Sei sulla pagina 1di 41

A Filosofia do Direito

Grega
Docente: Stéfanie Spezamiglio
Objetivos da aula

 Compreender o surgimento da filosofia grega e seu


contexto histórico

 Compreender os pré-socráticos e os sofistas

 Compreender Sócrates
O surgimento da filosofia grega
 Entre os gregos deu-se a primeira grande
sistematização do pensamento filosófico.
 O pensamento filosófico começa a se colocar a partir
do confronto com a mitologia ( quer era uma visão
religiosa e acreditava que a verdade do mundo era
revelada pela divindade aos escolhidos).
 A mitologia servia para explicar a natureza e
fundamentar a própria organização sociopolítica
grega.
 Portanto, a transição do pensamento mítico ao
pensamento filosófico operou-se por meio dos pré-
socráticos.
A diferença entre mito e filosofia

 O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham


sido no passado imemorial e fabuloso, voltando-se para
o que era antes de tudo que existe no presente.

 A filosofia se preocupa em explicar os motivos das


coisas serem como são na totalidade do tempo, ou seja
no passado, presente e futuro
A diferença entre mito e filosofia

 O mito narrava a origem através de genealogias,


rivalidade e alianças entre forças divinas sobrenaturais e
personalizadas.

 A filosofia explica a produção natural do mundo por


elementos e causas naturais e impessoais.
A diferença entre mito e filosofia

 O mito não se importava com contradições, com o


fabuloso e o incompreensível, pois a crença no mito
vinha da autoridade religiosa.

 A filosofia não admite fábulas, a argumentação deve


ser feita de modo racional, lógica e coerente. A
autoridade da filosofia é tão somente a razão.
Pré-socráticos
 Período que se inicia no século VI a.C. e marca a
trajetória de pensadores que viveram nos séculos
anteriores a Sócrates, despertos para as questões da
Cosmologia que é o estudo das origens das coisas do
mundo e do próprio mundo.

 A Cosmologia é a primeira tentativa de compreender a


realidade existente. É o surgimento do “logos” ou razão,
o princípio da verdade, a base da explicação racional.

 A Cosmologia é uma especulação ligada a


compreensão da natureza e buscava entender a
relação do homem com os deuses, com o
funcionamento do mundo, com o ciclo da vida.
Pré-socráticos
 A preocupação essencial é descobrir a substância
primordial existente nos seres materiais, ou seja
descobrir a matéria prima de que são feitas as coisas
do mundo. Por exemplo:
A Escola Jônica traz a preocupação com a explicação
das coisas a partir de um princípio único relacionado com
a natureza física. Tales de Mileto é o principal
representante, e acredita que a água é a substância
primordial, a origem de todas as coisas.
Já a Escola Pitagórica acreditava que a essência de
todas as coisas também está em um princípio único, que
são os números. Pitágoras é o principal representante:
“Todas as coisas são os números”
Pré-socráticos

 A Cosmologia não se limita a estudar as coisas da


natureza, mas, também a compreensão do homem no
mundo e seus arranjos políticos e sociais. Isso acontece
pois, para os gregos, diferente da cultura cristã em que
o homem é unidade, o homem é parte do mundo em
que vive.

 O homem se identifica no mundo somente como parte


do todo social e político, que por sua vez, está
mergulhado no todo da natureza.
Pré-socráticos

 Era comum a utilização do uso das palavras e


conceitos da política para entender a natureza. Ou
seja, a utilização das categorias sociais para
explicação da natureza.

 A busca é entender o que as coisas como são no


presente, e não apenas no passado (como acontecia
nos mitos).
Pré-socráticos
 Possuem, portanto explicações naturalistas para o
mundo e para os princípios deste. São os filósofos da
natureza.
 Basicamente, para os sofistas a ciência que explicava
o mundo era baseada em forças contrastantes que se
equilibram. O equilíbrio seria representado pela saúde
do corpo e o desequilíbrio a doença ou a morte.
 Tais explicações refletiam a formação da sociedade
enquanto forças sociais antagônicas que precisam de
equilíbrio (categorias sociais para explicação da
natureza).
 A justiça seria então, o equilíbrio das forças sociais
antagônicas.
Os Sofistas

 A ruptura com toda herança cultural no qual impera a


preocupação do filósofo pela cosmologia, pela natureza
e pela religiosidade ocorre a partir do século V a.C., a
partir do surgimento do movimento sofista.

 Os sofistas não chegam a constituir uma escola filosófica


mas, possuem grande importância histórica.
Os Sofistas: contexto histórico
 O surgimento da Filosofia na Grécia está relacionado
com o processo histórico, ligado as circunstâncias
sociais, econômicas, políticas e culturais.

