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e funções
Guia do professor
Experimento
Câmara escura
Objetivos da unidade
1. Motivar o estudo de relações de proporcionalidade direta e inversa
a partir da observação de um fenômeno físico.
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Conteúdos
Razão e Proporção: Proporcionalidade direta; Proporcionalidade inversa;
Função Afim: Gráfico e coeficientes.
Objetivos
1. Motivar o estudo de relações de proporcionalidade direta e inversa a partir
da observação de um fenômeno físico.
Duração
Uma aula dupla.
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Propor aos alunos atividades que se diferenciam de uma aula tradicional
é, sem dúvida, prazeroso e necessário nos dias de hoje. Procedimentos
desse tipo vêm sendo desenvolvidos com certo sucesso. Aqui, propomos
aos alunos a confecção, manipulação de objetos, experiências dentro e fora
da sala de aula: o objetivo será construir e explorar uma câmara escura de
orifício, através da qual obteremos muitas informações e conhecimentos.
Além de tornar a aula mais prática e dinâmica, esse trabalho relaciona
conceitos matemáticos com os de outras áreas, de forma interdisciplinar,
como a ótica geométrica, em Física; a visão, em Biologia; e a história
de como se fotografava antigamente.
O experimento nos permitirá, também, tratar com os alunos alguns
conceitos matemáticos, dentre eles, a proporcionalidade direta e inversa.
Este experimento permitirá também que trabalhemos a confecção e o uso
de tabelas e gráficos, interpretando-os e obtendo conclusões, habilidades
importantes que devem ser adquiridas pelos alunos.
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A descoberta que levou ao processo fotográfico foi a câmara escura. Alguns
historiadores indicam o aparecimento da câmara aproximadamente por
volta do século V a.C.. No século XI, a câmara foi utilizada para observar um
eclipse solar. Essa câmara era como uma pequena sala, onde as pessoas
entravam e, do lado de dentro, onde havia plena escuridão, acompanha-
vam a projeção de objetos que se encontravam do lado de fora da câma-
ra, iluminados pelo sol. Essa projeção acontecia sobre um tecido branco
colocado na parede oposta ao orifício no qual a imagem projetada era
invertida em relação à imagem original. Nos séculos seguintes, a câmara
escura se tornou comum entre os sábios europeus para a observação de
eclipses solares sem que houvesse prejuízo aos olhos. No século XIV, foi
utilizada como auxílio nos desenhos e nas pinturas. Os pintores faziam
uso de câmaras portáteis, projetando a imagem em uma tela e pintando
por cima dela. A fixação da imagem, isto é, a fotografia, só foi possível
depois de muitos séculos após o surgimento da primeira câmara escura,
no século XVIII.
Desde o tempo em que as câmaras escuras eram salas escuras, já eram
obtidas boas imagens. Entretanto, qual era o procedimento? É o que vamos
tentar descobrir no nosso experimento.
=k_WZefhe\[iieh ( % ''
E[nf[h_c[dje
Comentários iniciais
O desenvolvimento deste experimento se dá em dois momentos. Um deles
é a confecção da câmara escura, o que por si só já é enriquecedor, uma vez
que propicia ao aluno a aquisição de habilidades de manuseio, observação
e percepção, além de transportá-lo a uma realidade diferente: como seria
uma câmara fotográfica? A construção de uma delas é apresentada na
primeira etapa.
Depois, na segunda etapa, há uma exploração da câmara construída:
a observação, as conclusões e a descoberta da matemática ali presente.
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A
C
B
fig. 1
B
fig. 2
=k_WZefhe\[iieh ) % ''
;jWfW( Exploração com a câmara
É conveniente que esta etapa do experimento seja realizada fora da sala
de aula. Os alunos devem, é claro, levar para lá o material necessário: fita
métrica, tiras de cartolina, caderno e lápis para anotações.
O principal objetivo é a construção de tabelas usando os dados das
coletas de medidas, para posterior obtenção de duas relações algébricas.
A primeira delas será feita utilizando uma tira de cartolina em cada vez. Os
alunos se afastam ou se aproximam da caixa, obtendo, assim, para cada
tira, a distância do objeto à caixa, a fim de que a imagem se enquadre
no anteparo, ou seja, fique igual a . A relação algébrica, como será visto
no fechamento, é do tipo , onde é uma constante positiva que
depende da câmara construída pelo grupo.
