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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO MULTIDISCIPLINAR PAU DOS FERROS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
OBRAS EM TERRA

Estabilidade de Taludes

Prof. Me. José Daniel Jales Silva


<daniel.jales@ufersa.edu.br>

Pau dos Ferros - 2018


Introdução

Talude - compreende-se qualquer superfície inclinada que limita um


maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha.

Restritos ou não restritos

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Introdução

Podem ser naturais, no caso das encostas, ou artificiais, construídos


pelo homem, como cortes e aterros, para construção de barragens,
rodovias, diques, canais, fundações, e outras.

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Introdução

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Introdução

Corpo do Talude

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Introdução

Diversos
Importância
acidentes

Natureza dos
Estabilidade Geológica
Materiais

Agentes
Hidrológica
Problema Perturbadores
Complexo

Geotécnica
Análise dos Análise dos Previsão de
materiais esforços sua evolução

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Significado Socioeconômico de Escorregamentos

Cada vez mais, o estudo dos processos de desestabilização de taludes


e suas formas de contenção tornam-se necessários, devido a
desastrosas consequências que os escorregamentos acarretam.

Qual o motivo do aumento da ocorrência desses


fenômenos nas últimas décadas?
• Aumento da urbanização e do desenvolvimento de áreas
sujeitas a escorregamentos;
• Desflorestamento contínuo destas áreas;
• Aumento das taxas de precipitação causadas pelas
mudanças de clima.

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Significado Socioeconômico de Escorregamentos

Salvador (2015)

Nova Friburgo (2011)

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Significado Socioeconômico de Escorregamentos

• Perda de produtividade agrícola e florestal, bem como potencial turístico;


• Perda de valor de propriedades.

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Classificação dos movimentos

Em relação as formas de instabilidade de maciços de terra ou rocha, nem


sempre se apresentam bem caracterizados e definidos, podendo-se classificar os
principais tipos em:
a) Quedas ou desprendimento de terra
ou rocha (falls) - porção de um maciço
terroso ou fragmento de rocha se
VilliansofUre. Slope
desprende do resto, caindo livre e (May and Hansom, 2003).
rapidamente, acumulando-se onde se
estaciona. Trata-se de um fenômeno
localizado. É evitado com técnicas de
prevenção ou estabilização;

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Classificação dos movimentos

b) Tombamento (topples) – movimento


de rotação à frente do solo e/ou massas
rochosas aproximadamente no eixo
abaixo do centro de gravidade da rocha
que está sendo deslocada.

c) Escorregamento (propriamente dito


ou slide): movimento de descida de massa
de solo ou rocha, tendo uma superfície de
ruptura bem definida. Geralmente o
centro de rotação está acima do centro de
gravidade da massa deslizante.

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Classificação dos movimentos

d) Rastejo (creep): quando o


escorregamento ocorre de forma muito
lenta e contínua, em camadas superficiais
sobre camadas mais profundas, com ou
sem limite definido.

A velocidade de escorregamento do rastejo gira em torno de 30cm/10 anos.


Já para os escorregamentos, pode variar em torno de 30 cm/h;
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Classificação dos movimentos

e) Corridas de lama (mood flow): Movimentos muito rápidos de solo argiloso


mole, que se move como se fosse um fluido viscoso. Movimentos de “fluxo”
também podem acontecer com outros materiais, por exemplo, areia seca.

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Como identificar áreas vulneráveis?
É muito importante a identificação de áreas vulneráveis a movimentações. A
identificação destas áreas pode ser feita através de:

Análises Estudos de Campo

Levantamento topográfico
Mapas Topográficos
Estudo de estruturas geológicas
Mapas Geológicos
Exploração do subsolo
Fotografias aéreas e de satélite
Água no terreno
Evidências de movimento
Fatores Ambientais

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Como identificar áreas vulneráveis?

MAPA GEOLÓGICO

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Como identificar áreas vulneráveis?

FOTOGRAFIA AÉREA E GEOPROCESSAMENTO

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Como identificar áreas vulneráveis?

