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Aula 3 – Medicina Legal

Asfixiologia Forense

Conceito

o Do grego asphyxia: falta de pulso


 Termo devido à antiga concepcao de que o pulsar das artérias produzia-se por efeito do ar nelas introduzidas
nos movimentos respiratórios.
 É a suspensão da função respiratória por qualquer causa que se oponha à troca gasosa, nos pulmões,
entre e o sangue e o ar ambiente
 A privação de O2 pode ser parcial (hipóxia) ou completa (anoxia).
 Termo correto: anoxemia ou hipoxemia
 Respiração normal
o Ar respirável: oxigênio 21%
o Permeabilidade das vias aéreas
o Elasticidade torácica
o Complacência pulmonar
o Volume circulatório adequado
 Tipos de anóxia
o Anóxia de ventilação
o Anóxia anêmica (anemia, intoxicação CO)
o Anóxia de circulação e estase (obstrução vascular)
o Anóxia tissular (intoxicação ácido cianídrico – impede aproveitamento oxigênio pelos tecidos)

Fases da anóxia

o 1ª fase
 Cerebral (1 a 2 minutos)
 Vertigem, zumbidos, angústia etc.
 Após 1,5 min aproximadamente, perda da consciência, bradipnéia e taquisfigmia
(aumento da frequência de pulso)
o 2ª fase
 Excitação cortical e medular (duração 1 a 2 min)
 Convulsões no rosto, extremidades e músculos respiratórios
 Aumento da secreção salivar e suor
 Relaxamento dos esfíncteres
 Pode haver ereção e ejaculação
 A sensibilidade e os movimentos reflexos desaparecem progressivamente
 Fase cianótica
 Bradicardia e aumento da PA
o 3ª fase
 Fase respiratória (1 a 2 min)
 Bradipnéia
 Insuficiência ventricular direita
o 4ª fase
 Fase cardíaca (3 a 5 min)
 Sofrimento miocárdico
 Batimentos irregulares, tornando-se cada vez mais fracos e imperceptíveis
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 Ventrículos param em diástole, enquanto os átrios continuam a apresentar algumas


contrações

Sinais de asfixia

o Não são constantes


o Não são patognomônicos  o que vai ajudar é ter noção da cena do ocorrido.

Sinais gerais de asfixia

o Fenômenos cadavéricos
 Livores (manchas de hipóstase) mais precoces, mais escuros e mais extensos, devido à
fluidez sanguínea = acúmulo do sangue no local de maior declive (se normalmente fica em
decúbito dorsal, maior parte vai estar no dorso). Em regiões comprimidas não acumula
livor (peças íntimas).
 Máscara equimótica de Morestin ou cianose ou congestão cervico-facial (mais comum na
compressão torácica)  sufocação indireta.
 Na face, pescoço e parte superior do tórax, uma coloração violácea uniforme (obs.:
não confundir com Livor (ex. afogado na primeira fase de afundamento, a cabeça
fica mais baixa que o resto do corpo, portanto o sangue se acumula na cabeça)).
 Resfriamento do corpo mais demorado (a fluidez sanguínea mantém o corpo quente),
exceto no afogamento
 Putrefação surge mais rapidamente, devido à fluidez do sangue
 Rigidez cadavérica se instala lentamente, embora forma intensa e prolongada, exceto
afogamento.
o Sinais externos
 Conjuntivas congestas
 Equimose subconjuntival (mais comum pós RCP)
 Exoftalmia (mais comum no enforcado)
 Protrusão da língua (mais comum no enforcado)
 Petéquias e equimoses na cabeça e pescoço
 Equimoses nas mucosas (conjuntiva e lábios)
 Rompimento capilar
 Obs.: pode haver equimose de conjuntiva após ressuscitação cardiopulmonar
 Cogumelo de espuma recobrindo narinas e boca e se continua nas vias aéreas inferiores
(obs.: aparece também nas mortes por edema agudo de pulmão e precedida de intensas
convulsões)  líquido + ar vindo da porção respiratória. Mais fácil de ver no afogado.
o Sinais internos
 Espuma arejada na laringe, traqueia e brônquios
 Os pulmões asfíxicos são geralmente congestionados e hiperemiados
 À palpação e ao corte, comprova-se um certo grau de edema
 Há também um enfisema, tanto alveolar generalizado, como intersticial localizado,
que resulta dos grandes esforços respiratórios (subpleural).
 No interior do parênquima se observam núcleos com derrame de sangue, que
resultam da ruptura de septos inter-alveolares  machas na superfície pulmonar.
 Congestão polivisceral: fígado e mesentério
 Baço com pouco sangue (contrações durante a asfixia)
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 As manchas ou equimoses de Tardieu aparecem sob duas formas:


 Equimoses puntiformes de coloração roxo-escura
 Sufusões hemorrágicas, irregulares, em linhas ou estrelas, de tamanho maior
 Constituída de derrames de sangue coagulado e intimamente aderido ao tecido
 Observadas principalmente debaixo da pleura pulmonar
 Ocorre no pulmão e pericárdio (mais comum no pulmão)
 Sangue enegrecido e fluido (obs.: intoxicação CO sangue acarminado)
 Livores em enforcado
o Antebraço, mão, perna e pé
 Na asfixia o sangue fica mais fluido
 Afogado na fase inicial a cabeça fica mais para baixo  pode ter Livor na cabeça

Classificação das asfixias

o Asfixias puras – 4 tipos


o Asfixias complexas – 3 tipos (relacionadas a constrição do pescoço)
 ASFIXIAS PURAS
1. Asfixias em ambiente por gases irrespiráveis
o Confinamento
o Asfixia por CO
o Asfixia por outros vícios do ambiente
2. Bloqueio da entrada de ar nas vias respiratórias
o Sufocação direta (obstruída a entrada)
o Sufocação indireta (tórax impedido de expandir, impedimento da expansão pulmonar)
3. Transformação do meio gasoso em meio líquido (afogamento)
4. Transformação do meio gasoso em meio sólido (soterramento)

 Asfixia por confinamento


o Permanência demorada da vítima num ambiente hermeticamente fechado, sem condições de
renovação do ar (consumo progressivo do O2 e acúmulo de CO2)
o Umidade dos objetos, roupas e pele
o Lesões de defesa, como o desgaste das unhas
o Geralmente acidental, mas pode ser homicida ou suicida
o Exemplo: porta-malas de automóvel e desabamentos
 Asfixia por CO
o Asfixia por carboxiemoglobina
o Rigidez cadavérica mais tardia (como em todas as asfixias), mas pouco intensa e de menor duração
o Pulmoes em tom carmim
o Sangue róseo. Putrefação tardia
o É mais freqüente como forma de suicídio
o O CO é encontrado
o Em qualquer dispositivo de combustão, como aquecedores portáteis, carvão com churrasco,
equipamentos/fornos/aquecedores de gás natural
o Congestão cerebral
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 Asfixia por outros vícios de ambiente


