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Folha 5 - Caso 15

Contrato promessa de compra e venda: comprometem-se a proferir declaração negocial tendente a celebração do
contrato definitivo.

a) Obrigação de B – compra da máquina de cortar relva


 1000€ - Antecipação do cumprimento (440º). Presume-se que é sinal por força do 441º, por ser um contrato
promessa de compra e venda bilateral. Embora o enunciado nada nos diga a esse respeito (só refere que B
se comprometia a adquirir a máquina), presume-se que é bilateral.
 Se fosse um contrato-promessa unilateral, os 1000€ seriam pura antecipação do cumprimento. 
art.441º pressupõe dois promitentes (bilateral).

b) Obrigação de B– entregar, na casa de A, o conteúdo de um contentor


 Chegada do barco deveria ter ocorrido a 15 de fevereiro, ou seja, B deveria cumprir o contrato logo no dia 16
(no limite). Foi cumprida essa data? Não. Porquê? Razões não imputáveis a qualquer das partes 
Impossibilidade de cumprimento. (avaria das máquinas)
 Obrigação deveria ter sido cumprida “imediatamente após o desalfandegamento”  Não há data certa
(prazo incerto, a contrario, 805, a)). Mas a partir do momento em que há informação do credor (A) em como
já foi feito o desalfandegamento (21 de fevereiro – interpelação), então a obrigação deveria ter sido
imediatamente cumprida. Não o sendo, há não cumprimento do devedor. É-lhe imputável?
Alega que não podia cumprir devido a uma avaria do camião. Mas não lhe era impossível, de todo
em todo, cumprir (impossibilidade subjetiva, art.791º): Podia substituir-se por outro transportador ou
arranjar outro camião (despesas que teria são irrelevantes). Não havendo impossibilidade, há mora do
devedor, a partir do momento em que é interpelado, isto
é, após dia 21 de Fevereiro (805º/1).
 A coisa destrói-se na pendência da mora do devedor  807º/1, o risco corre por conta do devedor em
mora): Responde pelo risco da destruição da coisa, bem como pelo atraso decorrente da mora.
 B ainda invoca a relevância negativa da causa virtual (807º/2): mesmo que tivesse o camião em condições e
retirasse o conteúdo do contentor do barco em tempo, as coisas destruir-se-iam na mesma pois o armazém
de A foi destruído. MAS COMO ESTAVA ACORDADO QUE AS COISAS SERIAM ENTREGUES NA CASA DO
CREDOR – A- (885º) E NÃO NO SEU ARMAZÉM, ESTE ARGUMENTO É INVÁLIDO! Não procede a relevância
negativa da causa virtual e B responde, nos termos do 807º/1.

c) Obrigação de A – entregar a C, sócio de B, a próxima colheita de laranjas do seu quintal


 C– terceiro beneficiário. Aplica-se o regime do contrato a favor de terceiro.
 C – terceiro beneficiário; A – promitente; B – promissário. Tanto B como C podem exigir o cumprimento da
obrigação perante A (444º/2).
 Todavia A, se a contraprestação não é cumprida, também não é obrigado a cumprir a que deve.

 A fez a promessa tendo como pressuposto a contraprestação, que iria receber de B. Se essa não foi
realizada, esse argumento vai ser utilizado como meio de defesa perante o terceiro beneficiário, de
modo a não cumprir a prestação que deve (Art.795º/1).

2. Contrato promessa de compra e venda de uma máquina; antecipação de cumprimento de 1000€.

 Em Junho (mês em que o contrato definitivo deveria ter sido celebrado, conforme convencionado no
contrato-promessa), A não se encontra disponível para cumprir a obrigação a que estava adstrito.
 Ser-lhe-á o não cumprimento imputável? Regra geral, o não cumprimento é imputável ao
devedor, se ele se mantiver em silêncio à data em que devia ter cumprido a obrigação
(Junho). Não se verifica uma situação de impossibilidade não imputável a ambas as partes.
Ele não estava em condições de cumprir – é pressuposto que o devedor deve colocar-se em
condições de cumprir – se nada se diz quanto ao motivo, pressupõe-se que este é imputável
ao devedor e ele incorre em mora  Mora do devedor, a partir do vencimento do prazo
para o cumprimento da obrigação (art.805º/2/a).

