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EMOCIL

EDIFICIO FJS
PROSPECÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA
Direcção de Fundações e Geotecnia

ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................. 1

2. Prospecção Mecânica ........................................................................................... 3

2.1. Equipamento Utilizado ................................................................................... 3


2.2. Amostragem .................................................................................................. 4
2.3. Identificação dos estados de fracturação e alteração .................................... 4

3. Enquadramento Geológico.................................................................................... 5

3.1. Ensaio de penetração dinâmica – SPT .......................................................... 6

4. Medição do nível da água ..................................................................................... 7

5. Zonamento Interpretativo Geológico-Geotécnico .................................................. 8

ANEXOS:

- PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DA PROSPECÇÃO

- LOGS DAS SONDAGENS MECÂNICAS

- REGISTO FOTOGRÁFICO DA AMOSTRAGEM

- PERFIS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO INTERPRETATIVOS


Direcção de Fundações e Geotecnia

1. INTRODUÇÃO

Por solicitação da Direcção da EMOCIL, o Núcleo de Geotecnia da Direcção de


Fundações e Geotecnia da Mota-Engil, Engenharia, realizou uma campanha
prospecção geológico-geotécnica, para identificação e das formações ocorrentes no
local onde se prevê a construção de um edificio, em Maputo, Moçambique. (Figura 1).

Figura 1 – Local onde decorreram os trabalhos de prospecção – Google Earth

Nesta campanha além da análise dos elementos bibliográficos referentes às


características geológicas da região, foram realizados, conforme indicado pelo
requerente, 4 sondagens mecânicas à Percussão com amostragem contínua,
durante as quais foram executados 43 ensaios de penetração dinâmica – SPT.

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No rigoroso cumprimento das Normas de Segurança, Higiene e Saúde no trabalho,


para prevenção de riscos profissionais e da promoção da saúde dos trabalhadores, a
equipa de prospecção esteve sempre equipada com material de protecção individual,
usado de acordo com as regras de segurança. Os trabalhos foram executados por
pessoal especializado, enquadrado pela seguinte Equipa Técnica (Quadro 1).

Quadro 1 - Equipa técnica

Nome Qualificação Funções

Jorge Cruz Msc Engenharia Geotécnica Coordenação Geral

Fernando Paiva Msc Engenharia Geotécnica Direcção de Obra

Fernando Silva Sondador Chefe de Equipa

Os trabalhos de prospecção foram implantados de acordo com as instruções do


Projectista, tendo em conta os condicionalismos locais á data da realização das
mesmas. Importa referir que os trabalhos se desenvolveram no interior das instalações
devolutas, previamente á demolição prevista, tal facto não permitiu a identificação
superficial dos terrenos de implantação, quer sob o ponto de vista geológico, assim
como sob o ponto de vista hidrogeológico.

A planta de localização da prospecção realizada pode encontrar-se em anexo.

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2. PROSPECÇÃO MECÂNICA

2.1. Equipamento Utilizado

Na execução das sondagens mecânicas foi utilizado um equipamento mecânico de


percussão Investigator 3000, da Dando, equipada com um motor a diesel do tipo
TS3, com uma potencia de 23 h.p. às 1800rpm, equipada com um guincho com
3000kgf de capacidade (Figura 2).

Figura 2 - Aspecto geral do equipamento de perfuração Dando Investigator 3000 no


decorrer dos trabalhos.

A circulação de água, para limpeza e arrefecimento das ferramentas de corte, fez-se


com o auxílio de um grupo moto-bomba HONDA GK 200. Na realização das
sondagens foi utilizada água corrente no entanto, sempre que as condições de
recuperação e amostragem assim o exigiram, foram utilizados aditivos ou
coadjuvantes de lubrificação e arrefecimento.

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2.2. Amostragem

A amostragem foi contínua, pelo que foram utilizados amostradores de 4” e de 6”,


equipados com válvulas de entrada, em solos. No revestimento dos furos de
sondagem foram usados tubos de 6” e 8”.

Com a amostragem contínua, foi possível identificar litologicamente as formações


interessadas, caracterizar o seu grau de alteração e calcular a percentagem de
recuperação, que se define do seguinte modo:

PERCENTAGEM DE RECUPERAÇÃO, como a razão, expressa em percentagem,


entre o comprimento da amostra recuperada e o comprimento do tramo sondado;

As amostras foram objecto de cuidados particulares. Imediatamente após a extracção,


e depois de convenientemente limpas, colocadas em caixas apropriadas, identificadas
por separadores de madeira onde, na secção superior, de modo legível e indelével, foi
indicada a profundidade atingida pela sonda, nessa manobra.

No final de cada sondagem, as amostras, com a respectiva identificação, foram


fotografadas em cada uma das caixas, separadamente, com equipamento digital. O
registo fotográfico da amostragem pode ser observado em anexo.

