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SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação da professora 02 - 04
Cronograma do Curso 04
Informações sobre o Curso 05 – 06
A prova do CESPE 07
Lista de Questões 08 – 39
Gabarito 40 - 41
Questões Comentadas 42 – 111
Interpretação de texto: informações adicionais 112 - 123
Apresentação da professora
Cronograma do Curso
ACORDO ORTOGRÁFICO
SUPORTE
Nossos estudos vão além das aulas que constam deste curso. Quero
que vocês compartilhem comigo suas dúvidas. Todos nós as temos, e isso
é natural. Só quem estuda tem dúvidas. Vocês podem ter todas as
dúvidas do mundo agora, mas não na hora da prova.
Contem comigo!
A prova do CESPE
Dito tudo isso, já podemos partir para a nossa aula 00! Todos
prontos?
Bons estudos,
Ludimila Lamounier
prof.ludimila.estrategia@gmail.com
LISTA DE QUESTÕES
Trecho de entrevista concedida por Lígia Giovanella (LG) à revista Veja (VJ).
Natalia Cuminale. Desafios brasileiros. Brasil precisa dobrar gasto em saúde, diz especialista.
Internet: (com adaptações).
No que diz respeito à organização das ideias no texto, julgue o item que se
segue.
Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança monitora atualmente
cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de idade e 80 mil gestantes, com presença
em mais de 3,5 mil municípios em todo o país, graças à colaboração de 155 mil
voluntários. A importância da Pastoral é palpável: a média nacional de mortalidade
infantil para crianças de até 1 ano, que é de 22 indivíduos por mil nascidos vivos, cai
para 12 por mil nos lugares atendidos pela instituição. Na primeira experiência da
Pastoral, em Florestópolis, no Paraná, a mortalidade infantil despencou de 127 por mil
nascimentos para 28 por mil — em apenas um ano. Sua metodologia é simples — por
meio de conversas frequentes com a família, o voluntário receita cuidados básicos para
evitar que a criança morra por falta de conhecimento, como os hábitos de higiene, a
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Jornal do comércio – O voto aberto nos processos de cassação poderia mudar o destino
dos acusados?
Schirmer – Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que ele mudaria seria a
responsabilidade individual. Porque, com a votação aberta, você e responsável pelo seu
voto. Votando sim ou não, você assume a responsabilidade pelo voto dado. Com o voto
fechado, a responsabilidade é difusa, pois ninguém sabe quem votou em quem e, sendo
assim, todos carregam o ônus do resultado da votação. O voto fechado é muito ruim
porque quem sai perdendo é a própria instituição. Em vez de você falar mal de um ou de
outro deputado, você acaba penalizando a instituição.
a) Por estar estruturado em duas partes, compreendendo uma pergunta e uma resposta,
o texto pode pertencer ao gênero entrevista.
b) Na pergunta feita pelo Jornal do Comércio, predomina a descrição dos processos de
cassação.
c) O parágrafo que contém a resposta de Schirmer possui estrutura predominantemente
narrativa, porque o falante explica como se processam as atividades de cassação de
eleitos.
d) O segundo parágrafo do texto é estruturalmente argumentativo, porque apresenta,
primeiro, os aspectos favoráveis ao voto em aberto e, em um segundo momento, os
aspectos desfavoráveis dessa modalidade de votação.
e) O primeiro e o segundo parágrafos têm a mesma estrutura textual e a mesma
tipologia: são dissertativos.
Fragmento I 62456350391
Macunaíma
e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando
o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e
Jiguê na força do homem.
Fragmento II
São Paulo.
Senhoras:
(...)
Macunaíma, Imperator
A dependência do mundo virtual é inevitável, pois grande parte das tarefas do nosso dia
a dia são transferidas para a rede mundial de computadores. A vivência nesse mundo
tem consequências jurídicas e econômicas, assim como ocorre no mundo físico. Uma das
questões suscitadas pelo uso da Internet diz respeito justamente aos efeitos dessa
transposição de fatos do mundo real para o mundo virtual, sobretudo no que se refere à
sua interpretação jurídica. Como exemplos de situações problemáticas, podemos citar a
aplicação das normas comerciais e de consumo nas transações realizadas pela Internet, o
recebimento indesejado de mensagens por email (spam), a validade jurídica do
documento eletrônico, o conflito de marcas com os nomes de domínio, a propriedade
intelectual e industrial, a privacidade, a responsabilidade dos provedores de acesso, de
conteúdo e de terceiros na Web bem como os crimes de informática.
A ansiedade não é doença. Faz parte do sistema de defesa do ser humano e está
projetada em quase todos os animais vertebrados. O significado mais aceito hoje em dia
vem do psiquiatra australiano Aubrey Lewis, que, em 1967, caracterizou-a como “um
estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro,
desproporcional e com desconforto subjetivo”.
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Quem não se sentiu ansioso até hoje? Com o mundo do jeito que está, natural é se sentir
ansioso; é permitido ficar ansioso. Prejudicial é não saber lidar com a ansiedade. A
proposta é abordar meios eficazes de lidar com esse comportamento que gera tantos
distúrbios.
Diz Patch Adams que indivíduo saudável é aquele que tem uma vida vibrante e feliz,
porque utiliza ao máximo o que possui e só o que possui, com muito prazer. Este é o
indivíduo satisfeito que não anseia quimeras e que sabe viver alegre e feliz.
Existem várias formas de punição para aqueles que pratiquem assédio moral, podendo
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essa punição recair tanto no assediador, quanto na empresa empregadora que não
coíba, ou que até mesmo incentive o assédio, como ocorre, por exemplo, no caso do
assédio moral organizacional, decorrente de políticas corporativas. O empregador
responde pelos danos morais causados à vítima que tenha sofrido assédio em seu
estabelecimento, nos termos do artigo 932 do Código Civil. Em caso de condenação,
cabe à justiça do trabalho fixar um valor de indenização, com o objetivo de reparar o
dano. O assediador, por sua vez, poderá ser responsabilizado em diferentes esferas: na
penal, estará sujeito à condenação por crimes de injúria e difamação, constrangimento
e ameaça (artigos 139, 140, 146 e 147 do Código Penal); na trabalhista, correrá o risco
de ser dispensado por justa causa (artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho) e
ainda por mau procedimento e ato lesivo à honra e à boa fama de qualquer pessoa; por
fim, na esfera cível, poderá sofrer ação regressiva, movida pelo empregador que for
condenado na justiça do trabalho ao pagamento de indenização por danos morais, em
virtude de atos cometidos pelo empregado.
O texto classifica-se como expositivo, visto que, nele, é defendida, com base em
argumentos, a punição daqueles que pratiquem assédio moral.
No passado, havia uma visão global de trocar o capitalismo pelo socialismo. Hoje
vivemos uma situação em que o capitalismo é uma realidade. As alternativas postas em
prática pela história não deram certo. Então, hoje nada mais resta senão aceitar o
capitalismo e tentar transformá-lo, não derrubá-lo. Hoje é possível utilizar outras formas
de luta, que não rompem com os requisitos legais, com uma capacidade de êxito maior.
Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos era elaborada pelos escolásticos.
Tudo o que sabemos sobre as mulheres desse período saiu das mãos de homens da
Igreja, pessoas que deveriam viver completamente longe delas. Muitos clérigos
consideravam-nas misteriosas, não compreendiam, por exemplo, como elas geravam a
vida e curavam doenças utilizando ervas.
A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos sentidos e,
por isso, uma pecadora em potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada
pela queda do gênero humano. No início da Idade Média, a principal preocupação com as
mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres demoníacos que
personificavam a tentação. Dessa forma, a maior parte das autoridades eclesiásticas
desse período via a mulher como portadora e disseminadora do mal.
