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“DESAPRENDER”
o português?
10 LIÇÕES
FÁCEIS
para acabar com o
“ACHISMO”!
Por Sérgio Nogueira
O professor do Soletrando
Pare de cometer erros
bobos e ganhe pontos na
vida profissional
Sabia que só 8% dos brasileiros são considerados proficientes
em português? Ou seja, infelizmente a grande maioria da
população não domina o idioma. Assustador, não é?!
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>> Usa-se o hífen sempre que o segundo elemento
começa com H.
anti-hemorrágico, super-herói, extra-humano, neo-
helênico, supra-hepático
Cuidado!
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E quando não usar hífen
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2- Você sabe... Como
diferenciar os 4 porquês?
Por que
>> E
m perguntas diretas e indiretas, podendo ser
substituído pelas expressões “por qual motivo”, “por
qual razão”.
Posso saber por que você chegou tarde ontem?
(Por qual razão você chegou tarde ontem?)
Gostaria de saber por que você chegou tarde ontem.
(Gostaria de saber por qual motivo você chegou tarde
ontem.)
Ninguém sabe por que ele não apareceu.
(Ninguém sabe por qual motivo/razão ele não apareceu.)
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>> Sempre que a palavra
“motivo” estiver ligada ao
“por que”. Nesse caso, ela
pode vir escrita antes ou
depois do “por que” e até
mesmo estar subentendida
na frase.
Por quê
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Porque
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Repare que não é possível substituir esse “porque” por “por
qual motivo/razão” ou “por que motivo”, por exemplo. Ninguém
diz “Maria ficou alegre por qual motivo João foi transferido” ou
“Maria ficou alegre por que razão João foi transferido”.
Porquê
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3- Você sabe... Como
conjugar estes verbos?
Eu ADIRO ou ADERO?
O presente do indicativo do verbo “aderir” na 1a pessoa do
singular é “adiro”.
Observação 1:
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Presente do indicativo Presente do subjuntivo
Observação 2:
Inserir (insiro)
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Eles DETERAM ou DETIVERAM?
O certo é “detiveram”. O verbo “deter”, como todos os deri-
vados do verbo “ter” (abster, ater, conter, manter, obter, reter...),
deve seguir o modelo do verbo primitivo:
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Ele INTERVIU ou INTERVEIO?
O certo é “interveio”. O verbo “intervir”, como todos os deriva-
dos do verbo “vir” (advir, convir, provir, sobrevir...), deve seguir o
verbo primitivo:
Observações:
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Eu requeiro (presente indicativo)
(Que) Eu requeira (presente do subjuntivo)
Pretérito perfeito
temeu vendeu requereu
do indicativo
Pretérito imperfeito
temesse vendesse requeresse
do subjuntivo
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Observação:
VIMOS ou VIEMOS?
Depende do que queremos dizer. Veja:
Ontem nós vimos a peça. (pretérito
perfeito do indicativo do verbo
“ver”)
Ontem nós viemos à festa.
(pretérito perfeito do indicativo do
verbo “vir”)
Vimos, por meio deste,
reivindicar... (presente do
indicativo do verbo “vir”)
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4- Você sabe... Quando usar
estes pronones?
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Eu VI ELA ou Eu A VI?
Na frase “Eu vi ela”, além do cacófato (viela), o pronome é
mal empregado. “Eles” e “elas”, pronomes pessoais do caso
reto, só podem ser usados na função de sujeito. Como comple-
mentos verbais, usam-se os pronomes oblíquos: o, a, os, as, lhe,
lhes... Portanto, o correto é: Eu a vi.
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inteiras: A diretora quer falar com nós todos; Ela implicou com
nós mesmos; Ele vai viajar com nós que estamos de férias.
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5- Você sabe... Quando não
usar vírgula?
Pior que deixar um texto sem a vírgula correta é colocar vír-
gula onde não existe. A falta de uma vírgula pode até passar
por esquecimento. Já uma vírgula incorreta demonstra desco-
nhecimento da regra. E isso é mais grave.
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o sujeito da segunda ora-
ção (As esposas dos pre-
feitos eleitos no último
pleito) e a locução verbal
“estão organizando”.
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6- Você sabe... Como fazer
concordância
nominal?
