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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA

AMANDA ARAUJO FERNANDES

GESTÃO ESTRATÉGICA DE ESTOQUES:


Um estudo em uma empresa de varejo de autopeças no alto oeste potiguar

PAU DOS FERROS – RN


2019
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
AMANDA ARAUJO FERNANDES

GESTÃO ESTRATÉGICA DE ESTOQUES:


Um estudo em uma empresa de varejo de autopeças no alto oeste potiguar

Artigo Científico apresentado à Faculdade Única de


Ipatinga – FUNIP, como requisito parcial para a obtenção
do título de Especialista em Gestão em Logística

PAU DOS FERROS – RN


2019
1

GESTÃO ESTRATÉGICA DE ESTOQUES:


Um estudo em uma empresa de varejo de autopeças no alto oeste potiguar

Amanda Araújo Fernandes¹

RESUMO

Sabendo a importância que a gestão de estoques tem para funcionamento de qualquer empresa, seja do setor
industrial ou comercial, e o impacto percebido pelo cliente, o presente estudo desenvolveu um breve referencial
teórico à respeito da relevância do tema e teve como objetivo principal definir estratégias de melhoria empresarial
através da gestão de estoques em uma microempresa do setor varejista de autopeças utilizando como metodologia
de coleta e análise de dados Análise do Modo, do Efeito e da Criticidade de Falhas (FMECA). Através da
metodologia, buscou-se identificar o modo de falha dentro dos sistemas de processo produtivo da empresa objeto
de estudo. Para cada modo de falha foram definindo suas causas, seus efeitos e suas consequências para o
funcionamento da organização e para apercepção do cliente. Através disso, foi calculado por meio do produto dos
valores de severidade, frequência e detecção dos sistemas o índice de risco para cada modo de falha, determinando
os sistemas de maior criticidade para a prática de um plano de ação imediato. Destarte, com base o reforço teórico
de alguns autores, foram desenvolvidos planos de ações visando minimizar os riscos de falhas, contemplando o
total de 8 sistemas e determinado ações corretivas respeitando a ordem de prioridade conforme a ordem de risco
calculado, apresentando maneiras de melhorar o desempenho da empresa culminando em benefícios percebidos
pela empresa e seus clientes.

Palavras-chave: Gestão de estoques, Estratégia, Varejo, FMECA, Autopeças.

Introdução

Comumente, em microempresas dos mais diversos ramos de indústria e comercio,


notam-se problemas operacionais voltados para a gestão em logística - mais precisamente para
a gestão de estoques - como exemplo: compras de mercadorias em excesso, falta de rotatividade
do produto, seleção inadequada de fornecedores, ausência do estudo de mercado, avaria,
condicionamento e manuseio inadequados dos estoques e espaço para armazenamento
inapropriado - este quase nunca planejado - dificultado a localização e movimentação do
produto, o que leva mais tempo concretizar uma venda com o cliente final.
Tais problemas operacionais abrem oportunidades para o concorrente prosperar, e, por
isso, absorver as vantagens que a logística é capaz de oferecer às estas empresa que lidam
diariamente com a compra e venda dos produtos é fundamental peça chave para a permanência
e competitividade no mercado.
Conforme pontua Ballou (2008, p. 33):

¹Técnica em Informática para Internet pelo Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN), Bacharela em
Administração pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e pós-graduanda em Gestão em
Logística pela Faculdade Única de Ipatinga. amanda_fernandes@outlook.com
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A logística trata da criação de valor - valor para os clientes e fornecedores da


empresa, e valor para todos aqueles que têm nela interesses diretos. O valor da
logística é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. Produtos
e serviços não têm valor a menos que estejam em poder dos clientes quando
(tempo) e onde (lugar) eles pretenderem consumi-los.