Isso as tornava más por natureza e atraídas pelo vício. A partir do século XI, com a
instituição do casamento pela Igreja, a maternidade e o papel da boa esposa passaram a
ser exaltados. Criou-se uma forma de salvação feminina a partir basicamente de três
modelos femininos: Eva (a pecadora), Maria (o modelo de perfeição e santidade) e Maria
Madalena (a pecadora arrependida). O matrimônio vinha para saciar e controlar as
pulsões femininas. No casamento, a mulher estaria restrita a um só parceiro, que tinha a
função de dominá-la, de educá-la e de fazer com que tivesse uma vida pura e casta.
Essa concepção de mulher, que foi construída através dos séculos, é anterior mesmo ao
cristianismo. Foi assegurada por ele e se deu porque permitiu a manutenção dos homens
no poder; forneceu ao clero celibatário uma segurança baseada na distância e legitimou
a submissão da ordem estabelecida pelos homens. Essa construção começou apenas a
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De acordo com o texto, a visão medieval em relação à mulher permanece até os dias
atuais.
Nascido em um Rio ainda joanino em 1810, Antonio Nicolau Tolentino entrou para o
serviço público em 1825, atravessou os anos turbulentos das Regências e do início do
Segundo Reinado, falecendo em julho de 1888, logo após a abolição da escravatura. O
personagem viveu, portanto, quase todo o período. Em si, o fato não tornaria mais, ou
menos, interessante sua trajetória pessoal, não fosse ela significativa o suficiente para
revelar a dinâmica social do tempo. Filho de lavradores pobres ou de mãe solteira — não
se sabe ao certo —, saiu da obscuridade por esforço próprio, foi reconhecido em seu
valor por figurões da política, arranjou um bom casamento entre a elite e terminou seus
dias como alto funcionário.
Da roça aos salões de baile na Corte, a subida não foi feita sem ânimo prestativo,
hesitações, orgulho das próprias qualidades, espera do momento oportuno e resignação
de quem teve de ouvir calado. Tudo isso num quadro social que não lhe garantia
qualquer reconhecimento e é uma constante brasileira até hoje. Entretanto, Tolentino
não apenas abaixava a cabeça para resguardar sua carreira, como faria um adulador
medíocre; havia nele um idealismo, no bom sentido do termo, que obviamente encontrou
resistências quando foi posto em prática. O nervo da narrativa de Antonio Candido é o
conflito entre as intenções racionais do burocrata e a politicagem ampla, geral e
irrestrita.
Não se trata, contudo, de luta do bem contra o mal, pois tal embate tem uma
especificação histórica cuja raiz se encontra no próprio surgimento do Brasil como país.
Em outras palavras, o Brasil independente afirmava-se como nação moderna, adotava
uma Constituição, um Parlamento, fraque e cartola, ao mesmo tempo em que mantinha
a maior parte de sua população fora do âmbito da cidadania.
Era quieta, essa irmã. Não cantava, não ria; mal falava. Trazia água do poço, varria o
terreiro, passava a roupa, comia — pouco, magra que era — e ia para a cama sem dar
boa-noite a ninguém. Dormia num puxado, um quartinho só dela; tinha nojo dos irmãos.
Se, na cama, suspirava ou revirava os olhos, nunca ninguém viu. O nome dela era
Honesta.
(Nome dado pela mãe. O pai queria-a ali, na roça; a mãe, porém, tinha esperança que
um dia a filha deixasse o campo e fosse para a cidade se empregar na casa de uma
família de bem. E que melhor nome para uma empregada do que Honesta? O pai
acreditava no campo; a mãe secretamente ansiava pela cidade — por um cinema! Nunca
tinha entrado num cinema! Minha filha fará isto por mim, dizia-se, sem notar que a filha
vagueava por paisagens estranhas, distantes do campo, distantes da cidade, distantes de
tudo. [...])
Moacyr Scliar. Doutor Miragem. Porto Alegre: L&PM, 1998, p. 22-3 (com adaptações).
Julgue o item subsequente, com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto acima.
A expressão “mal falava” (sublinhada no texto) indica que a personagem não empregava
as regras gramaticais da norma-padrão da língua ao se expressar.
Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demonstração no Livro II d’O Capital,
que não há produção possível sem que seja assegurada a reprodução das condições
materiais da produção: a reprodução dos meios de produção.
Qualquer economista, que neste ponto não se distingue de qualquer capitalista, sabe
que, ano após ano, é preciso prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa
na produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios), instrumentos de produção
(máquinas) etc. Dizemos: qualquer economista é igual a qualquer capitalista, pois ambos
exprimem o ponto de vista da empresa.
Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. 3.ª ed. Lisboa: Presença, 1980 (com
adaptações)
Infere-se do texto que todo economista é capitalista, mas o inverso não é verdadeiro,
pois nem todo capitalista é proprietário de empresa.
Imigrantes ilegais, os homens e as mulheres vieram para Prato, na Itália, como parte de
snakebodies liderados por snakeheads na Europa. Em outras palavras, fizeram a perigosa
viagem da China por trem, caminhão, a pé e por mar como parte de um grupo pequeno,
aterrorizado, que confiou seu destino a gangues chinesas que administram as maiores
redes de contrabando de gente no mundo. Nos locais em que suas viagens começaram,
havia filhos, pais, esposas e outros que dependiam deles para que enviassem dinheiro.
No destino, havia paredes cobertas com anúncios de mau gosto de empregos que
representavam a esperança de uma vida melhor.
Pedi a um dos homens ao lado da parede que me contasse como tinha sido sua viagem.
Ele objetou. Membros do snakebody têm de jurar segredo aos snakeheads que
organizam sua viagem. Tive de convencê-lo, concordando em usar um nome falso e
camuflar outros aspectos de sua jornada. Depois de uma série de encontros e
entrevistas, pelos quais paguei alguma coisa, a história de como Huang chegou a Prato
emergiu lentamente.
Alexandria, no Egito, reinou quase absoluta como centro da cultura mundial no período
do século III a.C. ao século IV d.C. Sua famosa Biblioteca continha praticamente todo o
saber da Antiguidade em cerca de 700.000 rolos de papiro e pergaminho e era
frequentada pelos mais conspícuos sábios, poetas e matemáticos.
Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da Biblioteca,
utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o que está no Alcorão e são
desnecessários ou contêm o oposto e não devemos lê-los.”
Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-se trechos
narrativos e dissertativos.
A ANATEL anunciou novas regras para os serviços de telefonia fixa e móvel, banda larga
e televisão por assinatura, que buscam melhorar a transparência das empresas com seus
clientes e ampliar os direitos dos últimos em relação à oferta de serviços. Destacam-se,
entre as novas normas, aquelas que facilitam a vida do usuário e reduzem as barreiras
de contato com a contratada, como a exigência de que haja uma forma de cancelamento
por meio da Internet, a obrigatoriedade de que a empresa retorne a ligação que caia
durante um atendimento e a necessidade de que o cliente receba retornos a suas
solicitações em, no máximo, trinta dias. Além disso, as promoções devem ser mais
transparentes e ampliadas a todos os contratantes, estendendo-se aos que já possuem
produtos e não usufruem de nenhuma condição especial.
A estratégia da agência reguladora de fato parece contribuir para que o consumidor seja
mais bem atendido e tenha acesso a todos os benefícios a que tem direito. No entanto, é
necessário que a fiscalização seja estrita, uma vez que as regras desse setor são
recorrentemente atualizadas e mesmo assim boa parte das empresas permanece com
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práticas irregulares. A baixa competitividade do mercado faz com que a qualidade dos
serviços e do atendimento oferecidos deixe a desejar e permite que os preços cobrados
por pacotes de canais, minutos para celular ou Internet assumam valores altos,
sobretudo quando comparados aos de outros países.