 Quando ativamos o regime do sinal?

 Para que se peça o sinal em dobro (442º) é preciso:


1. Antecipação do cumprimento – 440º;
2. Qualificação dessa antecipação como sinal  Nos termos do art. 440º, é apenas isso mesmo; se for
promessa de compra e venda bilateral (se vincular comprador e vendedor), presume-se a natureza de
sinal (441º);
3. Para que se peça o sinal em dobro, tem de haver incumprimento definitivo (conclusão por uma causa
que nos leve a um juízo de definitividade de incumprimento - art.808º ou as restantes causas que este
não menciona); não basta um simples atraso no cumprimento para ativarmos o regime do sinal.

 Haverá perda objetiva de interesse no cumprimento da prestação, por parte de B? (808º)


 1 - Critério subjetivo - É preciso que aquele credor em concreto já não tenha interesse na
prestação (há casos em que objetivamente há perda de interesse – qualquer pessoa normal
o teria perdido – mas aquele credor em especial não). Para não haver fundamento para o
ID, a prestação tem de continuar a ser idónea e adequada;
 2 - Critério objetivo – não basta que aquele credor em concreto perca o interesse; esta
perda tem de ser avaliada razoavelmente, por um juízo de normalidade, da generalidade
dos credores naquela circunstância, abstraindo-nos do caso concreto  homem médio,
bom pai de família (critério de generalização).
 3 - A perda de interesse tem de ser consequência da mora, não pode passar-se logo para o
ID. Art.808º: «se o credor, em consequência da mora, perder objetivamente o interesse no
cumprimento da prestação»  Nexo de causalidade
 Se faltar algum destes três critérios, não temos uma perda objetiva de interesse  O credor não
pode pedir o sinal em dobro e a única coisa que pode fazer é continuar a insistir no
cumprimento da obrigação.
 Neste caso, considera-se que não há perda objetiva de interesse: é necessário mais do que o
aparecimento de um novo modelo; é preciso provar que entre um e outro há uma diferença tão
substancial que o modelo anterior ponha em causa a finalidade que B tinha em vista com a
pretensão de aquisição da máquina. O risco de aparecimento de um objeto mais moderno corre
por conta de quem está obrigado a comprar: mesmo que A já tivesse entregado a máquina, B
continuaria insatisfeito com esta se depois aparecesse um modelo melhor. A perda de interesse
não é consequência do atraso de A.

Caso nº16
1ª Hipótese
 Momento do cumprimento: no dia em que A regressar do Brasil, nas férias seguintes (horizonte
temporal expectável). Se nesse dia ele não entregar a jiboia, entra em mora.  Prazo
determinável, não determinado.
 B cumpre a prestação a que estava adstrito – consertar a parede da casa de A;
 E a contraprestação, é cumprida na data devida? Não – não cumprimento. Porquê? Por motivo
inimputável a ambas as partes – impossibilidade superveniente de cumprimento  A não tem
culpa que um passageiro envenene a jiboia.
 À impossibilidade em geral aplica-se o regime dos artigos 790º e ss. Todavia, aplica-se o regime
do art.796º/1 aos contratos que transfiram um direito real sobre a coisa, que a obrigação em
causa seja a entrega da coisa e que suceda o perecimento ou deterioração da coisa. Aplicando-
se este regime, o risco correria por conta do adquirente, pelo que A não deveria ser
responsabilizado pela impossibilidade de cumprimento.
 Todavia, temos de ter em atenção o regime do 796º/2, que refere casos em que é constituído
um termo a favor do alienante, visto que só teria de cumprir a obrigação a que estava adstrito
nas “férias seguintes”. Nestes casos, enquanto não for vencido o termo ou entregue a coisa, o
risco não se transfere para o adquirente. Deste modo, aplica-se o regime geral da
impossibilidade e ninguém se responsabiliza pela impossibilidade:
 795º/1 – Trata-se de um contrato sinalagmático. Logo o credor fica desobrigado da
contraprestação; se já a prestou (já construiu o muro) pode exigir a sua restituição
(monetária, neste caso).