o Ambientes saturados por outros gases, tais como de iluminação, gases de esgoto e fossas, gases de
pântano etc.
o Algumas câmaras de gás nazistas usavam o ácido cianídrico (Zyklon B) em forma de pastilhas que,
expostas ao ar, entram em processo de sublimação liberando o gás altamente letal quando inalado
(bloqueia as mitocôndrias)
o Foi inicialmente utilizado como pesticida, para matar piolhos, pulgas e carrapatos transmissores de
tifo, que era uma doença endêmica na época da 2ª guerra
o A sublimação do gás era lenta e sua inalação altamente sufocante
 Sufocação
o Direta: oclusão das vias aéreas superiores
o Indireta: impedimento dos movimentos respiratórios
o Oclusão dos orifícios aéreos superiores
 Pode ser causada com as mãos, saco plástico ou apertando a face contra superfície
amoldável (travesseiro, areia, colchão), de modo a ocluir os orifícios aéreos
 Geralmente homicida, mas pode ser acidental ou suicida
o Sinais reveladores do agente asfixiante (arranhões, escoriações, equimoses ao redor da boca e do
nariz, feridas na língua, corpo estranho nas vias aéreas)
o Células da mucosa oral encontradas no instrumento facilitador da morte
 Sufocação direta
o Oclusão das narinas e da boca
 Qualquer objeto que oclua mecanicamente a boca e o nariz, impedindo entrada de ar nas
vias respiratórias.
 Geralmente são utilizadas as mãos, caso em que se deve pensar exclusivamente em
homicídio e, principalmente, infanticídio (desproporção vítima/ agressor).
 Quando usado outros objetos, pode-se pensar também em suicídio.
 Lesões de face interna dos lábios pela compressão dos dentes contra a mucosa labial.
o Sinais externos
 Ao redor dos orifícios respiratórios, os sinais da violência sob a forma de estigmas ungueais
 Pode haver sufusões hemorrágicas nos lábios como sinal de compressão sofrida por eles
contra os dentes
 Sinais gerais das asfixias
 Corpo estranho
 Pode ser causada pela mama (amamentando ou dormindo na cama junto com o RN).
o Oclusão de faringe e laringe
 Pode ser acidental, homicida ou suicida
 Há oclusão intralúmen das VAS por objetos como conta de colar, botão, apito, prótese
dentária, alimento, liquido amniótico, fragmento de balão de assoprar, bola de gude, grão
de cereal, vômito e sangue
 O engasgamento é um exemplo de sufocação direta por oclusão da faringe e laringe
 Sufocação indireta
o Compressão torácica ou abdominal
 Impedimento respiratório devido à compressão do tórax ou abdome (desabamentos,
acidente de transito, pisoteamento)
 Em geral, acidental
 Possíveis escoriações, equimoses, feridas contusas, fraturas de arcos costais, rupturas
pulmonares, etc
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o Sufocação posicional
 Impedimento dos movimentos respiratórios por fadiga aguda dos músculos respiratórios,
seguida de apnéia e anóxia
 Exemplos: crucificação, posicionamento demorado do indivíduo de cabeça para baixo
o Lesões externas
 Um dos sinais mais importantes é a mascara equimótica de morestin ou cianose cervicofacial
 Produzida pelo refluxo de sangue da veia cava superior
o Lesões internas
 Pulmões distendidos (sinal de Valentin), congestões, com sufusões hemorrágicas
subpleurais, podendo haver rupturas
 Fígado congesto
 Sangue do coração escuro e fluido
 Pode haver fratura dos arcos costais
o Diagnóstico
 História da vítima: se estava em grande aglomeração, queda de peso sobre o corpo, em RN
causado pelas mãos ou peso de alguém.
 Lesões anatomo-patológicas externas ou internas observadas durante o exame clinico ou
necropsia
 Soterramento
o Sufocação indireta (compressão torácica)
o Sufocação direta (obstrução das VAS ou de seus orifícios por material granular)
o Confinamento
o Ação contundente
o Soterramento propriamente dito (obstrução por partículas na árvore respiratória)
o Desabamento: confinamento, ação traumática, choque hemorrágico, sufocação indireta
 Presença de material estranho nas vias respiratórias e digestivas depende do ato vital de
respiração e deglutição
 Lesões traumáticas de várias espécies

