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FACULDADE ANHANGUERA DE TAUBATÉ

ALINE FERNANDA DIONIZIO

FISIOTERAPIA DURANTE A GESTAÇÃO E O TRABALHO


DE PARTO

Taubaté
2018
ALINE FERNANDA DIONIZIO

FISIOTERAPIA DURANTE A GESTAÇÃO E O TRABALHO


DE PARTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Fisioterapia.

Orientador: Aline Ferrari

Taubaté
2018
ALINE FERNANDA DIONIZIO

FISIOTERAPIA DURANTE A GESTAÇÃO E O TRABALHO


DE PARTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Anhanguera, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Hélio Fernando Tiburcio

Prof(a). Elizimara Augusta Lima Braga

Taubaté, 10 de Dezembro de 2018.


Dedico este trabalho...

Meus pais, Irene e Benedito, e meu esposo


Rafael
AGRADECIMENTOS

Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de agradecer a Deus
por toda força, ânimo, coragem e saúde que me ofereceu para ter alcançado minha
meta, por estar sempre comigo.

A esta instituição eu agradeço pelo ambiente propício à evolução e crescimento,


bem como a todas as pessoas que a tornam assim tão especial para quem a
conhece.

Ao longo de todo meu percurso eu tive o privilégio de trabalhar de perto com os


melhores professores, agradeço por cada palavra de incentivo, por toda paciência e
por me mostrarem que posso sempre mais. Sem eles não seria possível estar aqui
hoje com o coração repleto de orgulho. Em especial ao meu coordenador Hélio que
me incentivou quando mais precisei.

À toda minha família, em especial aos meus pais e meu esposo, eu quero que
saibam que reconheço tudo que fizeram por mim, a força que incutiram no meu
pensamento para não desistir e o conforto de saber que nunca estarei só e serei
sempre capaz de tudo por maiores que sejam as dificuldades.
DIONIZIO, Aline Fernanda. Título do trabalho: Fisioterapia durante a gestação e o
trabalho de parto. 2018. Número total de 26 folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso Fisioterapia – Anhanguera, Taubaté 2018.

RESUMO
Este artigo tem por objetivo enfatizar o trabalho realizado pela fisioterapia durante o
período gestacional e o trabalho de parto. Serão abordadas as alterações
anatômicas, fisiológicas e mecânicas pelas quais a gestante passa, quais métodos e
técnicas utilizados pela fisioterapia, a importância da atuação imediata no pós-parto
para redução da diástase abdominal precocemente. Trata-se de uma revisão
bibliográfica. O acompanhamento fisioterapêutico durante a gestação se mostra
benéfico para aliviar e evitar dor muscular, sobrecarga de peso, contribui para um
trabalho de parto menos doloroso e longo, contribuindo para a gestante se manter
ativa e disposta, o atendimento precoce pós-parto contribui para a redução
significativa na diástase dos músculos retos abdominais (dmra). Entretanto a
fisioterapia merece ser mais divulgada e aderida junto a equipe medica e à
população em geral, já que se mostra benéfica e eficaz para a gestante e para o
bebê, auxiliando durante o processo gestacional e facilitando o trabalho de parto.

Palavras-chave: Fisioterapia; Gestação; Trabalho de Parto; Alterações Posturais;


Exercícios Fisioterapêuticos; Tratamento.
DIONIZIO, Aline Fernanda. Título do trabalho: Fisioterapia durante a gestação e o
trabalho de parto. 2018. Número total de 25 folhas. Trabalho de Conclusão de
Curso Fisioterapia – Anhanguera, Taubaté 2018.

