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ORIENTADORA:
Aracaju
2010
1 INTRODUÇÃO
1
O direito natural é considerado como base no mais íntimo da natureza humana. Há pensamentos
de que existe um direito natural permanente e eternamente válido, independente de legislação, de
convenção ou qualquer outro expediente imaginado pelo homem. Este pensamento já nasce numa
perspectiva universal, pois a idéia de Direito Natural surge da procura de determinados princípios
gerais que sejam válidos para os povos em todos os tempos (GOUVEIA, 1998, p.2).
Neste sentido a teoria jus contratualista difundida por Hobbes, Voltaire e John
Locke fora importante para separar os conceitos de direitos do homem e direitos
humanos. Assim aqueles primeiros estariam ligados aos direitos naturais ainda não
positivados em nenhum documento escrito, seja internacional, seja interno,
enquanto os segundos estariam reservados para direitos naturais positivados na
esfera do direito internacional.
Portanto, entende-se como direitos fundamentais aqueles direitos universais
reconhecidos através de um processo legislativo constituinte e positivados nas
Constituições dos respectivos Estados. Em outras palavras os direitos fundamentais
são os direitos naturais que foram efetivamente positivados nas constituições, de
forma que cada jurisdição pode ter sua própria concepção sobre os mesmos. Para
Canotilho (2002, p. 392), direitos fundamentais são os direitos do homem, jurídico-
institucionalmente garantidos e limitados espaçotemporalmente.
2 DOCUMENTOS HISTÓRICOS
O primeiro documento que teve grande relevância para evolução dos Direitos
Fundamentais foi a Carta Magna que surgiu na Inglaterra em 15 de junho de 1215,
sob o reinado do Rei João, também conhecido como João Sem-Terra. Este
documento trouxe pela primeira vez os Direitos do Homem reconhecidos
formalmente, embora de maneira sucinta. Alguns pontos importantes nesta Carta
dizem respeito às limitações de poder e principalmente definições de garantias
especificas em caso de violação dos preceitos expostos neste documento, além do
surgimento do devido processo legal e do Hábeas Corpus. Esta Carta foi assinada
pelo Rei João Sem-Terra com o objetivo de cessar a hostilidade dos barões que
ocupavam Londres, protestando especialmente contra os abusos de cobrança de
impostos.
Art. 48 - Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado dos seus bens,
costumes e liberdades, senão em virtude de julgamento de seus Pares
segundo as leis do país.
Art. 50 - Nossos comerciantes, se não estão publicamente inabilitados,
poderão transitar livremente pelo Reino, entrar, sair, permanecer nele, viajar
por mar e por terra, comprar e vender conforme os antigos costumes, sem
que se lhes imponha qualquer empecilho no exercício de seu tráfico, exceto
em tempo de guerra ou quando pertençam a um país que se ache em guerra
conosco.
Essa declaração de direitos estipulou que o Rei não tinha o poder de revogar
as leis feitas pelo parlamento ou de impedir a sua execução e mais, proibiu a
exigência de fianças excessivamente elevadas para que alguém fosse
processado em liberdade, bem como a imposição de penas cruéis ou
incomuns. Ao lado dessas conquistas, o Bill of Rights declarava como
fundamentais o direito de liberdade de palavra, de imprensa e de reunião, o
direito de não ser privado da vida, liberdade ou bens sem processo legal
(TRENTIN, 2003, p.18).
• Imprescritibilidade
O exercício destes direitos nunca deixa de ser exigível, não sucumbem pelo
decurso do prazo.
• Inalienabilidade
São inegociáveis, pois não se tratam de direitos econômico-patrimoniais, ou
seja, são direitos indisponíveis.
• Irrenunciabilidade
Não são objeto de renuncia, podendo apenas voluntariamente deixarem de
ser exercidos.
• Historicidade
Derivam de uma evolução progressiva. Esta historicidade rechaça toda
fundamentação baseada no direito natural, na essência do homem ou na
natureza da coisa. Comporta respaldo científico aos direitos fundamentais na
medida quem impõe a utilização de uma teoria hermenêutica adequada.
• Universalidade
Os direitos fundamentais são consagrados para todas as pessoas,
independente de nacionalidade, raça, sexo, convicção política, inclinação
filosófica ou credo.
• Efetividade
A efetividade dos direitos fundamentais é o fio condutor do novo direito
constitucional, pois visa garantir a concretização daqueles no plano da
eficácia social.
• Complementaridade
Os direitos fundamentais não serão interpretados isoladamente, mas sim de
acordo com o alcance e o sentido do conjunto dos objetivos constitucionais
fixados pelo legislador constituinte.
• Relatividade ou Limitabilidade
Não existe direitos fundamentais absolutos, são relativos ou limitados. Exige-
se a percepção de um caso concreto e este pode provocar a colisão
daqueles, exigindo-se um sopesamento pelo operador de direito.
REFERÊNCIAS