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PENSAMENTO CIENTÍFICO: CIÊNCIA E CONHECIMENTO

A procura pelo saber se dirige à solução das questões mais imediatas que nos
cercam em nosso presente e até mesmo a definições que favoreçam o futuro, com maior
qualidade de vida e vantagens reais, dirigidas a um número cada vez maior de pessoas e
suas relações.
Para fazer ciência, devemos reunir alguns atributos importantes: organização,
procedimento sistematizado, percepção crítica, pensamento hipotético, capacidade de
análise, padronização e possibilidades de medir, avaliar e mensurar. Todos esses atributos
e procedimentos referem-se ao método científico. Mas, antes mesmo de pensarmos em
etapas ou em como proceder para alcançar objetivos, é necessário que você se inspire.
Buscar o conhecimento científico e seus pilares – a ciência em foco ontem, hoje e amanhã
–, as etapas de um trabalho científico, os temas de investigação – como encontrar o tema
do trabalho, dicas e modelos e a importância da temática escolhida –, a construção da
justificativa e como escrever de modo científico.
Nesta primeira etapa dos nossos estudos, os objetivos são estimular o pensamento
e a escrita científica, desenvolver a temática a ser investigada no plano de pesquisa e
justificara temática com argumentos científicos.

Métodos e Técnicas de Pesquisa


O conhecimento científico e seus pilares
A proposta aqui é explorar os conceitos relativos ao tema e motivá-lo(a) a
compreender a ciência. Köche (2009) apresenta o sentido desse conhecimento nos
alertando que ele deve responder às necessidades humanas, no sentido de o homem não
apenas se posicionar como testemunha dos fatos, mas compreender as relações existentes
na sociedade, que estão por detrás de objetos, fatos ou fenômenos.
Esse tipo de conhecimento, que é distinto do conhecimento do senso comum, deve
ser buscado por alunos que desejam apreender informações técnico- científicas
especializadas, a fim de transformar suas realidades profissionais e expandir as
possibilidades do trabalho.
VOCÊ SABIA?
Dessa forma, vale ressaltar que explicações sistemáticas que podem ser testadas,
validadas e reproduzidas são um dos alicerces do conhecimento sedimentado na ciência,
e elas se estabelecem como resultado da investigação científica. Por isso, o método está
intimamente ligado à ciência.
Certamente não! Afinal, até na preparação de um bolo de chocolate por exemplo,
devemos identificar elementos, quantidades e a ordem dos ingredientes, pois ela altera
o resultado, não é mesmo? Assim, as características do conhecimento que buscamos aqui,
de modo muito semelhante ao que acontece no preparo de um bolo de chocolate, é uma
necessidade preliminar para nossa produção científica!
Para nos familiarizarmos com o tipo de conhecimento que buscamos, é válido
identificarmos as diferenças entre os principais campos de conhecimento existentes. A
tabela abaixo apresenta as características mais essenciais de cada um deles.
Definição e características básicas de quatro tipos de conhecimento.

CONHECIMENTO CARACTERÍSTICAS

POPULAR ou SENSO COMUM:


Baseia-se em informações obtidas na convivência familiar e social.
• Fundamenta-se na percepção de fatos/objetos/fenômenos, impregnada pelo próprio
estado de ânimo e emoções.
• É reflexivo, mas limitado à familiaridade com o objeto.
• É assistemático, pois não se baseia numa formulação geral que explique os fenômenos
observados.
• É verificável, pois é possível sua ocorrência no dia a dia.
• É falível e inexato, pois se baseia no que se viu e ouviu sobre dado fato/objeto/fenômeno.

FILOSÓFICO
Baseia-se no uso da razão pura para questionar os problemas humanos e para discernir
sobre certo e errado.
• Fundamenta-se em hipóteses que não podem ser submetidas à observação.
• Não é verificável, pois as hipóteses não podem ser nem confirmadas nem refutadas.
• É racional, já que os enunciados têm correlação lógica.
• É sistemático, pois hipóteses e enunciados representam uma realidade coerente.
• É infalível e exato, pois seus postulados e hipóteses não são submetidos a teste de
observação ou experimentação.

RELIGIOSO OU TEOLÓGICO
Baseia-se em verdades que são infalíveis e indiscutíveis por revelarem o sobrenatural.
• Fundamenta-se em doutrinas que contêm pressupostos sagrados.
• É inspiracional, pois as doutrinas são reveladas pela divindade.
• É infalível, pois adota pressupostos indiscutíveis e exatos.
• É sistemático, pois o conhecimento organizado do mundo é obra do criador divino.
• Não é verificável, pois o que é revelado implica uma atitude de fé.

CIENTÍFICO
Baseia-se na ocorrência de fatos, que se manifestam de algum modo.
• Fundamenta-se em fatos reais, e suas hipóteses e proposições têm a veracidade ou a
falsidade conhecida por meio da experimentação e não da razão.
• É sistemático, pois o saber é ordenado logicamente, construindo um sistema de ideias e
teorias, e não conhecimentos desconexos.
• É verificável, pois as hipóteses são examinadas através da observação e experimentação
para serem comprovadas ou refutadas.
• É falível, pois o conhecimento não é definitivo, absoluto ou final.
• É aproximadamente exato, já que novas proposições podem reformular uma teoria já
existente.
Fonte: Adaptado de MARCONI; LAKATOS, 2010.
A ciência e o saber
Queremos saber o que vão fazer com as novas invenções/ Queremos noticia mais
séria sobre a descoberta da antimatéria e suas implicações na emancipação do homem das
grandes populações/ homens pobres da cidades, das estepes dos sertões/ Queremos saber
quando vamos ter raio laser mais barato/ Queremos, de fato, um relato/ Retrato mais sério
do mistério da luz (GIL, 1998).
Para tratarmos sobre o tema, nada mais útil que trazer definições de CIÊNCIA.
Para Ferrari (1974, apud MARCONI, LAKATOS, p. 62), ciência “é um conjunto
de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto
limitado, capaz de ser submetido à verificação”. Segundo Köche (2009), a ciência nada
mais é que a possibilidade de encontrar respostas plausíveis, com confiabilidade, e que
podem a qualquer momento passar por um processo de revisão crítica, fundamentada e
sistematizada.

CONCEITO
Muitas são as influências intangíveis sobre a descoberta científica – curiosidade,
intuição, criatividade. Grande parte delas desafia a análise racional do pesquisador
(National Academy of Sciences, 1995). Outras tantas envolvem nosso senso ético e de
responsabilidade com o que estamos dispostos a desenvolver. Bem, vamos ver abaixo
mais algumas características essenciais da ciência, que também devem ser incorporadas
pelos pesquisadores como ferramentas importantes durante seu trabalho:

Características elementares no trabalho de pesquisa


 Objetividade
Descrição da realidade investigada independentemente dos desejos do pesquisador,
de forma clara e precisa.
 Racionalidade
A razão é utilizada durante todo o processo de pesquisa, desde o desenho do estudo,
a coleta dos dados, até sua análise.
 Sistematicidade
As ideias devem ser construídas e organizadas racionalmente, pautadas na lógica,
apresentando-se os conhecimentos de forma a serem absorvidos na sua totalidade.
 Generalidade
O conhecimento gerado deve ser analisado sob a possibilidade de ser ou não aplicado
a outros contextos, explicando fenômenos em diferentes situações.
 Verificabilidade
Possibilidade de mensurar as informações resultantes da investigação, de modo a
demonstrar a veracidade dos resultados.
 Falibilidade
Todos os resultados científicos devem ser tratados como suscetíveis ao erro.

Para exemplificarmos tais características da ciência...


Você encontrou a cura de uma determinada doença. Mas, se você apenas apresentar
o resultado, não irá satisfazer os critérios científicos de hoje. Você precisará informar os
elementos investigados, as escolhas que fez e os critérios válidos desde o início até o fim
de seu experimento, mostrando todo o processo, até chegar às suas conclusões. Essas
informações devem ser tão precisas que qualquer outro pesquisador no mundo possa ser
capaz de repetir o experimento e encontrar o mesmo resultado.

PARA REFLEXÃO
A natureza da ciência no nosso trabalho deve ser percebida sob duas dimensões:
relativa ao caráter compreensivo: contextualiza uma questão específica estudada em vasto
conteúdo.
operacional: refere-se a aspectos lógicos e técnicos da investigação; envolve
decisões muitas vezes complexas sobre como interpretar os dados, identificar problemas,
prosseguir após a resolução deles e identificar quando finalizado o processo de
investigação.
Para iniciarmos nossa trajetória rumo à ciência, precisamos desenvolver nosso
plano de pesquisa. Podemos pensar nele como um miniprojeto que será a estrutura de
tudo que iremos realizar. Mas precisamos dar um passo de cada vez, não é mesmo? Então,
vamos à próxima fase: conhecer as etapas de um trabalho científico.
Etapas de um trabalho científico
A partir de agora, vamos planejar nosso trabalho de modo a organizar as etapas e,
assim, evitar que surpresas indesejadas surjam no nosso caminho.
Em nosso planejamento, vivenciamos um processo de preparação que compreende
as diretrizes de ação e produção e delineia todo o plano que executaremos, desde a
organização até a sistematização do trabalho. Então, passaremos por três fases não
isoladas, mas que se ajustam em interseção. Conheça-as:
FASE DECISÓRIA – a que estamos vivenciando agora, na qual o tema e o
problema são definidos.
FASE CONSTRUTIVA – envolve a própria construção do nosso plano de
pesquisa, bem como sua execução.
FASE REDACIONAL – contempla a análise dos dados e tem por finalidade
organizar as ideias de modo sistematizado.
As três fases do planejamento envolvem procedimentos reflexivos e críticos, a fim
de responder a questões ainda não solucionadas. No organograma a seguir, é possível
visualizar as etapas do trabalho científico, que resultará em um trabalho final, projeto de
pesquisa e/ou artigo científico. Veja:
Tema *
Justificativa *
Problema *
Hipótese
Objetivos *
Referencial teórico
Procedimentos metodológicos *
Considerações finais
Em nossa disciplina, somente parte desse organograma será desenvolvido – itens
marcados por (*) – e constituirá nosso plano de pesquisa.

ATENÇÃO!
Vamos iniciar o plano de pesquisa indo ao topo do triângulo?
Temáticas de investigação: como encontrar o tema do trabalho
Encontrar um bom campo de estudo que mereça ser explorado e investigado é um
dos elementos mais importantes do nosso estudo. Muitos alunos, quando iniciam o plano
de pesquisa, se sentem inseguros por considerar que não estão totalmente aptos para o
desenvolvimento de um passo tão importante.
Mas a que o tema se refere?
A um determinado aspecto ou área específica de um campo do conhecimento. Seu
tema poderá ou não ser o título do seu trabalho. Depende quanto o assunto investigado é
definido.
Ao especificar o tema, você delimita o assunto que irá pesquisar. Assim, para
escolhê-lo, leve em consideração um assunto de seu interesse, que seja motivante e que
ofereça boas fontes de referência. Lembre-se de que você conseguirá ser mais fluente nos
assuntos que gosta!
Você também poderá encontrar inspiração nas questões profissionais que vivencia
no dia a dia. Atrelar sua temática a um problema profissional que precisa de respostas
também é uma boa opção. Aliás, uma pergunta dirigida a uma problemática específica é
um bom caminho para encontrar o tema, já que uma investigação nada mais é que a busca
por respostas.
Além disso, é prudente verificar as publicações que investigam uma determinada
linha de pesquisa, pois indicam esforços da ciência para esclarecer um fenômeno alvo em
nossa sociedade.
Na apresentação do seu tema, você deverá expor os elementos que deseja
investigar, suas características, bem como sua localização no tempo e no espaço.

 Pesquisas originais, ou de confirmação ou ainda de repetição para aprendizado.

 Derivado de conhecimento/investigações anteriores do tema, da literatura


científica, pesquisa bibliográfica.

 Derivado de ideias dadas pelo orientador ou colegas, ou de ideias totalmente


originais (insight).

 Tendências ou preferências pessoais;

 •Aptidão: não basta somente gostar do assunto, é preciso ter aptidão, ser capaz
de desenvolvê-lo.