Sub hipótese: se o devedor receber uma indemnização do passageiro que envenena a jiboia, deve restituir o valor da
indemnização ao credor, se este o exigir. Isto porque a indemnização substitui, na esfera do devedor, a prestação
que ele deveria ter prestado ao credor e que, por motivos externos a ambos, se tornou impossível (art.794º,
commudum de representação).

2ª Hipótese

 Obrigação em causa – entrega da jiboia, quando regressasse de férias.


 Não cumprimento  Porquê?  Impossibilidade imputável ao devedor.
 Não há mora, passamos para o incumprimento definitivo porque a prestação é impassível de ser
cumprida  Art. 801º/1
 Que pode exigir o credor?
 Resolução do contrato + restituição do que já prestou (em dinheiro) + indemnização
(ICN ou ICP);
 Quer manter o que já prestou (o muro) – ICP (grande indemnização): está no pior dos
mundos: fica sem a prestação que lhe era devia e sem a que devia. Portanto, deve ser
duplamente compensado: por não ter recebido a jiboia + por já ter reparado o muro.

3ª Hipótese

Maior onerosidade da prestação é um risco que corre por conta do alienante. Não dita, de todo, a impossibilidade. A
maior onerosidade é protegida pelo ordenamento jurídico, mas não o exonerando da obrigação. Para estes casos,
existe o regime da alteração das circunstâncias (437º) e não a exclusão da responsabilidade por impossibilidade, nos
termos do 790º e ss.

É sempre preciso confrontar a alteração de circunstâncias com o erro sobre a base do negócio – circunstâncias com
que não contaram no momento da celebração vs. Alteração superveniente das circunstâncias.
Obrigação em causa é a entrega da jiboia –> não ocorre  Não cumprimento.  porquê? Motivo imputável ao
devedor (A)  Não chega a ser constituído em mora porque, ao abandonar a cobra no aeroporto, saltamos logo
para uma situação de ID.

À partida, aplicar-se-ia o regime do 801º; sendo A responsável como se faltasse culposamente ao cumprimento da
obrigação, deve responder pelo incumprimento. Quanto ao B, deverá ser indemnizado e poderá resolver o contrato,
nos termos do art.801º/2. Sendo um contrato bilateral, também deverá ser-lhe restituído o valor equivalente ao
muro.

Todavia, visto que se alteraram as circunstancias e o cumprimento da obrigação acarretaria custos muito mais
elevados do que os inicialmente previstos, A poderia invocar o regime da alteração de circunstancias e modificar ou
resolver o contrato de acordo com a equidade, nos termos do 437º.

4ª Hipótese

 A obrigação em causa é a de entrega da jiboia. Não ocorre na data agendada  Não


cumprimento. Porquê? Motivos externos a ambas as partes.
 É esta impossibilidade definitiva ou temporária? É temporária, visto que a obrigação poderá ser
cumprida dali a 15 dias.
 Art. 792º – Impossibilidade temporária: nos termos do nº 2, a impossibilidade só é temporária
se, à data em que puder se ser cumprida a prestação e, atenta a finalidade da obrigação, o
credor mantiver o seu interesse: se o objetivo era assustar os amigos do filho do vizinho C, dali a
15 dias também cumpriria esse efeito.
 Aplicando-se o regime do art.792º, durante aqueles 15 dias o devedor não responde pelo atraso.

