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Eudaimonia: Como sentido de florescimento.

É sabido que Aristóteles produziu enquanto escritos, muito pouco. Sua produção
maior, foram anotações feitas em aulas e guardadas – primeiramente por seus alunos e depois
pelos árabes.
O mesmo acontecendo com uma de suas principais obras: “Ética à Nicômaco”. Esta
obra nunca foi propriamente escrita por Aristóteles, sendo antes, produto de anotações de seus
alunos durante as aulas ministradas. Talvez tenha aí sua origem, o caráter confuso da obra.
Toda obra ética e política de Aristóteles é uma busca da Eudaimonia – entendida por
vida boa.
Entretanto, a tradução de Eudaimonia por ‘felicidade’, não nos ajuda muito a entender
este conceito usado por Aristóteles.
Aristóteles entende por Eudaimonia o ‘desabrochar’ ou ‘florescimento’ – um
regimento do princípio da necessidade. O encaminhar da vida humana para o pleno
desenvolvimento das suas potencialidades. O importante, é a vida que vale a pena ser vivida
por ela mesma.
Aristóteles possui duas preocupações: a Eudaimonia como uma questão de vida
vivida, conduta a conduta. Como também aquela que nos permite considerar a Eudaimonia
como uma avaliação de toda história humana. Ficando a pergunta: no final, tudo valeu a pena?
Podemos perceber em Ética a Nicômaco I,6, que Aristóteles tenta delimitar de forma
satisfatória o conteúdo da felicidade, perguntando-se sobre a verdadeira atividade humana. A
palavra chave usada para tanto, será “ergon”, que geralmente encontra tradução como
“função”. Compreende-se então que, a função de qualquer coisa será a concretização ou
atualização das possibilidades pertencentes a si mesmo.
Portanto, a Eudaimonia só poderá efetivar-se na atividade que mais caracteriza o ser
humano. Para Aristóteles, o homem distingue-se de outros seres da natureza, justamente por
ser possuidor de logos. E o logos nos direciona para a atividade realizada pela psique na sua
possibilidade superior.
Na filosofia aristotélica a felicidade não está sujeita ao ter e possuir seja o que for, mas
em se estar ativo. A felicidade não poderá se fazer presente em outra coisa a não ser em se
estar ativo.
Notável, que muitos críticos de Aristóteles, acreditam assinalar aí uma contradição
entre “teoria” ou vida contemplativa e vida política. Entretanto, podemos ter essa contradição
como de caráter mais aparente do que de fundo realmente. Com efeito, a vida política se
realizava no cidadão exemplar que se tornava o mais perfeito candidato a Eudaimonia. Por
outro lado, a vida contemplativa que muitos julgam estar em desacordo, só torna-se possível
na pólis e a própria pólis só se justifica como instituição na medida em que os seus indivíduos
possam nela encontrar a realização de uma vida justa. Antes de um conflito inexistente,
importa verificarmos tratar-se de duas formas importantes da existência humana que
Aristóteles aborda através de uma relação dialética.
Sem estabelecer a razão de ser do homem, não poderemos falar de Eudaimonia na
obra em Aristóteles.
A razão de ser do homem é realizar-se por completo, e isso só poderá ocorrer se for
tanto pela teoria, quanto pelas virtudes e, claro, no ambiente da pólis. Este para Aristóteles é o
bem supremo.
Aristóteles em seu fazer filosófico, está completamente convencido de que o homem
precisa de um bem maior para evitar uma regressão lógica infinita. Como exemplo, podemos
pensar o seguinte: se alguém desejar X porque produziu Y, e Y for desejado porque produziu
Z e Z desejado porque produziu A, e assim por diante, uma regressão infinita iria acontecer:
uma série interminável de descrições causais parciais, a partir da qual não surge uma
explicação final. A felicidade impede uma regressão infinita viciosa, pois se destaca como a
explicação definitiva que representa a cadeia dos desejos humanos. Como o fim para o qual
todos os outros bens e desejos objetivam, a felicidade é o bem maior.

Referências bibliográficas

ACKRILL, J. L. "Aristotle on Eudaimonia." Proceedings of the British Academy 60 (1974).

ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: Editora


Universidade de Brasília (UNB), 1997.

BERTI. Enrico. Aristóteles no século XX. Tradução Dion Davi Macedo. São Paulo: Edições
Loyola, 1997.

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