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21/09/2018

Na ação executiva o direito já está declarado, o que se pretende agora porque não houve
cumprimento voluntário daquela declaração, é executar o direito. Ou seja, o que se
pretende é que o tribunal, através do seu ius imperii tome as providencias adequadas
ao cumprimento da obrigação.
Título executivo: Para que se dê início ao processo executivo, é preciso demonstrar que
esse direito está efetivamente declarado. Não se inicia uma ação executiva sem a
demonstração de que o direito está efetivamente declarado, e isto é o pressuposto da
existência do título executivo. Ou seja, para que possa haver uma ação executiva tem
que existir um titulo executivo, este é um documento escrito que constitui ou reconhece
uma obrigação e é esta obrigação que vai ser objeto da ação executiva, chamada de
obrigação exequenda. E este documento escrito tem esta força toda porque tem uma
especial força probatória, por isso mesmo torna dispensável um processo declarativo ou
novo processo declarativo.
O título executivo pode ser de duas espécies (art.703º CPC):
1. Judicial: sentenças condenatórias. Qualquer sentença, proferida em qualquer
ação, na parte em que condena, é sempre uma sentença condenatória nos
termos do art.703º/n. º1/al. a).
2. Extrajudicial: são obtidos fora do tribunal.
Por ex.: os documentos exarados pelo notário, como a escritura pública ou os
documentos autenticados, que podem sê-lo pelo notário ou por alguma
entidade profissional com competência para o fazer (art.703º/n. º1/al. b)).
Documento exarado pelo notário, é o próprio notário que elabora o documento;
documento autenticado é elaborado pelas partes, mas o seu conteúdo é
certificado pelo notário ou por alguma entidade profissional com competência
para o fazer. E são título executivo desde que importem a constituição ou
reconhecimento de uma obrigação.
Os títulos de crédito (letra, livrança, cheque) também eles são títulos executivos
(art.703º/n. º1/al. c)). Na lei diz “ainda que meros quirógrafos”, e isto significa
que são aqueles títulos de crédito que por qualquer razão perderam a natureza
de título de crédito. Ex.: os cheques têm que ser depositados num determinado
prazo. Caso não se apresente o cheque a pagamento no prazo de 8 dias a contar
da data que lá consta, o cheque continua válido, porém, perdeu um requisito da
sua executoriedade como título de crédito mas ainda vale como título executivo,
só que com uma exigência, tem que constar do próprio documento a causa, os
factos que constituíram a relação subjacente (a relação que está na base da
emissão do cheque). Ou seja, tem que constar esta informação no requerimento
executivo.
Os documentos que por disposição especial seja atribuída força executiva
(art.703º/n. º1/al. d)), ex.: o requerimento de injução ao qual foi aposta a forma
executória. Outro exemplo é o contrato de arrendamento quando acompanhado
da comunicação do senhorio ao inquilino da falta de pagamento de renda
superior a, pelo menos, três meses. Isto constitui título executivo quer para
pagamento das rendas em atraso, quer para despejo.

25/09/2018
A primeira coisa que se deve começar por fazer em direito executivo, é olhar para o
art.10º para recordar as definições e as classificações das ações. E o nº1 do art.10º
começa por nos dizer que as ações são declarativas e executivas. O nº4 do art.10º fala
das ações executivas, e nós temos que prestar atenção a expressão “realização coativa”
porque vai ter que se efetivar coativamente o cumprimento de uma obrigação que não
foi cumprida voluntariamente e, ptt, o credor tem q recorrer ao tribunal p que o tribunal,
através do seu ius imperii realize pela força o cumprimento da obrigação que é devida.
FIM: E, as ações executivas, quanto à sua finalidade, podem ser de três tipos
(art.10º/nº6):
1. Para pagamento de quantia certa;
2. Para entrega de coisa certa;
3. Prestação de facto e este facto pode ser positivo ou negativo.
Mas, p que se possa executar uma destas finalidades, é necessário que o direito
correspetivo da obrigação que nao foi cumprida, e esse direito tem que estar
previamnete declarado. O que pressupõe que ja tenha havido uma acao declarativa
previa ou então haver algum documento que contenha a declaração desse direito. Sem
isso, nao ha acao executiva. E o direito está declarado no título executivo, e este é o
primeiro pressuposto a ser estudado (art.10º/nº5). É através do titulo que se determina
o 1. fim e os 2. limites da acao executiva. É atraves do titulo que ficamos a saber se a
acao é p pagamento de quantia certa, se e p entrega de coisa certa ou se é p prestação
de facto.
LIMITES: se estivermos perante um título executivo, como uma sentenca, por exemplo,
que condenou o réu a pagar 500€, na acao executiva, o exequente nao pode pedir 600€
porque ele so tem titulo para 500€. Ou seja, o título define os limites da ação executiva.
A isto se chama a relevância objetiva do título.