ABSTRACT

This article aims to emphasize the work performed by physical therapy during the
gestational period and labor. The anatomical, physiological and mechanical changes
through which the pregnant woman passes, the methods and techniques used by
physiotherapy, and the importance of immediate postpartum performance to reduce
early abdominal diastasis will be addressed. This is a bibliographical review. Physical
therapy during gestation is beneficial in relieving and avoiding muscle pain,
overloading of weight, contributing to a less painful and long labor, contributing to the
pregnant woman staying active and willing, early postpartum care contributes to the
significant reduction in diastasis of the abdominal straight muscles (dmra). However,
physiotherapy deserves to be more widely disseminated and adhered to the medical
team and the population in general, since it is beneficial and effective for the
pregnant woman and the baby, helping during the gestational process and facilitating
labor.

Key-words: Physiotherapy; Gestation; Labor; Postural Changes; Physiotherapeutic


Exercises; Treatment.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2. ALTERAÇÕES DURANTE A GESTAÇÃO ....................................................... 11
3. TÉCNICAS FISIOTERAPEUTICAS UTILIZADAS DURANTE A GESTAÇÃO . 14
4. FISIOTERAPIA NO TRABALHO DE PARTO E NO PÓS - PARTO ................. 18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 22
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23
9

1. INTRODUÇÃO

A fisioterapia obstétrica tem muito a oferecer particularmente em termos de


adaptação e prevenção de distúrbios ocasionados pelas alterações do organismo da
gestante. Sendo assim merece ser mais divulgada junto à equipe multidisciplinar e à
população em geral, já que se mostra benéfico e eficaz a gestante e ao bebê. (BIM,
PEREGO, PIRES JUNIOR, 2002). Com essa definição serão apresentadas técnicas
de processos fisioterapêuticos aplicados durante o período gestacional no qual as
mulheres passam a ter todos os aspectos emocionais alterados, devido às muitas
transformações às quais seu corpo é submetido, nesse momento as funções do
corpo da gestante se tornarão cada dia mais complexas para gerar e desenvolver o
bebê até o momento do nascimento, assim, combinar transformações hormonais,
musculares, circulatórias e respiratórias passa a ter grande importância para que
seu corpo possa naturalmente se transformar para ter o completo desenvolvimento.
Como a fisioterapia atua durante a gestação e o trabalho de parto?
Ao manter uma vida ativa e com exercícios regulares a gestante terá uma gravidez
mais calma e tranquila para se preparar para o trabalho de parto. É nesse momento
que a atuação da fisioterapia se faz necessário trazendo um bem estar geral para a
gestante e potencializando todas as funções corporais que compreenderão as
atividades apresentadas neste trabalho.
Este trabalho tem como intuito apresentar a todos a importância da
fisioterapia durante o período gestacional, as alterações anatômicas e mecânicas e
as técnicas utilizadas para melhora da dor. A presença de um fisioterapeuta
acompanhando a gestação até o trabalho de parto não é uma prática comum, porém
a quebra de paradigmas nos últimos anos tem criado uma crescente mudança de
postura na sociedade. Durante o processo de gestação o corpo passa por diversas
transformações para que tanto a mãe quanto a criança se preparem para o
momento do parto, a importância deste trabalho visa apresentar várias técnicas que
podem ser utilizadas em toda essa etapa, buscando esclarecer a todos os
envolvidos que a gestação se bem orientada e conduzida consegue minimizar as
dores, e diminuir o tempo desde os pródomos até o período de expulsão.
Estes profissionais tem a importante função de auxiliar a gestante, orientando
sobre as mudanças em seu corpo e também direcionar para que ela desenvolva
toda a sua potencialidade através de um bom condicionamento físico, o que será
muito exigido da mulher no momento do parto, tornando esse momento mais calmo
e tranquilo.
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, por meio de pesquisa
bibliográfica, foram utilizados artigos científicos em inglês e português, pesquisados
nos bancos de dados Pubmed e Pedro e nas bases de dados Lilacs Scielo e
Medline, publicados entre os anos de 1998 a 2017. Para a pesquisa dos artigos
foram utilizadas as seguintes palavras-chave: Gestação, Gestante, Fisioterapia,
Alterações Posturais, Dor, Parto Normal; Pregnant Women, Physical Therapy,
Postural Changes, Pain, Normal Birth.
2. ALTERAÇÕES DURANTE A GESTAÇÃO