5ª Hipótese

Obrigação em causa: entrega da jiboia. Não se cumpre na data combinada  Não cumprimento. Porquê? Motivo
imputável ao devedor.

 Aplica-se o regime do 801º.

Caso nº17
1ª Hipótese

 A obrigação em causa é a entrega da mercadoria. Ocorre? Não – não cumprimento. Porquê? Por
motivo inimputável a ambas as partes.
 Trata-se de uma situação de impossibilidade: aplica-se o regime geral (790º e ss) ou o regime
especial do risco? (796º)
 Contrato que pressupõe a tradição da coisa
 A obrigação é a entrega da coisa
 Ocorre a deterioração da coisa.
 Cumpridos estes pressupostos, aplica-se o 796º: mas o 796º/2, visto que foi constituído um
termo em favor do alienante (devedor): assim sendo, o risco só se transfere para o adquirente
com a entrega da coisa ou com o vencimento do prazo. Como tal ainda não ocorreu, o
adquirente não suporta o risco.
 Sendo a impossibilidade inimputável a ambas as partes e tendo sido constituído um termo em
favor de A, aplica-se o regime geral da impossibilidade nos contratos sinalagmáticos: art.795º/1.
 O credor, B, fica desobrigado da contraprestação e se já o tiver prestado, tem direito à
restituição. Mas não tem direito de exigir a A a reparação dos prejuízos causados porque
a impossibilidade não é imputável ao devedor.

2ª Hipótese

A obrigação de entrega da mercadoria não é cumprida – não cumprimento. Porquê? Motivo imputável ao credor 
Impossibilidade imputável ao credor. Logo, o devedor não é responsabilizado, nos termos do art. 790º/1, sendo
extinta a obrigação;

Tratando-se de um contrato sinalagmático, aplica-se o art. 795º/2 e o credor ao qual é imputável a impossibilidade
de cumprimento não fica desobrigado da contraprestação – não tem direito à restituição do pagamento.

Caso nº18
Contrato de compra e venda: duas obrigações emergem:

1. Empresa A - Fabrico e entrega dos moldes


2. Empresa B – pagamento dos 50.000€
 Prazo de entrega – até 31 de Março;
 Local do cumprimento da obrigação de entrega dos moldes – fábrica de B

Dia 31 de Março

 Data do vencimento da prestação. Empresa A, ao enviar fatura de pagamento e invocando que o


envio pressupõe o prévio pagamento, demonstra que não irá cumprir a prestação a que estava
adstrita na data certa – Mora do devedor, pois a obrigação tinha prazo certo (art. 805º/2/a);
deverá pagar juros moratórios até cumprir. (806º)
 B, ao invocar que não paga enquanto lhe não for entregue a mercadoria invoca a exceção de não
cumprimento  art.428º.

Dia 31 de Julho

 Termina a mora do devedor A (na obrigação de entrega dos moldes)– A cumpre a obrigação
(todavia, par além dos juros moratórios que já pagou entre Março e Julho, tem de pagar
indemnização pelos danos decorrentes do atraso).
 Devedor B incorre em mora (na obrigação da pagamento do preço) – deixa de ter legitimidade
para invocar a exceção de não cumprimento visto que A já cumpriu a contraprestação. Também
se aplica o art.805º/2/a) pois entende-se que, sendo um contrato bilateral, o pagamento do
preço deveria ser entregue no momento da entrega dos moldes.
 Estando em mora, também terá de pagar juros moratórios, a contar do dia 31 de Julho.

