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ALPHA CURSOS

CURSOS PARA A EVOLUÇÃO DO MUNDO


PÓS-GRADUAÇÃO EM MUSICOTERAPIA

RITA DE CÁSSIA COSTA DOS SANTOS

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

VITÓRIA/ES
2019
RITA DE CÁSSIA COSTA DOS SANTOS

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

Trabalho apresentado à disciplina Estágio


Supervisionado do curso de Pós-Graduação
em Musicoterapia, da Alpha Cursos, como
requisito para avaliação.
Orientação: Prof. MT. Alexandre Araújo

VITÓRIA/ES
2019
“Existem momentos na vida onde a questão
de saber se se pode pensar diferentemente
do que se pensa, e perceber diferentemente
do que se vê, é indispensável para continuar
a olhar ou a refletir”.

Michel Foucault
RESUMO

Trata-se de relatório final apresentado à disciplina Estágio Supervisionado,


constituído de experiências vivenciadas na Escola de Música da Universidade
Federal de Minas Gerais, no curso de Musicoterapia, em seus projetos de extensão.
O estágio teve três ambientes de vivências diferenciadas, sendo eles, o projeto de
extensão clínica de Musicoterapia nos Distúrbios do Neurodesenvolvimento dentro
da UFMG, Musicoterapia Hospitalar no projeto de extensão “Olhares Empáticos” no
Hospital João XXIII e Musicoterapia Social e comunitária no projeto de extensão
Musicoterapia na Casa do Ancião da cidade Ozanan bem como a observação das
práticas realizadas durante os atendimentos nos projetos. O estágio foi realizado no
município de Belo Horizonte, Minas Gerais, sob a supervisão dos Musicoterapeutas
responsáveis pelos projetos observados. O estágio constitui-se de observação e
atuação como coterapeutas.

Palavras-chave: Musicoterapia. Estágio supervisionado. Distúrbios do


neurodesenvolvimento.
SUMÁRIO

1 DADOS GERAIS ............................................................................................06

2 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS .................................................................07

3 AS PRÁTICAS ...............................................................................................08
3.1 MUSICOTERAPIA CLÍNICA .....................................................................08
3.2 MUSICOTERAPIA HOSPITALAR ............................................................12
3.3 MUSICOTERAPIA SOCIAL ......................................................................17

4 CONCLUSÃO .................................................................................................25

5 REFERÊNCIAS ..............................................................................................26
1 DADOS GERAIS DOS PROJETOS DE EXTENSÃO EM
MUSICOTERAPIA

Os projetos de Extensão da UFMG do curso de Licenciatura em


Musicoterapia caminham por várias áreas de atuação, oferecendo estágio
supervisionado a estudantes desde o primeiro semestre de estudos.
Durante o período de estágio pude visitar três, dos muitos espaços de
atuação com três diferentes abordagens Musicoterapêuticas.
Participei de algumas sessões de Musicoterapia na Clínica da UFMG, sob a
coordenação do MT Renato Sampaio, do projeto de Musicoterapia Hospitalar sob a
coordenação da MT Marina Freire e do projeto de Musicoterapia Social em um asilo
sob a coordenação do MT Frederico Pedrosa, todos com diferentes abordagens
metodológicas.
Além desses projetos existem outros que funcionam no Centro de
Musicalização Infantil da UFMG, na AMR que se trata uma clínica multidisciplinar
especializada em distúrbios neurológicos e na ABET Associação Brasileira de
Esclerose Tuberosa.
Os atendimentos nesses espaços são realizados por estudantes de
Licenciatura em Musicoterapia na UFMG, sob a coordenação de Musicoterapeutas
professores do curso. As supervisões são realizadas toda semana logo após os
atendimentos, e na oportunidade os estudantes tiram suas dúvidas e recebem
orientações dos coordenadores para a atuação nas próximas sessões.
Os beneficiários são pessoas da comunidade que se inscrevem de forma
gratuita, passam por uma triagem e aguarda a vaga. No asilo é diferente, os idosos
são convidados pela equipe para participar da sessão que acontece uma vez por
semana na própria instituição e no hospital os pacientes são indicados pela
psicóloga do setor.
Pátio da UFMG – Setor de Música
Fonte: Acervo da autora.

