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INFRAERO
Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária
Relatório Técnico
FPM 002/03
Fevereiro/03
APRESENTAÇÃO
Este estudo foi elaborado com base em Termo de Referência específico, aprovado
pela SEAMA - Secretaria de Estado para Assuntos do Meio Ambiente/ES e pela
SEMMAM -Secretaria Municipal de Meio Ambiente/Vitória.
♦ O empreendimento
♦ Áreas de Influência
♦ Diagnóstico Ambiental
♦ Avaliação dos Impactos/Proposição das Medidas Mitigadoras
♦ Programas Ambientais
CONTEÚDO
1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A QUEM PERTENCE O EMPREENDIMENTO OU DE QUEM É O
EMPREENDIMENTO?
♦ CNPJ/MF: 00.352.294/0023-26
As Figuras 1 e 2 que se seguem indicam a posição da nova pista com relação à pista atual e
as demais instalações existentes, bem como com relação aos bairros localizados nas
imediações do sitio do aeroporto.
Esta expansão visa atender a demanda crescente para o transporte aéreo, tanto de
passageiros como de carga, identificada com base nos dados registrados nos últimos anos e
também nas potencialidades que se apresentam de forma contundente para o estado do
Espírito Santo, consoante as diversas oportunidades que se evidenciam em vários setores de
produção e de serviços, como os setores de Petróleo, de Turismo, de Comércio Exterior e,
ainda, as expansões das grandes empresas sediadas no estado do Espírito Santo, dentre
outros.
Com respeito ao modal aéreo de carga, além do crescimento acentuado que ocorreu desde
maio de 1999 com o recebimento de carga aérea internacional, observa-se que o Espírito
Santo é um grande produtor de mamão papaia que tem sido exportado por via aérea,
principalmente para os Estados Unidos a partir do Aeroporto do Galeão do Rio de Janeiro.
Outras produções do Estado também vêm sendo exportadas para diversos países da Europa,
Ásia e Estados Unidos através do Aeroporto do Galeão, como pescado (peixes, camarões e
lagostas), carnes, chocolate, café solúvel, abacaxi, abacate, coco, morango, banana, limão,
pimenta do reino, macadame, gengibre, dentre outros.
A Tabela 2 a seguir evidencia o crescimento do modal aéreo de transporte de carga,
apresentando a evolução do movimento de carga no Aeroporto de Vitória, no período de
1996 a 2001, incluindo o recebimento de carga internacional a partir de 1999 e as previsões
para o período 2001-2005, bem como a indicação de projeções realizadas pela INFRAERO
para os anos de 2005, 2010, 2015 e 2020.
(1)
Tabela 2: Evolução do Movimento de Carga no Aeroporto de Vitória (carregada +
descarregada).
Os valores dos montantes das cargas internacionais recebidos e que constam da Tabela 2
dão uma idéia do comportamento do transporte aéreo de cargas através do aeroporto, para o
quê, torna-se imprescindível a construção da nova pista para que se garanta o crescimento
natural do transporte aéreo de cargas através do Aeroporto de Vitória, induzido fortemente
por sua localização estratégica. Aqui se tem toda uma infra-estrutura moderna de transporte
intermodal que já beneficia e poderá beneficiar muito mais o transporte aéreo através das
combinações possíveis do transporte via rodoviária, via marítima, via ferroviária e via aérea
com os diversos tipos de cargas que por aqui poderão fluir para e dos mais diferentes locais
do país e do mundo.
Para todas as instalações previstas, está sendo considerada, nas especificações de projeto, a
adoção das mais modernas tecnologias disponíveis para a indústria da construção civil,
permitindo a implantação de componentes que reduzam a demanda por recursos naturais e
assegurem uma maior eficiência do empreendimento. Como exemplo, cabe citar a adoção
do esgoto a vácuo, os estudos para reutilização da água, captação de águas de chuva e
minimização de consumo de energia.
As tecnologias disponíveis nessa área são plenamente dominadas pela maioria das empresas
de projetos/especificações que nela militam, bem como pelas empresas de engenharia que
atuam nesse setor no território nacional. Nesse sentido é de se notar que nos novos
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Portanto, com respeito ao domínio tecnológico nessa área, o Brasil acumula grande
experiência, a qual será empregada inteiramente na implantação do presente
empreendimento, garantindo-se a aplicação da tecnologia mais adequada para tal tipo de
obra, de forma que não se tenha qualquer possibilidade de ocorrência de eventos resultantes
de problemas de integridade física da pista, das instalações terminais, áreas de apoio e
manutenção, das pistas auxiliares e de pátios de aeronaves, bem como falhas em suas
sinalizações e sistemas de segurança, de forma a garantir a operação segura do aeroporto nas
taxas previstas, consoante às especificações do projeto que garantem toda a sua estrutura e
instalações.
Os principais critérios que respaldaram tais estudos (1975) para localização do novo
Aeroporto de Vitória, basearam-se em parâmetros geológicos, socioeconômicos e de tráfego
aéreo, estabelecendo as condições a serem necessariamente atendidas pelas áreas em
análise, conforme se segue:
§ ser ampla o suficiente para conter duas pistas de pouso paralelas, distantes 1.500m uma
da outra e com comprimento aproximado de 2.500m;
§ ser livre quanto à existência de possíveis obstáculos naturais (morros, elevações, etc.)
em uma extensão de 10 km em todos os sentidos a contar do centro da área;
§ apresentar boas condições de solo, bem como condições topográficas e hidrográficas que
não requeiram grandes obras de terraplanagem, drenagem e canalização e controle de
cursos d’água;
§ ser preferencialmente localizada à distância de 1 a 3 km de estrada de rodagem
pavimentada;
§ ser tão próxima quanto possível de linhas-tronco de abastecimento de água, de telefones
e de fornecimento de energia elétrica, sem incluir trechos das mesmas em seu interior;
§ ser, preferencialmente, situada a uma distância, em linha reta, de 10 a 35 km do centro
da cidade de Vitória;
Segundo tais critérios, foram identificadas duas alternativas, uma ao Norte do centro da
cidade de Vitória, no município da Serra, em região próxima a Nova Almeida, distante 30
km em linha reta do centro de Vitória e, a segunda, ao Sul do centro da cidade de Vitória, no
município de Vila Velha, em região que se estende desde a Barra do Jucu até pouco adiante
da Ponta da Fruta, apresentando-se à época três subáreas adjacentes e prováveis: uma nas
imediações da Barra do Jucu a 14 km em linha reta do centro de Vitória, uma outra
intermediária a 18 km em linha reta do centro de Vitória e a terceira nas imediações da
Ponta da Fruta a 22 km da mesma referência em linha reta.
A área situada no município da Serra tornou-se menos viável em comparação à área situada
no município de Vila Velha, visto que tal área era toda ocupada por culturas da
AGROSUCO (laranjas) e da CITRIODORA (eucaliptos e outras essências), contrariando
um dos critérios estabelecidos, o qual consistia em se evitar a inclusão de propriedades e
benfeitorias de grande valor industrial e agropecuário.
Os resultados desse estudo não tiveram os desdobramentos esperados desde então, sendo
que atualmente os cenários são bastante diferentes nas subáreas do município de Vila Velha,
tornando praticamente impossível a implantação do novo aeroporto numa das três subáreas
consideradas à época viáveis tecnicamente, visto que tais áreas constituem-se áreas de
interesse ambiental, a Reserva Ecológica de Jacaranema e a APA - Área de Proteção
Ambiental de Setiba, ambas formadas por remanescentes de restinga.
A Tabela 3 que se segue indica os principais pólos geradores de viagens aéreas a partir e do
Aeroporto de Vitória, abrangendo a Região da Grande Vitória e de alguns outros
Municípios do Estado do Espírito Santo, quando os enfoques são viagens de negócios e de
turismo.
A opção pela manutenção do Aeroporto de Vitória no sítio atual se justifica por sua
localização privilegiada em relação aos demais terminais de transporte de carga da Grande
Vitória, permitindo a otimização de suas interconexões pela infraestrutura existente tanto de
acesso às suas instalações, os quais serão bastante melhorados, visto os objetivos do
Convênio firmado entre a prefeitura Municipal de Vitória e a INFRAERO no sentido da
melhoria dos referidos acessos, como também da própria infraestrutura que existe nas
instalações atuais do aeroporto, as quais farão parte do novo aeroporto após a expansão
prevista.
Sob os aspectos econômicos não existe qualquer alternativa de localização para o aeroporto
capaz de concorrer com a alternativa escolhida, ou seja, a manutenção do Aeroporto de
Vitória no mesmo sítio atual, tendo em vista toda estrutura existente e suas interações que
ocorrerão e que se ampliarão com as novas estruturas do empreendimento em análise. A
necessidade de viabilização das demandas previstas para o transporte aéreo de passageiros e
de cargas, cujos benefícios decorrentes da logística de transporte existente envolvendo os
demais modais é extremamente facilitada pela localização atual, constitui-se num outro fator
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Os aspectos técnicos também são beneficiados em vista da estrutura existente no sítio atual,
principalmente em decorrência das interligações e facilidades que estarão disponíveis tanto
na fase de implantação como de operação do empreendimento.
Com respeito aos aspectos ambientais, as indicações contidas no estudo realizado pela
HIDROSERVICE já destacadas anteriormente, não poderão ser utilizadas diante das
condições atuais das subáreas ali selecionadas (subáreas localizadas no município de Vila
Velha), visto os requisitos da legislação ambiental pertinente, promulgada posteriormente à
realização do referido estudo. Os outros dois municípios da Região da Grande Vitória,
Cariacica e Viana, não dispõem de áreas e infraestrutura próximas adequadas, capazes de
satisfazer os requisitos relacionados anteriormente.
Como pode ser observado em tal estudo, não existe num raio de no máximo 35 km a partir
do centro da cidade de Vitória qualquer outra área capaz de apresentar condições de
implantação de um aeroporto de grande porte, conforme fora previsto.
Nesse ponto cabe adiantar que os resultados do presente estudo indicaram a viabilidade
ambiental da implantação do projeto em análise no sitio onde se encontram as instalações
atuais do Aeroporto de Vitória, consoante as medidas mitigadoras propostas e os Programas
Ambientais apresentados.
Portanto, não existindo num raio de 35 km a partir do centro de Vitória, qualquer área que
possa abrigar um aeroporto do porte do previsto segundo os critérios inerentes à definição
de áreas com tal objetivo e, considerando ainda, a plena viabilidade técnica e econômica do
presente empreendimento no sitio atual, bem como sua viabilidade ambiental que será
analisada no presente documento, conclui-se que o projeto objeto do presente estudo é
plenamente viável em termos de sua localização no sítio previsto.
Com respeito ao transporte aéreo de cargas chegando e saindo pelo Aeroporto de Vitória
também se tem um panorama que apresenta uma série de expectativas com números
projetados de demanda, com horizontes bastante promissores para o comércio exterior, que
não poderá ser atendida caso o aeroporto não seja ampliado.
Portanto, diante das condições atuais e da projeção de demandas para os próximos 20 (vinte)
anos, ou seja, período de 2001 a 2020, pode-se concluir que é imperativa a implantação do
empreendimento em análise, sob pena de se perder uma grande oportunidade de
desenvolvimento para o Estado do Espírito Santo e também para os municípios da Região
da Grande Vitória.
A expansão do Aeroporto de Vitória com a construção da nova pista de 2.500 m e das novas
instalações previstas alterará significativamente a infra-estrutura atual de atendimento ao
transporte de passageiros e de carga, consoante aos objetivos já delineados anteriormente. O
empreendimento foi projetado para cobrir um horizonte que atinge o ano de 2017 e,
conforme já observado, trata-se de um empreendimento que apresenta potencialidade para
induzir vários desdobramentos que implicarão novos empreendimentos, bem como a
ampliação de setores existentes que envolvem o transporte aéreo de passageiros e de carga
em suas transações comerciais e de serviços.
Dessa forma, a Tabela 4 que se segue, apresenta uma síntese dos empreendimentos
potencialmente associados e decorrentes do aumento da capacidade do transporte de
passageiros e de cargas do Aeroporto de Vitória.
Dessa forma, no âmbito do Governo Federal a proposta em análise é parte integrante dos
Planos e Programas Nacionais de Governo. Com respeito aos Planos e Programas propostos
e/ou em implantação na área de influência do projeto, fica evidente sua consonância em
termos das ações voltadas para o desenvolvimento do município de Vitória com
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Conforme já fora descrito anteriormente, esses recursos serão gastos com projeto executivo
de engenharia, materiais e serviços de construção civil característicos da pista do aeroporto,
serviços de construção de edificações das estruturas físicas previstas como: terminais de
passageiros e de carga, pátio de estacionamento de veículos, drenagem pluvial, instalações
de armazenamento e distribuição de água, rede elétrica, rede subterrânea para
abastecimento de aeronaves, instalações de equipamentos de segurança e combate a
incêndio, central de utilidade, torre de controle e demais instalações previstas.
