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TRANSCRIÇÃO DE ENTREVISTAS

Fabiana Lopes da Cunha, Londres. Inglaterra, 2017.

Entrevistada: Maitê de Oliveira, Parte 1;

Tempo: 35:02.

Fabiana: Eu achei interessante essa questão que eu percebo que você tem
uma presença muito importante na escola e como professora. Você conduz
muito os lançamentos, não? A Maitê está sempre lá (risos).

Maitê: É, é bem isso, é legal, mas estou querendo passar a bandeira já. A
Carolaine está bem nos treinos porque a gene vai aprendendo né. Eu meio
tenho como aprendiz da parte da noite de organizar tudo. Eu sempre acho
que eu nunca faço bem essa parte. Quando vemos uma pessoa como
Mestres Esteves, que faz as coisas de uma maneira muito mais tranquila, a
gente se sente mesmo um aprendiz. Mas faço meu melhor. O que eu gosto
mesmo de fazer é dar aula de samba. Eu aprendi, fui evoluindo, dando
aulas. A primeira aula que dei foi em 1991. Eu nunca havia me imaginado
dando aulas de samba. Eu dava aulas de balé no Brasil, mas para crianças.
Então, eu já tinha essa coisa de ensinar, desde criança.

Fabiana: Eu queria saber um pouco mais sobre a London School, porque


você disse que tudo começou lá. Que os brasileiros que fizeram a Paraíso
school vieram de lá. Eu já ouvi alguns relatos do Henrique, da Alex, mas eu
gostaria de saber de você Maitê, como foi a sua experiência com a London?

Maitê: A minha experiência foi ótima. É aquela coisa, eu sempre me


dediquei. Eu estava trazendo muitas pessoas, principalmente na parte da
dança, estava bacana. Mas eu sentia que faltava alguma coisa. Eu tentava
fazer carnaval sem ter as pessoas certas. Quando eu consegui trazer pessoas
como Henrique, Mestre Esteves, as coisas começaram a acontecer, eu senti
que estava mesmo fazendo carnaval. Antes a gente fazia tudo sozinho sabe
era “vamos fazer carro alegórico”, “fazer fantasia”, e era tudo em cima da
hora, bagunçado. Mas para mim, por outro lado, era tudo uma festa
também. (risos). Eu sentia que tinha que melhorar, mas não sabia como.
Todas as fantasias que o Henrique tinha a gente colocava a disposição para
os desfiles, sempre estávamos dispostos a ajudar. O hnerique sempre
brincando, me perguntava “Maitê, que é o presidente da escola?”, e eu
respondia “Vou lá saber”! (Risos)

Fabiana: Você não sabia? (risos).

Maitê: Não, e já estava lá a anos e não sabia, tinha um comitê que gente
sabia. E o Henrique quando ele entrou ele foi vendo as coisas. Eu estava
sempre muito focada na dança. Na verdade, não existia um presidente de
fato. As decisões eram todas tomadas pelo comitê.

Fabiana: Tem mais brasileiros ou ingleses na London?

Maitê: Hoje em dia tem bastante brasileiro na London. Tem mais


professores brasileiros que ingleses lá se duvidar. Tem muito brasileiro que
também não é do mundo do samba.

Fabiana: Eu sempre tive muitas dificuldades de ticar samba, pis vim do


conservatório.

Maitê: Você toca piano?

Fabiana: Toco sim!

Maitê: Ah...

Fabiana: É muito complicado, porque a gente aprende tudo na partitura e


se não está na partitura é difícil. Eu tenho dificuldades até hoje.

Maitê: Mas a parte do Swing e do ritmo você consegue captar?

Fabiana: Sim, consigo, mas eu teria que fazer um treinamento. E olha que
eu trabalho com história do samba. Mas a parte prática fica meio manca. Eu
sou muito exigente, eu sei quando está bom e quando não está, então eu
nem toco. Eu gosto de cantar samba, mas tocar...aquela batida, o swing,
para fazer isso no teclado é mesmo musicalmente muito difícil para mim.
Mas e você improvisa? Eu acho um arraso o improviso.

