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Plantáo PsicológÍco
em hospitnl psiquiátrico:
Novas Consideragões e
desenvolyimelto

Walter CautellaJunior

A irrt*rçao deste trabalho é abordar os


dssdobrarnentos que uma experiência de plantã<t
psicológico bem sucedida gerou em um hospital
psiquiátrico. Tais mudanças não afet*ram sornçíte Ê
rotina hospitalar, mas também a forma de concebet
a fazer psicológico em contliçôes tão especÍÍiças. Na
verdade, a experiência do plantão psicológico levou a

instituiçâo a reftrrmular sua visão do indivÍduo


insütucionalizado.
Para que melhot possâmos compreender a
amplitude da experiênciâ e seus desenvolvimentos,
considero importante íazet nma breve dçscrição da
instituição e dos moldes de funcionamento d.o
departamento de psicolopçia antes do plantão
psicológico
\ Trata-se de um hospital de potte médio e de
\ curtâ permânôncia que atende pacientes tto sexo
feminino em quadro agudo de doença mental. Conta
\ com duas equipes terapêuticas compostas por:
lrj
Plantão Psicológicor novos horizontes Plantãa Psicológico em hospital psiquiátrico

psicólc-rgos, psiquiatras, teíâpeutâs ocupacionais, processo tenha um significado nr:r quadro referencial
âssistentes sociais, recreacionistas e enfermeiros. clo cliente. Se a§uém procuÍâ aiuda é porque scnte
O serviço de psicnlogia começou a funcionar algo e não se considerâ apto pata tesolver sozinho.
em 1988 c utiliz,ava exclusivamenre grlrpos psicote- Sabemos que o kabalho psicológico só ó eficiente
rápicos e atendimentos indíviduais em psic<iterapia quando o indivíduo identi{ica sua demanda e se propõe
breve/focal para atender a rlemanda da clientela. Com a trabalhar com suâs questões. Comparecer ao grupo
o pâssâr do tempo, percebíamos certas limitações de por prcssão do médico ou da enfermâgem, cria um
. iiilll'
ais procedimentos quando utilizadas em siruações com ;,:|:1;,,-, clima ansiógeno e persecutório que nâo ajuda no
característicâs tão específicas. Como foi desctito :1::l.ii.!-al§. pÍocesso psicoterápico, mesmo que a intenção seja
:iar:::;iir:i
antedormente, este é um hospital cle cuÍtâpcrrnanência, iailiit', boa. À compc-rsição dos grupos tornava-se extre-
:.' ,':a,ni'
o que acâíreta à interr.-cnção psicoterápica uma séria ::;,1:'1,',l
mâmente complicada, visto que a população yariava
:a:!)):::!.
dificuldade, pois estabelece um limite exteÍno concÍeto 't..1
muito em termos de nível intelectual, capacidade de
ilirl-:i
paÍa o pÍocesso. Àlém disto, sua população possui elaboração e de simbolização etc. Apesar da heterr»
:l.li i:);t
caracterÍsticas bastante peculiares por tratar-se,Je pessoas geneidade na compt>sição dos grupos poder ser
",,::t.:ii,li
ern quadro agudo cle doeoça com diferenres nír,eis de ;i;rrÍ.;:rri benéfica pela diversidade de experiências, o ponco
contato com â realidacle. I{á uma clificuldacle mainr t::::{* tempo de intervenção nos levava a tentar potenciaiizar
paÍa o processo se comparado a pessoas que Ínantêm !l1r;iaii:i ao máxirno a ação psicoterápica. §e a ação priorizava
um padrão neurótico. Resumidamenre, possuíamos os pacientes delirantes ou rleficitários do ponto de
itr,:;::li.l
pouco tempo para abcirdagern psicoiógica e a nossâ ;'i li lir;:r:ii: vista cognitivq çom certeza parte da população era
clientela era muittt heterogênea, pois em um mesmo colocacla à margem do processo. Pot outrn 1ado,
ii:.rl
setor do hospital temos yárÍas patologias, tais como: trit:r,lli.l,iti priorizando nossa a*ação em irrtegrantes corn maior
fleufoses, psicoses, tr-rxicof,lias etc. capacidade de elaboração e menos comprometidos
l.lir,il,::l
Àmbas as récniÇâs uulizadas exigern certos prú l' ::l l:a!..arl privaríamos a maioria da população.
'FI0RINI, Hector J.
requisitr:s para que o indivíduo possa tirar proveito Os atendimentos individuais tmrbérn sofriam
Teoria e Técnica de
da intervenção psicológica. À aborçlagem cle gÍupô suas limitaçôes, À técnica da psicoterapia breve Psicoterapias. 9a
exige certo tempQ para que a pessoa se inrcgre à deterraina que o psicoterapeuta estabeleça um foco para ediçã0. São Paulo:
cünâmica e âssumâ uma iclentidadc grupal. Ântes dissq ser abordaclo em um tempo pré determinado. Segun- trançisco AIves
I
ã açâo psicoterápica é superficial e lirnita-se aos Editora, l98S,

sintomas. Percebíamos que as pessoas que parucipavam ciente, primeirq em selr próprio terreÍro, aceitando
de tais gÍupos, muitas vezes, compareciam mobili- pruzq-{qtwz,eale-§çuspç,flLo-llle-.r-lsta sobre o proh]çq1a, e. GÍifo do Autor I