Durante a gravidez, o organismo da mulher está sujeito a muitas alterações


hormonais e anatômicas que têm repercussão no sistema musculoesquelético.
Essas alterações podem ser desencadeadoras de danos ou agravar algum estado
de complicação prévia ao ciclo gravídico-puerperal. As alterações fisiológicas e o
ganho de peso fazem que a gestante mude a forma de deambular e sua postura.
(BARROS, 2006).
Ocorrem alterações metabólicas produzidas por três fatores: o primeiro é o
sistema enzimático e hormonal, que causa efeito direto sobre os órgãos
reprodutores, condicionando ao mesmo tempo reações colaterais como a retenção
hídrica; o segundo fator é o volume e circulação no útero, que são expressivamente
aumentados, causando alterações estáticas na mulher, nos fenômenos circulatórios
sistêmicos e na respiração; e o terceiro e último fator, consiste no aumento das
exigências de oxigênio e elementos nutritivos, que provoca diversos distúrbios no
metabolismo materno. Essas mudanças são tão significativas, que requerem
importante conhecimento das adaptações fisiológicas do organismo materno, para
diferenciar e diagnosticar situações normais das patológicas (SOUZA, DUBIELA,
SERRÃO JÚNIOR 2010).
O peristaltismo do sistema gastrointestinal torna-se mais lento, aumentando a
incidência de refluxo gastresofágico, seu sintoma mais comum é a pirose
retroesternal, mas, apesar de se desenvolver no período gestacional raramente
repercute de maneira negativa na saúde da mãe e do bebê; Também sofre alteração
os processos de esvaziamento desse sistema que se torna mais lento e geralmente
incompleto apresentando frequentemente o aumento de colesterol devido à ação do
estrogênio, a eficiência contrátil da musculatura intestinal também se reduz,
causando constipação. O avanço da gravidez faz com que o volume uterino
aumente, causando alterações anatômicas que desviam o estomago e o apêndice
para cima e para direita de sua localização habitual, e os intestinos para esquerda.
(ZUGAIB, 2016).
Durante o primeiro e o terceiro trimestre ocorrem as principais alterações do
alinhamento corporal. Percebe-se o crescimento abdominal e das mamas,
provocando o deslocamento do centro da gravidade para frente. Protrusão dos
ombros, rotação interna dos membros superiores, aumento da lordose cervical,
interiorização da cabeça, causando desequilíbrio, anterversão pélvica, aumento da
lordose lombar, tensão na musculatura paravertebral, hiperextensão dos joelhos,
sobrecarga de peso nos pés e aplainamento do arco longitudinal medial (BARACHO;
2007 pág. 119).
Os possíveis efeitos da gravidez sobre a articulação sacroilíaca são diversos,
podendo acometer de maneira e intensidade diferente as gestantes. A frouxidão da
articulação pode permitir um novo movimento repetitivo nas articulações sacroilíacas
a ponto de causar dor resultando em superfícies desiguais movendo-se uma na
outra, e depois ficando comprimidas, produzindo uma articulação travada, ao invés
de móvel. Isso pode ser muito doloroso e pode também causar esforço e dor no lado
oposto, que é um mecanismo compensatório. Têm sido descritas tanto torção
anterior e posterior, como a rotação do ílio sobre o sacro. Não se sabe qual é a mais
comum. Parece provável que a forma complexa e típica da articulação sacroilíaca
permita certo número de direções possíveis de movimento. Outra possibilidade é a
de que uma articulação se torne mais móvel do que a outra, e assim, em uma
atividade constante, o esforço recaia na articulação menos móvel. É evidente que
qualquer alteração na posição do ílio afete também a posição do acetábulo
(POLDEN, MANTLE 2002).
O parto e o período que antecede o parto são fatores contribuintes para
disfunção do assoalho pélvico. O processo do trabalho de parto pode causar
traumas significativos nas estruturas neuromusculares do assoalho pélvico. O nervo
pudendo pode ser comprimido e estirado em até 20% de seu comprimento durante o
segundo estágio do trabalho de parto. Outros fatores de risco incluem múltiplos
partos, prolongamento do segundo estágio do trabalho de parto, o uso de fórceps,
lacerações perineais de terceiro grau e o peso do bebê quando ultrapassa
3.600gramas no nascimento.
Classificação geral: Prolapso, Incontinência (urinária ou fecal) e Dor/hipertonia.
Prolapso é um comprometimento da estrutura de suporte; descida de uma das
vísceras pélvicas para fora de seu alinhamento normal em virtude de déficits
musculares e/ou ligamentares, e aumento da pressão abdominal; geralmente há
piora com o tempo e com gestações subsequentes.
Incontinência urinária ou fecal, a perda involuntária dos conteúdos da bexiga ou do
intestino, em geral, resulta de 40 comprometimentos tanto neuromusculares quanto
musculoesqueléticos; e ainda pode ocorrer em combinação com prolapso.
Dor/hipertonia pode estar relacionada ao atraso na regeneração das lacerações
perineais, às aderências de tecido cicatricial ou ao espasmo generalizado através
dos tecidos do assoalho pélvico. As limitações funcionais incluem dispaurenia e
dificuldades com a defecação (KISNER, COLBY 2005).
A partir dos fundamentos relacionados aos benefícios da fisioterapia e as
adaptações osteoarticulares maternas, é válido incluir o acompanhamento
fisioterapêutico nas áreas fisiológicas, biomecânicas, instrução na educação pré-
natal, preparação para o parto e exercícios para mulheres nas fases da gravidez
(STRASSBURGER, O’ CONNOR 2004).
Por meio da cinesioterapia, tem se muitos benefícios às gestantes através de
proposta de adaptações osteoarticulares da mãe. É uma técnica que deveria ser
incluída em programas de assistência multidisciplinar por serem práticas, de baixo
custo e proporcionarem significativa melhoria na qualidade de vida nesse período da
mulher (CONTI et al., 2003).
3. TÉCNICAS FISIOTERAPEUTICAS UTILIZADAS DURANTE A GESTAÇÃO