Portanto, tais medidas dizem respeito tanto à proteção de vôo, tais como: controle de vôo,
sinalizações horizontal e vertical de pista, como também, às áreas de manobras (pistas de
pouso e decolagem, pistas de táxi e parte da rampa de aproximação e transição até uma
altura mínima de cinco metros), área terminal (terminal de passageiros e, respectivo pátio de
estacionamento de aeronaves, área de estacionamento de veículos, abastecimento de
aeronaves, setores administrativos e instalações e demais serviços que apóiam a viação
regular) e áreas secundárias (hangares de manutenção de aeronaves, áreas verdes e demais
serviços destinados a atividades não ligadas diretamente à aviação regular, bem como
serviços de apoio às companhias aéreas e de serviços de comissária, equipamentos de
rampa, oficinas, garagem, almoxarifados, etc.).
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Construção das pistas Implantação das estruturas Mão-de-obra total
Para as demais edificações, as obras serão aquelas comuns de construção civil e respectivas
instalações elétricas, sistema de comunicações, sistema de segurança, hidráulicas e
sanitárias, adequações às estruturas existentes e acessos, e as interconecções rodoviárias
necessárias.
ANO 1 ANO 2
ATIVIDADES
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2
Preparação do terreno e
escavações mecânicas
Aterros e compactação do
sub-leito
Imprimação e pintura de
ligação
Concreto asfáltico
Sinalização horizontal
Drenagem
Balizamento noturno e
plantio de grama
Construção do TPS-2
Rede Subterrâneas de
combustível
Pátio de aeronaves
cargueiras e TECA
Construção de áreas
de equipamentos de rampa
Construção da CUT
Construção da Torre de
Controle
Fonte: INFRAERO
Na execução dos serviços serão seguidas todas as Normas indicadas no projeto executivo da
pista e das estruturas (edifícios, pátios, redes de drenagem, instalações elétricas, de água,
comunicação, esgotos, etc.), em que o laboratório implantado nos canteiros de obras
promoverá um controle rigoroso dos materiais a serem utilizados, sendo ainda cumprido os
procedimento específicos de implantação de cada parte do projeto, de forma a ser garantida
a aplicação da tecnologia especificada no projeto.
♦ ÁGUA
O consumo médio diário atual de água potável nas instalações do Aeroporto de Vitória é da
ordem de 112 m3. A reservação de água de combate a incêndios é de 38 m3, ou seja, o SCI
– Serviço de Combate a Incêndios tem uma disponibilidade total de 38 m3 de água
armazenada.
O valor médio de consumo diário de água deverá ser aumentado, durante a implantação do
empreendimento em 72%, portanto, estima-se um consumo no pico das obras de ampliação
da ordem de 145 m3/dia. O cenário de consumo de água para 2020 não será muito diferente
do cenário do pico das obras, ou seja, menor que 150 m3/dia.
♦ ESGOTO
Após a última reforma do aeroporto, já no ano de 2000, os seus esgotos foram conectados á
rede de coleta da CESAN que foi ampliada nas imediações do aeroporto de forma a atender
os principais componentes do sistema aeroportuário. Assim, as instalações da INFRAERO
são dotadas de rede de coleta de esgotos sanitários que os conduzem para elevatórias, de
onde são bombeados para a rede coletora da CESAN, sendo a seguir, devidamente
processados na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Camburi (da CESAN), situada
na área da INFRAERO.
O volume total dos esgotos gerados nas atividades do aeroporto atualmente é da ordem de
130 m3 diários. As aeronaves possuem banheiro químico, sendo o esgoto coletado no
aeroporto e depositado numa cloaca com capacidade para 6,5 m3, de onde é encaminhado
para a rede de coleta da CESAN.
Na fase de implantação, na época do pico das obras previsto para um contingente de 800
trabalhadores, esse aumento será da ordem de 56 m3 diários, que somados aos atuais 130
m3/dia gerados atualmente no terminal existente e demais estruturas do aeroporto, totalizará
186 m3/dia. Essa vazão é plenamente suportável pela rede de coleta atual, devendo-se
proceder às conexões adequadas das instalações sanitárias dos dois canteiros de obras
previstos à citada rede de coleta.
♦ ENERGIA ELÉTRICA
O projeto executivo a ser desenvolvido e implantado pela empresa que ganhar a licitação
pública a ser realizada para implantação do presente empreendimento, contemplará os
detalhes dos novos equipamentos do sistema de energia elétrica de forma a suprir com a
melhor tecnologia disponível nessa área os acréscimos de energia necessários tanto na fase
de implantação do aeroporto como na sua fase de operação.
♦ RESÍDUOS
A geração média diária atual de lixo no Aeroporto de Vitória é da ordem de 500 kg. Esse
lixo é coletado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos – SMSURB do Município de
Vitória, bem como o lixo proveniente das aeronaves, tendo em vista sua classificação como
Resíduo Classe D (Resíduos Comuns), segundo o que estabelece a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – ANVISA.
No que se refere aos resíduos de bordo das aeronaves, quando identificado o risco de
contaminação, o PGRS determina orientações para tratamento e descarte adequados.
♦ EMISSÕES ATMOSFÉRICAS
Por outro lado, os veículos e equipamentos auxiliares que operam internamente na área do
aeroporto, os quais também contribuem com emissão dos poluentes NOx (Óxidos de
Nitrogênio), HC (Hidrocarbonetos), CO (Monóxido de Carbono), SO2 (Dióxido de
Enxofre), PTS (Partículas Totais em Suspensão) e PM10 (Partículas Inaláveis) para a
atmosfera, podem ser controlados a partir de programa específico capaz de mitigar tais
emissões.
Um programa dessa natureza está proposto no Plano de Ação para a Redução de Emissão de
Poluentes Atmosférico em Aeroportos, desenvolvido pela COPPE/UFRJ (2001) para a
INFRAERO, para aplicação no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Antônio Carlos
Jobim – GALEÃO (AIRJ).
Embora tal programa não tenha tido ainda sua aplicação estendida para outros aeroportos da
INFRAERO, o projeto de ampliação do Aeroporto de Vitória procurou incorporar suas
recomendações, de forma que se tenha infra-estrutura capaz de mitigar em parte as
emissões diretamente relacionadas à operação do referido aeroporto nas novas condições
previstas.
Para o tráfego externo de veículos que também contribui para a poluição atmosférica da área
de influência direta do aeroporto, o controle das emissões é uma questão que afeta os
Órgãos Ambientais Estadual e Municipais, visto suas abrangências e a competência
específica para tal fim.
♦ TELEFONE
O aeroporto possui um sistema de comunicação por telefone com 200 linhas, o qual atende
satisfatoriamente à demanda existente. O atendimento telefônico é realizado pela
concessionária do Estado denominada TELEFÔNICA.
Entretanto, está sendo instalada uma nova Estação Telefônica com capacidade estimada
para suprir as demandas previstas até 2020, incluindo o novo empreendimento.
Com respeito à água e energia elétrica que são fornecidos para o aeroporto, respectivamente,
pela CESAN e ESCELSA, não haverá problema para o suprimento das obras, visto que nos
canteiros de obras serão instalados os equipamentos necessários à viabilização da utilização
de tais insumos, como caixas d’água, transformadores e demais instalações necessárias.
Com respeito aos esgotos sanitários gerados nos canteiros de obras, os mesmos serão
encaminhados para a ETE da CESAN, situada na área do sítio do Aeroporto de Vitória.
♦ GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
Nos canteiros de obras (um para as obras de implantação da pista 1-19 e das pistas de táxi e
outro para as demais estruturas a serem implantadas no Aeroporto como Terminal de
Passageiros, Torre, Pátios, etc.) serão determinados locais adequados para estocagem de
materiais e estacionamento de máquinas/equipamentos e a devida manutenção dos mesmos,
galpão para armazenamento de cimento, tintas, ferramentas portáteis, dentre outros, local
para recebimento de materiais granulados como brita, areia, dentre outros.
Os resíduos gerados no canteiro de obras da pista, como resíduos oleosos decorrentes das
atividades de manutenção mecânica e os demais resíduos, como resíduos orgânicos de restos
de alimentos, alumínio de marmitex, dentre outros gerados nos dois canteiros, serão
coletados seletiva e diariamente pela empresa contratada responsável pela implantação do
empreendimento, para os quais serão dadas destinações adequadas sob a fiscalização do
empreendedor. Isto constará como de praxe, no Contrato Padrão da INFRAERO, o qual
estabelece que todo gerenciamento das obras obedecerá aos Padrões de Qualidade,
Segurança e Ambiental da empresa e em conformidade com as respectivas legislações
aplicáveis.
♦ CANTEIRO DE OBRAS
Esse canteiro terá uma usina de asfalto, uma usina de mistura, vias de acesso,
estacionamentos, uma substação com um transformador de 225 kVA, trifásico de 13,8-
0,38/0,22 kV e 60 Hz, bem como um grupo gerador de 60 kVA, trifásico de 380/220 V e 60
Hz.
As obras da pista e táxi estão previstas para uma duração de 16 meses, tendo sido estimado
para o pico das obras um contingente de pessoal com 100 trabalhadores com vários tipos de
qualificação, que serão agrupadas em três níveis:
O segundo canteiro de obras, cujo objetivo será o apoio às obras das edificações e demais
estruturas do empreendimento em análise (novo TPS, pátio de aeronaves, estacionamentos
de veículos, torre de controle, novo SCI, área de apoio, novas instalações do TECA e pátio
de aeronaves de carga, pátio de testes de ruído, etc.), será localizado nas proximidades do
novo Terminal de Passageiros (TPS futuro), ocupando uma área de 11.078 m2.
Esse canteiro, para apoio às estruturas e pátios, também conterá uma área administrativa,
uma área de operações e uma área de vivência, contemplando a NR-18 da Portaria
Ministério do Trabalho 3214/78, relativa à Segurança e Medicina do Trabalho.
Esse canteiro de obras de edificações, também terá uma subestação similar à do canteiro de
pista, pátios de estacionamento, refeitório e cozinha, instalações hidro-sanitárias similares
ao canteiro acima descrito, entretanto, o contingente de pessoal previsto para o pico das
obras será muito superior que ao do canteiro de pista anterior. As obras de edificação
atingirão no pico um contingente de 700 trabalhadores. Entretanto, o mesmo rigor será
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adotado para o referido canteiro de obras, que será ocupado pela empreiteira que vencer a
licitaçào para tais obras.
Também haverá três níveis de enquadramento da mão-de-obra a ser contratada para as obras
de edificações das estruturas já qualificadas anteriormente. Os profissionais do nível 1
deverão totalizar no pico das obras um número de 50, os de nível 2 um número de 100 e os
de níveil 3 um número de 550. Nesse segundo canteiro de edificação não haverá alojamento,
visto que será possível utilizar a mão-de-obra relativa ao nível 3 de qualificação, residente
totalmente na área da Grande Vitória, pois são obras típicas de construção civil.
2. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Classicamente, são utilizados os conceitos de: Área de Influência Direta (AID), como
sendo aquele território onde as relações sociais, econômicas e culturais e as características
físico-biológicas sofrem os impactos de maneira primária, ou seja, há uma relação direta de
causa e efeito; e Área de Influência Indireta (AII), onde os impactos se fazem sentir de
maneira secundária ou indireta e com menor intensidade, em relação ao anterior.
Os limites das áreas de influência foram determinados considerando o alcance dos efeitos
decorrentes da ampliação do aeroporto sobre os sistemas ambientais da região, tanto de
natureza físico-biológica, quanto sócio-econômicos, a saber:
Para os meios físico e biótico, a AID caracteriza-se como a área sujeita às alterações
decorrentes da implantação da nova pista de pouso e decolagem, das pistas de taxiamento,
dos terminais de passageiros e cargas, bem como da infra-estrutura de apoio necessária às
atividades aeroportuárias e para execução do projeto (canteiro de obras). Essa área estará
sujeita a impactos diretos sobre os fatores dos meios físico e biótico (pela supressão da
vegetação, interferência sobre a fauna, movimentação de terra, compactação do solo,
interferências em canais de drenagem podendo alterar o nivel do lençol freático, geração de
esgotos sanitários, efluentes oleosos e resíduos sólidos), estando delimitada na Figura 5.
Quanto à área de influência indireta, não foi prevista para o meio físico. Para o meio biótico,
considerou-se como AII somente a área de manguezal em frente à área sob domínio da
INFRAERO e a Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão (Figura 5), tendo em vista
que a avifauna, devido a suas características, consegue deslocar-se para essas regiões, ao
contrário dos demais grupos faunísticos, que não conseguem transpor a barreira física
existente no canteiro central da Rodovia BR 101, impedindo que os mesmos transitem de
um lado da pista para o outro.
No interior dessa área de influência direta, a malha de vias locais dará conta mais
especificamente dos impactos sobre a vizinhança, e as vias arteriais propiciam também a
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Delimitação das Áreas de Influência INFRAERO
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circulação de acesso aos bairros República, Goiabeiras, Mata da Praia, Jardim da Penha,
Praia do Canto, Solon Borges, Maria Ortiz , Jabour, Jardim Camburi e Santa Terezinha, em
Vitória, e Nossa Senhora de Fátima, Hélio Ferraz, Eurico Sales, Manoel Plaza, Carapina e
André Carloni, na Serra. É, portanto, na área de influência direta que estarão focadas as
análises do impacto sobre o trânsito de veículos e pedestres causado pela circulação de
veículos, motivada pelas operações aeroportuárias, e também, durante a fase de implantação,
pela circulação dos veículos que estarão efetuando o transporte da mão-de-obra e de
materiais de construção.