2 ASPECTOS ORGANIZACIONAIS

Os atendimentos são realizados em locais dentro da Universidade e fora dela


em forma de parceria. O tempo de atendimento varia, sendo 50 minutos para o
atendimento clínico individual e para o atendimento social em grupo, e no
hospital varia entre 15 a 20 minutos por paciente, dependendo das condições
que ele se encontra no momento.
Nos atendimentos individuais, os estagiários recebem a ficha do paciente,
analisam o diagnóstico ou Hipótese Diagnóstica e tem três sessões para
conhecimento e adaptação, após esse período traçam os objetivos e as técnicas
a serem abordadas com cada um. Nos atendimentos hospitalares e sociais
(grupos), diferente da clínica, os atendimentos são duplas de estagiários, que
aplicam a “musicoterapia breve”, com início, meio e fim, porque não se sabe se
aquele paciente ainda estará disponível na próxima sessão.
Todos os atendimentos são realizados e registrados em planilhas específicas
que cada coordenador disponibiliza. No caso da musicoterapia clínica o professor
MT solicita o preenchimento do ENTAP-Protocolo de Musicoterapia.

3 AS PRÁTICAS
Passei por experiências diversas com diagnósticos diversos, mas, para esse
relatório irei relatar uma experiência que exemplifique cada um dos três grandes
campos de atuação que visitei e participei.

3.1 MUSICOTERAPIA CLÍNICA

Atendimentos observados e atuantes como coterapeutas


Fonte: Acervo da autora

A SESSÃO:
A sessão que irei relatar aconteceu dentro da Clínica da UFMG que atende o
projeto Distúrbios do Neurodesenvolvimento. O atendimento foi realizado por
dois estagiários do último período de Musicoterapia, supervisionados pelo
professor MT Renato Sampaio.
O PACIENTE:
Trata-se de uma paciente do sexo feminino, com 6 anos de idade com
diagnóstico de PC, onde, segundo o Professor MT Renato Sampaio
antecipadamente nos relatou que a criança apresenta um significativo
comprometimento motor, mas apresenta uma boa resposta cognitiva.

DESENVOLVIMENTO:
A sessão iniciou com a recepção da garotinha Paula que no primeiro
momento se intimidou pela nossa presença no setting e também pelo agravante
de estar sozinha, porque essa sessão é realizada com uma prima que também
tem o mesmo diagnóstico, mas que faltou à sessão nesse dia.
Os MT´s iniciaram com uma viagem lúdica, com história para logo mais
chegar à música de boas-vindas que citava o nome dos presentes na sala. Uma
canção de boas-vindas que envolvia uma improvisação com os nomes e
alterações de ritmo.
Após esse momento, os MT deram a liberdade para que a menina escolhesse
um instrumento, foi quando ela escolheu o Xilofone, eles logo iniciaram uma
canção utilizando um recurso didático próprio de improvisação com a chamada
“palavra do dia”, que nesse dia era a palavra “Vitória”, baseado na localidade de
onde viemos.
Com esse recurso didático, acompanhado do recurso musical, nossa
ferramenta terapêutica, os MT buscaram trabalhar com a Paula, o estímulo
vocábulo, a memória, a resposta ao estímulo, utilizando de elementos musicais
como timbres, volume, sempre seguidos de muita improvisação.
Durante a sessão usaram a música “cinco patinhos” da Xuxa, que combinava
movimentos com memória e contagem, no mesmo modo que também foi
trabalhada a música “boneca de lata” que além dos objetivos da música anterior
trabalha também as partes do corpo.
Um ponto que ficou marcado foi o uso da marcha para estimular a Paula a
andar no ritmo da música e desenvolver a parte motora inferior. Nesse momento
ela também apresenta respostas prontas e rápidas quando durante a música há
momentos de pausa para que ela faça o complemento da frase.
A menina trouxe com ela uma disposição musical e muita criatividade que não
é em nenhum momento desperdiçada pelos MT´s que logo já improvisam algo
musical quando ela pede o teclado para tocar, um dos MT´s logo começa a se
apropriar de uma canção que ela trouxe e cria um ritmo musical no violão a fim
de incentivar a Paula a imitar o ritmo e segui-lo, o que acontece rapidamente, e o
outro MT já busca um instrumento de ritmo, nesse caso foi o KAJON, para
enriquecer a criação.
Usaram na última proposta, a música “o sapo não lava o pé” para que a Paula
completasse as frases musicais.
Após esse momento os MT´s já começam a preparar a menina para o
momento de despedida, com uma música que na letra já dá um até breve
enfatizando a próxima sessão que acontecerá na próxima semana.

