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Resumo
Este artigo tem como objetivo mostrar a importância de um bom projeto de iluminação para
viabilizar maior eficiência energética e trazer a sustentabilidade para o ambiente residencial.
Com o aumento crescente dos preços de energia, os consumidores se tornaram mais
exigentes, o que aumentou a demanda por produtos mais eficientes. Estes são adquiridos de
forma discriminada pela falta de informação da sociedade com relação às tecnologias
existentes. Questionamentos surgiram para saber quais sistemas de controle de energia
eficazes e os benefícios das lâmpadas LED. Foram realizadas pesquisas bibliográficas,
documentais e de levantamento, consultas a catálogos de luminárias e um estudo de caso com
um ambiente residencial. Os dados apresentados são extraídos de um questionário elaborado
pela autora e respondido por cerca de 30 (trinta) pessoas baianas em uma rede social, de
diferentes faixas etárias e níveis sociais. Os resultados encontrados indicam uma falta de
informação dos consumidores sobre as tecnologias existentes na iluminação que podem
beneficiá-los. Conclui-se que as lâmpadas LED reduzem o consumo de energia e trazem
maior conforto térmico, sendo mais eficiente do ponto de vista energético e, apesar de terem
um custo maior que os outros tipos de lâmpada, o tempo de retorno do investimento é curto.
1. Introdução
Nos antepassados, na Idade da Pedra, o homem dependia muito da luz natural para realizar
suas atividades básicas. Com a descoberta do fogo, deu-se início a iluminação artificial, a
primeira que possibilitava enxergar a noite. A gordura animal era utilizada para fins de
iluminação de ambientes: velas, símbolo importante da religião cristã, construídas com fibras
vegetais e gordura animal armazenadas em recipientes propícios. Elas ganharam destaque na
Idade Média, pois, como não podiam ser produzidas em larga escala, viraram artigo de luxo.
As primeiras lâmpadas, ver exemplos na figura 2, foram feitas de materiais naturais, como
pedras, conchas, chifres. O seu combustível eram gorduras de origem animal ou vegetal, tais
como o azeite de oliva, óleo de gergelim, óleo de noz, óleo de peixe, óleo de mamona e outros
óleos vegetais. Depois disso, vieram as lâmpadas de cerâmica, modeladas à mão, sendo um
meio barato e prático de iluminação, fácil de produzir, mas de difícil manuseio.
O homem primitivo deixou suas marcas nas cavernas escuras com as tochas e, com isso, a luz
funcionou, através do fogo, como um elemento teatral, acompanhando a magia dos sacerdotes
no início da história, dando-lhes mistério e teatralidade dramática. No Teatro Ocidental, a
iluminação era natural, com espetáculos iniciando com o nascer do sol e seus anfiteatros
orientados a serem projetados em lugares com boa ventilação e luz solar abundante. Os
objetos usados para criar iluminação dramática foram desde pedaços de madeira encharcados
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em piche (para manter a chama acesa por mais tempo) até as tochas. As tochas foram usadas
como iluminação de rua e nos primeiros candelabros. Na Idade Média eram colocados de fora
dos castelos e as velas em seu interior (ver figura 1).
Como marco da iluminação artificial daquela época, o teatro se destaca, pois foi através dele
que criaram técnicas para iluminação cênica com o auxílio das velas. A forma de colorir o
espaço cênico através da luz desenvolvida por Sebastiano Serlio (1475 – 1554) colocava
líquidos coloridos na frente de garrafas de vidros especialmente fabricadas numa forma
convexa para aumentar o efeito luminoso das velas. Nicola Sabbatini (1574 – 1654) publica
em 1638 um livro que foi um marco na história das técnicas de encenação onde descreve
como construir uma engrenagem para manipular a intensidade da luz dos candelabros.
Sabbattini termina com uma observação excepcional para o seu tempo: “Apesar de se ver
melhor o guarda-roupa dos artistas usando luzes brilhantes colocadas diante do palco e em
posição baixa, o rosto dos atores ficam pálidos e parecem estar com febre”. Os princípios
básicos de iluminação cênica foram criados por ele e sua insistência em que se deve começar
pela iluminação e não pelo cenário, marcou a história do teatro durante mais de 300 anos.