Os melhores exercícios são aqueles em que não há risco de traumas


abdominais, quedas e desequilíbrios. Devem ser evitados horários mais quentes do
dia, dando preferência para prática no inicio da manhã e final da tarde ou inicio da
noite, a fim de prevenir quedas súbitas da pressão arterial e desidratação. A
gestante nunca deve realizar exercícios em jejum, recomenda-se ingerir alimentos
leves cerca de 30 a 60min antes do início da atividade (BARACHO, 2007).
As modalidades físicas mais recomendadas são principalmente as
caminhadas, bicicleta estacionária, aeróbica de baixo impacto e natação. As
caminhadas são benéficas, desde que realizadas corretamente, devendo ser feitas
em terreno plano. Devem ser praticadas com movimentos harmônicos, posicionando
os ombros para trás, a cabeça erguida em posição neutra e os músculos abdominais
levemente contraídos. Também é imprescindível o uso de tênis adequados, exigindo
o máximo de conforto. No início, as caminhadas poderão ser feitas três vezes por
semana, com duração aproximada de 30 a 45 minutos, os passos ligeiros e
cautelosos. Após um mês de sua prática, poderá ser realizada por um período de
até 60 minutos. Constitui uma atividade física segura e relativamente livre de lesões.
Previne o excesso de peso corporal, levando a um bem-estar geral. (BARACHO,
2007).
A fisioterapia vai atuar na preparação para o parto, realizando atividades
referentes ao trabalho corporal tendo como objetivo, realizar exercícios de
alongamentos dos membros superiores e inferiores, correção postural, técnicas de
respiração, Reeducação perineal permitindo que a mulher tenha melhor percepção
do seu corpo e aprenda a reconhecer e a diferenciar as sensações de relaxamento e
contração da Musculatura do assoalho pélvico, garantindo a gestante uma gravidez
mais saudável e tranquila. (BARACHO, 2002).