zadas por uma demandx institucional e não por uma só mais tar<le - depois de se orientar sobre os motivos
dçmanda pessoal. Bntslde-se por demanda reais clo paciente * há de pÍocurar utilizar essss motiv()s
institucional a pressão exercida pela instituição para para fomentar os obicúvos tetapêuticos que possàm
que as pcssoâs se vinculem a psicotcrapia.  instiruição pâÍecer de possível reaiização". O curto espaço de
vê essa necessidade e acredita nas conseqüências teÍnpo que os psicoterapeutas dispunham para eleger
positives que o processri pode trazer. À partir disso, o ftrco dos etendimentos podiam levar ir uma escolha
tenta yincular os inietnos sern o cuidadcl de que esse errônea. Durante nossa práúca percebíamos que rnuitas
114 11§
Plantão Psicológico: novos horizontes Plantão Psicologico em hospital psiquiátrico

t \rezes o foco eleito pelo psicoterapeuta não era o potencializar os recursos desta. Pelas suas çaracterísticas
R0GERS, carl R.
rnesmo que o cliente gostaria de abordar. Com o tempo e referencial reórico conseguiu ser eÍiciente frente a
Torna-se Fessoa.
o cliente cons€guia abandonar o foco adotado pelo heterogeneicladc da populaçãq urna vsz que Çeiltra-§e
381'ediçã0. São
psicoterapeuta e assumir sua yercladeira. demanda, na experiência do cliente. Sendo assim, é possír'el atender
Paulo: [ditora Fran-
cisco Álves, l9//. porém este movimenfo levâvâ tempo. Em uma a demanda do psicótico, do neuróticq do deficiente e
ROGERS, Carl R & internação de curto prazo, o tempo é um bem ptecioso do paciente cronificado, pois tal técnica nâo precisa quc
STEVÊNS B- De o cliente possuâ certos pré requisitos,
e que não porle ser desperdiçado.
PexoaBaraPessu:
Frenre â essâs dificuldades geradas pelas Com a premissa básica de colocar-se disponivel
0 Problena do Ser
Humano: üma Nova características da população e da própriâ instiruição, frente às necessiclades do cliente no momeflto do
Tendôncia ria Psi- fomos levados a pÍccurâr alternativas terapêuticas encontro e côm a peculiaridade deste poder ser único,
cologra. Sâo Paulo: eficientes. Nesse momerrt{}, o plafltão psicológico nos consegmimos uma tbordagem terapêutica e ficiente em
Pioneira, I976.
No entaüro,
pareÇcu ulna possibilidade bastante atraente. curto cspâço de tempq visto que o nível de ansiedacle,
ROGERS, Carl R. e
0utros. Em Busca ficava o desalio de utilizar uma técnica terapêutica que irritabilidade e agitação c{os intetnos diminuiu
de Vida: de Terapia nuncâ havia sido testada em tais condiçôes. sieniticantemente após o plantão psicológico.
Centrada no Cliente Nc ano de 1992 deseavolvemos o primeiro Após a implantação do serviço, começamos â
à Abordagem Cen^ plantâo psicológico em hospital psiquiátrico. O perceber mudanças significativas nas abordagens
trada na Psssoa.
procedimento consisLia em colocar à disposição da psicoterápicas que iá existiam (psicoterapia de gupo
SãoPaulo: Srmnus,
clientela um psicólogo preparado pârâ o atendimen- e psicoterapia indiviclual). Às pessoas que participavarn
1983.
W000, John K, e to, em um lugar pré estabelecido, e por urn tempo dos gruplls psicoterápicos não mais compareciatn
Outros (0r9.). Áâor- pré deterrninado. mobilizados por umâ demanda alheia (pressão insti-
dagem Centrada na tucionai). Utilizando-se do plantão psicológko, os in-
O referencial teóriço adotado é amplamente
Pessoa. Vitória:
influenciado pelo existencialismr: e a fenr:menr:logia ternos conseguiam identificar melhor a sua demanda
Editora FundaEao
Ceciliano Abel de etem com-o linha teririca ptincipal a abordagrm centrâdâ e isto levava a um salto qualitadvo flo seu desempenho
j

/
Almeida Univer- âp..c}ç-qtq' Â população alvo foi amplamenre avisada
. nt> (rrupo psicoterápico.
sidade Federal rlo tla disponibiüclade do profissional e da facilidade de Os atendimentos individuais tambêm foram
Espirito Santo, 1994.
âcesso atrar,és de cartazes e informaçôes rladas pelos influenciados pelo plantão psicológico. Atualmente, <r
outros profissionais. Previamente foi feit<l urn trabalho . i.r.: i tr,,::
processo psicoterápico indrvidual inicia-se frente ao
de sensibilização com esse s profissionais para que pu- r r,:lt r il::;t pedidc do cliente. Geralrnente, ele procutou o plantão
desscrn teÍ um entendirnento básico da técnica e do Ltl.,iir, psicr:lógicq conseguiu identificar sua demanda, esta-
referencial teórico adotado e, a partir disso, pudessem beleceu o foco do seu trabalho psicológico e preíeriu
falar da disponibiiidade do serviço. Âos pnucos, foram .'r,aa.:i1i::rjijl aborclá-lo de rnaneira mais sistematizada na psicote-
Se ap{oxir§ân,Jo e aprenderam como udlizer esse novo il a:,,.'ri:rr:.$irt:.r:
rapia individual, embora muitas das demandas acabem
insüurnento. Na verdade foram estabelecidos vários r j::ri.aa::,lii:...: l
::,::l::':,:llill::h.t
se resolvendo no próprio plant[o.
t..,.:.i,

