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INTERDISCIPLINAR 2019.

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CURSO DE FARMÁCIA

TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Palavras-chave: Epidemiologia. Bacilo de Koch. Baciloscopia.

Introdução

A tuberculose (TB) é um agravo de saúde pública que perpetua nos países


em desenvolvimento como um dos mais importantes motivos de
mortalidades em jovens e adultos, entre 15 a 49 anos. O Brasil é um dos 22
países que tem prioridade pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo
motivo de abranger 80% da carga mundial de TB, apesar dos progressos
conquistados no combate à doença no país (MARQUIEVIZ et. al. 2011).
A doença está associada diretamente a determinantes sociais. Pessoas mais
vulneráveis e que vivem em grandes cidades, desenvolvem maiores taxas
de ocorrência do que a média da população geral. Com o crescimento da
cobertura da Atenção Primária à Saúde no Brasil, promovendo ações de
pesquisa ativa, contenção e tratamento à TB, associada à implantação e
aperfeiçoamento de técnicas de diagnósticos rápidos, é provável idealizar
uma perspectiva favorável para uma melhora da atual situação
epidemiológica da tuberculose (PILLER, 2012).

Objetivos

Geral:
Abordar a Atenção Primária de Saúde, voltada à tuberculose (TB).

Específicos:
 Apresentar a TB: Conceito, agente etiológico, transmissão, sinais e
sintomas, patogênese e imunidade, diagnóstico e tratamentos;
 Abordar os medicamentos utilizados para tratamento;
 Comentar sobre a nutrição indicada ao portador da doença.

Materiais e Métodos

Foram revisados artigos científicos e revistas, utilizando as palavras chave:


“tuberculose”, “Mycobacterium tuberculosis”, “diagnóstico”, “tratamento”,
“nutrição”, e “Bacilos de Koch”; e dados do Ministério da Saúde do Brasil.

Resultados e Discussão

A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa que atinge


preferencialmente os pulmões, apesar de poder atingir outros órgãos e
sistemas, podendo levar o indivíduo infectado à morte. A doença pode ser
tratada, alcançando a cura do paciente, e prevenida por meio de certas
precauções (BRASIL, 2019). A doença é provocada pela Mycobacterium
tuberculosis ou bacilo de Koch (BK), que são bactérias com formato
levemente encurvadas, imóveis, não capsulados, não esporulados,
totalmente aeróbios, com 1 a 10 μm de comprimento e 0,2 a 0,6 μm de
espessura, e uma boa faixa de temperatura para crescimento de 35◦C à
37◦C (COELHO & MARQUES, 2006). A sua parede celular impermeável é
constituída por lipídios, gerando um bloqueio hidrofóbico a alguns
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medicamentos e à descoloração por álcool-ácido, sendo, portanto,


identificados bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) (FERRI et. al, 2014).
Essas bactérias são identificadas como não pigmentadas de crescimento
lento, sendo encontrados em esfregaços como agrupamentos em formato
de ramos alongados e encurvados, nomeados de crescimento em corda ou
fator corda (COELHO, 2007). O BK é um patógeno endocelular, com a
habilidade de se proliferar dentro de fagócitos. Atua entre 25 a 32 horas para
se multiplicar dentro dos macrófagos (CAMPOS, 2006).

TRANSMISSÃO

A tuberculose (TB) é disseminada basicamente por via aérea, de pessoa


para pessoa. A infecção acontece, inicialmente, pela aspiração de gotículas
que contenham os bacilos de Koch excretados pelo ato de tossir, falar ou
espirrar de um indivíduo com a doença ativa nas vias respiratórias (garganta
ou pulmões). A TB não é transmitida por beijo, aperto de mão, contato com
roupas de cama, assentos sanitários, compartilhamento de alimentos,
bebidas ou escovas de dente (BRASIL, 2019).

SINAIS E SINTOMAS

A tosse é o sintoma mais evidente na tuberculose (TB) pulmonar,


normalmente acompanhada pelo escarro e às vezes com presença de
sangue. Pode surgir febre baixa geralmente no final da tarde, dores no peito,
suores noturnos, emagrecimentos, fraqueza e dores no corpo. A tosse
acompanhada de sangue está relacionada às fases finais ou tardias da TB
(BRASIL, 2019).

