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A Primeira Vitória de Davi

Sermão nº 2913
Publicado em 8 de dezembro de 1904 (quinta-feira)
Ministrado por
C. H. SPURGEON
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.

“Assim, prevaleceu Davi contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e o feriu, e o
matou; porém não havia espada na mão de Davi” —1 Samuel 17.50.

Por conveniência, selecionei apenas um versículo, mas vou usar toda a narrativa do
capítulo 17 em minha exposição. Portanto, uma leitura de todo o capítulo valerá a pena. Se
vocês conhecem bem a história, não precisaremos de prefácio ou preâmbulo. Portanto,
vamos falar de Davi, do seu confronto com Golias e da sua vitória sobre ele, primeiramente
como um tipo de nosso Senhor Jesus Cristo e, depois, como um exemplo para nós
mesmos. Como Davi é um tipo do cabeça que sempre se relaciona com seus membros, e
como os membros do corpo místico de Cristo são, e serão ainda mais, semelhantes a Ele.
Enfim, esta é a ideia que iremos seguir nesta meditação.

1. Vamos começar chamando sua atenção para o fato de que Davi ERA UM TIPO DE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Os primeiros pais da igreja foram muito bons em mostrar analogias tipológicas. Na
verdade, foram tão a fundo em suas exposições, e tão minuciosos nos detalhes, que
acabaram indo longe demais e caindo em trivialidades. Orígenes, por exemplo, excedeu
notavelmente o que pode ser considerada uma sábia interpretação, dando significados
espirituais a registros literais. Outros ainda, tentando superar o mestre do misticismo, logo
causaram muito prejuízo à igreja de Deus, levando preciosas verdades a um sério
descrédito. O estudo dos tipos do Antigo Testamento quase não conseguiu recuperar seu
lugar adequado na igreja cristã depois que esses homens piedosos, pelo seu zelo
imprudente, o perverteram. No entanto, não podemos pensar que uma coisa boa deixe de
ser boa só porque, em determinado momento, se transformou numa coisa ruim. Achamos
que ela ainda pode ser usada de forma adequada e proveitosa. Dentro de certos limites,
então — limites que supomos ter pouco perigo de cair nestes tempos mecânicos e sem
poesia — os tipos e alegorias da Sagrada Escritura podem ser usados como um manual de
instruções — um vade-mécum da sã doutrina.

Por consenso entre os cristãos evangélicos, David é visto como um notável tipo do
Senhor Jesus Cristo. Sobre esta questão em particular, vamos observar primeiramente que,
antes de lutar com Golias, Davi era ungido de Deus. Samuel tinha ido a Belém e derramado
um chifre de azeite sobre sua cabeça. O paralelo logo nos vem à mente. Era assim que o
Senhor descobria para Si aquele a quem escolhia dentre o povo. Ele o ungia com azeite
sagrado. Sobre a cabeça de Saul, foi derramado um vaso de azeite — sobre a cabeça de
Davi, um chifre cheio de azeite. Talvez a intenção fosse mostrar o contraste entre a
brevidade e baixa reputação do reinado de Saul e a extensão, poder e excelência do
reinado de Davi. Ou, se interpretado espiritualmente, pode significar que a lei, o antigo
judaísmo do qual Saul é tipo, teve apenas certa medida de bênçãos, enquanto o evangelho,
representado por Davi, é caracterizado por sua abundante plenitude. Jesus, o antítipo de
Davi, é ungido com o óleo de alegria como nenhum de seus semelhantes. A graça e a
verdade vieram por meio dEle. O Espírito não foi dado a Ele por medida. Davi foi ungido
diversas vezes; foi ungido, como lemos no capítulo anterior, “no meio de seus irmãos”; foi
ungido, como encontramos em 2 Samuel 2:4, por seus irmãos, os homens de Judá; e foi
ungido novamente, como visto em 2 Samuel 5:3, por todos os anciãos de Israel. Não
entraremos em detalhes agora, mas basta notar que nosso Senhor também era o ungido de
Deus, é o ungido dos Seus santos e será o ungido de toda a igreja. O Espírito do Senhor
estava sobre Ele e, foi no poder desse Espírito com O qual Ele foi ungido pelo Pai, que Ele
saiu para lutar as grandes batalhas da Sua igreja. No Seu batismo, ao sair do Jordão, Ele
foi ungido pelo Espírito, O qual repousou sobre Ele ao descer do céu como uma pomba; e
logo Ele foi conduzido para o deserto e manteve aquele notável conflito de quarenta dias
com Seu arqui-inimigo, o grande adversário da nossa alma. Suas batalhas foram no espírito
e no poder do Altíssimo, pois o poder e a majestade do Espírito Eterno repousavam sobre
Ele.