horários, em locais difererciados, uma vez que o hos- il::i:ir:'rÍl:::l


Outras vantâgens secundárias fi cararn evi<Icntes
pital possui vários setores. . ,rilil.ri::lridlir: após a implantação do serviço. Ficou muito mais fácil
O plantão psicológico conseguiu colocar*se . I :il i'i :i 'i:;'rni::: fazer os çncaminhamentos internos. Âpós compaÍeceÍ
aberto a <lemanda da cLientela e trabalhar no sentido de .:::i:..':r i?i'ri;rrr âo plântão, sabemos com clateza em qual. setor e ern
116 117
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.r". j:rr::,
i.r, l

:
Plantâo Psicológico: novos horizontes
Plantâo Psicológico em hospital psiquiátrico

qual grupo psicoterápico deterrninada pessoa terá lão é somente aquele que
considerar que doente
melhor benefício. Os encaminhamentos externos âpresentâ os sintomas, mas sim, todo o contexto a qual
tambérn tornararn-se mais eÍiçientes na medÍda em que
perteüce, no câso a íamília.
temos maior conhecimento da demanda pessoal.
Àquele que manifesta a tloença é intetnado e o
O plantão psicológicq
apesâr de sua grande hospital curnpre a sua função terâpêutica, no entânto,
ehciência, experimenta algumas limitaçôes no âmbito
quando este é devolvido pata a família, é, novamente,
hospitalar psiquiátrico, Pessoas em quadro deliranre inserido no iogo de tensões que permânece inalteraclo.
grâve, que estão rompidos com a lógica alheia e Há uma ggande possibiüdade cle novos sunos surgirem
submersos em sua realidade paralela, raramente âté o rnomento que o indivíduo pr:ssa elaborar cleÊ-
procuram o plantão, Coiocar-sc em contâto com o nitivamente sua posição nesse campo de tensões. É
outro é subrneter-se à lógica geral. Conseqüentementei
importante salientarmos que a famfia age de maneirl
isto leva a ineÍicácia da estrutura delirantc como defensiva, não iclenútlcandq ou identificando corn
mótodo tlefensir.o. Pacientes em quadro maníaco grandes dificuldades, a responsabilidadc no processo
podem aré procurar o planrão, porúnr, pela aceleraçào
de adoecimento do internadcr. É menos ansiógeno para
-.. tlos sess ptucutçlptíqilcott, geralmente, não conse6Srem
a {*miha depositar a doença em um único mernbrq
-
loEy,Henryeoutros. sç dcter ftentç as intervençôes. Nesse caso, o çaráter pois sendo assirn, sente-se imune, saudável e protegida'
Manual de ÊsiiTura- terapêutico é estabelecer um limite exteíno para a Desta Íbrma, podemos inferir que há um movimento
trâSaedição.Riode aceleraçào, vistO que o interno aão é efrciente nÊsse
Janeiro: Masson do inconsciente da família, e muitas vezes consciente, no
momeoto. Quadros de depressão profurrda, rambém;
il:i,;ü:"*""" não ptocuram o plantão psicoiógicq assim como qua-
inruito de perperuar a doença naquele que manife sta o
sintoma. Ta1 psicod.rnâmica expiicaria em parte o alto
dros catatoniformcs. nível de reinternações € "cronificações psicológicas",
A resposta positiva clos internos provou â pois, nesta breve çoncei:uaçãq não estarnos consi-
eÍicácia deste método interventivo, e fl{.:s levou a
deranclo bases orgânicas para a rloença mentâl.
prnsar a possibilidade de utilizá-lo em ourras situa- O setor de psicologia trabalha corn a hipótese
ções clcntro da rotina hospitalar. Â insutuição eviden- de que o indivíduo institucionalizado, através <1o
ciava certas demandas que pareciam ser da alçada
trabalho psicológico na insdtuição, pode se dar conta
do psicóIogo. Tais como: o arendimento à famíüa e
I r''il:1r:' dessa intrincada psicodinâmica e não mais ôcupâÍ o
à ptópria instituição. : _ l- n;,i,]
lugar de represertante simbólico da doença social. Não
Âtualmente parece seÍ de seÍrso comum que
se ffata de negat a fragilidade ôu os âspectos indivitluais
uma ação terapêutica não pode se restringir someflte
como p<ide pâÍecer, pois se e§te não suPQrtou â§
ao indivÍduo institucionalizado. Uma das fbrmas de
tensôes sociais é dcvido, tarnbóm, â âspectos internos
entendermos a doença mental é considerá-la corno :::. :1'r .:i: ru::
. .. :. r,r'il,l dc desenvolvimento pessoal.
truto de um jogo cle tensões dentro de um carnpo ,,:trr:,'l'riiili',
: :,:r'lri:i:,;lirr:. O indivíduo abandonando esse papel de doente
.rrij.:r'i' :rjii!,:t:
social, onde urn membro dessa soçiedade não te*r ilir:liirii,uta,1.1
llrii1':r,:r,:l:;l:. irá gerat um desequilibrio na psicodinâmica esta-
condições de lidar com as vicissirucles desse jogo e ir,:,.;rit,ti r:i!tr,
belecida e isso abrirá espaço Para um trabalho elabo-
rcaba rompendo em um surto psicótico ou uma rativo familiâr, ou pârâ que outio membro manifeste
descr>mpensação neurirtica. Este enfoque nos leva a rlir:
ir':iijiiii:.j
parologicamente o conflito mal resolvido.
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.,:,.
118 . .i .:i., ji i.riart§1i:. 119
. 1,'r. .,
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Plantão Psirológico em hospital psiquiátrica
?Íantão Psicológico: llovos ho.izontes