 Tempo: considerar o tempo disponível para levar a bom termo a pesquisa.

 Recursos materiais: fator econômico, custos.

 Relevância.

A importância da temática escolhida: construção da justificativa


O que é a justificativa?

A justificativa é um texto explicativo que reflete o porquê da sua pesquisa. Nesse


momento, identificam-se as razões que o(a) levaram ao tema, discute-se a importância
dele, a fim de convencer os leitores da relevância da sua proposta.
Em seu texto, devem estar claros alguns elementos: o contexto em que seu tema
está inserido, sua relevância, as contribuições de ordem prática, oportunidades e
prováveis vantagens e benefícios da sua investigação. Os argumentos devem ser
produzidos em aproximadamente dois a três parágrafos, apresentando-se os motivos
pessoais, profissionais, científicos, sociais e/ou acadêmicos que o levaram à escolha do
tema.
Ressalta-se, ainda, que o texto deve ser redigido em terceira pessoa e devem ser
apresentadas algumas citações diretas ou indiretas dos principais autores da área
pesquisada, o que fortalece sua produção, demonstrando que você conhece as referências
sobre o assunto.
Como escrever de modo científico
É válido apontar o que é necessário no texto cientifico. Marconi e Lakatos (2010)
revelam a importância de se utilizar linguagem adequada. Um dos principais aspectos do
texto é ser claro, a fim de evitar equívocos de interpretação. Assim, devemos seguir
algumas normas básicas de conduta da redação:
»» ser exato;
»» ter clareza e objetividade;
»» escrever com simplicidade;
»» aplicar as regras gramaticais.
»» apresentar linguagem objetiva e com estilo direto;
»» articular bem os parágrafos e as partes do texto;
»» evitar o “copiar e colar”.
»» escrever de forma impessoal, evitando verbos na primeira pessoa do singular
ou do plural.
»» apresentar as ideias de forma lógica, de maneira que elas progridam
coerentemente;
»» evitar termos pouco científicos ou utilização de expressões que reflitam o senso
comum.
Cuidado com o “nunca” ou “sempre”! Eles são equívocos comuns nos trabalhos
acadêmicos.

Revisão
• O conhecimento científico deve responder às necessidades humanas, no sentido
de o homem não apenas se posicionar como testemunha dos fatos, mas compreender as
relações existentes na sociedade que estão por detrás de objetos, fatos ou fenômenos.
• São características da ciência: objetividade, racionalidade, sistematicidade,
generalidade, verificabilidade e falibilidade.
• As etapas para a elaboração do seu plano de pesquisa são: a escolha do tema,
desenvolvimento da justificativa, elaboração da problemática, definição dos objetivos
(geral e específico) e delineamento da metodologia.
• O tema se refere a um determinado aspecto ou área específica de um campo do
conhecimento.

Para escolhê-lo, leve em consideração:


–– um assunto de seu interesse;
–– extensa fonte de referência;
–– inspiração em questões profissionais;
–– questões que precisam de respostas.
• A justificativa responde ao porquê da sua pesquisa; nela apresentam-se os
motivos que o(a) levaram ao tema, sua importância, a fim de convencer os leitores da
relevância da sua proposta.
• A redação científica requer alguns cuidados. Ela deve
–– ser exata, clara, simples e objetiva;
–– respeitar as regras gramaticais;
–– evitar o “copiar e colar”;
–– ser impessoal.

A Tipologia Textual define, em linhas gerais, os seguintes tipos (básicos) de


texto em prosa:
1. Narrativo
2. Descritivo
3. Dissertativo/Argumentativo
4. Injuntivo
5. Exposição

NARRATIVO
Texto utilizado para contar um caso, narrar fato(s), historiar acontecimentos, não
importando se fictícios ou verídicos. Predominam neste texto os tempos pretéritos:
perfeito ou imperfeito.
A ação é um dos principais ingredientes da narração. O tempo é outro dos
ingredientes. O autor, muitas vezes, utiliza personagens que dialogam.

DESCRITIVO
É o texto do objeto - da impressão física, da imagem, da cor, do aroma,
da beleza, da feiura, do relevo, da paisagem, da precisão quanto aos aspectos físicos.
Predomina o tempo pretérito imperfeito ou mesmo o presente (indicativo e subjuntivo),
frases nominais e verbos de ligação (ser, estar, ficar, parecer, tornar-se). Exemplos: os
aspectos físicos e tipos humanos de uma favela carioca, a obra de um sociólogo que
descreve o biótipo de um determinado povo, o texto de um “folder” turístico etc.

DISSERTATIVO/ARGUMENTATIVO
É o texto da ideia - da opinião, do ponto de vista.
Privilegia o discurso indireto ( 3ª pessoa ), embora possa redigido na 1ª pessoa.
Aborda, quase sempre, um tema palpitante do comportamento humano: justiça social,
ética (práticas aéticas), ecologia (crimes ambientais), paz (violência urbana), democracia,
liberdade, futuro do homem ( seus medos e anseios) etc.
Exemplos: um editorial de jornal, um artigo do Diogo Mainardi (Veja), um texto
de pensamentos filosóficos etc.

INJUTIVO
Qualquer texto que tenha a finalidade de instruir o leitor (interlocutor). Por
esse motivo, sua estrutura se caracteriza por verbos no imperativo: ordenando ou
sugerindo.
• A linguagem dos textos injuntivos é simples e objetiva. Um dos recursos
linguísticos marcantes e recorrentes desse tipo de texto é a utilização dos verbos
no imperativo, os quais indicam uma "ordem", por exemplo:
• na receita de bolo: “misture todos os ingredientes”;
• na bula de remédio: “tome duas cápsulas por dia”;
• no manual de instruções: “aperte a tecla amarela”;
• nas propagandas: “vista essa camisa”.

INJUTIVO INSTRUCIONAL
Quando a orientação não é coercitiva, não estabelece claramente uma ordem, mas
uma sugestão, um conselho.
Exemplos:
a) O texto que predomina num livro de autoajuda;
b) O manual de instruções de um eletroeletrônico;
c) O manual de instruções (programação) - dirigido a determinados
funcionários de uma empresa – sobre metas, funções etc.;
d) Uma ingênua receita de bolo escrita pela avó.

INJUTIVO- PRESCRITIVO
A orientação é uma imposição, uma ordem baseada em condições sine qua non
(sem a qual não pode ser).
Exemplos:
a) a receita de um médico (a um paciente) transmitida à enfermeira responsável;
b)os artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal;
c)a norma culta da Língua Portuguesa;
d) manuais de guerrilha;
d) as cláusulas de um contrato;
e) o edital de um concurso público.

Pesquisa científica: instrumento de respostas

Tratar de conceitos e características da pesquisa científica, bem como apresentar


as principais técnicas, com a finalidade de ampará-lo(a) em suas escolhas para a
construção de seu plano de pesquisa e, posteriormente, para o desenvolvimento do artigo
científico.
Vamos dar passos importantes em direção à construção do plano de pesquisa.
Definir o problema-alvo, centro de uma investigação, é o principal passo para encontrar
resultados satisfatórios no final de seu estudo. Busque a análise e o raciocínio crítico para
determinar a problemática de sua investigação ou sua pergunta científica. Uma boa
pergunta pode ser um bom ponto de partida para levá-lo(a) a respostas coerentes!
Buscamos aqui também auxiliá-lo(a) na definição dos objetivos da pesquisa e da
melhor forma de apresentá-los em um estilo de redação clara e coerente com a
problemática do estudo.
Os subtemas desenvolvidos nesta unidade são a pesquisa científica – conceito,
características e técnicas de pesquisa –; a identificação da problemática do estudo; como
estruturar a pergunta científica (com dicas e modelos); a delimitação dos objetivos de um
estudo científico – a finalidade da pesquisa; como definir objetivo geral e específico
(também com dicas e modelos).

Identificação da problemática do estudo

A partir de agora, passaremos por uma fase muito importante, que é a definição e
a delimitação do problema do estudo. Toda pesquisa inicia-se pela formulação de um
problema e desenvolve-se por meio da busca de solução para esse problema. A questão
levantada deverá ser respondida por meio de uma hipótese que será confirmada ou negada
através do trabalho de pesquisa.
“O problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma
coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução” (MARCONI,
LAKATOS, 2010, p. 143).
O problema deve ser especificado com clareza, concisão e objetividade. Outras
características importantes devem ser consideradas no momento da sua formulação. O
problema deve ser:
»» compreensível;
»» individualizado;
»» específico;
»» inconfundível;
»» ter íntima relação com o tema, pois sua caracterização deve identificar o
assunto do estudo.
Por isso, precisamos nos esforçar para delimitar o problema de modo que ele não
seja abrangente demais, caso contrário teremos dificuldade em conduzir as investigações
e não conseguiremos chegar aos resultados desejados. Por falta de restrição do objeto de
estudo, as buscas se voltarão a um campo do conhecimento muito vasto, dificultando que
os objetivos sejam claramente traçados.
A forma interrogativa é a mais indicada para a apresentação da problemática da
pesquisa. Assim, ela deve ser escrita em forma de pergunta, por meio de pronomes
interrogativos. Köche (2009, p. 108) diz que “o problema é um enunciado interrogativo
que questiona sobre a possível relação que possa haver entre no mínimo 2 variáveis,
pertinentes ao objeto do estudo investigado e passível de testagem ou observação
empírica.”
Resumindo, o problema é um dos aspectos mais importantes do seu estudo. Ele é,
sim, o conhecimento que você deve buscar! É um questionamento sobre a realidade. Não
deve ser uma questão de valor, e sim delimitado a uma dimensão viável!
Como estruturar a pergunta científica?
É muito importante que seu tema já tenha sido produzido, pois será a partir dele
que você construirá sua pergunta científica. Tente transformar seu tema em uma
pergunta...
Você reconhece que essa questão é a que de fato você quer responder em seu
estudo?
Despenda energia para a construção do problema de sua pesquisa! Seu
investimento nessa etapa lhe garantirá que as outras sejam mais facilmente executadas!
Vejamos, então...
EXEMPLO
Tema: “Estratégias comunicativas entre docentes da Rede Municipal de Ensino
de BH”.
Como você transformaria esse tema em pergunta?
“Quais as estratégias comunicativas utilizadas em sala de aula por professores do
ensino
fundamental da Rede Municipal de Ensino de BH?”
Veja que, ao transformar o tema em pergunta, as variáveis e o objeto de estudo
são caracterizados com mais precisão!
Rudio (2007) apresenta algumas questões que poderão ajudá-lo(a) a se certificar
de que seu problema de pesquisa é válido:

PARA REFLEXÃO
»» Sua questão pode ser respondida por meio de uma pesquisa científica?
»» O problema de fato é pertinente para justificar que a pesquisa seja realizada?
»» Sua pergunta está compreensível, clara?
»» A pesquisa é factível?
»» Pode-se encontrar uma conclusão valiosa?
»» Seu tempo disponível para a investigação é suficiente?
Vamos dar ênfase a três delas:
Sua pergunta é clara?
A clareza aqui se refere ao modo como sua pergunta foi formulada. Para saber
sobre isso, apresente a pergunta para outras pessoas e solicite que expliquem o que se
deseja investigar. Se essas pessoas necessitarem de outras informações, é porque o
problema não está preciso ou conciso o suficiente.
Sua pergunta é factível? Exequível? Tenha em mente a necessidade de haver
tempo disponível para a investigação; verifique quanto será necessário em termos de
investimento financeiro e até se os sujeitos/instituições que serão investigados
concordarão e contribuirão com o estudo.
Sua pergunta é pertinente?
Vale ressaltar que a pergunta deve se relacionar com o grau de profundidade que
se espera alcançar. A pergunta deve refletir sua intenção em compreender os fenômenos
que pretende explicar.
Primeira dica para o desenvolvimento da sua pergunta: ela deve se iniciar com
»» “Como ____________________________________________ ?”
»» “Qual ______________________________________________?”
»» “Quais _____________________________________________?”
»» “Por que ___________________________________________?”
»» “Onde ____________________________________________ ?”
»» “Quando ___________________________________________?”
Abaixo contém exemplos de perguntas formuladas de maneira equivocada
durante o processo de construção do plano de pesquisa. Podemos aprender muito com
essa lista!