Atendimento da Paula, 6 anos de idade, diagnóstico de PC


Fonte: Arquivo da autora

AS TECNICAS UTILIZADAS
Segundo BRUSCIA (1999), uma técnica se define como uma operação ou
interação iniciada pelo terapeuta para facilitar uma reação imediata por parte do
paciente, e nessa sessão observei que foram utilizadas muitas dessas técnicas
de improvisação.
Durante as boas vindas eles utilizaram técnicas de EMPATIA com o intuito de
regular/ajustar.
Logo em seguida, eles usaram a técnica de INTIMIDADE, onde ofereceram
um instrumento e desenvolveram uma música baseada na resposta ao primeiro
estímulo. Nesse caso as técnicas de dar e união foram um sucesso.
Durante um momento da sessão eles aplicaram técnicas planejadas, ou seja,
músicas já programadas para trabalhar alguns pontos, como por exemplo, o
estímulo cognitivo da fala, memória acumulativa e o estímulo motor.
Ao final, usam novamente a técnica de EMPATIA com a ideia de incorporar,
seguidas das técnicas de PROCEDIMENTO para então permitir/capacitar o
paciente e faze-lo experimentar novos ritmos, novas ideias.

OS RESULTADOS RELATADOS:
A paciente já está em tratamento musicoterapêutico a um ano e meio, e
quando chegou na clínica ela não andava e pouco se relacionava com o meio, e
depois desse tempo já apresenta um resultado muito gratificante. Hoje ela já
anda, com ajuda, e se mantem em pé por algum tempo e já responde mais
rapidamente a comandos diversos.

SUPERVISÃO:
A supervisão aconteceu no fim da manhã do nosso primeiro dia de nossa
visita na clínica da UFMG. O professor MT coordenador do projeto nos orientou
no preenchimento do ENTAP e ouviu os estagiários com as dúvidas em seus
casos de atendimento.
Entramos como ouvintes e nos tornamos participantes pela liberdade que o
professor nos deu em opinar sobre a sessão assistida e tirar dúvidas.
O professor, assim como os outros professores coordenadores dos projetos
de extensão, supervisiona toda semana os estagiários e buscam dentro das
técnicas, cada um na defesa do seu segmento, sugestões para melhor alcançar
os resultados com os pacientes.
3.2 MUSICOTERAPIA HOSPITALAR

Equipe de Musicoterapeutas que atendem no Hospital João XXIII


Fonte: Arquivo da autora

A SESSÃO:
A sessão que irei relatar, aconteceu dentro do Hospital João XXIII, localizado
no centro de BH, que recebe o projeto “Olhares Empáticos”, com atendimento
musicoterapeutico para pacientes indicados pela Psicóloga da ala de tratamento
semi intensivo. A nossa entrada foi concedida perante documentos enviados
antecipadamente e seguido da liberação veio à exigência do jaleco para atuar
nesse setor. Os atendimentos são realizados por três duplas de estagiários de
Musicoterapia, supervisionados pela professora MT Marina Freire, que atuam em
sessões simultâneas em três quartos diferentes. Cada dupla atende três
pacientes.
No dia da nossa visita fizemos o atendimento em grupo de três estagiários,
onde um assumia o papel de terapeuta e músico principal, enquanto os outros
atuam como coterapeutas, cantando, auxiliando em instrumentos
complementares e interagindo com familiares caso estejam acompanhando.
Equipamento obrigatório para o atendimento hospitalar
Fonte: Arquivo da autora

Passando o repertório para os atendimentos, últimos preparativos


Fonte: Arquivo da autora
O PACIENTE E O OBJETIVO A SER ALCANÇADO:
Vou descrever um dos três casos que acompanhei como coterapeuta. Trata-
se de um paciente do sexo masculino, 26 anos de idade, internação recorrente
de um trauma causado por acidente automobilístico.
O paciente em questão estava no quarto de isolamento, aguardando ser
encaminhado para casa. Ele estava acompanhado do pai que estava
aprendendo a conviver com a atual condição do filho que se encontra
paraplégico, para que consiga cuidar dele em casa.
Segundo as musicoterapeutas do meu grupo, o paciente que estava com
traqueo na garganta, esboçou desejo de cantar na sessão anterior, e no dia do
nosso atendimento elas levaram uma música que ele pediu na sessão anterior,
pois era a que ele mais gostava, e elas pediram para a fonoaudióloga um auxílio
para a retirada provisória do aparelho para que ele conseguisse cantar.
O paciente apresenta um significativo comprometimento motor por conta do
trauma, mas apresenta perfeita lucidez.
Ele já estava recebendo a sessão musicoterapêutica pela segunda vez, e o
grande objetivo a ser alcançado com ele, é a aceitação da sua condição de
paraplégico.