 Ocorre que os gregos eram comerciantes, conheceram


povos e culturas diferentes e observaram outras
concepções de mundo. Tal contexto permitiu o
surgimento de um pensamento questionador em
relação as explicações de mundo dominantes.

 A escrita alfabética e fonética é a invenção que


permite a difusão do conhecimento filosófico grego.
O contexto histórico
 Trata-se de uma sociedade muito racional, que
organiza a vida de maneira objetiva e lógica, por meio
de uso de moedas e calendários, lidando com uma
cultura predominantemente letrada que incentiva a
leitura e a venda de livros.

 O surgimento da pólis grega (sociedade política)


também é fundamental para o desenvolvimento da
filosofia. A partir do século V passam a surgir grandes
transformações sociais e políticas que fomentam o
pensamento dos denominados “sofistas”.
Grécia Clássica

 Com a pólis há pela primeira vez na história o


surgimento de igualdade cívica.
 Quando a pólis surge, ela é “chacoalhada” pelas
tensões sociais. A ideia de igualdade provoca o
desejo nas pessoas de pertencerem ao grupo,
acreditando que seria possível mudar a ordem das
coisas.
 A sociedade deixa de ser uma estrutura rígida
obediente aos Deuses.
Grécia Clássica

 Com a pólis surge também a ética, a retórica, e a


consolidação da justiça como igualdade cívica.
 Na pólis, inicialmente há um círculo social limitado de
homens livres e iguais será nas discordâncias entre eles
que surgirá a política, e assim se consolida a retórica
(como direito de fala).
 Nas sociedades baseadas nos mitos não há igualdade
cívica, logo não há possibilidade de transformação
social por meio da discussão e do questionamento dos
dogmas.
Grécia Clássica
 A lei vai surgir como critério de convivência entre os
iguais, será a expressão da vontade de uma
coletividade humana que decide por si mesma o que é
melhor para suas relações internas.

 Surge também um novo tipo de espaço público, que


dá espaço para uma nova forma de discurso: a
retórica.
 A retórica surge como expressão da vontade e
manifestação política cidadã. Cada cidadão pode
emitir em público sua opinião.
Grécia Clássica

 Para a história do pensamento grego toda justiça é


política, a medida que dá espaço para as
contradições e discussões, valorizando a pluralidade.

 A justiça, como política, é ponto social comum de


referência, pois é aquilo sobre o que todos nós
discordamos. Trata-se da reconfiguração constante das
forças de poder em processo dialético.
A democracia grega

 acontecia de forma direta


 abarcava todos os homens, maiores de 18 anos, filhos
de pais atenienses. Logo, escravos, mulheres e
estrangeiros não eram considerados cidadãos
 No processo político todos tinham o direito a palavra, a
igualdade perante a lei e a igual participação no
exercício do poder
 Como homens livres todos eram considerados iguais,
não existia qualquer tipo de hierarquia social entre os
considerados cidadãos
A democracia grega

 A igualdade cívica é um atributo da pólis e não do


homem individual. O cidadão grega era visto como um
corpo integrante da comunidade.
 Igualdade cívica que implicava necessariamente em
liberdade de expressão plena, nos espaços públicos,
inclusive dos cidadãos pobres. Como iguais, a voz do
pobre possuía o mesmo valor que a voz do homem rico.
 A cidadania era ativa, a medida que possibilitava a
constante mobilização e politização popular, os
homens pobres estavam unidos como grupo para
reafirmar e fazer valer seus direitos.
A democracia atual
 direitos políticos universais, todos possuem o direito de
votar.
 democracia indireta baseada no voto popular
individual. Nas eleições cada indivíduo atua sozinho,
não só em termos de privacidade mas, também de
isolamento com relação a todos os outros. O voto
individual substitui o poder coletivo.
 Cidadania passiva e despolitizada, indivíduos
particulares e isolados que renunciam o seu poder para
delegá-lo a outro, desfrutando de forma passiva direitos
cívicos e liberdades básicas.
 Cultura baseada na vantagem individual e no
egocentrismo. Cidadania esvaziada de sentido
material.
Sofistas
 Período que se inicia no século V a.C., contextualizado
como Atenas enquanto palco da democracia, da
retórica e do teatro . Era o apogeu da vida cultural
grega.
 O sofismo foi uma resposta às necessidades da
democracia grega pela dinamização dos auditórios.
 Sofistas vendiam conhecimento de linguagem e
discurso, atraindo pessoas que desejavam dominar a
arte da retórica para os cuidados com os próprios
negócios, mas principalmente para o povo grego, que
como cidadão precisava discutir em praça pública
para conquistar seus interesses.
Sofistas
 Os sofistas usavam a antilogia como método, ou seja a
arte da contradição, objetivando ver vários pontos de
vista sobre um mesmo assunto.
 A antilogia é baseada no poder da retórica por
dificultar a capacidade de argumentação frente ao
assunto controverso socialmente, por isso teve caráter
revolucionário ao questionar verdades tidas como
universais.
 Na realidade, a sofística coloca o homem no centro
das atenções, com todas as suas ambiguidades e
contradições, ao levantar as questões de interesses
comunitários.
Sofistas