PERGUNTA ANÁLISE
“Qual o impacto das mudanças na organização do espaço urbano sobre a vida dos
habitantes?”
A pergunta não está clara. Precisamos saber a quais mudanças ela se refere e a
qual espaço urbano (rua da Bahia? Contagem?). Não há clareza também quanto aos
habitantes. Enfim, a pergunta científica é insuficiente para conhecermos de fato o campo
da investigação...
“Em que medida o aumento das perdas de empregos no setor de construção explica
a manutenção de grandes projetos de trabalhos públicos, destinados não só a manter este
setor, mas também a diminuir os riscos de conflitos sociais inerentes a essa situação?”
Outra pergunta sem clareza! Na metade do texto não sabemos mais o que o aluno quer
investigar! O texto deve ser compreendido já na primeira leitura.
“Os dirigentes empresariais dos diferentes países da Comunidade Europeia têm
uma percepção idêntica à da concorrência econômica dos Estados Unidos e do Japão?”
Será que essa pergunta é factível e pertinente?
Delimitação dos objetivos de um estudo científico:
A finalidade da pesquisa
Os objetivos devem demonstrar de forma clara as intenções da pesquisa. O
objetivo geral está ligado ao tema de forma global e abrangente. Conforme Marconi e
Lakatos (2010, p. 202), o objetivo “relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos
fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas. Está ligado ao próprio significado da
proposta da pesquisa.

OBJETIVO GERAL
»» Vem responder à pergunta “Para quê?”, “Para quem?”, “Quais metas pretendo atingir
com a pesquisa?”.
»» Deve estar em concordância com o problema e a justificativa do trabalho.
»» Deve estar alinhado com a pesquisa científica, pois ambos se referem aos resultados
que se deseja encontrar.

Todo cuidado deve ser tomado para tornar específico o que se deseja demonstrar!

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
»» Apresentam caráter mais concreto que o objetivo geral.
»» Têm uma função instrumental e intermediária na busca do objetivo geral.
»» Devem apresentar verbos que exprimem ação, no infinitivo, no início da frase.
DICAS
Observe a lista de verbos que podem ser utilizados para a construção dos objetivos
do seu estudo, segundo diferentes níveis de análises metodológicas, que serão detalhadas
adiante.
ESTUDOS VERBOS
Exploratórios: conhecer, descobrir, identificar, levantar...
Descritivos: caracterizar, descrever, traçar, relacionar, verificar...
Explicativos: analisar, avaliar, explicar
Outros: estudar, diagnosticar, observar...

Como os objetivos específicos operacionalizam o modo de atingir o objetivo geral,


Durante o desenvolvimento do estudo, você deve buscar respostas para atingir os
objetivos específicos e apresentá-las como resultado da pesquisa.

IMPORTANTE
Pesquisa científica: conceito, características e técnicas de pesquisa
A pesquisa pode ser definida como um conjunto de atividades orientadas a fim de
se encontrar um conhecimento específico.
A pesquisa científica deve ser realizada de modo sistemático, com método e
técnicas dirigidas a encontrar um conhecimento determinado, e que seja conectado a uma
realidade empírica (RUDIO, 2007).
Segundo Ander-Egg (1978) apud Marconi e Lakatos (2010, p. 139), a pesquisa
científica é um “procedimento reflexivo sistematizado, controlado e crítico, que permite
descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.”
A humanidade tem utilizado a pesquisa para compreender fatos/fenômenos que
nos cercam, em diversos campos do conhecimento. Para se desdobrar em tantas direções,
a pesquisa científica não poderia se resumir a uma mera atividade realizada ao acaso.
Todo o trabalho imaginativo e criativo de um pesquisador implica a utilização de
determinados procedimentos e técnicas voltados a disciplinas específicas.
O campo da pesquisa científica abarca uma série de valores, os quais você também
deve considerar como elementos importantes para o seu trabalho. A pesquisa científica
apresenta características claras no sentido de diferenciar: trabalho de investigação comum
trabalho realizado por um pesquisador
Nesse sentido, quase sempre a pesquisa científica tem como características:
»» um roteiro minucioso e detalhado a ser seguido;
»» a utilização de recursos, técnicas e procedimentos;
»» fases que devem ser respeitadas;
»» o delineamento de um método que deve ser seguido com rigor, o método
científico.
Método científico é “o caminho a ser percorrido, demarcado, do começo ao fim,
por fases e etapas.” (RUDIO, 2007, p. 17).

Em seu trabalho, você precisa definir as técnicas de pesquisa que pode utilizar,
como e quando vai realizá-las, afinal, toda pesquisa científica utiliza diferentes tipos de
técnicas para obter os propósitos desejados. Cabe ressaltar que qualquer pesquisa realiza
algum tipo de levantamento de dados.
Mas o que de fato é “técnica”?
Para Marconi e Lakatos (2010, p. 157), “é um conjunto de preceitos ou processos
de que se serve uma ciência ou arte; é uma habilidade para usar esses preceitos ou normas,
a parte prática”.
CONCEITO
A escolha das técnicas também é um dos elementos que deve estar bem explícito
no método científico. Agora, vamos reunir informações para caracterizar e diferenciar
cada uma das técnicas. Há quatro abordagens, que separam as técnicas em quatro grupos
(MARCONI, LAKATOS, 2010). O quadro abaixo esclarece cada um deles.

TÉCNICA EMPREGADA CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS


I – DOCUMENTAÇÃO INDIRETA
Pesquisa documental
• Coleta de documentos escritos ou não.
• Suas fontes de documentos são:
–– arquivos públicos (documentos oficiais, jurídicos e outros);
–– arquivos particulares (autobiografias, correspondências, ofícios, atas e outros);
–– fontes estatísticas (IBGE, IBOPE, departamentos e institutos de estatísticas).

Pesquisa bibliográfica
• Abrange todas as fontes bibliográficas sobre a temática estudada (jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses etc.).
• Tem o objetivo de propiciar a avaliação de um tema sob um novo enfoque,
levando a conclusões inovadoras.
II – DOCUMENTAÇÃO DIRETA
Pesquisa de campo
Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem. As pesquisas de
campo subdividem-se em:
• quantitativo-descritivas:
–– usam artifícios quantitativos para coleta sistemática de dados sobre populações,
programas ou amostras;
–– podem usar entrevistas, questionários, formulários e outros.
• exploratórias:
–– sua finalidade é desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do
pesquisador com o ambiente/fato ou fenômeno para realizar pesquisa futura, clarear ou
modificar conceitos.
–– podem ser realizadas descrições quantitativas ou qualitativas.
• experimentais:
–– o objetivo é testar hipóteses que dizem respeito a uma relação de causa-efeito.
–– estão incluídos aqui: grupo-controle, amostra probabilística e definição de
variáveis independentes.
Pesquisa de laboratório –– Descreve e analisa situações controladas, com
instrumental específico e preciso em ambientes adequados.

III. OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA


Observação
• Utiliza os sentidos para obter aspectos da realidade; examina fatos e fenômenos
que se deseja estudar.
• Coloca o pesquisador em contato direto com a realidade, diante de
comportamentos não percebidos pelos sujeitos.
• Pode ser variável
• segundo os meios utilizados:
–– observação não estruturada (assistemática);
–– estruturada (sistemática);
• segundo a participação do observador:
–– observação não participante;
–– participante;
• segundo o número de observações:
–– observação individual;
–– em equipe;
• e segundo o lugar onde se realiza:
–– na vida real;
–– em laboratório.
IV. OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA
Questionário
• Série ordenada de perguntas, respondidas por escrito, sem a presença do
pesquisador.
• Pode ser constituído
segundo a forma:
–– perguntas abertas;
–– perguntas fechadas;
–– perguntas de múltipla escolha;
segundo o objetivo:
–– perguntas de fato;
–– perguntas de ação;
–– perguntas de intenção,
–– perguntas de opinião;
–– perguntas-teste.
Formulário
• Obtém informação direta do entrevistado, em um contato face a face, por um
roteiro de perguntas a ser preenchido pelo entrevistador no momento da entrevista.

Itens do seu plano de pesquisa!


1. Tema
2. Justificativa
3. Pergunta
4. Objetivo geral
5. Objetivos específicos

Revisão
»» Toda pesquisa inicia-se pela formulação de um problema, para que seja possível, em
seu desenvolvimento, encontrar a solução para esse problema.
»» A forma interrogativa é a mais indicada para a apresentação da problemática da
pesquisa.
»» Transforme seu tema em uma pergunta, iniciando-a com: “Como”; “Qual”; “Quais”;
“Por que”; “Onde” ou “Quando”.
»» Seu tema deve ser claro, pertinente e exequível.
»» Os objetivos de uma pesquisa devem demonstrar de forma clara as intenções da
pesquisa.
»» O objetivo geral vem responder à pergunta “Para quê?” e deve estar em concordância
com o problema.
»» Os objetivos específicos apresentam um caráter mais concreto; têm uma função
instrumental e intermediária na busca do objetivo geral.
»» A pesquisa científica não pode se resumir a uma mera atividade realizada ao acaso.
Todo o trabalho imaginativo e criativo de um pesquisador implica a utilização de
determinados procedimentos e técnicas voltadas a disciplinas específicas.
»» Pressupõe-se que, para a realização de uma pesquisa científica, seja necessário o
delineamento de um método que deve ser seguido com rigor.
»» As principais técnicas de pesquisa são: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica,
pesquisa de campo (quantitativo-descritiva; exploratória e experimental), pesquisa de
laboratório, observação, entrevista, questionário e formulário.

Método científico: caminhos a percorrer


Vamos refletir sobre como chegaremos aos resultados que responderão às nossas
perguntas científicas. Estamos falando nada mais nada menos do método científico. Seu
conceito, importância, características e tipos serão abordados com a finalidade de auxiliá-
lo a encontrar o melhor caminho para, de fato, conseguir montar seu “quebra-cabeça”
científico.
Neste momento, a escolha pela estratégia de pesquisa influenciará os resultados e
conclusões finais da pesquisa!
Muitos alunos temem essa etapa do planejamento, pois exige a seleção de um
caminho em detrimento de inúmeras opções. Após a escolha feita, é bastante complexo
retroceder.
A dificuldade inerente a essa fase também é refletida no modo como você lida
com essa seção nos artigos científicos.
Quantas vezes não percebemos que a leitura realizada por você salta o
delineamento do estudo, indo diretamente aos resultados encontrados? Isso implica,
posteriormente, pouca experiência quando se requisita uma produção escrita sobre esse
campo de conhecimento.
Percebeu como a importância do método em seu estudo científico é enorme? Esse
elemento da pesquisa determinará todo o processo dela, desde a possibilidade de
responder à etapa da sua pergunta científica até as conclusões que você desenvolverá em
seu estudo.
É importante que você já tenha desenvolvido as outras etapas do seu Plano de
Pesquisa para aproveitar mais o assunto aqui tratado e poder delinear o método do seu
estudo. Vale lembrar que esta é a última etapa. Por isso, é extremamente válido todo
esforço para construção desta seção!
O método científico se refere a um conjunto de atividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos
válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando
as decisões do cientista (MARCONI, LAKATOS, 2010, p. 65).
De origem grega, methodos se refere ao caminho ou via, com etapas e processos,
a ser seguido para se atingir um determinado objetivo. Gil (2006, p.26) apresenta o
método como um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se
atingir o conhecimento.”
Rudio (2007) expõe que o método deve ser utilizado como guia para o estudo de
um determinado problema, constituindo-se em um caminho a ser trilhado, na elaboração
organizada de procedimentos de orientação ao pesquisador.
Para Marconi e Lakatos (2010), o método científico pode ser considerado uma
teoria de investigação que cumpre algumas etapas.
FIGURA 1 – Etapas do método científico Fonte: Adaptado de http://olhando-para-o-
ceu.blogspot.com.br/2012/11/educacao-cientifica-em-pratica.html. Acesso em 26 de fev. 2013.

