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André Luiz
1 Considerações Iniciais
A teoria dos conjuntos é a teoria matemática que trata das propriedades dos conjun-
tos. Ela tem sua origem nos trabalhos do matemático russo Georg Cantor, e se baseia na
ideia de definir conjunto como uma noção primitiva. Também chamada de teoria ingênua
ou intuitiva devido à descoberta de várias antinomias (ou paradoxos) relacionadas à de-
finição de conjunto. Estas antinomias conduziram a matemática a axiomatizar as teorias
matemáticas, com influências profundas sobre a lógica e os fundamentos da matemática.
O conjunto é um conceito fundamental em todos os ramos da matemática e também da
computação, pois praticamente todos os conceitos desenvolvidos nestas áreas, bem como
os resultados correspondentes, são baseados em conjuntos ou construções sobre conjuntos
(LIPSCHUTZ, 1972).
Definição 1.1 (Conjunto) Um conjunto é uma lista, coleção ou classe de objetos bem
definidos e não ordenados.
Os objetos em um conjunto podem ser qualquer coisa: números, pessoas, letras, rios
etc. Esses objetos são chamados de elementos ou membros de um conjunto.
Exemplos:
1. Os números 1, 3, 7 e 10.
2. As soluções da equação x2 − 3x + 2 = 0.
4. As vogais a, e, i, o e u.
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Matemática Discreta - Notas de Aula - Capı́tulo 03 - 2
1.1 Notação
Os conjuntos são em geral designados por letras maiúsculas: A, B, C, X, Y etc. Por
sua vez, os elementos dos conjuntos são geralmente representados por letras minúsculas:
a, b, c, x, y etc.
Se um conjunto for definido relacionando seus membros, como, por exemplo, ao se
considerar A, que é constituı́do dos números 1, 3, 7 e 10, pode-se escrever:
A = {1, 3, 7, 10}
isto é, os elementos são separados por vı́rgulas e compreendidos entre chaves { }. Isto é
chamado de forma tabular de um conjunto.
Um conjunto pode também ser definido através das propriedades que seus elementos
precisam satisfazer, como:
S = {x | P (x)}.
Por exemplo, ao se considerar B como o conjunto de todos os números pares, usa-se então
uma letra, geralmente x, para representar um elemento arbitrário e escreve-se:
B = {x | x é par}
que se lê “B é o conjunto de números x tal que x é par”. Isto é chamado de forma de
construção de um conjunto.
Se um objeto x é um membro de um conjunto A, isto é, A contém x como um de seus
elementos, pode-se então escrever:
x∈A
que também pode ser lido “x pertence a A” ou “x está em A”. Se, por outro lado, um objeto
x não é membro do conjunto A, isto é, A não contém x como um dos seus elementos,
pode-se escrever:
x 6∈ A
Exemplos:
1. Seja A = {a, e, i, o, u}. Desse modo, a ∈ A, x 6∈ A
Exemplos:
A⊆B
B⊇A
Exemplos:
Exemplos:
1. Seja A o conjunto de habitantes da Terra com mais de 200 anos. De acordo com
estatı́sticas conhecidas, A é um conjunto nulo.
Exemplos:
1. N = {0, 1, 2, 3, · · ·}.
2. Z = {x | x é um número inteiro}.
3. Q = {x | x é um número racional}.
4. R = {x | x é um número real}.
1.6 Comparabilidade
Diz-se que dois conjuntos A e B são comparáveis se
A ⊆ B ou B ⊆ A
isto é, se um dos conjuntos é um subconjunto do outro conjunto. Além disso, é dito que
dois conjuntos não são comparáveis se:
A 6⊂ B e B 6⊂ A
Observe que, se A não é comparável a B, existe então um elemento em A que não existe
em B, assim como há um elemento em B que não aparece em A.
Exemplos:
2.1 União
Definição 2.1 (União de Conjuntos) Sejam os conjuntos A e B. A união dos con-
juntos A e B, denotado por A ∪ B, é o conjunto que contém os elementos que pertencem
a A ou a B ou a ambos.
A ∪ B = {x | x ∈ A ∨ x ∈ B}.
A ⊆ (A ∪ B) e B ⊆ (A ∪ B).
Exemplos:
2. Seja P o conjunto dos números reais positivos e seja Q o conjunto dos números reais
negativos. Desse modo, P ∪ Q, a união de P e Q, consiste de todos os números reais
exceto o zero.
Entretanto, após esta ação, é necessário retirar os elementos repetidos, ou seja, aque-
les elementos que fazem parte dos dois conjuntos originais. A função retiraRepetidos
realiza esta tarefa.
2.2 Interseção
Definição 2.2 (Interseção de Conjuntos) Sejam os conjuntos A e B. A interseção
dos conjuntos A e B, denotada por A ∩ B, é o conjunto que contém os elementos que
pertencem a ambos os conjuntos A e B.
A ∩ B = B ∩ A.
Matemática Discreta - Notas de Aula - Capı́tulo 03 - 9
(A ∩ B) ⊆ A e (A ∩ B) ⊆ B.
Outra observação é que se os conjuntos A e B não têm elementos em comum, isto é,
se A e B são disjuntos, a interseção de A e B é o conjunto nulo, isto é, A ∩ B = ∅.
