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O livro foi dividido em três partes em diálogo com questões apontadas por Taine 1: A
Terra, O Homem e A Luta. Os trechos selecionados para a leitura e análise se abarcam somente
as partes de O Homem e A Luta.
Orientado pelas teorias raciais do período, Euclides analisa a guerra como fruto do
conflito entre os povos do sertão e os do litoral, a grosso modo, expressa sua crença na ideia
da inferioridade dos não-brancos e que a história será guiada pelo conflito racial, onde
aconteceria um esmagamento dos fracos pelos fortes.
O autor glorifica o sertanejo, mas para compor racialmente essa figura ele exclui o
elemento africano, tendo em vista que considera o mestiço do sertão “superior” em relação ao
“mulato” do litoral, Euclides enxerga uma “distinção perfeita entre os cruzamentos realizados
no sertão e no litoral” (Cunha, 1905, p. 92), essa passagem é interessante uma vez que para
Em suma, uma passagem que sempre chamou minha atenção é quando Eculides escreve
que o “O sertanejo é antes de tudo um forte”, expressão usada posteriormente em uma série de
práticas discursivas. Euclides exalta o homem sertanejo ao mesmo tempo que o reduz quase a
uma “animalidade”.
Não apenas essa famosa expressão, mas a obra como um todo influenciou na construção
da imagem do sertanejo, e posteriormente do nordestino, cristalizou no imaginário nacional
que o sertanejo é forte, é valente, a natureza reflete-se no homem, uma natureza bruta assim
como o seu habitante. A partir disso é possível pensar uma série de questões como a
masculinidade do homem nordestino onde historicamente essas representações perpassaram
alguns estereótipos ligados à violência e virilidade tendo como expoente a figura do cabra
macho e o ser feminino associados a seriedade e valentia representada na mulher macho.