uBArrsoN,G.eü,fos.
Vários âutores de várias linhas do pensâmento escuta centrada e seletiva na angristia desse familiar
llacia unaTeorÍa de La
psÍcokigico abordaram o papel cia famílis e do iog<> que buscou o serviço.
EsquizoÍrenia. Io:
SLUZKI, Carlos E. social no proÇesso de adoecimentq eviderciando certa
O atendimcnto farniliar deseovoh'ido pelo se-

(arg.)- InteraccÍón unanimirlarle ne.§te pont_o. Dentre eles, poclemos citar tor <le psicologia é bastante diíerente dos atendimen-
famiííar: A,partâs Ra ing e principalmente Harold F. tos realizâdos pelo serr,riço social e cô{po rnédico. No
FundamentaÍessobrc
Searles em seu artigço 'tlte tffal lo driue the other persan plantão psicológictt a família é ctllncada corno cliente.
Teoría y íécnica.
Buenos Aires: *N - On _ilement in ihe aetio/ogy and p.ryúotherilPJ aÍ
crary Já no atenclimento médico-familiar o intuito é obter
Conternporáneo,19/L dados e aprirsotâr â comPreensão da estrututâ dâ
A prárica clínica na institr"riçãtl, embasada nessa doençn atrar,és da hist/rria do paciente inseriilo no " SEARLES, H. F.I
u maneira de conceber a psicodinâmica da doença contextc familiar. Rrrtanto, nãtl há, prioritariamente, The EÍfort to Drive
LIDZ, T. e outros.
ElMedio lntrâÍamiliar rnentâl, tern gerado efeitos bastante posirivos, visto uma ação terapêutica voltada à família. O cliente é the Other Person
Crazy - 0n Elenent
Del Paciente Esguize que o número de pacientes que percebem o se'u lugar aquele que está interoado. Quanto ao §erviço sociâI, â ín the Aetiotogy and
frénico: Ia
dentro da dinâmica famiüar e que pedem atendimento stra ação visa o bem-estar do inclivícluo internado e a Psychotherapy oÍ
de la Schizophrenia. ln:.
rambém pera- firrnília, vem âumefltando progres- readaptação deste à st>ciedade de urna n:aneira meno§
IN: SLUZKI, CaTIo E.
^
siyamente. Â percepção do lugar qLle traumáticr. Novamente, <; foco encontfa-sc no pacientc
Callected Papers on
(or g). Inte racción Fa- ocupam, e a Schizophrenia and
miliar. Aporiu Funda-
não mais aceitação de todas as responsablüdade s pro- internado. Âmbos os atefldirnentos são imprescindÍvcis Reality Subjects.
nrentalessobreÍr
e depositadas sclbre estes, levam a rrma clesor- e de gtande importância Para o processo terapêutico Nova York: New
y Técnica. ietadas
York International
Àires: Tiempo Con- eanizaçâr> familiar câracterizâda pelo surgimento cle Forém, nâo abordam dc maneira a provocar muclanças
Universities, 1975.
temporáneo, I971. uma angústia generalizada. Tais sintomas foram com- na psicc,dinâmica familiar. Â utilização do plantão psi
ç.254-?83.
p. Bt-110,
provados através do aumento do número de famílias cológico sc jr:stifica pelas ÇaÍacterísticas da situação e
que pediam pârâ ser atendi<las pelo serviço de psi- rla população alvo, Gerahnentç, surge uma demanda
LAING, R. D. C
cok:gia aúavés do serviço social, recepção, funcio- (lue estâvâ reprimida pela impossibil,idade cle encontrâ-r
FSIIRSN,A Crn:t,r4
Loucura y Fanília: nários etc. Com o rurneflto da demanda, fez*se ne- um espaço proprio para que pudesse se manilestat
Famílias de Esqui- cessárir: estruturâr um espaço onde a angústia íamiliar Na dr-rença o foco tecai sernpre naquele que manifesta
zofrenicos. Mexico:
pudesse ser contidâ e trahalhacla. Âlém disso, está- os sintorsâs. t) plantão psicológico abre um e§pâço
Fondo de Cullura
Económica, 1967. virlrlos otimizando o trâtâm€nto psicológico realizado pâra que a f*mília manifeste seu mal-estar e suâs
(Biblioteca de Psico- na instltuiçâo abarcando de maneira mais abrangente questões. Âs características de tal procedimentô pâ-
o "fenômeno patológico". Íecem'nos faciJitat r: trabalho com esta sifuaçâo erner-
Frente ao acima relatadq quato anos depois da gencial, irnprevisír''el e desorsânjzadora que é o ;:doe-
ctiação do plantão psicológico. introduzimos um cimento. Àtravés do plantão psicológico tentar§os
serviço semelhante v<:ltado exclusivameqte para os fa- aproveitar o momento de ruptura que a doenç* men-
rojliares dos interlos, Foi abertn um espaço oncle a fa- ral gera na dinâmica familiar e na vida de quem adoece
mília é recebida como clienre. Não temos a prctensão e, a partir disso, proporcionar uma experiência mais
de acreditar que todÍts as famflias aceitam esse lugar saudável.
tranqülamente. Geralmente, o membro da famíia che- t{á aincla Çertos dados cle realidade que re-
ga até o serviço c.,m o seu discurso voltado ao elementtr forçam a apticabilidade dn plantão farniliar nessa
institucionalizado, e cabe ao plantonista fazer uma situação. A grande maioria da população alvo (familia)