Quanto à área de influência indireta, em relação aos aspectos sócio econômicos, a mesma
foi definida em função das conseqüências advindas da ampliação do aeroporto, sobretudo,
no que toca ao complexo de infra-estrutura e logística que será formado, dinamizando o
comércio, principalmente com o exterior, estimulando a vinda de indústrias de montagem
eletrônica, bem como o surgimento de várias atividades no setor de serviços em geral, como
o apoio imprescindível ao desenvolvimento do turismo, com efeitos que se rebatem em
toda Grande Vitória.
Sob o ponto de vista da análise das operações de transporte terrestre suscitadas pela
ampliação do Aeroporto de Vitória durante as fases de construção e operação, a área de
influência indireta está circunscrita pela poligonal (Figura 6) formada pelos eixos viários
que distribuem o tráfego gerado pelo empreendimento, interligando-o às demais localidades
do Município de Vitória e da Região Metropolitana que a capital do Estado do Espírito
Santo compõe com os municípios de Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Guarapari e
Fundão, cujos vértices são as interseções viárias abaixo elencados (A, B,...) e que podem ser
observadas na figura citada:
Por ser a área onde são tomadas as principais decisões referentes aos percursos para acesso
de veículos ao aeroporto, e de distribuição do tráfego com origem no empreendimento e
destino às diversas localidades na região metropolitana e interior do Estado, na área de
influência indireta é que são intensificadas as melhorias no sistema de circulação,
particularmente a sinalização viária, para melhor integrar o aeroporto ao plano viário básico
da cidade.
3.1.1 GEOLOGIA/GEOMORFOLOGIA
♦ INTRODUÇÃO
A área objeto de estudo, embora de grandes dimensões, por se tratar de uma região urbana
da cidade de Vitória, para efeito de avaliação da geologia e da geomorfologia, pode ser
considerada uma área bastante restrita.
♦ CARACTERIZAÇÃO REGIONAL
Com relação a geologia da região na qual se insere a área de estudo tem-se, além dos
sedimentos arenosos quaternários que afloram na área de influência direta, estão presentes
outras unidades ou litofacies diferentes daqueles arenosos da região do aeroporto, a
exemplo da litofacies de mangue, que possui uma vasta distribuição à oeste do aeroporto,
estendendo-se para fora dos limites da Ilha de Vitória.
Esses depósitos são compostos por sedimentos síltico-argilosos, ricos em matéria orgânica
e contendo uma grande variedade de moluscos lagunares ou marinhos, indicando a existência
de ambientes paleolagunares. Por vezes esses sedimentos podem se encontrar recobertos
com uma fina camada de argilas ricas em material orgânico ou turfas.
Por fim, como rochas mais antigas na região de entorno do empreendimento tem-se as
rochas do Complexo Paraíba do Sul e da Suite Intensiva Espírito Santo, datadas do Pré-
Cambriano, e que correspondem a diversas litologias de composição predominantemente
granítica, destacando-se o imponente maciço conhecido por Mestre Álvaro, localizado a
oeste dos sedimentos quaternários, cujas partes mais elevadas podem ser observadas a partir
do aeroporto.
A Planície Costeira abrange a área de estudo, estendendo-se para oeste, rumo ao continente,
onde são observados diversos modelados, destacando-se os praiais, os estuarinos e os
flúvio-marinhos. Estes modelados correspondem aos depósitos arenosos, manguezais e
brejos existentes na região de entorno da cidade de Vitória.
A unidade dos Tabuleiros Costeiros é muito comum na paisagem litorânea de todo o estado
do Espírito Santo, principalmente nas regiões centro e norte, sendo bastante significativos
na geomorfologia do Estado. Em sua forma mais característica estes tabuleiros apresentam
contato brusco com a Planície Costeira, representado por paleofalésias da Formação
Barreiras que indicam antigas posições da linha de costa. Esta feição é amplamente
observada ao longo da rodovia ES-001 (Rodovia do Sol), tanto em sua parte norte, entre
Vitória e Nova Almeida, como na parte sul, entre Vitória e Guarapari.
Estes sedimentos arenosos na região do aeroporto apresentam uma continuidade para sul da
área do empreendimento, estendendo-se para as áreas onde hoje se encontram os bairros
Mata da Praia e Jardim da Penha, ocorrendo como preenchimento de fundos de vales ou
fundos estruturais, encaixados entre unidades mais antigas, como os sedimentos terciários
do Grupo Barreiras, que ocorrem logo a norte do aeroporto, na região do Planalto de
Carapina, e as rochas granitóides do embasamento ao sul, que afloram na região da Ilha de
Vitória.
Para leste possui limite desconhecido, estendendo-se sob o oceano, enquanto para oeste
estes sedimentos quaternários se estendem amplamente, contornando parcialmente a Ilha de
Vitória, na região da foz do rio Santa Maria da Vitória, porém caracterizada como uma
litofacie diferente, representada pelos depósitos de mangue.
Todavia, estas áreas aonde se verifica a presença de água em superfície ainda não se
caracterizam tipicamente como áreas de depósitos de pântano, de forma a serem
classificadas e mapeadas como uma litofacies pantanosa. Não são observadas características
típicas deste tipo de depósito, como as turfas, que correspondem a massas de restos vegetais
parcialmente decompostos, de coloração variando de marrom escura a preta, nas quais se
percebe restos de plantas originais. Participa também da formação dos pântanos um material
inorgânico, representado por argilas escuras, essencialmente caoliníticas, siltes e areias
argilosas de coloração cinza escura, com abundantes restos vegetais, cujos indícios de
ocorrência não são muito característicos na região do aeroporto.
Esta feição pode ser mais perfeitamente observável na área de estudo, sobretudo o
recobrimento das areias marinhas por estes depósitos de pântanos incipientes, cujas
principais evidências podem ser constatadas nos locais onde se realiza periodicamente a
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Diagnóstico Ambiental INFRAERO
Fevereiro/03 - 36 -
dragagem dos diversos canais existentes na propriedade, onde, sob o pântano, encontram-se
areias grosseiras de coloração escura.
Litologicamente, estes depósitos arenosos são constituídos por areias quartzosas médias a
grosseiras, brancas, mal selecionadas a conglomeráticas, conforme ilustra a Figura 7, com
freqüentes grânulos e seixos de até 20 mm de diâmetro maior, podendo ocorrer a presença
associada de minerais escuros (ilmenita, magnetita, zircão e turmalina) concentrados em
lâminas e leitos. Ocasionalmente, aparecem leitos de areias médias, com seleção regular e
boa. Essas areias contém, por vezes, pequena percentagem de plaquetas de mica.
Deve-se ainda ressaltar que, embora não ocorram na área de estudo sedimentos argilosos, na
parte central da mesma podem ser observados pseudo afloramentos de material argiloso
(Figura 8), que na realidade correspondem a restos de material de empréstimo trazidos para
a área do aeroporto quando da construção de uma antiga pista de pouso, atualmente
desativada. Portanto, este material não é natural da região do aeroporto, tendo apenas sido
utilizado como parte do aterro, ainda parcialmente existente.
♦ GEOMORFOLOGIA LOCAL
A área de estudo engloba, segundo classificação adotada pelo Projeto RadamBrasil, apenas
um domínio morfo-estrutural, representado pelos Depósitos Sedimentares. Este domínio
morfo-estrutural, em grande parte da região costeira do estado do Espírito Santo, é dividido
em duas unidades geomorfológicas distintas: os Tabuleiros Costeiros e a Planície Costeira.
Os modelados flúvio-marinhos são representados pelos mangues atuais que ocupam parte da
Planície Costeira, sendo os mesmos formados a partir da contribuição de sedimentos
continentais e marinhos, através da influência da sedimentação de maré. Ressalta-se,
entretanto que estes modelados encontram-se fora da área de influência do
empreendimento.
Na área de estudo, esta unidade não apresenta uma característica fisiográfica marcante,
sendo bastante homogênea em toda sua extensão, como ilustra a Figura 9, sem a presença de
lagoas, falésias, cursos d’água ou outra feição fisiográfica qualquer que se destaque ou
diferencie dentro da unidade, considerando os limites da área de estudo.
O relevo dominante na área de estudo se caracteriza por ser extremamente plano, onde os
depósitos arenosos já se encontram em certos pontos terraplanados e aterrados para
implantação da pista de pouso/decolagem e de outras estruturas para atendimento do
terminal aeroportuário.
A principal feição marcante refere-se aos diversos canais de drenagem existentes na área
(Figura 10), alguns atingindo cerca de 3 metros de largura, e que periodicamente necessitam
de dragagens para limpeza/desobstrução dos mesmos, de forma a permitir a continuidade do
fluxo das águas a serem drenadas, que naturalmente já encontram dificuldades de
escoamento face ao baixo gradiente de escoamento, permitindo a retenção e o acúmulo de
sedimentos finos que vão se depositando no interior dos canais.
Com relação aos aspectos morfodinâmicos verificados nesta Planície Costeira na região do
aeroporto, pode-se observar que predomina o modelado de acumulação sedimentar, sendo
inexistente ou praticamente nula a suscetibilidade a processos erosivos no interior da área
trabalhada. Este fato se deve a presença de um relevo extremamente plano, a proximidade
altimétrica do nível de base, representado pelo mar, e a grande permeabilidade dos solos
arenosos ali existentes. Da mesma forma é nula a suscetibilidade a ruptibilidade ou
rompimentos do terreno, uma vez que na área de estudo não são observadas falésias ou
taludes de qualquer natureza.
Por outro lado, determinadas partes da região de estudo apresentam uma característica para
empoçamento ou alagamento, principalmente na região norte. Este fato se deve a presença
de um lençol freático muito próximo à superfície do terreno, dificultando a drenagem das
águas pluviais após as precipitações mais fortes, acumulando-se na superfície da área.
♦ INTRODUÇÃO
O mapa elaborado apresenta os grupos de solos que ocorrem ao longo da área de estudo, que
tanto podem ocorrer na forma de Grande Grupo isolado ou na forma de associações de
Grandes Grupos, figurando em primeiro lugar na legenda o nome do grupo de solo
dominante na associação verificada.
O grupo das Areias Quartzosas Marinhas corresponde aquele que possui maior
representatividade na área trabalhada, sendo mapeado ora como unidade individualizada,
ora como unidade associada a um outro grupo de solo, porém sempre como unidade
dominante na associação verificada. O outro Grande Grupo verificado como unidade
subordinada na associação existente corresponde ao Podzol Hidromórfico.
O objetivo que se procurou alcançar aqui refere-se a uma caracterização geral dos solos da
região com base em levantamentos já existentes, associado a etapas de campo, visando o
reconhecimento das unidades presentes e sua distribuição morfológica, de forma a subsidiar
uma caracterização dos solos da área condizente com o objetivo maior do estudo, que
consiste na avaliação dos impactos potenciais decorrentes da ampliação do aeroporto sobre
os solos locais.
♦ TIPOS DE SOLOS
Este Grande Grupo de solo representa o grupo que ocorre com maior distribuição na área de
influência do empreendimento, encontrando-se distribuído para além da área de abrangência
do estudo.
Para leste estes solos se estendem até a linha de costa, enquanto para sul apresentam
continuidade nas áreas atualmente urbanizadas, representadas pelos bairros de Mata da Praia
e Jardim da Penha. Para oeste, no sentido do continente, apresentam continuidade, também
em áreas já urbanizadas, até se encontrarem com os Solos Indiscriminados de Mangue, que
se estendem ao longo do Canal da Passagem.
Na área de influência direta estes solos ocupam praticamente toda a área onde se localiza a
infra-estrutura aeroportuária, a atual pista de pouso/decolagem e toda a área restante a leste
da pista. Possui a nível de mapeamento uma área de ocorrência de cerca de 410 ha, que
representam 76% da área mapeada, como pode ser observado no Mapa de Solos na Figura
11.
Como forma isolada, estes solos arenosos distribuem-se por praticamente toda a área de
estudo, à exceção da porção norte, após a cabeceira norte da atual pista de pouso/decolagem,
conforme ilustrado na Mapa de Solos (Figura 11). Neste local, os solos arenosos encontram-
se em associação com os solos Podzol Hidromórfico, representando, nesta associação, o
componente dominante. A ocorrência desta associação permite a definição de uma unidade
de mapeamento individualizada, como pode ser observado no Mapa de Solos.
Com relação ao estado de conservação, estes solos, nos locais onde não ocorreram
interferências diretas, apresentam-se bem conservados e suportando uma mata de restinga
de porte significativo, com presença de matéria orgânica e serrapilheira sobre o horizonte A,
a exemplo da área da Reserva Ecológica Municipal Restinga de Camburi situada junto a Av.
Dante Micheline, na parte leste da área.
