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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Prof.: Luciano Alves – as partes em rosa, azul foram complementadas por mim.

1. PARADIGMAS LEGISLATIVOS EM MATÉRIA DE INFÂNCIA E JUVENTUDE: A


DOUTRINA DA SITUAÇÃO IRREGULAR E A DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL

Aulas do Verbo Jurídico para 2ª fase da DPE/PR (professor Defensor Público), pois
aborda o tema de forma mais completa!

1.1. 1ª FASE: Objeto sem proteção estatal (caso Marie Anne, 1896).

Não havia proteção da criança e do adolescente. Sujeitas exclusivamente ao pátrio poder


(exercido exclusivamente pelo pai). Eram consideradas objetos, sem proteção estatal.

Marco da mudança de paradigma para a próxima fase: caso Marie Anne, 1896, EUA – uma
criança era maltratada pelos pais e uma associação de proteção dos animais entrou com uma
ação para protegê-la, sob o argumento de que se há proteção aos animais, com mais razão
deveriam ser protegidas as crianças.

TJ/MS 2015 - na fase da absoluta indiferença, não havia leis voltadas aos direitos e deveres de
crianças e adolescentes. Correto!

1.2. 2ª FASE: Objeto sem compaixão (Illinois, 1899; Brasil, 1923)

Cultura assistencialista – doutrina da situação irregular

Criança passou a ser objeto de tutela, mas sob uma perspectiva assistencialista. Doutrina
da situação irregular.

Marco no Brasil: primeiro tribunal de menores (1923), conhecido como Mello Mattos.
Código de Menores (código Mello Mattos – 1927). Código de Menores de 1979.

TJ/MS 2015 - a fase da mera imputação criminal não se insere na evolução histórica do
tratamento jurídico concedido à criança e ao adolescente no ordenamento jurídico pátrio porque
extraída do direito comparado. Falso.

TJ/MS 2015 Na fase da mera imputação criminal, regida pelas Ordenações Afonsinas e Filipinas,
pelo Código Criminal do Império, de 1830, e pelo Código Penal, de 1890, as leis se limitavam à
responsabilização criminal de maiores de 16 (dezesseis) anos por prática de ato equiparado a
crime. Falso.

1.2.1. Características da doutrina da situação irregular

a) Apenas medidas de recuperação: aplicava tais medidas para atos e comportamentos


desviantes, ainda que não fossem considerados crimes quando praticados por adultos.
Atualmente, o ECA contém medidas de proteção e medidas socioeducativas.

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b) Abrangência relativa: não visava à proteção de todas as crianças e adolescentes, mas
apenas daqueles que estivessem em situação irregular.
c) Discriminatória: o sistema não entrava em ação contra atitudes de adolescentes de
famílias abastadas, pois estes não eram considerados em situação irregular. No fim,
aplicava-se apenas aos pobres.
d) Amplos poderes do juiz “de menores”: o Juiz tinha função tutelar, judicial e até
normativa (as portarias dos juízes que determinam o toque de recolher das crianças e
adolescentes, criticadas pela DPE/SP, eram perfeitamente possíveis nessa
perspectiva).
STJ já entendeu que o juiz não pode expedir esse tipo de portaria, está fora da sua
competência. É ilegal!
Cesp/TJDFT 2015 - É vedado a juízes da infância e da juventude disciplinar, por meio
de portaria ou ato normativo similar, horário máximo de permanência de crianças e de
adolescentes desacompanhados dos pais ou responsáveis nas ruas da cidade.
e) Possibilidade de afastamento das crianças por impossibilidade financeira dos pais: era
considerado em situação irregular o menor que não tivesse seu sustento
adequadamente provido pelos pais, independentemente de tal condição ser
involuntária ou não. Não se visava preservar a convivência familiar. O ECA,
expressamente, proíbe tal comportamento.
f) Direitos menos amplos que os dos adultos (atos desviantes): sob o argumento de que
as medidas eram tomadas para proteger e não para punir, não eram respeitados os
direitos e garantias fundamentais do indivíduo. Menor não como sujeito e sim como
objeto. Não havia devido processo legal para aplicação de medida a menor pela prática
de ato desviante. Não havia também devido processo na aferição da situação irregular.
Hoje, possuem os direitos previsto para os adultos e mais os do ECA, tendo em vista
sua condição de pessoa em desenvolvimento.
g) “Superior interesse da criança” – significado normativo distinto: entidade abstrata, com
significado definido pelo juiz.

OBS: Importante saber essas características para identificar atitudes menoristas em profissionais
que foram formados segundo a doutrina da situação irregular, ainda que tais atitudes sejam
tomadas de modo camuflado.

FCC TJ/AL 2015 – É característica da doutrina da situação irregular: possibilidade de aplicação da


medida de internação a menores carentes, abandonados, inadaptados e infratores, ainda que seu
cumprimento possa se dar em unidades distintas e com maior ou menor nível de contenção.

CESPE TJDFT/2015 - No primeiro Código de Menores do Brasil (Dec. n.º 5.083/1926), adotou-se
a perspectiva de tutelar os direitos subjetivos da criança e do adolescente por meio da adoção de
medidas necessárias à sua proteção integral. Adotava a situação irregular.

TJ/MS 2015 - na fase tutelar, regida pelo Código Mello Mattos, de 1927, e Código de Menores, de
1979, as leis se limitavam à colocação de crianças e adolescentes, em situação de risco, em
família substituta, pelo instituto da tutela. Falso. O Estado tutela o menor.

1.3. 3ª FASE: Sujeitos de direitos (Brasil – 1988 – proteção integral)

Criança e adolescente como sujeitos de direitos.

1.3.1. Características da doutrina da proteção integral:


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a) São assegurados todos os direitos que se asseguram aos adultos e mais outros
decorrentes de seu peculiar desenvolvimento. Exemplo de direito específico: sigilo
absoluto em relação à tramitação de processos visando apurar a prática de ato
infracional
b) Absoluta prioridade: em relação a serviços públicos e verbas destinadas a ações em
seu benefício, por exemplo. Cabimento de ACP para vaga em creche.
c) Generalidade de proteção do Estatuto (todas as pessoas com 18 anos incompletos).
Evita discriminações. Aplica em alguns casos a adultos entre 18 e 21 anos.
d) Abandono da expressão menor: NÃO usar a expressão “menor” na prova.
e) Súmula do II Congresso Nacional de Defensores Públicos da Infância e Juventude: “A
legislação civilista vigente reconhece a superação da terminologia menor em favor do
vocábulo criança e adolescente”.

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