Lâmpada significa “tocha” e pode ser definida como uma ampola de vidro bastante fina
preenchida com gás inerte, normalmente argônio, e um fino filamento constituído de
tungstênio, que ao ser percorrido por uma corrente elétrica, se aquece até a incandescência,
emitindo luz branca de tom levemente amarelado. Thomas Edison (1847-1931), apresentado
na figura 3 deste artigo, cientista norte-americano, é autor da primeira lâmpada elétrica – a
lâmpada incandescente. Antes disso, já existiam lâmpadas de gás natural, carvão e extraída de
rochas sedimentares, mas a descoberta de Thomas foi um grande salto naquela época. Com a
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Com o passar dos anos, outros tipos de lâmpadas foram surgindo, como as fluorescentes,
vapor de sódio etc. Especificamente em ambientes residenciais, as lâmpadas fluorescentes
ganharam destaque por serem mais econômicas que as incandescentes. Porém, o aumento
crescente na conta de energia elétrica fez a sociedade começar a pensar em novas maneiras de
economizar. E a partir daí, o uso de lâmpadas LED tornou-se frequente em muitos ambientes,
mas devido ao seu alto preço, nem todos entendem as suas vantagens perante os outros tipos
de lâmpada. Uma lâmpada incandescente tinha apenas 8% de eficiência energética, ou seja, só
8% eram transformados em luz e o restante se transformava em calor para o meio ambiente.
Já a lâmpada fluorescente compacta, possui 32% e nas lâmpadas de LED, toda energia
utilizada é convertida em luz. E poucas pessoas sabem da importância disto na conta de
energia ao final do mês. A falta de informação aliada ao crescente aumento dos preços de
energia elétrica foram um dos incentivos na elaboração deste artigo que visa mostrar a
importância e comprovar com quantitativos a eficiência energética das lâmpadas de LED
perante as lâmpadas fluorescentes.
2. Conceitos importantes das lâmpadas
Na hora da compra de uma lâmpada, apesar de o vendedor ter uma obrigação de informar ao
consumidor se aquela lâmpada é ou não eficiente para o espaço pretendido, na realidade isso
não acontece. Na própria pesquisa de levantamento que será apresentada nos próximos
tópicos, pode-se perceber que não se tem uma ajuda do comerciante na escolha do produto. Já
em lojas especializadas, o cliente se sente mais seguro e é conduzido, na maioria das vezes, a
uma escolha certa.
Considerando que nem sempre as pessoas terão acesso a um setor especializado, é importante
dispor neste artigo de conceitos que são importantes para auxiliar a sociedade de forma geral
numa escolha eficiente. Os principais são o fluxo luminoso, a potência, a eficiência luminosa
e temperatura de cor. A figura 4 mostra estes itens acompanhados do selo do Inmetro.
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2.3. Potência
A quantidade de energia despendida para realizar o ligamento e liberar o fluxo luminoso para
o uso da lâmpada. Sua unidade é Watts (W).
3. Lâmpadas fluorescentes
Nas lâmpadas de descarga elétrica do tipo fluorescente, o fluxo luminoso é gerado pela
passagem de corrente elétrica através de um gás ou vapor que produz luz ultravioleta invisível
ao olho humano. As lâmpadas fluorescentes requerem uma fonte de alimentação especial
chamada reator, que é necessário para regular a corrente de operação da lâmpada e fornecer
uma tensão inicial compatível. Elas duram 20 vezes mais do que as lâmpadas incandescentes
tradicionais, além de consumir até 80% menos energia.
Nos ambientes residenciais, são muito utilizadas as fluorescentes compactas (figura 11) e
tubulares (figura 12). Aquelas conseguem encaixar na maioria dos acessórios criados para as
lâmpadas incandescentes e são indicadas para iluminação geral de ambientes residenciais e
comerciais. Segundo dados do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica,
PROCEL (2018), a potência declarada das lâmpadas fluorescentes compactas variam entre 8 a
32W, em 127 ou 220V, a depender da marca.