Da mesma maneira, na segunda relação, os alunos utilizarão uma tira de
cada vez, mas, nesse caso, o anteparo é aproximado ou afastado do orifício
da câmara, obtendo, assim, para cada tira, a relação entre sua medida e a
distância entre o anteparo e o orifício. Essa relação é do tipo ,
onde é uma constante positiva que depende da câmara construída pelo
grupo.
É bom orientar os alunos sobre o cuidado que devem ter com as posições
corretas dos objetos, anteparo, tiras e nas próprias medições, bem como
com os objetos usados na sua obtenção. Essa orientação é importante,
pois quanto mais precisa for a medida, mais chance terá o experimento de
fornecer as relações algébricas procuradas.
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<[Y^Wc[dje
Após a coleta de dados obtidos na Etapa 2, os alunos deverão representar
os pontos em dois sistemas de eixos cartesianos: um relativo a
e outro relativo a . O objetivo é que os alunos reflitam sobre uma
possível curva que se ajuste a cada um dos conjuntos de pontos obtidos.
As tabelas 1 e 2 retratam os dados ideais obtidos para o experimento,
dada uma determinada câmara construída. Seja paciente com a falta de
precisão dos dados, porque isso acontece em muitos experimentos.
=k_WZefhe\[iieh * % ''
Relação entre as grandezas To e Do
To (cm) Do (cm)
10 30
15 45
20 60
25 75
30 90
35 105
40 120
45 135
50 150
55 165
Te = 5 cm De = 15 cm
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Obtenção da relação matemática entre To e Do
A figura a seguir mostra uma representação da situação da Ilustração 1.
Observe que os triângulos e são semelhantes. Note
também que, a partir disso, as alturas e dos respectivos triângulos
estão na mesma razão de semelhança. Logo, vale a relação
,
isto é,
.
To Do P De Te
B
fig. 4
=k_WZefhe\[iieh + % ''
Proporcionalidade Direta
Definição
Duas grandezas são diretamente proporcionais se existe uma correspon-
dência , que associa a cada valor de uma delas um valor
bem determinado da outra, de tal modo que seja válida a seguinte
condição:
Se a um valor corresponde o valor e é um número qualquer
positivo, então o valor que corresponde a é . Em símbolos mate-
máticos, se então .
Essa correspondência é chamada proporcionalidade direta.
Observação
Para verificar que uma correspondência é uma proporcionalidade direta,
basta verificar a validade da condição dessa definição para o caso em que
é um número natural e verificar que, quanto maior for , maior será ,
ou, em símbolos matemáticos, se e , então implica
.
Essas afirmações decorrem do Teorema Fundamental da Proporcio-
nalidade, cujo enunciado é o seguinte.
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Proporcionalidade direta e fator de proporcionalidade
Dada uma proporcionalidade direta , o número , que indica o
valor de correspondente a , é chamado fator de proporcionalidade.
Então, pela definição anterior, obtemos que o valor correspondente a
é .
Assim, destacamos:
Se é uma proporcionalidade direta, existe uma constante positiva,
chamada fator de proporcionalidade, tal que para todo .
A recíproca é imediata: se existe uma constante a positiva tal que
, para todo , então é uma proporcionalidade direta.
Então, a definição de grandezas diretamente proporcionais também
pode ser dada por:
Curiosidade
Duas grandezas são diretamente proporcionais se existe uma constante
positiva tal que , para todo .
=k_WZefhe\[iieh , % ''
Inclinação e coeficiente linear
A reta que contém os pontos , e passa pela origem. Sua inclinação
em relação ao eixo , ou seja, o seu coeficiente angular, é dada pela
tangente do ângulo que ela forma com esse eixo. Assim, se tomamos
e , obtemos o coeficiente angular da reta
dado por
.
ax2 P2
ax2 – ax1
P1
ax1
x2 – x1
x1 x2 x
fig. 5
Definição
Uma função é chamada função linear se, para todo ,
o valor é dado por , onde é uma constante real.