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plural, o adjetivo deve também assumir a forma feminina plural para
concordar com ele. Veja como isso também ocorre nas frases:
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Os professores tratam melhor os alunos com dificuldade
de aprendizagem.
Há flores bastantes.
Comprei bastantes frutas.
Li bastantes livros nas férias.
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Quando a palavra “bastante” modifica um adjetivo, ela exerce
o papel de advérbio de intensidade e, como tal, é invariável. Na
frase “Achei bastante diferentes as roupas do desfile”, a palavra
“bastante” modifica o adjetivo “diferentes”, exercendo, assim, o papel
de advérbio. O mesmo acontece em:
SÓ ou SÓS?
A palavra “só” deve ser considerada adjetivo quando tem o sentido
de “sozinho” e, nesse caso, concorda em número com o termo a que
se refere.
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7- Você sabe... Como
concordar com o verbo?
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Mas aí vem a dúvida.
Por que, então, a forma
correta é “Precisa-se de
empregados especializa-
dos” e não “Precisam-se
de empregados especiali-
zados”?
O problema é saber
quando é um caso de voz passiva sintética e quando se trata
de sujeito indeterminado, não é mesmo?
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Concordância com o verbo SER
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A primeira neta sempre FOI ou FORAM suas
alegrias?
O verbo “ser” sempre concorda com a palavra que designa
uma pessoa. Assim, se essa palavra exercer a função de sujeito,
o verbo “ser” concordará com o sujeito:
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Dez bananas É ou
SÃO pouco?
O correto é “Dez bananas é
pouco”. Em expressões com as
palavras “muito”, “pouco”, “demais”,
“bastante”, entre outras, usadas
para indicar quantidade (peso,
medida, preço...), o verbo “ser” deve
permanecer no singular.
Cinco sacos de cimento
é suf iciente para
essa reforma.
Dez horas de avião é demais
para mim.
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8- Você sabe... Qual é
a etiqueta básica da
regência?
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A população anda descrente DOS ou
COM OS homens públicos?
O adjetivo “descrente” só aceita a preposição “de”. Assim,
embora muito utilizada a preposição “com”, a frase correta é: A
população anda descrente dos homens públicos.
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Os motoristas devem obedecer AO ou O
regulamento de trânsito?
Esse é outro caso em que a linguagem coloquial difere da
norma culta. É muito comum encontrarmos o verbo “obede-
cer” como transitivo direto, caso em que o complemento liga-
-se ao verbo sem o auxílio da preposição. Mas, numa situação
de comunicação que requeira o uso do padrão culto da língua,
não podemos esquecer que o verbo “obedecer” é transitivo in-
direto e exige que seu complemento seja iniciado pela preposi-
ção “a”. Devemos, assim, dizer: Os motoristas devem obedecer
ao regulamento de trânsito.
Os alunos obedecem ao professor.
Aquele cachorro não obedece ao dono.
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Logicamente, se tivermos dois complementos, uma “pes-
soa” e uma “coisa”, a “pessoa” será representada pelo objeto in-
direto e a “coisa”, pelo objeto direto.
O inquilino não pagou o aluguel ao proprietário.
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9- Você sabe... Quando aplicar
a crase?
Analise alguns casos que podem gerar dúvidas sobre o empre-
go ou não do acento indicativo de crase.
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O avião chegou ÀS ou AS 15h?
Toda vez que você puder trocar a expressão que indica hora
pela expressão “ao meio-dia”, coloque o acento indicativo da cra-
se. Assim, como podemos dizer que o avião chegou ao meio-dia,
escreva que: O avião chegou às 15h.
O portão fecha às 18h. (O portão fecha ao meio-dia.)
A reunião será das 10h às 14h. (A reunião será das 10h ao
meio-dia.)
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Gosto de passear A ou À pé?
O correto é “Gosto de passear a pé”, sem o acento indicativo
da crase. Isso ocorre porque, para haver crase, é necessário que
existam dois “a”. Nesse caso, temos o “a” preposição, mas falta
o “a” artigo definido, já que palavra masculina não aceita artigo
feminino. Do mesmo modo, não há crase em:
Ele votou a favor.
Viajou a serviço.
Comprei um carro movido a álcool.