Caso nº19
1ª Hipótese
 Contrato promessa de compra e venda;
 Antecipação do cumprimento por parte de B: 2500€.
 Será mera antecipação de cumprimento ou sinal? Tratando-se de promessa de contrato de
compra e venda bilateral (pressupõe um promitente vendedor e um promitente comprador,
presume-se que a antecipação de cumprimento tem carácter de sinal – art.441º.
 No contrato, foram também estabelecidas duas cláusulas penais (art.810º):
 Moratória – 10%, por cada mês de atraso;
 Compensatória – 30% de 5000€
 A obrigação de entrega do projeto não é cumprida – não cumprimento. Porquê? Motivo
imputável ao devedor A  Mora ou incumprimento definitivo?
 O credor alega ter perdido o interesse no cumprimento (querendo chegar a uma situação de ID),
pretendendo por isso a resolução do contrato. Todavia, a perda de interesse tem de ser
justificada e interpretada objetivamente (art.808º), o que não acontece. Por isso, entende-se
que A está apenas em mora. Assim sendo, o que B poderá fazer é exigir os 10% por casa mês em
atraso e o cumprimento da prestação, impondo por exemplo um prazo admonitório de 8 dias
(prazo no qual A promete cumprir).

2ª Hipótese

 De facto, há mora do devedor (A), pelo que B tem direito a ser ressarcido pelos danos
decorrentes do atraso. Todavia, nos termos do art. 811º/2, se existe uma cláusula penal é essa
que se aplica, não podendo B exigir indemnização por dano excedente, a menos que tal tenha
sido previamente convencionado pelas partes. Neste sentido, B tem direito a 500€ (10%) por
cada mês de atraso, nada mais.

Vitinho
 811º/1 – Não pode ser ressarcido por dano excedente, a menos que a cláusula seja moratória:
pode exigir compensação nos termos gerais do cc pelo ID, se a cláusula penal apenas incidir na
mora.
 Mas neste caso, ele não está a pedir nada que compense o ID. O que ele está a fazer é exigir
uma dupla compensação pela mora, o que não pode ocorrer: se há cláusula penal, não pode
haver sanção pecuniária compulsória porque ambas cumprem o mesmo objetivo:
 Sanção pecuniária compulsória: reverte metade para o credor (ressarcindo das consequências
do atraso) e metade para o Estado (porque se entende que o devedor pratica 1 ato ilícito,
desconforme com o OJ)  Se metade compensa o credor e se a cláusula penal fá-lo igualmente,
ele não pode exigir as duas. Se há cláusula penal, é apenas a esta que o credor tem direito em
caso de mora (811º/2).

Caso nº20
AeT

 Contrato promessa de compra e venda: celebrado em Janeiro; contrato definitivo celebrado em


30 de Junho.
(T) Execução do programa informático; (A) pagamento de 1 milhão de euros.
 Estabelecimento de uma cláusula penal – para o caso de mora e para o de ID. (art.810º)

AeZ

 Contrato promessa de compra e venda de 100 computadores;


(A) – Pagamento de dois milhões e 500 000 euros; Z – entrega dos pc’s (tudo a 1 de Junho).
 Cláusula de limitação de responsabilidade – nos termos do art. 809º, tal não pode acontecer.
 Pode não ser totalmente nula, se for reduzida nos termos do art. 282º.

1ª Hipótese

 Programa devia ter sido entregue dia 30 de Junho. Não foi – não cumprimento. Porquê? Motivo
imputável ao credor – Mora do credor (813º)  Não acionou um anti-vírus, o que impossibilitou
o cumprimento da obrigação por parte da empresa T  não estava em condições de cumprir a
prestação em tempo.
 Situação de impossibilidade imputável ao credor (teoricamente aplicável o 795º/2) mas que se
traduz em mora porque não torna a obrigação de todo impossível – 813 e ss. .
 Nos termos do 815º, o risco, na mora do credor, é suportado pelo credor.
 Nos termos do 816º, a Empresa A (credor) deve indemnizar a empresa T (devedor).

Não foi possível fazer a instalação em tempo. Mas não é de todo impossível.