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Voltando ao experimento
Observamos que no experimento as variáveis e são relacionadas
por
,
onde é uma constante. Assim, a correspondência entre e
é uma proporcionalidade direta, com fator de proporcionalidade ,
que, no caso dos dados obtidos, é igual a 3. É esperado que, considerando
as possíveis imprecisões nas medições, os pontos da representação gráfica
feita pelos alunos estejam próximos de uma reta passando pela origem
e com inclinação igual ou próxima a 3.
Função afim
O professor pode aproveitar a oportunidade para introduzir aos alunos
o conceito de função afim.
Adicionando uma constante à segunda coordenada de cada ponto do
gráfico de uma função linear, obtemos uma translação desse gráfico, de
unidades na direção do eixo dos . O conjunto de pontos obtidos por essa
translação é uma nova reta, paralela à primeira e, portanto, com coeficiente
angular também igual a e que intersecciona o eixo dos no ponto .
Essa reta representa o gráfico de uma função chamada função afim.
Definição
Uma função é chamada função afim se, para todo ,
o valor é dado por , onde e são constantes.
Observação
Da mesma maneira como feito para uma proporcionalidade direta, podemos
constatar que o gráfico de uma função afim é uma reta.
=k_WZefhe\[iieh - % ''
Caso relativo à Tabela 2
Como no caso anterior, a tabela 2 e o gráfico correspondente deverão
ser analisados. O propósito é encontrar uma expressão que relacione as
grandezas e .
A figura mostra a tabela 2 com os dados obtidos na segunda coleta e a
representação gráfica correspondente.
To (cm) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
De (cm) 25.00 16.60 12.50 10.00 8.33 7.14 6.25 5.55 5.00 4.54
Te = 5 cm Do = 50 cm
Proporcionadade inversa →
fig. 6
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Obtenção da relação matemática entre To e De
Novamente, da semelhança entre os triângulos e , obtemos
,
isto é,
.
To Do P De Te
B
fig. 7
Proporcionalidade inversa
Definição
Duas grandezas são inversamente proporcionais se existe uma corres-
pondência que associa, a cada valor de uma delas, um valor
bem determinado da outra, de tal modo que seja válida a seguinte
condição:
Se a um valor corresponde o valor e é um número qualquer
positivo, então o valor que corresponde a é .
=k_WZefhe\[iieh . % ''
Em símbolos matemáticos, se então .
Essa correspondência é chamada de proporcionalidade inversa.
Definição
Duas grandezas são inversamente proporcionais se existe uma constante
positiva tal que , para todo .
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Representação gráfica de uma proporcionalidade inversa
Informe aos alunos que a curva que passa pelos pontos tais que
, com e é uma constante positiva, é um ramo da curva
denominada hipérbole. Um estudo das cônicas, que inclui as hipérboles,
é feito em Geometria Analítica na terceira série do Ensino Médio.
fig. 8
=k_WZefhe\[iieh / % ''
Sugestão ao professor
Explorar problemas práticos em que se utiliza a regra de três. Ver Temas
e Problemas, p. 18-20.
Explorar exemplos em que aparecem grandezas que não são nem dire-
tamente proporcionais, nem inversamente proporcionais.
Desenvolver a teoria de grandeza proporcional em várias outras. Ver
Temas e Problemas, p. 10-12.
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Este experimento pode abordar também outros temas, a saber:
Introdução ao conceito de função ao obter a dependência entre as variáveis
e , ou entre e apresentadas no experimento;
Introdução à geometria analítica no estudo das equações das retas e na
introdução às cônicas, especificamente às hipérboles;
Introdução ao conceito de semelhança de figuras espaciais, assim como
homotetia.
fig. 9
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Nela vemos que a imagem do polígono aparece invertida no
anteparo e as pirâmides e são semelhantes
com razão de semelhança igual a
.
Os dois polígonos são semelhantes e, devido à posição em que se
encontram, são homotéticos, com razão de homotetia (inversa) igual
a , sendo que o centro da homotetia é o ponto , o orifício
da câmara. Veja mais sobre esse assunto, por exemplo, em [Rezende
e Queiroz].
Também, sob um aspecto interdisciplinar, pode ser explorado como é
o processo de formação de imagens, o caminho do raio de luz e a imagem
que se forma na retina do olho.
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Ávila, G.. Ainda sobre a regra de três. Revista do Professor de Matemática.
São Paulo, n.9, p.1-9, 1986.
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