PATOGÊNESE E IMUNIDADE

A infecção da tuberculose (TB) inicia quando os microrganismos chegam aos


alvéolos pela via respiratória. Os bacilos de Koch (BK) são fagocitados
ligeiramente por macrófagos alveolares que pode matar a bactéria, resultado
da resposta imune inata. Atravessando a linha de defesa, as micobactérias
se multiplicam dentro dos macrófagos e passam para as células próximas.
Podem deslocar-se para outros órgãos através do sistema circulatório e
linfático, dessa forma chegam muitas bactérias em poucas semanas. Depois
dessa primeira reação inflamatória do sistema imune inato, acontece a
migração de neutrófilos, linfócitos e outra célula imune ao primeiro sítio de
infecção pulmonar, resposta do sistema imune adaptativo, fazendo um
infiltrado celular que assume a forma de um granuloma (FERRI et. al. 2014).
O granuloma procura conter a disseminação. No centro, percebem-se
células gigantes de Langherans e células epitelióides, e em seu envoltório,
linfócitos T. Com a evolução da imunidade celular, o centro do granuloma
sofre um processo de necrose caseosa, denominada assim por ter
semelhanças com a massa de um queijo (do latim, caseus, queijo), devido
às células mortas que se tornam uma massa granular friável. Estimulado, o
BK diminui sua atividade metabólica e dormente, estado no qual pode
sobreviver por décadas. Mesmo com sua atividade metabólica diminuída, o
bacilo pode aumentar dentro do granuloma, conseguindo reativar a infecção
seguinte (CAMPOS, 2006).
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A imunodepressão, seja em consequência do estado de saúde frágil da


pessoa, uso de drogas imunossupressoras ou infecção do HIV, é o motivo
mais constante do aumento de bacilos enclausurados no granuloma e
reativação endógena da tuberculose relacionada à reinfecção exógena pelo
BK (TEIXEIRA et . al, 2007). A virulência da micobactéria tem a capacidade
de modular a apoptose de macrófagos infectados, mudando um importante
mecanismo de proteção do hospedeiro contra a TB (MOUTINHO, 2011).

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da tuberculose se dá pelo reconhecimento dos bacilos de


Koch em uma amostra biológica (escarro, lavado brônquio, lavado
broncoalveolar e outros associados com o trato respiratório) por meio do
esfregaço, na baciloscopia. Consiste no esfregaço em lâmina do material
biológico, com a coloração de Ziehl- Neelsen. Nessa técnica a amostra é
corada com fucsina de Ziehl – Neelsen, logo em seguida descorada com
álcool-ácido e posteriormente, corada com azul de metileno. Assim a parede
celular das microbactérias, com maior teor lipídeos, confere resistência na
descoloração por álcool-ácido, deixando os bacilos corados em rosa (gram
positivos). Os exames laboratoriais (hematológico e bioquímico) e
radiológicos conseguem ajudar no diagnóstico, conduzindo o médico para os
testes mais típicos (FERRI et. al. 2014).

PREVENÇÃO E TRATAMENTO

A prevenção é feita através da vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guérin),


aplicada no primeiro mês de vida da criança. O tratamento apropriado da TB
é composto pela administração de drogas, para prevenir complicações
inoportunas e o óbito, diminuir a transmissão e certificar a cura da doença.
Tanto a prevenção quanto o tratamento são oferecidos pelo Sistema Único
de Saúde, podendo ser encontrados gratuitamente. (PEDRO et. al. 2014).

MEDICAMENTOS UTILIZADOS CONTRA TUBERCULOSE

Etambutol: Sintetizado em 1961, é utilizado no tratamento para TB desde


1966. Age sobre os bacilos intra e extracelulares, particularmente os de
crescimento rápido. O etambutol afeta na biossíntese de arabinogalactano,
polissacarídeo complexo da parede celular da micobactéria. Opera vetando
a enzima arabinosil transferase codificada pelo gene (ARBEX; et al, 2010).
Dados químicos: Fórmula molecular: C10H24N2O2, nome químico: 2-Amino-l-
butanol; Massa molar 204.3 g mol-1 (SILVA, 2010).