DESENVOLVIMENTO:
A sessão inicia com a nossa entrada no quarto, aproximando do paciente que
estava acordado, então pedimos permissão para iniciar a nossa sessão.
Com o consentimento do paciente que estava lúcido, iniciamos a sessão com
uma música de boa tarde, como técnica de aproximação do paciente que
respondia aos comandos que a música propunha.
Logo após a canção, iniciou-se um bate-papo com o paciente a fim de saber a
sua condição no momento, entender um pouco a sua dor, angústia e a
expectativa de ir para casa. Tudo isso para dar início a música que o paciente
havia pedido na sessão anterior.
Tocando a música o paciente reagiu de forma surpreendente, mesmo com
muita dor ele cantou toda a música com expressão labial e as vezes o pai
tampava o local onde havia tirado a tráqueo para que saísse som.
O pai acompanhou a canção tocando um instrumento auxiliar, enquanto
cantávamos com o paciente.
O programado eram duas músicas, mas como o paciente estava em uma
transição para receber alta, e apresentou um quadro de dor, a terapeuta principal
achou melhor deixar a segunda canção para outra oportunidade e iniciou uma
improvisação falando sobre as dores que ele apresentou até chegar na sua
condição como paraplégico.
O paciente começou a falar o que sentia e as suas expectativas, enquanto a
MT improvisava uma canção com o que ele descrevia.
Ao final da improvisação, cantamos a música de despedida, e deixamos o
paciente mais tranquilo. Ele agradeceu e pediu para que voltássemos mais
vezes.
Observação: Durante a sessão no Hospital não podemos fotografar.

OS RESULTADOS RELATADOS:
A musicoterapia Hospitalar é uma Musicoterapia Breve, com início, meio e
fim, pois é pequena a expectativa de encontrar o paciente ainda naquela ala de
internação e até mesmo com vida. Depois da segunda sessão ele já compreende
que essa é a sua condição e está procurando entender sua vida de agora em
diante através das músicas cantadas.

AS TECNICAS UTILIZADAS
As técnicas foram as mais variadas, levando em consideração que a sessão é
breve e planejada antecipadamente, sempre baseada na solicitação do paciente
ou da família já incorporando a técnica REFERENCIAL, de recordação.
Esses fatores não impede que, dependendo da resposta do paciente ou
dependendo da condição dele nesse dia, haja momentos de improviso, como
houve nessa sessão que acompanhei.
Durante a sessão, a MT usou uma técnica de improviso que o BRUSCIA
(1999) chama de EMPATIA procurando refletir, ajustando-se ao estado do
paciente.
Enquanto ia construindo o improviso, a MT usou a técnica de
ESTRUTURAÇÃO e EXPLORAÇÃO EMOCIONAL fazendo um fundo rítmico e
um HOLDING enquanto o paciente ia falando palavras para o improviso e
cantando baseado no fundo rítmico. Com as técnicas de FACILITAÇÃO ela ia
criando espaços e interpondo durante a improvisação.
Ao final ela usou técnica de PROCEDIMENTO perguntando ao paciente se
ele gostou, e pedindo para ele que falasse um pouco sobre a improvisação e sua
situação de vida e sem seguida voltou a EXPLORAÇÃO EMOCIONAL fazendo
uma ancora onde o paciente associa uma experiência significativa na terapia
facilitando a exteriorização ou consolidação da condição.

SUPERVISÃO:
A supervisão com a professora coordenadora do projeto aconteceu no mesmo
dia à noite, participamos juntas com as outras colegas e relatamos nossos
medos, dificuldades, aprendizados e tiramos muitas dúvidas.
A supervisão foi como uma sessão de musicoterapia, onde a MT fez um
acolhimento com uma música de boas-vindas, improvisando com nossos nomes
para que todas do grupo nos conhecessem. Durante a sessão, foram as dúvidas
que tiramos, e finalizamos com um momento de relaxamento e olhares
empáticos, para que possamos ter a consciência de se colocar no lugar do outro
e entender as suas dores e angústias durante as sessões.