Mas o título executivo é tao importante que até ao próprio nível da legitimidade
processual da acao executivo, o título tem preferência. Tem legitimidade como
exequente, a pessoa que no título figura como credor e tem legitimidade como
executado a pessoa que no titulo figura como devedor. E a isto se chama a relevância
subjetiva do título. Ou seja, pelo titulo determina-se a regra geral da legitimidade
(art.53º/nº1 CPC) uma vez que também há desvios e exceções.
Definição de Título Executivo segundo o Prof. Antunes Varela: é um documento escrito,
constitutivo ou certificativo de uma obrigação e que pela sua especial força probatória
despensa um processo declarativo ou um novo processo declarativo. O titulo, diz-se
constitutivo quando, para alem da função probatória que tem, ele é também condição
de validade do ato jurídico em causa. E diz-se certificativo quando tem apenas função
probatória.
E, quando se fala em Título Executivo (TE), temos que passar do art.10º para o art.703º.
E neste artigo vamos fazer um esquema, dividindo os títulos executivos em duas
espécies: os títulos executivos judiciais e os títulos executivos extrajudiciais. Se olharmos
para o art.703º, só temos um tipo de TE judicial que sao as sentenças condenatórias.
Isto significa que qualquer sentenca obtida em qqr que seja o processo declarativo,
desde que contenha uma condenação, é sentenca condenatória, logo é TE.
ATENÇÃO: se no processo declarativo, autor e réu põem termo ao litigio por transação,
o processo declarativo terminou e o juiz tem que homologar a transação, ou seja, tem
que confirmar o acordo a que as partes chegaram, e vamos supor que o acordo foi que
o autor tinha pedido 3.000€, reduziu o seu pedido para 1.500€, o réu aceitou e propôs
o réu pagar os 1.500€ em suaves prestações e o autor aceitou. O juiz homologa a
transação e condena as partes a pagarem nos seus precisos termos. Se por acaso, o réu
deixar de cumprir as prestações, o autor não precisa de intentar nova ação declarativa,
pq ele tem TE, uma vez que a sentença homologatória condenou as partes a cumprirem
o acordo. Portanto, também a sentença homologatória que condena as partes a
cumprirem o acordo, é TE.
Há ainda alguns autores que defendem que há um outro tipo de TE que está a meio
termo entre os judiciais e os extrajudiciais, são os parajudiciais. Este TE é obtido via
administrativa, através do Banco Nacional de Injunções (BNI). A injunção consiste em
preencher o formulário, em que o requerente diz ser credor de X., de acordo com a
fatura Y. e entrega no BNI. O BNI preenche o formulário e entrega ao requerido para
que este, em 15 dias, pagar ou opor-se. Mas, se o requerido nada disser, o funcionário
do BNI confere força executiva ao requerimento de injunção e, nessa situação, o
requerente a passa a ter TE. DL 269/98 de 1 de setembro.
Por fim, temos os TE extrajudiciais e dentro destes temos:
1. Documentos autênticos: sao os que sao exarados pelo notário. Ou seja, é o
notário que elabora o documento. Ex.: escritura pública
2. Documentos autenticados: sao os elaborados pelas partes mas cujo conteúdo é
certificado pelo notário ou por outra entidade profissional com competência.
Ex.: advogados e solicitadores.
Reparem que não falei em documentos com assinatura e reconhecida, nem em
documentos particulares (rasteira nos testes). Antes de 2013 não era assim, passou a
ser assim p combater as milhares de ações executivas que existiam com base nas
chamadas confissões de dívida.
02/10/2018
Requisito de exequibilidade de uma sentença
Trânsito em julgado: sentença transita em julgado quando já não é suscetível de recurso
ordinário nem de reclamação. Uma determinada causa pode já não ser suscetível de
recurso por causa do valor, mas não transita logo, porque é sempre suscetível de
reclamação. E quando a lei nada diga, o prazo p reclamar é o prazo geral de 10 dias.
Esta é a regra, mas há uma exceção, ou seja, mesmo não estando transitado em julgado,
pode dar-se início à execução quando o recurso contra ela interposto tiver efeito
meramente devolutivo (art.704º/nº1).
Esquema:
A sentença condenatória é TE nos termos do art.703º/nº1/al. a), mas só constitui TE
quando tenha transitado em julgado (REGRA GERAL); quando o recurso interposto na
sentença (se houve recurso significa que ela não transitou em julgado) tiver efeito
meramente devolutivo, isto significa que não suspende a eficácia da decisão. Como tal,
é suscetível de ser executada (EXCEÇÃO). Claro está, que esta execução da exceção irá
depender da decisão definitiva. Se esta decisão revogar a sentença a execução extingue-
se; se revogar parcialmente, a execução modifica-se consoante for a decisão definitiva,
nos termos do art.704º/nº2.
OU SEJA,
Temos um processo declarativo e a sentença desse processo for suscetível de recurso,
significa que é o tribunal superior que vai ter a decisão final. Mas, quem ganhou não
quer esperar pelo resultado do recurso e, assim, inicia a execução. Tem TE, entra aqui a
regra geral, segundo a qual o recurso tem efeito meramente devolutivo, significa que
pode iniciar a execução. Inicia a execução, com base na sentença, mas vamos supor que
agora o resultado do Acórdão da Relação vem dizer que o exequente (autor no processo
declarativo) não tem razão e absolve o réu do pedido, logo, a execução extingue-se
porque deixa de haver sentença condenatória, o que há é uma sentença absolutória e
estas não estão no art.703º. Se a Relação absolve o réu, não há TE, se não há TE a
execução extingue-se.