 Os sofistas foram radicais opositores da tradição, dos


conceitos fixos e das definições absolutas. Foram os
primeiros a instigar independência em face de
fenômenos naturais e crenças sobrenaturais.
 Sofistas formavam a elite ateniense, não pretendiam
alcançar a verdade, mas, tão somente vencer a
discussão. Persuadiam por efeito psicológico.
 O sofisma é um pensamento que apresenta coerência
lógica, mas não necessariamente pode ser
comprovado.
Direito Natural

 O conceito de Direito Natural aparece com os sofistas.


 Originalmente, o direito era um costume sagrado
imposto por força de lei. Porém, o enfraquecimento da
fé, sobre a qual se baseava essa atitude, provocou uma
deterioração gradual dessa visão do direito.
 Com os Sofistas a curiosidade filosófica se concentrou
nos problemas próprios do homem, fazendo assim com
que a Ética e a Política passassem a ser o problema
central e exclusivo de toda a Filosofia.
Direito Natural

 Para os sofistas o homem é a medida de todas as


coisas, ou o princípio e a causa de si mesmo, então
ponderar sobre o conteúdo das leis é obra humana e
não da natureza ou do costume sagrado como
determinava a tradição.
 Para a tradição a lei deveria ser universal para todos os
homens, mas o que era nítido é que homens de
diferentes culturas possuíam diferentes legislações e
valores jurídicos. O homem deveria definir o que é justo
ou injusto.
Direito Natural
 Então, a lei seria a própria expressão da justiça
formulada pelo homem, através da palavra do
legislador.
 Se a lei for modificada com o tempo ou substituída por
outra posterior então ela caminha com a própria justiça
(relativismo da justiça).
 Passa a ser aplicada à justiça a mesma inconstância da
legalidade. Já que nada do que se pode dizer absoluto
é aceito pela sofística.
 A noção de justiça não é mais problematizada, sendo
totalmente relativizada, ao se tornar sinônimo da lei.
Sócrates

 Interagindo e reagindo ao movimento dos sofistas erigiu


uma linha de pensamento autônoma que se voltou
contra o autoritarismo das palavras que havia se
instaurado por força da atuação dos sofistas.

 Sócrates se recusa a considerar os sofistas filósofos,


justamente pela falta de seriedade em relação aos
conceitos, na medida que vendiam as próprias ideias.
 Sócrates também rompe com os pré-socráticos, que
especulavam sobre a cosmologia e a natureza.
Sócrates

 Sócrates foi o fundador da filosofia moral, para ele


moral e conhecimento são conceitos intimamente
relacionados (são sinônimos).
 O ensinamento moral de Sócrates consiste: na busca
pelo conhecimento do homem, ou seja, na busca pelo
conhecimento de si mesmo. Quando o homem se
conhece encontra a felicidade e o agir moral perante a
sociedade.
 O agir moral na sociedade significa o engajamento do
cidadão nos interesses da pólis e do bem maior
coletivo.
Sócrates
 O conhecimento reside no próprio interior do homem.
“Conhecendo a si mesmo, é possível conhecer
melhor o mundo”
 Conhecer o homem é conhecer todos os aspectos da
sua existência social: política, ética, arte, religião e
ciência.
 Conhecer o homem é o compromisso com a busca da
verdade enquanto pensamento absoluto da justiça e
do bem social. Ao se conhecer profundamente o
homem pode ver além da ilusão da prática do mal
como vantagem pessoal.
Sócrates

 Quando o homem conhece a si mesmo, ele encontra


sua felicidade no agir moral (que nada mais é do que o
controle das paixões).
 A felicidade em Sócrates não se refere a posse de bens
materiais ou com o conforto, na verdade, só a ação
voltada para a valorização dos deuses pode ser fonte
de felicidade permanente.
 Para Sócrates o cultivo da verdadeira virtude consiste
no controle efetivo das paixões e nas condução das
forças humanas para a realização do saber.