 Afogamento
o Respiração em meio líquido
o A submersão não é condição única, pois basta que os orifícios aéreos estejam em contato com o
líquido e este chegue aos pulmões
o Forma freqüente de suicídio e de acidente
o Não esquecer a simulação de afogamento (imersão de cadáver) para encobrir homicídio
o Tipos
 Afogamento azul, real ou submersão-asfixia
 Penetração de líquidos nas VA
 90% dos afogamentos
 Afogamento branco ou submersão-inibição
 Queda de surpresa
 Temperatura da água muito baixa
 Depressão dos centros nervosos (álcool)
 Morte por excitação do vago e conseqüente parada cardiorrrespiratória por inibição
 Não tem água na via aérea
 Embora esteja em meio liquido, não morreu pela aspiração do mesmo
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 Há laringosespasmo com isso a agua não chega ao interior da arvore brônquica


perdendo a consciencia devido à hipóxia, secundária à apneia
 Não há lesão pois a agua não penetra nos pulmões
 Leva a apneia e assistolia
 Necropsia branca
o Fases
 Fase de luta
 Tentativas de agarrar-se a qualquer coisa que flutue (escoriações e feridas
superficiais)
 Esforços imensos (ruptura de feixes vasculares com pequenos focos de hemorragia)
 Bebe muito líquido
 Fase de apnéia voluntária
 Esgotadas as energias, prende a respiração
 Acúmulo de CO2 causa estímulo respiratório irresistível
 Fase de aspiração
 Líquido invade os alvéolos pulmonares
 Convulsões
 Inconsciência
 Parada respiratória. Morte.
 Lesões post mortem na fronte, parte posterior de braço e mão.
 Na água doce a água tende a passar rapidamente do alvéolo para a corrente sanguínea,
ocasionando aumento do volume circulante nos vasos
 Na água salgada causa alteração na distribuição de líquidos e íons.
o Sinais externos devidos a permanência na água
 Enrugamento da pele (mãos de Lavadeira).
 Contração dos pilo-eretores (pele de galinha ou pele anserina)
 Maceração (destacamento epidérmica em luva ou em meia)  desenho digital se mantém.
 Cogumelo de espuma (presente apenas nos corpos logo retirados do meio líquido  indica
que a vítima estava viva dentro da água)
 Lesões podem ser encontradas nos membros superiores.
o Sinais externos devidos à fauna e flora do meio
 Animais aquáticos atacam antes e depois da morte
 Causam lesões inicialmente nas pálpebras, lábios, nariz, orelhas e genitália
o Sinais externos devido a hélices
 Lesões mutilantes extensas, profundas com ou sem reação vital
 Com sinal vital indica que estava viva no momento da lesão
o Sinais externos devidos ao arrastamento do corpo
 Atrito com elementos no fundo no dorso das mãos, dos pés, joelhos e face
o Lesões provocadas pelo resgate

o Fenômenos cadavéricos
 Livores mais precoces, rosados e de grande extensão (como nas asfixias em geral) devido à
fluidez sanguinea
 Resfriamento cadavérico mais rápido ( ao contrario das demais asfixias)
 Rigidez se instala mais rapidamente (ao contrário das asfixias em geral)
 Putrefação demora na água fria (contrário das demais asfixias), mas o corpo se decompõe
logo após ser retirado da água
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 Começa pela cabeça, pescoço e parte superior do tronco


 A mancha verde se inicia na parte superior do tórax e inferior do pescoço
 A fase gasosa invade o tecido celular subcutâneo, produzindo a tumefação das pálpebras e
lábios (Cabeça de Negro)
 Maior tendência a saponificação
o Flutuação dos afogados
 1ª fase: afunda devido a maior densidade do corpo
 2ª fase: flutua devido a fase gasosa da putrefação (de 24h até 5 dias)
 3ª fase: 2ª imersão (esvaziamento de gases)
 4ª fase: 2ª flutuação (diminuição do peso específico do corpo)
o Sinais internos
 Pulmões congestos, com aumento de volume, com enfisema aquoso e Machas de Paltauf
(EXCLUSIVAS de afogamento  maiores, de cor vermelho claro, mas não constantes). Pode
ter marcas de costela na superfície. Há crepitação gasosa própria do enfisema que forma
placas esbranquiçadas e um pouco elevadas sobre a superfície pulmonar.
 Elasticidade pulmonar diminuída dando a impressão de encharcamento
 A pressão de dedo deixa uma fossa
 Ao espremer observa-se saída de liquido com bolhas
 Pode encontrar espuma traqueo-brônquica e areia, algas ou restos do meio aonde foi o
afogamento, além de partículas de alimentos regurgitadas pelo estômago
 Septos alevolares rasgados em alguns pontos
 Água no estomago mais que 500mL sugere submersão vital.
 Presença de líquido de submersão é certeza de submersão vital.
 Sinal de Niles (hemorragia em nível da região petrosa do osso temporal e também do osso
etmóide)  resulta das mudanças de pressão determinada pela brusca entrada de água no
ouvido médio.