Finalmente, mesmo considerando as restrições para qualquer tipo de uso destes solos em
áreas aeroportuárias, cabe ressaltar que, quanto ao potencial agrícola, estes são solos
naturalmente pobres, de fertilidade natural muito baixa, fortemente ácidos, necessitando de
tecnologia avançada para um manejo agrícola adequado.
Estes solos ocorrem somente em uma pequena extensão na porção norte da área de
influência direta, conforme pode ser observado na Figura 11, em área mapeada como uma
associação com as Areias Quartzosas Marinhas. Na associação verificada estes solos
representam o tipo subordinado, enquanto os solos de Areias Quartzosas Marinhas
representam o grupo predominante.
Esta associação, possui, a nível de mapeamento, uma área de ocorrência de cerca de 75 ha,
que representa 14% da área mapeada, como pode ser observado no Mapa de Solos na Figura
11.
Estes são solos desenvolvidos sob grande influência do lençol freático próximo à superfície
ou na superfície, refletida, no perfil, através da acumulação de matéria orgânica no
horizonte hidromórfico e pela presença de cores cinzentas. Nestes solos, o impedimento ao
desenvolvimento pedogenético é devido principalmente à grande influência do processo de
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Fevereiro/03 - 44 -
umidade permanente ou temporária, durante períodos variáveis do ano, condicionada quase
sempre pela posição do relevo na paisagem e pela drenagem natural.
São solos profundos, que apresentam textura arenosa ao longo de todo o perfil,
imperfeitamente drenados, cuja permeabilidade pode ser mais rápida na parte superior
passando a lenta no horizonte Bh, sendo invariavelmente distróficos, cuja acidez
normalmente varia de fortemente a extremamente ácidos.
São solos desenvolvidos a partir de sedimentos arenosos marinhos, que ocorrem em relevo
plano, encontrando-se no local parcialmente cobertos por vegetação adaptada a excesso de
umidade, conhecida como Floresta Paludosa Litorânea, podendo ainda ocorrer mata de
restinga e campos de várzea.
Na área de estudo, estes solos podem estar alterando suas características originais, a partir
da implantação de vários canais artificiais de drenagem, cuja finalidade é de promover um
rebaixamento do lençol freático e permitir o escoamento superficial do excesso de água,
deixando as várzeas mais secas.
O Mapa de Solos, na Figura 11, apresenta uma área delimitada, onde ocorrem
principalmente solos de Areias Quartzosas Marinhas, indicando as áreas que se encontram
bastante antropizadas, cujos solos originais atualmente se apresentam parcial ou totalmente
encobertos e impermeabilizados, conforme mostra a Figura 14, em área ocupada por
estrutura aeroportuária da INFRAERO.
§ Trecho junto a Av. Dante Michelini, próximo a Reserva Ecológica Municipal Restinga de
Camburi, anteriormente utilizado como sede anual do evento Feira dos Municípios, cujo
solo também se encontra parcialmente impermeabilizado por cobertura asfáltica;
§ Área destinada a uma Estação de Tratamento de Esgotos, operada pela CESAN, na qual
se observa a construção de três lagoas de estabilização, para as quais também se utilizou
material de aterro argiloso recobrindo os solos de areias quartzosas.
Estas quatro áreas se encontram representadas no Mapa de Solos da Figura 11, apresentada
anteriormente, identificadas na legenda como áreas de solos antropizados. Esta área totaliza
cerca de 54 hectares e representa cerca de 10 % da área de influência considerada neste
empreendimento.
♦ INTRODUÇÃO
- TEMPERATURA
A região possui clima tropical quente (temperaturas médias para todos os meses do ano
superiores a 18o C) e superúmido, com subseca no mês de agosto.
35
30
25
20
15
10
0
MÉDIAS MÁXIMAS MÍNIMAS
Figura 15: Temperaturas Médias, Máximas e Mínimas Mensais da Estação Meteorológica de Vitória, ES.
A temperatura média de longo período é 23,9 o C, sendo os meses de março e janeiro os que
apresentam maiores médias mensais (26,1 e 26,0 oC respectivamente), enquanto que o mês
de julho apresenta a menor média mensal, 21,4 o C. A menor temperatura média mensal para
o período 1931/1990 ocorreu no mês de julho, 18,1 oC, enquanto que a maior ocorreu no mês
de fevereiro, 31,6 oC.
A Figura 16 mostra que a precipitação anual média de longo termo (período de 1931/1990)
é 1278,1 mm, ocorrendo a maior média mensal no mês de dezembro (200,5 mm) e a menor
média mensal no mês de agosto (50,4 mm).
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
MÊS
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
NOV DEZ
A Figura 17 mostra que a máxima precipitação de 24 horas foi 196,9 mm, tendo ocorrido
em um mês de junho.
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
MÊS
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
NOV DEZ
Figura 17: Precipitações Máximas de 24 horas - Período 1931/1990. Estação Meteorológica de Vitória, ES.
250
200
150
100
50
0
JA FE MA AB MA JU JU AG SE OU NO DE
- FREQÜÊNCIA DE VENTOS
A Tabela 9 apresenta freqüência das direções de vento para a Ilha de Santa Maria. Observa-
se que os ventos do quadrante nordeste (norte a este) apresentam-se com maior freqüência
de ocorrência (39,1%).
DIREÇÃO
Variável
Mês N NE E SE S SW W NW Calmas Total
ou não obs.
Janeiro 24 14 16 2 4 6 5 6 5 18 100
Fevereiro 21 11 16 2 2 4 4 6 16 18 100
Março 16 9 14 3 4 10 6 6 8 24 100
Abril 10 5 12 4 6 12 11 5 12 25 100
Maio 10 5 11 4 7 15 11 5 6 26 100
Junho 12 5 11 3 6 12 9 6 11 25 100
Julho 11 5 12 3 7 14 10 6 7 25 100
Agosto 17 8 14 3 6 11 6 7 7 21 100
Setembro 19 10 14 3 6 11 8 4 9 16 100
Outubro 17 13 14 4 7 12 9 4 7 13 100
Novembro 17 13 12 5 7 10 8 5 11 12 100
Dezembro 21 16 13 3 6 7 8 4 7 15 100
Média Anual 16,3 9,5 13,3 3,3 5,7 10,3 7,9 5,3 8,7 19,7 100,0
Fonte: Normais Climatólogicas do Brasil, 1965 e 1993.
3.1.4 QUALIDADE DO AR
Para realização do diagnóstico da área sob influência direta das atividades a serem
desenvolvidas nas fases de implantação e de operação do empreendimento, foram usadas
ferramentas estatísticas aplicadas a dados de monitoramento ambiental oficiais – Rede
Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar (RAMQAr).
Na Tabela 10 são mostrados os resultados da estatística descritiva dos valores máximos diários para
as estações citadas.
Pode-se observar que os resultados evidenciados na Tabela 10 indicam que entre os grupos
testados há diferenças, ou seja, entre dias de semana e fins de semana e entre estações.
A observação dos dados da Tabela 10, a qual expõe as médias dos valores máximos diários
medidos no período analisado, permite algumas considerações de destaque, quais sejam:
§ Estação de Carapina: média de 71,42 µg/ m3 para PTS e de 45,39 µg/ m3 para PM10
§ Estação de Jardim Camburi: média de 8,44 µg/ m3 para SO2, 127,65 µg/ m3 para PTS e
79,51 µg/ m3 para PM10
* Média geométrica
Esta influência do ruído e sua propagação são avaliadas por Curvas de Nível de Incômodo
Sonoro, que são linhas traçadas a partir dos pontos nos quais o nível de incômodo sonoro é
igual a um valor predeterminado e especificado pelo DAC - Departamento de Aviação
Civil.
§ Na área compreendida entre esta curva de ruído 1 e a curva de ruído 2 , tem-se a Área 2
(Área do Plano de Zoneamento Ruído), onde são registrados níveis de incomodo sonoro
moderados.
§ Por fora da curva de ruído 2, tem-se a Área 3 (Área do Plano de Zoneamento de Ruído),
onde normalmente não são registrados níveis de incômodo sonoro significativos.
Estas curvas de ruído, representam o Nível de Incômodo Sonoro, que é uma medida
cumulativa de incômodo causado pelas aeronaves em IPR (Índice Ponderado de Ruído).
♦ RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir estão apresentadas as curvas de ruído (Curvas Isofônicas Delimitadoras das Áreas
de Níveis de Incômodo Sonoro) referentes ao aeroporto de Vitória segundo o PDIR/SBVT-
Revisão/98.
Segundo as condições abaixo detalhadas foram determinadas as curvas de ruído para dois
mix de aeronaves, sendo um sem a operação de cargueiros e outro com a operação de
cargueiros. Tais curvas foram sobrepostas para uma comparação efetiva, na situação de
2001 (Figura 19).
Mix de Aeronaves:
AERONAVES PERCENTUAL
727-100 5%
737-300 5,4%
737-500 5,4%
BE 90 27%
E-145 24,3%
DHC8 2,7%
FK-100 32,5%
LEAR 35 2,7%
Fontes:
- 2º Grupo: pistão e turbo hélice, representados pela aeronave BE90. Não foram
considerados os helicópteros e aeronaves militares.
Mix de Aeronaves:
AERONAVES PERCENTUAL
727-100 5,1%
737-300 5,1%
737-500 5,1%
BE 90 25,6%
E-145 23,1%
DHC8 2,6%
FK-100 30,8%
LEAR 35 2,6%
Fontes:
A geração das curvas isofônicas para o mix de aeronaves com e sem a operação de
cargueiros, lançada sobre a planta da região urbana do entorno de Vitória, permite uma
visualização das alterações da curva de incomodo sonoro 2 (curva de ruído 2) para as duas
situações (curva vermelha sem operação de cargueiros, curva rosa com operação de
cargueiros).
Na extremidade sul da pista (cabeceira 05), junto a Av. Adalberto Simão Nader, a curva de
ruído 2 avança sobre a zona urbana, de forma semelhante a das isofônicas geradas para as
condições de operação do aeroporto de Vitória em 1997 (PDIR/SBVT/98).
Na região dos bairros N. S. de Fátima e Eurico Sales, a curva de ruído 2 para operação com
cargueiros se prolonga mais que para operação sem cargueiros.
♦ INTRODUÇÃO
As águas precipitadas sobre a área se dirigem por canais de drenagem para uma região de
manguezais localizada nas proximidades dos bairros Goiabeiras e Maria Ortiz. Os principais
canais de macrodrenagem que recebem as águas provenientes da área da INFRAERO são os
localizados nas proximidades da Avenida Adalberto Simão Nader e em sua extremidade
Norte. O primeiro se dirige para o estuário do rio Santa Maria da Vitória através de galeria
de drenagem pluvial que atravessa o bairro Goiabeiras. O segundo se dirige para o estuário
através da Estação Ecológica do Lameirão e do bairro Maria Ortiz.
A Figura 20 mostra uma canaleta em área impermeável do aeroporto, cujas águas coletadas
posteriormente se dirigem para os canais de drenagem.
Figura 20: Vista de canaleta de drenagem da pista do aeroporto. Sentido da foto: Norte -Sul
Os canais situados ao Norte da área recebem os esgotos tratados pela ETE de Camburi, em
ponto situado fora da área da INFRAERO, junto à cerca limite. Esta Estação de Tratamento
recebe esgotos dos bairros situados na região norte do município de Vitória, incluindo
Bairro de Fátima, Jardim Camburi, Mata da Praia e Jardim da Penha.
As Figuras a seguir mostram as condições atuais de alguns canais e áreas alagadas situadas
na área de estudo.
- QUALIDADE DE ÁGUA
Os resultados do monitoramento indicaram que as águas de drenagem das áreas situadas nas
partes Sul se apresentam em condições qualitativas muito melhores do que aquelas da parte
norte, indicando influência do lançamento dos efluentes tratados da ETE de Camburi nos
canais de drenagem.
O parâmetro Cor Aparente, que se apresentou alto para a quase totalidade dos pontos
monitorados, é influenciado pelas características naturais do solo da área.
♦ CONSIDERAÇÕES FINAIS
3.2.1 VEGETACÃO
♦ INTRODUÇÃO
A área onde encontra-se localizado o Aeroporto de Vitória, está inserida no domínio do ecossistema
Restinga, estando em sua maioria bastante descaracterizado por ações antrópicas ocorridas no
passado, podendo serem citados os episódios de incêndios no local, retirada de areia, uso do
local para pastoreio e corte seletivo.
♦ DESCRIÇÃO DA VEGETAÇÃO
Essa Unidade de Conservação Municipal possui uma área de cerca de 12,5 ha e já foi
estudada por alguns botânicos regionais, sendo que apenas um trabalho foi publicado em
periódicos oficiais, trata- se do estudo de PEREIRA & ASSIS (2000), o qual descreve as
fitofisionomias existentes no local, relacionam as principais espécies ocorrentes em cada
uma e fornecem ainda uma lista das espécies levantadas em toda a área de restinga sob
domínio da INFRAERO.
Vale a pena ressaltar que essa UC encontra-se rodeada por canal de drenagem e por
formações vegetais bastante degradadas, com lençol freático muito superficial tornando o
ambiente, ao redor da Reserva, alagadiço durante os períodos de chuvas mais intensas
(Figura 30). Isso dificulta ainda mais a inter-relação quanto à polinização e dispersão de
sementes dessa formação vegetal com as outras mais próximas que apresentam um certo
grau de similaridade com ela.