Vejam como a correspondência continua. Nosso Senhor foi enviado pelo Pai a seus
irmãos. Assim como Davi foi enviado por Jessé a seus irmãos, com suprimentos e palavras
de consolo, a fim de saber como estavam, na plenitude dos tempos nosso Senhor foi
comissionado para visitar Seus irmãos. Durante algum tempo, Ele permaneceu incógnito na
casa de seu aparente pai, mas depois Ele se deu a conhecer e foi claramente reconhecido
como O enviado de Deus, trazendo em Suas mãos inúmeras dádivas, vindo numa
embaixada de amor e misericórdia de Deus àqueles a quem não Se envergonhou de
chamar Seus irmãos. Lemos como Davi foi tratado. Seus irmãos não o receberam com
amor. Eles reagiram à sua bondade natural com despropositada grosseria: eles o acusaram
de coisas terríveis. Como essa resposta faz jus à maneira pela qual nosso Senhor, o Filho
de David, foi maltratado! Ele veio para o que era Seu e os Seus não receberam. Embora Ele
tenha vindo a eles com palavras de ternura, eles Lhe responderam com palavras de
escárnio. Pelas Suas bênçãos, eles Lhe deram maldições; pelo pão do céu, Lhe deram
pedras; e pelas graças do céu, Lhe deram a maldade da terra, as maldições do inferno!
Nunca um irmão, “o primogênito entre muitos irmãos”, foi tão maltratado pelo restante da
família. Com certeza, a parábola dos lavradores maus foi cumprida nEle. Sabemos que o
proprietário da vinha disse: “A meu filho respeitarão”, mas eles disseram: “Este é o herdeiro;
ora, vamos, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança”. Jesus foi maltratado por Seus
irmãos, aos quais Ele veio abençoar. Davi, lembrem-se, respondeu a seus irmãos com
brandura. Ele não retribuiu injúria por injúria, mas aguentou sua grosseria com educação.
Nisto, ele nos dá um pálido retrato do nosso amado Mestre, O qual, quando ultrajado não
revidou com ultraje. “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição
dos pecadores contra si mesmo” (Hb 12.3). Sua única reação, mesmo diante dos golpes
que o levariam à morte, foi “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).
“e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos
caso” (Is 53.3). No entanto, apesar de tudo, nenhuma palavra de ira saiu de Seus lábios.
Ele poderia ter dito: “Porventura, não há razão para isso?” Pouco, entretanto, Ele falou em
Sua própria defesa; Ele preferiu cuidar da Sua obra com muito zelo, como se todos os que
O vissem O aprovassem. Por isso, Davi, ao ser rejeitado por seus irmãos, tornou-se um tipo
de Cristo.
Agora, observemos que Davi foi movido por um amor intenso pelo seu povo. Ele os viu
sendo desafiados pelos filisteus. Quando percebeu o quanto seu espírito estava oprimido
diante daqueles inimigos formidáveis, uma intensa indignação tomou conta da sua alma;
mas quando ouviu os termos do desafio, sentiu que o próprio Deus de Israel tinha sido
comprometido naquela disputa. O nome de Yahweh estava sendo desonrado! Aquele
gigante blasfemo que perseguia as hostes de Israel estava desafiando o exército do Deus
vivo! Não é de estranhar que o coração afetuoso e dedicado do jovem e bravo pastor foi
movido com tanta força. A paixão de guerreiro incendiou seu peito ao som da voz profana
daquele incircunciso filisteu que zombava da honra de Yahweh, o Deus dos céus e da terra!
Outro motivo também estimulou a ambição patriótica de Davi. Como seu peito poderia
deixar de arder com intensa emoção ao saber que quem vencesse e destruísse o filisteu se
casaria com a filha do rei? Um prêmio como esse poderia muito bem despertar seu ardor. E
com todos esses incentivos, sua decisão de ir e enfrentar o campeão filisteu foi firme e
imediata. Ora, em todas essas coisas ele prefigurou claramente nosso Senhor Jesus Cristo.
Jesus amava os Seus: Ele sempre esteve pronto a dar Sua vida pelas ovelhas. Mas, Ele
também amava o Pai: “Não sabíeis”, disse Ele, “que me cumpria estar na casa de meu
Pai?” (Lc 2.49). “O zelo da tua casa me consumirá” (Jo 2.17). E, então, teve diante de Si a
alegria proposta de receber a igreja por esposa; a qual com risco, para não dizer com o
preço da Sua vida, deveria obter; Ele veria o fruto do penoso trabalho da Sua alma nela e
ficaria satisfeito (Is 53.11). Ela deveria ser elevada à Sua realeza e partilhar da Sua coroa e
do Seu trono. A nova Jerusalém, a mãe de todos nós, deveria ser para Jesus o dom de
Deus como recompensa; e isso O inspirou; e por isso, Ele saiu e lutou por nós. Vamos fazer
uma pausa e bendizer o Seu nome, porque Ele sempre amou o povo e Seus santos sempre
estiveram em Suas mãos. Vamos bendizê-lO porque o zelo da casa de Deus O consumiu; e
por que Ele Se entregou totalmente à Sua grande obra. Acima de tudo, com humildade e
gratidão, vamos bendizê-lO porque Ele nos amou e Se entregou por nós. Como parte da
Sua igreja, com a qual Ele contraiu núpcias para sempre, temos participação em tudo o que
Ele fez. Foi por nós que Ele entrou na batalha, foi por nós que Ele obteve a vitória; foi por
nós que Ele entrou na glória. E Ele voltará, em breve, para nos levar para ver essa glória, e
para estar com Ele onde Ele está. Embora vejamos o tipo em Davi, precisamos ter cuidado
para não nos esquecer de adorar o próprio Jesus, que é aqui refletido para melhor
compreensão da nossa salvação.

