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14/10/2015 André Capilé « :: UM CONTO ::

:: UM CONTO ::

REVISTA DE LITERATURA

André Capilé r Um Conto - Revista de Literatura

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André Capilé (n. 1978) nasceu em Barra Mansa, cidade do interior sul fluminense. Graduou-se1/6
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14/10/2015 André Capilé « :: UM CONTO ::

André Capilé (n. 1978) nasceu em Barra Mansa, cidade do interior sul fluminense. Graduou-se
em Filosofia na UFJF. Mestre em estudos literários, pela PUC-RIO, onde cursa atualmente
doutorado em “Literatura, Cultura e Contemporaneidade”. Co-fundador e ex-organizador do
ECO — performances poéticas. Atua como colaborador na Editora TextoTerritório em suas
diversas frentes de trabalho. Publicou, em 2008, o livro Dois (Não Pares), em parceria com
Carolina Barreto, pela Anome e Funalfa Edições; em 2010 editou a plaquette ZANGARREIO;
seguem-se as publicações de rapace (2012), pela editora TextoTerritório e balaio (2014), pela coleção
megamini da 7letras. Prepara, para esse ano (2015), a publicação de chabu e troco da passagem,
ambos pela editora TextoTerritório. Publicou, em 2015, “A canção de amor de J. Pinto Sayão”,
tradução de “The love song of J. Alfred Prufrock”, de T. S. Eliot, pela Edições Macondo, em sua
nova coleção: Herbert Richers.

Os poemas a seguir são inéditos.

ok ir até onde o passo dá pé mas


que é que há de comer do córrego?

ok ir com a correnteza mas


como se nem os peixes bóiam?

ora da cartilha do ensina a pescar


a reza sabem somente os piscinas

não sabem ainda de que solas são feitos


os do lado de lá da insolação

do barro vermelho?

III

vai

com teus trapos


ao malogro

joga das valises


o golpe do paco

em galope de feira
o mole do vagabundo

emula a fala ordinária


de dar giras à mímica

(sem ter do ambulante


o três por um da sintaxe
não pechinche o ritmo
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não pechinche o ritmo


a rua não dá desconto)

MAVAMBO

faz roda, kamunan — vai beber da cachaça,


o mel; farinha e dendê, melanja : mavîle.
gargalha — transtorna o sorriso. não redunda
em caralho, a foda; e o barro, o mais metonímia.
hermes, o do pinto menor, nem para a entrada.
o divórcio entre o costureiro e o alfaiate.
senta no formigueiro e a cabeça tropica
no céu. não se dá com porrete por moral
— e mais : desdenha dos corcéis de carrossel.
mensageiro volante do destino — corre
caminho e encruzilhada — o senhor, giramundo
das mais largas molduras, que dá por início
o que começa e começa de novo, veste
a tabatinga e vai dar curso à existência.

FÉRIAS PASSADAS

não te vejo por aqui faz


algum tempo. como você
vai? espero que bem. talvez
não se recorde de nós; falo
daquela vez em que estivemos
juntos. lembra quando pisávamos
as poças frias, naqueles dias
que pareciam não acabar
[tão logo, quanto um picolé
mordido por uma criança
melando cada um dos dedos]?
não? eu te entendo. tá tranqüilo.
da vida leva o quanto pesa.
bagagens correm com o rio.

APÊNDICE
para Ismar

moído, de verdade. mas como sou carrancudo


pensando, agora por do corte de escrever
umas belezas aí, é que vem: se tudo for de pena,

o microfone aberto da minha vida volta


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o microfone aberto da minha vida volta


às parcas com os que não fazem questão dela.

—————————————-gosta de mim?

se pertença minha, a benevolência — um bem


que tenho evitado —, tomo teu nome e fazemos
um filho, pode ser? à criança será dada força

— e será má fama (vamos revirar o cinema?).


pausa, breve, para o recado dos organizadores.

comprem a singela da gávea que dá


fundos à penúltima da coleção.

agora é direto com vocês dividindo


a sombra de um mundo novo. bem vindo

à noite de logo mais. se quiser furar


a fila, atenda ao termo do convite:

traje, apenas.

eu te encontro fôlego. não há lastro pra mim,


pois que caí aqui da janela e vem daí que me
interessa, mais, o que a cada vez tu faz melhor.

—————–foi uma bela tarde em kon mei.

imediatamente anteriores aos de cima,


que de andar na areia fofa, dependendo
da coorte de passear por aí, foi bem óbvio
que não era tão de boa um deus nos livre

urgindo a exigência de um alívio. não


me disseram, as loucas, tocando meu rim,
enquanto esperava o ano passar desperdício?
era um quê da vida que falavam? ah me dera.

ficou mais a pressa medida dos sapos.


e este é esse verso que perde suas armas.
e se já não é, ele disse: acabou! acabou!
por vezes o que falta é essa perna aí.
e era o fim do pavio, o fio da boina.
e se já não sabe, está bem sem dúvida.

ela é quem vai ler no arranhão. casal


pronto & acabado. só isso. o resto é
puro desserviço — o calo cativo
de esquecer que essas frases pegam mal.
eu, de cá, acho um grande despropósito

ser revistado a pente fino antes


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ser revistado a pente fino antes


de entrar de férias na escolinha. basta
de brinquedo novo no repertório.
serão dados amigos jovens. saltos
pra quem espera a vez nos trampolins.
já me afastei com medo do convite —
o que dá um interessante efeito,
confesso — para a vida no divino:
lenha e matéria gasta até o fim.

(a sumidade esclarecida se perdeu.


foi contra as recomendações do seguimento.
achando umas paradas muito estilo severo,
abandonou-se às suas rotinas de hábito).

começou a ficar difícil. já deu ruim.


ser si mesmo é um grande transtorno. bem dito.
aqui gente, por favor, tenham modos. fiquem
bem com os teus. foi dada a recomendação.

uns poucos traços do de sempre


e sigo rindo. não precisa
agradecer imenso, não.
tá tudo certo entre nós, sim?
respira em paz. esquece a merda

toda em que nos metemos juntos.


foi chato à vera, você sabe.
que a terra lhe seja bem leve.

da série de epitáfios pífios que escrevi,


aqui deixei: “vem cá, continuo tentando?”

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Esta publicação foi postada em Um Conto Indica e marcada André Capilé, Edições Macondo,
Herbert Richers, poesia brasileira contemporânea.

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