3.1 DRENAGEM LINFÁTICA

É comum a gestante apresentar queixas de edemas nos membros inferiores,


sendo comum nos membros superiores, isto ocorre devido ao acumulo de líquidos
retidos nos tecidos. Geralmente acontece no terceiro trimestre da gravidez,
causando edemas geralmente nos tornozelos e pés, causando pressão nos nervos,
como por exemplo, síndrome do túnel carpal, onde o edema nos braços e nas mãos
causam uma parestesia e fraqueza muscular (POLDEN, MANTLE 2002).
A drenagem dos Linfonodos é citada como as quatros principais manobras da
drenagem linfática manual, com movimentos circulares, manobra do bracelete, que é
a mais utilizada quando o edema atinge grandes proporções e movimentos
combinados (EMRICH, 2013).A técnica é aplicada nos membros inferiores (MMII),
com movimentos superficiais, de forma continua e lenta, para a linfa ser conduzida
de forma rítmica e progressiva, não é indicado realizar a técnica na região
abdominal. (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

3.2. EXERCÍCIOS PARA FORTALECIMENTO:

O fortalecimento do assoalho pélvico se faz necessário no período


gestacional, pois ele sustenta o útero e o conteúdo pélvico; ajuda a gestante a obter
consciência de diversos graus de contração e relaxamento, que se torna útil para
relaxar o assoalho pélvico durante o parto; um assoalho pélvico saudável e
tonificado tem mais chances de se reparar rapidamente após o parto; o tônus
muscular adequado e a capacidade de relaxar os músculos podem ajudar a evitar a
episiotomia. (STEPHENSON; O’CONNOR, 2004).
Os exercícios cinesioterápicos são realizados durante o período de gestação,
com contrações voluntárias da musculatura do assoalho pélvico, mantendo assim
esta estrutura fortalecida e saudável para sustentar o útero que se torna mais
pesado com a presença do feto, diminuindo também as lesões causadas pelo parto
e proporcionando uma possível recuperação mais rápida no pós-parto. Tais
exercícios não possuem contraindicações, podendo ser realizados em casa de
forma rápida e simples. (SILVA et Al., 2011).
A gestante somente deve iniciar uma rotina de exercícios habituais após
estabelecida a ausência de risco gestacional e liberação médica. A atividade física
de intensidade leve a moderada é recomendada a todas. Contudo, o primeiro
trimestre pode ser uma fase delicada para a prática de exercício, pois as alterações
hormonais determinam com relativa frequência mal-estar, como náuseas e vômitos,
além de sonolência e indisposição, o que pode dificultar sua disposição. Os
exercícios aeróbicos são recomendados para as mulheres que os praticavam antes
da gestação, porém com menor intensidade, frequência e duração, de acordo com o
discutido anteriormente. Os alongamentos podem ser realizados, sem
contraindicações. Já os exercícios para o fortalecimento muscular são
recomendados, desde que sejam acompanhados. Recomenda-se preferir sempre
exercícios envolvendo grandes grupos musculares, com pouca carga e maior
número de repetições, bem como evitar manobra de Valsava durante o treino de
resistência muscular. Todas as gestantes devem ser orientadas a realizar
diariamente o treinamento dos músculos do assoalho pélvico com contrações
sustentadas e rápidas dos músculos do assoalho pélvico (MAP) desde o primeiro
trimestre. Também não há contraindicação para as mobilizações articulares e
relaxamento. (O. M. S., 2010’).
Os exercícios para o assoalho pélvico, também conhecido como exercícios de
Kegel, podem minimizar ou cessar totalmente as perdas urinárias, que podem
acometer as gestantes devido aumento e peso do útero sob a bexiga. Os exercícios
consistem basicamente, na contração e relaxamento dos músculos do assoalho
pélvico no mínimo três vezes ao dia, alternando as posições, sentada, em pé e
deitada durante a sua realização. Os resultados desses exercícios são observados a
partir do terceiro mês após a sua execução. (SILVA et Al., 2011).