Na realidade, eu poderia dar muitos outros detalhes nos quais Davi também foi um tipo
de nosso Senhor. Toda a narrativa é cheia de particularidades que nos dão muitos pontos
de analogia. No entanto, há uma coisa em especial que eu gostaria que vocês
observassem.

Em hebraico, Golias não é chamado de “campeão”, como lemos em inglês (em


português, “guerreiro”, “duelista e “herói” — ARA; “guerreiro” — ARC e NVI), mas de
intermediário, o mediador. Quando repassamos a cena em nossa mente, vemos como essa
palavra se encaixa no contexto. De um lado, estão as hostes dos filisteus, do outro, as de
Israel. Há um vale entre elas. Golias diz: “Vou representar os filisteus. Sou seu
intermediário. Em vez de todos os soldados virem para a batalha, venho como
representante da minha nação — o mediador. Escolham também um mediador que venha e
me enfrente. Ao invés da batalha ser entre os soldados dos dois exércitos, que o embate
seja decidido num duelo mortal por um representante de cada lado”. Ora, foi exatamente
assim que o Senhor Jesus lutou as batalhas do Seu povo. Nós caímos representativamente
no primeiro Adão, e nossa salvação veio por outro representante — o segundo Adão. Ele é
o intermediário, o “único Mediador entre Deus e os homens”. Em Seu amor por nós, e em
Seu zelo pela glória de Deus, podemos vê-lO caminhando para o meio da arena que divide
os campos do bem e do mal, de Deus e do diabo, e ali, encarando o desafiante adversário,
Ele se prepara para pelejar em nosso nome e em nosso favor. Se realmente somos o Seu
povo, que Ele decida por nós a disputa que jamais poderíamos decidir. Sem dúvida alguma,
se fôssemos pessoalmente, seríamos totalmente aniquilados. Entretanto, Seu braço
sozinho é suficiente para obter a vitória por nós, e encerrar de uma vez por todas os
conflitos entre céu e inferno.

Observem também nosso jovem guerreiro quando ele se dirige para a luta. O filho de
Jessé rejeitou as armas com que Saul tentou equipá-lo: ele colocou o capacete e a
armadura, e ao tentar cingir a espada, disse: “Não posso andar com isto, pois nunca o usei”.
Da mesma forma, o Filho de Davi também renunciou a todas as armas terrenas. Teriam
levado nosso Senhor à força para fazê-lO rei, mas Ele disse: “Meu reino não é deste
mundo”. Ao Seu comando, espadas em número suficiente teriam saltado das suas bainhas.
Não somente Pedro, cuja espada se apressou a decepar a orelha de Malco, mas muitos
zelotes teriam ficariam felizes em seguir a estrela de Jesus de Nazaré como nos tempos
antigos. E, tempos depois, muitas vezes os judeus seguiram impostores que se declararam
comissionados pelo Altíssimo para sua libertação. No entanto, Jesus disse: “Embainha a tua
espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão” (Mt 26.52). Uma
das tentações no deserto não foi só que Jesus teria todos os reinos do mundo, mas que os
teria usando os meios sugeridos por Satanás. Ele deveria Se prostrar e adorá-lo: Ele devia
usar armas carnais, o equivaleria a adorá-lo. Jesus não cedeu. Até hoje, Sua grande
batalha com os poderes das trevas não é com capacete e espada, mas com pedras lisas do
riacho. A pregação simples do evangelho, realizada em nosso meio com o cajado de pastor
do grande Cabeça da igreja. É isso o que abate Golias e o abaterá até o último dia. É pura
vaidade a igreja pensar que será vitoriosa com riquezas, posição ou autoridade civil.
Nenhum governo a ajudará. Ela deve olhar somente para o poder de Deus. “Não por força
nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos” (Zc 4.6). Feliz será a
igreja quando aprender esta lição. A pregação da cruz, que “é loucura para os que se
perdem”, é, para os que creem em Cristo, “poder de Deus e sabedoria de Deus”.