2ª Hipótese

 Obrigação foi cumprida em tempo;


 Todavia, o cumprimento foi defeituoso. Sendo defeituoso, é equivalente ao não cumprimento.
Porquê? Por motivo imputável ao devedor. Mora ou incumprimento definitivo?
 A partir de quando esta em mora? A partir de dia 30, que era quando devia ter cumprido
pontualmente e não o fez.
 Como passamos para o ID? Perda objetiva de interesse  808º. Neste sentido, o credor pode
exigir um milhão e 500 mil euros.

3ª Hipótese

Prestação não foi cumprida em tempo  não cumprimento  porquê?  motivo imputável ao devedor  mora do
devedor. Como chegar a uma situação de ID?  não bastam as tais insistências: para que relevem para a transição
da mora para o ID, têm de ser mais do que simples insistências. Terá de haver uma das 5 causas, por exemplo, a
perda justificada de confiança ou a fixação e consequente não cumprimento do prazo admonitório.

Não havendo motivo bastante para chegarmos a uma situação de ID, T está apenas em mora, nos termos do
805º/2/a, tendo o banco direito a exigir os 10% por cada mês de atraso. Mas não pode exigir mais nada, a não ser
continuar a insistir no cumprimento da prestação, fixando o prazo admonitório, ou recorrendo à execução específica
(830º/1).

4ª Hipótese

Local do cumprimento de prestações móveis – nos termos do 773º, local onde a coisa se encontrava ao tempo da
conclusão do negócio, ou seja, em Inglaterra. Mas terá o Banco A de ir a Inglaterra buscar os 100 computadores?
Não – nos termos da interpretação objetiva das declarações negociais (236º), nenhum contraente normal entende
que deverá ser o credor a ir buscar os 100 computadores à sede da empresa. Normalmente, em contratos deste
género, é o devedor que se deve deslocar à sede do credor e proceder à instalação. Logo presume-se que as partes
quiseram afastar a regra supletiva do 773º. O local do cumprimento deverá ser o Banco A.

Assim sendo, o envio por via marítima não extingue a obrigação, devendo os técnicos da empresa deslocar-se ao
banco e proceder à instalação. Logo, a partir de 2 de julho o devedor incorre em mora (805º/2/a), devendo, a partir
de então, pagar juros moratórios (806º).
O que dizer quanto à cláusula penal moratória incluída neste contrato?

 Clausula que exclua a responsabilidade em caso de mora é nula, por força do 809º.

5ª hipótese

Não cumprimento no prazo devido  porquê?  razões imputáveis ao devedor: tinha os pc’s disponíveis para
entrega (porque enviou-os para o banco B) e não cumpriu a obrigação perante o banco A.  mora do devedor
(805º/2/a) + juros moratórios (806º).

Ora, ao enviar o montante estabelecido para o caso de incumprimento definitivo, a empresa Z está a fazer uma
declaração perentória de não cumprimento, o que a faz transitar para uma situação de ID, deixando de estar em
simples mora.

Mas será essa cláusula válida, nos termos do art. 809º e ss? esta cláusula limitadora de responsabilidade não pode
ser válida pois, tendo em conta o valor da encomenda (dois milhões e 500 mil euros), 1000 libras não representa
uma indemnização adequada para o credor, mas sim um valor irrisório  cláusula equivale à exclusão de
responsabilidade e é nula – 809º.

O que deve ser feito?

 Reduzir o contrato, retirando-se tal cláusula e proceder compensação do credor de acordo com
o regime geral do ID.

Incumprimento
definitivo

insistir no desistir da
cumprimento prestação

resolução do
ICP residual contrato
ICP ou ICN
Caso 21

1ª Hipótese

Contrato promessa de compra e venda: A (promitente vendedor) compromete-se a vender a B (promitente


comprador) uma quinta. B antecipa parte do cumprimento, entregando a A um quadro de Paula Rego, no valor de
50.000€. Será simples antecipação de cumprimento ou sinal? Tratando-se de um contrato promessa de compra e
venda bilateral, presume-se que o quadro tem carácter de sinal (441º).

