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Índice
Conteúdo Página
Lista de tabelas ...................................................................................................................... v
Dedicatória ........................................................................................................................... ix
Agradecimentos ..................................................................................................................... x
Resumo ................................................................................................................................. xi
2.4.1.1 Pigmentos................................................................................................................. 18
3.3 Preparação da solução corante a partir do pó de carvão fortificado com anilina .............. 22
3.4 Produção de tinta artificial a partir do solo argiloso do rio Mutamba .............................. 23
4.2 Resultados da produção de tinta artificial a partir do solo argiloso do rio Mutamba ........ 29
CAPITULO V...................................................................................................................... 33
4
5.2 Recomendações.............................................................................................................. 34
Lista de tabelas
Tabela 1- resultados dos testes de aderência da tinta produzida em quatro (4) superfícies…31
6vi
Lista de figuras
Figura 1- Amostra do solo argiloso do rio Mutamba ………………………………………...15
Figura 7A- Pilão de trituração do solo argiloso, Figura 7B- Pó do solo de argiloso formado..25
Figura 10- Demonstração da aderência da tinta produzida a partir solo argiloso em diversas
superfícies após 14 dias de aplicação ………………………………………………...………27
Lista de Siglas
UP- Universidade Pedagógica
PE-Polietileno
Declaração
Eu Anabela Rafael XaiXai declaro que esta monografia é resultado da minha investigação
pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
________________________________________
Dedicatória
Nesta monografia científica é dedicada toda a família Xaixai e Licumba e meus filhos Jazmira
Amosse Licumba e Filen Amosse Licumba
10
x
Agradecimentos
À Universidade Pedagógica, em especial a Delegação de Massinga, com maior destaque para
todos os docentes do Departamento de Ciências Naturais e Matemática pela simpatia e sábia
forma como eles contribuíram para a minha formação;
Obrigado do fundo do coração vai ao meu querido esposo Amosse Licumba por todo apoio,
força e compressão que me deu ao longo desta formação;
E Finalmente agradecer a todos que directa ou indirectamente contribuíram para
concretização do meu sonho.
xi
11
Resumo
Nas margens do rio Mutamba ocorrem solos argilosos não utilizados para a produção de tintas
artificiais sendo somente aproveitados para a confecção de objectos cerâmicos. No âmbito de
dar mais relevância na cadeia de valor dos solos argilosos de Mutamba surge o presente
trabalho com foco na compreensão das potencialidades dos solos argilosos de Mutamba na
produção de tintas artificiais. O trabalho foi desenvolvido tendo como base o método
experimental que compreendeu três (3) etapas principais que foram: a preparação da solução
corante, produção de tinta artificial a partir dos solos argilosos de Mutamba e análise da
resistência da tinta produzida. Os resultados da pesquisa revelaram que os solos argilosos de
Mutamba possuem maior potencial para a produção de tintas artificiais de alta resistência,
porem essas tintas são eficientes quando aplicadas em superfícies interiores devido ao seu
baixo tempo de vida útil quando entram em contacto com água após a secagem.
Palavras-chave: Anilina, Solo argiloso, Tinta artificial.
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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Em tempos em que a sustentabilidade se torna algo tão recorrente no quotidiano da sociedade,
a necessidade de técnicas e de materiais naturais, que podem ser utilizados de forma
convencional e com menores impactos ao meio ambiente, torna-se de extrema importância.
Trata-se, contudo, de um trabalho de carácter exploratório, que propõe alternativas para uma
problemática conhecida, submete-as a ensaios para medir o desempenho conduzindo à
realização de um trabalho que adapta todos os seus materiais e processos à realidade da
autoprodução, ou seja, que utiliza materiais acessíveis e de baixo custo, utilizados em
processos de fácil apreensão e replicação.
Sendo que os solos argilosos possuem boa capacidade de fixação da cor, secagem
relativamente rápida, boa aderência a corantes, plasticidade e capacidade de troca iónica
mostra-se sendo matéria-prima alternativa e viável para a produção de tintas artificiais, daí a
premissa na realização da pressente pesquisa que mostra-se relevante para a população no
geral e em particular a de Mutamba-Distrito de Jangamo.
O trabalho foi realizado tendo como base o método experimental que consistiu na produção
de corante a partir do pó de carvão de cafulos de coco, realização do processo de produção de
tintas artificiais a partir de solos argilosos seguido de testes de resistência da tinta produzida.