Isto posto, pensando na parte comercial e varejista do mercado, se percebe a relevância


de uma boa e eficiente gestão em estoques, sabendo que um estoque bem gerido é capaz de
proporcionar um upgrade no desempenho da empresa como a otimização do espaço alocado e
manuseio dos produtos, assegurando a economia e a criação de valor para os fornecedores e,
acima de tudo, para os clientes satisfeitos com suas necessidades atendidas através de uma
ampla variedade de produtos disponíveis no tempo e lugar certo.
Além disso, segundo Costa (2002, p.20), tem-se como vantagem de uma gestão eficiente
de estoques a redução de perdas e a possibilidade de conhecimento prévio das quantidades de
materiais requeridos para atender a demanda de um tempo futuro, evitando assim compras
desnecessárias e reduzindo o capital de giro para manter as atividades de compra da empresa,
aumento da rotação dos estoques, competitividade da empresa em relação a sua concorrência e
o estreitamento das parcerias comerciais entre a empresa e seus principais fornecedores.
Tomando por base os argumentos expostos, a presente pesquisa surge mediante a
seguinte problemática: Como fundamentar uma gestão estratégica de estoques para uma
empresa varejista?
Para tornar possível o estudo, a pesquisa foi realizada com uma empresa que está no
mercado varejista de autopeças há mais de 15 anos e lida com cerca de 9 mil itens estocados
em seu espaço físico, enfrentando questões que vão além dos previamente citados e, por ser de
micro porte, ainda não compreende o valor em investir em um estudo focalizado na área
logística. Desta forma, a empresa executa suas atividades relacionadas à compra, venda,
manuseio e armazenamento estoque por conta própria, sem utilizar critérios técnicos da área,
arcando com prejuízos jamais estimados e sem perceber os lucros e as oportunidades que
poderiam ser gerados.
A problemática se torna pertinente quando se observa o crescimento das indústrias
automobilísticas em todo o mundo, principalmente no Brasil. O crescimento inclui as vendas
de veículos e surgimento de inovações tecnológicas em aprimoramento modelos existentes ou
desenvolvimento de novos modelos (ABDI, 2009). Apenas com relação a frota circulante
brasileira, observa-se o crescimento de 3,7%, atingindo 41,7 milhões de veículos em 2014,
sendo a região nordeste a terceira maior em com 12%, segundo a Sindipeças e Sindirepa
(SEBRAE, 2018).
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Não diferente do resto do país, na região do Alto Oeste Potiguar, o uso, o reparo e a
manutenção do automóvel é visivelmente crescente. Por esta razão, verifica-se um mercado
competitivo de autopeças observando aproximadamente 16 concorrentes diretos (lojas de
autopeças) e outros 5 indiretos (postos de gasolina), na pequena cidade de Pau dos Ferros, no
interior do estado do Rio Grande do Norte.
Logo, tendo o valor e a demanda deste seguimento em mente, o presente trabalho se
fundamenta com tema principal de Gestão de Estratégica de Estoques e observa o
funcionamento da empresa de varejo de autopeças, tendo como objetivo geral definir, por meio
da gestão estratégica de estoques, melhorias operacionais para a empresa objeto de estudo.
Para que a definição de estratégias (planos de ações) seja traçada, será utilizada como
metodologia de coleta e análise de dados a ferramenta FMECA (CONCEIÇÃO et al. 2014),
onde, através de um formulário preenchido com auxílio de todos da microempresa, será
destacada a existência de modos, causas e efeitos de falhas dentro dos sistemas de atividades
desempenhadas pela organização estudada.
Posteriormente, obedecendo o índice de risco calculado para cada modo de falha, será
exposto através de um gráfico a sequência de priorização dos modos de falha para ilustrar
aqueles que expõem maior pertinência em ser trabalhado. Por fim, destinados a cada modo de
falha, serão estabelecidas planos de ações recomendadas com base nas principais ferramentas
de gestão logística com a colaboração de diversos autores.