4. Lâmpadas LED
A lâmpada LED é mais econômica porque sua eficiência luminosa é maior do que as das
outras lâmpadas. Ou seja, gasta menos energia para gerar a mesma iluminação. As LED
podem durar, dependendo do modelo, pelo menos vinte e cinco vezes mais do que as
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Ou seja, quase 90% de economia. Além disto, a vida útil do LED é 50 vezes maior e o calor
que é transferido para o ambiente é menor em relação aos outros tipos de lâmpadas.
A iluminação dos edifícios compõe, com a envoltória e o sistema de ar condicionado, o tripé
da etiquetagem PROCEL EDIFICA de eficiência energética dos edifícios. Segundo David
Douek (2015), diretor da Otimização Energética para a construção, “os processos de
certificação adotam, a fim de premiar o desempenho energético mais eficiente de um edifício,
uma metodologia de comparação entre um caso de referência e o projeto proposto”. A maior
eficiência deve ser conquistada através de simulação computacional de desempenho, que deve
ter como resultado final a eficiência resultante da combinação de soluções aplicadas no
projeto de arquitetura, no projeto de ar condicionado e no projeto de iluminação artificial.
6. Pesquisa
Além de artigos, dissertações e páginas da internet, foram coletados dados por meio da
aplicação de questionários. Os objetivos eram a identificação do nível de conhecimento e
utilização da tecnologia LED, bem como as motivações pela compra de produtos.
O público-alvo considerado foi o usuário e cliente final que compra lâmpadas para utilização
em suas residências ou que contrata profissionais para elaboração de projetos luminotécnicos.
Esse público representa uma amostra de moradores de classe média de residências do tipo
apartamento ou casa na cidade de Salvador (BA) e região metropolitana. A pesquisa foi
realizada no mês de julho de 2018. A 30 pessoas foram aplicadas 12 questões que buscaram
identificar o nível de conhecimento e de utilização dos diversos tipos lâmpadas nas
residências, o item principal a ser observado na hora da aquisição de produtos de iluminação,
o conhecimento dos vendedores em determinado departamento de iluminação e se os
consumidores são orientados de maneira correta.
No campo escolhido para a realização desse estudo, notou-se que a utilização das lâmpadas de
LED aumentou muito nos últimos anos e isso se dá devido ao aumento das contas de energia
que faz o consumidor procurar outras soluções de barateamento de custo. Nota-se que os
clientes estão em fase de adaptação, pois a maioria utiliza em suas casas o uso misto
(lâmpadas led em alguns ambientes e fluorescentes em outros), conforme a figura a seguir:
Outra questão interessante retirada das respostas do questionário foi que as pessoas não
costumam comprar em lojas especializadas em iluminação e boa parte delas nunca nem
entraram em lojas desse tipo, recorrendo sempre às casas de materiais de construção. Na hora
da compra, 57,1% não questionam ao vendedor se aquela lâmpada é ou não adequada ao
espaço pretendido.
São raros os consumidores finais que buscam informações sobre tecnologias para iluminação
em lojas técnicas para orientação antes da compra. Esses têm o hábito de recorrer a revistas de
decoração de interiores e de arquitetura para visualizar os ambientes prontos e acabados, sem
se ater às questões de iluminação especificamente. O critério adotado na aquisição de uma
lâmpada pelo consumidor é a potência elétrica seguida do preço.
7. Estudo de Caso
Foi analisado o sistema de iluminação de um quarto, onde a proposta de torná-lo um ambiente
energeticamente eficiente baseou-se apenas nas trocas dos tipos de lâmpadas sem que o
usuário tivesse que trocar suas luminárias e fazer alterações arquitetônicas. As figuras 21 e 22
são as plantas com o layout e os pontos de iluminação, respectivamente.
Considerou-se para este ambiente um tempo de utilização de 6 horas diárias. Os valores
dispostos em reais foram obtidos em uma loja de iluminação na cidade de Salvador (BA) no
período de setembro de 2018.