Í24 r21
PlxntÃo Psicológico: nsvos horizontes Plantão fsicológico em hospital psiquiítrico

possui pouco ac(sso a situações que permitarn As pessoas que procurarn o plantão psicológico
uma relaçâo de aiuda. Isso ocorre por vários m<lti- não o fazem poÍque foram convocadas. Pottanto,
vos: falta de conhecimenro de sua própria demanda; podcmos inferit que há uma mobilização interna que
desinformação sobre r:s serviços disponíveis (psico- gerou essâ busca, Ta-l mobilização ó fator prim<lrdial
terapia individual, familiar, etc,); carência de recur- parâ que ôcôríâ mudanças. Â convocação para essa
sos públicos nessa área; e Íinalmente, indisporubili* forma de atendimento parece-nos pouco eficiente,
dade itnanceira da maioria daqueles que pÍocurâm,. embüÍâ possâ ocorrer se for de extrema importância
O plantão psicológico conseguel de cerra forma, pa{a o trabalhn psicológico realizado com o indivi
diminuir a distância dessas pessoas a uma relação de duo instirucionalizado. Desta fotma, a família deixt
ajuda eticaz.
de ocupar o lugar de cliente e a ação centrll*se no indi-
Outrc jusuficativr para a utilizaçào do plantão víduo iastirucionalizado. Neste ponto percebernos
reçai na Çrençâ fortemente difundida nos plantonistas outra diferença em relação ao *tendimento médiço e
que nem toda demanda precisa ser suprida pela ao de serviço sociel. Estes nã<; pertiem a eficácia pela
psicoterapia. Toclo indivíduo possui uma tendência convocação, pois não colocam a famfia como cl,iente
inerente para o progresso e uÍrrâ vez que a siruação de
cla mesma lbrma que colccamos.
impedirnento possâ ser aborclada, e uma flovâ vivên- O piantão psicológico, com suâ característica
cia possa surgir, o cliente está livre para seguir seu rumq
básica i1e abarcar o cliente naquele momentq possibilitt
até sentir nova necessidade de pâÍar e se redirecionar
um tÍabalho psicológico bteve , embora, tambóm, haia
É evidente que muitas vezcs â demanda é para psi- a possibilidade de um trabaiho mais longo se houver
coterapia, nesse caso é feito um encaminhamento pilâ a necessidade. O plantonista e o cliente podem decidir
serviços extcrnos. pela sessão ánica, proieto tcrapêutico (quatro sessões
Colocando a família como focq esramos râm- aproximadamente) ou pelo encaminhamento desse
bém contribuindo indiretamente corn o bem estar do membr,r familiar ou famfia parâ um processo mais
indivíduo institucionaiizaclo e cr>mplementando o traba-
bngo de psicoterapia farniliar (fora da instituição).
Iho psicológico que é realizado durante a intertração. À equipe e a institúção foram instruídas para
Para que o plantão pudesse ocorÍeÍ, foram aber-
favorecer a aproximação dos familiares a este serviço
tos horá*ios denro da programação, que coincidiam psicológicci. O acesso da clientela manfém-se o menos
Çom os horários de atendimento familiar realizado burcxratizado possír.el. Foram colocados na' recepção
pelos outros membros da eqúpe. Desta forma, na e dernais dependôncias sociais do hospital, ÇeÍtazes
medida eÍn que os membros da farnília vôrn manter informativos sobre a existência tlo serviço, üsponi-
contâro com o médico, assistente social ou visitar o bilidadç do psicólogo, local de atenclimento etc.
paciente internado, se desejarem, poderão ter âcesso Ern três anos de funcionamento o número de
ao arendimenro psicológico.
atendimcntos foi aumenhndo progressivameflte. De
Percebe-se que os rnétodos e técoicas adotad*.s
um âno para o outÍo tivemos um aumento suPerior a
são muito seÍnelhantes âo que ocorre para os ciientes
100Y0 no número t1e cüentes.
internados oestâ casâ. §ssa estrurura de atendimento  carência de suporte eKtemo pâÍx o§ familia-
tem vâltagens pa:a alcançâÍ nossos obietivos.
res flerou ur:ra situação aúpicn. O plantão psicológico
122 123
Plantão Psicoldgico: noyos horizontes Plantâo Psicológico em hospital psiqtriáÚico
r,ri,trii::