Se por acaso o Acórdão da Relação vem dizer que o valor de, vamos supor, 20.000€ é
muito e baixa para 10.000€, a execução modifica-se.
Requisitos de exequibilidade dos documentos exarados ou autenticados
Na al.b) do art.703º vêm os documentos exarados (autênticos) ou autenticados. Sendo
que os autenticados o podem ser quer pelo notário, quer por outra qualquer entidade
profissional com competência para tal (advogados).
A lei exige para que esses documentos sejam TE (art.703º): que importem constituição
ou reconhecimento de uma qualquer obrigação.
NOTA: Não fazer confusão no art.707º onde fala destes documentos. Porque este artigo
só se aplica quando nos documentos autênticos ou autenticados se convencionarem
prestações futuras ou se as partes preverem a constituição de obrigações futuras.
Porque se assim for, ou seja, se num documento autenticado ou autêntico, as partes
convencionarem por prestações futuras, ou a constituição de obrigações futuras, não
basta o documento autêntico ou autenticado, é preciso um outro documento. Um
documento que comprove que alguma prestação foi prestada, ou que alguma obrigação
foi cumprida em cumprimento daquilo que tinha sido previsto.
Exemplo:
Temos um documento e nesse documento uma das partes obriga-se a fornecer no
futuro 10.000 pares de sapatos quanto ao pagamento de 25.000€. Chega ao dia o A.
entrega os sapatos a B., mas B. não paga. Isto é TE? Não. Porque é preciso um outro
documento que comprove que o A. entregou os sapatos a B.
Mas este art.707º só se aplica se convence prestações futuras ou se se convencione a
constituição de obrigações futuras porque se estivermos perante um documento
autêntico ou autenticado em que nao se preveja prestações futuras, nem se preveja a
constituçao de obrigações futuras, aplica-se p 703º/al.b).
09/10/2018
Nós temos estado a tratar de TE que e um pressuposto processual mais importante da
ação executiva. Sem TE nao ha acao executiva; o TE define os fins e os limites da acao
executiva (art.10º).
Ja olhamos p a lista de TE do art.703º; ja vimos os requisitos de exequibilidade, quer da
sentenca, quer dos doc exarados e autenticados pelo notário.
Mas, nao basta existir TE para que se possa dar inicio à acao executiva, é ainda
necessário que a obrigação que se vai executar, chamada obrigação exequenda (que é
a causa de pedir na ação executiva), é necessário que a obrigação que se vai executar
reúna três requisitos. Essa obrigação tem de ser:
1. Certa: a obrigação tem de estar qualitativamente determinada. Ou seja, tem de
se saber que obrigação se vai executar, tem de se saber com certeza o que se vai
executar. E por isso é que o CPC, logo a seguir, nos dá um exemplo em que a
obrigação nao está certa: quando se trate de obrigações alternativas. Nas
obrigações alternativas, o interesse do credor satisfaz-se por uma das obrigações
que estão em causa.
2. Líquida: diz-se liquida quando está quantitativamente determinada. Ou seja,
tem de estar determinado o quanto da obrigação. Existe um incidente no CPC
sobre a liquidação (art.358º) temos um incidente de liquidação. Ou seja, se
tivermos uma sentença condenatória que responda a pedidos genéricos, o autor
nao pode iniciar a execução sem primeiro deduzir este incidente de liquidação
para tornar liquido um pedido genérico. Obviamente que nao será necessário
lançar mão deste incidente de liquidação quando a liquidação depende de
simples cálculo aritmético (ex.: juros de mora vencidos). Ver art.716º. Só se
recorre ao incidente de liquidação do art.358º quando, na sentença, o pedido
seja genérico.
3. Exigível: diz-se exigível quando a mesma está vencida. Quando a obrigação é
uma obrigação pura, ela vence-se com a interpelação ao devedor. As obrigações
puras sao aquelas que nao têm prazo e, ptt, sao exigíveis a todo o momento. Mas
so se vencem com a interpelação. E o art.715º dá-nos duas situações em que a
obrigação ainda nao é exigível: quando a obrigação esteja dependente de
condição suspensiva ou de uma prestação por parte do credor ou de terceiro,
incumbe ao credor alegar e provar documentalmente, no próprio requerimento
executivo, que se verificou a condição ou q efetuou ou ofereceu a prestação. A
segunda situação, ou seja, aquela que está dependente de uma prestação, é o
que acontece nos contratos bilaterais em que uma obrigação só existe quando o
outro cumpre a sua, porque se eu não cumprir a minha o outro pode invocar a
exceção do não cumprimento do contrato (art.428º CC). A exceção do nao
cumprimento é uma das consequências da existência de um contrato
sinalagmático. Significa que se eu for, num contrato bilateral executar uma
determinada obrigação que estava dependente do cumprimento da minha
parte, eu tenho de provar documentalmente que já cumpri a minha para poder
exigir o cumprimento do outro.