Supervisão da Musicoterapia Hospitalar


Fonte: Arquivo da autora
3.3 MUSICOTERAPIA SOCIAL

Uma alegria sem palavras


Fonte: Arquivo da autora

A SESSÃO:
A vivência em musicoterapia social aconteceu dentro do Asilo “Casa do
Ancião Cidade Ozanan”, localizado em um bairro de BH. Os atendimentos
musicoterapeuticos acontecem no auditório da instituição. Os atendimentos são
realizados por vários estagiários de Musicoterapia, supervisionados pelo
professor MT Frederico Pedrosa, que atuam em grupo. Em cada sessão, umas
duplas de estagiários preparam a sessão antecipadamente, seguindo uma
planilha de objetivos (anexo) e assumem o papel de terapeutas, enquanto os
outros, inclusive o professor, atuam como çoterapeutas, cantando, tocando e
auxiliando os idosos.

OS PACIENTES E OS OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS:


Os pacientes são os idosos que residem no asilo. Eles são convidados pelos
musicoterapeutas a participar da sessão. Só vai quem quer.
Os idosos têm variações de condições, comportamentos e dificuldades. Uns
mais autônomos e outros que necessitam de auxílio para tudo.
Os objetivos são socialização, comunicação, autoestima, cognição,
mobilidade, aceitação da condição, e outros.

A PREPARAÇÃO DO GRUPO:
O grupo se encontra no auditório uma hora antes da sessão para que os
estagiários terapeutas do dia possam passar o planejamento da sessão e ensaiar
as músicas.
O professor MT acompanha os estagiários, e faz os últimos ajustes e orienta
possíveis falhas no planejamento.
Antes da sessão o professor promove um aquecimento do grupo de
estagiários que irá atuar, faz um momento de respiração e relaxamento para
encarar o desafio de uma sessão em grupo.

Passando o repertório antes da sessão


Fonte: Arquivo da autora

DESENVOLVIMENTO:
A divisão da sessão acontece da seguinte forma:
1º - Abertura
2º - Aquecimento
3º - Desenvolvimento (no máximo 5 atividades)
4º - Fechamento
1º - Abertura
A sessão inicia com um cortejo por todo o asilo. Os estagiários se dividem em
dois grupos e começam a tocar pelos corredores, entram nos quartos e convidam
todos para a sessão. A música cantada já é um convite aos idosos, mas a
aproximação do terapeuta os tira da zona de conforto e eles se motivam a nos
acompanhar.
No grupo que forma o cortejo, uns cantam, outros tocam e outros
encaminham os idosos para a sessão, pois muitos deles se locomovem na
cadeira de rodas, outros com andador e precisam de apoio.
Enquanto isso, no salão um pianista toca a música de acolhimento, e os
terapeutas do dia acolhem os idosos bem de perto, com a técnica musical da
audição, com contato visual profundo, segurando na mão, abaixando-se para
ficar da altura deles sentados e perguntam seu nome e já incluem esse idoso na
música e vão acomodando todos dessa maneira.
Ao fim, quando o cortejo já retornou ao salão, e já estão acomodados todos
os que quiseram participar, os terapeutas iniciam o trabalho em grupo.

Professor MT Frederico e colegas de estágio


Fonte: Arquivo da autora
Cortejo para convidar os idosos para participar da sessão
Fonte: Arquivo da autora
2º - Aquecimento
No aquecimento trabalharam uma música que estimula o movimento corporal,
com técnicas de recriação e improvisação, cantamos a música “Carimbó”. Os
idosos seguiram comandos para movimentar as partes do corpo conforme a
música pede, auxiliados por nós, coterapeutas.

3º - Desenvolvimento
No desenvolvimento foram realizadas cinco atividades envolvendo técnicas
de recriação, improvisação e audição.
Os idosos cantaram canções do tempo de sua juventude, tocaram
instrumentos de percussão, cantarolaram ao som de melodias instrumentais
estimulando a memória musical, e completaram canções com objetos e
acontecimentos do cotidiano do asilo.