Conforme já mencionado nas unidades passadas, essas etapas envolvem os


seguintes elementos:
A identificação de uma questão ou problema a ser investigado;
A colocação precisa da problemática do estudo;
1. A definição de uma hipótese que pretende solucionar o problema identificado;
2. Conhecimentos ou instrumentos que auxiliem na tentativa de responder ao
problema;
3. A busca de dados;
4. A avaliação dos dados coletados;
5. A comprovação dos resultados com os dados levantados;
6. A confirmação ou não da hipótese.
Assim, quando estamos diante de uma problemática, delimitamos nosso objeto de
pesquisa a uma pergunta. Em seguida, desenvolvemos a hipótese para essa questão
de pesquisa que foi levantada.
Podemos considerar, como hipótese, uma solução provisória, provável para um
determinado problema, que tem um caráter explicativo daquela questão. Pode ser uma
solução para o problema levantado, bem como classificada por verdadeira ou falsa, e, por
isso, após ser testada, poderá ser aceita ou rejeitada. Em geral, a deve ser compatível com
o conhecimento científico, revelar a consistência lógica e ser passível de verificação
(MARCONI, LAKATOS, 2010).

CONCEITO

As hipóteses têm algumas funções dentro da pesquisa científica:


»» Generalizar uma experiência;
»» Desencadear afirmações sobre elementos dos dados investigados;
»» Servir de guia para a pesquisa;
»» Tentar explicar o que ainda não é completamente bem conhecido;
»» Interpretar conjuntos de dados ou outras hipóteses.
As hipóteses do nosso estudo serão colocadas à prova e, quando encontrado o
resultado, saberemos se nossa tentativa de resposta foi válida.
Para escrever sua hipótese, utilize uma afirmativa com expressões que indicam
uma conjectura, uma suposição, como: “julga-se”, “supõe-se”, “acredita-se” e outras.
Exemplo: “Julga-se que o gestor de projetos com tendência empreendedora
consegue alcançar resultados mais positivos em virtude da sua coragem e criatividade.”
Portanto, o método científico envolve um suceder alternativo entre reflexão e
experimento.
O pesquisador elabora ideias ou hipóteses definidas à luz do conhecimento
disponível (KOCHE, 2009).
“O estudo dos métodos consiste no procedimento racional arbitrário de como
atingir determinados resultados (...). Na ciência, os métodos constituem os instrumentos
básicos que ordenam de início o pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a
forma de proceder do cientista ao longo de um percurso para alcançar um objetivo
preestabelecido.” (FERRARI, 1982, p. 19).

Materiais e métodos - Metodologia


Mas o que deve estar detalhado nessa metodologia?
Tipo da pesquisa, instrumentos utilizados, toda a ação do pesquisador e as formas
de tratamento dos dados. Em síntese, ela deve responder às seguintes questões do estudo:
COMO?, COM QUÊ?, ONDE?, QUANTO?
Diante do que vimos até aqui, podemos dizer que diversas são as características
da Metodologia Científica:
»» Apresenta o caminho que determina o resultado a ser encontrado.
»» Mostra a seleção de técnicas que informam a ação do pesquisador.
»» Revela um conjunto de procedimentos racionais na busca de conhecimentos
válidos.
»» Expõe o modo como os procedimentos são determinados, de forma regular,
explícita e passível de ser repetida para se obter o desejado.
»» Indica uma ordenação dos procedimentos a serem seguidos para se chegar a
um fim.
»» Coloca à prova as hipóteses científicas.
»» É responsável pela eficácia da investigação.
Tais elementos refletem o quanto o estudo tem credibilidade e segurança, pois se
verifica o rigor de regras que foram estipuladas, e como a atividade científica está
organizada. Além disso, a ordenação dos procedimentos demonstra a lógica, a coerência
processual na pesquisa e a possibilidade da reprodutibilidade. Permite, enfim,
compreender não apenas os resultados, mas o processo da própria investigação.

IMPORTANTE
Assim, durante o desenvolvimento de seu estudo científico e a definição
metodológica a ser delineada, conheça seus componentes para, de fato, escolher os
caminhos e traçar sua pesquisa. Você poderá saber mais sobre esses componentes nos
próximos itens, mas antes vamos entender a importância do método para a ciência.
A importância do método científico para a ciência
A ciência pode ser vista como um modo de pensar e de trabalhar, pois requer que
o pesquisador faça perguntas, formule hipóteses e teste-as por meio da experiência, ou
seja, nela está envolvido o método científico sobre o qual já falamos nos tópicos
anteriores.
Diante disso, o primeiro pressuposto que você precisa se ater para compreender
esta Unidade é:
O método científico tende a reduzir a influência da parcialidade do pesquisador
sobre o fenômeno a ser investigado, e ainda esclarecer e distinguir o conhecimento
científico de outros conhecimentos.
Mas não devemos crer que exista apenas um caminho a ser seguido, mas distintas
trajetórias utilizadas, determinadas pelas exigências do objeto da pesquisa e dos diferentes
campos da ciência. Cada definição de um campo de investigação específica tem uma
perspectiva própria e um conjunto de procedimentos que contribuirão de modo mais
apropriado para conhecer certa realidade. Por isso, também, dizemos que um dos pontos
essenciais da ciência é a validação por meio da observação.
Assim, quando consideramos o desenvolvimento do método na história da ciência,
encontramos as principais formas de abordagem quanto ao raciocínio lógico.
Características das formas, de abordagem
Formas de abordagem
Características
Método Indutivo
• O conhecimento é baseado na experiência.
• A aproximação dos fenômenos caminha geralmente para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias.
• Generalizações da realidade são feitas e elaboradas a partir de condições
particulares (conexão ascendente).
Ex.: Pedro é mortal./ João é mortal./ José é mortal./Carlos é mortal./ Ora, Pedro,
João, José e Carlos são homens. Logo, os homens são mortais.

Método Dedutivo
• Pressupõe a razão como única forma de se chegar ao conhecimento verdadeiro.
• Parte das teorias e leis, e, na maioria das vezes, prevê a ocorrência dos fenômenos
particulares.
• De duas premissas se retira uma terceira logicamente decorrente (conexão
descendente).
Ex.: Todo homem é mortal./ Pedro é homem./ Logo, Pedro é mortal.
Método Hipotético-dedutivo
• O conhecimento é insuficiente para explicar um fenômeno.
• Inicia-se pela percepção de uma lacuna em um campo de conhecimento, acerca
da qual se formulam hipóteses, e pelo processo de inferência dedutiva se testa a predição
da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese.
• Busca evidências empíricas para derrubar hipóteses prévias.
Método Dialético
• Os fatos são considerados dentro de um contexto social.
• Penetra-se no mundo dos fenômenos por meio de sua ação recíproca, da
contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
sociedade. Fonte: Marconi e Lakatos, 2010.

TÉCNICAS DE PESQUISA

QUANTO À NATUREZA
 Básica: Gera novos conhecimentos, mas sem aplicação prática prevista.
 Aplicada: Gera conhecimentos para aplicações práticas na solução de problemas
específicos.
QUANTO À FORMA DE ABORDAGEM AO PROBLEMA
 Pesquisa Quantitativa
Objetiva.
Lida com tudo que é possível quantificar.
Traduz opiniões e números em informações que serão analisadas e classificadas.
Possui amostras com expressivo número de pesquisados.
Os dados são quantificados estatisticamente.
 Pesquisa Qualitativa
A relação entre o mundo e o fato a ser investigado não se traduz em números.
O pesquisador busca se aprofundar em questões subjetivas do fenômeno.
Os dados podem ser coletados por entrevistas, observações, narrativas e
documentos.
Analisa opiniões, não é representativa e tem caráter exploratório.
Feita com amostras pequenas.

QUANTO AOS OBJETIVOS


 Pesquisa Exploratória
Tende a buscar familiaridade com problemas pouco conhecidos.
Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de cases.
 Pesquisa Descritiva
Descreve características de um fenômeno/fato/população; não busca as causas.
Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário e observação).
 Pesquisa Explicativa
Identifica fatores que determinam fenômenos; explica o porquê das coisas.
Pode ocorrer na forma de pesquisa experimental e estudos prospectivos.

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS


 Pesquisa Bibliográfica
Desenvolvida a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos,
internet e outros.

 Pesquisa Documental
Desenvolvida a partir de material que não recebeu tratamento analítico.
Podem ser utilizados registros, anais, circulares e outros materiais.
 Pesquisa Experimental
Elaborada a partir de um objeto de estudo determinado no qual se verifica a
influência de variáveis, identificam-se formas de controle e observam-se os efeitos que
as variáveis produzem no objeto.
 Levantamento
Utiliza-se de questionários para compreender o comportamento dos sujeitos.
 Estudo de Caso
Estuda profundamente um objeto a fim de revelar um conhecimento intenso sobre
ele.
É usado como ferramenta de pesquisas descritivas.
Verifica a situação de indivíduos, empresas e comunidades.
 Pesquisa-ação
Os pesquisadores e sujeitos de uma investigação estão envolvidos de modo
cooperado ou participativo.
 Pesquisa Participante
Desenvolvido pela interação entre pesquisador e sujeitos investigados.
Na busca por resultados científicos, mais de um tipo de condução metodológica pode
ser compartilhado e utilizado.

ATENÇÃO!
Outro ponto importante que deve constar no método do seu estudo é a definição
das variáveis a serem investigadas. Definidas com clareza e de modo operacional, essas
variáveis descrevem as características daquilo que se deseja medir. Podemos distinguir
dois tipos básicos de variáveis:
»» Variável Dependente: Refere-se a fenômenos a serem descobertos.
»» Variável Independente: É aquela que influencia, determina ou afeta a variável
dependente.

Tema: “Fatores associados à depressão em idosos”.


Variável Dependente: a depressão.
Variáveis Independentes: todos os fatores que influenciariam esse quadro e que
devem ser investigados no estudo, como: idade, renda, escolaridade, atividade física,
interação social, alimentação e outros.
Ressalta-se ainda que, na Metodologia, o comportamento ético do pesquisador
deve estar claro. Esse é um documento indicado sempre que a investigação for dirigida a
pessoas e animais. Seu objetivo é resguardar os direitos dos participantes do estudo, as
identidades dos entrevistados, sem que haja qualquer avaliação de desempenho deles.
Portanto, faz-se necessário deixá-los cientes dos objetivos da pesquisa.
O compromisso ético da pesquisa deve ser descrito com a utilização do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
VOCÊ SABIA
Quando a pesquisa for direcionada a empresas, instituições públicas e outras, é
importante que os gestores estejam cientes dos procedimentos da pesquisa. Em função
disso, é necessária a produção de um termo que assegure a credibilidade do estudo e da
ciência da instituição.
Por fim, deve-se apresentar como os dados coletados serão analisados:
»» Em estudos quantitativos: deve-se indicar o tipo de análise estatística utilizada.
»» Em estudos qualitativos: a escolha do método de análise dependerá das características
do dado e do objeto do estudo (Ex.: análise do discurso, análise de conteúdo, dentre
outras).
 Revisão Bibliográfica
Esse tipo de estudo é muito comum e reflete uma boa parte das pesquisas
desenvolvidas, já que é uma forma de investigação com menor custo e que recruta menos
estratégias logísticas durante seu processo de execução.

