua transferência para uma base
de dados, de todos os equipamentos e materiais do
Inventário ou Cadastro no Sistema de IP: sistema de IP, tais como luminárias, lâmpadas, rea-
tores, relés e braços, associando-os aos logradou-
A realização do inventário ou cadastramento do
ros, vinculando e agrupando o cadastro de equipa-
sistema de IP é importante para que a Administra-
mentos de iluminação, de acordo com setores da
ção Municipal possa efetuar um bom planejamento
cidade, coordenadas georreferenciadas e mapas.
e gestão do sistema de iluminação pública além de
facilitar o levantamento de materiais a serem utiliza- 5.2.1. Implantações e alterações de
dos na manutenção. carga da iluminação pública
Para a realização do inventário e cadastramento Toda e qualquer implantação/alteração nos tipos
informatizado de todos os pontos de IP pertencentes e potências das lâmpadas instaladas no sistema de
ao Município, deve-se tomar como parâmetro fun- Iluminação pública, bem como ligações especiais de
damental do cadastro a caracterização do ponto de equipamentos de controle de trânsito, devem ser
IP no endereço onde o mesmo está instalado. comunicadas formalmente a Distribuidora para fins
de atualização de cadastro e faturamento. Caso isso
Como realizar o inventário:
não ocorra, poderá incidir na cobrança referente ao
Esse cadastramento pode ser realizado com siste- consumo de energia elétrica, retroativo a data de sua
mas de georreferenciamento da IP, com a obtenção instalação, ou complementação nos termos do artigo
das coordenadas geográficas. Para tanto é necessá- 114 da Resolução Normativa Aneel nº 414/2010.
rio um levantamento em campo com o sistema de
A implantação no cadastro de lâmpadas de no-
posicionamento por satélite, por meio do uso de um
vos projetos, se dá no momento em que as mesmas
aparelho GPS – Global Position System.
são instaladas, após a execução do projeto de insta-
Caracterização do ponto de IP: lação das redes elétricas. Essas implantações, bem
como as alterações e implantações que não envol-
Ponto de Iluminação Pública é o conjunto de ilu- vam projetos elétricos, devem ser informadas a
minação com uma determinada coordenada geográ- Distribuidora utilizando o formulário que consta no
fica. A caracterização do ponto de IP contempla o en- site, no link Formulário para solicitação de altera-
dereço e os dados técnicos dos equipamentos que o ção na iluminação pública, ressaltando que, quando
compõem, e deve conter, no mínimo, as seguintes solicitadas devem vir acompanhadas de croqui, in-
informações: formando a localização exata da alteração efetuada.
37
Manual de Iluminação Pública
A iluminação pública representa uma parcela Art. 53-P Para a classe iluminação pública apli-
significativa do consumo de energia elétrica dos cam-se as tarifas homologadas pela ANEEL para o
municípios, e como tal, sua eficiência deve ser alvo Grupo A e, para o Grupo B, as tarifas homologadas
de cuidados similares aos dispensados a qualquer do subgrupo B4a.
outro serviço público.
5.4.1. Cálculo do consumo de energia
Quando realizadas obras de eficientização, re- elétrica no sistema de iluminação
duzindo o consumo de energia elétrica, como por pública
exemplo a troca das lâmpadas incandescentes por
lâmpadas de LED, se o município não informar esta Com relação ao faturamento da energia elétrica
alteração à Distribuidora, não haverá diferença no destinada à iluminação pública, observar o que es-
faturamento, pois não é possível identificar estas tabelece o art. 24 da REN 414/2010:
alterações, exceto no período de conferência, que Art. 24. Para fins de faturamento da energia
poderá ocorrer muito após a redução da carga. elétrica destinada à iluminação pública ou à ilumi-
5.3. Medição nação de vias internas de condomínios, o tempo
a ser considerado para consumo diário deve ser
A maioria das instalações elétricas destinadas a de 11 (onze) horas 52 (cinquenta e dois) minutos,
iluminação pública não possuem medição de con- ressalvado o caso de logradouros que necessitem
sumo de energia, sendo chamadas ligações a forfait. de iluminação permanente, em que o tempo é de
24 (vinte e quatro) horas por dia do período de
A distribuidora não é obrigada a instalar medi-
fornecimento.