1.1 Problematização
O mercado de tintas convencionais está cada vez mais desenvolvido, apresentando uma
infinidade de tintas com funções técnicas especiais. Entretanto as tintas convencionais além
de promover degradação de recursos naturais, pela utilização de derivados do petróleo no
processo de elaboração do produto, depois de prontas, as tintas emitem compostos orgânicos
voláteis que causam poluição atmosférica e, além disso, contêm substâncias que podem
causar diversos danos à saúde (PEREIRA, 2006:7). Diante deste cenário percebe-se então, a
busca por soluções de tintas sustentáveis e que não causam danos à saúde ambiental.
Sendo que os solos argilosos possuem características como boa aderência a corantes
químicos, plasticidade e capacidade de troca iónica, são uma alternativa sustentável e de baixo
custo para a produção de tintas artificiais.
Em Mutamba os solos argilosos não são utilizados para produção de tintas artificiais
mostrando se preocupação no estudo das potencialidades dos solos argilosos na produção de
tintas artificiais de modo a aumentar a cadeia de valor dos solos argilosos naquela região bem
como reduzir a procura de tintas convencionais que causam impactos a saúde ambiental. É
neste contexto que a presente pesquisa orienta-se da seguinte questão de partida: Quais são as
potencialidades dos solos argilosos do rio Mutamba na produção de tintas artificiais?
1.2 Objectivos
Geral
Específicos
1.4 Justificativa
O motivo principal desta pesquisa, deve-se ao facto de a autora pensar em proporcionar a
comunidade de Mutamba e a estudantes conhecimentos sólidos através de uma pesquisa
exploratória sobre potencialidades dos solos argilosos do rio Mutamba para a produção de
tintas artificiais.
Com isso, espera-se aperfeiçoar o processo de produção de tintas a partir de solos argilosos e
gerar referencial teórico para a realização de outros estudos sobre o tema bem como aumentar
a cadeia de valor dos solos argilosos de Mutamba.
1 Legenda
2.3 Argila
Segundo ABRAFATI (2010:46), a argila é um mineral de rochas sedimentares composta de
grãos muito finos de silicatos de alumínio, associados a óxidos que lhe conferem diversas
tonalidades e propriedades.
A outra unidade é constituída pelo octaedro de alumina (figura 3) formado por um átomo de
Al e seis átomos de oxigénio.
Os tetraedros podem ligar-se entre si, formando uma camada contínua, seguindo duas
direcções no espaço, constituindo a estrutura dos filossilicatos. A ligação dos octaedros entre
si também dá origem a uma camada semelhante à anterior (SHREVE, 2008).
Além da água, outros líquidos polares também dão plasticidade às argilas; já líquidos não
polares, como o tetracloreto de carbono, não deixam as argilas plásticas.
2.4 Tinta
Tinta é o nome normalmente dado a uma família de produtos (líquidos viscosos ou sólidos em
pó) que após aplicação sob forma de uma fina camada, a um substrato convertem num filme
sólido opaco (FONSECA, 2007:51).
2.4.1.1 Pigmentos
São divididos em dois principais: base e inerte. Pigmentos bases dão cor à tinta. Compostos
de metais como o chumbo, já foram muito usados na fabricação de pigmentos bases.
Actualmente, os fabricantes de tintas empregam sintéticos (substâncias artificiais) para a
maioria dos pigmentos bases. Os pigmentos inertes são materiais, como carbonato de cálcio,
argila, silicato de magnésio, mica ou talco, que conferem maior durabilidade à tinta (MELLO,
2002).
endurece. Essa acção transforma a tinta em uma película rígida que retém o pigmento sobre a
superfície (CALLISTER, 2002:54).
2.4.1.3 Solventes
São adicionados à tinta para torná-la mais fluida. Algumas tintas são classificadas de acordo
com o solvente. As tintas de látex, por exemplo, são diluídas com água e são chamadas tintas
à base de água. Tintas insolúveis em água requerem solventes orgânicos, como subprodutos
de petróleo (idem).
2.4.1.4 Aditivo
YAMANAKA (2006), define aditivo das tintas a substância que, adicionada às tintas,
proporciona características especiais às mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Existe
uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e vernizes: secantes, anti-
sedimentares, niveladores, antipele, antiespumante, etc.
2.5 Corantes
Corante é toda substância que, se adicionada à outra substância, altera a cor desta. Pode ser
uma tintura, pigmento, tinta ou um composto químico.
Num sentido mais estrito, corantes são substâncias compostas e compostos químicos, tanto
naturais (e suas modificações) quanto sintéticos, relativamente definidos e até puros,
normalmente aplicados na forma de suas soluções, tanto em água quanto em outros solventes,
destacadamente o etanol, que se fixam de alguma maneira, predominantemente por
fenómenos em escala molecular a um substrato, que pode ser um tecido (têxtil), papel e outros
derivados de celulose, cabelo humano e pelos de animais, couro e diversos materiais.