O QUE É UMA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


A fundamentação teórica (também chamada de revisão bibliográfica, referencial
teórico ou revisão de literatura) é uma visão crítica da pesquisa existente que é
significante para o trabalho que o aluno/pesquisador está desenvolvendo. Deve-se tomar
o cuidado de não se confundir a fundamentação teórica com um resumo. Apesar de que
resumir os trabalhos de outros pesquisadores seja importante, o aluno/pesquisador deve
analisar este trabalho, mostrar relações entre os diferentes trabalhos e, finalmente, mostrar
como os trabalhos anteriores se relacionam com o seu próprio trabalho. Não se pode
apenas descrever os trabalhos de outros pesquisadores.
Uma boa fundamentação teórica deve atender ao seguinte:
• Ser organizada e relacionada diretamente com o tema do trabalho de pesquisa ou
com a questão de pesquisa que está sendo desenvolvida;
• Identificar a literatura na qual a pesquisa dará uma contribuição e contextualizar a
pesquisa dentro dessa literatura;
• Construir um entendimento dos conceitos teóricos e das terminologias utilizadas;
• Sintetizar os resultados em um resumo do que é conhecido e do que não se
conhece sobre o assunto;
• Identificar áreas de controvérsias na literatura;
• Facilitar a elaboração de uma bibliografia ou lista de fontes que foram consultadas;
• Formular questões que necessitam de pesquisa mais profunda.
Há três tipos de revisão bibliográfica.
Narrativa
• São publicações amplas, com temáticas abertas.
• Descrevem determinado assunto de modo global.
• Não informam as fontes utilizadas, nem os critérios para a busca de referências e
para seleção e avaliação dos trabalhos.
• Não exige protocolos rígidos para sua confecção.
• Utiliza, basicamente, literatura publicada em livros e artigos de revistas impressas e
eletrônicas.
Integrativa
• Permite a inclusão de diversos métodos e constitui um instrumento da
Prática Baseada em Evidência.
• É realizada com ampla busca de dados (literatura teórica e empírica).
• Utiliza critérios de inclusão e exclusão de artigos e instrumento de coleta de dados.
• Seus propósitos são: definir conceitos, rever teorias e evidências, e analisar
problemas metodológicos de uma questão particular.
Sistemática
• É uma revisão planejada para responder a uma pergunta específica. Utiliza métodos
explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar os estudos de forma
criteriosa.
• Enfoca, primordialmente, os ensaios clínicos controlados e randomizados.
• A metodologia utilizada é encontrada nas publicações Cochrane.
• Pode utilizar-se de instrumentos estatísticos (metanálise) para aumentar a validade
dos achados.

SAIBA MAIS!
A revisão sistemática de literatura passa por etapas rígidas, como pode ser observado
no esquema abaixo:
 Definir a pergunta científica, especificando população e intervenção do interesse
 Identificar as bases de dados a serem consultadas; definir palavras-chave e
estratégias de busca
 Estabelecer critérios para a seleção dos artigos a partir da busca
 Aplicar os critérios na seleção dos artigos e justificar possíveis exclusões
 Preparar um resumo crítico, sintetizando as informações disponibilizadas pelos
artigos que foram incluídos na revisão
 Apresentar uma conclusão, informando a evidência sobre os efeitos da
intervenção
 Conduzir busca nas bases de dados escolhidas e com base na(s) estratégia(s)
definida(s) (pelo menos dois examinadores independentes)
 Comparar as buscas dos examinadores e definir a seleção inicial de artigos

Leia os artigos da sua área, principalmente a seção do método, para que consiga
extrair um modelo com delineamento adequado, interessante, aplicável e útil.
Lembre-se de que uma das grandes vantagens da pesquisa é que podemos replicar
os estudos, inclusive a metodologia utilizada! Afinal, reproduzir um método não indica
que você obterá os mesmos resultados que um estudo desenvolvido, por exemplo, na
Finlândia!

Revisão
»» O método científico é um conjunto de atividades sistemáticas e racionais que
traça o caminho a ser seguido pelo pesquisador.
»» As etapas do método científico abrangem os seguintes elementos: a
identificação de um problema; a formulação da pergunta científica; a definição da
hipótese; a definição dos instrumentos da pesquisa; a busca de dados; a avaliação das
informações coletadas; a apresentação dos resultados; a comprovação dos dados e a
confirmação ou não da hipótese definida.
»» A metodologia da pesquisa responde às seguintes questões: COMO?, COM
QUÊ?, ONDE?, QUANTO?. E responder a essas perguntas dirigem a pesquisa para: o
caminho determinado para encontrar o resultado; a seleção de técnicas que informam a
ação do pesquisador; um conjunto de procedimentos racionais na busca de conhecimentos
válidos; o modo como os procedimentos são determinados e ordenados; a provação das
hipóteses científicas; a eficácia da investigação.
»» O método pode ser analisado quanto ao raciocínio lógico e, segundo esse
critério, dividido em: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo e
método dialético.
»» São também definidos, no método, a população do estudo, os critérios de
seleção, as variáveis investigadas, os instrumentos de pesquisa e como os dados serão
analisados.
»» A pesquisa pode ser classificada de acordo com vários elementos. Quanto à
natureza, ela pode ser básica ou aplicada; quanto à abordagem, pesquisa qualitativa e/ou
quantitativa; quanto aos objetivos, pode ser exploratória, descritiva ou explicativa; quanto
aos procedimentos, pode ser bibliográfica, documental, experimental, levantamento,
estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa participante.

PROJETO DE PESQUISA: NOÇÕES PRELIMINARES E ESTRUTURA


A importância desta unidade para a construção do Plano de Pesquisa e para o
desenvolvimento do artigo a ser apresentado ao final do curso reflete a necessidade de
encontrarmos uma homogeneidade entre os elementos que estão sendo construídos.
Afinal, a produção dessa “colcha de retalhos” deve acontecer de forma a promover
conexão, coesão e identidade entre as partes do seu trabalho. Então, não devemos
desvincular o Plano da Pesquisa desse trabalho a ser apresentado ao final do curso, o
artigo científico. Muito pelo contrário! Todas as etapas e elementos aqui desenvolvidos
deverão ser a base para a proposição do artigo.
Neste momento da disciplina, esta unidade também se mostra importante em
função de já termos passado por um Fórum no qual você e seus colegas tiveram a chance
de iniciar a construção do Projeto de Pesquisa.

ATENÇÃO!
Diante disso, os subtemas desenvolvidos nesta unidade são: o Projeto de Pesquisa
e sua estrutura básica; a relação entre os itens propostos no desenvolvimento do Plano de
Pesquisa; as falhas comuns dos projetos e dicas e modelos de projetos. Projeto de
Pesquisa: estrutura básica

ALGUNS CONCEITOS
O projeto é um componente das etapas do processo de elaboração, execução e
apresentação da pesquisa. Seu desenvolvimento é bastante importante, pois traz à tona
um alinhamento entre etapas, dados, objetivos e resultados. Sem um projeto, o
pesquisador poderá se envolver em um emaranhado de dados colhidos, sem saber como
lidar com eles e desconhecer sua importância e seu significado (MARCONI, LAKATOS,
2010).
Assim descreve Rudio (2007, p.55, grifo nosso): “Fazer um projeto de pesquisa é
traçar um caminho eficaz que conduza ao fim que se pretende atingir, livrando o
pesquisador do perigo de se perder, antes de o ter alcançado.”
E Gil (2002): O projeto pode ser considerado um documento explicitador de ações
a ser desenvolvido ao longo do processo de pesquisa.
Em uma pesquisa não existe o acaso! Tudo deve ser planejado, desde a escolha do
tema até qual o modo de apresentação final do trabalho. A falta do planejamento em uma
pesquisa pode trazer inúmeras dificuldades.
Todas as fases da pesquisa devem ser previstas, considerando até mesmo situações
bastante críticas, como pode ser a etapa da coleta de dados em pesquisa de campo.

EXEMPLO
Para evitar equívocos, falhas e outras dificuldades, o Projeto de Pesquisa deve,
primeiro, estar embasado em estudos preliminares. O aluno deve buscar na literatura a
questão que pretende investigar e levantar conceitos e fundamentos teóricos, bem como
identificar outros estudos e pesquisas que contemplem o mesmo objeto de estudo. Aliado
a isso, seu projeto deve responder às seguintes questões:
O quê? Por quê? Para quê? Para quem? Onde? Como? Com o quê? Quanto?
Quando? Quem?
Essas perguntas se situam em diferentes fases e etapas do projeto e o pesquisador
deve estar atento a elas. Marconi e Lakatos (2010) relacionam tais questões à estrutura do
projeto:
Estrutura do Projeto X Perguntas
1 Apresentação Quem?
2 Justificativa Por quê?
3 Problema, hipóteses, variáveis O quê?
4 Objetivo Para quê? Para quem?
5Metodologia (método de abordagem e de procedimento, técnicas, instrumentos,
delimitação do universo e tipo de amostragem)
Como? Com o quê? Onde? Quando?
Quanto?
6 Embasamento teórico
Como?
Relaciona-se aos itens 2, 3, 4, e 5.
7 Cronograma Quando?
8 Orçamento Quanto?
9 Bibliografia
Pesquisa. Ao final da disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa, deveremos
apresentar não um projeto, mas sim um Plano de Pesquisa.
“Projeto é um todo, constituído por partes (...), o plano, uma parte
do projeto”. (RUDIO, 2007, p.53)
O cronograma deve respeitar os prazos definidos pela graduação, e você deve ter
sua planilha ou linha do tempo para que as datas definidas previamente não sejam
estouradas.
O Problema é o próprio sentido da pesquisa. Deve ser apresentado de maneira
direta, sob forma de pergunta, e não pode estar isolado, sem conexão com o todo. Ele
reflete o tema, é compreendido pela justificativa, e sua resposta será alcançada com os
objetivos propostos.
O problema/pergunta também tem íntima relação com a metodologia, pois ela
determina
“como” encontrar a resposta para a questão a ser investigada.
A dificuldade para formular o problema pode refletir uma base pouco
fundamentada nas discussões acerca do conhecimento específico (informações, reflexões
e discussões da literatura devem ser a base para a formulação e reformulação da pergunta).
Feita a pergunta, pressupõe-se que você tenha uma ideia sobre o fenômeno
envolvido, imagine a resposta a ser encontrada. Estamos falando da hipótese do estudo
– resposta provisória ou “bússola” - para a questão levantada.
Justificativa
Os motivos que o levaram a investigar o tema devem estar propostos aqui. Seu
texto da Justificativa deve ser bem articulado e focado no tema delimitado de tal forma
que os leitores venham a compreender de forma lógica a problemática que está inserida
em seu campo de estudo. Os benefícios e as vantagens da sua Pesquisa também devem
ser propostos aqui.
É exatamente nesta fase que você, de fato, “vende” a ideia e a relevância do seu
estudo!
Esse texto ainda deve ter o alicerce forte da literatura científica (continuam as
leituras e buscas por bibliografias que amparem sua Justificativa).
Objetivos
Em um projeto, devemos ter objetivo geral e objetivos específicos.
»» Objetivo Geral: deve estar alinhado ao tema e, principalmente, à pergunta, pois
ele é o alvo que se deseja encontrar; seu alcance o levará aos resultados da pesquisa.
Não se deve propor um objetivo inalcançável, seja por problemas de tempo,
recursos materiais ou financeiro!
A dificuldade para definir o objetivo geral pode refletir um conhecimento
superficial sobre o problema da pesquisa, ou mesmo uma pergunta mal estruturada. Isso
nos remete a um episódio do filme “Alice no País das Maravilhas”, no qual o gato diz à
menina: “Se você não sabe aonde quer ir, então, qualquer caminho serve”. A alusão a
essa cena quando se trata da pesquisa é totalmente inadequada. A definição do objetivo
geral irá orientar a escolha das metodologias utilizadas na Pesquisa.
»» Objetivos específicos: têm uma função intermediária, pois colaboram para
atingir o objetivo geral e são aplicados a situações particulares e menores da pesquisa.
Aqui também devem ser apresentadas as metas que serão atingidas durante a busca de
resultados.

Revisão
»» O Projeto é um componente das etapas do processo de elaboração, execução e
apresentação da pesquisa. É um caminho eficaz que conduz ao fim que se pretende atingir.
Não existe o acaso em uma pesquisa; tudo deve ser planejado, desde a escolha do tema
até qual o modo de apresentação final do trabalho. A falta do planejamento pode, em uma
pesquisa, trazer inúmeras dificuldades.
»» As perguntas: “O quê? Por quê? Para quê e para quem? Onde? Como, com
quê? Quanto e quando? Quem?” se situam em diferentes fases e etapas do Projeto e o
pesquisador deve estar atento a elas.
»» Tanto a estrutura quanto os elementos de um Projeto de Pesquisa são
determinados pelo tipo de problema a ser investigado. Em nosso plano, devemos
esclarecer como se processará a pesquisa, as etapas a serem desenvolvidas e os recursos
para se atingir os objetivos.