Vejam, portanto, nosso glorioso campeão indo para o combate com as armas da sua
escolha, desprezando aquelas usadas pela sabedoria humana, pois não pareciam
adequadas ao seu trabalho. No entanto, ele foi com grande força e poder, pois foi em nome
de Deus. “Tu vens contra mim”, disse Davi, “com espada, e com lança, e com escudo; eu,
porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos” (1Sm 17.45). Tal é também a
influência poderosa que torna o evangelho onipotente. Cristo é a propiciação de Deus. “A
quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação” (Rm 3.25). Cristo é designado por
Deus, ungido de Deus, enviado de Deus. E o evangelho é a mensagem de Deus, assistida
pelo Espírito de Deus. Se assim não for, então, é fraco como a água — e vai falhar. No
entanto, uma vez que o Senhor o enviou, e prometeu abençoá-lo, podemos ter certeza de
que ele cumprirá aquilo para o que foi ordenado. “Vou contra ti em nome do SENHOR dos
Exércitos”! Estas palavras poderiam servir de moto a todos que são enviados de Cristo e O
representam na terrível batalha pelas almas preciosas. Este foi o lema de Cristo, quando,
por amor a nós e em nosso favor, Ele veio lutar contra o pecado, suportar a ira de Deus e
vencer a morte e o inferno! Ele veio em nome de Deus.
Observem também que Davi feriu Golias, e o feriu pra valer, não no quadril, na mão ou
no pé, mas numa parte vital. Ele o feriu na testa da sua presunção, na fronte do seu
orgulho. Suponho que Golias tenha levantado o visor do capacete para dar uma olhada em
seu ridículo oponente, quando a pedra, que levou para sempre sua alma infame, o acertou
em cheio. Da mesma forma, quando nosso Senhor Se apresentou para lutar contra o
pecado, Ele lançou Seu sacrifício expiatório como uma pedra que o feriu, e a todos os seus
poderes malignos, bem na testa. Portanto, glória seja a Deus, pois o pecado está morto.
Não está simplesmente machucado, está morto pelo poder de Jesus Cristo.

Lembrem-se ainda que Davi cortou a cabeça de Golias com sua própria espada.
Agostinho, em seu comentário desta passagem, relembra muito bem que o triunfo de nosso
Salvador Jesus Cristo é demonstrado na história de Davi. Ele, “por sua morte, destruiu
aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo” (Hb 2.14). “E a morte, morrendo, foi
morta” — a cabeça do gigante foi decepada com sua própria espada. A cruz, que devia
significar a morte do Salvador, foi a morte do pecado. A crucificação de Jesus, que era a
consumação da vitória de Satanás, foi a consumação da vitória sobre Satanás. Eis que hoje
vemos, na mão triunfante do nosso Herói, a cabeça macilenta do monstro pecado, pingando
gotas de sangue. Vejam o monstro, vocês que já estiveram sob a sua tirania. Vejam as
terríveis feições do gigantesco e hediondo tirano. Seu Senhor destruiu o inimigo. Seus
pecados estão mortos; Ele os destruiu. O Seu próprio braço, sozinho e sem ajuda, destruiu
o inimigo gigantesco. “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças
a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.56-57).
Bendito e engrandecido seja o Seu santo nome. E quando Davi conquistou a vitória sobre
Golias, foi recebido pelas donzelas de Israel, que saíram e cantaram em versos
responsivos, junto com a música de seus tambores: “Saul feriu os seus milhares, porém
Davi, os seus dez milhares”. Assim, ele teve seu triunfo. Enquanto isso, as hostes de Israel,
vendo que o gigante filisteu estava morto, tomaram coragem e se precipitaram contra o
adversário. Os filisteus ficaram apavorados e fugiram, e todos os israelitas naquele dia se
tornaram vencedores pela vitória de Davi. Eles foram mais que vencedores, por meio
daquele que os amou e lhes deu a vitória (Rm 8.37). Agora, então, vamos pensar em nós
mesmos como vencedores. Nosso Senhor conquistou a vitória. Ele foi para a Sua glória. Os
anjos O encontraram no caminho. Eles disseram: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória”. E aqueles que estavam com
Ele responderam è pergunta: “Quem é o Rei da Glória?”, dizendo: “O SENHOR, forte e
poderoso, o SENHOR, poderoso nas batalhas. O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da
Glória” (Sl 24). E, nesse dia, até o crente mais fraco triunfa em Cristo. Embora devêssemos
ter sido abatidos e não tivéssemos esperança de vitória — ainda assim, agora, por meio de
Jesus Cristo, nosso Senhor, perseguimos nossos inimigos; calcamos aos pés o pecado e
vamos de força em força por meio da Sua vitória. Temos muita coisa a considerar sobre
este ponto. Vocês irão refletir sobre isso? É melhor em não dizer tudo. Vocês mesmos
poderão encontrar muitas analogias. Eu lhes dei apenas um rabisco — um esboço. Pensem
com cuidado e verão que é um ótimo estudo e uma meditação valiosa.