2.3. Identificação dos estados de fracturação e alteração

A classificação do maciço, de acordo com os seus estados de alteração, foi feita de


acordo com a “Basic geotechnical description of rock masses” – I.S.R.M., conforme os
quadros 2 a seguir indicado.

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Quadro 2 - Grau de Alteração de um maciço rochoso (cf. S.I.M.R)

SÍMBOLOS DESIGNAÇÕES DESCRIÇÃO

W1 São Sem quaisquer sinais de alteração.


W1-2 (*)
W2 Pouco alterado Sinais de alteração, apenas nas imediações das descontinuidades.

W3 Medianamente alterado Alteração visível em todo o maciço rochoso, mas não é friável

W4 Muito alterado Alteração visível em todo o maciço e a rocha é parcialmente friável.


W4-5 (*)
Maciço apresenta-se completamente friável, praticamente com
W5 Decomposto
comportamento de solo.
(*) – Classificação simplificada

3. ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO

A área em estudo encontra-se caracterizada geologicamente, à escala 1:250 000, na


folha nº 2531/2532 MAPUTO da Direcção Nacional de Geologia de Moçambique,
emitida a 30 de Novembro de 2006 .

Geomorfologicamente, a região apresenta-se como uma área plana com declives


poucos significativos, enquadrada na margem esquerda do estuário do Espirito Santo,
a escassas centenas de metros da metros do rio com o mesmo nome O declive,
ténue, tem direcção Norte-Sul, em direcção ao leito do rio.

O dispositivo geológico interessado pela campanha de sondagens, é representado do


topo para a base pelas seguintes formações:

• Qdi – Designada por “Dunas Interiores”, é constituída essencialmente por


areias eólicas de tons avermelhados, do Quaternário superior.

• TeVs – Designada como a formação da “Ponta Vermelha”, é constituída


essencialmente por Areias eólicas, siltitos, grés avermelhado, pertencentes ao
Terciário superior.

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Figura 3 - Extracto da folha 2531/2532 à escala 1:250 000 da Carta Geológica de


Moçambique.

No local, com a observação da amostragem recolhida durante a execução das


sondagens mecânicas, foi possível identificar uma sequência estratigráfica marcada
pela forte presença de areias avermelhadas ou acastanhadas no topo, cuja datação
não é de fácil identificação. Pelo estado de compacidade (baixo), pode depreender-se
que as unidades arenosas mais superficiais, possam pertencer á unidade Quaternária
(Qdi).
Subjacente á anterior, encontra-se a formação da Ponta Vermelha, constituída no topo
por areias de fracção mais fina e estado de compacidade mais elevado, e na base
repousam os Grés/Arenitos e Siltitos do Terciário (TeVs).

3.1. Ensaio de penetração dinâmica – SPT

O ensaio de penetração dinâmica SPT consiste na cravação no terreno de um


amostrador normalizado, pelo impacto de uma massa de 63.5Kg que cai de uma altura
de 76 centímetros. Desprezando-se a penetração dos primeiros 15 centímetros, que
tem em conta a possibilidade de remeximento do terreno, procede-se à contagem do
número de golpes - NSPT necessários à penetração de 30 cm desse amostrador. A
nega do ensaio ocorre quando a soma dos golpes necessários à penetração destes

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30 cm é superior a 60. Neste caso, mede-se o comprimento total de cravação do


amostrador.

As amostras, recolhidas com o amostrador de Terzaghi foram, no final,


acondicionadas em embalagens cilíndricas de plástico, devidamente referenciadas.

Na realização dos ensaios foi utilizado um martelo do tipo


“PILCON” (Figura 4), cujo “ratio” de energia ERr, de acordo
com a informação do fabricante, é cerca de 60%. Deste
modo, para efeito de cálculo, podemos considerar:

N60 = NSPT

Figura 4 - Esquema do martelo PILCON

Os ensaios foram realizados de acordo com os procedimentos normativos do


Report of the ISSMFE Technical Committee on Penetration Test of Soils - TC 16.
Junho 1989.

4. MEDIÇÃO DO NÍVEL DA ÁGUA

O nível da água, no interior dos furos de sondagem, foi medido no princípio e no fim de
cada dia de trabalho, com o auxílio de uma sonda piezométrica. Os furos foram
permanecido abertos durante cerca de 12h aguardando a estabilização do nível da
água. Após os referidos registos, vverificou-se que o nível da água não estabilizava,

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em nenhuma das sondagens, coincidindo a variação detectada com a influência das


marés devido à proximidade do nível médio das águas do mar.

O nível freático apresentado no registo de sondagem representa o nível mínimo de


água encontrado nos furos de sondagem aquando da execução do furo, medidas no
inicio e final do dia de trabalho.