Samy Dana. De olho em gastos com telefonia e direitos de consumidores. In: Folha de S.Paulo,
21/7/2014 (com adaptações).
Pedi ao antropólogo Eduardo Viveiros de Castro que falasse sobre a ideia que o projetou.
A síntese da metafísica dos povos “exóticos” surgiu em 1996 e ganhou o nome de
“perspectivismo ameríndio”.
bens de consumo. Diferentes espécies animais são pensadas com base na posição que
ocupam nessa relação. Gente, por exemplo, é, ao mesmo tempo, presa de onça e
predadora de porcos.
Pesquisas realizadas por duas alunas de Viveiros de Castro, na mesma época, com
diferentes grupos indígenas da Amazônia, chamavam a atenção para outra característica
curiosa de seu pensamento: de acordo com os interlocutores de ambas, os animais
podiam assumir a perspectiva humana. Um levantamento realizado então indicava a
existência de ideias semelhantes em outros grupos espalhados pelas Américas, do Alasca
à Patagônia. Segundo diferentes etnias, os porcos, por exemplo, se viam uns aos outros
como gente. E enxergavam os humanos, seus predadores, como onça. As onças, por sua
vez, viam a si mesmas e às outras onças como gente. Para elas, contudo, os índios eram
tapires ou pecaris — eram presa.
Ser gente parecia uma questão de ponto de vista. Gente é quem ocupa a posição de
sujeito. No mundo amazônico, escreveu o antropólogo, “há mais pessoas no céu e na
terra do que sonham nossas antropologias”.
Mas se a cultura é igual para todos, algo precisa mudar. E o que muda, o que é
construído, dependendo do observador, é a natureza. Para o urubu, os vermes no corpo
em decomposição são peixe assado. Para nós, são vermes. Não há uma terceira posição,
superior e fundadora das outras duas. Ao passarmos de um observador a outro, para que
a cultura permaneça a mesma, toda a natureza em volta precisa mudar.
Rafael Cariello. O antropólogo contra o Estado. In: Revista Piauí, n.º 88, jan./2014 (com
adaptações).
As ideias expressas nas frases “Ser gente parecia uma questão de ponto de vista”
(sublinhado no texto) e “Gente é quem ocupa a posição de sujeito” (sublinhado no texto)
constituem aspectos importantes daquilo que o texto apresenta como ‘perspectivismo
ameríndio’ (em negrito no texto).
De acordo com uma lista da International Union for the Conservation of Nature, o Brasil é
o país com o maior número de espécies de aves ameaçadas de extinção, com um total de
123 espécies sofrendo risco real de desaparecer da natureza em um futuro não tão
distante. A Mata Atlântica concentra cerca de 80% de todas as aves ameaçadas no país,
fato que resulta de muitos anos de exploração e desmatamentos. Atualmente, restam
apenas cerca de 10% da floresta original, não sendo homogênea essa proporção de
floresta remanescente ao longo de toda a Mata Atlântica. A situação é mais séria na
região Nordeste, especialmente nos estados de Alagoas e Pernambuco, onde a maior
parte da floresta original foi substituída por plantações de cana-de-açúcar. É nessa região
que ainda podem ser encontrados os últimos exemplares das aves mais raras em todo o
país, como o criticamente ameaçado limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi). Essa
pequena ave de dezoito centímetros vive no estrato médio e dossel de florestas bem
conservadas e ricas em bromélias, onde procura artrópodes dos quais se alimenta.
Atualmente, as duas únicas localidades onde a espécie pode ser encontrada são a
Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, e a Serra do Urubu, em Pernambuco.
Pedro F. Develey et al. O Brasil e suas aves. In: Scientific American Brasil, 2013 (com adaptações).
Em relação ao texto acima, julgue o item abaixo.
época, foi criticado pela imprensa e por comerciantes, que ponderavam que as pessoas
não passariam muito tempo ao ar livre em uma capital gélida. Erraram. As vendas
triplicaram, e a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência reforçou as
convicções de Gehl, que defende o planejamento das cidades para o usufruto e o
conforto das pessoas.
Campos achava grande prazer na viagem que íamos fazendo em trem de ferro. Eu
confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em caleças tiradas a burros, umas
atrás das outras, não pelo veículo em si, mas porque ia vendo, ao longe, cá embaixo,
aparecer a pouco e pouco o mar e a cidade com tantos aspectos pinturescos. O trem leva
a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, até a própria estação de Petrópolis. E
mais lembrava as paradas, aqui para beber café, ali para beber água na fonte célebre, e
finalmente a vista do alto da serra, onde os elegantes de Petrópolis aguardavam a gente
e a acompanhavam nos seus carros e cavalos até a cidade; alguns dos passageiros de
baixo passavam ali mesmo para os carros onde as famílias esperavam por eles. Campos
continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro, como prazer e como
vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do
tempo que se perde, iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem ainda mais
sufocada e curta. Preferi trocar de assunto e agarrei-me aos derradeiros minutos, falei do
progresso, ele também, e chegamos satisfeitos à cidade da serra.
Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptações)
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes
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cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e
poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que
fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor.
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo assim, ela fica mais perto de nós.
E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto,
mas para a literatura. Por meio dos assuntos, da composição solta, do ar de coisa sem
necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia.
Principalmente porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser
mais natural. Na sua despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permite, como
compensação sorrateira, recuperar com a outra mão certa profundidade de significado16
e certo acabamento de forma, que de repente podem fazer dela uma inesperada, embora
discreta, candidata à perfeição.
Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p.
23 (com adaptações).
No trecho “Principalmente porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso
modo de ser mais natural” (sublinhado no texto), o autor indica que a crônica e a
linguagem falada é a que consegue a mais perfeita comunicação literária.
José Lins do Rego, em ensaio admirável dedicado a Fialho de Almeida, põe talvez
exagerada ênfase na condição de “telúrico” de Fialho, como virtude acima de qualquer
outra num escritor. Tanto que nos dá a impressão de que, em literatura, só os telúricos
se salvam. O que me parece generalização muito próxima da verdade; mas não a
verdade absoluta.
Nem Eça nem Ramalho foram rigorosamente telúricos e, entretanto, sua vitalidade nas
letras portuguesas é das que repelem, meio século depois de mortos os dois grandes
críticos, qualquer unguento ou óleo de complacência com que hoje se pretenda adoçar a
revisão do seu valor social, os dois tendo atuado como revolucionários ou, antes,
renovadores não só das convenções estéticas da língua e da literatura, como das
convenções sociais do povo e da nação que criticaram duramente para, afinal,
terminarem cheios de ternura patriótica e até mística pela tradição portuguesa. Um,
revoltado contra o “francesismo”, ou “cosmopolitismo”, que o afastara dos clássicos, da
cozinha dos antigos, da vida e do ar das serras; o outro, enjoado do “republicanismo”,
que também o separara de tantos valores básicos da vida portuguesa, fazendo-o exigir
da Monarquia e da Igreja, em Portugal, atitudes violentamente contrárias às condições
de um povo apenas tocado pela Revolução Industrial e pela civilização carbonífera do
norte da Europa.
Gilberto Freyre. Eça, Ramalho como renovadores da literatura em língua portuguesa. In: Alhos &
Bugalhos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978, p. 15 (com adaptações).