dores de energia elétrica para IP. Nesse caso, os
valores de consumo para fins de faturamento são § 1º O tempo a ser considerado para consu-
estimados com base no período de consumo e na mo diário pode ser diferente do estabelecido no
carga instalada, incluindo a carga dos equipamen- caput, após estudo realizado pelo consumidor e a
tos auxiliares (reator e ignitor). Porém, nos espaços distribuidora junto ao Observatório Nacional, de-
públicos que tenham conveniência e possibilidade vidamente aprovado pela ANEEL.
técnica, é recomendável que os medidores sejam § 2º A tarifa aplicável ao fornecimento de ener-
instalados.
gia elétrica para IP é a Tarifa B4a.
5.4. Faturamento A quantidade e potências das lâmpadas utiliza-
das para o cálculo do faturamento advém das con-
Para determinar o valor do consumo é preciso
ferências de cargas realizadas.
conhecer as tarifas aplicadas e estabelecer a medi-
da do consumo de energia. Assim chega-se ao valor Para se obter o valor total da conta de energia elé-
para efetuar o pagamento às distribuidoras. trica, multiplica-se o consumo do período em kWh
pela tarifa vigente. No sistema de iluminação pública
Conforme determina a Resolução Normativa ANE-
o consumo em kWh se dá pela fórmula: nº de lâm-
EL nº 414/2010, a iluminação pública é enquadrada
padas x (potência + perda do reator) x nº de dias do
no Grupo B (subgrupo B4). A tarifa aplicada à IP foi
mês x horas diárias (11horas e 52 minutos)/1000.
estabelecida em seu art. 53-P conforme segue:
38
A seguir apresentamos tabela de tipos de lâmpa- Tarifação e Tributação do Consumo
das com exemplo de perdas máximas existentes no
mercado. Cálculo aplicável:
39
Manual de Iluminação Pública
Para a determinação do consumo a ser faturado, IMPORTE: estabelece a cobrança por um per-
será considerado, o memorial de cálculo de consu- centual do valor da fatura, possuindo ou não um
mo de cada equipamento fornecido no ato do pedi- valor limitador, podendo o percentual e o valor li-
do de ligação. mitador ser diferente para cada classe de consumo.
Para se obter o valor total da conta de energia Cada Município deve analisar os seus critérios
elétrica, multiplica-se o consumo do período em para instituir a base de cálculo da contribuição.
kWh pela tarifa vigente. O consumo em kWh se dá
pela fórmula: A cobrança deve ser implantada por classe de
consumo, portanto se a lei estabelecer isenção para
(potência em watts x nº de os consumidores da classe rural, todos que se en-
dias do mês x horas diárias de quadrarem nessa classe serão isentos, independen-
funcionamento/1000) te da localização rural ou urbana. Se o município
desejar isentar os consumidores das demais classes
5.5. Base de cálculo para cobrança localizados na área rural, deverá encaminhar ofício
aos contribuintes informando quais as unidades consumidoras de-
A Constituição Federal, em seu art. 149-A, possi- vem ser isentas.
bilita que a arrecadação da CIP/COSIP seja efetuada
O contrato para arrecadação da contribuição
por meio de fatura de energia elétrica.
para custeio do serviço de iluminação pública prevê
A CIP/COSIP poderá ser incluída nas notas fis- a desobrigação da concessionária da cobrança da
cais contas de energia elétrica dos consumidores/ Cosip para os consumidores/contribuintes que esti-
contribuintes, de forma destacada, com base na verem desobrigados do pagamento do consumo de
Lei municipal. Para tanto é fundamental formalizar energia elétrica. Estão enquadrados nessa situação
contrato para arrecadação entre o município e a os consumidores beneficiados pelo programa Luz
Distribuidora. Fraterna, conforme Lei Estadual 17639/2013.