2. Brevemente, vamos agora nos voltar para Davi como UM EXEMPLO PARA TODOS
OS CRENTES EM CRISTO.
Acima de tudo, caros irmãos e irmãs, é necessário considerar que, se formos fazer
qualquer coisa para Deus e para Sua igreja, precisamos ser ungidos com óleo santo. Ah,
quanta vaidade seria se fôssemos crescer em zelo com algum tipo de fanatismo carnal,
tentando grandes coisas por mera presunção; seria um tremendo fracasso! A menos que o
Espírito de Deus esteja sobre nós, não temos força interna nem meios externos nos quais
confiar. Esperem no Senhor, amados, e busquem força somente nEle. Não pode sair de nós
aquilo que não nos foi colocado. Precisamos receber para dar. Lembrem-se do que disse
nosso Senhor: “a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo
4.14). E novamente, em outro lugar: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu
interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38).

Não podemos fazer o trabalho de Davi se não tivermos a unção de Davi. Quando nos
lembramos de que o Mestre Divino esperou pela unção celestial, não podemos esperar
fazer qualquer coisa sem ela. Não sejamos tolos. Cristo não deu início às suas ministrações
públicas até o Espírito de Deus repousar sobre Ele. Os apóstolos esperaram em Jerusalém
e não saíram para pregar até que do alto lhes foi concedido poder. O ponto principal, o pré-
requisito, a condição sine qua non é ter esse poder. Ah! Pregar nesse poder; orar nesse
poder; buscar as almas perdidas nesse poder. O trabalho da Escola Dominical, o trabalho
missionário em casa, a forma de ministrar à noite para Cristo, tudo precisa ser feito nesse
poder. Ajoelhai-vos. Chegai-vos à cruz. Colocai-vos aos pés do Mestre. Sentai-vos e
aguardai com fé e esperança até que Ele vos dê a força que vos qualificará para fazer o
trabalho do Mestre, do jeito do Mestre, para o louvor do Mestre.

Davi também se apresenta para nós como um exemplo do fato de que a oportunidade
virá, se nos for concedida capacidade, sem que tenhamos de correr atrás dela. Davi foi ao
campo. O lugar que ele devia ocupar estava preparado, e ele foi providencialmente
chamado para preenchê-lo como um grande homem de Israel. Quando foi levar o pão, o
milho e o queijo, ele mal imaginava que logo seria o homem mais importante da Palestina.
Sim, foi assim mesmo. Amados, não tenham pressa em buscar um lugar ao sol. Estejam
prontos para ele e ele irá até vocês. Falo a muitos jovens queridos que estão estudando
para o ministério. Estejam preparados para qualquer trabalho em vez de procurar algum
trabalho específico. Deus tem um cantinho para vocês. Dobrem seus joelhos: dependam
disso. Estejam prontos, essa é a sua parte. Afiem suas ferramentas e saibam como manejá-
las. O lugar irá até vocês, o melhor lugar, se não estiverem ocupados com coisas que lhes
agradem; depois vocês verão que são vasos adequados para o uso do Mestre. Davi
encontrou sua oportunidade. Primeiro ele recebeu o Espírito, que é o principal, depois
encontrou a oportunidade que apelava para suas credenciais.

De acordo com o exemplo de Davi, concluo que, quando sentimos o chamado para
fazer alguma coisa para Deus, e para Sua igreja, não precisamos esperar até que aqueles a
quem estamos subordinados concordem conosco quanto à conveniência de começar ou
não o serviço. Se Davi tivesse dito: “Bem, vou esperar até Eliabe, Abinadabe e Samá, meus
irmãos mais velhos, concordarem totalmente quanto a eu ser o homem certo para enfrentar
Golias”, tenho a impressão de que ele nunca o teria enfrentado. É preciso ter muito apreço
pela opinião dos mais velhos, mas é preciso ter ainda mais respeito pela ação do Espírito
de Deus em nosso coração. Gostaria que os cristãos demonstrassem mais consideração
pelas admoestações de Deus do que temos visto nestes últimos tempos. Se há algum
intento no teu coração, ou algum dever te pesa na consciência, homem, obedece-o; age,
embora ninguém mais o perceba ou te encoraje a fazê-lo. Mas Deus te mostrou o Seu
desígnio e, por tua conta, ocultaste o pressentimento ou deixaste de fazê-lo. O quê? Com
temor de Deus no nosso coração e Sua comissão em nossas mãos, vamos parar, hesitar e
nos tornar servos dos homens? Prefiro morrer a subir neste púlpito e pedir permissão a
vocês, ou consentimento a qualquer pessoa, quanto ao que devo pregar. Deus fala, pelo
Seu Espírito, o que Ele tem a me dizer; e, com o auxílio do Seu bom Espírito, eu digo a
vocês aquilo que ouvi Dele mesmo. Que esta língua se cale se ela se tornar serva de
homens! Davi tinha isso em mente. Ele sentia que alguma coisa tinha de ser feita e, embora
ouvisse o que os outros tinham a dizer, eles não eram seus mentores. Ele servia ao Deus
vivo e ia cuidar daquilo que lhe tinha sido confiado, sem ser intimidado pela opinião dos
outros a seu respeito. Aquele que fala por Deus deve falar honestamente. Que os outros o
critiquem e separem o joio do trigo. Ele deve esperar por isso. No entanto, quanto a si
mesmo, ele deve lhes entregar o puro trigo da forma como crê, sem temer qualquer pessoa,
a menos que queira estar sob a condenação do Deus do céu. Vai, meu irmão, e cuida do
que tens a fazer, se Deus te deu para fazer. Se te critico, qual o problema? Sou apenas um
homem. Ou, se todos aqueles, com quem queres ficar bem, se voltam contra ti com
suspeitas e críticas mordazes, que são eles? São apenas homens, tua única lealdade é
para com Deus. Vai e cuida do trabalho do Mestre, como fez Davi, com intrepidez e
coragem, mas com modéstia. No entanto, o servo mau, depois de receber as ordens do
Mestre, deixa-as por fazer e se justifica, dizendo: “Encontrei um dos meus amigos e ele me
disse que achava que eu estava sendo ousado demais, por isso, achei melhor não fazer”.
Para o teu próprio Mestre ficarás em pé ou cairás. Cuida para que estejas bem com Ele.