PROJETO DE PESQUISA: NOÇÕES PRELIMINARES E ESTRUTURA


»» Etapas do Plano de Pesquisa:
–– TEMA: Sua definição e delimitação determinará a viabilidade da pesquisa.
–– PROBLEMA: Deve ser apresentado de maneira direta, sob forma de pergunta, e não
pode estar isolado, sem conexão com o todo. Ele reflete o tema, é compreendido pela
justificativa, e sua resposta será alcançada com os objetivos propostos. O problema/
pergunta também tem íntima relação com a metodologia, afinal o método mostra “como”
encontrar as respostas para a pergunta científica.
–– JUSTIFICATIVA: Esse texto deve ser bem articulado e concentrado no tema
delimitado. Sua organização deve se dar de tal maneira que os leitores venham
compreender, de forma lógica, a problemática que está inserida em seu campo de estudo.
Os benefícios e as vantagens da sua pesquisa também devem ser propostos aqui. Esse
texto deve ter o alicerce forte da literatura científica.
–– OBJETIVO GERAL: Deve estar alinhado à pergunta, pois o objetivo é o alvo que se
deseja encontrar. Seu alcance o levará aos resultados da pesquisa. Sua definição irá
orientar a escolha das metodologias utilizadas na pesquisa.
–– OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Têm uma função intermediária, pois colaboram para
atingir o objetivo geral e são aplicados a situações particulares e menores da pesquisa.
–– MÉTODOS: Deve-se apresentar o caminho que sua pesquisa vai seguir - “como atingir
as metas apontadas nos objetivos?”, sem deixar dúvidas quanto aos vários elementos
(descrição de procedimentos, tempo, instrumentos de coleta de dados, mensurações,
variáveis e outros).
»» Os problemas mais comuns encontrados durante o desenvolvimento do Projeto são:
–– Existência de pouca literatura sobre o tema a ser pesquisado;
–– Não saber pesquisar o tema em portais confiáveis na internet;
–– Apresentar uma questão científica muito ampla;
–– Conseguir uma amostra insuficiente;
–– Não conhecer o método que irá aplicar no estudo;
–– Ter um custo alto que excede os recursos do pesquisador;
–– Apresentar um tema desinteressante;
–– Não respeitar os direitos éticos na pesquisa.
Artigo científico
A comunicação é parte essencial da atividade científica. É um modo de os
pesquisadores apresentarem os resultados de seus estudos e disseminarem o saber entre
outros pesquisadores e a comunidade científica. Um dos tipos de comunicação formal se
dá com a publicação de artigo científico em periódicos. Como o produto do nosso trabalho
envolve o desenvolvimento de um artigo científico, vamos aprofundar nesse tipo de
comunicação.
O artigo científico “parte de uma publicação com autoria declarada que apresenta
e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do
conhecimento” (ABNT, 2003, p.2).
Marconi e Lakatos (2010) afirmam que o artigo científico é um tipo de estudo
completo que trata em essência de uma questão científica. Caracteriza-se por apresentar
uma dimensão reduzida. Em geral, são escritos em poucas laudas, mas com conteúdo
denso.
O importante é que não sejam omitidas informações importantes, como dados
relativos ao objeto do estudo, como aconteceu a investigação, entre outras. O texto deve
ser claro, pontual, preciso e denso, com ideias compreensíveis. Dessa forma, permite que
outro pesquisador possa repetir a experiência.
Para o desenvolvimento de um artigo científico, devemos desvendar sua estrutura
básica. Segundo a ABNT (2003), o artigo é composto por 3 elementos principais: os
elementos pré- textuais (antecedem o texto com informações que ajudam na sua
identificação e utilização); os elementos textuais (parte do trabalho em que é exposto o
conteúdo); e os elementos pós-textuais (elementos que complementam o trabalho).

Elementos básicos do artigo científico


ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
• Cabeçalho: Título, subtítulo, nome do(s) autor(es)
• Resumo na língua do texto (vernácula)
• Palavras-chave na língua do texto
ELEMENTOS TEXTUAIS
• Introdução
–– Revisão de literatura
• Desenvolvimento
–– Material e métodos
–– Resultados e discussão
• Conclusão
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
• Título e subtítulo em língua estrangeira
• Resumo em língua estrangeira
• Palavras-chave em língua estrangeira
• Notas explicativas
• Referências
• Glossário
• Anexos e/ou apêndices
• Agradecimentos
• Data de entrega
Nos elementos pré-textuais, podemos observar três subitens:
1 Cabeçalho
O título do artigo deve ser claro e objetivo, escrito na língua do texto. Pode ter um
subtítulo diferenciado por (:). Abreviaturas, parênteses, e fórmulas que dificultem a
compreensão do conteúdo deverão ser evitadas (FRANÇA, VASCONCELOS, 2008).
Volpato (2007) destaca que muitos artigos não são lidos em função de os leitores
rejeitarem o manuscrito, porque o título é pouco atrativo, específico demais ou muito
longo.
ATENÇÃO!
O nome dos autores deverá ser escrito por extenso após o título. As credenciais dos
autores, endereço postal e eletrônico deverão estar em nota de rodapé por asterisco.
RESUMO
É um elemento obrigatório. Deverá ser escrito em um parágrafo único, na língua
do texto e não ultrapassar 250 palavras. Você poderá iniciá-lo colocando uma breve
justificativa do estudo. Mas também é bastante comum iniciá-lo diretamente com os
objetivos. Aponte o objetivo principal e descreva o delineamento metodológico. Em
seguida, aponte os principais resultados e seus efeitos. No final, apresente as principais
conclusões.
Cabe ressaltar que esse pequeno texto deverá instigar no leitor o interesse em ler
seu artigo na íntegra. Podemos fazer uma alusão ao trailler de um filme. Se for
interessante, todos comprarão o ingresso para assistir a ele!

PALAVRAS-CHAVE
São palavras essenciais relativas ao conteúdo do artigo. Tem a finalidade de
“facilitar a elaboração posterior de um índice de assunto”. Em geral, são 3 a 5 palavras,
seguidas de ponto e vírgula.
Os elementos textuais são em geral compostos de três partes principais:
introdução, desenvolvimento e conclusão. Vamos identificar
cada uma delas!
1 Introdução
Deverão estar presentes os dados da literatura, reforçando os argumentos e contra-
argumentos utilizados ao longo do desenvolvimento das ideias apresentadas. Deverão
ainda ser apresentadas aqui as definições, conceituações, pontos de vista, abordagens e
pressupostos. Ao final, apresentar os objetivos da investigação (VOLPATO, 2007;
FRANÇA, VASCONCELOS, 2008).
Observe que os principais itens da introdução já foram desenvolvidos durante
nosso Plano de Pesquisa! Utilize seus dados desenvolvidos aqui ao longo da nossa
disciplina para construir um texto bem rico!
A revisão de literatura poderá fazer parte da introdução, mas não é muito indicada,
a menos que uma descrição histórica seja o principal elemento de justificativa para seus
objetivos. Se for dessa forma, a literatura citada deverá obedecer, preferencialmente, a
uma ordem cronológica (VOLPATO, 2007; FRANÇA, VASCONCELOS, 2008).
2 Desenvolvimento
Na segunda parte, encontramos dois importantes subitens: material e métodos;
resultados e discussão.
Devemos considerar que material e métodos ou a metodologia da pesquisa
compreende a descrição metodológica do estudo. Os itens que deverão ser apresentados
durante a redação de métodos são:
1. Estratégia de pesquisa (delineamento do estudo, tratamentos, variáveis,
medidas);
2. Sujeitos (universo, amostra, critérios) e região de estudo;
3. Procedimentos específicos (descrição de medidas, bateria de testes, técnicas de
análise etc);
4. Análise dos dados propriamente dita (estatística, discurso/conteúdo etc). Os
modelos de questionários, entrevistas ou outros materiais complementares deverão ser
apresentados em anexo
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tem a finalidade de discutir, confirmar ou negar hipóteses e expor os resultados
de forma clara, detalhada e racional. A apresentação dos resultados é muito importante,
pois irá nortear toda a elaboração da discussão.
Você deverá dar toda atenção ao planejamento em como os dados e seus aspectos
mais importantes serão ressaltados. É você que conduz o leitor para aquilo que é
interessante e deverá ser discutido depois.
Os dados poderão ser exibidos em formato de figuras (gráficos, esquemas, fotos,
desenhos), tabelas e a descrição textual. Não apresente o mesmo dado em mais de uma
forma de apresentação. Se a informação está na tabela, não necessita estar descrita no
texto e vice-versa.
Na discussão, você deverá interpretar seus resultados e redigir o texto, de modo
argumentativo, sustentando a validade dos dados, mostrando a relação de suas conclusões
com o conhecimento sustentado pela literatura.
CONCLUSÃO
É a parte final do trabalho. Responde ao problema de pesquisa proposto e
converge para o objetivo do estudo. A conclusão deverá ser sucinta, precisa e escrita com
verbos no tempo presente. Destaque as conclusões fundamentadas na discussão. Você
poderá expor seu ponto de vista, baseando-se nos resultados avaliados e interpretados.

Norma ABNT
Os trabalhos acadêmicos produzidos na graduação devem ser orientados pelas
normas da ABNT. Para amparar a produção do texto científico, devemos considerar
diversos elementos normativos para a produção científica.