Figura 30: Vista parcial de uma dos bordos da Reserva Ecológica Municipal Restinga
de Camburi, evidenciando os locais alagadiços que formam um cinturão ao redor da Reserva.
Mata Seca de Restinga, município de Vitória (ES).
Nas áreas onde ocorre a presença dessa formação vegetal, observa-se perturbação antrópica,
quer seja por retirada de areia, pastoreio e incêndios ocorridos no passado. Com isso, a
vegetação local encontra-se bastante impactada, situação diferente da observada nas outras
duas formações florestais situadas no entorno da área da INFRAERO, que apresentam um
nível de degradação menos acentuado, a Reserva de Camburi e a Floresta Periodicamente
Inundável.
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Diagnóstico Ambiental INFRAERO
Fevereiro/03 - 70 -
FPM 002/03
Figura 31: Bordo da Mata Seca de Restinga em Regeneração em transição com a vegetação graminóide,
destacando-se diversos indivíduos de Leucaena leucocephala, aeroporto, município de Vitória (ES).
Área com solo muito alterado pela extração de areia e/ou movimentação da superfície,
apresentando trechos secos e outros com depressões úmidas ou com acúmulo de água livre
onde instalaram-se espécies como Eleocharis interstincta, Rhynchospora holoschoenoides,
Cyperus haspan, Pterolepsis paludosa, Tibouchina urceolaris, Typha dominguensis,
Nymphea humbolditiana, Brachiaria sp., dentre outras.
Em vários locais o solo apresenta-se exposto (Figura 34) e em períodos chuvosos ocorre o
encharcamento do local, dificultando o acesso às áreas de vegetação mais fechada (Figura
35).
Figura 32: Aspecto geral um trecho de vegetação Graminóide/Arbustiva com diversos indivíduos da família
Poaeae e algumas espécies invasoras, aeroporto, município de Vitória (ES).
Essa comunidade que sofrerá interferência pela implantação da nova pista, apresenta-se com
vegetação predominantemente arbustiva além da forte presença de herbáceas, com espécies
invasoras atingindo altura entre 1 e 6 m. Ocupa a faixa entre as pistas desativada e atual do
aeroporto e o bairro Jardim Camburi.
Apresenta pequenos trechos onde o solo foi alterado pela extração de areia e/ou
movimentação da superfície, apresentando áreas secas e outras com depressões úmidas ou
com acúmulo de água livre onde crescem espécies como Eleocharis interstincta,
Rhynchospora holoschoenoides, Cyperus haspan, Pterolepsis paludosa, Tibouchina
urceolaris, Typha dominguensis, Nymphea sp., Brachiaria sp., dentre outras (Figura 36).
Além disto, a vegetação dessa área sofreu pressões antrópicas no passado como incêndios,
cortes seletivos, pastoreiro e construção de vias de acesso (Figura 37).
Os indivíduos aí presentes em sua maioria são arbustivos, cujas espécies pertencem a várias
famílias. Essa fitofisionomia encontra-se em estágios mais avançados que a
Graminóide/Arbustiva e com vários níveis de perturbação, não permitindo a diferenciação
com nitidez, se foi mata ou se era composta por formações de moitas, em função disso a
denominamos de Arbustiva.
Área com afloramento de água constante, situada entre a pista desativada e a via que parte
da cabeceira 23 da pista atual. Em seu entorno ocorrem as Formações Graminóide/Arbustiva
e Arbustiva, além de canais de drenagem.
Figura 38: Vista geral do Brejo Herbáceo Arbustivo, aeroporto, município de Vitória (ES).
A vegetação existente nessa formação apresenta-se bem fechada com indivíduos variando
em altura de 4m podendo alcançar até 15m, destacando-se aqui os emergentes (Figura 39).
Nessa fisionomia a composição florística e a estrutura são modificadas em relação a outras
arbóreas presentes em restinga, em função do nível do lençol freático.
Essa área apresenta alguns indícios de perturbação antrópica, observando-se com freqüência
a presença de trilhas no local e pessoas caminhando pela região. Há um ponto onde
evangélicos reúnem-se para orações, ocorrendo aqui a deposição de lixo no local e
compactação do solo.
- GRAMADO (G)
Na área de intervenção, não foi detectada nenhuma espécie rara ou em risco de extinção
constante na lista oficial de espécies da flora brasileira em perigo de extinção, do IBAMA,
portaria 37-N, de abril de 1992. Porém, na Mata Seca da Reserva Ecológica Municipal de
Camburi há ocorrência de Jacquinia brasiliensis (pimenteira), constante na referida
listagem.
Quanto à Mata Paludosa, que tem uma relação direta com o regime hídrico, pode ocorrer
modificação na estrutura e composição da vegetação, caso não haja o dimensionamento
adequado nos canais de drenagem, alterando significantemente os níveis d`água.
De acordo com os resultados obtidos nas campanhas de campo, após análise dos dados
quali-quantitativos das diferentes tipologias detectadas ao longo das áreas previstas para
implantação do empreendimento, a vegetação pode ser qualificada em graus baixo, médio e
alto de conservação, da seguinte forma: baixo - aquela que vem sofrendo fortes
interferências antrópicas, como a Graminóide/Arbustiva e Gramado; médio - aquela que
vem sofrendo menores interferências antrópicas ou encontra-se por maior período de tempo
em regeneração, apresentando regeneração natural com evolução forte, como a Mata Seca
em Regeneração e a Arbustiva; alto - aquela que vem sofrendo baixas interferências
antrópicas, encontrando-se em condições próximas ao seu estado original, como Brejo
Herbáceo, Mata Seca (Reserva Ecológica Municipal Restinga de Camburi) e a Floresta
Periodicamente Inundada Reserva Ecológica Minicipal Mata Paludosa) sendo que essas
duas últimas não sofrerão interferência com a implantação da obra.
3.2.2 FAUNA
♦ INTRODUÇÃO
Esse diagnóstico apresenta a caracterização dos peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos
da área de influência do projeto de ampliação do Aeroporto de Vitória, de forma a verificar
a situação atual da fauna, subsidiando assim a avaliação dos impactos ambientais desse
empreendimento e as medidas a serem propostas para mitigar esses impactos.
3.2.2.1 Peixes
♦ INTRODUÇÃO
No Estado do Espírito Santo, a ictiofauna de água doce foi pouquíssimo estudada, sendo que
sequer o número aproximado das espécies ocorrentes nos corpos d’água do Estado, é
conhecido. Diversas áreas do Estado permanecem a descoberto quanto às pesquisas de
diversidade de peixes, inclusive várias Unidades de Conservação, e inversamente
A Mata Atlântica e seus diversos ambientes associados (riachos, brejos, lagoas, córregos,
restingas inundáveis, matas paludosas, turfas, etc.), proporcionam grande variedade de
recursos, diversos micro-hábitats e alimentos, que sustentam uma das mais expressivas
comunidades de peixes do Brasil, sendo que muitas formas são endêmicas desse
ecossistema.
♦ RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 13: Lista das espécies de peixes encontradas na área de estudo (áreas inundadas e
canais de drenagem na porção norte da pista do Aeroporto de Vitória e arredores).
♦ CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa bacia, segundo Géry (1969), Lowe-McConnell (1975) e Böhlke et al., (1978), ocorre
um acentuado grau de endemismo, devido, segundo Menezes (1970), ao isolamento das
grandes bacias fluviais , em geral por cadeias de montanhas (Perrone et al. 1995).
A destruição da Floresta Atlântica afetou a sobrevivência dos peixes de riacho que nela
habitam de diversos modos. Para muitos peixes da família Characidae, um dos grupos mais
importantes da América do Sul que dependem da visão para alimentação, reprodução e
comportamento social, é quase impossível viver em águas turvas ou em águas sujeitas a
intensa luminosidade devido a retirada da floresta. A manutenção de temperaturas amenas
nos riachos e córregos é também garantida pela presença das florestas que impedem a
insolação direta e conseqüentemente picos elevados de temperatura durante a tarde. Muitos
peixes de riachos e córregos de florestas não suportam grandes variações diárias de
temperatura (Menezes et al. 1990).
A ausência da floresta acarreta também a perda de fontes de alimento, tais como insetos,
frutos, flores e folhas, essenciais para muitas espécies típicas de corpos d’água desse
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Diagnóstico Ambiental INFRAERO
Fevereiro/03 - 83 -
FPM 002/03
ecossistema. Insetos terrestres que caem das árvores situadas a beira dos riachos e córregos,
representam uma proporção considerável do alimento dos peixes da Floresta Atlântica
(Menezes et al. 1990).
Três espécies encontradas ou citadas durante o estudo são exóticas à Bacia do Leste:
Poecilia cf. vivipara (Barrigudinho), Tilapia sp. (Tilápia) e Clarias sp. (Bagre africano).
Vale alertar para o risco de introdução de mais espécies exóticas, que vem sendo criadas em
propriedades rurais próximas, principalmente no município da Serra.
O receio da introdução dessas espécies exóticas nos corpos d’água da região advém dos
possíveis impactos que a presença dessas espécies podem trazer às espécies nativas, tais
como predação e competição por recursos (alimentação e reprodução), principalmente.
Zaret & Rand (1971), Pompeu & Godinho (1994) e Winemiller (1989), abordam com
minúcias as consequências desastrosas causadas pela introdução de espécies alienígenas em
ambientes naturais.
De posse das informações acima citadas, podemos afirmar que a ictiofauna da área
estudada, sofreu drásticas mudanças, pois se sabe que há algumas décadas grandes porções
da área em questão e seu entorno, eram cobertos por restinga arbustiva e mata paludosa, e
que, segundo relatos antigos, existiam diversos corpos d’água, hoje extintos por aterramento
ou canalizados em manilhas, que cortavam toda a área e interligavam a mesma à Estação
Ecológica do Lameirão.
3.2.2.2 Anfíbios
♦ INTRODUÇÃO
♦ RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram registradas dezessete espécies de anfíbios anuros, pertencentes a três famílias, que
estão dispostas na Tabela 14, juntamente com seus dados bio-ecológicos. Vale ressaltar que
artrópodes, formam o principal item da dieta da maioria dos anfíbios.
As espécies mais abundantes foram Hyla branneri e Leptodactylus gr. ocellatus. A maior
riqueza de espécies foi encontrada nos ambientes alagados. A umidade relativa do ar,
chuvas e temperatura são importantes fatores abióticos para a atividade reprodutiva dos
anfíbios anuros (ampla discussão em Pombal Jr, 1997).
Figura 48: Exemplar de perereca (Trachycephalus nigromaculatus), que habita em ambientes florestais e bromélias. Foto ©
J.L. Gasparini.
Figura 52: Exemplar de rã comum ou nantiga (Leptodactylus gr. Ocellatus). Foto © J.L. Gasparini.
Figura 53: Exemplar de perereca capacete (Aparasphenodon brunoi). Foto © J.L. Gasparini.
3.2.2.3 Répteis
♦ INTRODUÇÃO
♦ RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ambientes
Hemidactylus mabouia Taruira Coleta Artrópodes Noturno
antropizados
Ambientes
Gymnodactylus darwinii Lagartixa Coleta Artrópodes Noturno
florestais
Família Anguidae
Ophiodes cf. striatus Cobra -de-vidro Visual Artrópodes Diurno Áreas abertas
Fonte: Campanhas de campo, 2001.
Tabela 15: Lista das espécies de répteis encontradas na área de estudo (Continuação).
Três espécies registradas neste estudo são consideradas ameaçadas, ou pela Lista Oficial
de Fauna Ameaçada de Extinção - IBAMA, ou pela Lista Vermelha da União
Internacional para a Conservação da Natureza - IUCN Red List (Tabela 16). Além dessas,
vale ressaltar que a Jibóia (Boa constrictor) e o Teiú (Tupinamis merianae), são espécies
utilizadas para alimentação e por isso, intensamente caçadas e portanto com status de
conservação em estudo por diversos autores. Gasparini (2000) e Marques et al. (1998),
citam essas espécies como sujeitas a grande pressão de caça no Espírito Santo e em São
Paulo, respectivamente.
A seguir nas figuras 54 a 60, podem ser observadas algumas espécies encontradas na área
de estudo.
Tabela 16: Relação das espécies da herpetofauna da região incluídas nas Listas de Fauna
Ameaçada do IBAMA e da IUCN.
ESPÉCIE STATUS
Categoria IBAMA IUCN
Phrynops sp. EN x x
Geochelone denticulata VU x
Caiman latirostris VU x
Fonte: Campanhas de campo, 2001. Obs.: EN = Endêmica; VU = Vulnerável.
3.2.2.4 Aves
♦ INTRODUCÃO
Segundo Steadman (1997) 76% das aves tropicais ocorrem em áreas endêmicas e estas
entram em extinção de 4 formas diferentes: (1) predação direta como caça, coleta de ovos,
remoção de ninhos para criação em cativeiro; (2) introdução de espécies não nativas, que
expõe as espécies indígenas a novos predadores, competidores, parasitas ou patógenos; (3)
grande desconhecimento de espécies; (4) degradação ou perda do habitat, que pode ser
direta (desmatamento, drenagem de águas, poluição do mar, poluentes tóxicos) ou devido a
introdução de plantas exóticas.