Aprenda, ainda, com Davi a responder com calma àqueles que rudemente o afastam
do seu trabalho. Normalmente é melhor nem responder. Creio que Davi não respondeu tão
bem por palavras quanto o fez por obras. Sua conduta foi mais eloquente que suas
palavras. Quando ele voltou do confronto, trazendo a cabeça do gigante, espero que Eliabe
o tenha visto; e que Abinadabe e Samá tenham saído ao seu encontro. Se eles o fizeram,
Davi poderia simplesmente ter levantado o troféu e deixado que aquele rosto assustador
falasse por ele. Se não, é porque pensaram que, no final das contas, Davi foi por causa do
seu orgulho ou da maldade de coração, ou por curiosidade infantil em ver a batalha. Mas
eles devem ter percebido que ele foi para fazer o trabalho de Deus à sua maneira: que
Deus o ajudou a obter a vitória, derrotar o inimigo e aliviar os temores de Israel; e que, por
meio do homem a quem eles desprezaram, o Senhor tornou o Seu próprio nome glorioso.

Vamos aprender, mais uma vez, com o exemplo de Davi, sobre a prudência de usar
armas já testadas. Muitas vezes ouço falar da improbabilidade de Davi matar o gigante com
uma pedra. Creio que quem fala isso não sabe do que está falando. Que projétil poderia ser
mais útil ou mais adequado àquela ocasião? Se o sujeito era alto, só uma funda poderia
lançar uma pedra alto o suficiente para atingi-lo; e se ele era forte, muito forte, a funda daria
tal impulso à pedra que Davi poderia investir contra ele sem ficar ao seu alcance. A funda
era a melhor arma que ele poderia ter usado. Se os antigos pastores do Oriente eram iguais
aos da nossa época, deviam ter muita prática, sendo peritos em lançar pedras. Esses
pastores passam muito tempo a sós, ou com seus companheiros, praticando com a funda.
Em geral, essa é a melhor arma para proteger as ovelhas em lugares ermos. Não duvido
que Davi tenha aprendido a lançar uma pedra com a funda contra um alvo da espessura de
um fio de cabelo, sem errá-lo. Quanto à espada, ele nunca teve uma em toda a sua vida;
pois “não se achava nem espada, nem lança na mão de nenhum do povo que estava com
Saul e com Jônatas; porém se achavam com Saul e com Jônatas, seu filho” (1Sm 13.22).
Isso está escrito no capítulo treze. Os filisteus tinham desarmado de tal modo a população
de Israel, que ninguém tinha esse tipo de arma. Por isso, Davi não poderia estar
familiarizado com seu uso. E quanto à couraça, era um equipamento pesado,
desconfortável e incômodo — e o que me fascina é como os antigos cavaleiros faziam
alguma coisa com aquilo. Não é de admirar que Davi a tenha tirado de si. Ele se sentia mais
confortável com suas vestes de pastor. É óbvio que não estamos sugerindo o uso de
instrumentos inadequados. Não ensinamos nada tão romântico ou absurdo. Bom é usarmos
as armas mais adequadas que pudermos encontrar. Quanto às pedrinhas tiradas do ribeiro,
Davi não as pegou a esmo, ele as escolheu cuidadosamente, selecionando as mais lisas
para que se ajustassem perfeitamente à sua funda — o tipo de pedra que ele achou mais
conveniente ao seu propósito. Ele também não confiou na sua funda. Ele nos diz que
confiou em Deus, mas quando saiu para a luta, sentiu como se a responsabilidade fosse
sua. Errar o alvo provaria sua falta de jeito; acertá-lo, seria pela habilidade dada por Deus.
Irmãos, essa é a verdadeira filosofia na vida cristã. Devemos fazer boas obras com tanto
zelo como se fosse para sermos salvos por elas, e devemos confiar nos méritos de Cristo