4º - Fechamento
Ao som suave dos músicos, os idosos foram relaxando e nós fomos
recolhendo os instrumentos deles.
Por fim, tocamos e cantamos a música de despedida, enfatizando o fim dessa
sessão e lembrando da próxima na outra semana.
Todos foram acompanhados aos seus aposentos e a música só parou quando
todos os idosos haviam saído.
Início da Sessão
Fonte: Arquivo da autora

Atuação dos Estagiários interagindo com os idosos utilizando


do elemento musical “intensidade”
Fonte: Arquivo da autora
Os idosos escolhem instrumentos para acompanhar as músicas
Fonte: Arquivo da autora

Os outros estagiários atuam como coterapeutas auxiliando os idosos


Fonte: Arquivo da autora
Finalizando a sessão
Fonte: Arquivo da autora

OS RESULTADOS ESPERADOS:
A musicoterapia Social também é uma Musicoterapia Breve, com início, meio
e fim, pois são trabalhados os objetivos comuns ao grupo que está presente, que
varia toda sessão.
Durante a sessão são trabalhadas várias atividades e esperam-se vários
resultados, como por exemplo:
 Aumentar a autoestima;
 Provocar a comunicação;
 Estimular a memória;
 Reforçar a sua identidade;
 Valorizar a criatividade;
 Estimular os membros e aumentar a consciência corporal;
 Trabalhar a memória declarativa;
 Estimular a participação ativa e a integração no grupo;
 Trabalhar a atenção;
 Explorar a capacidade de escuta rítmica;
 Trabalhar a vocalização;
 Evocar as lembranças do passado;
 Acalmar.
AS TECNICAS UTILIZADAS
Os MTS´s utilizaram técnicas de experiências musicais com focos
dimensionais para alcançar os objetivos.
Ex.: no desenvolvimento fizeram a paródia “O que tem aqui no OZANAN”, a
atividade era de complemento da frase com coisas que tem no asilo. A
experiência musical era de re-criação e improvisação, o objetivo a ser
trabalhado com essa experiência era a memória declarativa, com o foco
dimensional de cognição.
Isso aconteceu durante toda a sessão, e foram aplicadas também outras
técnicas como a audição e com focos dimensionais variados, como o social, a
comunicação, o humor e a mobilidade. Como essa sessão foi planejada nos
mínimos detalhes, cada técnica foi bem elaborada para alcançar os objetivos.

SUPERVISÃO:
A supervisão aconteceu já ao término da sessão. O professor promove uma
roda de conversas e destaca alguns pontos a serem comentados, acertados e
elogiados.
O grupo, inclusive nós visitantes, teve liberdade para se manifestar e
perguntar, tirar as dúvidas dessa e da programação da próxima sessão.
O professor MT faz os apontamentos que precisam ser melhorados,
direcionando dentro da teoria estudada quais as técnicas que podem melhor
funcionar naquele momento.

Aula sobre Musicoterapia Social com o Prof. MT Frederico Pedrosa


Fonte: Arquivo da autora
4 CONCLUSÃO

O estágio em Musicoterapia foi uma experiência maravilhosa e única. Como


pessoa, saí de lá com muita vontade de aprender mais no que diz respeito ao ser
humano e suas limitações.
Para minha formação, não tenho receio em dizer que foi essencial,
salientando que o estágio é imprescindível e sem ele não temos condições de
vivenciar o real, de ver a teoria sendo colocada em prática.
Durante a vivência eu pude observar de fora o que podemos fazer no
processo de intervenção com o paciente e também algumas coisas que não
devemos fazer.
O aprendizado foi surpreendente, pois deixei lá muitos medos e trouxe como
resultado não só anotações em uma agenda, mas um coração cheio de amor pela
minha escolhida nova profissão e uma grande vontade de estar logo atuando para
pôr em prática todo esse aprendizado.
O estágio foi, sem sombra de dúvidas, uma base importantíssima para minha
formação e futura atuação como musicoterapeuta.
5 REFERÊNCIAS

BRUSCIA, K. E. (1999). MODELOS DE IMPROVISACIÓN EM MUSICOTERAPIA. AGRUPARTE.

BRUSCIA, K. E. (1999). Sesenta y cuatro técnicas clínicas in ___________. Em K. E. BRUSCIA,


MODELOS DE IMPROVISACIÓN EM MUSICOTERAPIA (pp. 385-411). Agruparte.

BRUSCIA, K. E. (2016). DEFININDO MUSICOTERAPIA. DALLAS TX: BARCELONA PUBLISHERS.

Cunha, R. (2016). Uma perspectiva da atividade musical em grupo: musicoterapia social e


comunitária. Em R. Cunha, Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas, 11(2) (pp.
237-249). Bogotá, D.C. Colombia.

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