ESTUDOS DE CAMPO

 Levantamento Topográfico;
 Estudo das estruturas geológicas;
 Exploração do Subsolo;
 i. Sondagens a Trado;
 ii. Sondagens SPT;
 iii. Sondagens rotativas;
 iv. Outros ensaios: CPT, Palheta (Vane Test), dilatômetro, etc...
 Água no Terreno
 superficial e subterrânea (medições de nível de água e poro-
pressão (piezômetros), permeabilidade do solo/rocha, regime
de chuvas)
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Causas do Movimento

Geralmente constituem causas de um escorregamento:

O aumento dos esforços atuantes, como peso do talude (incluindo


sobrecargas e acréscimo de umidade);

A diminuição da resistência ao cisalhamento do material que o


compõe.

Sendo as primeiras ditas como externas e as segundas, como internas.

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Causas do Movimento

A massa de talude tem a tendência natural de escorregar sob o


efeito da ação da gravidade, que é sustentada pela resistência ao
cisalhamento do solo. Para que não ocorra deslizamento, as tensões
atuantes (𝜏𝐴 ) devem ser inferiores as tensões resistentes (𝜏𝑅 ).

𝜏𝑅 = 𝑇𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑐 + 𝜎.
ത 𝑡𝑔𝜑 𝐶𝑟𝑖𝑡é𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜ℎ𝑟 − 𝐶𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏

𝜏𝐴 = 𝑇𝑒𝑛𝑠õ𝑒𝑠 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠

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Fatores

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Fatores

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Fatores

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Fatores

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Fatores

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Fatores

• Forças de Percolação

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Fatores

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Fatores

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Fatores do Movimento

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Análise de Estabilidade de Taludes

Teoricamente, um talude é solicitado por três campos de forças: as devido


ao peso do material, ao escoamento de água e à resistência ao
cisalhamento.

AS ANÁLIES DE ESTABILIDADE CONSTITUEM BASICAMENTE

 Calcular as tensões atuantes em todos os pontos do meio e compará-las


com as tensões resistentes.
𝝉𝑨 > 𝝉𝑹 𝝉𝑨 < 𝝉𝑹

Zonas de Ruptura Zonas de Equilíbrio

 Isolar massas arbitrárias e estudar as condições de equilíbrio, pesquisando


a de equilíbrio mais desfavorável

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Superfícies de Deslizamento

Embora as evidências sugiram que as rupturas de taludes


ocorram normalmente em superfícies curvas, Culman (1875)
aproximou a superfície potencial de ruptura como um plano.
O fator de segurança calculado fornece resultados
razoavelmente bons para taludes quase verticais.

Superfície Plana
Superfície Curva

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Superfícies de Deslizamento

Depois de intensas investigações sobre rupturas de taludes na década


de 1920, uma comissão geotécnica sueca recomendou que a
superfície de ruptura real seja aproximada a uma superfície cilíndrica
circular.

Superfície Plana
Superfície Curva

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Superfícies de Deslizamento

SUPERFÍCIES PLANAS

Em muitas circunstâncias
como em barragens zoneadas e
fundações sobre estratos fracos,
a análise de estabilidade usando a
ruptura de deslizamento plana é a
mais apropriada e apresenta
excelentes resultados.

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Superfícies de Deslizamento

SUPERFÍCIES CURVAS

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Formas de Ruptura de um Talude

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Tipos de Análises

As técnicas de análise de estabilidade podem ser divididas em dois


grandes grupos:

Análises Probabilísticas;

Requer conhecimento das distribuições de probabilidade ou das


funções de densidade de probabilidade das variáveis aleatórias
associadas ao problema.

Análises Determinísticas.

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Análises Determinísticas

 Trata-se na obtenção de um valor que represente o grau de


segurança da obra, ou seja, o quanto a obra está distante do seu
estágio de início (limite) de ruptura.
 Geralmente expressa em termos de fator de segurança FS (Análise
Limite).
 Fator de Segurança Mínimo → Superfície Crítica

Costuma-se definir o coeficiente de segurança (F) como a relação entre a


resistência ao cisalhamento ( 𝜏𝑅 ) e a tensão cisalhante atuante ( 𝜏𝐴 ) ou
resistência mobilizadora, esta última obtida através das equações de
equilíbrio.