Portanto, quando nos perguntarem num exame o que é que é necessário para dar
início a um processo executivo, a resposta tem de ser: TE e que a obrigação que se
vai executar seja certa, líquida e exigível em face desse mesmo TE e se nao o for, o
exequente deve adotar as diligencias necessárias para tornar essa obrigação certa,
líquida e exigível. Repetindo, quando a iliquidez da obrigação decorra de uma
sentença em que tenha sido feito um pedido genérico, e desde que não seja possível
liquidá-la por simples cálculo aritmético, é necessário lançar mão do incidente de
liquidação previsto no art.358º do CPC. O art.716º é para uma de duas situações: ou
torna a obrigação líquida através de um simples cálculo aritmético; ou então, o TE
não é uma sentença.
Mas não basta o TE, a certeza, a liquidez e a exigibilidade da obrigação. Porque todos
os outros pressupostos processuais têm de estar preenchidos.
Pressupostos processuais
1. Patrocínio judiciário
Também na ação executiva, há situações em que é obrigatória a constituição de
mandatário. No processo declarativo é obrigatório a constituição de mandatário nas
causas em que seja admissível recurso ordinário e nos termos do art.629º o recurso
ordinário é admissível naquelas causas cujo valor exceda a alçada do tribunal a que
se recorre. E se vamos recorrer num tribunal de 1ª instância, sabemos que a sua
alçada é de 5.000€, logo, só há recurso quando o valor exceda os 5.000€. logo, é
obrigado a haver advogado nas causas cujo valor seja superior a 5.000€.
O legislador, no processo executivo é menos exigente. Nos termos do art.58º, só é
obrigatório a constituição de mandatário, naquelas ações executivas cujo valor seja
superior à alçada da Relação. Portanto, já sabemos que, regra geral, uma ação
executiva até 30.000€ não obriga à constituição de mandatário judicial.
Mas, na ação executiva podem correr por apenso procedimentos que sigam a forma
do processo declarativo. Ex.: a oposição à execução dá origem a um processo
declarativo que ocorre paralelamente ao processo executivo. E se nessa oposição, o
valor da execução for superior a 5.000€, então nesse incidente declarativo, é
obrigatória a constituição de mandatário. Ex.: temos uma execução cujo valor é de
20.000€ (é isto que se pretende executar). O executado vai agora opor-se à execução
mediante embargos de executado. Reparem que para a execução não era
obrigatória a constituição de mandatário nos termos do art.58º/primeira parte.
Porém, se formos ao art.732º/nº2 vimos que o processo declarativo vai correr
paralelamente à execução e, portanto, estamos perante um procedimento da ação
executiva que segue a forma do processo declarativo e seguindo a forma do
processo declarativo, as regras que lhe vamos aplicar, são as do processo
declarativo. Logo, embora na ação executiva não fosse obrigatória a constituição de
mandatário, na oposição é necessário porque estamos perante uma causa de um
processo declarativo que admite recursos ordinário e nestas causas é obrigatória a
constituição de mandatário. Logo, quer o exequente, quer o executado têm de
constituir mandatário.
12/10/2018
2. Competência
2.1 Matéria
- Quanto à matéria são competentes os tribunais judiciais;
2.2 Hierarquia
- Quanto à hierarquia a competência é sempre dos tribunais de 1ª instância. E
sabemos no que diz respeito à 1ª instância, os tribunais se distinguem em tribunais
de comarca e de competência territorial alargada. E sabemos que os tribunais de
comarca podem ser de competência especializada e de proximidade; e os de
competência especializada dividem-se em juízos centrais cíveis, juízos locais cíveis e
os juízos de execução;
2.3 Território
- Quanto ao território há que fazer uma distinção que diz respeito à competência
que é consoante o TE seja judicial ou TE extrajudicial.
TE JUDICIAL
Diz-nos o art.85º “Na execução de decisão proferida por tribunais portugueses o
requerimento executivo é apresentado no processo em que aquela (decisão) foi
proferida (…)”. Significa que se a decisão foi proferida nos juízos locais ou centrais,
a execução da decisão proferida por estes tribunais, é apresentado no processo onde
a decisão foi proferida. “(…) correndo a execução nos próprios autos e sendo
tramitada de forma autónoma (…)”, portanto, quando estamos a executar decisões
judiciais proferido por juízos centrais cíveis ou juízos locais cíveis a execução corre
nos próprios autos do processo declarativo de forma autónoma, de forma própria.
“(…) exceto (ou seja, a execução deixa de correr nos próprios autos da ação
declarativa) quando o processo tenha, entretanto, subido em recurso”. Se o
processo declarativo subiu em recurso e se, entretanto, se iniciou a execução esta
decorre no translado (translado é uma certidão da sentença). Quanto ao nº2 do
mesmo artigo este diz o seguinte: “quando, nos termos da lei de organização
judiciaria, seja competente para a execução o juízo de execução, deve ser remetida
a esta, com caráter de urgência, cópia da sentença, do requerimento que deu início
à execução e dos documentos que o acompanham”. Isto significa que quando temos
uma execução de uma decisão, o requerimento é apresentado, a execução vai
decorrer nos próprios autos, mas se nos termos da lei da organização judiciaria for
competente o juízo de execução, a secretaria remete o processo para o juízo de
execução.