Segundo Cleary e Dolbeer. (2001), nos EUA os impactos gerados pela fauna na Aviação são
grandes, sendo que as aves são o grupo que mais incidentes causam à aviação. Entretanto,
estas são reconhecidas como os melhores bioindicadores dos ecossistemas terrestres, onde
ocupam muitos nichos ecológicos e tróficos das florestas, distribuindo-se desde o piso até as
copas das árvores (Almeida e Almeida, 1998). São um dos componentes mais interessantes
de nossa fauna, com uma grande diversidade e extrema ligação afetiva e econômica com o
homem. Muitas espécies de aves estão diminuindo suas populações, sendo a destruição de
áreas de reprodução e particularmente a fragmentação e o isolamento dos habitats sugeridos,
como fatores importantes na diminuição dessas espécies (Keyser et all., 1997; Robinson &
Robinson, 1998).
Este diagnóstico ambiental foi elaborado para subsidiar a avaliação dos impactos ambientais
causados pela ampliação do aeroporto, e a proposição das medidas mitigadora a serem
propostas para evitar ou reduzir esses impactos.
♦ RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a área de estudo foram registradas a presença de 114 espécies de aves, pertencentes a
17 Ordens e 37 Famílias (Tabela 17). Como era de se esperar, a ordem mais representativa
foi a Passeriformes, com 43,0% das espécies, seguida de Ciconiiformes com 7,9%;
Columbiformes com 7,0%; Apodiformes, Falconiformes e Charadriiformes com 5,3%;
Strigiformes, Coraciiformes e Cuculiformes com 4,4%; Gruiformes com 3,5%; Piciformes
com 2,6%; Caprimulgiformes e Psitaciformes com 1,7% e Tinamiformes, Pelecaniformes,
Anseriformes e Galliformes com 0,9% (Figura 61).
1 1 9
1
6
1
4
49 6
2
5
5
3 2
5 6
Foram efetuados quatorze dias de observação na área de estudo (área de influência direta e
indireta), onde detectou-se que a REMRC – Reserva Ecológica Municipal Restinga de
Camburi foi a área com maior riqueza de espécies, 95 aves; seguida pela área da EEMIL-
Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão com 82 aves; a área da REMMP - Reserva
Ecológica Municipal Mata Paludosa com 78 e a área sob domínio da INFRAERO com 74
espécies
A área da REMRC apresentou a maior diversidade de espécies (3,409), seguida pela área do
Manguezal (3,335), área da REMMP (3,317) e área da INFRAERO (2,884). Apesar de
estatisticamente os dados apresentarem diferenças entre as áreas, a proximidade muito
grande entre as mesmas, especialmente da REMRC, da INFRAERO e da RMMP e das
semelhanças observadas "in loco" indicam que estas áreas apresentam características muito
semelhantes com relação a avifauna.
Acredita-se que as diferenças encontradas com relação ao manguezal (EEMIL) possam ser
reais, pois as características distintas entre os ecossistemas, provavelmente possibilitaram
linhas de evolução com especialização de determinados grupos, o que pode ser observado,
com o número de espécies que foram encontradas apenas neste ecossistema e as observadas
apenas nas outras áreas (Tabela 17).
A área do manguezal teve a menor dominância (0,156), o que demonstra que a distribuição
das espécies encontradas na área é mais uniforme que nas demais.
Tabela 17: Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
ORDEM / NOM E HABITAT ALIMENTAÇÃO REGISTRO
Família /. ESPÉCIE Hábitos STATUS Outras
POPULAR *A, *B, *C *A ,*B, *C INFRAERO REMRC REMMP EEMIL
Subf amília Áreas
TINAM IFORM ES
Rhy nc hotus Ca poe ir a e
P e r diz Diur nos Ar tr ópode s e f r utos Obs Obs Obs
Tinamidae rufe sc e ns bor da
Cry pture llus sp I nha m bu 2
PODICIPEDIFORM ES
Tac hy baptus Me r gulhã o-
Podic ipe didae 4
dominic us pe que no
PELECANIFORM ES
Anhinga
Anhingidae Bigua tinga 2, 4
anhinga
Phalac roc orax Ala ga dos, Ve r te br a dos e
Phalac r oc or ac idae Biguá Diur no Obs 4
brasilianus m a ngue za l a r tr ópode s
Fre gata
Fr e gat idae Te sour ã o Diur no Ma r inho P e ixe s Obs
magnific e ns
CICONIIFORM ES
Ga r ç a -
Casme rodius Ala ga dos e P e ixe s, pe que nos
br a nc a - Diur no Fr Obs Obs, 1 Obs Obs 2, 4
albus m a ngue za l ve r te br . e a r tr ópode s
gr a nde
Gr a ç a -
br a nc a - Ala ga dos e
Egre tta thula Diur no P e ixe s e a r tr ópode s Fr Obs Obs Obs Obs 2, 3 ,4
pe que na , m a ngue za l
Ga r ç a m ir im
Ar de idae Egre tta Ala ga dos e
Ga r ç a - a zul Diur no P e ixe s e a r tr ópode s Obs
c ae rule a m a ngue za l
Butoride s Ala ga dos e
Soc ó- m ir im Diur no P e ixe s e a r tr ópode s Ra Obs Obs Obs 2, 3 ,4
striatus m a ngue za l
Tigrisoma Soc ó- boi 3
line atum
Botaurus Ala ga dos e
Soc ó- boi Diur no P e ixe s e a r tr ópode s Ra Obs Obs Obs
pinnatus m a ngue za l
Coc hle arius Notur no Ala ga dos, P e ixe s, ve r te br a dos,
Coc hle ar iidae Ar a r a pá Obs
c oc hle arius Diur no m a ngue za l a r tr ópode s e f olha s
Ma ta e
Coragy ps
Ur ubu Diur no á re a s Ca r niç a Ab Obs Obs, 1 Obs Obs 2, 3 ,4
atratus
a be r ta s
Ur ubu- Ma ta e
Catharte s Ca r niç a e P e q.
Cat har t idae c a be ç a - Diur no á re a s Ra Obs Obs Obs Obs 3
burrov ianus Ve r te br a dos
a m a r e la a be r ta s
Ur ubu- Ma ta e Ca r niç a , e P e q.
Catharte s aura c a be ç a - Diur no á re a s RE 1 RE RE 2
Ve r te br a dos
ve r m e lha a be r ta s
ANSERIFORM ES
Ma r r e c a ,
Amazone tta Ma r r e c a - Ve ge ta is, se m e nte s e
Diur no Ala ga dos Ab Obs Obs Obs Obs 2, 3 ,4
brasilie nsis a na na i, P é - a r tr ópode s
ve r m e lho
De ndroc y gna
Anat idae Ire rê 2, 4
v iduata
Ox y ura Ma r r e c a - 4
dominic a bic o- r oxo
Cairina P a to do 4
mosc hata m a to
FALCONIFORM ES
Ga viã o-
c a r ij ó, Ma ta e
Rupornis Ar tr ópode s e
Ga viã o na j é , Diur no á re a s Ac Obs Obs, 1 Obs Obs
magnirostris pe que nos ve r te br .
Ac c ipt r idae Ga viã o- a be r ta s
inda ié
Ac c ipite r Ga viã o 4
supe rc iliosus m iudinho
* A- Andrade(1992), * B- Hoffling & Camargo (1999), * C - Sick (1997). STATUS: Ra = Raro (até 5 observações), Ac = Acessório (de 6 a 15 observações), Fr = Freqüente (de
16 a 30 observações) e Ab = Abundante (acima de 30 observações). REMRC - Reserva Ecológica Municipal Restinga de Camburi, REMMP - Reserva Ecológica
Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs = (observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - Passamani,
1997; 2 - CEPEMAR, 1995a; 3 - CEPEMAR, 1996; 4 - CEPEMAR, 1995b. Obs.: O caráter STATUS, só foi considerado para as aves observadas na área da INFRAERO
que sofrerá intervenção.
Tabela 17: Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
(Continuação).
O RDE M / NO ME HABITAT ALIMENTAÇÃO REGISTRO
Família /. E S P ÉC I E Hábitos Outras
PO PUL AR * A, * B, * C * A ,* B, * C STATUS INFRAERO REMRC REMMP EEMIL
su b f amília Áreas
G av i ão M at a e
P o l yb o r u s A rt ró p o d e s e
c a ra c a rá , D i u rn o á re a s Ra Obs Obs Obs Obs 2
p l a n cu s p e q u e n o s v e rt e b r.
C a rra n c h o a b e rt a s
M at a e
M i l va g o P i n h é, A rt ró p o d es , fru t o s
D i u rn o á re a s Ra Obs Obs, 1 Obs Obs 2
ch i m a ch i m a C a rra p a t e i ro e p eq . V ert eb rados
a b e rt a s
M at a e
F a l co n i d a e F a l co A rt ró p o d e s e p e q .
F al cão D i u rn o á re a s Obs Obs
f em o r a l i s V e rt e b ra d o s
a b e rt a s
F a l co Áreas A rt ró p o d e s e
Q u i ri -Q u i ri D i u rn o Ra Obs Obs Obs Obs 2, 4
s p a ver i u s a b e rt a s v e rt e b ra d o s
M at a e
A rt ró p o d e s e p e q .
F a l co s p F al cão D i u rn o á re a s Ra Obs Obs Obs
V e rt e b ra d o s
a b e rt a s
G AL L IFO RME S
P en el o p e
C ra ci d a e J acu p em b a D i u rn o M at a F ru t o s e s e m e n t e s Ac Obs Obs, 1 Obs 2, 4
s u p er ci l i a r i s
Nu m i d a G al i n h a d a
Nu mid id ae 2
m el ea g r i s an g o l a
G RUIFO RME S
A r a m i d es B e i ra d e A rt ró p o d e s ,
S a ra c u ra D i u rn o Ra Obs Obs, 1 Obs 2
ca j a n ea al ag ad o s v eg et ai s
A r a m i d es S a ra c u ra d o A l ag ad o s , A rt ró p o d e s ,
D i u rn o Obs Obs
mangle m an g u e m an g u ezal v eg et ai s
Rallid ae Gallinula G al i n h a- A rt ró p o d e s ,
D i u rn o A l ag ad o s Ra Obs Obs Obs 2, 4
ch l o r o p u s d ’á g u a v eg et ai s
Porzana S a ra c u ra -d o - A rt ró p o d e s ,
D i u rn o A l ag ad o s Ra Obs Obs Obs Obs
a l b i co l l i s b re j o v eg et ai s
Porzana sp S a ra c u ra 2
CH ARADRIIFO RME S
T ri n t a -re i s -
S t er n a M a r, P ei x es e
d e -b i c o - D i u rn o Obs 2
eu r yg n a t h a M an g u ezal a rt ró p o d e s
a m a re l o
L a ri d a e
T ri n t a -re i s -
S t er n a M a r, P ei x es e
d e -b i c o - D i u rn o Obs 2, 3
h i r u n d i n a cea M an g u ezal a rt ró p o d e s
v e rm e l h o
V a n el l u s Áreas
Q u e ro -q u e ro D i u rn o A rt ró p o d e s Fr Obs Obs, 1 Obs Obs 2, 3 , 4
ch i l en s i s a b e rt a s
C h a ra d ri i d a e Ch a r a d r i u s B a t u í ra -d e - A rt ró p o d e s ,
D i u rn o A l ag ad o s Obs
s em i p a l m a t u s b an d o m o l u s co s
H a em a t o p u s
O s t re i ro 2
palliatus
A rt ró p o d e s e
S co l o p a ci d a e Ca l i d r i s s p M a ç a ri c o D i u rn o al ag ad o s Obs
m o l u s co s
J açan ã, V eg et ai s e
J a ca n i d a e Ja ca n a j a ca n a D i u rn o A l ag ad o s Ac Obs Obs, 1 Obs 2, 3 , 4
p i aço ca A rt ró p o d e s
*A- Andrade(1992), *B- Hoffling & Camargo (1999), *C - Sick (1997). STATUS: Ra = Raro (até 5 observações), Ac = Acessório (de 6 a 15
observações), Fr = Freqüente (de 16 a 30 observações) e Ab = Abundante (acima de 30 observações). REMRC - Reserva Ecológica Municipal
Restinga de Camburi, REMMP - Reserva Ecológica Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs =
(observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - Passamani, 1997; 2 - CEPEMAR, 1995a; 3 - CEPEMAR, 1996; 4 - CEPEMAR,
1995b. Obs.: O caráter STATUS, só foi considerado para as aves observadas na área da INFRAERO que sofrerá intervenção.
Tabela 17: Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
(Continuação).