5. ZONAMENTO INTERPRETATIVO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO

A análise do dispositivo geológico-geotécnico resultante desta campanha de


prospecção permitiu individualizar 3 horizontes geotécnicos, com base na
caracterização macroscópica da amostragem e nos resultados dos ensaios SPT. Em
seguida, identificam-se para cada um dos horizontes os correspondentes intervalos de
referência dos principais parâmetros mecânicos:

Horizonte Geotécnico G1

Este horizonte corresponde a solos arenosas muito soltos a soltos, com valores de
NSPT inferiores a 10 pancadas. Estima-se que o peso volúmico seja inferior a 18 kN/m3,
o ângulo de resistência ao corte inferior a 32º, o módulo de deformabilidade inferior a
40 MPa e uma tensão admissível inferior a 100 kPa.

Horizonte Geotécnico G2A

O Horizonte G2A corresponde a solos predominantemente argilosos duros, com valores


de NSPT entre 8 e 15 pancadas. Estima-se que o peso volúmico seja de 17 a 18 kN/m3,
a coesão não drenada variável entre 50 e 75 kPa, o módulo de deformabilidade entre
10 e 20 MPa e a tensão admissível enquadrada entre 100kPa e 200kPa.

Horizonte Geotécnico G2B

O Horizonte G2B corresponde a solos arenosos medianamente compactos, com


valores de NSPT entre 10 e 30 pancadas. Estima-se que o peso volúmico seja de 18 a

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19 kN/m3, o ângulo de resistência ao corte de 32º a 35º, o módulo de deformabilidade


entre 40 e 80 MPa e a tensão admissível enquadrada entre 100kPa e 300kPa.

Horizonte Geotécnico G3

O Horizonte G3 corresponde solos arenosos muito compactos e arenitos friáveis a


muito freaveis, com valores de NSPT superiores a 60 pancadas. Estima-se que o peso
volúmico seja de 21 a 22 kN/m3, a coesão efectiva de 10 a 20 kPa, o ângulo de
resistência ao corte de 40º a 42º, o módulo de deformabilidade entre 200MPa e
400MPa e a tensão admissível entre 500kPa e 700kPa.

No Quadro 4 apresentam-se os parâmetros geotécnicos associados a cada um dos


horizontes geotécnicos, nomeadamente o peso volúmico -γ, coesão não drenada –
cu, coesão efectiva – c’, o ângulo de resistência ao corte - φ’, o Módulo de
deformabilidade do maciço – E e tensão admissível.

Quadro 4 - Características das zonas geotécnicas

Zonas Intervalos γ(1) cu (1) c’ φ (1) E (2) Tadm


Formações
Geotécnicas NSPT (KN/m3) (kPa) (º) (MPa) (kPa)
(kPa)

Solos arenosos
G1 soltos
NSPT < 10 < 18 -- -- < 32 < 40 < 100

Solos argilosos
G2A duros
8 <NSPT < 15 17 – 18 50 - 75 -- -- 10 - 20 100 - 200

Solos arenosos
G2B medianamente 10 <NSPT < 30 18 – 19 -- -- 32 - 35 40 - 80 100 - 300
compactos

Solos arenosos
G3 muito NSPT > 60 21 - 22 -- 10 - 20 40 - 42 200 - 300 500 - 700
compactos
1- Valores estimados empiricamente, por correlação, a partir dos ensaios SPT
2- Valores estimados empiricamente, por correlação, a partir dos ensaios SPT, correspondentes a trajectórias de
compressão;

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Refira-se que as tensões admissíveis indicadas neste quadro não são valores fixos
para cada tipo de terreno. Variam, por isso, em função do tipo de estrutura, das
dimensões, da forma e da profundidade das fundações, bem como dos assentamentos
admissíveis (proposta de Bowles, 1988, adaptado de Terzaghi e Peck, 1967,
Meyerhof, 1956, 1974). Em maciços rochosos as tensões admissíveis são obtidas com
recurso ao critério de Hoek&Brown modificado (1992).

Nestas condições, os valores indicados, para as tensões no contacto terreno – sapata,


foram calculados tendo por base assentamentos verticais máximos de 0,025m e
fundações directas, perfeitamente horizontais, com largura B=2,0m, submetidas a
cargas estáticas verticais e fundadas à profundidade D> B.

Em anexo, para interpretação do dispositivo geológico - geotécnico interessado nesta


campanha de prospecção, juntamos os Logs das sondagens mecânicas, o registo
fotográfico da amostragem, a planta de localização da prospecção, bem como os
perfis geológico-geotécnico interpretativos.

Direcção de Fundações e Geotecnia, 30 de Maio de 2014

Fernando Paiva
(Msc em Engenharia Geotécnica)

Nuno Cruz
(Doutor em Engenharia Civil)
(Especialista em Geotecnia, OE)

Jorge Cruz
(Msc em Engenharia Geotécnica)

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