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O homem habita a Amazônia há mais de 11.000 anos. No entanto, foi só no século XVI
que o rio Amazonas foi navegado pela primeira vez, pelo explorador e conquistador
Passaram-se muitos anos até a Amazônia receber uma nova expedição — a primeira a
subir o rio inteiro. Entre 1637 e 1638, as primeiras informações detalhadas sobre a
região, sua13 história natural e seu povo foram registradas pelo Padre Cristóvão de
Acuña, que viajou como membro de uma grande expedição comandada pelo general
português Pedro Teixeira. Ele registrou dados de impressionante precisão acerca da
extensão e do tamanho do rio Amazonas, e da topografia de seu curso, com descrições
detalhadas das áreas de floresta19 inundada ao longo do rio, da fauna aquática, dos
sistemas agrícolas e das plantações dos povos indígenas.
O jornalista está dentro de uma esfera que tem como foco a comunicação em si e não o
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que se comunica. O foco é uma linguagem acessível, interessante e que chame a atenção
do público para comprar e consumir os textos e artigos que são escritos e, se for
necessário, ele sacrifica o conteúdo em prol da atenção do público e da linguagem. Já o
pesquisador está em uma esfera cujo foco é o conteúdo, o objeto de pesquisa e a
pesquisa em si e, muitas vezes, ele sacrifica um grupo extenso de leitores ao empregar
linguagem específica, científica e não acessível. Portanto, ao escrever, os dois
profissionais têm de ter em mente que sua esfera de atividade humana e, por
consequência, de comunicação, se torna mais complexa. O jornalista deve ter em mente
que, quando escreve sobre um projeto científico, não atua apenas em sua área de
atividade humana, a comunicação, mas na comunicação científica. O cientista ou
pesquisador deve considerar que a divulgação de sua pesquisa não deve ser feita apenas
para a comunidade científica, mas para o público em geral. Dessa forma, o pesquisador
precisa constantemente pensar mais nesse público e, consequentemente, na linguagem
utilizada. O jornalista, por sua vez, precisa ficar mais atento à pesquisa que está sendo
divulgada. Cada um precisa aprender com o outro, permitindo-se entrar mais em uma
esfera de atividade humana à qual não pertence originalmente. O principal motivo desse
intercâmbio de intenções ao escrever é aumentar o acesso do público à ciência.
A academia não pode estar voltada apenas para seu público interno. É muito importante
que as informações sejam divulgadas e não permaneçam circulando em um grupo
fechado, até para que haja crescimento da própria comunidade científica.
Nenhuma ação educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o homem e de uma
análise sobre suas condições culturais. Não há educação fora das sociedades humanas e
não há homens isolados. O homem é um ser de raízes espaçotemporais. De forma que
ele é, na expressão feliz de Marcel, um ser “situado e temporalizado”. A instrumentação
da educação — algo mais que a simples preparação de quadros técnicos para responder
às necessidades de desenvolvimento de uma área — depende da harmonia que se
consiga entre a vocação ontológica desse “ser situado e temporalizado” e as condições
especiais dessa temporalidade e dessa situacionalidade.
Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61 (com
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adaptações)
Segundo o texto, a educação deve considerar não apenas o homem, mas também o
contexto em que ele vive, levando-o a refletir sobre sua realidade e atuar sobre ela na
condição de sujeito.
Em episódio que não sei mais se se estuda na História do Brasil, pois nem mesmo sei se
ainda se estuda História do Brasil, nos contavam, às vezes com admiração, que D. Pedro,
o da Independência, irritado com a primeira Assembleia Constituinte brasileira, por ele
considerada folgada e ousada, encerrou a brincadeira e outorgou a Constituição do novo
Estado. Decerto a razão não é esta, é antes um sintoma, mas vejo aí um momento
exemplar da tradição de encarar o Estado (que, na conversa, chamamos de “governo”)
como nosso mestre e os nossos direitos como por ele dadivados. Os governantes não são
mandatários ou representantes nossos, mas patrões ou chefes.
Claro, há muito que discutir sobre o conceito de praticamente cada palavra que vou usar
— isto sempre, de alguma forma, é possível —, mas vamos fingir que existe consenso
sobre elas, não há de fazer muito mal agora. Nunca, de fato, tivemos democracia. E a
República não trouxe nenhuma mudança efetivamente básica para o povo brasileiro,
nenhuma revolução ou movimento o fez. Tudo continua como era dantes, só que os
defeitos, digamos, de fábrica, vão piorando com o tempo e ficam cada vez mais difíceis
de consertar. Alguns, na minha lúgubre opinião, jamais terão reparo, até porque a
Humanidade, pelo menos como a conhecemos, deve acabar antes.
João Ubaldo Ribeiro. A gente se acostuma a tudo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 113-4
(com adaptações).
É correto afirmar que o trecho foi extraído de um ensaio acadêmico, pois versa sobre
tema histórico com base em conceitos de teoria política.
Tarde de verão, é levado ao jardim na cadeira de braços — sobre a palhinha dura a capa
de plástico e, apesar do calor, manta xadrez no joelho. Cabeça caída no peito, um fio de
baba no queixo. Sozinho, regala-se com o trino da corruíra, um cacho dourado de giesta
e, ao arrepio da brisa, as folhinhas do chorão faiscando — verde, verde! Primeira vez
depois do insulto cerebral aquela ânsia de viver. De novo um homem, não barata leprosa
com caspa na sobrancelha — e, a sombra das folhas na cabecinha trêmula, adormece.
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Gritos: Recolha a roupa. Maria, feche a janela. Prendeu o Nero? Rebenta com fúria o
temporal. Aos trancos João ergue o rosto, a chuva escorre na boca torta. Revira em
agonia o olho vermelho — é uma coisa, que a família esquece na confusão de recolher a
roupa e fechar as janelas?
Por tratar-se de narrativa em terceira pessoa, o texto apresenta, além do relato das
ações, alguns comentários do narrador, sem perscrutar o pensamento do personagem
principal.
Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por
metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos, a associação
dos atributos de beleza e expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase
sempre, na atualidade, apresentam figuras representativas da história, da cultura, das
riquezas e do poder das sociedades.
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Há razões para pensar que os países com acesso ao Pacífico estão em vantagem, como,
por exemplo, o fato de que, em 2014, o bloco comercial Aliança do Pacífico (formado por
México, Colômbia, Peru e Chile) provavelmente crescerá a uma média de 4,25%, ao
passo que o grupo do Atlântico, formado por Venezuela, Brasil e Argentina — unidos pelo
MERCOSUL —, crescerá 2,5%. O Brasil, a maior economia da região, tende a crescer
1,9%.
Segundo economistas, os países da América Latina que adotam o livre comércio estão
mais preparados para crescer e registram maiores ganhos de produtividade. Os países do
Pacífico, mesmo aqueles como o Chile, que ainda dependem de commodities como o
cobre, também têm feito mais para fortalecer a exportação. No México, a exportação de
bens manufaturados representa quase 25% da produção econômica anual (no Brasil,
representa 4%). As economias do Pacífico também são mais estáveis. Países como
México e Chile têm baixa inflação e consideráveis reservas estrangeiras.
Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se parecer com casos econômicos sem
solução. Na Venezuela, a inflação passa de 50% ao ano — igual à da Síria, país
devastado pela guerra.
David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal. In: Internet: (com
adaptações).
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A ideia defendida no texto, que se classifica como dissertativo, é construída por meio de
contrastes.
Infere-se do texto que países não banhados pelo Atlântico ou pelo Pacífico, como
Paraguai e Equador, não estão inseridos em nenhuma das duas Américas Latinas citadas
pelo autor.
Mundo animal
No morro atrás de onde eu moro vivem alguns urubus. Eles decolam juntos, cerca de
dez, e aproveitam as correntes ascendentes para alcançar as nuvens sobre a Lagoa
Rodrigo de Freitas. Depois, planam de volta, dando rasantes na varanda de casa. O
grupo dorme na copa das árvores e lembra o dos carcarás do Mogli. Às vezes, eles
costumam pegar sol no terraço. Sempre que dou de cara com um, trato-o com respeito.