Mas temos de conjugar o art.85º com o art.626º. No art.85º dizia-se que a execução
era tramitada de forma autónoma, mas diz o art.626º/nº1: “A execução da decisão
judicial condenatória inicia-se mediante requerimento, ao qual se aplica, com as
necessárias adaptações, o disposto nos artigos 724º e ss., salvo nos casos de
decisão judicial condenatória proferida no âmbito do procedimento especial de
despejo”. Nº2: “sem prejuízo no disposto no nº3 do art.550º, a execução da decisão
condenatória no pagamento de quantia certa (…)” vejamos, nós já sabemos que
para uma decisão ser TE tem de ser uma sentença condenatória e sabemos que nem
todas as sentenças condenam no pagamento de uma quantia certa pois podem
condenar noutro tipo de prestações. Sabemos também que quando o TE é uma
decisão judicial, nos termos do art.85º, o requerimento é apresentado no processo
onde a decisão foi proferida tramitando sob forma autónoma, salvo nos casos em
que por força do recurso o processo tenha subido para o tribunal superior e que nos
termos da lei da organização do sistema judiciário, se existir juízo de execução, deve
ser movido para este juízo de execução com caráter de urgência. MAS, se a decisão
judicial, para alem de condenatória, condenar no pagamento de quantia certa, diz o
art.626º/nº2 que nesse caso: “(…) segue a tramitação prevista para a forma
sumária, havendo lugar à notificação do executado após a realização da penhora”.
Portanto, tratando-se de decisão judicial condenatória, mas que condene no
pagamento de uma quantia certa, diz a lei que já não tem a tal tramitação autónoma
como refere o art.85º/nº1 e assim sendo, tem a forma do processo sumário e o
executado não é citado, mas sim notificado, mas só o é depois de ter os seus bens
penhorados.
TE EXTRAJUDICIAL
Quando não estivermos perante TE judicial a regra está no art.89º. Diz o art.89º/nº1:
“Salvo os casos especiais previstos noutras disposições, é competente para a
execução o tribunal do domicílio do executado (…)” aqui, como não há decisão
judicial, temos os juízos de execução como tribunais competentes e ao nível do
território é o do domicílio do executado. “(…) podendo o exequente optar pelo
tribunal do lugar em que a obrigação deva ser cumprida quando o executado seja
pessoa coletiva ou quando, situando-se o domicílio do exequente na área
metropolitana de Lisboa ou do Porto, o executado tenha domicílio na mesma área
metropolitana”. Portanto, REGRA é o domicílio do executado, mas o exequente
pode optar por outro tribunal como o do lugar onde a obrigação devia ser cumprida
e é necessário para que isso aconteça que o executado seja pessoa coletiva ou então
que exequente e executado tenham domicílio da mesma área metropolitana de
Lisboa ou Porto. Depois diz o nº2: “Porém, se a execução for para entrega de coisa
certa ou por dívida com garantia real, são respetivamente competentes o tribunal
do lugar onde a coisa se encontre ou o da situação dos bens onerados”. Ou seja,
quando se trata de executar um TE extrajudicial, as regras são: tribunal do domicilio
do executado, regra geral; ou tratando-se de execução para entrega de coisa certa
ou para executar uma dívida com garantia real, será competente o tribunal do lugar
onde a coisa se encontre.
OU SEJA,
Se estivermos a executar uma sentença a sentença tem de ser proferida num
processo declarativo, só que, se não se cumprir a ordem que está na sentença, ela
tem de ser executada e já sabemos que, para ser executada a sentença tem de ser
condenatória.
Pergunta: onde vou propor esta ação executiva?
- Já sabemos que para haver um processo executivo, tem de haver um requerimento
executivo (em vez da PI). E quando se trata de TE judicial, o requerimento é
apresentado no tribunal onde foi proferida a ação. E se estamos perante um
processo declarativo, das duas uma: ou decorreu num juízo central; ou decorreu
num juízo local. Portanto, a ação executiva há de ser apresentada no juízo local ou
no juízo central onde decorreu o processo declarativo.
E agora, das duas uma: ou a sentença condenatória condenou no pagamento de
quantia certa e se assim for, vamos para o art.626º; se tiver condenado noutra coisa
qualquer, é o art.85º.
Qual é a diferença entre o art.626º e o art.85º?
- O art.85º diz que a execução é tramitada de forma autónoma e o 626º diz que a
tramitação segue a forma do processo sumário e o executado só é notificado depois
da penhora.
Em todas as situações, o que é que depois o tribunal onde foi recebido o RE vai fazer?
- De acordo com a lei do sistema judiciário, vai remeter para o tribunal que em razão
da matéria tem competência especializada nas execuções – os juízos de execução.