3.3 HIDROTERAPIA

A terapia aquática é um dos recursos mais antigos da fisioterapia, definida


como o uso externo da água com propósitos terapêuticos. Consiste na utilização dos
efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo, ou parte
deste, em meio aquático, como recurso complementar na reeducação funcional
musculoesquelética, neuromotora, ou cardiorespiratória, visando alívio dos sintomas,
manutenção ou prevenção de alguma alteração funcional orgânica. Os efeitos
fisiológicos podem somar-se aos desencadeados pela prática de exercício físico na
água, tornando a resposta mais complexa e eficaz. (CAROMANO; NOWOTONY,
2002). Os benefícios dos exercícios aquáticos percebidos pelas gestantes incluem:
redução do peso nos movimentos e o alivio da dor lombar durante horas, dias e em
alguns casos o alivio é completo. As gestantes relatam que dormem melhor durante
a noite quando realizam hidroterapia, ocorrendo também uma melhora na
funcionalidade do sistema digestivo. (BARACHO, 2002).
Estudos comprovam que os exercícios praticados na hidroterapia
proporcionam melhor condicionamento muscular, por isso, é fundamental o
fortalecimento dos principais grupos musculares, bem como a musculatura pélvica.
(ROSA; CHIUMENTO, 2008).
4. FISIOTERAPIA NO TRABALHO DE PARTO E NO PÓS - PARTO
O início de trabalho de parto pode acontecer de três maneiras: ruptura do
saco amniótico, surgimento de sangramento (proveniente de deslocamento da
placenta ou por sofrimento fetal), ou contrações que se tornam mais fortes e
rítmicas. As contrações do trabalho de parto, não desaparecem com atividade física
ou mudança de decúbito. (STEPHENSON, 2004).
Quatro estágios dividem o trabalho de parto: período de afinamento e
dilatação do colo uterino conforme o bebê desce (Estágio I), parto do bebê (Estágio
II), parto da placenta (Estágio III), e pós-parto (Estágio IV). O primeiro estágio é o
que se conhece como trabalho de parto e está divido em três fases: trabalho inicial
ou fase latente, trabalho ativo ou fase ativa e trabalho tardio ou transição
(REZENDE, 2002).
A fase latente do trabalho de parto é a mais longa porque as contrações são
mais brandas e ficam no pico por um tempo mais curto do que as contrações tardias.
Não é possível prever o tempo que demora essa fase, mas pode chegar a
ultrapassar mais de 10 horas. As contrações uterinas são causadas por aumento de
ocitocina, prostaglandinas, estrógeno, progesterona, noradrenalina e da pressão
intra-amniótico, por isso em alguns casos os médicos optam por induzir o trabalho
de parto com uso de ocitocina sintética a fim de acelerar o trabalho de parto e
aumentar as contrações. A principal característica dessa fase é a retração e a
dilatação do colo uterino em torno de 3 cm. Entre 4 e 7 cm ocorre a fase ativa do
trabalho de parto. (STEPHESON, 2004).
O Trabalho tardio é caracterizado entre 7 a 10 cm de dilatação, onde nessa
fase ocorre o aumento das contrações que se tornam longas e intensas, porém é o
período mais rápido do trabalho de parto. Este estágio é caracterizado por