r:§ilj;;
.;':]..''ij

famihar é uma estfuturâ montâclâ prioritariamente doentes menais em ins*tuiçÕes há a necessidade cle
pata. dat colta das questões farniliares durante o "trâtarmos" concomitantemente a instituição.
periodo de internação. No entânto) petcebemos o Trabalharmos com a instituiÇão implica em
âumerito signi{icativo da procura do serviço mesmo oferecermos aos sells integrant.es conüções para falar
após a alta do cliente principal, Iss«: acaba gerando de suas questões! assim comq cle sua relação Çom estâ.
uma sobrecarga do serviçrt. Temos como nr:rma bási- Buscamos abotdar o coletivo âtrâvés do individual.
ca não recusâr o atendimento dessas pessoâs, porénr Frente ao acima Õtado toÍnou-se fundamental
tentâmos encaminhá-las pâra serviços externos. 'IâI oferecer aos profissionais da casa de saúde um esPâço
procura âcâba reforçandr: a consolidação desse espaço de continência. Não somente para abarcar a instin:içãq
cle cr:rntinôncia. No futuro temos o intuito dc dcsen- mas tarnbém para fomecer subsídios ao funcionário
volver urn ambulatório para dar conta dessa demanda que vive em contato direto com a doença mental'
na próprir instiruição. porém, para isso, precisaremos Quadtos psicóticos tendem a seÍ âmeaçadores para
aumentaÍ a equipe de plantonistas. aqueles que não estãô Prepxra<los psiquictmente' Â
desorganização do psicótico tende a âÍneaçaÍ a oídem
Fiéis à idéia de uma ação abrangente do cloente interna de quem convive com estes. Isto é preiuclicial
mentâ-I, comeÇâmos â pensaÍ a instituiçã<l como um para a saúde psíquica do funcionário e acaba refletindo
cLiente em potencial. Arualmente f,ca dific{ pensâÍmos na instituição, urnâ \,ez que irá utilizar-se de mecanismos
em umâ ação terapêutica eficiente, sem inserirmcrs no defensivos que preiudicâÍào a dinâmica instituciona|
píoc€sso aquele que se propõe "trat^r". Como exemplo destes mecanismos podemos citar a
Àbordando o hcspital com ^ indispodbilidade e a irritabi[dacle no trato corn o
a visão cla psicolo-
gia institucional, o entendernos Çomo um organismo cliente, faltas aa serviçq grande rctatividade da equipe
vivo que reage frente a sua população alvo. Desen- de apoio etc. Além de tais manifestações, havia uma
volve-se uma relação dialética entre a instituição e a demanda cxplicita por grande parte d«rs funcionários
clientela. As ações desta, assim como âs reações, vão que nos procutâvâm com a necessidade de falat de
interferir diretamente no andamento clo processo tera- suas experiências no cotidiano hospitalar e reotgaxzâ-
pêutico. Â importância da sanidade institucional sempre las de maneiíâ mâis sauclável.
foi amplamente discutida e valorizada. Se consideramos Ofetecer atendimento aos funciorrários tazia
o pÍocesso terapôutico pessoal do pro{issional de saúde uma série de questôes. Primeiramente havia a c{i-
mental comr> firndamental para a eficácia da abordagem, ficuldade de montar uma equipe para âtencleÍ essâ
nada mais razoâvel que utiüzarmos os mesmos parâ- nova clientela. Parccia-nos poucÕ eÍiciente que os
metros quando falamos da instituição de saúde mental. plantonistas da própria instituição atendessem a
,losé Bl-e.g.el' abordou corn precisào a inrincada psi- este público. Tal atitude seria tão incoerente quânto
lo BLEGER, ,tosé. codinâmica institucionai no âto terapêutico. Seguatlo um psicoterâper:tâ desenvolver uma "auto-terâPiâ". 'o BLEGER, Josê.
Temas em Psico- ele, há a tendência da instituição em se burocratizar na SabÍamos da impossitrilidade de abarcar a institui- Psico-Hiiene e Psi'
1',
*-lY:l* 1':::, sua ação tempêutica" Este processo sur[F como defesa. ção fazendo parte dela. Bleger conceituou com pre- cologiaInstitucionaL
Nueva Vision' 1980' Porto Âlegre: Artes
Âs estrutura^s das instinrições são as mesmâs de seu obje-
..i,trr:!11.:,,.
Médicas, 19M.
to de trabalho, Sendo assim, para trabalharmos com :: rlr: if::: :