O urubu é um pássaro grande, feio e mal-encarado, mas é da paz. Ele não ataca e só vai
embora se alguém o afugenta com gritos.
Recentemente, notei que um bem-te-vi aparecia todos os dias de manhã para roubar a
palha da palmeira do jardim. De vez em quando, trazia a senhora para ajudar no ninho.
Comecei a colocar pão na mesa de fora, e eles se habituaram a tomar o café conosco.
Agora, quando não encontram o repasto, cantam, reclamando do atraso. Um outro casal
descobriu o banquete, não sei a que gênero esses dois pertencem. A cor é um verde-
escuro brilhante, o tamanho é menor do que o do bem-te-vi e o Pavarotti da dupla é o
macho.
A ideia de prender um passarinho na gaiola, por mais que ele se acostume com o dono, é
muito triste. Comprei um periquito, uma vez, criado em cárcere privado, e o soltei na
sala. Achei que ele ia gostar de ter espaço. Saí para trabalhar e, quando voltei, o pobre
estava morto atrás da poltrona. Ele tentou sair e morreu dando cabeçadas no vidro.
Carrego a culpa até hoje. De boas intenções o inferno está cheio.
O Rio de Janeiro existe entre lá e cá, entre o asfalto e a mata atlântica, mas a fauna
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daqui é mais delicada do que a africana e a indiana. Quem tem janela perto do verde
conhece bem o que é conviver com os micos. Nos meus tempos de São Conrado, eu
costumava acordar com um monte deles esperando a boia. Foi a primeira vez que
experimentei cativar espécies não domesticadas.
Lanço aqui a campanha: crie vínculos com um curió, uma paca ou um formigueiro que
seja. Eles são fiéis e conectam você com a mãe natureza. Experimente, ponha um
pãozinho no parapeito e veja se alguém aparece.
A história da formação dos corpos de bombeiros no país começou no século XVI, no Rio
de Janeiro. Nessa época, quando ocorria um incêndio, os voluntários, aguadeiros e
milicianos, corriam para apagá-lo e, na maior parte das vezes, perdiam a batalha devido
às construções de madeira. Os incêndios ocorridos à noite vitimavam ainda mais
pessoas, devido à precária iluminação das ruas.
Quando havia um incêndio na cidade, os aguadeiros eram avisados por três disparos de
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canhão, partidos do morro do Castelo, e por toques de sinos da igreja de São Francisco
de Paula, correspondendo o número de badaladas ao número da freguesia onde se
verificava o sinistro. Esses toques eram reproduzidos pela igreja matriz da freguesia.
Assim, os homens corriam para os aguadeiros, e a população fazia aquela fila
quilométrica, passando baldes de mão em mão, do chafariz até o incêndio.
Com a vinda da família real portuguesa ao Brasil, no século XIX, mais precisamente ao
Rio de Janeiro, foi criado, 25 em julho de 1856, por decreto imperial, o Corpo de
Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com dados
divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada.
aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos. Também houve
aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período.
Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de
desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a porcentagem
de municípios na classificação “muito baixa” caiu de 85,5%, em 1991, para 0,6%, em
2010. O relatório identificou uma redução nas disparidades sociais entre Norte e Sul do
Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um exemplo disso é que 90% dos
municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos índices de IDHM em educação e
renda.
A Carta Roubada é um dos contos mais célebres de Edgar Allan Poe. Nele, o escritor
norte-americano conta a história de um ministro que resolve chantagear a rainha
roubando a carta que lhe fora endereçada por um amante.
A leitura do conto de Edgar Allan Poe deveria ser obrigatória para os responsáveis pela
educação pública. Muitas vezes, eles parecem se deleitar em procurar as mais finas
explicações, contratar os mais astutos consultores internacionais com seus métodos
pretensamente inovadores, sendo os problemas a combater primários e óbvios para
qualquer um que queira, de fato, enxergá-los.
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Por exemplo, há semanas descobrimos, graças ao Censo Escolar de 2011, que 72,5%
das escolas públicas brasileiras simplesmente não têm bibliotecas. Isto equivale a
113.269 escolas. Um descaso que não mudou com o tempo, já que, das 7.284 escolas
construídas a partir de 2008, apenas 19,4% têm algo parecido com uma biblioteca.
Diante de resultados dessa magnitude, não é difícil entender a matriz dos graves
problemas educacionais que atravessamos. Difícil é entender por que demoramos tanto
para ter uma imagem dessa realidade.
Em política educacional, talvez vamos acabar por descobrir que “menos é mais”. Quanto
menos “revoluções na educação” e quanto mais capacidade de realmente priorizar a
resolução de problemas elementares (bibliotecas, valorização da carreira dos professores
etc.), melhor para todos.
Vladimir Safatle. A biblioteca roubada. In: Folha de S.Paulo, São Paulo, 5/2/2013 (com
adaptações).
O hibridismo resultante pode ser negativo ou positivo. Pelo que capturo, o hibridismo é
sempre mal visto porque ele não cabe no modo ocidental de pensar. Provam isso as
Cruzadas, a Inquisição, o Puritanismo, as Guerras Mundiais, o Holocausto e a exagerada
ênfase na purificação e na eugenia na coerência absoluta entre gente, terra, língua e
costumes, típicas do eurocentrismo. A mistura corre do lado errado e tende a derrapar
como um carro dirigido por jovens bêbados quando saem da balada.
Pressinto uma enorme violência no nosso sistema de vida. Temo que ela venha a ocupar
um território ainda mais denso e seja usada para legitimar outras violências tanto ou
mais brutais do que o quebra-quebra hoje redefinido como “manifestações”, protestos
que começam como demandas legítimas e, infiltrados, tornam-se quebra-quebras. Qual é
o lado a ser tomado se ambos são legítimos e, como é óbvio, dizem alguma coisa como
tudo o que é humano?
Estou, pois, um tanto perdido e um tanto achado nessa encruzilhada entre demandas
legais e prestígios pessoais. Entre patrimonialismo carismático e burocracia, os quais
sustentam o “Você sabe com quem está falando?” esse padrinho do “comigo é
diferente”, “cada caso é um caso”, “ele é meu amigo”, “você está errado mas eu continuo
te amando”... E por aí vai numa sequência que o leitor pode inferir, deferir ou embargar.
Roberto da Mata. Achados e perdidos. In: O Estado de S.Paulo, São Paulo, 23/10/2013 (com
adaptações).
Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem
notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados
os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa.
Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro
Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o,
dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela
sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.
Clarice Lispector. Felicidade clandestina. In: Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro: Rocco,
1998 (com adaptações).
Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças de um dia ou de outro, da
tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. Supõe que o dono pense em as arejar
e expor para teu e meu desenfado. Nem todas serão interessantes, não raras serão
aborrecidas, mas, se o dono tiver cuidado, pode extrair uma dúzia delas que mereçam
sair cá fora.
Chama-lhe à minha vida uma casa, dá o nome de relíquias aos inéditos e impressos que
aqui vão, ideias, histórias, críticas, diálogos, e verás explicados o livro e o título.
Possivelmente não terão a mesma suposta fortuna daquela dúzia de outras, nem todas
valerão a pena de sair cá fora. Depende da tua impressão, leitor amigo, como
dependerá de ti a absolvição da má escolha.
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Machado de Assis. Advertência. In: Relíquias da casa velha. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
No texto, o narrador justifica o título e esclarece o conteúdo de um livro que traz ideias,
histórias, críticas e diálogos autobiográficos cujo teor ainda está muito presente em sua
vida.