O art. 149-A da CF/88 não fixou uma base de cál- Cabe salientar que em todas as bases de cálculo,
culo a ser utilizada pelos Municípios, cabendo à ad- a arrecadação deve ser sempre compatível com as
ministração municipal estabelecer essa base. despesas correspondentes à realização dos serviços.
Em função disso, foram propostas várias bases Diante do que foi exposto, verifica-se a necessi-
de cálculo, sendo que o sistema de gestão de con- dade de efetuar um bom planejamento do Sistema
sumidores da Distribuidora possibilita a implanta- de Iluminação Pública municipal para que o serviço
ção de uma das três formas abaixo: no município seja efetuado a contento.
FIXO: estabelece valores fixos por classe e faixa Assim sendo, a condição básica para que o muni-
de consumo; cípio possa prestar um serviço de qualidade reside
numa boa gestão financeira entre os gastos existen-
UVC: estabelece um valor de UVC (Unidade de tes com o sistema de iluminação pública e a receita
Valor de Custeio) e tabelas com percentuais de des- oriunda da contribuição municipal (Cip/Cosip).
conto por classe e faixa de consumo;
40
Portanto, no caso da cobrança da contribuição
de iluminação pública ser insuficiente, a gestão fica QUADRO II - COMERCIAL
comprometida. CONSUMO
VALOR
Entre os principais gastos na gestão do sistema de
EM KWH
iluminação pública estão: 0 a 300 R$ 13,15
301 a 500 R$ 20,73
ͫͫ ampliação e modernização do sistema de
501 a 600 R$ 34,24
iluminação pública; 601 a 1.000 R$ 39,59
1.001 a 1.500 R$ 46,72
ͫͫ pagamento do fornecimento da energia elé-
Acima de 1.501 R$ 53,38
trica do sistema de iluminação pública, e
Tabela 5: Quadro Comercial.
ͫͫ pagamento de materiais, salários e demais
componentes de custos existentes para a pres-
tação de serviços de iluminação pública.
CONSUMO
VALOR
EM KWH 5.6. Metodologia para formação
Até 30 R$ 1,67 de preço da Cosip
31 a 50 R$ 1,96
51 a 70 R$ 5,07 A metodologia para formação de preço da Cosip
71 a 90 R$ 9,04 deve garantir a sustentabilidade econômico financeira
91 a 120 R$ 13,75 do serviço de Iluminação Pública – IP, onde deverá ser
121 a 200 R$ 17,47 mantida igualdade entre receitas e despesas.
201 a 350 R$ 19,74
351 a 600 R$ 24,69 O ponto de equilíbrio entre esses parâmetros pode
601 a 1.000 R$ 28,65
Acima de 1.001 R$ 33,00
ser obtido mediante aplicação da seguinte fórmula de
cálculo:
Tabela 4: Quadro Residencial.
41
Manual de Iluminação Pública
42
ͫͫ infraestrutura para armazenamento manu- Importante: Para classificação contábil da COSIP,
seio e descarte de lâmpadas de IP; no exercício de 2018, consultar a Portaria STN - Nº
ͫͫ cadastro da rede de IP (georreferenciamen- 669, de 02.08.2017.
to, especificação dos componentes e quantitati-
vo, inventário da arborização urbana);
ͫͫ provisão para devedores duvidosos (inadim- Representação gráfica do ponto de
plência); equilíbrio Tarifário
ͫͫ administração de contratos (Prestação de
Receita
Serviços de OAM; Fornecimento de energia elé- R$
Receitas decorrentes da IP
FÓRMULA DE CÁLCULO
ͫͫ Contribuição para o custeio do serviço de Ilu-
minação Pública – COSIP; COSIP: {[(Cfi + Cva)] + Sat}
ͫͫ Valor residual de materiais (sucatas com va-
lor econômico: alumínio, cobre, ferro); Onde:
ͫͫ Aplicação financeira dos valores excedentes COSIP: Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação
da COSIP (fundo de iluminação pública). Pública;
Cfi: Custos Fixos;
Plano de Contas aplicado ao setor Cva: Custos Variáveis;
Público - PCASP Sat: Superávit Tarifário.