𝝉𝑹 𝑴𝑹
𝐅𝐒 = =
𝝉𝑨 𝑴𝑨

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Análises Determinísticas

ESTE FATOR DE SEGURANÇA PODE SER ATRIBUIÍDO A:


a) Fator que minora os parâmetros de resistência ao cisalhamento (em termos de
tensões efetivas):

b) Fator que minora a resistência ao cisalhamento (em termos de tensões totais):

c) Relação entre momentos resistente (MR) e atuante (MA) (para superfície de


ruptura circular):

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Análises Determinísticas

ESTE FATOR DE SEGURANÇA PODE SER ATRIBUIÍDO A:

a) Relação entre forças resistente (FR) e atuante (FA) (Fundações):

b) Relação entre resistência ao cisalhamento do solo e tensões cisalhantes


atuantes no maciço:

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Análises Determinísticas

As análises determinísticas envolvem os seguintes métodos:

i. Análise limite;

ii. Tensão – deformação;

iii. Equilíbrio Limite (Superfícies Deslizantes).

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Tensão - Deformação

- Esta solução envolve métodos


numéricos, sendo o MEF (Método
dos Elementos Finitos) o mais
comum.

Requisitos:
1) Perfil geotécnico;
2) Processo de formação do solo;
3) Determinação e modelagem das
características de tensão –
deformação.

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Equilíbrio Limite

Calculam-se as tensões de cisalhamento ao longo de uma possível


superfície de ruptura e compara-se com as máximas tensões cisalhantes que o solo
suporta ao longo desta superfície → FS Crítico

Ênfase!

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Equilíbrio Limite

 Hipóteses da Teoria de Equilíbrio Limite:


 Massa de solo se comportando como corpo-rígido
 Teoria do Equilíbrio Limite  a massa de solo se encontra no estado limite de
resistência (plasticidade)
 Em especial, a resistência ao cisalhamento do solo é levada ao seu limite superior.
 Assume-se um critério de ruptura (em geral Mohr-Coulomb), o qual é satisfeito ao
longo de toda a superfície de ruptura;
 Incialmente apresentado pelos suecos  Método Sueco  Superfícies de ruptura
seccionada em fatias.
 Assume-se um coeficiente ou fator de segurança (F constante e único ao longo da
superfície potencial de ruptura)

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Fator de Segurança

Geralmente, o fator de segurança é definido como:

𝜏𝑓 𝜏𝑓 - resistência média ao cisalhamento do solo


𝐹𝑠 = 𝜏𝑑 - resistência média de cisalhamento desenvolvida
𝜏𝑑
ao longo da superfície potencial de ruptura

A resistência ao cisalhamento de um solo apresenta dois


componentes, coesão e atrito, e pode ser escrita como:

𝜏𝑓 = 𝑐 ′ + 𝜎′ tan 𝜙′
De forma similar podemos escrever a seguinte equação:

𝜏𝑑 = 𝑐′𝑑 + 𝜎′ tan 𝜙′𝑑

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Fator de Segurança

Sendo assim, o fator de segurança pode ser escrito como:

𝑐 ′ + 𝜎′ tan 𝜙′
𝐹𝑠 =
𝑐′𝑑 + 𝜎′ tan 𝜙′𝑑

Além disso, 𝐹𝑠 = 𝐹𝑐′ = 𝐹𝜙′

Quando 𝐹𝑠 é igual a 1, o talude está em estado de ruptura


iminente.

Geralmente, um valor de 1,5 para o fator de segurança é aceitável


para o projeto de um talude estável.
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Estabilidade de Encostas Naturais

Os taludes de encostas naturais se caracterizam pela sua


grande extensão, centenas de metros e pela reduzida espessura do
manto de solo, de alguns metros.
A ruptura, quando ocorre, é do tipo planar, com a linha crítica
situada no contato solo-terreno firme.

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Estabilidade de Encostas Naturais

Para estes casos onde o valor da Altura Crítica está bem


distante do valor da altura do talude, o problema pode ser
tratado a partir da suposição de análise de Taludes
Infinitos.

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Estabilidade de Taludes Infinitos

Para o talude mostrado na figura abaixo a resistência ao cisalhamento do


solos pode ser dada por:
𝜏𝑓 = 𝑐 ′ + 𝜎′ tan 𝜙′
A ruptura do talude pode ocorrer em virtude do movimento do solo acima
do plano AB, da direita para a esquerda.

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Estabilidade de Taludes Infinitos

Assumindo que a poropressão é zero e considerando um elemento abcd do


talude que tenha comprimento unitário perpendicular ao plano da seção mostrada,
temos.
As forças que agem nas faces opostas são iguais e opostas, portanto,
podem ser desprezadas.