Com o objetivo de implantar o PAR, o MEC tomou duas providências: fez parceria com
dezessete universidades públicas e com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e
Cultura e Ação Comunitária para que essas instituições auxiliem as prefeituras nas
tarefas de diagnóstico e elaboração dos planos e contratou uma equipe de consultores,
que foi aos municípios prioritários — aqueles com os mais baixos índices de
desenvolvimento da educação básica (IDEB) — para dar assistência técnica local. Além
disso, alguns estados assumiram o compromisso de ajudar seus municípios no
diagnóstico e na elaboração dos planos. A dinâmica do PAR tem três etapas. O
diagnóstico da realidade da educação e a elaboração do plano são as primeiras etapas e
estão na esfera do município/estado. A terceira etapa é a análise técnica, feita pela
Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação e pelo FNDE. Depois da análise
técnica, o município assina um termo de cooperação com o MEC, do qual constam os
programas aprovados e classificados segundo a prioridade municipal. O termo de
cooperação detalha a participação do MEC que pode ser com assistência técnica por
um período ou pelos quatro anos do PAR e assistência financeira. Para a transferência de
recursos, o município deve assinar um convênio, que é analisado, antes da aprovação, a
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cada ano.
1. E
2. E
3. E
4. A
5. E
6. E
7. C
8. C
9. E
10. E
11. D
12. E
13. C
14. C
15. E
16. C
17. E
18. E
19. C
20. E
21. C
22. E
23. C
24. E
62456350391
25. E
26. E
27. E
28. C
29. C
30. C
31. C
32. E
33. E
34. E
35. E
36. C
37. E
38. E
39. C
40. C
41. E
42. C
43. C
44. A
45. D
46. B
47. C
48. C
49. E
50. B
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários 62456350391
Temos aqui uma típica questão de intelecção textual, que deve ser
respondida com base nas informações contidas no texto.
Uma dica que dou: primeiro, leia a alternativa a ser julgada (pois é a
veracidade ou falsidade dela que temos que verificar) e somente depois
passe à leitura do texto.
Essa ideia central não coaduna com a afirmação feita na alternativa, pois
esta dispõe que os funcionários podem usufruir dessas milhas (obtidas por
meio de recursos públicos) em viagens particulares, mas o texto relata
que as mesmas milhas somente poderão ser utilizadas em missões
oficiais.
GABARITO: ERRADO
Natalia Cuminale. Desafios brasileiros. Brasil precisa dobrar gasto em saúde, diz especialista.
Internet: (com adaptações).
Comentários
Primeiro, ela afirma que o SUS possui limites nas “políticas econômicas,
além de disputas sociais e políticas que atrapalham a discussão sobre a
quantidade de recursos”; depois, segue relatando os desafios enfrentados
pelo SUS, como a pouca disposição da classe média em contribuir com
impostos financiadores do sistema.
Na segunda resposta, ela afirma que surgiram novos desafios com base
na melhoria da situação econômica de parte da população, e ressalta que
as decisões tomadas no presente são fundamentais para o enfrentamento
dessas novas exigências.
Gabarito: ERRADO
em Ciência e Tecnologia
INCA/2010
o voluntário receita cuidados básicos para evitar que a criança morra por
falta de conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do
soro caseiro e a adoção da farinha de multimistura na alimentação, que se
tornou uma solução simples e emblemática contra a desnutrição. Mas o
seu segredo é um só: a persistência.
Comentários
Gabarito: ERRADO
Schirmer – Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que ele
mudaria seria a responsabilidade individual. Porque, com a votação
aberta, você e responsável pelo seu voto. Votando sim ou não, você
assume a responsabilidade pelo voto dado. Com o voto fechado, a
responsabilidade é difusa, pois ninguém sabe quem votou em quem e,
sendo assim, todos carregam o ônus do resultado da votação. O voto
fechado é muito ruim porque quem sai perdendo é a própria instituição.
Em vez de você falar mal de um ou de outro deputado, você acaba
penalizando a instituição.
Comentários
Gabarito: A
Fragmento I
Macunaíma
Fragmento II
São Paulo.
Senhoras:
(...)
Macunaíma, Imperator
Comentários
formal (fato admitido pelo emissor na passagem “Muito nos pesou a nós,
Imperator vosso, tais dislates da erudição”).
GABARITO: ERRADO
Comentários
GABARITO: ERRADO
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Comentários
GABARITO: CERTO
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Quem não se sentiu ansioso até hoje? Com o mundo do jeito que está,
natural é se sentir ansioso; é permitido ficar ansioso. Prejudicial é não
saber lidar com a ansiedade. A proposta é abordar meios eficazes de lidar
com esse comportamento que gera tantos distúrbios.
Diz Patch Adams que indivíduo saudável é aquele que tem uma vida
vibrante e feliz, porque utiliza ao máximo o que possui e só o que possui,
com muito prazer. Este é o indivíduo satisfeito que não anseia quimeras e
que sabe viver alegre e feliz.
Comentários
Gabarito: CERTO
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Comentários
Gabarito: ERRADO
Comentários
GABARITO: ERRADO
Comentários 62456350391
a) Não conseguimos inferir que uma das “outras formas de luta” possa
ser a troca do capitalismo pelo socialismo, pois o texto afirma que:
“As alternativas [trocar o capitalismo pelo socialismo] postas em prática
pela história não deram certo.”
b) Não conseguimos inferir que uma das “outras formas de luta” possa
ser vivenciar o capitalismo como realidade, pois o texto afirma que:
“Hoje vivemos uma situação em que o capitalismo é uma realidade.”
c) Não conseguimos inferir que uma das “outras formas de luta” possa
ser pôr em prática as alternativas propostas pela história, pois o
texto afirma que: “As alternativas postas em prática pela história não
deram certo.”
e) Não conseguimos inferir que uma das “outras formas de luta” possa
ser buscar êxito maior na troca do socialismo pelo capitalismo, pois
o texto afirma que: “As alternativas [trocar o capitalismo pelo socialismo]
postas em prática pela história não deram certo.”
GABARITO: D 62456350391
Comentários
GABARITO: ERRADO
Isso as tornava más por natureza e atraídas pelo vício. A partir do século
XI, com a instituição do casamento pela Igreja, a maternidade e o papel
da boa esposa passaram a ser exaltados. Criou-se uma forma de salvação
feminina a partir basicamente de três modelos femininos: Eva (a
pecadora), Maria (o modelo de perfeição e santidade) e Maria Madalena (a
pecadora arrependida). O matrimônio vinha para saciar e controlar as
pulsões femininas. No casamento, a mulher estaria restrita a um só
parceiro, que tinha a função de dominá-la, de educá-la e de fazer com que
tivesse uma vida pura e casta.
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Comentários
Para iniciar a resolução desta questão, quero que você leia com atenção o
enunciado. Perceba que você deve responder de acordo com o texto.
GABARITO: CERTO
Da roça aos salões de baile na Corte, a subida não foi feita sem ânimo
prestativo, hesitações, orgulho das próprias qualidades, espera do
momento oportuno e resignação de quem teve de ouvir calado. Tudo isso
num quadro social que não lhe garantia qualquer reconhecimento e é uma
constante brasileira até hoje. Entretanto, Tolentino não apenas abaixava a
cabeça para resguardar sua carreira, como faria um adulador medíocre;
havia nele um idealismo, no bom sentido do termo, que obviamente
encontrou resistências quando foi posto em prática. O nervo da narrativa
de Antonio Candido é o conflito entre as intenções racionais do burocrata
e a politicagem ampla, geral e irrestrita.