43
Manual de Iluminação Pública
6.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
44
c) Arranjo das luminárias, evidenciando a disposi- ͫͫ Cálculos luminotécnicos, apresentando ní-
ção das mesmas nos espaços públicos. veis de iluminância e uniformidade.
45
Manual de Iluminação Pública
Também deve-se observar a utilização de mate- Para lâmpadas de descarga ou luminárias com
riais e equipamentos mais eficientes energeticamen- tecnologia LED, recomenda-se adquirir apenas pro-
te, sob os aspectos técnico e ambiental, sem prejuízo dutos certificados e contemplados com a classe “A”
dos níveis de iluminância e que atendam às exigên- de eficiência energética, em conformidade com a
cias das normas brasileiras específicas. Portaria n° 20/2017 do INMETRO.
A análise técnica terá como marco inicial a aná- 6.4. Cálculos técnicos
lise dos dados cadastrais do sistema de iluminação
pública existente e das especificações contidas nos Para a realização dos cálculos técnicos são ne-
catálogos dos fabricantes, onde se obtém as princi- cessários os dados e procedimentos relacionados a
pais características técnicas dos componentes a se- seguir:
rem substituídas, tais como:
ͫͫ ter o valor da demanda evitada – DE: re-
ͫͫ lâmpada: tipo, potência, quantidade, vida presenta a diferença de potência entre o sis-
útil, fluxo luminoso, índice de reprodução de
tema existente e o sistema proposto – Unida-
cor (IRC), temperatura (cor)
de: kW.
ͫͫ reator: tipo, perda do reator em watts,
ͫͫ calcular a energia economizada – EE: a de-
quantidade, fator de potência
manda evitada multiplicada pelo tempo anual
ͫͫ luminárias: tipo, quantidade por tipo, condi- de uso do sistema – usualmente: 365 dias x
ções físicas e de eficientização; 11,866h;
ͫͫ braços: tipo, quantidade por tipo, condições ͫͫ calcular o valor, em reais, da economia
físicas, ângulo da luminária em relação ao pla-
anual do consumo – EAC: valor que deixa de
no horizontal.
ser gasto pela administração municipal; é ob-
Após a avaliação dos componentes, deve ser ana- tido multiplicando-se a energia economizada
lisada a melhor alternativa a ser adotada: troca de pela tarifa aplicada pela distribuidora;
todo o conjunto ou troca apenas da lâmpada. ͫͫ calcular o fluxo luminoso.
6.3. Alternativas de substituição Toda substituição de lâmpadas com o objetivo
de lâmpadas da eficiência energética, obrigatoriamente, deve ter
Para combater o desperdício de energia elétrica redução de consumo de energia e manutenção ou
nos sistemas de IP é recomendável a substituição das aumento do fluxo luminoso. Utilizando-se o valor
lâmpadas ineficientes existentes por tecnologias que do fluxo luminoso, expresso nas tabelas, das lâmpa-
propiciam maior tempo de vida útil, produzindo mais das existentes e das lâmpadas propostas obtém-se
iluminação por unidade de energia elétrica consumi- o valor da porcentagem do aumento do fluxo lumi-
da, ou seja, maior eficiência energética. noso.
46
O fluxo total do sistema atual (FTA) é obtido pelo 6.7. Análise econômica
somatório das parcelas que são calculadas, multipli-
cando-se a quantidade de cada tipo de lâmpada pelo Conforme as orientações do Guia Técnico de Ilu-
seu respectivo fluxo luminoso. minação Pública Eficiente (Ibam/Eletrobras Procel),
para efetuar o estudo de viabilidade econômica é ne-
Nota 1: Sempre buscar junto ao catálogo dos fa- cessário dispor dos preços dos diversos equipamen-
bricantes as recomendações de uso do equipamento tos e dos respectivos valores de mão de obra para
e a equivalência de troca em comparação aos siste- substituição e instalação.
mas existentes.