contrações involuntárias do útero associadas com força voluntária da mãe para
empurrar o bebê e ajudar no parto. É preciso certificar que haja dilatação total para
evitar possíveis lesões do colo. Esse estágio termina quando a cabeça do bebê
emerge pela abertura vaginal e o obstetra faz rotação de tronco do bebê para passar
o ombro. (STEPHESON, 2004).
O terceiro estágio e caracterizado como o parto da placenta, ou simplesmente
dequitação, onde ocorre o deslocamento total da placenta da parede uterina,
geralmente em até 10 minutos após o parto, caso não ocorra espontaneamente o
médico irá precisa retira-la. A dor que a gestante sente durante o trabalho de parto é
uma resposta fisiológica, complexa e multidimensional aos estímulos sensoriais e
emocionais gerados pela contração uterina. Durante esse período o fisioterapeuta
irá atuar na diminuição da dor, no relaxamento muscular, e orientando a paciente
para melhor se adaptar com o momento. (LOWE, 2002).
O controle da dor envolve medidas farmacológicas e não-farmacológicas.
Dentre as medidas não-farmacológicas, podemos citar a eletroestimulação nervosa
transcutânea – TENS, comprovadamente segura, não-invasiva, facilmente aplicável
e de baixo custo. A TENS envia impulsos elétricos através de eletrodos
posicionados próximos à região dolorosa. A alta frequência de estimulação de 50 a
100 Hz tem se mostrado eficaz e largura de pulso de 75ms. (CHACHAM, 2010).
TENS aplicada na área de dor ou paravertebralmente sobre as raízes dos
nervos relacionados irá diminuir a percepção da dor. Dois conjuntos de eletrodos
pareados geralmente promovem o maior alívio. O primeiro conjunto é colocado
sobre as raízes nervosas de T10 – T11, que enviam nervos para o útero durante o
primeiro estágio do parto, e os dois segundos eletrodos são colocados sobre as
raízes nervosas S2-S4 e irão diminuir a dor experimentada no trabalho de parto em
decúbito dorsal e durante o parto. (STEPHENSON, O’CONNOR, 2004).
Um método para aliviar a tensão e a dor são as técnicas de respiração, que
também auxiliam na boa oxigenação dos tecidos. Existem duas técnicas básicas de
respiração utilizadas na preparação para o trabalho de parto: respiração
rítmica/profunda e respiração torácica superficial.
A respiração rítmica/profunda, é cerca de oito inspirações por minuto, com
uma inspiração lenta final. A gestante faz o uso da respiração rítmica ou lenta
quando estiver no meio de uma contração onde ela sinaliza seu inicio com uma
respiração profunda, e fixa um ponto para estimular a concentração, inspira rítmica e
delicadamente pelo nariz, e expira pela boca, depois do término da contração. A
respiração torácica superficial é utilizada quando a respiração torácica rítmica deixa
de ser adequada para auxiliar nas contrações, essa técnica se inicia com uma
respiração profunda, onde a paciente se concentra e continua com 30 a 40
respirações por minuto, devendo praticar por pelo menos 1 minuto e terminar com
uma respiração profunda. (STEPHENSON; O’ CONNOR, 2004).