como se não tivéssemos feito absolutamente nada. Por isso, no serviço de Deus, embora
trabalhemos como se o cumprimento da nossa missão dependesse de nós mesmos,
precisamos entender claramente e acreditar firmemente que, no final das contas, todo o
trabalho, do início ao fim, é de Deus. Sem Ele, tudo o que planejamos ou fazemos é inútil.
Essa também foi a filosofia de Maomé quando alguém lhe disse: “Soltei meu camelo e
confiei na providência”. Não, respondeu ele, “prenda seu camelo e, então, confie na
providência”. Faça o melhor que puder e confie em Deus. Deus nunca disse que ter fé nEle
seria sinônimo de preguiça. Ora, se a questão é essa, se tudo é obra de Deus, e se essa
deve ser a nossa única consideração, Davi não tinha necessidade de uma funda. Sim, ele
não precisava de nada. Ele podia voltar, deitar-se no meio do campo e dizer: “Deus, fará o
Seu trabalho. Ele não precisa de mim”. É assim que os fatalistas falam, mas não é assim
que os crentes em Deus devem agir. Os crentes dizem: “Deus quer, então vou fazer”, não o
contrário, “Deus faz, por isso não tenho nada pra fazer”. Não, muito pelo contrário, “Porque
Deus trabalha por mim, então vou trabalhar pela Sua boa mão sobre mim. É Ele quem dá
força a este pobre servo, e faz uso de mim como Seu instrumento, pois, sem Ele, não sirvo
para nada. Agora vou entrar na batalha com entusiasmo e vou usar minha funda da melhor
forma possível, mirando com calma e tranquilidade a testa do monstro, pois creio que Deus
vai guiar a pedra e realizar o Seu propósito”. Quando nos dispomos ao serviço de Deus,
devemos fazer o melhor possível; dedicando ao nosso trabalho toda a nossa força e
energia, com toda habilidade e discernimento. Nunca diga: “Serve qualquer coisa. Deus
pode abençoar minha incapacidade, assim como minha competência”. É claro que pode,
mas, com certeza, não vai. Cuide para fazer o melhor possível. David, quando já era velho e
mais experiente, não quis oferecer a Deus o que não lhe custaria nada. Não tente prestar a
Deus um serviço desleixado, dizendo a si mesmo que Ele vai abençoá-lo. Ele até pode
abençoar, mas não é assim que Ele costuma agir. Embora muitas vezes Ele empregue
ferramentas rudimentares, Ele costuma moldá-las e poli-las antes de usá-las. No Novo
Testamento, Ele converteu homens brutos em ministros capazes. Não pense, no entanto,
que Sua graça seja desculpa para sua imprudência. Por isso, vá com instrumentos que
você já experimentou. Quando algum de vocês, trabalhadores da obra, tentar pregar o
evangelho de Jesus Cristo, não tente usar os argumentos sutis que se costuma usar no
combate aos infiéis. Com certeza, você vai se complicar. Eles irão se tornar um empecilho
para você. Simplesmente diga a seus vizinhos e amigos o que sente e compreende da
Palavra da Vida. Conte a eles as coisas que estão escritas nas Escrituras. Esses textos são
pedras lisas que se ajustam à sua funda. Guardes estas coisas. Ora, hoje em dia, dizem
que devemos pegar os argumentos criados pelos filósofos modernos, examiná-los, estudá-
los e, no domingo de manhã e em outras ocasiões, contestá-los; que devemos usar a
pesquisa histórica e o raciocínio lógico para refutar as calúnias dos infiéis. Ah! A armadura
de Saul não serve para nós. Quem gosta dela que a use; mas, no final das contas, pregar a
Cristo, e Ele crucificado — contar a velha história de amor eterno e do sangue que a selou,
o caminho da redenção, a verdade da imutável graça de Deus — é para isso que servem
aquelas pedras, e a funda que, com certeza, atingirá a cabeça do inimigo.