Maitê (Com intervenções de Demian): Sim, na percussão (Demian).

Ele toca um pouco de piano também. (Maitê).

Fabiana: Que legal. A música acaba pegando tudo. Agora, uma coisa que
me dá nervoso é o panderista. Porque? Ele toca com o cotovelo. (Risos).
Maitê: Tira uma onde ...(risos). Mas existe também aqueles que fazem
muito malabarismos e no fundo não tocam nada. (risos).

Fabiana: Bom, mudando um pouco de assunto Maitê, gostaria de saber


porque você voltou para o Brasil?

Maitê: Eu fraturei a coluna aqui, em 1998. Recebi um diagnóstico errado,


de hérnia de disco. Mas não era, era uma fratura. Eles não tiraram raio-x.
Ai a coluna não melhorava, durante uns seis meses. Estava tomando muito
remédio e estava com muita dor. Aí eu voltei para o Brasil e fiquei no
Brasil três anos. Dentro de um ano eu já estava bem, malhando, surfando.
(risos). Foi bom voltar. Voltei para Campinas, na casa da minha mãe. Mas
eu me curei sem fazer cirurgia, apenas a cirurgia espiritual e a terapia
mesmo. Foi bom, deu certo. Hoje eu tenho meus limites, mas curou
totalmente.

Fabiana: E como foi a criação da Paraíso:

Maitê: Então, na criação da Paraíso, e eu não estava aqui. Estava me


curando no Brasil. Mas eu vim para o primeiro desfile em 2002.

Fabiana: E que criou todas essas alas na Paraíso?

Maitê: Ah isso foi o Henrique. É coisa do Henrique, é uma ideia que eleja
tinha, de estrutura mesmo. O Henrique é uma pessoa que vem diretamente
do mundo do samba. Eu já não tenho essa questão de vir do mundo do
samba, minha família não é que nem a do Henrique. Eu entrei no mundo
samba de fato aqui em Londres. E quando estive no Brasil, minhas
experiências, contatos com esse mundo foi por meio da família do
Henrique. Que eu sai da Estácio, como passista. Fiz o teste, tudo certo.

Fabiana: E como é esse teste?

Maitê: Quando eu fiz na Estácio, ficavam todas as passistas em volta e


bateria e você sambando. Geralmente sambava com todas as passistas e
você continuava a sambar, não parava. Elas paravam e você continuava
sambando, até vir a presidente e dizer: “Oh, pode parar”! Nossa, imagina.
Eu achava que não ia acabar nunca. E tem as intimidações das outras
passistas também, que ficam te medindo, param, apontam. É, não fácil!
Mas foi uma experiência gostosa.

Fabiana: E que que avaliava vocês?


Maitê: A presidente da ala das passistas, que na época era a Alice (?). que
já é falecida. A experiência foi tudo de bom!

Fabiana: E é diferente de desfilar para Paraíso, por exemplo?

Maitê: É sim! É que a pessoa quando desfila tem o sentimento de carnaval,


aquela alegria mesmo de carnaval. Mas no Rio de Janeiro, as coisas
acontecem muito mais rápido. Não o ritmo, a apresentação geral mesmo.
Ai mesmo tempo, a pressão é muito maior. Tem jurado gritando na sua
orelha, é um “pancadão”! E você não quer que acaba. Aqui em Londres é
ao contrário, porque o desfile é muito mais longo (dura cerca de 3 horas) e
realmente, chega um momento que você quer que acabe. (risos). Mas é
gostoso também.

Fabiana: Uma última coisa. A respeito dos vários países que vocês se
apresentaram com a Paraíso. Você já foi para vários?

Maitê: Com a Paraíso já fui para Alemanha, Holanda, França, Dubai. Eu


e o Henrique, fomos com a Estácio na turnê com Alcione para outros países
da Europa também.

Fabiana: Bom, por enquanto é só isso..

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