A bola terapêutica pode ser usada nesta fase como um recurso que promove
a posição vertical da mulher, que segundo estudos é melhor que a posição dorsal,
seja no chão, seja na cama ou no chuveiro, auxiliando também o alivio de tensões
nervosas por ser lúdica (BARACHO, 2007).
A atuação fisioterapêutica durante o puerpério deverá ser iniciada logo após o
parto, respeitando apenas um período de repouso de seis horas para o parto normal
e doze horas para o parto cesárea. A intervenção fisioterapêutica tem como
objetivos: orientar quanto ao posicionamento no leito, auxiliar na reeducação da
função respiratória, estimular melhora da função circulatória, fortalecer musculatura
abdominal e do assoalho pélvico, promover analgesia no local da incisão e
orientações gerais.
O fisioterapeuta deve orientar a paciente quanto a uma postura correta no
leito, devendo permanecer em decúbito lateral, facilitando a eliminação de flatus e
também para auxiliar na hora da amamentação. (SOUZA, 1999).
No abdome é realizada a palpação, dois dedos supra umbilical, pedindo a
flexão anterior de tronco da puérpera, para conferir a presença de diástase do
músculo reto abdominal, onde conforme os critérios de Noble uma diástase de três
centímetros supra-umbilicais são considerados normais com recuperação
espontânea sem complicações. É mais fidedigna a utilização de um paquímetro para
a mensuração da diástase do reto abdominal. A recuperação da tonicidade da
musculatura da parede abdominal ocorre em média de seis semanas do pós-parto,
lenta e às vezes imperfeitamente. Na estimulação elétrica, a corrente russa é a mais
utilizada, pois estimula os nervos motores despolarizando as membranas, induzindo
uma contração muscular mais forte e sincronizada, resultando em fortalecimento
muscular. Utiliza-se os parâmetros com frequência de 2.500Hz modulada em 100Hz,
fase (ciclo) de 50%, tempo de contração de 6 seg. e tempo de repouso de 6 seg por
um tempo total de estimulação de 20 minutos, numa intensidade confortável e
suficiente para proporcionar contração visível. (LIMA; RODRIGUES, 2012)
O assoalho pélvico deve ser trabalhado já no puerpério imediato
independente do tipo de parto, pois os mesmos são enfraquecidos durante a
gestação. Caso a mulher tenha sofrido episiotomia e no pós-parto queixar-se de dor
no local da sutura, a crioterapia pode ser indicada. Aplicação de compressas de gelo
moído por vinte minutos ou a massagem com o gelo na região perineal devem ser
utilizados para promover analgesia, diminuir o edema e a inflamação. (Knight, 2000).
A bola suíça é um instrumento de grande valia para treino do assoalho
pélvico, pois melhora a percepção sensorial e a força desta musculatura além de
exercitar simultaneamente várias estruturas musculares dos segmentos pelve-perna
e pelve-tórax (CARRIÈRE, 1999).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio deste estudo de Revisão bibliográfica, foi notado que a assistência
Fisioterapêutica durante o trabalho de parto é de suma importância. O trabalho
realizado adequadamente pelo Fisioterapeuta poderá tornar o período de gestação
mais tranquilo, reduzir desconfortos posturais, diminuir dor lombar devido o aumento
do abdome. Terá também suma importância durante o trabalho de parto normal,
visto que quando a gestante se prepara fisicamente para esse momento, se tornará
mais simples, minimizando seu tempo de duração, reduzindo a dor e o desconforto
da parturiente, fazendo com que não seja traumático para mãe e para o bebê.
Como foi visto a Fisioterapia possui recursos de eficácia comprovada durante
a gestação e o trabalho de parto. Através de exercícios cinesioterapêuticos, como os
exercícios de kegel, que são utilizados para fortalecimento da musculatura do
assoalho pélvico, drenagem linfática para diminuir edemas, hidroterapia para
manutenção do retorno venoso. Para o momento do trabalho de parto, a gestante
conta com o uso de TENS para alivio das dores durante as contrações, massagens
relaxantes e exercícios respiratórios para oxigenação adequada, auxiliam a gestante
durante esse momento.
Porém são poucas as maternidades que possuem a assistência
Fisioterapêutica. A mulher necessita no período pós-parto de suporte social, familiar
e de um acompanhamento multiprofissional. A fisioterapia nesta fase é de grande
importância, pois um programa de exercícios auxilia no retorno rápido a condições
pré-gravídicas e evita problemas futuros, como: incontinência urinária, má postura,
pouca força abdominal, entre outras. Infelizmente essa prática ainda não é comum
em todas as maternidades e do conhecimento de todas as mulheres. E o
conhecimento científico ainda é escasso, necessitando de um maior número de
trabalhos.
REFERÊNCIAS

BARACHO, Elza. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: Aspectos de ginecologia e


neonatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2002. 547 p.

BARACHO, E. Fisioterapia aplicada à obstetrícia, uroginecologia e aspectos de


mastologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

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