Desenvolvimento

A logística empresarial, ramo que estuda o gerenciamento estratégico da aquisição,


movimentação e armazenagem de materiais, propõe meios que contribuem para a administração
eficaz de recursos no meio da produção e comercialização de produtos. O entendimento desta
administração de recursos se faz obrigatório para os gestores de grandes organizações e
pequenas organizações também, pois a valorização da gestão de estoques é uma ferramenta
primordial e estratégica para as pequenas empresas de comercio se manterem vivas no mercado.
Para Accioly et al. (2008), o planejamento estratégico pode ser definido como uma
ferramenta que identifica medidas a serem tomadas pela empresa visando enfrentar ameaças e
aproveitar oportunidades verificadas no ambiente onde atua. Pode ser um recurso proveitoso se
haver sinergia entre as partes - inclusive a gestão de estoques - existentes na organização. Para
os autores, as empresas comerciais e industriais são mais dependentes da gestão de estoques
por terem “atrelados aos seus inventários, representativos volumes, quando traduzidos em
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dinheiro e comprados com o capital necessário para impulsionar as atividades produtivas”.


Ademais, como estratégia fundamental para captar oportunidades no ambiente externos, os
gestores dessas pequenas empresas devem-se atentar aos clientes, ou melhor dizendo, a
demanda capaz de direcionar e dimensionar as compras da organização.
O comércio sobrevive à medida em que há procura de um determinado produto. Para
um gestor, definir uma estratégia capaz de reter clientes é adotar a compreensão de que o cliente
é quem, muitas vezes, define a compra do produto. Ainda, não é suficiente ter o produto pronto
para a venda, é imprescindível buscar pela qualidade do produto e pelo fornecedor com
melhores condições para um bom negócio – são os fornecedores os grandes influenciadores do
preço final do produto comercializado. Assim, o cliente optará pela empresa que oferta um bom
produto por um bom preço.
Podemos associar a abrangência da gestão estratégica, quando praticada eficientemente
em uma microempresa varejista, à logística empresarial por envolver a empresa e seu
funcionamento, os clientes, os quais são o motivo de existência e perpetuação da empresa, e os
fornecedores, parceria que gera oportunidades e economia através da aquisição de novos
produtos.
Isto posto, o planejamento estratégico, intimamente ligado à gestão de logística e de
seus estoques, é visto como viés para empresa objeto de estudo. Esta atua no varejo de autopeças
na cidade de Pau dos Ferros, na região do alto oeste do Rio Grande do Norte, há mais de 15
anos, tendo como quadro efetivo de funcionário um gerente/proprietário, dois vendedores e um
auxiliar administrativo. O proprietário é responsável por todo o gerenciamento da autopeças,
realizando o mapa de cotação de preços, compras com fornecedores, recebimento de
mercadorias e boa parte do planejamento estratégico.
No que diz respeito aos vendedores, além da função de atender aos clientes através da
venda dos produtos disponíveis na empresa, estes são responsáveis por boa parte da
movimentação interna da empresa. São extremamente fundamentais para a elaboração da
requisição interna de compras, pois estão sempre acessando o estoque físico e trabalham
diariamente com a demanda dos clientes.
O público alvo da organização estudada consiste em usuários comuns de veículos,
motoristas de lotações para cidades circunvizinhas, entidades públicas (prefeituras e estatais da
região) e privadas (distribuidoras, companhias e demais empresas de atacado e varejo) e,
principalmente, os mecânicos de cidades adjacentes. Este último possui grande importância,
pois são clientes que frequentam o estabelecimento diariamente, justamente por trabalharem
com os produtos que este segmento oferece.
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Como metodologia para o desenvolvimento deste estudo, foi aplicada a ferramenta