Não se trata, contudo, de luta do bem contra o mal, pois tal embate tem
uma especificação histórica cuja raiz se encontra no próprio surgimento do
Brasil como país. Em outras palavras, o Brasil independente afirmava-se
como nação moderna, adotava uma Constituição, um Parlamento, fraque
e cartola, ao mesmo tempo em que mantinha a maior parte de sua
população fora do âmbito da cidadania.
Comentários
Logo no início do texto, temos o seguinte: “Ao nos contar a história dos
percalços de um funcionário em ascensão pela burocracia do Brasil
imperial...”.
GABARITO: CERTO
Era quieta, essa irmã. Não cantava, não ria; mal falava. Trazia água do
poço, varria o terreiro, passava a roupa, comia — pouco, magra que era
— e ia para a cama sem dar boa-noite a ninguém. Dormia num puxado,
um quartinho só dela; tinha nojo dos irmãos. Se, na cama, suspirava ou
revirava os olhos, nunca ninguém viu. O nome dela era Honesta.
(Nome dado pela mãe. O pai queria-a ali, na roça; a mãe, porém, tinha
esperança que um dia a filha deixasse o campo e fosse para a cidade se
empregar na casa de uma família de bem. E que melhor nome para uma
empregada do que Honesta? O pai acreditava no campo; a mãe
secretamente ansiava pela cidade — por um cinema! Nunca tinha entrado
num cinema! Minha filha fará isto por mim, dizia-se, sem notar que a filha
vagueava por paisagens estranhas, distantes do campo, distantes da
cidade, distantes de tudo. [...])
Moacyr Scliar. Doutor Miragem. Porto Alegre: L&PM, 1998, p. 22-3 (com adaptações).
Julgue o item subsequente, com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto acima.
Comentários
Não podemos afirmar o que o enunciado expressa. Veja que o texto relata
que: “Era quieta, essa irmã. Não cantava, não ria; mal falava. Trazia água
do poço, varria o terreiro, passava a roupa, comia — pouco, magra que
era — e ia para a cama sem dar boa-noite a ninguém.”
Assim, o texto nos informa que a mulher pouco falava, até mesmo não
dava boa-noite a ninguém. Em nenhum momento, o autor escreve sobre o
emprego de regras gramaticais quando a mulher se expressava.
GABARITO: ERRADO
Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. 3.ª ed. Lisboa: Presença,
1980 (com adaptações)
Comentários
GABARITO: CERTO
Comentários
GABARITO: ERRADO
Comentários
GABARITO: ERRADO
Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros
da Biblioteca, utilizando o seguinte o argumento: “ou os livros contêm o
que está no Alcorão e são desnecessários ou contêm o oposto e não
devemos lê-los.”
como toda inovação, a Internet tem potencial cuja dimensão não deve ser
superdimensionada. Seu conteúdo é fragmentado, desordenado e, além
disso, cerca de metade de seus bites é descartável.
Nesse texto, que pode ser classificado como artigo de opinião, identificam-
se trechos narrativos e dissertativos.
Comentários
Você deve observar que a tipologia textual é conceitual, pois ela apenas
atribui uma classificação ao texto. Não se trata, portanto, de especificar a
materialidade do texto em si, mas de classificá-lo de acordo com suas
características linguísticas.
Em 640 d.C., o califa Omar ordenou que fossem queimados todos os livros da
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GABARITO: CERTO
Samy Dana. De olho em gastos com telefonia e direitos de consumidores. In: Folha de
S.Paulo, 21/7/2014 (com adaptações).
Comentários
GABARITO: ERRADO
Comentários
GABARITO: CERTO
como gente. Para elas, contudo, os índios eram tapires ou pecaris — eram
presa.
Ser gente parecia uma questão de ponto de vista. Gente é quem ocupa a
posição de sujeito. No mundo amazônico, escreveu o antropólogo, “há
mais pessoas no céu e na terra do que sonham nossas antropologias”.
Mas se a cultura é igual para todos, algo precisa mudar. E o que muda, o
que é construído, dependendo do observador, é a natureza. Para o urubu,
os vermes no corpo em decomposição são peixe assado. Para nós, são
vermes. Não há uma terceira posição, superior e fundadora das outras
duas. Ao passarmos de um observador a outro, para que a cultura
permaneça a mesma, toda a natureza em volta precisa mudar.
Rafael Cariello. O antropólogo contra o Estado. In: Revista piauí, n.º 88, jan./2014 (com
adaptações).
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Comentários
GABARITO: ERRADO
As ideias expressas nas frases “Ser gente parecia uma questão de ponto
de vista” (sublinhado no texto) e “Gente é quem ocupa a posição de
sujeito” (sublinhado no texto) constituem aspectos importantes daquilo
que o texto apresenta como ‘perspectivismo ameríndio’ (em negrito no
texto).
Comentários
GABARITO: CERTO
Pedro F. Develey et al. O Brasil e suas aves. In: Scientific American Brasil, 2013 (com
adaptações). Em relação ao texto acima, julgue o item abaixo.
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Comentários
Com base nesses dados, percebemos que não é a floresta (Mata Atlântica)
que está ameaçada, e sim as aves. Outro detalhe que nos ajuda a
desvendar a questão é que “remanescente” quer dizer “aquilo que sobra”.
GABARITO: ERRADO
Comentários
Você deve ler o texto com bastante atenção. Observe que muitas
questões podem ser resolvidas simplesmente quando temos cuidado ao
ler o texto e conseguimos extrair dele os aspectos mais importantes.
Assim, devemos perceber se o texto faz realmente referências àquilo
colocado no item a ser julgado. Muitas vezes, a banca cria frases e
situações apenas para confundir o candidato.
Com base nisso, perceba que o autor do texto não defende a ideia de que
comerciantes do mundo inteiro podem triplicar seu faturamento caso seja
adotado o modelo de planejamento urbano da Dinamarca. Observe que
ele alega que o modelo adotado na Dinamarca é um exemplo de
planejamento urbano, mas não menciona, em trecho algum, que
esse modelo pode levar comerciantes do mundo inteiro a triplicar
suas vendas.
GABARITO: ERRADO
Machado de Assis, Memorial de Aires. RJ. Ed. Nova Aguilar. 1994 (com adaptações)
Comentários
GABARITO: ERRADO
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo assim, ela fica mais
perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a
vida, que ela serve de perto, mas para a literatura. Por meio dos
assuntos, da composição solta, do ar de coisa sem necessidade que
costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia. Principalmente
porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser
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Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São Paulo: Companhia das Letras,
1993, p. 23 (com adaptações).
Comentários
Se a crônica é uma candidata à perfeição, ela não pode ser a mais perfeita
comunicação literária, como indica o item proposto.
GABARITO: ERRADO
Gilberto Freyre. Eça, Ramalho como renovadores da literatura em língua portuguesa. In:
Alhos & Bugalhos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978, p. 15 (com adaptações).
Comentários
“inflexivelmente”.
GABARITO: CERTO
Comentários
Você deve observar que a tipologia textual é conceitual, pois ela apenas
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GABARITO: CERTO
O jornalista está dentro de uma esfera que tem como foco a comunicação
em si e não o que se comunica. O foco é uma linguagem acessível,
interessante e que chame a atenção do público para comprar e consumir
os textos e artigos que são escritos e, se for necessário, ele sacrifica o
conteúdo em prol da atenção do público e da linguagem. Já o pesquisador
está em uma esfera cujo foco é o conteúdo, o objeto de pesquisa e a
pesquisa em si e, muitas vezes, ele sacrifica um grupo extenso de leitores
ao empregar linguagem específica, científica e não acessível. Portanto, ao
escrever, os dois profissionais têm de ter em mente que sua esfera de
atividade humana e, por consequência, de comunicação, se torna mais
complexa. O jornalista deve ter em mente que, quando escreve sobre um
projeto científico, não atua apenas em sua área de atividade humana, a
comunicação, mas na comunicação científica. O cientista ou pesquisador
deve considerar que a divulgação de sua pesquisa não deve ser feita
apenas para a comunidade científica, mas para o público em geral. Dessa
forma, o pesquisador precisa constantemente pensar mais nesse público
e, consequentemente, na linguagem utilizada. O jornalista, por sua vez,
precisa ficar mais atento à pesquisa que está sendo divulgada. Cada um
precisa aprender com o outro, permitindo-se entrar mais em uma esfera
de atividade humana à qual não pertence originalmente. O principal
motivo desse intercâmbio de intenções ao escrever é aumentar o acesso
do público à ciência.