Se o TE for extrajudicial não existe nada disto porque não há nenhuma sentença.
Então a regra é o domicílio do executado. O nº2 do art.89º tem uma diferença por
causa da especialidade, é porque se se tratar de uma execução para entrega de coisa
certa, obviamente que o tribunal mais competente, será o do lugar onde a coisa se
encontra. A mesma coisa se passa quando estamos a executar dívidas com garantias
reais, ex.: hipoteca.
NOTA: Quando dermos o art.550º, não confundir – este só se aplica nas execuções
de decisões judiciais nos casos em que esta não deva ser executada no próprio
processo.
16/10/2018

3. Legitimidade
Ao contrário do que se passa na ação declarativa, a legitimidade no processo executivo
determina-se de uma maneira formal e determina-se através do TE. Tem legitimidade
para propor a ação como exequente a pessoa que no TE figure como credor; e tem
legitimidade passiva a pessoa que no TE figure como devedor. Obviamente que se o TE
for ao portador não vai constar no TE quem é o credor e nessa situação tem legitimidade
ativa a pessoa que seja a portadora do TE (art.53º CPC).
O art.54º tem uma série de desvios à regra geral da determinação da legitimidade. São
eles:
1. Nº1 - No caso de ter havido sucessão no direito ou na obrigação. Ou seja, se a
pessoa que figurava no TE como credor ou devedor, morreu e se o crédito ou a
dívida tiver sido cedida. “Tendo havido sucessão no direito ou na obrigação,
deve a execução correr entre os sucessores das pessoas que no título figuram
como credor ou devedor da obrigação exequenda”, portanto a execução deve
correr contra os respetivos sucessores. Essa sucessão faz-se da forma que consta
na parte final do nº1 do art.54º “no próprio requerimento para a execução o
exequente deduz os factos constitutivos da sucessão”, portanto, no próprio
requerimento executivo, o exequente deve alegar os factos que constituem
aquela hipótese de sucessão.
2. Nº2 - No caso de haver uma ação executiva em que a obrigação de dívida está
dotada de garantia real sobre bens de terceiro. O terceiro não é o devedor, o
terceiro garantiu a dívida com o seu património. Trata-se de uma garantia real
sobre bens de terceiro, mas este não é o devedor, mas sim o garante. Ex.:
hipoteca. Então, se o terceiro não é o devedor, ele não consta no TE e por isso é
que se diz que há um desvio. Mas diz a lei que nesse caso se o credor, se o
exequente quiser fazer valer-se da garantia real, tem de intentar ação executiva
contra o terceiro por duas ordens de razão: primeira, porque a lei diz e isto
porque há uma regra de ouro no processo executivo que não tem exceção, é que
só podem ser penhorados bens de quem for executado. Portanto, o terceiro
como não é devedor e para que o bem dado em garantia real seja penhorado ele
tem de ser parte na ação.
3. Nº3 – nos casos em que o exequente não demandou logo o devedor principal,
só intentou ação contra terceiro, dono do bem onerado e vem a verificar-se que
o bem era insuficiente e, então diz a lei que deve chamar o devedor.
4. Nº4 – aqui o devedor, para alem de ser devedor, também deu de garantia algum
bem seu.
Por sua vez, o art.55º trata de uma outra situação ainda mais especial. No caso julgado,
a regra é da sua eficácia relativa e isto significa que o caso julgado só se produz sobre
quem foi parte no processo onde a sentença foi proferida. Mas há situações excecionais
em que a sentença produz caso julgado a quem não foi parte. São os casos de
intervenção de terceiros onde esses mesmo terceiros não aparecem. Mas a sentença
proferida nesses processos vai proferir caso julgado contra ele. Vejamos, eles não
constam na sentença, eles não foram parte, mas a eficácia do caso julgado abrange
terceiros que não foram parte. Ex.: situações de direito ou coisa litigiosa transmitida
durante a pendência da ação. Como por exemplo, A. intenta ação contra B. onde se
discute a titularidade do bem X. Portanto, B. que estava na posse do bem, arroga-se do
mesmo e A. intenta ação contra B. para que o tribunal reconheça que A. é que é o
proprietário do bem. E na pendência da ação, B. vende o bem a C. e deveria dar-se aqui
uma substituição processual só que o C. pura e simplesmente não aparece. Logo, a
sentença que vier a ser proferida vai abranger C. e, portanto, quando A. executar C. este
não pode alegar que não foi parte no processo.
Formas do processo comum executivo
Finalidades da ação executiva:
- Para pagamento de quantia certa – forma ordinária ou sumária;
- Entrega de coisa certa – forma única;
- Prestação de factos – forma única.
Quanto à forma do processo comum:
Nas ações executivas para entrega de coisa certa e para prestação de factos, o processo
segue a forma única; nas ações executivas para pagamento de quantia certa, o processo
pode seguir forma ordinária ou sumária.
No processo executivo para pagamento de quantia certa o que pode influenciar a forma
são dois fatores:
1. A natureza do TE;
2. E o valor do TE.
Art.550º
Nº4 - “O processo comum para entrega de coisa certa e para prestação de facto segue
forma única”.