Análise do Modo, do Efeito e da Criticidade de Falhas – Failure Mode, Effect and Criticality
(FMECA). Trata-se de um processo sistemático e documentado que visa avaliar e reduzir os
riscos de falhas em projetos e processos o mais cedo possível, a fim de diminuir o risco de
ocorrência nos clientes internos e externos (CORRÊA; CORRÊA, 2007, p.204).
Para a construção da folha de registros da FMECA é preciso identificar os seguintes pontos
divididos em categorias a baixo:
1. Escopo: Fase inicial do processo e divide-se em:
a) Sistema: Compõe o processo objeto de análise.
b) Modo de Falha: Descreve a maneira que o sistema apresenta falha.
2. Análise da situação atual: Segunda fase do processo que busca compreender a situação
presente da empresa objeto de estudo. Divide-se em:
a) Efeito do modo de falha: Consequências geradas pelo modo de falha existente no sistema.
b) Causa do modo de falha: São as causas que acarretaram a existência do Modo de Falha.
3. Atual: Terceira fase onde são calculadas as pontuações para nortear a fase final. Divide-se
em:
a) Severidade: Está ligada ao Modo de Falha e sua pontuação varia de 1 a 10 (1 para modo de
falha insignificante e 10 para modo de falha causadora de sistema inoperante.), conforme a
significância perante ao cliente.
b) Frequência: Está ligada à Causa do Modo de Falha e sua pontuação varia de 1 a 10, de
acordo com a probabilidade de sua ocorrência, sendo 1 para causa de ocorrência rara e 10 para
causa de frequência constante.
c) Detecção: Avalia a chance de detecção antes do efeito gerado pelo Modo de Falha, com isso
o índice 1 representa a detecção rápida e 10 para uma detecção impossível.
a) Risco: Por fim, para obter o índice de risco é necessário fazer o produto do Severidade,
Frequência e Detecção. Deste modo, prioriza-se o sistema cujo risco é elevado com relação aos
demais.
1. Plano de ações: Última fase de todo o processo e visa a correção das falhas encontras, como
mostra o ponto seguinte:
a) Ação corretiva recomendada: Como o próprio nome diz, define ações eficientes que
objetivam a correção das falhas encontradas, priorizando as de maior índice de risco, como
mostrada na fase anterior.
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Tabela 1: Folha de registros FMECA da empresa


FMECA - ANÁLISE DE MODO, EFEITO E CRITICIDADE DE FALHAS (x) Processo
ESCOPO ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL Atual PLANO DE AÇÕES

Frequência
Severidade

Detecção
Ação corretiva
Sistema Modo de falha Efeito do modo de falha Causa do modo de Falha Responsável
recomendada

Risco
Permanência de produtos
Produtos novos Todo o quadro
Disposição de antigos no estoque. Falta de Falta de conhecimento técnico na Aplicação do sistema
são colocadas à 6 9 7 378 pessoal da
produtos rotatividade, ocasionando área, falta de treinamento PEPS
frente dos antigos empresa
deterioração da peça.
Não é realizado o Implementar técnicas Todo o quadro
Controle de Inexatidão do inventário físico Falta de conhecimento técnico na
inventário 5 10 1 50 de inventário para a pessoal da
Estoque x inventário virtual área, falta de treinamento
periódico empresa empresa
Falsa necessidade de compra. Todo o quadro
Levantamento Contagem Localização inadequada dos Reorganização do
Determinação de compra em 1 6 6 36 pessoal da
de Estoque incorreta produtos e itens misturados. estoque
excesso. empresa
Necessidade de compra verificada
Todo o quadro
Ordem de Demanda não correspondida muitas vezes na ausência
Emissão tardia 9 7 4 252 Inventário periódico pessoal da
compra prejudicando as vendas constatada de determinado produto
empresa
durante a venda ao cliente
Determinação por Elevação nos custos do capital
Quantidade de
meio de intuição e investido ou de não Desconhecimento sobre demanda 7 8 3 168 Adoção de curva ABC Setor de compra
compra
experiência atendimento à demanda
Falha na comunicação, o que Adoção de planilhas
Pedidos feitos
Compras ocasiona produtos divergentes, Vícios de procedimentos antigos 5 9 1 45 para envio formal por Setor de compra
verbalmente
compras demoradas e-mail
Contagem dos produtos Equipe contratada
Localização Falta de planejamento do espaço
Armazenamento incorreta, venda prejudicada, Planejamento de pelo proprietário
confusa e físico, instalações em más 9 8 1 72
de mercadorias manuseio dificultado e layout com ajuda dos
inadequado condições
perigoso para o funcionário vendedores
Produtos fora de Compra acima da demanda, falta Estudo de
Estoque Perda de vendas. 10 5 7 350 Setor de compra
validade de planejamento mercado/demanda
FONTE: Elaboração própria a partir de Corrêa e Corrêa, 2007
7