Vale ressaltar que, no decorrer do tempo, elas poderão passar por modificações e
devemos estar atentos às pequenas alterações que podem vir a acontecer.
São elas:
NBR 6022 – ARTIGO CIENTÍFICO, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS.
Informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa –
apresentação. NBR 6022, Rio de Janeiro, 2003.
NBR 6023 – REFERÊNCIAS, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. Informação e documentação: referências e elaboração. NBR 6023, Rio de
Janeiro, 2002.
NBR 10520/2002 – CITAÇÕES, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. Apresentação de citações em documentos. NBR 10520, Rio de Janeiro,
2002.
NBR 14724/2011 – TRABALHO ACADÊMICO, ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e documentação – trabalhos
acadêmicos -
apresentação. NBR 14724. Rio de Janeiro, 2011.
Por isso, para facilitar sua produção, apresentamos-lhe abaixo alguns itens que
podem ser de seu interesse. Vamos começar com a citação!
CITAÇÃO
A citação deve conter as seguintes informações:
»» Sobrenome do autor ou Instituição ou sem autoria - 1a palavra do título, seguida
de reticências
Isto é: essa informação irá depender do material a ser referenciado. Por exemplo,
se o material tem uma pessoa como autora, se é uma instituição que assume a autoria ou
não há como identificar o autor.
O sobrenome do autor deverá ser escrito em maiúsculas quando estiver dentro de
parênteses. E se forem citados mais de um autor, de diferentes obras, você deverá separá-
los por ponto e vírgula. Fora dos parênteses, o sobrenome deve ter somente a inicial
maiúscula. Depois do nome dos autores, segue a informação do ano, data de publicação.
Em caso de citação direta, deverá ser seguido do número de páginas. E se forem
mais de 3 autores, deverá citar o primeiro e seguir com a expressão et al., que não deve
estar em itálico.
Existem três tipos de citações, são elas:
1. Direta: uma reprodução exata do texto original. Seu tamanho determina a forma
de apresentação. Nessa citação, é obrigatória a indicação da página.
a. Citação direta de até 3 linhas deverá ser apresentada entre aspas e integrada ao
parágrafo. Exemplos:
“Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise
da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).*
“Não se mova, faça de conta que está morta.” (CLARAC; BONNIN, 1985, p.
72).*
b. A Citação direta com mais de 3 linhas se apresentará com recuo de 4 cm da
margem
esquerda, fonte menor que o texto original, sem aspas. Exemplo:
A teleconferência permite ao indivíduo participar de um
encontro nacional ou regional sem a Necessidade de deixar seu
local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da
televisão, telefone, e computador. Através de áudio-conferência,
utilizando a companhia local de telefone, um sinal de audio pode
ser emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS, 1993,
p. 181).*
2. Indireta: o texto se baseia na obra de um autor.
Exemplo:
Diversos autores salientam a importância do “acontecimento desencadeador” no
início de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW,
1991).*
3. Citação de citação: citação direta ou indireta de um texto que não se teve acesso
ao original.
Você deverá utilizar a expressão apud (citado por, conforme, segundo).
Exemplos:
Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser [...]*
“[...] o viés organicista da burocracia estatal e o antiliberalismo da cultura política
de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946.” (VIANNA, 1986, p.
172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).*
No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um
processamento serial que começa com uma fixação ocular sobre o texto,
prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.*
Os exemplos apresentados com (*) foram extraídos da norma ABNT NBR
10520/2002.
As citações diretas somente deverão ser utilizadas quando o trecho apresentado
reforça o que está sendo escrito e, de fato, o autor é referência fundamental para o assunto
abordado. No mais, a citação indireta deverá ser mais utilizada e incentivada, pois o aluno
tem a oportunidade de construir o texto com suas próprias palavras e explorar o sentido
de compreensão e criatividade.
Recomenda-se que as citações de citações sejam evitadas. Somente deverão ser
usadas em documentos de difícil localização, antigos demais e que são restritos.
Outro importante aspecto que devemos levar em consideração é que somente
devemos citar no texto informações de artigos que de fato lemos e que são obras
confiáveis. Assim, páginas pessoais, blogs e mesmo artigos que não contenham de que
periódicos fazem parte não deverão ser selecionados para as referências na produção do
texto científico.
Fique atento(a)! Ao buscar informações de artigos de periódicos
científicos e livros, cite o autor e o ano de publicação.
Não deixe a impressão que o texto é seu quando na verdade foi produzido por
outro autor. Manter um texto produzido por outro autor, sem a devida referência, pode
ser considerado um plágio. Por isso, tenha muita atenção ao buscar as fontes de
informação e conhecimento.
A exatidão das informações deverá ser privilegiada em seu texto. Ao citar vários
autores no final de um parágrafo, significa que todos os autores concordam ou apresentam
aqueles dados apresentados de modo geral. Contudo, se cada aspecto do trecho foi escrito
por cada um dos autores separadamente, deve ser feita a referência específica, inserindo
o autor correspondente após a descrição de cada fator.
REFERÊNCIAS
As referências deverão estar estruturadas em ordem alfabética. Cada documento
tem uma forma de ser registrado segundo sua designação. Veja a seguir as principais:
1. Autor pessoa física: sobrenome em letra maiúscula, seguido dos prenomes
abreviados ou não. A forma escolhida deverá ser aplicada para todos.
Exemplos:
ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.*
DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de direito jurídico. São
Paulo: Atlas, 1995.*
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática,
segunda série, 2, primeiro grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995. 136 p.*
Vale destacar que os títulos de livros, títulos de revistas e similares deverão ser
destacados, grafados em negrito ou itálico.
2. Mais de 3 autores: indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão et
al.
Exemplo:
URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o
Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994.
3. Autor entidade: nome da instituição com maiúsculas.
Exemplos:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:
informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro,
2002.*
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São
Paulo, 1992. São Paulo, 1993. 467 p.*
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E
, 10., 1979, Curitiba. Anais... Curitiba:Associação Bibliotecária do Paraná, 1979. 3 v.*
4. Livros e monografias: autor, título, edição, local, editora e ano, número de
páginas.
Em livros considerados em um todo (formato convencional) deverá apresentar o
seguinte modelo:
SOBRENOME DO AUTOR, prenome ou iniciais. Titulo em itálico: subtítulo se
houver. Edição. Local (cidade): editora, data. Número de páginas do livro.
Exemplos:
GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. 137p.*
PERFIL da administração pública paulista. 6. ed. São Paulo: FUNDAP, 1994. 317
p.*
IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF, 1993. 41
p.*

No formato eletrônico, ainda considerando livros no todo.


SOBRENOME DO AUTOR, prenome ou iniciais. Titulo em itálico: subtítulo se
houver. Edição. Local (cidade): editora, data. Descrição física do meio eletrônico
(disquete, CD-ROM etc) ou disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia, mês
e ano.
Veja o exemplo abaixo:
DONALD COOPER, P S S Métodos de pesquisa em administração. Bookman,
ed. Porto Alegre: Bookman 2003. Disponível em:
<http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=lpfVATveeckC&oi=fnd&pg=PA
24&dq=como+desenvolver+um+plano+de+pesquisa&ots=mXyT4WJl2L&sig=krKGgI-
Q9fvlen0dfRvR8oS7Kc#v=onepage&q=como%20desenvolver%20um%20plano%20de
%20pesquisa&f=false>. Acesso em 28-02-2013.

5. Quando se utiliza capítulo de livro com autoria diferente, deverá ser apresentada
a seguinte informação:
SOBRENOME DO AUTOR DO CAPÍTULO, Prenome. Título do capítulo. In:
SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, data.
Capítulo, páginas inicial-final.
Veja o exemplo abaixo:
GRIZE, J. B. Psicologia genética e lógica. In: BANKS-LEITE, L. (Org.).
Percursos piagetianos. São Paulo: Cortez, 1997. p. 63-76.

6. Para registrar as referências sobre a Legislação (formato convencional), deverá


apresentar os seguintes itens: JURISDIÇÃO (Nome do país, estado ou município) ou
NOME DA ENTIDADE (no caso de normas). Título, numeração e data (dia, mês e ano).
Elementos complementares para melhor identificação dos documentos (se necessário).
Dados da publicação que transcreveu o documento.
Veja um exemplo:
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil,
1988. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. 292 p.
Quando estiver em formato eletrônico, você deverá seguir a seguinte estrutura:
JURISDIÇÃO (Nome do país, estado ou município) ou NOME DA ENTIDADE (no caso
de normas). Título, numeração e data (dia, mês e ano). Dados da publicação que
transcreveu o documento. Descrição física do meio eletrônico (CD-ROM, disquete etc)
ou disponível em:<endereço eletrônico>. Acesso em: dia, mês e ano (para documentos
online).

Exemplo:
BRASIL. Lei n. 8.211, de 22 de julho de 1991. Presidência da República – Casa
civil Subchefia para assuntos jurídicos. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8211.htm>. Acesso em: 11 mar. 2013.

7. Artigo: autor, título do artigo, título do periódico, local de publicação (cidade),


volume, número, intervalo de páginas e data.
Exemplos:
GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração,
Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.*
COSTA, V. R. A margem da lei: o Programa Comunidade Solidária. Em Pauta:
revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ, Rio de Janeiro, n. 12, p. 131-148, 1998.*

8. Dissertação: autor, título, ano, grau, vinculação acadêmica, local e data de


defesa.
Exemplos:
MORGADO, M. L. C. Reimplante dentário. 1990. 51 f. Trabalho de Conclusão
de Curso (Especialização)–Faculdade de Odontologia, Universidade Camilo Castelo
Branco, São Paulo, 1990.*
ARAUJO, U. A. M. Máscaras inteiriças Tukúna: possibilidades de estudo de
artefatos de museu para o conhecimento do universo indígena. 1985. 102 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Sociais) – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo,
São Paulo, 1986.*
ALENTEJO, Eduardo. Catalogação de postais. 1999. Trabalho apresentado como
requisito parcial para aprovação na Disciplina Catalogação III, Escola de
Biblioteconomia, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.*
Os asteriscos (*) ao final dos exemplos apresentados foram utilizados para
destacar os exemplos extraídos da norma ABNT NBR 6023/2002.
Como o artigo científico deverá ser entregue como um trabalho acadêmico, devemos
também obedecer às orientações previstas nas normas para trabalho acadêmico (NBR
ABNT 14724).
Iremos considerar o limite máximo de 8 a 20 laudas (páginas) de produção do artigo
científico (da introdução às referências). O tamanho da página deverá ser formato A4,
impressos na cor preta, podendo utilizar cores nas ilustrações. Mantenha as margens
superior, esquerda, inferior e direita com 3, 3, 2, e 2 cm respectivamente,
Todas as folhas do projeto, a partir da folha de rosto, deverão ser contadas
sequencialmente, mas a numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual,
em algarismos arábicos no canto superior, a 2 cm da borda direita da folha.
A estrutura de todo o trabalho acadêmico deverá compreender os elementos obrigatórios
e os opcionais.

PARTE EXTERNA
CAPA (Obrigatório
LOMBADA (Opcional)
Folha de rosto (obrigatório)
Errata (opcional)
Folha de aprovação (obrigatório)
Dedicatória (opcional)
Agradecimentos (opcional)
Epígrafe (opcional)
Resumo na língua vernácula (obrigatório)
Resumo em língua estrangeira (obrigatório)
Lista de ilustrações (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
lista de símbolos (opcional)
Sumário (obrigatório)
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Referências (obrigatório)
Glossário (opcional)
Apêndice (opcional)
Anexo (opcional)
Índice (opcional)

