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1. OBJETIVOS
• Conhecer as principais ideias de Durkheim e sua biografia.
• Descrever as principais influências do seu pensamento.
• Compreender as interpretações sobre a religião em Dur-
kheim.
• Conhecer o papel da Sociologia na religião.
• Interpretar a religião como fato social.
• Identificar e interpretar a ciências dos fatos sociais.
2. CONTEÚDOS
• A ciência dos fatos sociais.
• A religião como fato social.
40 © Sociologia da Religião
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A importância de Durkheim para o nosso curso não reside
somente nos seus estudos sobre a religião, mas também no fato
de que ele foi o consolidador da Sociologia como uma ciência e
disciplina acadêmica autônoma. Dentro de Sociologia da Religião,
certamente isso não é um fator menor.
Vamos começar então, assim como em Marx, pelo traçado
geral da teoria durkheimiana. Desse modo, teremos elementos
não somente para compreender melhor as suas interpretações so-
bre a religião, mas também a própria definição do que significa a
Sociologia.
© U2 - Durkheim: O Fato Social Religioso 41
tos diferentes dos estudados pelas demais ciências, pois eles são
sociais e devem sua existência a uma construção da coletividade,
perpetuada com base nas diversas formas de educação.
Entretanto, vale a pena destacar que, sendo sociais, tais fatos
são construídos pelos homens no seu cotidiano, mas não podem
ser transformados somente pela vontade de um único homem.
Nascemos em uma sociedade já estruturada e que molda
nosso pensamento e comportamento desde nossos primeiros mo-
mentos.
Desse modo, ao mesmo tempo em que são os homens que
constroem a sociedade coletivamente, é a sociedade quem molda
cada indivíduo para garantir a sua perpetuação e reprodução.
Qual seria, então, o método de análise desses fatos sociais?
Consiste em sempre desconfiar das primeiras impressões, o que
significa se distanciar de todo senso comum, ou seja, de toda opi-
nião já pré-formada pela coletividade.
Note que o princípio geral de toda ciência é construir um
conhecimento com base em fatos, e não em preconceitos.
Como você pode perceber, isso implica a necessidade de
se considerar os fatos sociais como coisas, como objetos. Cuida-
do! Isso não quer dizer que os fatos sociais possam ser estudados
como quem observa uma cadeira! É o próprio Durkheim quem nos
alerta:
Com efeito, não afirmamos que os fatos sociais sejam coisas ma-
teriais, e sim que constituem coisas tais como as coisas materiais,
embora de maneira diferente.
Com efeito, que é coisa? A coisa se opõe à idéia com se opõe entre
si tudo o que conhecemos a partir do exterior e tudo o que conhe-
cemos a partir do interior. É coisa todo objeto do conhecimento
que a inteligência não penetra de maneira natural, tudo aquilo de
que não podemos formular uma noção adequada por simples pro-
cesso de análise mental, tudo o que o espírito não pode chegar a
compreender senão sob condição de sair de si mesmo, por meio da
observação e da experimentação, passando progressivamente dos
caracteres mais exteriores e mais imediatamente acessíveis para os
outras pessoas, que, muitas vezes, não tem nenhum tipo de com-
prometimento com a metodologia do trabalho científico. Uma das
grandes dificuldades do trabalho de pesquisa nas Ciências Sociais
é justamente o despir-se dos próprios valores ao analisar outra
cultura, evitando julgamentos baseados em preconceitos. Isso fica
ainda mais difícil quando há uma visão formada partindo da visão
de outra pessoa.
As sociedades analisadas por Durkheim organizavam-se em
clãs, grandes grupos unidos por um laço de parentesco definido
não por possuírem antepassados comuns, mas por partilharem o
mesmo nome, que era definido partindo de alguma coisa tomada
como seu emblema. Tal coisa que dá nome ao grupo é o totem:
"A espécie de coisas que serve para designar coletivamente o clã
chama-se totem. O totem do clã é também o de cada um dos seus
membros." (Ibid., p. 140).
O totem pode apresentar-se sob forma animal e vegetal,
sendo mais comum os do primeiro tipo. Mas ele é mais do que
um emblema; sua natureza é sagrada para o clã. Uma série de
proibições e cuidados marca o contato com o totem. Portanto, não
se pode matar o animal ou colher o vegetal que dá nome ao totem
do clã; na verdade, até mesmo o contato com a coisa que dá nome
ao totem deve ser evitado.
Tal fato ocorre por acreditar-se que os homens são impuros
e não podem entrar em contato com o sagrado sem que este os
coloque em perigo, pois o sagrado anula tudo que é profano.
[...] o bem e o mal são duas espécies contrárias do mesmo gênero,
[...] enquanto o sagrado e o profano foram sempre e por toda parte
concebidos pelo espírito humano como gêneros separados, como
dois mundos entre os quais não há nada me comum. As energias
[...] são de outra natureza (Ibid., p. 70).
Isso nos leva para a afirmação de que "[...] a religião deve ser
coisa eminentemente coletiva" (Ibid., p. 79).
A conclusão geral deste livro é que a religião é coisa eminentemen-
te social. As representações religiosas são representações coleti-
vas que exprimem realidades coletivas; os ritos são maneiras de
agir que surgem unicamente no seio dos grupos reunidos e que se
destinam a suscitar, a manter, ou a refazer certos estados mentais
desses grupos. Mas então, se as categorias são de origem religiosa,
devem participar da natureza comum a todos os fatos religiosos:
também elas seriam coisas sociais, produtos do pensamento cole-
tivo. No mínimo – pois no estado atual dos nossos conhecimentos
nessas matérias, devemos guardar-nos de qualquer tese radical e
exclusiva – é legítimo supor que elas sejam ricas em elementos so-
ciais (Ibid., p. 38).
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, na sequência, as questões propostas para verificar
seu desempenho no estudo desta unidade:
2) Por qual motivo Durkheim inicia sua reflexão sobre as religiões por meio do
estudo das sociedades que classificava como primitivas? Explique.
3) Explique por que, afinal, podemos considerar a religião como um fato social
(de acordo com a perspectiva de Durkheim).
8. CONSIDERAÇÕES
Você pôde perceber e compreender como Durkheim inter-
pretou a importância da religião nas sociedades e qual a impor-
tância das ciências naturais. Ele parte de uma sociedade primitiva
comparando-a com a religião nas sociedades mais modernas.
Entretanto, você pode perceber, também, a influência de
Darwin com sua teoria da evolução no pensamento dos intelec-
tuais daquele período.
Procure refletir sobre o que foi estudado, rever e comparar
com o pensamento de Marx, pois, assim, ficará mais fácil fazer
uma ponte entre os conteúdos estudados.
9. E- REFERÊNCIA
DARWIN, C. Home page. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/biografias/
darwin.htm>. Acesso em: 5 out. 2011.