Neste contexto, foi construído a tabela FMECA com a colaboração do proprietário da


empresa objeto de estudo e seus funcionários, sendo possível verificar o modo de falhas
existente em cada sistema do processo produtivo. Configurou-se o total de 8 sistema conforme
a tabela 1 exposta.
Com os dados levantados, fez-se indispensável a realização de planos de ação eficazes.
Para tal, é imprescindível definir, por meio índice de risco verificado na tabela 1, a porcentagem
apresentados pelos 8 sistemas verificados. A figura 1 ilustra os sistemas que exigem de atenção
prioritária para se dar início ao plano de ação recomendada para o processo de melhoria
organizacional. A prioridade é para o sistema de maior índice de risco, sem deixar de lado a
importância em se trabalhar com o sistema de menor índice de risco.

Figura 1: Risco de falha dos sistemas em ordem de prioridade

Risco de falha dos sistemas

Disposição de produtos 27,98


Estoque 25,91
Ordem de compra 18,65
Sistemas

Quantidade de compra 12,44


Armazenamento de mercadorias 5,33
Controle de Estoque 3,7
Compas 3,33
Levantamento de Estoque 2,66

0 5 10 15 20 25 30
Porcentagem

FONTE: elaboração própria

À princípio, o primeiro sistema cujo modo de falha tem maior índice de ocorrência é a
Disposição de Produtos (27,98%), onde os novos produtos são sempre colocados à frente dos
velhos, ocasionando a deterioração deste. Como visto no quadro, o modo de falha é causado
pela falta de conhecimento técnico na área de estoques. Como ação corretiva indicada, temos o
método PEPS/FIFO - Primeiro a entrar, primeiro a sair traduzido do inglês first in, first out –
(BALLOU, 2006). Esta prática consiste na organização dos produtos onde a preferência de
saída será sempre para o primeiro produto a entrar no estoque. Este método irá sanar o modo
de falha de maior risco para a empresa, evitando a deterioração e auxiliando na rotação do
estoque existente.
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Em segundo, o sistema que apresenta risco expressivo que declara urgência em sua
resolução é o Estoque (25,91%), onde o modo de falha é a validade do produto, causada
novamente pela falta de conhecimento técnico na área e falta de treinamento. Tem como
consequência grave a perda de vendas e prejuízo para a organização, a exemplo disso temos a
grande compra de extintores de incêndio para carro que, pela não mais exigência pelo
CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), ocasionou queda de vendas e um estoque parado
prestes a perder sua validade. Sem que haja empresas para recolher ou fazer troca dos extintores,
a organização se vê em meio a um prejuízo compra não estudada do produto.
Para solucionar o problema citado acima, é proposto uma pesquisa de mercado e estimar
uma demanda aproximada antes de adquirir produtos que são vistos como novidade. E preciso
tomar noção e definir dentro dos estoques da empresa os produtos de demanda regular (com
poucas variações ao longo do tempo), produtos de moda (com ciclos de vida curtos), de venda
em eventos (para curtos períodos), produtos sazonais (demanda influenciada pelas estações) e
produtos-novidade (produtos sem base de cálculo para demanda futura) (ACCIOLY et al.
2008). Deste modo, o responsável pela compra terá cautela para os produtos de demanda com
pouca duração e sem previsão, evitando a repetição do modo de falha apresentado pelo sistema.
Também, seria interessante para empresa procurar fornecedores que praticam a troca de
produtos pela validade, uma vez que a prática geraria benefícios que vão além da empresa,
refletindo na sociedade e seu meio ambiente, tratando-se de uma prática que agregaria valor
para a empresa, a logística reversa (DAHER et al. 2006)
Com 18,65%, o terceiro sistema com urgência a ser solucionado é a Ordem de Compra.
Seu modo de falha é a emissão tardia, prejudicando a demanda, uma vez que tem como
consequência a demora no abastecimento do estoque. A falha é ocasionada pela necessidade de
compra verificada muitas vezes na ausência do produto, sendo observado somente na hora de
sua procura durante a venda. Como forma de contornar o problema, seria viável o estudo sobre
estoques de segurança para (PEINADO; GRAEML, 2007) indicando a quantidade do item que
deve permanecer como estoque mínimo para a sinalização ao setor de compras a compra.
Em seguida, com 5,33%, temos o sistema Quantidade de Compra, onde sua
determinação é feita de modo intuitiva e é ocasionado pela ausência do estudo sobre demanda,
gerando assim a elevação nos custos do capital investido com um estoque acima do desejado e
o não atendimento à demanda real. Para solucionar este problema é viável a adoção da curva
ABC para diferenciar os produtos em um número limitado de categorias - itens A, os mais
vendidos, itens B, vendas médias, e itens C, movimentação lenta - (BALLOU, 2006) e
posteriormente adotar o controle de estoques separada a cada uma dessas categorias e
9