*A- Andrade(1992), *B- Hoffling & Camargo (1999), *C - Sick (1997). STATUS: Ra = Raro (até 5 observações), Ac = Acessório (de 6 a 15
observações), Fr = Freqüente (de 16 a 30 observações) e Ab = Abundante (acima de 30 observações). REMRC - Reserva Ecológica Municipal
Restinga de Camburi, REMMP - Reserva Ecológica Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs =
(observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - Passamani, 1997; 2 - CEPEMAR, 1995a; 3 - CEPEMAR, 1996; 4 - CEPEMAR,
1995b. Obs.: O caráter STATUS, só foi considerado para as aves observadas na área da INFRAERO que sofrerá intervenção.
Tabela 17: Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
(Continuação).
*A- Andrade(1992), *B- Hoffling & Camargo (1999), *C - Sick (1997). STATUS: Ra = Raro (até 5 observações), Ac = Acessório (de 6 a 15
observações), Fr = Freqüente (de 16 a 30 observações) e Ab = Abundante (acima de 30 observações). REMRC - Reserva Ecológica Municipal
Restinga de Camburi, REMMP - Reserva Ecológica Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs =
(observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - Passamani, 1997; 2 - CEPEMAR, 1995a; 3 - CEPEMAR, 1996; 4 - CEPEMAR,
1995b. Obs.: O caráter STATUS, só foi considerado para as aves observadas na área da INFRAERO que sofrerá intervenção.
Tabela 17 Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
(Continuação).
*A- Andrade(1992), *B- Hoffling & Camargo (1999), *C - Sick (1997). STATUS: Ra = Raro (até 5 observações), Ac = Acessório (de 6 a 15
observações), Fr = Freqüente (de 16 a 30 observações) e Ab = Abundante (acima de 30 observações). REMRC - Reserva Ecológica Municipal
Restinga de Camburi, REMMP - Reserva Ecológica Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs =
(observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - Passamani, 1997; 2 - CEPEMAR, 1995a; 3 - CEPEMAR, 1996; 4 - CEPEMAR,
1995b. Obs.: O caráter STATUS, só foi considerado para as aves observadas na área da INFRAERO que sofrerá intervenção.
Tabela 17 Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
(Continuação).
*A- Andrade(1992), *B- Hoffling & Camargo (1999), *C - Sick (1997). STATUS: Ra = Raro (até 5 observações), Ac = Acessório (de 6 a 15
observações), Fr = Freqüente (de 16 a 30 observações) e Ab = Abundante (acima de 30 observações). REMRC - Reserva Ecológica Municipal
Restinga de Camburi, REMMP - Reserva Ecológica Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs =
(observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - Passamani, 1997; 2 - CEPEMAR, 1995a; 3 - CEPEMAR, 1996; 4 - CEPEMAR,
1995b. Obs.: O caráter STATUS, só foi considerado para as aves observadas na área da INFRAERO que sofrerá intervenção.
Tabela 17 Espécies de aves registradas para a área de estudo e entorno e status das espécies.
(Continuação).
Se compararmos os resultados deste estudo com o realizado no Parque Estadual Paulo Cesar
Vinha (PEPCV), localizado no município de Guarapari, notaremos que as espécies aqui
encontradas representam 65,6% do total de aves citadas como ocorrentes para a restinga
daquele Parque, isso sem incluir as nove novas espécies de aves observadas neste estudo e
que não foram registradas no estudo do Parque.
Por serem áreas de restinga e estarem em ambientes muito parecidos, alguns fatores podem
estar influenciando a ocorrência desse número menor de espécies na área de influência do
projeto e seu entorno em comparação com o PEPCV: a área de influência encontra-se muito
antropizada e cercada por aglomerados urbanos, o que ocorre com menor intensidade no
PEPCV; para este estudo foi efetuado um Avaliação Ecológica Rápida, sendo que
Venturini et all realizou um estudo de longa duração; a área do PEPCV é maior, com 1500
ha e seu entorno possui a APA de Setiba com quase 13000 ha, o que não ocorre com a área
de influência deste estudo.
CEPEMAR (1995a), nos estudos para o EIA/RIMA do Alto forno II da CST, observou 82
espécies pertencentes a 31 famílias, CEPEMAR (1995b) nos estudos para o EIA/RIMA da
Usina VII da CVRD, observou 65 espécies pertencentes a 31 famílias e CEPEMAR (1996)
nos estudos para o EIA/RIMA do projeto Jacuhy, observou 34 espécies pertencentes a 20
famílias, sendo que, se somarmos às espécies acima descritas que não foram encontradas no
presente estudo, pode-se chegar para a região a um total de 145 espécies (Tabela 17).
Nenhuma das espécies encontradas nos levantamentos de campo esta na lista oficial de
espécies ameaçadas de extinção do IBAMA (Bernardes et all, 1989 e Paiva, 1999) e da
IUCN (1996).
Nas Figuras 62 a 68, apresentadas a seguir, podem ser observados algumas espécies que
ocorrem na área de estudo.
Figura 63: A foto acima representa, possivelmente, um exemplar de gavião carijó encontrado morto
na área de estudo, na região da matinha que deverá ser suprimida para ampliação da pista.
Figura 65: Ninho de quero quero, contendo 3 ovos, observado na área da INFRAERO,
3.2.2.5 Mamíferos
♦ INTRODUÇÃO
A fauna de mamíferos brasileiros contém 524 espécies e ocupa o primeiro lugar dentre os
países do mundo, sendo que 250 espécies ocorrem na Mata Atlântica, com 65 endemismos
(Fonseca et al., 1996). Os roedores e marsupiais são grupos bem representativos, onde das 209
espécies que ocorrem no Brasil há pelo menos 23 espécies de marsupiais e 79 de roedores na
Mata Atlântica, dos quais 39% e 46%, respectivamente, são espécies endêmicas (Fonseca et
al., 1996).
Apesar da Mata Atlântica possuir uma fauna diversa e com muitas espécies endêmicas
(Mittermeier et al., 1982; Fonseca & Kierulff, 1989; Stallings, 1989), a mastofauna é ainda
pouco conhecida, sendo poucas as localidades onde já foram feitos inventários exaustivos
desse grupo e, menos ainda, onde suas populações foram estudadas por períodos prolongados.
Com exceção dos dados fornecidos por Abravaya (1979); Chiarello (1995; 1999, 1998);
Chiarello et al. (1997); Mendes (1991); Passamani (1995; 1998; 2000); Passamani & Rylands
(2000a e b); Passamani et al. (2000), Palma (1996) e Venturini et al. (1996) no Estado do
Espírito Santo, poucas são as informações sobre as espécies de mamíferos. Estudos dessa
natureza são extremamente importantes para conduzir programas de manejo e conservação de
áreas com influência antrópica, uma vez que esses animais ocupam vários níveis das cadeias
tróficas terrestres.
♦ RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos dados de captura, visualizações e registros indiretos realizadas nas áreas
amostradas, foram confirmadas a presença de treze espécies de mamíferos, pertencentes a 06
Ordens e 09 Famílias (Tabela 18) sendo a ordem mais representativa a Rodentia, com mais de
38,5% das espécies, seguida da ordem Carnivora com 23,1%; Chiroptera com 15,4% e
Didelphiomorphia, Primates e Xenarthra com 7,7% (Figura 69).
1
1
5 1
Apenas ratos comuns (Rattus rattus), foram capturados nas armadilhas dispostas no solo,
atestando seu hábito terrestre (Stallings, 1989; Fonseca & Kierulff, 1989).
Mesmo ocorrendo uma amostragem com número de armadilhas que permitisse a realização de
análise baseado em ecologia numérica, entendemos a mesma como desnecessária, pois ocorreu
a captura de animais em apenas uma área e esta que apresentará maior diversidade de
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mamíferos nos dados quantitativos. Entretanto, aparentemente, essa área não apresenta
características que a tornem mais diversa que as demais estudadas, pois as observações “in
loco”, a presença de vestígios e as entrevistas realizadas, indicam uma biodiversidade de
mamíferos igual ou maior para as outras duas áreas estudadas, pois apresentam uma cobertura
vegetal em melhor estado de conservação.
Figura 70: Exemplar de Preá (Cavia aperea), vista sendo predada por gavião na área.
A presença de cachorro doméstico feral (Canis familiaris) na área do aeroporto pode ser um
dos fatores da baixa densidade de pequenos mamíferos na área de estudo, pois os cachorros
quando se tornam ferais passam a ter um comportamento alterado e colocam em risco a fauna
nativa no local..
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FPM 002/03
O total de espécies registradas onde foram agrupados todos os métodos de registro de espécies,
que incluem captura, indícios (fezes e pegadas), visualização e entrevista com moradores
locais, apresentou um número de 13 espécies para a área, sendo que uma espécie (Lontra
longicaudis) está na lista de espécies ameaçadas de extinção do Brasil, segundo portaria do
IBAMA (Fonseca et al., 1994).
Merece ressaltar que algumas espécies não foram registradas nessas áreas provavelmente em
decorrência do pouco tempo de amostragem com armadilhas (as espécies apresentam
flutuações sazonais e em certos meses do ano seu tamanho populacional pode descer a índices
muito baixos (Passamani, 2000), do pequeno esforço de captura, da descaracterização do seu
habitat natural, entre outros.
Comparando estes dados com os obtidos por Venturini et. all, (1996) no Parque Estadual Paulo
César Vinhas, pode-se notar que todas as espécies observadas neste estudo ocorreram também
naquela área. Àqueles autores observaram na referida área, 43 espécies após um estudo de
longa duração. Entretanto é conveniente observar as características dos dois ambientes. No
PEPCV, encontra-se uma maior área de vegetação, sendo o mesmo cercado por uma APA, o
que mantém as condições ambientais mais propícias à sobrevida de um maior número de
espécies. Essas condições não ocorrem na área de influência deste projeto (áreas da
INFRAERO, da REMRC e da REMMP), que se encontra cercada por aglomerados urbanos,
com uma vegetação já bastante antropizada e possui ainda uma barreira física que impossibilita
a passagem de animais dessa área para a região do manguezal do Lameirão.
Devido à falta de estudos de longa duração com mamíferos na região litorânea do Estado,
serão efetuadas algumas comparações deste com estudos desenvolvidos próximos da área da
INFRAERO. CEPEMAR 1995a, 1995b e 1996, elaboraram-se estudos nas áreas da CST, da
CVRD e na região do Jacuhy (entorno da EEMIL), respectivamente, e se forem somados os
mamíferos observados nesses estudos aos encontrados no presente, o número total das espécies
descritas para a região sobe para 36 animais.
Um panorama geral da área mostra que a mesma é composta por pequenos fragmentos de
vegetação, que estão cercados por aglomerados urbanos e que o elo com um dos grandes
fragmentos de mata - EEMIL e seu entorno - apresenta uma barreira física que inviabiliza a
transposição de espécies da área da INFRAERO e REMMP para a região do manguezal.
Tabela 18: Espécies de mamíferos registradas para a área de influência e para região do
entorno.
Tabela 18: Espécies de mamíferos registradas para a área de influência e para região do
entorno. Continuação
*A- Eisemberg (1999). STATUS: Ra = Raro (até 2 observações), Ac = Acessório (de 3 a 06 observações), Fr = Freqüente (de 07 a 10 observações) e Ab =
Abundante (acima de 10 observações), AE = Ameaçado de Extinção. REMRC - Reserva Ecológica Municipal Restinga de Camburi, REMMP - Reserva
Ecológica Municipal Mata Paludosa, EEMIL - Estação Ecológica Municipal Ilha do Lameirão; Obs = (Capturada, visualizada, ouvida), RE = (registro de
entrevista), 1 = Visita a área em 16/05/2000, Obs = (observada, visualizada, ouvida); RE = (registro de entrevista); 1 - CEPEMAR, 1995a; 2 - CEPEMAR,
1996; 3 - CEPEMAR, 1995b. () - entre parêntesis reclassificação efetuada por Emmons (1990) e Eisemberg (1999). [1] - espécie desconhecida, [2] -
espécie de ocorrência para região amazônica. O caráter STATUS, só foi considerado para os mamíferos observadas na área de estudo.
Os recursos alimentares são fontes energéticas, que tem como função suprir as necessidades
de funcionamento de um organismo. Estão presentes na região podendo ser divididos em
duas categorias, os de origem animal e vegetal:
- ORIGEM VEGETAL
Os vegetais são a base da produção de recursos energéticos para outros seres vivos, estando
portanto na base do nível trófico. Foram encontrados vários animais que possuem hábitos
herbívoros, frugívoros, nectarívoros ou onívoros, que possuem em sua dieta o uso de
recursos vegetais como fonte de alimento.
Nas observações feitas na área de estudo foram detectadas, além das gramíneas que servem
de alimento à fauna herbívora, algumas árvores em frutificação, onde foram vistas aves se
alimentando dos mesmos. A Ocotea sp (Figura 72) é uma espécie comum em áreas de
restinga e no presente estudo foi observado o fruto da mesma servindo de alimento para o
sabiá-branco (Turdus leucomelas) e o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) e na restinga do
Parque Estadual Paulo Cesar Vinha, foram vistos se alimentando do mesmo fruto a
berrumeira-da-mata (Pipra pipra) e o sangue-de-boi (Ramphocelus bresilius) (Jacques
Passamani, comunicação pessoal).
Figura 72: Ocotea sp, cujos frutos são usados como recurso alimentar para aves.