124 r:.'. :,.rll;, 125


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PlantÍo Psicológico; noyos horizonres Plantão Psicologico ern hospital psiquiátrico

tÍouxernôs um plantooisra de fora da instiruição. Isto entre os funcionárics, conseqüentemente, criou-se um


resolveu os prováveis coaflitos de interesse que arnbiente terapêutico mais eüciente.
surgiriam se fossem udlizados os profissionais da Até entâo foram relatadas as mudanças
instittiição. Àlém disso, a isenção deste plantonisfa operacionais que :rs várias experiências com o plantão
prr:piciou maior liberdade para que o funcionário psicológico geÍâram na rotina hospitalar. Sem dúvid4
abordasse suas questões. A própria esrrutura do plan- passou de técnica coadiuvante a um lugar central no
tão facilitclu o âcesso ao serviço. Contâmos com a funcionamento clo serviço de psicologia. No entanto,
ttisponibilidade da instituição paÍa que os funçioná- a amplitude das mudanças getadas pelo plantão
ritls pudessem procurar o serviço durante o períorlo psicológico nâo recai somente Íro âsPecto operacional.
de trabalho. Isto gerou a necessidade de reestrururar Âcredito que a principd mudança seja subietiva e sutil.
as grades de horários, acarreranclo maior trabaiho Como f-oi riito nas pdmeiras lithas deste texto,
das chefias. No entanto, as experiências anrerjores o plattão psicológico propiciou urna refotmulação
bem sucedidas com o plantãc facilitaram â supera, na yisão institucional do indivíduo institucionalizado.
ção de tais ftanstornos.
Embora a inlenção básica não sejr esta, o plan- Existem diierenças signilicativas na formn de
tão ao íuncionário também pode ser como portâ entender e abordar o doente mental entre os vários
de entrada paÍâ ourrâs morlalidades de atendimento profissionais da saúde. Âpesar da proximidacle e das
e supone se for necessário. Âssim como com os inter- áreas de iustaposiçáq a formação teórica e o embasa-
nôs e selrs familiares, o funciorário pcde s§: atendido rrrento fiiosófico clos vários profission:ris levam a çsta
na própria instituição em esqueÍna de psicoterapia discrepância na abordagern do doente. Os vários pro-
breve e focal, se o câso. Se a demanda for para urna fissionais podem utilizar os Inesmos çonceitos de
Fsicoterapiâ de longo culso, cste será encaminhado doença mental, porém a posturâ frente ao cliente acaba
para instituiçôes ou consultórios fora do hospital. sendo muito diferente. Cada profissional, munido de
Paralelamente, morrtamos grupos operativos parâ que seus conhecimentos cienríficos e de sua concepção de
as questôes relacionais e operacionais pudessem ser homenr e mundq vai colocar-se frente ao outro de
abordadas. m*neira particular n,r teÍrtativa de promor.et saúde.
Cçnsolidou-se novo espâço denro da roüna Enue a psicol:gia e a medicina não é diferente,
hospitalar. Á experiência yem nos mostrando que se a Há di.i,ergências significativas eatre as abordagens. O
.instituição pâssa por períodos mais ctíticos, com méüco na sua formaçâo, recebe forte influência clas
sobrecarga de trabalho" diminuição de funcionários iti
.:tl çiência.s nrrrurais. A visão naturalista determina que o
ou qualquer outra tensão, a prôcurâ pelo plantão observarlor de um daclo fenômeno tente se manter
aumentâ. Sendo assim, além do câÍáteÍ terapêutico, o isento Reste processo pata não intluencrá-ln. À partir
plantão oferece clernentos pâÍa que o piantonista tenha dessa premissa, o médico qual<lc se coloca ítente ao
uma visão relarivamente precisa da saúde psíquica da doente procura mânteÍ-$e aíastado pâi* que possâ
instituiçào. observar com isenção. Esta isen$cl datá.segurançâ pârâ
Àpós a implanração deste serviço, diminuiu a escolha da terapêutica necessária. Nesta intetvenção
significarivamente os problemas de relacionamento está implícito que o cliente não sabe sobre si e espera
126 127
Plantiio Psicológico: n0v0s horizontes
Plantão Psicológico em hospital psiquiátrico