Problemas Medico-Legais: perante um cadáver extraído da água, pensar em 3 possibilidades

- morte pro afogamento

- morte acidental na água devido a uma causa distinta, como IAM

- cadáver jogado na água

Tortura da água

- método usado pela CIA para extrair confissões de suspeitos de terrorismo

- considera-se cobrir a cabeça com tecido que absorve água jogada em cima

- liquido é jogado e não permite a passagem adequada de ar

- sensação de afogamento
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 ASFIXIAS COMPLEXAS: constricção do pescoço


 Constricção das vias respiratórias, interrupção da circulação cerebral e inibição por compressão dos
elementos nervosos
1. Constricção passiva exercida pelo peso do corpo (enforcamento)
2. Constricção exercida pela força muscular (estrangulamento  precisa de um equipamento, tipo cinto ou
corda)
3. Esganadura (constricção feito por um apêndice do corpo)
a. Autor apresenta superioridade física ou psíquica sobre a vítima

ASFIXIAS POR CONSTRIÇÃO DO PESCOÇO

Enforcamento  constrição do pescoço exercida por laço preso a um ponto fixo, sobre o qual exerce tração o peso
do próprio corpo.

Impedimento à livre entrada e saída de ar no aparelho respiratório por uma constrição no pescoço feita por
um laço que é acionado pelo peso da própria vítima

Causada geralmente por uma corda em forma de laço corrediço presa a um ponto fixo por uma de suas
extremidades e sobre a qual se faz a tração pelo próprio peso do corpo

Forma frequente de suicídio, mas pode ser acidental, homicida, suplício ou resultar de uma simulação de
homicídio.

Formas: completo (quando o corpo fica suspenso sem que a ponta dos pés, nem nenhuma outra parte do
mesmo toque o chão ou outro objeto), incompleto (quando o corpo encosta em algum objeto), simétrico (aquele
produzido por um nó situado na linha média, na parte anterior ou posterior do pescoço), assimétrico (quando o nó
está lateralmente situado).

Quanto menos comprimido ou quando um dos lados não está comprimido, vc comprime só as veias e as
artérias não são comprimidas, causando mais congestão;

MECANISMO DE MORTE

-Asfixia: Devido a compressão sobre o hióide, que é deslocado pra trás, causando retropulsão da língua que,
ao aplicar-se sobre a parede posterior da faringe, oclui o orifício superior da faringe, oclui o orifício superior da
laringe, impedindo a entrada de ar nos pulmões.

É rara a compressão direta da traqueia ou laringe, pois em consequência da elasticidade da pele, o peso do
corpo faz com que o laço se desloque para cima, ficando numa posição muito elevada.

Em pesquisas com animais, mesmo os traqueostomizados podem morrer por enforcamento (OBSTRUÇÃO É
TAMBÉM VASCULAR E NERVOSA).

- Mecanismo nervoso: as ações sobre o sistema nervoso que colaboram na produção da morte são, a ação
vagal por estímulo direto do laço sobre os pneumogástricos, causando transtornos respiratórios e cardíacos, ação
inibitória reflexa, com ponto de partida em uma contusão laríngea ou na estimulação do seio carotídeo, ação sobre a
porção cervical da medula e do bulbo (apenas no enforcamento-suplício), em consequência das luxações ou fraturas
cervicais.