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Estabilidade de Taludes Infinitos

O peso do elemento do solo é: 𝑊 = 𝛾 ∙ 𝐿 ∙ 𝐻


Este peso pode ser decomposto em duas componentes:
 Força perpendicular ao plano AB = 𝑁𝑎 = 𝑊 cos 𝛽 = 𝛾𝐿𝐻 cos 𝛽
 Força paralela ao plano AB = 𝑇𝑎 = 𝑊 sin 𝛽 = 𝛾𝐿𝐻 sin 𝛽

Essa é a força que tende a


causar o deslizamento.

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Estabilidade de Taludes Infinitos

Assim, a tensão normal e a tensão de cisalhamento efetivas na base do


elemento do talude podem ser dadas respectivamente, por:


𝑁𝑎 𝑇𝑎
𝜎 = 𝜏=
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝐵𝑎𝑠𝑒 Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝐵𝑎𝑠𝑒

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Estabilidade de Taludes Infinitos

A reação ao peso W é R. Os componentes normal e tangencial de R com


relação ao plano AB são 𝑁𝑟 e 𝑇𝑟 .
Para o equilíbrio, a tensão de cisalhamento que se desenvolve na base do
elemento deve ser igual a (𝑇𝑟 )/(Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒).
A resistência ao cisalhamento mobilizada também pode ser escrita:
𝜏𝑑 = 𝑐′𝑑 + 𝝈′ tan 𝜙′𝑑

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Estabilidade de Taludes Infinitos

Igualando as duas equações e substituindo as fórmulas referentes aos


coeficientes de segurança em relação à coesão e ao ângulo de atrito chega-se à
seguinte equação:
𝑐′ 𝑡𝑔𝜙′
𝐹𝑠 = +
𝛾 ∙ 𝐻 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝛽 ∙ 𝑡𝑔𝛽 𝑡𝑔𝛽

Para solos granulares, c’ = 0, e o fator de segurança se resume ao segundo


termo. Isso indica que, em um talude infinito de areia, o valor de 𝐹𝑠 é independente
da altura H e o talude permanece estável enquanto 𝛽 < 𝜙′.
Se um solo possui coesão e atrito, a profundidade do plano ao longo do
qual o equilíbrio crítico ocorre pode ser calculada substituindo-se 𝐹𝑠 = 1 e 𝐻 = 𝐻𝑐𝑟 .
Portanto,

𝑐′ 1
𝐻𝑐𝑟 =
𝛾 𝑐𝑜𝑠 2 𝛽(𝑡𝑔𝛽 − 𝑡𝑔𝜙 ′ )

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Estabilidade de Taludes Infinitos

Se houver um estado constante de percolação através do solo e a lâmina


de água no solo coincidir com a superfície do solo, o fator de segurança será:
𝑐′ 𝛾′𝑡𝑔𝜙′
𝐹𝑠 = 2
+
𝛾𝑠𝑎𝑡 ∙ 𝐻 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝛽 ∙ 𝑡𝑔𝛽 𝛾𝑠𝑎𝑡 𝑡𝑔𝛽

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Exemplos

Exemplo 1. Para o talude infinito mostrado na figura, determine:


a) O fator de segurança contra deslizamento na interface solo-rocha.
b) A altura H que fornecerá um fator de segurança de 2 contra deslizamento.

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Método de Culman

ANÁLISE DE TALUDES FINITOS COM SUPERFÍCIES DE RUPTURA PLANAS

Quando o valor de 𝐻𝑐𝑟 se aproxima


Talude Finito
do valor da altura do talude.

A análise de Culman parte do princípio de que a ruptura de um


talude ocorre ao longo de um plano quando a tensão média de
cisalhamento que tende a causar o deslizamento é maior que a
resistência ao cisalhamento do solo.

Além disso, o plano mais crtítico é aquele que tem uma relação
mínima entre essas duas componentes.

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Método de Culman

A Figura abaixo mostra um talude de altura H que forma um ângulo 𝛽 com


a horizontal. AC é um plano de tentativa de ruptura.
Considerando um comprimento unitário perpendicular à seção do talude, o
peso da cunha ABC será:
1 1
𝑊 = 𝐻 𝐵𝐶 1 𝛾 = 𝐻𝑐𝑜𝑡𝜃 − 𝐻𝑐𝑜𝑡𝛽 𝛾
2 2

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Método de Culman

As componentes normal e tangencial de W com relação ao plano AC são:

 𝑁𝑎 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 = 𝑊 cos 𝜃


 𝑇𝑎 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑊 sin 𝜃

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Método de Culman

A tensão normal efetiva média e a tensão de cisalhamento média no plano


AC são, respectivamente,
𝑵𝒂 𝑻𝒂

𝝈 = 𝝉=
(𝑨𝑪)(𝟏) (𝑨𝑪)(𝟏)
A tensão média de resistência ao cisalhamento desenvolvida ao longo do
plano AC também pode ser expressa como:
𝜏𝑑 = 𝑐′𝑑 + 𝝈′ tan 𝜙′𝑑
Igualando as tensões de cisalhamento e substituindo a tensão normal
efetiva média chega-se a:
1 𝑠𝑒𝑛(𝛽 − 𝜃)(𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑡𝑔𝜙 ′ 𝑑 )
𝑐𝑑 = 𝛾𝐻
2 𝑠𝑒𝑛𝛽
Para determinar o plano de ruptura crítica, deve-se usar o princípio de
máximos e mínimos a fim de encontrar o ângulo 𝜃 na qual a coesão desenvolvida
seria máxima. A aplicação do princípio resulta em:
𝛾𝐻 cos 𝛽 − 𝜙′𝑑
𝑐′𝑑 =
4 𝑠𝑒𝑛 𝛽 cos 𝜙′𝑑
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Método de Culman

A altura máxima do talude no qual ocorre o equilíbrio crítico


pode ser obtida substituindo 𝑐′𝑑 = 𝑐′ e 𝜙′𝑑 = 𝜙′. Assim,

𝟒𝒄′ 𝒔𝒆𝒏 𝜷 𝒄𝒐𝒔 𝝓′


𝑯𝒄𝒓 =
𝜸 𝟏 − 𝒄𝒐𝒔 𝜷 − 𝝓′

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Método de Culman

Exemplo 2. É feito um corte em um solo com 𝛾 = 16,51 𝑘𝑁/𝑚³, 𝑐 ′ =


29,75 𝑘𝑁/𝑚² e 𝜙 ′ = 15°.
A face do corte formará um ângulo de 45° com a horizontal.
Qual deve ser a profundidade do corte para que tenha fator de
segurança (𝐹𝑠 ) igual a 3?

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Taludes finitos com superfícies de ruptura circulares

Em geral, a ruptura de um talude finito ocorre de um dos seguintes


modos:
1. Quando a ruptura ocorre de tal forma que a superfície de
deslizamento intercepte a face do talude ou esteja acima de sua
base, é chamada ruptura de face. O circulo de ruptura é chamado
de círculo de pé se passar pelo pé do talude e círculo de face se
passar acima do pé do talude.
2. Quando a ruptura ocorre de tal forma que a superfície de
deslizamento passa a alguma distância abaixo do pé do talude, ela
é chamada de ruptura de base. O círculo de ruptura é chamado de
círculo de ponto intermediário.

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Modos de Ruptura

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Taludes finitos com superfícies de ruptura circulares

Os vários procedimentos de análise de estabilidade podem, em geral, ser


divididos em duas classes principais:

1. Procedimento de massa: Nesse caso, a massa de solo acima da superfície de


deslizamento é tomada como uma única unidade. Esse procedimento é útil
quando se admite que o solo que forma o talude é homogêneo, embora esse
não seja o caso na maioria dos taludes naturais.
2. Método das Fatias: Nesse procedimento, o solo acima da superfície de
deslizamento é divido em várias fatias, ou lamelas, verticais paralelas. A
estabilidade de cada fatia é calculada separadamente.

Essa é uma técnica versátil na qual a não homogeneidade dos solos e a


poropressão podem ser levadas em conta. Também é usada na variação da tensão
normal ao longo da possível superfície de ruptura.

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Método Comum das Fatias

O solo considerado é dividido em várias fatias. A largura de cada fatia não


precisa ser igual.
As forças que atuam em cada fatia são mostradas abaixo.

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Método Comum das Fatias

As forças 𝑃𝑛 , 𝑃𝑛+1 , 𝑇𝑛 e 𝑇𝑛+1 são respectivamente as forças normais e de


cisalhamento que atuam nas faces da fatia e que podem ser desconsideradas por
terem magnitudes iguais e linhas de ação coincidentes em uma estimativa
aproximada.