Existem várias formas de analisar economicamen-
Nota 2: Observar requisitos de fluxo luminoso te um projeto ou um investimento. São técnicas que,
para cada tipo de via, conforme definido na ABNT utilizadas de forma isolada, ou ainda combinadas,
NBR 5101:2012. em função da característica do projeto e consideran-
do os riscos envolvidos, possibilitam o estudo de via-
6.6. Vida mediana da lâmpada bilidade econômica.
A vida mediana da lâmpada contribui de forma Em uma situação real, o projeto deve contem-
efetiva com o tempo de vida do sistema proposto, plar substituição de lâmpadas, luminárias e reatores,
que deve ser sempre maior do que o sistema atual, como também a de relés fotoelétricos, braços de
pois, caso contrário, pode comprometer os resulta- luminárias e outros acessórios, de modo a tornar o
dos econômicos, dependendo do critério de análise. sistema mais eficiente e satisfazer os critérios lumi-
notécnicos recomendados em normas.
47
Manual de Iluminação Pública
fontE de pesquisa
Programa PARANAINTERATIVO
Programa que dá acesso por meio de consultas interativas e de mapas a dados e indicadores dos 399 muni-
cípios do Estado do Paraná, através da Internet, utilizando um Sistema de Informações Geográficas, podendo
ser consultado no site: www.paranainterativo.pr.gov.br .
Tem por objetivo subsidiar os gestores públicos na formulação de políticas de desenvolvimento urbano e
regional, incluindo-se plano diretor, serviços públicos, tributação, patrimônio público, mobilidade e acessibili-
dade urbana, meio ambiente, dentre outros, e na priorização dos investimentos públicos.
Elenco de Dados:
ͫͫ Demográficos: População, situação Urbana ou Rural, Densidade Demográfica, Grau de Urbanização,
Número de Domicílios, Área do Território, etc;
ͫͫ Equipamentos urbanos: Educação e Segurança;
ͫͫ Infraestrutura: Pavimentação, Iluminação Pública, Rede de Drenagem Pluvial, Rede de Abastecimento
de Água e Rede de coleta de Esgotos;
ͫͫ Legislação Urbanística: Zoneamento, Perímetro Urbano e Sistema Viário;
ͫͫ Indicadores Sociais: IPDM e IDH.
48
referencias bibliográficas
______. Resolução Normativa nº 587/2013 de 10 de dezembro de 2013: Altera o artigo 218 da Re-
solução Normativa ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010, que estabelece as condições Gerais de
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49
Manual de Iluminação Pública
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IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Escola Nacional de Serviços Urbanos. Pro-
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Sistema de Iluminação Pública - Unidade 2 – 2017.
IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Escola Nacional de Serviços Urbanos. Progra-
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LOPES, Leonardo Barbosa. Uma Avaliação da Tecnologia LED na Iluminação Pública. Rio de Janeiro:
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Manual de Controle Patrimonial do Setor Elétrico: Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL –
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e Equipamentos : Fundação COGE – São Paulo – 2015.
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PROCEL RELUZ. Descarte de lâmpadas de iluminação pública: guia de manuseio, transporte, armaze-
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Lighting_Portuguese_Web.pdf>.
51
Manual de Iluminação Pública
anexos
Os arquivos dos anexos aqui listados estão disponíveis para serem acessados na mesma mídia em que
consta este manual.
ANEXO I
Principais Componentes do Sistema de IP 31
ANEXO II
Modelo de Contrato de Fornecimento e Cessão de Postes 33
ANEXO III
Lista de Tabelas para Metodologia para Formação de Preço da Cosip 42
ANEXO IV
Lista de Tabelas de Indicadores 42
52
Manual de Iluminação Pública
Janeiro/2018
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