Nº1 – “O processo comum para pagamento de quantia certa é ordinário ou sumário”
Nº2 – “Emprega-se o processo sumário nas execuções baseadas: (…)”. Portanto, nas
situações previstas no nº2 do art.550º a execução para pagamento de quantia certa,
segue a forma sumária. Mas atenção, não nos podemos esquecer das situações do
art.85º e 626º.
a) “Em decisão arbitral (…)”. Se o processo declarativo correr não num tribunal
estadual, mas num tribunal arbitral e se agora se pretende executar essa decisão,
a forma do processo é sumária; “(…) ou judicial nos casos em que esta não deva
ser executada no próprio processo”. Porque quando ela deva ser executada no
próprio processo, temos o art.85º e 626º/nº2.
b) “Em requerimento de injunção ao qual tenha sido aposta fórmula executória”.
Portanto, o credor não tinha TE, para obter o TE recorreu ao procedimento da
injunção, pelos vistos o requerido não se opôs e não se tendo oposto o
requerimento de injunção passou a ter força executiva. Ora, uma execução
tendo como TE um requerimento de injunção ao qual foi aposta a forma
executória, segue a forma de processo sumário.
c) “Em título extrajudicial de uma obrigação pecuniária vencida, garantida por
hipoteca ou penhor”. Portanto, se tivermos um documento extrajudicial e se a
dívida estiver garantida por hipoteca ou por penhor, segue a forma de processo
sumário.
d) “Em título extrajudicial de obrigação pecuniária vencida cujo valor não exceda
o dobro da alçada do tribunal de 1ª instância” (10.000€). Portanto, se tivermos
um TE extrajudicial cuja dívida não esteja garantida com hipoteca ou penhor e o
seu valor não exceda o sobro da alçada do tribunal de 1ª instância, segue a forma
sumária. Se exceder, segue a forma ordinária. A al. c) e a al. d) têm em comum o
facto de ambas pressuporem a existência de um TE extrajudicial que contenha
uma dívida pecuniária vencida. A diferença é que na al. c), qualquer que seja o
valor, desde que a dívida esteja garantida por hipoteca ou penhor, segue sempre
a forma sumária; na al. d), a dívida não está garantida por hipoteca ou penhor e,
como tal, só segue a forma sumária se o valor não exceder os 10.000€.
For a estes casos acima referidos, a ação segue a forma ordinária.
Mas, ainda que se aplique alguma das situações do nº2 do art.550º, ainda que em
princípio se aplique a forma sumária, pode deixar de se aplicar a forma sumária para se
aplicar a forma ordinária, nas situações do nº3 do art.550º.
Nº3 – “Não é, porém, aplicável a forma sumária” se:
a) “Nos casos dos art.714º e 715º”. Que são situações em que faltam algumas
caraterísticas da obrigação exequenda (certa, líquida e exigível). Nos casos
destes dois artigos, falta a exigibilidade e a liquidez e ainda que se pudesse
aplicar o nº2, não se aplica, ou seja, a execução segue a forma ordinária.
b) “Quando a obrigação exequenda careça de ser liquidada na fase executiva e a
liquidação não dependa de simples cálculo aritmético”.
c) “Quando, havendo TE diverso de sentença (será sempre extrajudicial) apenas
contra um dos cônjuges, o exequente alegue a comunicabilidade da dívida no
requerimento executivo”. Nestas situações o juiz vai ter de apreciar se a dívida
é ou não comunicável e é em título diverso de sentença porque se fosse
sentença, no processo declarativo, o autor tinha de intentar a ação contra os
dois.
d) “Nas execuções movidas apenas contra o devedor subsidiário que não haja
renunciado ao benefício da excussão prévia”. Portanto, se a ação executiva for
movida apenas contra o fiador (devedor subsidiário), nos casos em que ele não
renunciou ao benefício, ainda que se pudesse aplicar o nº2 do art.550º, a ação
segue a forma de processo ordinário.
19/10/2018
Tramitação inicial do processo ordinário
1. Entrega do requerimento executivo
O processo ordinário de execução para pagamento de quantia certa inicia-se com a
entrega do requerimento executivo dirigido ao tribunal da execução (art.724º). Este
artigo enumera os requisitos que devem constar desse requerimento executivo.
Quais importam saber:
Al. d); al. e); al. f); al. g); al. h) e nº4.
No nº 5 há uma nuance que importa esclarecer – quando o requerimento executivo é
entregue por mandatário judicial, seja ele obrigatório ou não o patrocínio, o advogado
está obrigado a enviar o requerimento por via eletrónica sob pena de pagamento de
multa. E diz o nº 5: “Quando a execução se funde em título de crédito e o requerimento
executivo tiver sido entregue por via eletrónica, o exequente deve sempre enviar o
original para o tribunal, dentro dos 10 dias subsequentes à distribuição (…)”. Portanto,
quando a execução se funda num título de crédito que seja enviada por via eletrónica e
nesse caso tem de ser enviar uma cópia do título de crédito, mas depois temos 10 dias
contados a partir da distribuição do processo para enviar o original. “(…) na falta de
envio, o juiz, oficiosamente ou a requerimento do executado, determina a notificação
do exequente para, em 10 dias, proceder a esse envio, sob pena de extinção da
execução.”