identificara quantidade desejável para compra, além de estudar a demanda, como visto no
sistema Estoques.
O quinto sistema a apresentar falhas é o Armazenamento de mercadorias (5,33%) com
sua localização confusa e inadequada, colaborando para uma contagem de produtos incorreta,
prejudicando a venda e dificultando o manuseio, além de oferecer perigo ao funcionário. A
falha é ocasionada pela falta de planejamento do espaço físico e má condição das instalações.
Desta forma, um estudo sobre arranjo físico (layout) seria a ação corretiva indicada, objetivando
a utilização eficiente do espaço ocupado, facilitando e melhorando as condições de trabalho e
permitindo flexibilidade em atender possíveis mudanças, onde a aplicação de um métodos para
organizar, como peças pesadas próximas do chão e peças de maior circulação (classe A) em
locais de fácil manuseio, seriam métodos de grande valia (CHIAVENATO, 2005), além de
certificar-se de que as prateleiras, caixas e racks estejam sempre limpos, isentos de qualquer
sujeira (graxa, poeira, ferrugem) e em condições operacionais de uso (FRANCISCHINI;
GURGEL, 2009).
O sistema Controle de Estoque, com 3,7%, apresenta riscos para a organização, uma vez
que seu inventário periódico não é realizado, favorecendo a inexatidão entre o inventário físico
e o virtual. A ocorrência da falha acontece mediante a falta de conhecimento técnico na área e
a inexistência de treinamento. Isto posto, tem-se como proposta a implementação de técnicas
de inventário rotativos mensalmente, sem que haja a paralisação da área inventariada
(CHIAVENATO, 2005) para a empresa obter a confiabilidade e rotatividade de estoques e
evitando a avaria, roubos e desvios de estoques.
Ainda, o sistema Compras (3,33%) aponta falhas quanto ao modo em que é realizado os
pedidos, todos verbalmente. Assim sendo, como efeito do modo de falha, temos a falha na
comunicação refletida no recebimento das mercadorias em quantidade e especificação
divergentes. Isto ocorre pelo vício de procedimentos antigos, podendo ser contornado pela
adoção de planilhas para envio formal por e-mail, não dando espaço para enganos por parte de
fornecedores.
Por fim, o sistema de menor índice (2,66%), porém com importância em ser trabalhado
por apresentar falhas, é o Levantamento de estoque. Seu modo de falha é a contagem incorreta,
gerando como efeito a falsa necessidade de compra e determinação de compra em excesso.
Como causa temos a localização inadequada e a desorganização de produtos de outros setores.
A Reorganização do estoque é proposto como melhoria para esta falha. Vale lembrar que o
sistema de Armazenamento de mercadorias, ao ser trabalhado através de um replanejamento do
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arranjo físico, ou layout, também proporcionará benefícios para o sistema de Levantamento de


estoque.