A seguir, observem que, uma vez começado o trabalho, Davi não parou até terminá-lo.
Ele já tinha derrubado o gigante, mas não se deu por satisfeito até decepar sua cabeça.
Gostaria que algumas pessoas a serviço de Cristo fossem tão eficientes quanto esse jovem
voluntário. Você está ensinando o caminho da salvação a uma criança? Não pare até que
ela seja arrolada no rol de membros. Está pregando fielmente o evangelho a um grupo de
pessoas? Continue ensinando, aconselhando e encorajando até perceber que eles estão
firmes na fé. Está refutando alguma heresia ou apontando algum vício, persiga o mal até
que ele seja exterminado. Não basta matar o gigante, corte fora sua cabeça! Nunca faça o
trabalho do Senhor pela metade! Nunca poupe, por piedade, qualquer instrumento do diabo.
Maus hábitos e pecados renitentes devem ser destruídos com um golpe fatal. Mas não se
contente só com isso. Não permita que recobrem suas forças. Com humilde e sincera
determinação, com confiança em Deus e ódio pelo inimigo, cuide para que a cabeça do
pecado seja decepada do mesmo modo que a pedra se encravou na sua testa. Fazendo
assim, você pode encontrar uma ajuda com a qual não contava. Você não tem uma espada:
não quer que ela o atrapalhe, assim como Davi não tinha espada, pois Golias portava uma
com ele, a qual serviu muito bem para a sua própria execução. Sempre que você serve o
Senhor, você luta contra o erro: lembre-se que cada erro carrega a espada com a qual será
destruído. Para defender a causa da verdade, não precisamos nos surpreender se a luta for
longa, mas sempre podemos contar com o orgulho do adversário para se voltar contra ele e
destruí-lo. O conflito será encurtado por si mesmo. Quando as nações invasoras de Israel
dependiam principalmente das alianças que haviam formado, muitas vezes acontecia de
Israel ganhar o dia devido às desavenças entre moabitas e assírios. Com frequência fazia
parte do plano de Deus que os adversários brigassem entre si e acabassem com a luta para
o bem dos Seus servos. Vejam, a cabeça do gigante foi decepada com a espada dele
mesmo. Que isso sirva de sinal para nós. Meus irmãos, não importa que sejamos minoria
em algumas questões importantes, como sem dúvida somos. A pergunta é: você está
certo? Está? O que é certo com certeza vencerá! A verdade está do seu lado? A Bíblia está
do seu lado? Cristo está do seu lado? Bem, é possível que você faça parte de uma
comunidade desprezada; talvez haja bem poucas pessoas ao seu lado. Mas não desista —
não deixe que seu coração desanime. Se você não tem força para vencer o adversário,
exceto aquela que é prometida por Deus, você tem mais que o suficiente. Bem ali, no
campo do adversário, há uma armadilha que prestará socorro e auxílio à verdade, na qual
talvez você não tenha pensado. O velho dragão aguilhoa a si mesmo até a morte. Como um
vício consome as partes vitais de uma pessoa, o erro, com o passar do tempo, se torna o
seu próprio destruidor. Muitas vezes, a verdade brilha mais intensamente pelo fato de um
erro ter obscurecido o mundo com suas densas trevas. Então, siga em frente! Lute com
frieza e coragem! Não se intimide com um rosto bonito, uma figura principesca ou o número
de batalhas do seu oponente! Não deixe que suas palavras arrogantes o detenham. Clame
a Yahweh, o Senhor dos Exércitos, e use, mesmo nas batalhas de Deus, as armas que
você já testou e provou. No entanto, tome cuidado com o trabalho de Deus; faça-o direito,
olhando para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé; e assim, amado, você pode
esperar ir de força em força e dar glória a Deus.
Eu gostaria que todos aqui estivessem do lado Senhor, que todos fossem soldados de
Cristo. Alguém aqui não está? Alguém está sentindo a pressão do pecado, mas gostaria de
estar em paz com Deus, em comunhão com Jesus? Amado, Jesus nunca rejeitou aquele
que se achega a Ele. Ninguém nunca disse que Seu sangue não seria capaz de limpar a
alma mais imunda! Achegue-se a Ele. Você não pode Lhe dar maior alegria do que ir até
Ele, confessando seus pecados e buscando Sua misericórdia. Ele quer ser gracioso. Ele
derrota o pecado mas tem piedade dos pecadores. Ele está pronto a perdoá-lo. Ele é o
inimigo de Golias, mas Se assenta no monte Sião, feliz em receber o mais vil pecador que
se achega a Ele. Se você é o pior pecador que já existiu, ainda assim Ele é capaz de salvá-
lo completamente. Se você não tem esperança, nem fé — se você sente como se uma
sentença de morte pairasse sobre sua cabeça, seus temores não são um problema para os
desígnios de Deus. Ele não fala as coisas amargas que você imaginou contra si mesmo.
Preste atenção ao que Ele diz: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus
pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso
Deus, porque é rico em perdoar” (Is 55.7). Ah, estar ao lado de Cristo mantém o coração
calmo e inflama a alma de alegria, apesar da dor que tortura os nervos e a vergonha que
cora o nosso rosto! No entanto, estar do outro lado — ser inimigo de Jesus — é uma aflição
que acaba com a alegria, um sentimento que pressagia a perdição futura. O futuro, o futuro,
o futuro! Isso é o que mais se deve temer. "Beijai o Filho para que se não irrite, e não
pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados
todos os que nele se refugiam” (Sl 2.12). Que o Senhor permita, a cada um de vocês, ser
sábio no tempo oportuno, por amor do Seu nome! Amém.

Tradução e revisão: Mariza Regina de Souza

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