que o orltro, fio caso o médico, realize uma ação sobre


experiência do plantão ern hospital psiquiátdco môstrâ
ele. Considero a palnvra"pacieflte", rernro muito utilizado
que por maior que seja o comprometimenro afetivo,
pr:r este profissional, basrante esclarecedora e típica dessa
cognitivo, intelecrual e relacional do cliente, a dispo-
relaçào. O paciente é aquele que espera "'pacientemeflte"
nibilidade do plantonista acal» deflagtando um mo-
a ação de outÍo pâÍâ a soiução de um dcsequilíbrio. Sua
vimentô saudável do cüente. {) pian:onista serve como
principal característica é a resignação e a c.r,rnformação, estímulo pârÍr â busca de niveis mais saudáveis de
É aquele que espera passivamente um resultaclo. To<1o integpação psiquica (deixamos dc ver o cüente como
orsanismo possú uma tendência inereute ao equilíbrio. receptor passivo de uma âção terâpêutica e n coloca_
Vários ílutores abordaram em diferentes momeülos esta mo§ no hrgar de autof no §eu pÍoce§§o de aprirr:ora-
tendência. Freud aborda o "princípio de constância" nos
-- 11 mento e crescimento). {J homem se desenvolve a partir
de sua experiência e a função do plantonish é prÕ-
FREI"]D, S. / Híb. t.l>orda
porcionar condições pâÍâ que o int{ir.'iduo possa expe-
tória do Movimento quando ía.la sobre a tendência atualizadora pâreÇe-nos rienciar, na relação com este, situaçôes que evi,Cenciam
Psicanalítiço: Artr ressalmr essa tendência jnerente do inclivíduo a procurar
gas sobre Meta- carâcterísticâs novas e des conhecidas no seu modo
pslcologra, Rio de unl eguilíi:rio u.Lisfatóno". A própria biolrrgia usa este de furrcionar, cxperiências diferentes daquelas conhe-
Janejru: knago,l 974. pnncípio como Íegrâ geral. Caso ele não consira chegar cidrs anteriofmenre e marcadas pela ineficiência e
(Êdição Standard a esta horneostase por .seus próprios meios, recorre a
patoiogia. Com esta concepção, aquele que pÍocu(a
Erasileira dasôbras olrtros no intuito que este ahre de rnaneira técnica para
Psicológicas Com- ajuda psicológica, mesmo dentro ,le um hospital
promover o equilíb:io. Percebe-se que nesta f<rrma de
0letâ§, XIV). psiquiátrico, perde a mârca de ,,paciente', e adquire o
intervenção o médico adota a posrurã de técnico.
.çíat* de agente, pois apropria-se de seus rumos.
" PIAGTT, J.. () corpo clínico clo hospital considera a doençr
lNHÉLDÊR, B. â Psr: O psicólogo também atuâ no senticlo cle aiudar mental cornô â "
cologia da Criança. o outro a equilibrar-se, porém â posrura pode ser outra
São Paulo; DiÍel, este cnnceitq doente mental é o indivíduo que perdeu t' BÀssIT, w. *
quando suâ âção é infltrenciacla pela fenorrrenoloeia. a capacidade áe íazer opções. §,ie mostra-se incapaz
L974. Sonenreich C. 0
L,nquanto a me<licina prom{)ve uma ação direta sobre
de estabelecer regíâs para si, sendo assim, fica prisin_ Conceito de Psicopa-

l"RocERs, c.,L seu paciente, acre<litamos que atravós cle uma relação tologia. São Paulo,
neiro de seus sintomas. Como exemplo, podemos pen_
Tornar-se Pessoa. terapêutica com câÍâcterísticas específlcas, podemos Manole,1979.
sar no suieittl fóbico que restringe sua l-i<ia com meclo
São Paulo: Francisco
facilitar para que nosso cliente se equilil:re. f)esta frrrma,
Alves,197/" de encontrar o obieto de sua fobia., ou o obsessivo,
não aruamos sobre o mesmq porém acompanhamos que âpesâr de perceber a incoerência de seus pcÍl§*_
como instrümento facilitador pârâ esre equilíbrio. Ínentos obsessivos ou de seus rituais mágicos, seÍrte_se
Nlesmo em casos sraves, onde a ten<Jência da impotente frente a eles. Podemos citar ci delirante que
pessoa em estai:ilizâÍ*se em um rnodo saudável de interage com o mundo de maneira restrita a partir drs
funcionamento pârece estar irremediarrelmente com- suas convicções clelirantes. Este e um conceito méclico,
prometi<lo, â posturâ frente a ele, enfatizandr: seu no entasto, ele pode scr rnüto eficiente orientando a
aspecto saudável e seu poteflcial, costuma trazet ação psicológica em um hospital psiquiátrico.
respostâs positivas. Acreditamr:s que o psicoteÍapeutâ
Se considerarmos a doença mental como um
deva oferecer-se como ferramenta ao seu cliente. Â cerceâmento à liberdade, roda a açâo terapêuúca e o
128 .:1,- :a-.
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,'-ri'§,,.
Plantáo Psicológico: novos horizontes

ambiente hr:spitalat devem levar ao livre arbítrio- A


partir desta premissa, o plantão psicológico Pas§a a §er
um insúumento fundamental pata ptomo$o da saúde

A resposta positiva dos cliefltes (intemos' farníli*s


e funcionários) levon a instituição a rnudar a cor:cepção
de doenre mental. Este deixou de ser visto como üm
ÍeÇeptor pílssivo da açâo alheia, e foi alçado a condrção
de agente de seu proce§so de mudarrças' O intetnn
adqúriu a possibilidade de deseiat e de uabalhar no
sentido de viabilizar seus desejos. Esta nova concepção
adquirida pela instituiçâo, ctiou um ambiente mais
propício Para que os interno§ façam suas escolhas'
Âbrindo esPaçQ pâta que e§te §e posicione e tome
posse de sua^s experiências, propiciamos o resg*te da
iid*drrri, d* indivíduo ínstitucionalizado. Percebemos
poÍmJrtq que a experiência do plantâo não modifica
.o**r," aquele que é alvo da intervenção, mas tambérq
tod.os os envolúdos indiretamente- O sistemade idóias
qus sustenta a prática do plantão psicológico acaba
por impregnar o ambiente onde ôcoríe a experiância'
Sendo assim, o plantão psicológico adquire tflr çte'
^
;Ísúca de catalisador de rnudanças- Mudança é essenciâl
pzra o desenvolvimento.

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