- Compressão vascular: a constrição do pescoço pelo laço, dá lugar a uma compressão dos vasos cervicais. É
também causa da perda brusca da consciência mesmo nas suspensões incompletas. A pressão necessária para
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obstruir as jugulares é 2kg, carótidas 5kg, traquéia 15 kg, artérias vertebrais 30kg. Ou seja, mesmo quando não atua
todo o peso do corpo, se origina uma pressão suficiente para causar transtorno respiratório-cerebral

FASE CEREBRAL  Anóxia estimula SNC que se manifesta com zumbidos, visão se luz cintilante, angustia,
perda da consciência

FASE CONVULSIVA  também derivada da estimulação cerebral, convulsões na face, musculos respiratórios
e extremidades, possível emissão de urina/fezes/ejaculação, lesões traumáticas externas por colisão com o meio.

FASE ASFIXICA  depressão das funções cerebrais, coma profundo, cianose intensa com respiração
superficial e lenta, relaxamento muscular e perda de reflexos. Fase irreversível, a morte é aparente.

FASE DE MORTE REAL  desaparecimento de sinais vitais, morte pode ser rápida (inibição) ou demorar de 5
a 10 minutos.

SINAIS EXTERNOS: máscara equimótica de Morestin ou Cianose cérvico-facial, petéquias cervico-faciais,


exoftalmia, conjuntivas congestas, protrusão de língua, relaxamento esfincteriano, sulco cervical (impressão deixada
pelo laço nos tegumentos do pescoço, normalmente acima da laringe, constante exceto nas suspensões muito curtas
e quando a consistência do laço é muito frouxa, depressão que rodeia o pescoço em toda a sua circunferência, com
interrupção de localização variável que corresponde ao nó. Pode ser único ou em numero variável quando o laço dá
mais de uma volta em torno do pescoço.)

- INFORMAÇÕES SOBRE INSTRUMENTO USADO, NORMALMENTE MAIS ALTO, SE PASSOU MAIS DE


UMA VEZ. No caso o trajeto oblíquo ascendente em direção ao nó e trajeto mais horizontal quando for
incompleto. Pode ser suave/extenso/bordos imprecisos/azulado ou cor da pele em laços frouxos ou
instrumentos que não escoriam a pele, desaparecendo com o tempo), livores (fixos quando pendurada a
mais de 10 horas) em antebraços, mãos e MMII (no enforcado típico).

SINAIS INTERNOS: coração com estase, isquemia venosa, isquemia cerebral, linha argentina (ao dissecar a
pele da face anterior do pescoço na sal face interna, uma linha esbranquiçada ou pálida que aparece de forma
coincidente com a posiçaõ do sulco na sua face externa. Pela compressão), lesão vasculares (sinal de Amussat e de
Otto)  rotura transversal na túnica interna da carótica (Amussat) ou da jugular (Otto), encontradas abaixo da
bifurcação das carótidas, produzidas tanto no enforcamento vital quanto no posmortal mas só no primeiro caso há
sufusões hemorrágicas (Sinal de Friedberg)(É RARO), equimoses e hematomas: nas partes moles do pescoço
afetadas pela constrição do laço encontramos equimoses de diversos tamanhos, rupturas musculares
(esternocleidomastoideo e outros da região cervical e se houver extravasamento hemorrágico é porque foi em vida),
lesões laríngeas (raras mas quando existem estão nos cornos da cartilagem tireoide e do osso hioide, geralmente são
fraturas e luxações pela compressão contra a coluna, mais comum no estrangulamento, onde a compressão se faz
um pouco mais abaixo), lesões de coluna (raras nos enforcamentos suicidas e são mais características no suplício por
causa da violência de sua execução).