Na figura 21, têm-se três circuitos de iluminação, indicados com a numeração ao lado dos
símbolos das luminárias em vermelho. “O uso dos controles de luz e setorização do sistema
de iluminação é bem-vindo, pois além de economizar energia, é possível criar um ambiente
aconchegante ou funcional” (SILVA, 2009). Desta forma, o cliente pode escolher qual
circuito ele quer acender, sem ter que ligar todos ao mesmo tempo. Com a troca dos
equipamentos de iluminação, o usuário do ambiente conseguirá economizar, durante a vida do
sistema de iluminação com LEDs, 74% em energia elétrica. O comparativo dos gastos e
consumo de energia do sistema utilizado pelo usuário e do sistema proposto, podem ser
verificados nas tabelas 1, 2 e 3.
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Para este tipo de ambiente, onde o tempo de permanência é curto e sua utilização é
basicamente para descanso, são indicadas lâmpadas na temperatura de cor por volta dos
2700K ou 3000K, proporcionando a sensação de aconchego e um tom mais amarelado ao
local.
Diante das tabelas 1,2,3 apresentadas acima, pode-se concluir que, apesar do custo ainda
elevado das lâmpadas de LED com relação aos outros tipos, essa diferença é notória no
consumo anual de energia. A vida útil dos sistemas com lâmpadas em LED é muito maior que
a das lâmpadas fluorescentes e, ao longo desse tempo, a necessidade de trocar de lâmpada é
praticamente nula, principalmente devido à garantia que as lojas oferecem na hora da compra.
8. Conclusão
Com este artigo foi possível verificar que se pode ter iluminação eficiente sob o ponto de vista
qualitativo e quantitativo. O avanço das tecnologias tem proporcionado produtos eficientes –
mantendo um padrão de qualidade – aos profissionais e consumidores. Para chegar aos
resultados da relação custo-benefício foram elaborados cálculos onde foi considerada uma
média de utilização de seis horas diárias para cada circuito ao longo da vida útil de cada
sistema. Pode-se admitir que medidas como estas podem ser adotadas pelos profissionais para
ajudar na questão da eficiência energética, não somente em residências. Com relação às
oportunidades que um projeto eficiente e sustentável de iluminação pode trazer à sociedade e
ao meio ambiente pode-se destacar:
- Redução de gastos de energia;
- Não-poluição do meio ambiente com metais pesados (dependendo do sistema luminotécnico
utilizado);
- Redução da emissão de gás carbônico no ambiente;
- Maior conforto térmico, pois a saturação das lâmpadas mais eficientes é baixa;
- Contribuição para o crescimento sustentável.
Além disso, conclui-se que a utilização das lâmpadas de led torna um projeto mais eficiente
do ponto de vista energético e o consumidor obterá um retorno a curto prazo, mesmo que seja
necessário um investimento alto na troca das lâmpadas de uma determinada residência. Sendo
assim, é necessário que haja uma política de conscientização aos consumidores para que
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Referências
BOT, KAROL. A eficiência energética na iluminação de uma edificação. Disponível em: <
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/engenharias/a-eficiencia-energetica-na-iluminacao-
uma-edificacao.htm> Acesso em: 03 de setembro de 2018.
Anexo
1. Nome e sobrenome *
2. Sexo *
Feminino
Masculino
3. Faixa etária *
Menos de 20
20-30 anos
30-40 anos
40-50 anos Acima de 50 anos
Sim
Não
Minha residência teve um projeto de iluminação.
5. Você já teve algum tipo de orientação sobre qual a lâmpada mais adequada em determinado
ambiente da sua residência? *
Sim
Não
Talvez
6. Antes de comprar uma lâmpada, você costuma indagar ao vendedor se ela é adequada ao
espaço pretendido? *
Sim
Não
Talvez
Preço
Cor
Watts - potência elétrica
Procuro profissional especializado
Marca
Lojas especializadas
Casa de materiais de construção
Sim
Não
LED
Fluorescente
Misto (LED e fluorescente)
Não sei.
11. Você sabe a diferença, na realização das suas atividades diárias, que a lâmpada branca faz
em relação a lâmpada de cor amarelada? *
Sim
Não
12. Você sabia que existem ambientes específicos que pedem o uso da luz branca? E outros
que são mais confortáveis com o uso da lâmpada de cor amarelada? *
Sim
Não
Sim
Não acho necessário
Talvez