Conclusão

O presente estudo foi capaz de levantar o modo, efeito e causa de falha dos sistemas da
empresa através da ferramenta FMECA. O levantamento possibilitou o alcance do objetivo
anteriormente traçado, direcionamento do estudos de gestão estratégica em estoques para as
dimensões de uma microempresa de comercio de varejo de autopeças, ressaltando, para esta, a
importância em gerir bem o estoque para melhorar seu desempenho operacional.
Foi possível definir ações corretivas recomendadas através do sistema PEPS, inventários
periódicos, reorganização de estoque, curva ABC, adoção de planilhas, estudo sobre layout e
estudo de mercado/demanda. À princípio, o sistema de Disposição de produtos da empresa seria
a primeira abordagem a ser trabalhada, tendo em vista seu alto percentual de 27,98%. Em
seguida, observamos a conveniência de melhoria no sistema de Estoque (25,91%).
A adoção das ações corretivas irá minimizar as falhas elencadas pela FMECA,
proporcionando agilidade nas atividades desempenhadas pelos vendedores, como o
armazenamento e a organização de mercadorias novos e já existentes no estoque. Os benefícios
serão percebidos pelo cliente, que será atendido de maneira rápida e poderá contar com uma
variedade de produtos sempre que for desejado, uma vez que a empresa contará com mais
espaço para redimensionar o estoque ao reduzir a compra de outros itens de demanda reduzida.
Obtendo o sucesso com o cliente satisfeito, o dirigente observará a relevância das
técnicas adotadas, não só pela lucratividade gerada, mas pela economia na hora de adquirir
novos produtos, pela seleção apropriada dos fornecedores, compra inteligente ao se trabalhar
com a demanda, disposição adequada dos produtos, diminuição de avaria e itens sem
rotatividade, além de toda celeridade nos processos voltados ao estoque, que não pode ser em
grande quantidade, nem em pequena quantidade (Chiavenato, 2005).
Vale lembrar que tais mudanças em grande parte poderão ser postas em prática através
de todo o quadro pessoal da empresa, principalmente o responsável pelo setor de compras - o
gestor e proprietário da empresa.
Por fim, independentemente do valor do índice de risco calculado, nenhum sistema que
manifesta falha deverá ser ignorado. Isto porque uma falha será sempre capaz de gerar
transtornos, sendo interessante para a empresa reconhecer essas falhas e buscar melhorias de
forma estratégica para que a esta falha identificada seja erradicada ou minimizada. Reconhecer
11

as falhas e buscar melhorias faz parte de um processo de evolução para as empresas, gerando
excelência nas atividades operacionais possibilitando à empresa a permanência no mercado
competitivo da cidade do alto oeste potiguar.

REFERÊNCIAS

ABDI – Agência brasileira de Desenvolvimento Industrial. Estudo Prospectivo Setorial


Automotivo. Brasília, 2009.

ACCIOLY, F.; AYRES, A. P. S.; SUCUPIRA, C. Gestão de Estoques. Rio de Janeiro:


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em gestão. Rio de Janeiro, 2014.

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empreendedorismo e viabilidade de novas empresas: um guia eficiente para iniciar e tocar
seu próprio negócio. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

CHIAVENATO, I. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de


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CORRÊA, H. L.; CORRÊA, A.C. Administração de Produção e Operações: Uma abordagem


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FRANCISCHINI, G. P, GURGEL, F. A. Administração de materiais e do patrimônio. São


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SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE.


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