Sei sulla pagina 1di 2

TODOROV, Tzvetan. “Descobrir”. In: A Conquista da América.

São
Paulo: Martins Fontes: 1991. pp. 3 – 48
Elbert Mauricio Alves Reis

No primeiro capítulo do livro “ A Conquista da América, Todorov conta a história da


descoberta e conquista da América no sec. XVI, na região da meso america na perspectiva de
como os espanhóis, e especialmente Cristóvão Colombo, viam os nativos. Sua narrativa mistura
historicidade ao utilizar-se de fragmentos de cartas, com o mito, presente nas descrições e
posicionamentos do colonizador. É uma leitura rica em detalhes pois comenta quais seriam as
motivações da empreita de Colombo ao partir para as Índias. Percebemos que não se tratava
apenas da busca de riquezas ou da imposição da fé crista, mas também de um certo mapeamento
do território para os reinos espanhóis, os financiadores da jornada.
O autor desenvolve a ideia da busca do ouro sempre atrelada a questão religiosa.
Cristóvão Colombo inspirado pela literatura e pelo contexto de profunda religiosidade pretende
chegar a esses lados com o intuito de conseguir riquezas para fazer uma cruzada de reconquista
da Terra Santa, ideia retrograda até para o seu tempo.
Outro aspecto interessante do texto é ótica com que Colombo vê sua empresa. Quase tudo
é interpretado ou permeado pelo aspecto religioso, aliás, ele está buscando o paraíso terrestre,
juntamente com suas crenças míticas. Para isso passagens da Bíblia servem como bússola para
que ele confirme suas antecipações ao deparar-se com o novo mundo, além de constantes
referências a sereias, amazonas, ciclopes, etc. Nesse sentido, o autor afirma a existência de três
esferas que dividem o mundo de Colombo: uma é natural, a outra divina, a terceira humana.
Elas estão por detrás dos impulsos para a conquista: o primeiro humano (a riqueza), o segundo
divino, e o terceiro ligado à apreciação da natureza.
Podemos observar aqui como as crenças de Colombo influenciam suas interpretações.
Para o autor, Colombo não tem nada de um empirista moderno: o argumento decisivo é
o argumento de autoridade, não o de experiência. Ele conta com detalhes a natureza e interpreta
os fenômenos em função de seus interesses. Nomeia vários lugares evidenciando um
comportamento de apropriação das terras em nome do reino da Espanha.
Outro detalhe que podemos observar é que Colombo não é bem-sucedido na comunicação
humana com as populações que encontrou porque não estava interessado nela. Além do mais,
falará dos índios porque eles se confundem com a própria natureza. O Autor fala ainda que sua
atitude em relação cultura do outro é, na melhor das hipóteses, a de um colecionador de
curiosidades, e nunca vem acompanhada de uma tentativa de compreender de fato as dinâmicas
que compunham essa sociedade. Por exemplo, quando diz que os índios são generosos e
covardes, ele lança as bases do mito-preconceito do bom selvagem, e que demonstravam
condições favoráveis para serem cristianizados, claro, em troca da exploração das riquezas.
Outro elemento que convém destacar é que o assimilacionismo, estabeleceu as hierarquias
considerando os indígenas como inferiores e passiveis de serem escravizados, pois não tinham
a cultura do colonizador.
O autor encerra o capítulo provocando-nos com a seguinte questão: Como Colombo pode
estar associado a estes dois mitos aparentemente contraditórios, um onde o outro é um "bom
selvagem" (quando é visto de longe), e o outro onde é um 'cão imundo", escravo em potencial?
Leva-nos a refletir que alteridade humana é simultaneamente revelada e recusada. Enfim o autor
apresenta o perfil do personagem Colombo e sua relação com os índios a partir de vários
elementos que mostram outras intenções e contradições.

09/04/2019

Potrebbero piacerti anche