 Portanto, a realização do saber é a felicidade como


objetivo da ação filosófica.
Sócrates
 Para Sócrates, todo erro é fruto da ignorância e toda
virtude é conhecimento. Neste fato, coloca-se a
importância de reconhecer que a maior luta humana
deve ser pela educação e que a maior das virtudes é a
de saber que nada se sabe.

 O conhecimento é a estrutura do agir ético.

 Em suma: o conhecimento como virtude; a educação


como forma de conhecer a si mesmo e, por
consequência, conhecer melhor o mundo para
alcançar a felicidade como objetivo da ação filosófica.
Sócrates

 O método filosófico desenvolvido por Sócrates é


denominado maiêutica, que objetivava a “parturição”
das ideias (parto das novas ideias).
 A maiêutica é um processo dialético e pedagógico,
baseado na ironia e no diálogo, em que se multiplicam
as perguntas a fim de obter, por análise dos casos
específicos e concretos, um conceito geral do objeto
em questão.
 A maiêutica objetiva induzir o interlocutor na
descoberta das próprias verdades ou na conceituação
geral de um objeto
Sócrates
 O primeiro momento do método socrático (confutação)
é a destruição. A ironia era, por assim dizer, o momento
em que Sócrates levava aquele com quem dialogava a
reconhecer a própria presunção de saber e, portanto, a
própria ignorância.
 Ele forçava a definir o assunto em questão; depois se
aprofundava de vários modos na definição, explicitava
as falhas, as contradições;
 convidava em seguida a tentar uma nova definição e,
com o mesmo procedimento, refutava novamente o
que foi estabelecido, e assim por diante, até o
momento em que o interlocutor se reconhecia
ignorante.
Sócrates

 Depois do primeiro momento (confutação), partia-se


para o segundo momento que era a maiêutica
enquanto construção, “deixar nascer as ideias da
alma” através do debate, a fim de encontrar a
verdade (verdade como coerência interna)
Sócrates

 Para Sócrates todos poderiam sair da ignorância


(reconhecimento que não sabe tudo), mas nem todos
conseguem alcançar a etapa maiêutica de construção
de novas ideias.

 Além disso, Sócrates tinha uma noção de que ser sábio,


ou lúcido, implica em ser uma boa pessoa, e que agir
mal é agir com ignorância determina um
intelectualismo ético.
Sócrates
 Sócrates vislumbrava na lei o conjunto de preceitos
de obediência incontestável, independente das leis
serem justas ou injustas (nem toda virtude para o
homem será considerado virtude para os deuses, o
pós morte deve trazer a justiça de fato).
 Segundo Sócrates a submissão as leis implicava
no primado da ética do coletivo sobre a ética do
individual.
 A lei humana é o símbolo da coesão social
(segundo a noção da democracia ateniense, ou
seja aquilo que foi decidido pela maioria deve ser
respeitado).
 Logo, sua filosofia prima pela submissão.
Sócrates
 As leis precisavam ser eficazes para que não reinasse a
desordem social como princípio. A falta da eficácia das
leis traria um débito social incontornável.

 As leis advindas do exercício da cidadania ateniense


representavam a orientação da vida do próprio
indivíduo.

 As leis não poderiam ser anuláveis pelo arbítrio da


vontade humana pois, representavam o ideal cívico.
(pensamento diferente dos sofistas que pregavam a
efemeridade das leis, variáveis do tempo e no espaço).
Sócrates
 As leis, além de representar o exercício da cidadania,
também representava a vontade dos deuses. Tornando
evidente os valores religiosos acordantes com os que
foram a base da construção da própria cidade estado
grega.

 Moralidade e legalidade caminhavam juntas para a


realização do escopo social, dentro da ordem das leis
divinas, as quais Sócrates insistia em sublinhar como
parâmetro do correto julgamento do próprio ser.
Sócrates
 Sócrates, por ter despertado inimizade com poderosos
com seu método de questionamento, foi acusado de
estar corrompendo a juventude e de cultuar outros
deuses. Ele foi condenado a beber cicuta pelo tribunal
ateniense. Sócrates resignou-se em respeito à lei de
Atenas.
 Para Sócrates cumprir sua sentença era o maior
comprometimento político com sua cidade e com a
educação como virtude.
 O exemplo de sua morte permitiu que as leis
ganhassem força de princípio dogmático, coercitivo e
vinculativo para todo aquele que se considerava um
cidadão virtuoso.
Sócrates

 Sócrates confirma sua filosofia moral com a sua morte,


já que as leis positivas, como símbolo supremo do bem
coletivo, não poderiam ser anuladas.

 Trata-se do maior exemplo de submissão da


individualidade em função da coletividade.

Potrebbero piacerti anche