 Enforcados:
o Tipos:
 Enforcado azul:
 Não há compressão total do feixe vásculo-nervoso, deixando passar o sangue
para a cabeça, sem possibilidade de retorno;
 Cianose facial, equimoses subconjuntivais e transtornos circulatórios;
 O nó geralmente está na lateral do pescoço;
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 Enforcado branco:
 Morte por reflexo inibidor (shock inibitório);
 A compressão vásculo-nervosa lateral faz-se por igual, impedindo a entrada e a
saída de sangue do tórax para a cabeça, produzindo-se uma isquemia cerebral;
 No na região posterior do pescoço;

 Problemas médico-legais:
o A morte foi devida ao enforcamento? Ou seja, o enforcamento foi em vida ou o cadáver foi
suspenso para simular suicídio?
o Para responder, temos que distinguir 3 grupos de sinais:
 Sinais que demonstram que o sujeito esteve pendurado: o sulco e as lesões internas do
pescoço. De lembrar que estas últimas são praticamente idênticas no enforcamento e
estrangulamento;
o Estrangulamento simulado como enforcamento;
o Sinais que indicam que o sujeito estava vivo ao ser pendurado: são as equimoses e
hematomas nas partes moles do pescoço, com sangue coagulado e aderido às malhas do
tecido, as fraturas laríngeas, infiltrados da mesma ordem dos descolamentos vasculares, etc.
Infelizmente não estão sempre presentes, pelo que sua ausência não exclui este diagnóstico;
 Choking game:
o Já causou a morte de muitos jovens nos USA, sendo que, em 87% dos casos, as vítimas
tinham entre 11 e 16 anos;
o A maior parte das mortes aconteceu quando os jovens tentaram estrangular a si mesmos, sem
a ajuda de amigos;
o Consiste em aplicar pressão com as mãos ou ligadura, para limitar o fluxo de sangue ao
cérebro;
o A restrição de oxigênio cria a sensação desejada de euforia;
o Quando a vítima perde os sentidos, solta-se a pressão e consegue-se a euforia secundária do
fluxo repentino de sangue ao cérebro;
o Se a vítima está só quando perde a consciência, não há quem solte a pressão e pode
acontecer a morte;
o Possíveis sinais da prática do “choking game” são:
 Marcas no pescoço;
 Fortes dores de cabeça e desorientação;
 Cordas ou cintos atados aos móveis do quarto;
 Presença injustificada de coleiras de cachorros nos armários;
 Asfixia auto-erótica:
o Indução, pelo próprio individuo, de um estado de asfixia cerebral enquanto se masturba;
o É conseguido através da constricção do pescoço por um cinto, um laço ou suspensão por uma
árvore ou um toalheiro no banheiro;
o EUA 500 a 1000 mortes por ano;
o O fluxo sanguíneo cerebral é restringido parcialmente, resultando em falta de oxigênio, o que
diminui a inibição cortical normal;
o Resulta num orgasmo mais intenso;
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Estrangulamento