Exemplos:
2. Seja V o conjunto dos múltiplos de 2, isto é, V = {2, 4, 6, . . .}; e seja W o conjunto
dos múltiplos de 3, isto é, W = {3, 6, 9, . . .}. Assim, V ∩ W = {6, 12, 18, . . .}.
Definição 2.3 (Conjuntos Disjuntos) Dois conjuntos são chamados disjuntos se a in-
terseção destes conjuntos resultar no conjunto vazio.
O próximo código Haskell apresenta uma função para realizar a interseção de dois
conjuntos. A função pertence já foi apresentada anteriormente, por isso seu código não
está presente nesta listagem.
2.3 Diferença
Definição 2.4 (Diferença entre Conjuntos) Sejam os conjuntos A e B. A diferença
de A e B, denotada por A − B, é o conjunto contendo os elementos que estão em A mas
não em B. A diferença de A e B é também chamada de complemento de B com relação
a A.
A − B = {x | x ∈ A ∧ x 6∈ B}.
(A − B) ⊆ A.
Exemplos:
2. Sejam R o conjunto dos números reais e Q o conjunto dos números racionais. Assim,
R − Q consiste no conjunto dos números irracionais.
A seguir é apresentada uma função Haskell para a operação de diferença entre dois
conjuntos. Esta função utiliza a função retiraTodos, já comentada anteriormente.
2.4 Complemento
Definição 2.5 (Complemento de um Conjunto) Seja U o conjunto universo. O
complemento do conjunto A, denotado por A0 , é o complemento de A com relação a U.
Em outras palavras, o complemento do conjunto A é U − A.
A0 = {x | x ∈ U ∧ x 6∈ A}
ou simplesmente:
A0 = {x | x 6∈ A}.
Exemplos:
1. Considerando que o conjunto universal U seja o alfabeto e seja T = {a, b, c}. Assim
T 0 = {d, e, f, . . . , y, z}.
2. Seja E = {0, 2, 4, 6, . . .}, isto é, os números pares. Então, E 0 = {1, 3, 5, . . .}, os
números ı́mpares, considerando que o conjunto universal seja constituı́do pelos nú-
meros naturais {0, 1, 2, 3, . . .}.
A ∩ A0 = ∅.
U 0 = ∅ e ∅0 = U.
A − B = A ∩ B0.
A − B = {x | x ∈ A ∧ x 6∈ B} = {x | x ∈ A ∧ x ∈ B 0 } = A ∩ B 0 .
2A .
Exemplos:
2. Seja E = {1, 2, 3}. Assim 2E = {E, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1}, {2}, {3}, ∅}.
A ⊆ B implica em A ∩ B = A.
A ⊆ B implica em A ∪ B = B.
A ⊆ B implica em B 0 ⊆ A0 .
A ⊆ B implica em A ∪ (B − A) = B.
Identidades Leis
A∪A=A A∩A=A Idempotentes
(A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) Associativas
A∪B =B∪A A∩B =B∩A Comutativas
A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) Distributivas
A∪∅=A A∩U =A Identidade
A∪U =U A∩∅=∅
A ∪ A0 = U A ∩ A0 = ∅ Complemento
(A0 )0 = A U = ∅, ∅0 = U
0
4 Exercı́cios
1. Seja que A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {0, 3, 6}. Encontrar:
(a) A ∪ B.
(b) A ∩ B.
(c) A − B.
(d) B − A.
(a) A ∪ B.
(b) A − (B ∩ C).
(c) A − B.
(d) B − A.
A M B = (A − B) ∪ (B − A)
(a) A M B
(b) B M C
(c) A M A
(d) A M ∅
(e) (A M B) M C
(f) (A M A) M A
5. Desenvolver uma função Haskell para encontrar a diferença simétrica entre dois
conjuntos.
7. Numa escola de 360 alunos, onde as únicas matérias dadas são matemática e portu-
guês, 240 alunos estudam matemática e 180 alunos estudam ambas. Qual o número
de alunos que estudam português?
Matemática Discreta - Notas de Aula - Capı́tulo 03 - 15
10. Num colégio foi realizada uma pesquisa para saber quais os esportes praticados
pelos alunos. Sabe-se que A={alunos que jogam basquete}, B={alunos que jogam
futebol} e C={alunos que jogam volei}. O resultado está resumido na tabela a
seguir:
card(A) card(B) card(C) card(A ∩ B) card(A ∩ C) card(C ∩ B) card(A ∩ B ∩ B) card(U ) − card(A ∪ B ∪ C)
150 180 100 30 40 25 20 245
11. Num almoço, foram servidos, entre outros pratos, frangos e leitões. Sabendo-se que,
das 94 pessoas presentes, 56 comeram frango, 41 comeram leitão e 21 comeram dos
dois, qual o número de pessoas que não comeram nem frango nem leitão?
(c) X ⊆ A e X 6⊂ C
(d) X ⊆ C e X 6⊂ A
16. Prove: B − A0 = B ∩ A.
Referências
GERSTING, J. L. Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação: Um
tratamento moderno de Matemática Discreta. 5a. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Cientı́ficos Editora S.A. 597 p.