A academia não pode estar voltada apenas para seu público interno. É
muito importante que as informações sejam divulgadas e não
permaneçam circulando em um grupo fechado, até para que haja
crescimento da própria comunidade científica.
Comentários
GABARITO: CERTO
Paulo Freire. Educação e mudança. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 61 (com
adaptações)
Comentários
GABARITO: CERTO
Em episódio que não sei mais se se estuda na História do Brasil, pois nem
mesmo sei se ainda se estuda História do Brasil, nos contavam, às vezes
com admiração, que D. Pedro, o da Independência, irritado com a
primeira Assembleia Constituinte brasileira, por ele considerada folgada e
ousada, encerrou a brincadeira e outorgou a Constituição do novo Estado.
Decerto a razão não é esta, é antes um sintoma, mas vejo aí um
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João Ubaldo Ribeiro. A gente se acostuma a tudo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006,
p. 113-4 (com adaptações).
Comentários
GABARITO: ERRADO
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Comentários
NARRAÇÃO
GABARITO: ERRADO
Comentários
DESCRIÇÃO
GABARITO: ERRADO
Comentários
GABARITO: ERRADO
David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal. In:
Internet: (com adaptações).
Comentários
DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA
DISSERTAÇÃO-EXPOSITIVA OU EXPOSIÇÃO
GABARITO: CERTO
Comentários
Mais uma questão que solicita ao aluno que faça uma dedução do que está
escrito no texto. Fique tranquilo, na aula extra sobre interpretação de
texto, veremos com detalhes a inferência.
Vamos ver quais são as duas Américas Latinas citadas pelo autor?
Observe que não dá para deduzir (inferir) que países como Paraguai e
Equador, não estão inseridos em nenhuma das duas Américas Latinas
citadas pelo autor. Veja as palavras em negrito no trecho acima: elas
demonstram que o autor está exemplificando, e não esgotando a lista de
países.
GABARITO: ERRADO
Mundo animal
Comentários
formigueiro que seja. Eles são fiéis e conectam você com a mãe natureza.
Experimente, ponha um pãozinho no parapeito e veja se alguém aparece.
Observe que a autora propõe que as pessoas façam uma conexão com a
mãe natureza e, para tanto, deu exemplos disso ao longo do texto.
GABARITO: ERRADO
Comentários
NARRAÇÃO
No morro atrás de onde eu moro vivem alguns urubus. Eles decolam juntos,
cerca de dez, e aproveitam as correntes ascendentes para alcançar as nuvens
sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas. Depois, planam de volta, dando rasantes na
varanda de casa. O grupo dorme na copa das árvores e lembra o dos carcarás do
Mogli. Às vezes, eles costumam pegar sol no terraço. Sempre que dou de cara
com um, trato-o com respeito. O urubu é um pássaro grande, feio e mal-
encarado, mas é da paz. Ele não ataca e só vai embora se alguém o afugenta
com gritos.
GABARITO: CERTO
Comentários
Comentários
Aqui, nesta questão, temos que verificar o contexto para identificar qual o
significado da palavra “freguesia”.62456350391
GABARITO: ERRADO
Comentários
GABARITO: CERTO
Comentários
Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de
desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a
porcentagem de municípios na classificação “muito baixa” caiu de
85,5%, em 1991, para 0,6%, em 2010.
GABARITO: CERTO
Vladimir Safatle. A biblioteca roubada. In: Folha de S.Paulo, São Paulo, 5/2/2013 (com
adaptações).
Comentários
Diante de resultados dessa magnitude, não é difícil entender a matriz dos graves
problemas educacionais que atravessamos. Difícil é entender por que
demoramos tanto para ter uma imagem dessa realidade.
GABARITO: A
Pressinto uma enorme violência no nosso sistema de vida. Temo que ela
venha a ocupar um território ainda mais denso e seja usada para legitimar
outras violências tanto ou mais brutais do que o quebra-quebra hoje
redefinido como “manifestações”, protestos que começam como
demandas legítimas e, infiltrados, tornam-se quebra-quebras. Qual é o
lado a ser tomado se ambos são legítimos e, como é óbvio, dizem alguma
coisa como tudo o que é humano?
Roberto da Mata. Achados e perdidos. In: O Estado de S.Paulo, São Paulo, 23/10/2013
(com adaptações).
Comentários
GABARITO: D
Comentários
GABARITO: B
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma
tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As
Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com
ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses.
Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o
emprestaria.
Comentários
Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu
nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-
lhe emprestados os livros que ela não lia.
GABARITO: CERTO
Comentários
Mais uma vez, veja que precisamos responder a esta questão com base
nas ideias do texto.
GABARITO: CERTO
Machado de Assis. Advertência. In: Relíquias da casa velha. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
Comentários
Podemos comprovar isso pela seguinte frase: “Supõe que o dono pense
em as arejar e expor para teu e meu desenfado”.
GABARITO: ERRADO
Comentários
GABARITO: B
vez mais cobrado pelas principais bancas examinadoras. Para tanto, como
já comentei, teremos aula específica. Na aula de hoje, estudaremos os
seguintes tópicos:
Tipos Textuais e Gêneros Textuais: saber reconhecer os
diferentes tipos de textos e os gêneros textuais.
Linguagem Culta, Linguagem Popular e níveis de
formalidade: aprender a analisar a variação linguística de acordo
com os diferentes níveis de formalidade do texto.
NARRAÇÃO
Modalidade de texto em que se conta um fato ocorrido em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Esse fato
pode ser verídico ou ficcional (um boletim de ocorrência, por exemplo,
narra um fato verídico).
Elementos da narração: enredo, personagens (principal,
secundário e terciário/figurante), tempo, espaço (local
geográfico), ambiente (relacionado à vida sociocultural), clímax,
62456350391
desfecho.
Com relação à temporalidade, perceba que, na narração, há,
geralmente, uma relação de anterioridade e posterioridade entre os
episódios contados; ou seja, há a passagem do tempo. Por isso, é
comum a presença de muitos verbos na narração, com alteração
dos tempos verbais.
Essa passagem do tempo na narração pode ser cronológica (em
que há sequência de passado, presente e futuro) ou anacrônica (em que
DESCRIÇÃO
DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA
DISSERTAÇÃO-EXPOSITIVA OU EXPOSIÇÃO
objetiva.
Nesse tipo textual, ao contrário da dissertação-argumentativa, não
se faz a defesa de uma ideia, pois não há intenção de convencer o
leitor nem criar debate.
Trabalha-se o assunto de maneira atemporal.
INJUNÇÃO OU INSTRUÇÃO
entrar em contradição com a nobreza dos fins. Desse modo, não basta
termos fins nobres, é necessário também que os meios para alcançá-los
sejam adequados a essa nobreza.
Caro aluno,
Esta aula teve como objetivo expor alguns conceitos iniciais da disciplina e
apresentar para você uma ideia de como será o nosso curso.
Professora Ludimila