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Método Comum das Fatias

A força de cisalhamento de resistência pode ser expressa por:


𝜏𝑓 (∆𝐿𝑛 ) 1 ′
𝑇𝑟 = 𝜏𝑑 ∆𝐿𝑛 = = 𝑐 + 𝜎 ′ 𝑡𝑔𝜙 ′ (∆𝐿𝑛 )
𝐹𝑠 𝐹𝑠
A tensão normal é igual a:
𝑁𝑟 𝑊𝑛 𝑐𝑜𝑠𝛼𝑛
=
∆𝐿𝑛 ∆𝐿𝑛

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Para o equilíbrio da cunha tentativa ABC, o momento da força motriz em
relação a O é igual ao momento da força de resistência, também em relação a O.

𝑛=𝑝 𝑛=𝑝
1 ′ 𝑊𝑛 𝑐𝑜𝑠𝛼𝑛
෍ 𝑊𝑛 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑛 𝑟 = ෍ (𝑐 + 𝑡𝑔𝜙 ′ )(∆𝐿𝑛 )(𝑟)
𝐹𝑠 ∆𝐿𝑛
𝑛=1 𝑛=1

Isolando o fator de segurança:

σ𝑛=𝑝
𝑛=1 (𝑐 ′ ∆𝐿 + 𝑊 𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑡𝑔𝜙 ′ )
𝑛 𝑛 𝑛
𝐹𝑠 =
σ𝑛=𝑝
𝑛=1 (𝑊𝑛 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑛 )

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O método das fatias também pode ser estendido para taludes com solos
estratificados como mostrado na Figura a seguir:

Nesse caso, para a fatia 2 por exemplo deve-se usar os coeficientes 𝛾2 e


𝜙′2 .

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Exercício

Exemplo 3. Para o talude mostrado na figura abaixo, encontre o fator de segurança


contra deslizamento para a superfície de deslizamento Tentativa AC. Utilize o
método comum das fatias.

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Exercício

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Círculo Crítico

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Procura do Círculo com Raio Constante

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Procura do Círculo Crítico por Ponto Específico

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Procura do Círculo Crítico Tangenciando Camadas

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Método das Fatias Simplificado de Bishop

Nesse método, o efeito das


forças nas faces de cada fatia é levada
em conta até certo ponto. As forças
atuantes na fatia são novamente
mostradas.
Sejam agora 𝑃𝑛 − 𝑃𝑛−1 = ∆𝑃 e
𝑇𝑛 − 𝑇𝑛−1 = ∆𝑇.

Fazendo o equilíbrio das forças


na direção vertical obtém-se.

𝒄′ ∆𝑳𝒏
𝑾𝒏 − ∆𝑻 − 𝒔𝒆𝒏𝜶𝒏
𝑭𝒔
𝑵𝒓 =
𝒕𝒈 𝝓′ 𝒔𝒆𝒏 𝜶𝒏
𝒄𝒐𝒔𝜶𝒏 +
𝑭𝒔

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Método das Fatias Simplificado de Bishop

Para o equilíbrio da cunha


ABC, calculando os momentos em
relação a O:

𝑛=𝑝 𝑛=𝑝

෍ (𝑊𝑛 ∙ 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑛 ) = ෍ 𝑇𝑟 ∙ 𝑟
𝑛=1 𝑛=1

Lembrando que:
1 ′
𝑇𝑟 = 𝑐 ∆𝐿𝑛 + 𝑁𝑟 𝑡𝑔𝜙 ′
𝐹𝑠

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Método das Fatias Simplificado de Bishop

Com essas equações chega-se a:

1
σ𝑛=𝑝
𝑛=1 (𝑐 ′ 𝑏 + 𝑊 𝑡𝑔𝜙 ′ + ∆𝑇𝑡𝑔𝜙 ′ )
𝑛 𝑛 𝑚𝛼(𝑛)
𝑭𝒔 =
σ𝑛=𝑝
𝑛=1 (𝑊𝑛 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑛 )
Digite a equação aqui.

𝑡𝑔 𝜙 ′ 𝑠𝑒𝑛 𝛼𝑛
𝑚𝛼(𝑛) = cos 𝛼𝑛 +
𝐹𝑠

Como o Fs está nos dois lados da


equação o processo é iterativo.

Para simplificar pode-se


considerar ∆𝑇 = 0.

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Exemplo

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Referências

 DAS, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. 7. ed. São


Paulo: Cengage Learning, 2013.

 MASSAD, F. Obras de Terra: curso básico de geotécnica. 2. ed.


São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

 CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. v.


2. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

 PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas.


3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.
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Obrigado !

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