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Atualmente a proteção diferencial de barra é uma função presente na maioria das instalações,
mas nem sempre isso ocorreu dessa forma. Nas instalações mais antigas a proteção da barra
era feita por meio dos reles de sobrecorrente que protegiam os alimentadores, ou seja,
tratava-se de uma proteção de retaguarda. Esse tipo de proteção apresentava portanto um
tempo de atuação mais longo e fazia com que os danos ao barramento fossem de maior
monta.
Da mesma forma que foi feito na proteção de linhas com reles de sobrecorrente, reles
direcionais de sobrecorrente são ajustados para atuar a partir do dobro da corrente nominal
do alimentador correspondente.
Estando todos os reles de sobrecorrente direcionais apontando para o mesmo lado, isto é, os
contatos de atuação fecham quando as duas condições abaixo forem atendidas
simultaneamente:
· Os reles só serão acionados para uma corrente acima de duas vezes a corrente
nominal do alimentador, ou seja, não serão acionados em condições de carga normal,
Esse tipo de esquema de proteção de barra requer um grande número de contatos em série, o
que pode dar origem a problemas de mal contato e falhas no funcionamento. A vantagem
reside no fato de poderem ser usados os TCs já existentes para a proteção dos alimentadores.
Outro risco de mal funcionamento decorre da necessidade de polarização dos reles direcionais
de sobrecorrente. No caso de uma falta em que não exista suficiente tensão para polarizar o
rele a operação pode falhar.
o Transformadores – 40 a 60 ms,
Sendo a saturação muito intensa, a reatância do circuito de magnetização tende a zero. Nesse
caso, a corrente que passa pelo rele diferencial sofrerá uma redução, posto que parte da
corrente passará pelo circuito de magnetização. A corrente através do relé será dada por:
R2
Id = I
Rd + R2
Idealmente a corrente Id (através da bobina do rele diferencial) deveria ser nula. Conforme a
componente unidirecional se reduz e a corrente de falta se torna mais simétrica o valor de Id se
reduz. Mas nos primeiros ciclos, a amplitude dessa corrente se aproxima da amplitude da
corrente de defeito em termos do enrolamento secundário. Nesse caso o rele diferencial não
poderá ser de atuação instantânea. A adição de uma resistência em série com a bobina do rele
diferencial (isto é, aumentar o valor de Rd) permitiria minorar esse problema. Mas, o valor de
resistência a ser adicionado não pode ser muito elevado para evitar elevar em demasia a
tensão no secundário dos TCs. Apesar de ser possível a utilização de reles instantâneos com
algum cuidado, o usual é usar um rele temporizado com curva de atuação de tempo inverso.
Uma vantagem deste esquema é que os secundários dos TCs podem ser conectados em uma
caixa na SE e apenas os cabos de conexão ao rele diferencial precisam ser levados até a sala de
comando (ou seja, apenas 4 vias). Deve ser enfatizado que continua sendo necessário que os
secundários dos TCs sejam aterrados em um único ponto.
Neste caso, o rele se torna insensível ao efeito dos erros de transformação dos TCs.
A desvantagem é a necessidade de levar todos os cabos de conexão dos TCs até a sala de
comando.
· Duas zonas de proteção são delimitadas, sendo essas zonas definidas pelo disjuntor de
interligação (TIE),
· A localização dos TCs é sempre feita a jusante dos disjuntores que interromperão para
fazer o desligamento da zona de proteção (atentar para o detalhe dos TCs junto ao
disjuntor de interligação).
A tensão produzida em cada acoplador é proporcional à corrente que passa pelo alimentador e
a polaridade depende da direção da corrente. Em operação normal, a soma da tensão
produzida pelo acoplamento do secundário dos acopladores lineares em série será nula (a
menos dos erros de fabricação, que são pequenos).
Uma falta fora da zona de proteção faz com que a tensão de saída de cada acoplador linear
aumente, mas ainda assim a soma tenderá a zero. Caso a falta ocorra dentro da zona de
proteção, todas as correntes fluirão para a barra e a soma das tensões não mais será nula.
Deve ser destacado que a corrente que pode ser fornecida pelo secundário dos acopladores
lineares é muito reduzida e assim o rele diferencial utilizado deve ser de impedância elevada.
Proteção por meio de reles de sobretensão
Uma variação da utilização dos acopladores lineares é feita com a utilização de um rele de
sobretensão conectado através de um retificador de onda completa. Nesse caso a impedância
do rele de sobretensão aparecerá como uma resistência no ramo diferencial do circuito e
tende a evitar o efeito da saturação. O ramo LC é ajustado de modo a que o circuito seja
sintonizado para ressonância série na frequência industrial, de modo que o rele só será
sensível à componente fundamental da corrente de falta. Para evitar que sobretensão elevada
possa ocorrer no secundário dos TCs um MOV é instalado em paralelo com o rele de
sobretensão.
O objetivo é reduzir a possibilidade de saturação nos TCs, uma preocupação sempre existente
nos esquemas de proteção diferencial. Reduzindo-se o comprimento do cabeamento, se reduz
o “burden” aplicado ao secundário do TC e com isso se reduz a possibilidade de ocorrência de
saturação.
Outra vantagem desta técnica é que diferentes TCs podem ser usados no mesmo circuito de
proteção diferencial. Assim, TCs com corrente nominal do enrolamento secundário de 1 A e 5
A podem ser usados juntos. Cada TC é conectado a um transformador de casamento que
converte a corrente nominal do secundário para 100 mA.
Sendo os transformadores de casamento instalados nas caixas de conexão próximas aos TCs, o
cabeamento é muito curto e por tanto o “burden” é reduzido. Apenas 4 vias (2 da corrente Id e
2 da corrente Is) precisam ser levados até a sala de reles.
Deve ser notado que a contribuição da corrente de cada fase para a corrente a ser injetada no
rele não é idêntica, devido à diferente relação de espiras de cada enrolamento do
transformador de casamento. A alteração do número de espiras dos enrolamentos de entrada
da corrente de fase (mantendo a relação 2:1:3) permite que se possa fazer com que a corrente
no secundário do transformador de casamento seja a mesma para diferentes relações de
transformação dos TCs.
Exercício
Para os casos de arranjos “Barra Dupla” e “Disjuntor e meio” indique em um diagrama
unifilar:
· A posição dos TCs e sua conexão aos reles de proteção de cada uma das zonas
definidas.
PM (2ª) –
41 Comissionamento e Verificação da Proteção
20/12