Revisão
A comunicação é parte essencial da atividade científica. O artigo científico é um
dos modos de apresentar os resultados de seus estudos e de disseminar o saber entre outros
pesquisadores e a comunidade científica. Ele pode ser considerado um tipo de estudo
completo, que trata em essência de uma questão científica. Caracteriza-se por apresentar
uma dimensão reduzida, de conteúdo denso, escrito de modo claro, preciso, com ideias
compreensíveis.
O artigo é composto de elementos pré-textuais (Cabeçalho, Resumo, palavras-
chave), elementos textuais (parte do trabalho em que é exposto o conteúdo) e os elementos
pós textuais (título e subtítulo em língua estrangeira, resumo em língua estrangeira,
palavras-chave em língua estrangeira, notas explicativas, referências, glossário, anexos
e/ou apêndices, agradecimentos, data de entrega).
Nos elementos textuais, temos a INTRODUÇÃO, na qual estão presentes os dados
da literatura, com argumentos fortes. Poderão ser apresentadas as definições,
conceituações, pontos de vista e abordagens, pressupostos. No final, apresentam-se os
objetivos da investigação.
Outro item desses elementos é o DESENVOLVIMENTO. Nessa seção,
encontram-se material / métodos (metodologia) e resultados / discussão. Os primeiros são
a descrição metodológica do estudo. Já em resultados, encontram-se figuras, tabelas e
descrição textual. Na discussão, você deverá interpretar resultados de modo
argumentativo, mostrando a relação de suas conclusões com a literatura.
E a CONCLUSÃO: É a parte final do trabalho e deverá responder ao problema de
pesquisa proposto, convergindo para o objetivo do estudo. Deverá ser sucinta, precisa e
escrita com verbos no tempo presente. Destaque as conclusões fundamentadas na
discussão.
FICHAMENTO
Definição O fichamento é uma forma de investigar que se caracteriza pelo ato de
fichar (registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. É uma
parte importante na organização da pesquisa, permitindo um fácil acesso aos dados
fundamentais para a conclusão do trabalho.
É o registro dos estudos de um livro ou de um texto.
• o fichamento facilita:
* a execução dos trabalhos acadêmicos.
* a assimilação dos conteúdos estudados.
Estrutura do fichamento
Cabeçalho *
assunto *
Referência: autoria, título, local de publicação, editora e ano da publicação.
A) UMA PARTE DESCRITIVA EM QUE SE DÃO INFORMAÇÕES SOBRE O
TEXTO: NOME DO AUTOR (OU DOS AUTORES);
B) TÍTULO COMPLETO E EXATO DA OBRA (OU DO ARTIGO);
C) NOME DA EDITORA E, SE FOR O CASO, DA COLEÇÃO DE QUE FAZ
PARTE A OBRA;
D) LUGAR E DATA DA PUBLICAÇÃO;
E) NÚMERO DE VOLUMES E PÁGINAS.
Fichamento bibliográfico-ASSUNTO
É a descrição, com comentários dos tópicos abordados em uma obra inteira ou parte
dela.
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo:
Editora Brasiliense, 1993. A obra insere-se no campo da história e da antropologia
social.
A autora utiliza-se de fontes secundárias colhidas por meio de livros, revistas e
depoimentos. A abordagem é descritiva e analítica. Aborda os aspectos históricos da
condição feminina no Brasil a partir do ano de 1500. A autora descreve em linhas
gerais todo o processo de lutas e conquistas da mulher.
UMA PARTE COM O RESUMO DO CONTEÚDO DA OBRA:
Formalmente, o redator do resumo deve atentar para alguns procedimentos:
• linguagem objetiva, concisa, evitando-se a mera enumeração de tópicos;
• evitar a repetição de frases inteiras do original;
• respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados;
• preferencialmente, serão escritos os resumos em 3ª pessoa do singular e com verbos
na voz ativa.
Finalmente, o resumo: não deve apresentar juízo valorativo ou crítico (que pertencem
a outro tipo de texto, a resenha); deve ser compreensível por si mesmo, isto é,
dispensar a consulta ao original.
Fichamento de conteúdo
É uma síntese das principais ideias contidas na obra. O aluno elabora com suas
próprias palavras a interpretação do que foi dito.
Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (pp. 30 – 132). Segundo capítulo.
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo:
Editora Brasiliense, 1993.
O trabalho da autora baseia-se em análise de textos e na própria vivência nos
movimentos feministas, como relato de uma prática. A autora divide seu texto em
fases históricas compreendidas entre Brasil Colônia (1500 – 1822), até os anos de
1975 em que foi considerado o Ano Internacional da Mulher. A autora trabalha ainda
assuntos como mulheres da periferia de São Paulo, a luta por creches, violência,
participação em greves, saúde e sexualidade.
Fichamento de citações
Transcrição textual: reprodução fiel das frases que se pretende usar na redação do
trabalho ou declarações importantes descritas na obra
Educação da mulher: a perpetuação da injustiça (pp. 30 – 132). Segundo capítulo.
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. São Paulo:
brasiliense, 1993.
“uma das primeiras feministas do Brasil, Nísia Floresta Augusta, defendeu a abolição
da escravatura, ao lado de propostas como educação e a emancipação da mulher e a
instauração da República” (p.30) “na justiça brasileira, é comum os assassinos de
mulheres serem absolvidos sob a defesa de honra” (p. 132) “a mulher buscou com
todas forças sua conquista no mundo totalmente masculino” (p.43)
A RESENHA DESCRITIVA CONSTA DE:
a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto:
nome do autor (ou dos autores); título completo e exato da obra (ou do artigo);
nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra; lugar e data
da publicação; número de volumes e páginas.
Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão
em capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira,
é útil informar também a língua da versão original e o nome do tradutor (se se tratar
de traduçã0).
b) uma parte com o resumo do conteúdo da obra:
indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista
adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);
resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.
Resenha crítica
É um tipo de redação técnica que avalia precisa e sinteticamente a importância de
uma obra científica ou de um texto literário. A resenha nunca pode ser completa e
exaustiva. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos
pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção
previamente definida. A resenha crítica combina resumo e julgamento de valor. Seu
objetivo é oferecer informações para que o leitor possa decidir quanto à consulta ou não
do original. Daí a resenha deve resumir as idéias da obra, avaliar as informações nela
contidas e a forma como foram expostas e justificar a avaliação realizada.
A resenha crítica consta de: a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre o
texto: nome do autor (ou dos autores); título completo e exato da obra (ou do artigo);
nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra; lugar e data da
publicação; número de volumes e páginas. Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição
sumária da estruturada obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.).
No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão original e o
nome do tradutor (se se tratar de tradução). uma parte com o resumo do conteúdo da obra:
indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado
pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.); resumo que apresenta os
pontos essenciais do texto e seu plano geral. comentários e julgamentos do resenhador
sobre as ideias do autor, o valor da obra, etc. TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
Existem diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos. Pode-se citar,
dentre eles, os seguintes tipos: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso,
Monografia, Dissertação, Tese, Artigos Científicos, paper, resenha crítica
Apesar de haver essa classificação, aceita inclusive internacionalmente, é comum
encontrar certos equívocos em torno da palavra monografia com respeito a dissertações,
teses e trabalhos de fim de curso de graduação.
Etimologicamente, monografia é um estudo sobre um único assunto, realizado
com profundidade. No entanto, essa nomenclatura, monografia, parece destinada aos
Cursos de Especialização, e teria como fim primeiro levar o autor a se debruçar sobre um
assunto em profundidade com o intuito de transmiti-lo a outrem ou de aplicá-lo
imediatamente. Esses relatórios científicos possuem características próprias, como a
sistemática, a investigação, a fundamentação, a profundidade e a metodologia. E,
dependendo do caso, a originalidade e a contribuição da pesquisa para a ciência, como é
o caso das teses e dissertações.
Em todo o caso, destaca-se que a estrutura dos trabalhos científicos é quase
sempre a mesma, compreendendo quase sempre uma introdução, um desenvolvimento e
uma conclusão. A introdução dos trabalhos costuma abranger os objetivos da pesquisa,
bem como os problemas, as delimitações e a metodologia adotada para a realização do
trabalho.
O desenvolvimento é mais livre, podendo o pesquisador dissertar sobre o tema
propriamente dito, sem, contudo, abandonar pontos importantes como a demonstração, a
análise e a discussão dos resultados. Por fim, o autor poderá escrever suas conclusões a
respeito da discussão realizada ou dos resultados obtidos. É neste ponto que o pesquisador
será enfático, ressaltando as posições que deseja defender ou refutar.
Trabalhos de graduação
Os trabalhos de graduação não constituem exatamente trabalhos de cunho
científico, mas de iniciação científica, uma vez que esses trabalhos tenham que ser
apresentados dentro de uma sistemática e organização que estimulem o raciocínio
científico. Visto que o enfoque pretendido em trabalhos de graduação é voltado para a
assimilação de um conteúdo específico, é comum que uma revisão bibliográfica, ou uma
revisão literária, seja tida como suficiente. Porém, nada impede que existam outros tipos
de trabalhos acadêmicos, como relatórios e pequenas pesquisas. No entanto, é importante
ter em mente a cientificidade da sistemática adotada para a realização desses trabalhos.
Trabalho de curso
O Trabalho de Curso (TC), também conhecido como Trabalho de Final de Curso,
é tido como uma monografia sobre um assunto específico. Tem como objetivo levar o
aluno a refletir sobre temas determinados e transpor suas ideias para o papel na forma de
uma pesquisa ou na forma de um relatório. Para o caso da graduação, por se tratar de mais
um requisito para a complementação do curso, o estudo não necessita ser tão completo
em relação ao tema escolhido como o caso de uma dissertação ou tese, mas o aluno não
deve perder de vista a clareza, a objetividade e a seriedade da pesquisa.
Monografia
A monografia, para obter o título de especialista em cursos de pós-graduação em
nível de lato sensu, é parecida com o Trabalho de Final de Curso apresentado em cursos
de graduação. Também possui como objetivo levar o aluno a refletir sobre temas
determinados e transpor suas ideias para o papel na forma de uma pesquisa. Para o caso
da pós-graduação, o estudo necessita ser um pouco mais completo em relação ao tema
escolhido para a pesquisa.
Dissertação
As dissertações, que paulatinamente vão se destinando aos trabalhos de cursos de
pós- graduação stricto sensu (mestrado), buscam, sobretudo, a reflexão sobre um
determinado tema ou problema expondo as ideias de maneira ordenada e fundamentada.
E, dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um
estudo o mais completo possível em relação ao tema escolhido. Deve procurar expressar
conhecimentos do autor a respeito do assunto e sua capacidade de sistematização. E,
dentro deste contexto, uma das partes mais importantes da dissertação é a fundamentação
teórica, que procura traduzir o domínio do autor sobre o assunto.
Tese
A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, vai assumindo o papel
de um trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado). Caracteriza-se
como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. As teses devem tratar
de algo novo naquele campo do conhecimento, de forma que promovam uma descoberta,
ou mesmo uma real contribuição para ciência. O trabalho deve ser inédito, contributivo e
não trivial. Os argumentos utilizados devem comprovar e convencer de que a ideia
exposta é verdadeira.
Artigo científico
O objetivo principal do artigo é levar ao conhecimento do público interessado
alguma ideia nova, ou alguma abordagem diferente dos estudos realizados sobre o tema,
como por exemplo: particularidades locais ou regionais em um assunto, a existência de
aspectos ainda não explorados em alguma pesquisa, ou a necessidade de esclarecer uma
questão ainda não resolvida. A principal característica do artigo científico é que as suas
afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam estas oriundas de pesquisa de
campo ou comprovadas por outros autores em seus trabalhos. Isso não significa que o
autor não possa expressar suas opiniões no artigo, mas que deve demonstrar para o leitor
qual o processo lógico que o levou a adotar aquela opinião e quais evidências que a
tornariam mais ou menos provável, formulando hipóteses. A estrutura do artigo científico
é: identificação do trabalho (título e subtítulo do artigo, autor, disciplina, professor, curso
e instituição), resumo e palavras-chave, introdução, desenvolvimento, conclusão e
referências.
RELATÓRIO
O Relatório é um tipo de texto que, como o próprio nome indica, relata sobre algo.
• Ele apresenta um conjunto de informações pormenorizadas sobre determinado
tema.
O relatório tem como objetivos informar com exatidão e clareza como uma
atividade foi realizada, organizar dados, informações e resultados obtidos e transmiti-los
de maneira correta de modo que terceiros consiga reproduzir o mesmo experimento.
TIPOS DE RELATÓRIO
Os relatórios podem ser são classificados em diversos tipos, mas iremos nos deter
sobre o:
• Relatório Científico: geralmente são os relatórios acadêmicos produzidos por
pessoas do ensino superior, produzidos após uma aula prática, um relatório de estágio,
relatório de finalização de curso, relatório de participação num evento acadêmico, de
pesquisa.
• Os relatórios científicos podem ser classificados em:
• Relatório Crítico: quando surge opiniões apreciações do autor no corpo do texto.
• Relatório de Síntese: são relatórios mais simples que apresentam um resumo
sobre determinada atividade, por exemplo, um relatório sobre o filme assistido em sala.
• Relatório de Formação: quando há o desenvolvimento de um projeto ou
pesquisa, são desenvolvidos relatórios conforme o desenvolvimento da pesquisa. Ou seja,
eles relatam os estágios de desenvolvimento do trabalho.
Ética
Parte da filosofia dedicada aos estudos dos valores morais e princípios ideais do
comportamento humano.
A ética busca fundamentar as ações morais exclusivamente pela razão, enquanto a
moral fundamenta-se na obediência a costumes e hábitos recebidos.

ÉTICA
•Modo de ser;
•Caráter;
•Tenta explicar as regras morais

MORAL
•Conjunto de regras aplicadas ao cotidiano e usadas por cada cidadão.
•Regras que orientam o indivíduo, sobre o que é certo e errado.

AMBOS VÃO NORTEAR A CONDUTA HUMANA.


Por que abordar a ética na ciência?
i. práticas antiéticas têm aumentado no meio científico;
ii. essas práticas afetam direta ou indiretamente estudantes, professores, pesquisadores e
outros profissionais
iii. podem ter consequências sérias sobre toda a sociedade (p. ex., fabricação de dados)
iv. muitas dessas práticas são vistas como “normais” principalmente por estudantes
iniciantes
Importância da ética na pesquisa com seres humanos:
 Autonomia - o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos e a proteção a
grupos vulneráveis.
 Beneficência - Ponderação entre os riscos e os benefícios;
 Não maleficência - garantia de que os danos previsíveis serão evitados.
 O pesquisador deve dar suporte aos pesquisados em caso de danos e interromper
a pesquisa com o aparecimento de riscos ou efeitos adversos.
 Justiça como equidade - equidade na distribuição dos benefícios
 Consiste na obrigação de respeitar a igualdade de direitos dos sujeitos de
pesquisa
Plágio:
O maior erro que um cientista pode cometer!
O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza
contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem a permissão do autor. No
acto de plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa,
assumindo a autoria

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