Pirazinamida: Originada do ácido nicotínico, foi sintetizada em 1936 e usada


como antibiótico para TB desde 1952. Possui ação esterilizante,
especialmente em meio ácido dentro dos macrófagos e em superfícies de
inflamação aguda. A pirazinamida é o medicamento mais eficiente para
destruir os bacilos resistentes e proporcionou a diminuição do tratamento
para seis meses. Tem ação no bacilo de forma passiva, transformada em
ácido pirazinoico pela pirazinamidase, fazendo altas concentrações no
citoplasma da bactéria. A abundância do ácido pirazinoico minimiza o pH
intracelular resultando na inativação de enzimas, a exemplo do ácido graxo
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sintase I, importante para a síntese dos ácidos graxos, lesando a biossíntese


do ácido micólico. (ARBEX; et al, 2010). Dados químicos: Fórmula química:
C5H5N3O; nome químico: ácido pirazinóico; Peso molecular: 123,11 g.mol -1;
Solubilidade: em água: 1:67 (15,0 mg/mL); em álcool absoluto: 1:175 (5,7
mg/ml). Ponto de fusão: 188 a 191 °C. Composição elementar: C = 48,78%
H = 4,09% N = 34,13% O = 13,00% (SILVA, 2010).

Rifampicina: Derivado semissintético possui na sua molécula: anel


naftalênico, anel piperazina, hidroxilas, grupo amida e grupo éster. Tem ação
tanto no bacilo em multiplicação e metabolismo ativo bem como na etapa
estagnada, com metabolismo reduzido. Impede a transcrição dos genes do
BK pelo bloqueio da RNA polimerase DNA dependente, o que inibe a
produção de RNA mensageiro e de proteína pela micobactéria, resultando a
morte celular (ARBEX; et. al. 2010). Dados químicos: Fórmula química:
C43H58N4O12; nome químico: (3-[[(4-metil-1-piperazinil) imino] metil] rifamicina
SV; Peso molecular: 822,94 g.mol -1; Solubilidade: infinitamente solúvel em
dimetilsulfóxido; solúvel em metanol e tetraidrofurano). Pouco solúvel em
acetona, água, álcool 96 °GL e éter. Ponto de fusão: 183 a 188 °C;
Composição elementar: C = 62,76% H = 7,10% N = 6,81% O = 23,33%
(SILVA, 2010).

Isoniazida: Utilizada desde 1952, possui estrutura simples, formada por


piridina e um grupo hidrazida. É uma pré-droga que precisa ser acionada
pela enzima catalase/peroxidade (KatG) do BK, como resultado gerando
radicais reativos de oxigênio (peróxido de hidrogênio, superóxido e
peroxinitrato) e radicais orgânicos que impedem a produção de ácido
micólico da parede celular, provocando lesão ao DNA, seguido da morte do
bacilo. (ARBEX; et al, 2010). Dados químicos: Fórmula molecuar: C6H7N3O;
nome químico: ácido hidrazida 4-piridinocarboxílico; Peso molecular: 137,14
g.mol-1; Solubilidade: em água: 14% a 25°C e 26% a 40 °C. Em álcool 96°
GL: 1:18. Ponto de fusão: 170 a 173 °C; Composição elementar: C = 52,55%
H = 5,14% N = 30,64% O = 11,67% (SILVA, 2010).

Estrutura dos fármacos utilizados contra Tuberculose


Fonte: Revista Virtual de Química, Bispo, et. al. – 2011.
TRATAMENTO NATURAL CONTRA TUBERCULOSE

Para o tratamento, também podemos utilizar produtos naturais, por exemplo,


o óleo de copaíba. As copaíbas (Copaifera langsdorffii) são árvores comuns
da região da África Ocidental e América Latina. Possuem frutos, suas flores
brancas esverdeadas são pequenas e apétalas e o cálice é formado por 4
sépalas livres. Suas cascas são aromatizadas avermelhadas (jovem) ou
marrom (adulta), densa folhagem, penuladas e pecioladas, hermafroditas e
arranjadas em panículos axilares e sementes escuras e ovóides. Seu tronco
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cilíndrico mede 0,4 a 4 metros de diâmetro (VEIGA JUNIOR & PINTO, 2002).
Dele é extraído o óleo de resina através dos canais por toda a extensão da
árvore e sua cor varia de marrom a amarelo. Estudos comprovam que o óleo
de copaíba possui ação como antibacteriano, antifúngica, antitumoral,
cicatrizante e também anti-inflamatória de vias pulmonares inferiores e
superiores (PIERI et. al. 2009).