 Impedimento da entrada do ar nas VR, feita por um instrumento apertado em volta do pescoço, por
forças atuantes em suas extremidades, em sentidos opostos;
 O acidente e o suicídio nesta modalidade são raríssimos;
 Asfixia erótica:
o É a pratica de asfixiar por estrangulamento ou por sufocação do parceiro durante a penetração
sexual;
o Diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro aumenta o prazer sexual;
o Parafilia: estímulo sexual pouco usual;
 Mecanismo de morte:
o Asfixia:
 Desempenha um papel importante que no enforcamento, já que o laço se aplica
geralmente na altura da laringe ou da traqueia, sendo que para obstruir as mesmas é
suficiente uma compressão de 15 ou 20 kg;
o Compressão dos vasos do pescoço:
 Afeta habitualmente as jugulares e as carótidas e, menos frequentemente, as vertebrais,
pelo que predominam os fenômenos congestivos sobre os anêmicos;
o Reflexo inibitório mortal:
 Em consequência da aplicação de força sobre a laringe, por estimulo das terminações
nervosas laríngeas do pneumogástrico;
 Fases:
 Resistência, perda de consciência, convulsão, morte aparente e morte real;
 Sinais externos:
o Congestão conjuntival;
o Mascara equimótica;
o Otorragia;
o Rinorragia;
o Lesões resultantes da resistência da vítima:
 Feridas contusas na cabeça;
 Equimoses e marcas de unhas ao redor da boca (tentativa de abafar os gritos da
vítima);
 Lesões de defesa nas mãos e antebraços;
 Estrias ungueais no pescoço;
 Vitima tentando arrancar o laço;
o Sulco cervical:
 Ausente muito raramente;
 Quando o estrangulamento foi produzido por laços largos, frouxos e flexíveis, mantidos
por pouco tempo, deixam uma impressão tão leve, que chega a passar despercebida;
 Situado num nível bastante baixo, frequentemente na altura da laringe (abaixo da
cartilagem tireoide);
 Pode ser único, duplo ou múltiplo;
 Direção típica horizontal...
 Profundidade uniforme, ou seja, dá toda a volta ao pescoço, faltando a interrupção do
nó dos enforcados. Mas pode haver interrupções por interposições de corpos estranhos
(roupas) ou por tratar-se de laços não homogêneos;
 Quase sempre é pálido e suave, já que, pela pouca escoriação, apergaminham-se raras
vezes. Os bordos são mais violáceos que o fundo e podem apresentar...
 Pode ter estrangulamento acidental;
 Sinais internos:
o Hemorragia das partes moles do pescoço;
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o Lesões vasculares;

 Diferença com o enforcamento incompleto:


o O sulco cervical: no estrangulamento, é horizontal, situado geralmente por debaixo da laringe,
completamente circular, frequentemente múltiplo e uniformemente marcado;
o No enforcamento incompleto é obliquo, situado na região suprahioidea, quase sempre único,
profundo e apergaminhado;

Esganadura

 Constricção do pescoço, usando-se os apêndices humanos;


 Sempre homicídio;
 Obs: estrangulamento antibraquial;
 Atenção: quando o antebraço do agressor é posicionado sobre a laringe/traqueia;
 Atenção: quando o braço e antebraço do agressor é posicionado sobre as carótidas e jugulares;
 Hipersensibilidade da vítima, inibição vagal e morte;
 Sinais externos:
o Cianose e equimoses puntiformes no rosto;
o Lesões cervicais externas – marcas deixadas pelas extremidades dos dedos aplicados sobre a
pele, geralmente lesões produzidas pelas unhas do agressor e lesões de defesa;
o Nas laterais do pescoço podemos encontrar equimoses arredondadas e marcas de unhas
devido à pressão dos dedos, que podem, também, estar presentes ao redor da boca e do nariz;
 Sinais internos:
o Lesões cervicais internas:
 Hemorragias das partes moles no tecido celular subcutâneo, nas bainhas musculares,
na tireoide, nas glândulas submaxilares;
 Pode haver equimoses retrofaríngea análoga a do enforcamento;
 Pode haver lesões vasculares carotídeas e jugulares, em forma de infiltrações
hemorrágicas e descolamento da túnica interna;
o Fraturas do esqueleto laríngeo são mais frequentes que nas restantes asfixias, interessando
praticamente todas as cartilagens da laringe;
o Demais sinais internos, como espuma nos brônquios, congestão pulmonar. Machas de Tardieu,
etc.;
 Fisiopatologia:
o Asfixia e ação nos componentes nervosos – mecanismo da morte; Commented [1]: IMPORTANTE
o Comprometimento vascular – insignificante;
 Problemas médico-legais:
o Nunca esquecer que podemos estar frente a uma tentativa de simular um enforcamento depois
de uma esganadura;
o Devemos examinar minuciosamente o pescoço nos casos em que coincida a presença de um
sulco e estigmas ungueais.

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