Usualmente, o fundamento básico dos corantes está numa certa insaturação das suas
moléculas, que têm pelo menos uma parte em anéis aromáticos, combinada com uma estrutura
quinóide de complexidade mínima. Existem muitas correlações entre a estrutura química e a
cor, e os conceitos iniciais, enunciados pelos químicos de corantes, ainda têm utilidade.
20
2.6 Anilina
É um composto de um grupamento amina ligado um anel benzénico. É muito conhecido por
ser o composto precursor de diversos compostos. Ironicamente, ele é utilizado como precursor
de corantes (RICHARDSON, 2002).
A anilina (figura 4) é uma base fraca, recebendo um H+ no grupamento NH2 que se torna
NH3+. Isso faz com que ela reaja bem com diversos ácidos fortes, que geralmente são
inorgânicos.
Procedimento
Combustão de
Recolha de cafulos Carvão de
cafulos de coco
de coco cafulos de
coco
Peneiração Trituração do
Adição de água do carvão de carvão de
cafulos cafulos de
triturado coco
Homogeneiz
Homogeneizaçã ação da
Adição da mistura e
o da mistura
anilina formação do
corante
3.4.1 Pesagem
Procedimento
Legenda
1
1-prato da
balança
2-Amostra do
solo argiloso
3-Leitor da
balança
2
4-Base da
balança
3
3.4.2 Trituração
Materiais: Pilão, triturador, amostra do solo argiloso, peneira, copo plástico.
Procedimento
Figura-7A- Pilão de trituração do solo argiloso, Figura 7B- Pó do solo de argiloso formado
A B Legenda
1-Trirutador
2-Amostra do solo
1 4 argiloso em trituração
3-Pilao
2
4-Po do solo argiloso
5
5-Copo plástico
3
Procedimento
Legenda
1
1-Agitador
2-Mistura de H2O,solo
2
argiloso e cola de PVC
3-Tigela plástica
3
Procedimento
1
Legenda
1-Tigela plástica
2-Tinta produzida
Procedimento
Procedimento
Procedimento
Pesagem do Trituração do
Recolha de
solo argiloso solo argiloso
argila de
Mutamba
Adição da
Testes de Mistura de
solução corante
componentes
Resistência da e formação da
tinta tinta
A remoção de impurezas após a adição de água deu pureza a mistura conferindo desta forma
maior qualidade a mistura reduzindo a possibilidade de presença de contaminantes que
possam dificultar a execução de processos subsequentes.
Quando se introduziu-se 20 ml de anilina, a mistura ficou mais densa e com a cor preta mais
forte. CARVALHO (2009), explica que devido à alta opacidade e poder de cobertura, a
anilina é comummente utilizado em combinação com outros pigmentos orgânicos para
“formular cores mais vivas e intensas”.
Por outro lado GENTIL (2007), explica que da anilina podem ser produzidos muitos corantes
devido a sensibilidade dos seus cromoforos azoicos que aderem-se facilmente a pigmentos
formulando soluções mais densas.
4.2 Resultados da produção de tinta artificial a partir do solo argiloso do rio Mutamba
4.2.1 Trituração
Na trituração da argila obteve-se argila em pó que segundo PEREIRA (2008:79), explica que
o objectivo desse procedimento é quebrar os torrões do solo argiloso e desagregar os grumos,
tentando chegar numa consistência de pó.
Como se percebeu que a mistura de argila e água, apenas, não disponibilizava um bom
desempenho, pensou-se em adicionar a essa mistura uma substância ligante que, para manter
o aspecto ecológico, fosse orgânica e ecologicamente sustentável, nesse sentido utilizou-se a
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cola branca. De acordo com RAPOSO (2013:76), a água é usada para misturar as partículas
da argila de uma forma homogeneizada, visando também uma maior facilidade na hora da
aplicação e a cola e a cola reúne as partículas da argila entre si para formar uma camada na
superfície do local onde a tinta será aplicada, material que também ajuda na cremosidade da
tinta facilitando a sua aplicação.
Logo após a adição da cola branca de PVC a mistura aglutinou-se. Para isso, CARVALHO
(2011:87) explica que a cola branca é um agente aglutinante que envolve as partículas da
argila contribuindo para o aumento de aderência na base, redução da pulverulência (aumento
da coesão superficial) e fluidez.