NUTRIÇAO NO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

É importante destacar que existe uma grande incidência de tuberculose (TB)


onde está relacionada à desnutrição primária. Estudos relacionados à TB
comprovam que esse fator é maior entre pacientes com o peso abaixo da
normalidade e que está relacionado à diminuição do consumo de dietas
ligadas a calorias, de proteínas de origem animal e de vários nutrientes.
Desta forma, é necessária uma avaliação nutricional de indivíduos com TB
tornando-se adequado a interferência nutricional, principalmente em
situações de baixo peso. (BACELO et al, 2015). A baixa imunidade vinculada
à anormalidade nutricional deste pacientes sugere a utilização de
suplementos nutricionais que contribui na recuperação das doenças dos
indivíduos, fortalecendo o seu sistema imune e consequentemente
aumentando sua força muscular e ganho de peso, possibilitando o paciente
a retomar a sua vida ativa, sendo recomendado um consumo diário de
macronutrientes e micronutrientes (GROBLER et. al, 2016).

Conclusões

Mesmo com o atual domínio da compreensão sobre o agente etiológico,


medidas preventivas como a vacinação BCG, diagnóstico precoce,
tratamento até a cura, a OMS considera que a tuberculose continua a ser um
problema de saúde pública grave, com elevada morbi/mortalidade. Atualizar-
se em busca de alcançar melhores indicadores operacionais e epidemio-
lógicos da tuberculose no Brasil e no mundo, é a melhor forma para
identificar as fragilidades que envolvem as falhas nas estratégias de
controle.

Referências

ARBEX, M. A. et. al. Drogas antituberculose: interações


medicamentosas, efeitos adversos e utilização em situações especiais.
Parte 1: fármacos de primeira linha, 2010.
BACELO, AC et. al. Nutritional Supplementation Is a Necessary
Complement to Dietary Counseling among Tuberculosis and
Tuberculosis-HIV Patients, 2015.

BISPO, C. H. S. et. al. Pirazinamida: Um Fármaco Essencial no


Tratamento da Tuberculose - Revista Virtual de Química, 2011.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tuberculose: o que é, causas, sintomas,


tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em:
<http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/tuberculose>, 2019.
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CAMPOS, H. S. Etiopatologia da tuberculose e formas clínicas. 2006.

COELHO, A. G. V. et al. Avaliação do crescimento em cordas na


identificação presuntiva do complexo Mycobacterium tuberculosis.
Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 33, n. 6, 2007.

COELHO, F. S & MARQUES, E. A. Revista Hospital Universitário Pedro


Ernesto – Tuberculose, 2006.

FERRI, A. O. et. al. Diagnóstico da tuberculose: uma revisão, 2014.

GROBLER L et. al. Suplementação nutricional para pacientes em


tratamento para tuberculose ativa, 2016.

MARQUIEVIZ, J. et. al. A Estratégia de Saúde da Família no controle da


tuberculose em Curitiba (PR), 2011.

MOUTINHO, I. L.D. Tuberculose: aspectos imunológicos na infecção e


na doença, 2011.

PEDRO, H. S P et. al. Cenário atual da tuberculose, 2014.

PILLER, R. V. B. Epidemiologia da Tuberculose, 2012.

PIERI, F. A et. al. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração,


aplicações industriais e propriedades medicinais, 2009.

SILVA, A. M. Estudos para o desenvolvimento de comprimidos dose fixa


combinada (dfc) 3 em 1 para o tratamento da tuberculose, 2010.

TEIXEIRA, H. C. et. al. Diagnóstico imunológico da tuberculose:


problema e estratégias para o sucesso, 2007.

VEIGA JUNIOR, F. V & PINTO, A.C. O Gênero Copaifera L, 2002.

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