 Carta de A, dia 1 de Julho – trata-se de uma declaração perentória de não cumprimento. Mas se
o contrato só deveria ser celebrado dia 31 de Dezembro, o prazo para o cumprimento ainda não
tinha vencido. Logo A ainda não estava em mora. Quando ainda não existe mora (porque o
prazo não venceu; ou porque não há prazo certo e ainda não houve interpelação) alguns autores
defendem que, mesmo havendo uma declaração perentória de não cumprimento, não se passa
logo para o incumprimento definitivo. Com efeito, é preciso que o prazo vença ou que haja
interpelação para que, através de uma declaração perentória, cheguemos ao incumprimento
definitivo. Se ocorrer ainda antes de estar em mora, o devedor passa para uma situação de
mora. ora, na mora, o ordenamento jurídico tem uma atitude de alguma benevolência para com
o devedor, dando-lhe oportunidade de ainda vir a cumprir (não se encara a mora como uma
situação definitiva). Por isso, é o devedor que escolhe que destino dar ao bem, sujeitando-se
apenas a indemnizar o credor devido ao atraso. A única coisa que o credor pode fazer é
continuar a insistir no cumprimento da prestação, recorrendo, nomeadamente, à execução
específica (830º/1).
 Efetivamente, no contrato promessa, o credor pode recorrer à execução específica,
logo que o devedor incorra em mora. Portanto, pode faze-lo logo no dia 1 de Julho.

Nota: em 31 de Dezembro é que provavelmente não poderá. Se o devedor declarar novamente que não cumprirá,
entrará no incumprimento definitivo. Ora, neste caso, presume-se que o sinal afasta a execução específica (830º/2).
Neste caso, o que poderá fazer é exigir o sinal em dobro (242º/2)  restituição do quadro + 50 000€.

2ª hipótese

Conforme já referi, a declaração perentória de não cumprimento, antes do vencimento do prazo, não faz o devedor
incorrer logo em incumprimento definitivo, mas sim em mora. Ora, na mora do contrato promessa, o credor só pode
continuar a insistir no cumprimento da prestação (recorrendo à execução específica, por exemplo) e a exigir juros
moratórios (806º). Não pode exigir que seja ativado o regime do sinal, este só atua em caso de incumprimento
definitivo. Logo, a pretensão de B não procede.

Por seu turno, estando apenas em mora, o devedor pode oferecer se para cumprir, devendo o credor aceitar, sob
pena de entrar ele em mora (813 e ss).

Nota: Mas se, de facto, A já estivesse em incumprimento definitivo e B exigisse o sinal em dobro, A não poderia
oferecer-se para cumprir o contrato prometido pois tal só é possível se já tiver havido tradição da coisa e o
promitente não faltoso exigir a sua valorização, acrescido do valor do sinal (situação do 442º/2/2ª parte).

3ª hipótese

Obrigação pura – sem prazo estipulado. Logo o devedor pode cumprir quando quiser, bem como o credor pode
exigir o cumprimento quando quiser.

Ora, se o B escreve ao A a dizer que, por ir para o estrangeiro, não vai cumprir a promessa, estamos perante uma
declaração perentória de não cumprimento. Logo o devedor, segundo conceções doutrinais, em mora (não em ID).
Ora, estando em mora e oferecendo-se posteriormente para cumprir a promessa, A não pode recusar, pois na mora
quem tem o controlo do destino da prestação é o devedor. A não podia vender a quinta a D, já que B não estava em
ID. Para poder vender a casa ao D, A deveria invocar uma das cinco causas da transição de mora para ID.

Tendo isto em conta, se a contrato promessa tivesse eficácia real (413º), B poderia opor o seu direito real ao
terceiro, por força do 1410º. Caso só tivesse eficácia obrigacional, deveria ser indemnizado por A.

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