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O problema é saber quando o nome de um lugar aceita ser
precedido por artigo.
Para saber isso, há uma dica: troque o verbo “ir” pelo verbo
“voltar”. Se dizemos “Ele voltou de Paris” (e não “da” Paris), é
porque esse nome não aceita artigo. Assim, devemos escrever:
Ele foi a Brasília. (Ele voltou de Brasília.)
Ele foi a Campinas. (Ele voltou de Campinas.)
Vamos a Fortaleza. (Ele voltou de Fortaleza.)
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10- Você sabe... Como evitar
vícios que pegam mal?
Os chamados vícios de linguagem constituem desvio das
normas gramaticais e não acrescentam nada ao que é dito. Ge-
ralmente esses desvios são decorrentes de descuido ou de falta
de conhecimento dos padrões linguísticos. Conheça os princi-
pais vícios e sabia evitá-los!
Pleonasmo vicioso
O pleonasmo vicioso consiste no emprego de palavras ou
expressões com o mesmo sentido, mas que não acrescentam
nada ao que foi dito, tornando-se, assim, uma informação inú-
til. Veja alguns exemplos de pleonasmo vicioso:
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Habitat natural.
Inaugurar novo
Introduzir dentro
Manter o mesmo
Monopólio exclusivo
Novidade inédita
Países do mundo
Panorama geral
Pequenos detalhes
Protagonista principal
Sorriso nos lábios
Subir para cima / Descer para baixo
Surpresa inesperada
Unanimidade de todos
Ver com os próprios olhos
Vereadores da Câmara Municipal
Arcaísmo
Consiste no emprego de palavras ou construções muito an-
tigas que já caíram em desuso. É o que ocorre na frase “Vos-
sa mercê está mui linda”. Veja que foi empregada a expressão
“Vossa Mercê” no lugar de “você” e “mui” no lugar de “muito”.
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porada à língua portuguesa como “abajur” há muito tempo.
Barbarismo
É considerado barbarismo todo erro em relação à forma da
palavra. Assim, qualquer erro de grafia é um barbarismo. Veja
alguns erros comuns e, entre parênteses, a forma correta:
esteje (esteja), seje (seja), menas (menos), refastelar
(refestelar), beneficiente (beneficente), derrepente (de
repente) oque (o que), tenque (tem que), ele quiz (ele
quis), em baixo (embaixo), encima (em cima), advinhar
(adivinhar)...
Erradas Corretas
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púdico pudico (paroxítona)
Estrangeirismo
É um vício de linguagem que consiste no emprego de pa-
lavras ou expressões estrangeiras ainda não incorporadas ao
idioma nacional. É importante lembrar que nossa língua está
repleta de palavras que foram aportuguesadas e são muito
bem aceitas. Veja:
blecaute, chope, detalhe, espaguete, estresse, futebol,
lasanha, nhoque
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bém tem uma forma aportuguesada, por que não escrever “es-
paguete à bolonhesa”, tudo em bom português?
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Cacófato
Consiste na formação de uma palavra inconveniente pela
junção de duas ou mais palavras na frase. Deve ser evitado em
um texto porque, geralmente, produz uma palavra ridícula ou
obscena.
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Colisão
É um vício de linguagem que ocorre quando há uma se-
quência de sons consonantais iguais ou semelhantes. Deve ser
evitado, pois provoca um efeito sonoro desagradável, como em
“A senhora Selma saiu com sua saia suja”.
Eco
Consiste na repetição de um som em uma sequência de
palavras, formando uma rima em um texto em prosa. É consi-
derado um vício de linguagem quando não se trata de obra li-
terária em versos. Veja o exemplo: “A reação da população está
na decisão da eleição”.
Hiato
Ocorre quando há um acúmulo de vogais, provocando um
efeito sonoro desagradável. Veja o exemplo: “Escolha: ou eu ou
o outro. Agora, vá à aula”.
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Textos: Sérgio Nogueira, Carla Tullio (redatora assistente)
Concepção e realização: Gold Editora
• Coordenação: Isabel Moraes • Assistência editorial: Ana Beraldo • Arte: LIT Design
• Capa: Dragões Digitais • Ilustrações: Marcos Müller • Revisão: Sandra Miguel