Quanto ao nº 6 este diz-nos quando é que o requerimento se considera apresentado. É
que não basta enviar o requerimento. Vejamos – “(…)”. Um dos requisitos do
requerimento executivo é a indicação do agente de execução que vai tomar conta do
processo e, portanto, só se considera apresentado na data em que estiver paga a
quantia devida ao agente de execução.
Entregue o requerimento executivo, o passo seguinte é:
2. Secretaria
A secretaria vai fazer uma de duas coisas, ou aceita o requerimento executivo ou recusa
o requerimento executivo. E também aqui a lei nos diz os casos em que a secretaria deve
recusar o requerimento executivo (art.725º).
Se a secretaria aceita porque não se verificou nenhum dos fundamentos para a recusa,
o passo seguinte é:
3. Despacho liminar
Quando a secretaria aceita faz o processo concluso ao juiz para que este profira
despacho liminar, sendo este uma regra no processo executivo ordinário (art.726º).
E o despacho liminar pode assumir várias possibilidades:
- De indeferimento e este pode ser total ou parcial;
- Despacho convite ao aperfeiçoamento;
- De citação.

4. Citação para pagar ou opor-se


Portanto, no processo ordinário podemos retirar outra regra, é que a citação é prévia à
penhora. Ao contrário do que se passa no processo sumário, onde o executado só é
chamado depois da penhora.
Mas esta citação prévia pode ser dispensada se requerida. Então diz-nos o art.727º/nº1
- “O exequente pode requerer que a penhora seja efetuada sem a citação prévia do
executado, desde que alegue factos que justifiquem o receio de perda da garantia
patrimonial do seu crédito e ofereça de imediato os meios de prova”. Portanto, mesmo
no processo ordinário, o exequente, no requerimento executivo, pode desde logo
requerer a dispensa de citação prévia desde que alegue factos que justifiquem o receio
de perda da garantia patrimonial.
Tramitação inicial do processo sumário
Art.855º/nº1: “O requerimento executivo e os documentos que o acompanhem são
imediatamente enviados por via eletrónica, sem precedência de despacho judicial (…)”
ou seja, no processo sumário não há despacho liminar. A secretaria recebe e envia
imediatamente por via eletrónica ao agente de execução. Porque agora o agente de
execução ao receber o requerimento executivo, é ele que agora vai fazer o papel da
secretaria (al. a)) bem como (al. b)) “suscitar a intervenção do juiz quando se lhe afigure
provável a ocorrência de alguma das situações previstas nos nº 2 e 4 do art.726º, ou
quando duvide da verificação dos pressupostos de aplicação da forma sumária”.
Portanto, se o agente de execução não recusar o requerimento executivo (porque não
se verifica nenhuma das situações do art.725º) vai ter de analisar aquilo agora não só a
nível de aspetos formais que lhe podiam justificar a recusa, e se lhe afigurar provável
que ocorram alguma das situações do art.726º/nº 2 e 4, o agente suscita a intervenção
do juiz. E se estiver tudo bem, diz-nos o nº3: “Se o requerimento for recebido e o
processo houver de prosseguir, o agente de execução inicia as consultas e diligências
prévias à penhora, que se efetiva antes da citação do executado”.
Fundamentos da aplicação do processo sumário
Aqui a penhora é prévia à citação e é assim porque nós temos de saber quais são os TE
que fundamentam a aplicação do processo sumário e, portanto, são TE onde que há
uma certeza muito elevada de que o executado sabe que deve. Ou porque houve uma
sentença; ou porque houve um requerimento de injunção do qual ele deve ter sido
notificado e se não se opôs é porque sabe; ou porque celebrou um contrato com alguém
no qual existe uma garantia real e mesmo que não haja garantias reais, se o valor for
superior a 10.000€, o legislador entende que a agressão ao património do executado
não é assim muito grave e por isso justifica que a penhora seja feita previamente à
citação.
Art.856º/nº1 – “Feita a penhora, é o executado citado para a execução e, em
simultâneo, notificado do ato de penhora (…)”, portanto, uma vez feita a penhora, é
dado a conhecer ao executado, duas coisas: uma é que contra ele foi proposta uma ação
executiva e nisso é citado; e, simultaneamente, é-lhe também comunicado que foi feita
uma penhora. E por isso é-lhe dado um prazo para se opor, quer à execução, quer à
penhora.
No processo ordinário, citado o executado ou citado no processo sumário já depois da
penhora feita, o executado tem sempre a hipótese de se opor à execução. E no processo
executivo, a oposição à execução toma o nome de embargos de executado.
E isto é importante porque os fundamentos da oposição, têm uma possibilidade
diferente consoante o TE seja uma sentença ou diferente da sentença. E é assim porque
se o TE é uma sentença, o executado já foi réu e se já foi réu, já teve possibilidade de se
defender no processo declarativo.

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