Segundo YAMANAKA (2006), quanto menor for a sedimentação das tintas ou seja se as
tintas forem moles maior será o seu poder de adesão em superfícies.
SHREVE (2008), explica que as tintas artificiais que não sedimentam possuem maior
qualidade e estão aptas para serem aplicadas em superfícies.
Os resultados deste ensaio são ilustrados na tabela 1 de acordo como tempo de aderência e as
superfícies testadas.
Tabela 1- resultados dos testes de aderência da tinta produzida em quatro (4) superfícies
Superfícies testadas
Tempo de aderência Superfície Superfície B Superfície Superfície D
A C
24 Horas Menos Menos Menos Menos
aderente aderente aderente aderente
7 Dias Aderente Aderente Aderente Aderente
14 Dias Altamente Altamente Altamente Altamente
aderente aderente aderente aderente
Fonte: Autora, 2018.
Conforme pode-se observar na tabela 1 a aderência da tinta produzida a partir do solo argiloso
aumenta significativamente com o aumento do tempo de permanência na superfície.
SANTOS (2010), explica que na aplicação das tintas fortificadas com anilina a molécula do
formador de cor (-N=N-) apresenta um anel fechado. Nesta fase, as interacções entre o
formador e o revelador de cor são nulas e por isso a aderência das tintas é insignificante. Com
o aumento do tempo de permanência das tintas de argila a base de anilina, estas solidificam e
a ligação –N=N- do formador da cor quebra-se reversivelmente fortificando a aderência nas
superfícies.
Para MEDEIROS (2009:43), nas tintas artificiais coloridas com anilina, uma vez que as
moléculas na tinta procuram sempre o equilíbrio a dupla ligação é quebrada durante o tempo
de aderência fortificando a sua adesão nas superfícies onde a tinta foi aplicada. Este ensaio
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revelou que quanto mais tempo de permanência nas superfícies maior é a aderência da tinta
produzida.
Neste ensaio verificou-se que a tinta produzida após o contacto com água tende a desfazer-se
depois de uma semana. Para este fenómeno SYMES (2011:27), explica que em húmido as
tintas a base de argila apresentam um índice de refracção muito inferior ao dos pigmentos,
que leva a uma elevada opacidade húmida. Após a evaporação da água, o cromóforo fica na
película e tem um índice de refracção mais próximo do da argila o que leva a uma opacidade
seca inferior à húmida instabilizando desta forma a cor nas superfícies pintadas.
Com este fenómeno a tinta produzida não deve ser aplicada em superfícies exteriores sendo
desta forma eficaz para pintar superfícies internas.
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CAPITULO V
5.1 Conclusões
Os processos de produção de tintas artificiais a partir dos solos argilosos são: pesagem do solo
argiloso, trituração do solo argiloso, mistura de componentes e adição da solução corante e
formação da tinta.
Quanto a resistência, a tinta artificial produzida a partir de solos argilosos apresenta baixo
grau de sedimentação e é mole, a aderência aumenta com o tempo de permanência em
superfícies mostrando-se altamente aderente depois de 14 dias nas superfícies e o tempo de
vida útil é indeterminado em superfícies interiores, sendo que em superfícies exteriores
mostra-se ineficaz quando entra em contacto com água.
5.2 Recomendações
A população de Mutamba deve produzir tinta artificial a partir dos solos argilosos que
encontram-se nas margens do rio Mutamba.
Aos estudantes que poderem ter acesso ao trabalho que façam difusão do conhecimento sobre
processos de produção de tinta artificial a partir de solos argilosos de modo a expandir para
outros lugares onde ainda não se produz tintas artificiais a partir de solos argilosos.
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5.3 Bibliografia
ABRAFATI. L: O sector de tintas no Brasil. Associação Brasileira dos fabricantes de tintas,
São Paulo, 2010;
CARVALHO, Anôr Fiorini de. Cores da terra: fazendo tinta com terra. Viçosa:
Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa, 2009
CORES DA TERRA: Fazendo tinta de terra. Universidade Federal de Viçosa. Minas Gerais,
2007;
FELDER, Richard. Princípios Elementares dos Processos Químicos. Rio de Janeiro: LTC,
2008;
FREIRE, Adriana Andrade de. “O uso das tintas na construção civil”. Monografia
apresentada ao Departamento de Engenharia e Materiais de Construção da Universidade
Federal de minas Gerais, Belo horizonte, 2006.
SYMES, R. F. Pigmentos. In: Rochas & Minerais. Trad. Norma P. Carvalho. S.Paulo, Globo,
2011;