Outras árvores visualizadas sendo utilizadas como recurso alimentar de aves foi a goiabeira
(Psidium guajava) e o araçá (Psidium sp) (Figura 73), que ocorrem na REMMP e na área do
aeroporto, existindo em maior concentração na região onde funcionava a Feira dos
Municípios; nesse local foram observados sanhaços (Thraupis sayaca) e sabiás (Turdus sp)
se alimentando dos frutos dessas árvores.
Figura 73: Fruto de Araçá (Psidium s p), utilizado como recurso alimentar pela fauna
Flores de Bromeliáceas (Figura 74), maracujás (Passiflora sp) (Figura 75) e outros vegetais,
apresentam uma inflorescência vistosa e foram vistos sendo visitadas por beija-flores
(Eupetomena macroura, Amazilia sp e Chlorostilbon aureoventris) para extração de néctar.
Figura 74: Inflorescência de Bromeliaceae, observada sendo visitada por beija-flor (Amazilia sp)
Figura 75: Flor de Maracujá (Passiflora sp), observada sendo visitada por beija-flores
(Eupetomena macroura e Amzilia sp).
- ORIGEM ANIMAL
Os artrópodes, destacam-se como recurso alimentar utilizado pela fauna, estando presentes
na dieta de uma grande variedade de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Observando-se nas tabelas anteriores do diagnóstico de peixes, de répteis, de aves, de
mamíferos, nota-se que um grande número dos animais listados nas mesmas utilizam esses
invertebrados como recursos alimentares.
Outros invertebrados também são utilizados como recurso alimentar pela fauna, entretanto
dada à dificuldade de observação da ação de alimentação dos animais e baseado na pequena
disponibilidade de referências sobre uso desse recurso na dieta de elementos da fauna no
Estado, fica difícil inferir, qual a importância e o papel desses na dieta da fauna vertebrada.
Foi observado no presente estudo a predação de um preá (Cavia aperea) por uma ave,
possivelmente um gavião carijó (Rupornis magnirostris), sendo os roedores um dos
principais itens na dieta de muitos animais carnívoros
Entende-se por refúgios, os locais nos ambientes que apresentam características que possam
proteger determinadas espécies animais da predação, como exemplo podemos citar a grande
quantidade de emaranhados de cipós, mata em estágio avançado de regeneração, presença
de poucas clareiras no interior da vegetação, presença dos estratos arbóreos bem definidos,
entre outros. Dentro da área de influência do projeto, o local estudado que apresentou
melhores características para refúgio de animais, foi a REMRC, sendo que a REMMP e a
área de manguezal também apresentam tais características.
O local mais propício para a reprodução depende do tipo de hábito de vida da espécie.
Espécies de áreas abertas normalmente se reproduzem nesses locais, espécies de ambientes
florestados, normalmente se reproduzem em áreas florestadas e de regiões alagadas se
reproduzem próximo da água. No presente estudo foi possível detectar a presença de
espécies de aves com nidificação em todos os locais, a corruíra-do-brejo (Certhiaxis
cynamomea), na beira do brejo herbáceo, o que atesta seu hábito de vida; o quero-quero
(Vanellus chilensis) em uma área aberta (graminoide arbustiva), conforme seu hábito; o
bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) em um poste de energia na área urbana do aeroporto e um
ninho abandonado desconhecido no interior da mata seca em regeneração.
Figura 76: Lançamento clandestino de entulho e lixo sobre a área da mata paludosa.
Na Figura 77, é observada uma grande área de aterro sobre a mata paludosa, o que vem
comprometendo o ecossistema e toda sua fauna.
Na Figura 78, é observada outra grande agressão, no interior da REMMP se instalou uma
seita religiosa, e a mesma além de promover cultos onde é gerada a poluição sonora, fator
que certamente vem afugentando a fauna, desmatou e aterrou parte da área, para que fosse
feito um local de oração e reunião dos fiéis.
Nos trabalhos de campo contatou-se uma tendência de expansão dessa área, o que
compromete ainda mais o ecossistema. Constatou-se também uma grande quantidade de
lixo, sem contar que a aproximação humana de animais silvestres, sem um devido trabalho
educativo para tal, pode significar a morte de muitos destes animais.
Figura 78: Área desmatada para funcionamento de seita religiosa no interior da REMMP
Medidas de proteção ao ecossistema devem ser tomadas pelo Poder Público para nortear o
processo de ocupação dessa área e salvaguardar esse ecossistema de tais agressões, que
aparentemente vem ocorrendo sem que tais atividades tenham sido licenciadas.
Os eixos viários que contornam a área sob o domínio da INFRAERO são definidos, no
Plano Diretor Urbano do município de Vitória, como zonas de usos diversos (ZUD), onde
há o convívio entre diversos usos, como atividades de comércio e serviços, residencial, e a
permissão para a instalação de indústrias de pequeno e médio porte. Trata-se da Av.
Fernando Ferrari e sua junção à BR-101, em frente à entrada atual do aeroporto, bem como
da Av. Adalberto Simão Nader, da Av. Dante Michelini e do eixo que liga essa avenida
litorânea ao início da Av. Norte-Sul, no planalto de Carapina, na altura dos bairros Hélio
Ferraz e Eurico Sales.
São as atividades de comércio e serviços que têm representação em termos de renda gerada
e emprego em tal entorno. Os estabelecimentos localizam-se ao longo das principais vias,
como às margens das avenidas Fernando Ferrari e Adalberto Simão Nader, onde se observa a
presença de postos de gasolina, lojas de móveis e eletrodomésticos, agências bancárias,
supermercados, hospital/maternidade (próximo à UFES), revenda e locadoras de veículos,
essas últimas voltadas principalmente para atender ao público que chega a Vitória por via
aérea.
Uma nova alternativa de ligação entre a BR-101 e a orla de Camburi foi efetivada com a
inauguração da via conectando a Av. Norte-Sul à Dante Michelini, a qual tem cerca de 3,2
Km de extensão. As áreas próximas a esse eixo já vêm passando por um rápido movimento
de ocupação, com a ocorrência de edificações verticalizadas para fins residenciais.
Do ponto de vista dos eixos viários verifica-se a presença de alguns gargalos que dificultam
a fluidez do tráfego em horários de pico e que irão requerer futuras intervenções, a saber, os
pontos de interseção entre as avenidas Fernando Ferrari e Adalberto Simão Nader, em
Goiabeiras; o cruzamento entre a Adalberto Simão Nader e a Dante Michelini; e o trevo de
acesso atual ao aeroporto.
A INFRAERO estabeleceu com terceiros, vários contratos de concessão de áreas que estão
sob o seu domínio, onde foram implementados empreendimentos comerciais e de serviços,
sendo que muitos deles se instalaram às margens das avenidas Fernando Ferrari, Adalberto
Simão Nader e Dante Michelini a partir de 1983 quando a INFRAERO iniciou os contratos
de concessão com prazo de 5 anos. Atualmente, a grande maioria dos concessionários se
encontram em litígio devido à existência de desentendimentos entre as partes contratantes
que vão desde aos valores cobrados nas concessões até a discussão de outros termos
contratuais, como por exemplo a sub-locação de áreas. Vale ressaltar que entre os anos de
1990 e 1992 estes concessionários fundaram a Associação de Concessionários em Litígio
e vêm depositando os valores devidos em juízo.
Informações colhidas no trabalho de campo relatam que várias dessas empresas empregam
diretamente uma centena de trabalhadores, como a Metalúrgica Carapina, ou dezenas como
a Destefani Materiais de Construção Ltda, com 75 postos de trabalho, a Ponto (outdoor)
com 28, a Mavan com 22, etc.
Na ZAP os usos permitidos são para comércio e serviço locais e de bairro, e os usos
tolerados referem-se ao comércio e serviços principais e especiais.
Já as ZN1 “são aquelas destinadas à preservação integral dos ecossistemas e dos recursos
naturais da área, garantindo a reserva genética de fauna e flora e seus “habitats”, podendo ser
utilizadas para fins de pesquisa científica, monitoramento ambiental e de educação
preservacionista” (Lei 4167/94, Art. 104, inciso I). Ressalta-se que com ampliação da área
construída, e a implantação de novas edificações, dependerá de análise do Conselho
Municipal do Plano Diretor Urbano” (Lei 4167/94, anexo 6/1/16).
Vale considerar que as obras para a expansão do aeroporto, que incluem a construção da
nova pista, interferirão na área da Zona Natural 1, especificamente a grande mancha central,
da qual não fazem parte as áreas que compreendem as Reservas Ecológicas Municipais Mata
Paludosa e Restinga de Camburi.
O antigo Plano Diretor Urbano de Vitória, que fora instituído pela Lei 3158/84, havia
considerado toda a área do aeroporto Eurico Salles zoneada exclusivamente na categoria de
uso institucional especial (ZE2/002), zona aeroportuária, não havendo outras demarcações,
seja de cunho natural ou para uso diversificado, como passou a ocorrer após a entrada em
vigência da Lei 4167/94, que substituiu a anterior, de 1984.
Salienta-se que durante o período de revisão de tal Lei Urbanística não foram contempladas
implicações que poderiam vir com a ampliação do aeroporto, no que tange ao uso e
ocupação do solo no âmbito da área da INFRAERO.
Não obstante, nesse Zoneamento de Ruído do Aeroporto de Vitória, toda porção territorial
sob o domínio da INFRAERO foi subdividida apenas em Áreas Especiais Aeroportuárias
(AEA), tendo a seguinte menção quanto ao seu uso: “Área Patrimonial do Aeroporto:
determinadas atividades poderão ser permitidas ou permitidas com restrição, mediante
análise especial e aprovação do DAC. Fica proibido o seu uso para fins residenciais,
institucional (atividades relacionadas a educação e a saúde) e para promoção social”
(Portaria no 070/DGAC de 05/03/92).
O processo de ocupação da parte Leste da Ilha de Vitória (região da Praia do Canto e aterro
da COMDUSA, atual Enseada do Suá), bem como da parte continental do município e do
planalto de Carapina, ganhou expressão nas últimas décadas, sendo impulsionado a partir dos
anos sessenta, e consolidado na década seguinte.
O vetor que trouxe significativas mudanças e que desenhou a face urbana dessa região, pode
ser representado pelo conjunto de atividades que culminou na montagem e funcionamento
de uma base de exportação mínero-siderúrgica, efetivada pela CVRD na ponta de Tubarão.
Várias empresas, até mesmo outros investimentos de grande porte, como foi a posterior
implantação da CST, aproveitaram-se das externalidades econômicas positivas surgidas a
partir das ações da CVRD, para se localizarem em seu raio de influência imediata,
fortalecendo tal estrutura, edificada a partir da nova rota criada para se escoar o fluxo de
minério proveniente de Minas Gerais; que antes da inauguração do porto de Tubarão (1966),
era feito pelo antigo cais de Atalaia, em frente ao Porto de Vitória, cuja capacidade de
movimentação situava-se na escala, em um patamar significativamente inferior ao que fora
obtido a partir da entrada em operação de Tubarão.
Tanto de forma direta quanto indireta, as atividades presentes na referida base, e que estão
vinculadas ao transporte/movimentação, transformação industrial dos finos de minério de
ferro (processo de pelotização) e exportação, induziram, para além dos postos de trabalho
ligados estritamente ao processo de produção e circulação de mercadorias, o surgimento de
um significativo mercado de serviços.
Nesse sentido, as pessoas que iam se engajando a esses novos segmentos econômicos,
passaram a exercer demandas por habitação, o que estimulou a efetivação de vários
empreendimentos habitacionais, fortemente amparados pela capacidade de financiamento
que tinha o setor público, e que deu vida à boa parcela dos bairros situados na parte
continental de Vitória e planalto de Carapina - bem como em outras áreas da própria região
metropolitana, mas, sobretudo, permitindo o surgimento dos bairros próximos à orla de
Camburi, como Jardim da Penha, Mata da Praia, Bairro República e Jardim Camburi, com
função predominantemente residencial.
Os bairros da zona litorânea de Camburi são destinados à moradia da população com faixa de
renda variando de média a alta, com padrão construtivo adequado a tal disponibilidade.
Apresentam significativa densidade populacional e de ocupação, principalmente Mata da
Praia e Jardim da Penha, com forma preponderante de edificações verticalizadas.
Com relação a esse último aspecto, observa-se que o bairro de Jardim Camburi, apesar de
ter o predomínio de uma estrutura horizontal unifamiliar de habitação, está passando por
uma intensificação na verticalização das novas construções, valendo-se as firmas do setor de
construção civil das novas prerrogativas incluídas no Plano Diretor Urbano de Vitória, após
sua revisão em 1994, como quanto à possibilidade de aumento do gabarito naquele local, que
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FPM 002/03
era restrito a três pavimentos, e passou a ser definido, desde a entrada em vigor da nova lei,
com base no coeficiente de aproveitamento do terreno. Excetua-se a isso a Zona de Uso
Diverso 01 (classificada como ZUD-01 no PDU), que compreende a faixa lindeira à Av.
Dante Michelini, onde há uma maior restrição à verticalização em virtude do sombreamento
que pode ser causado na praia.
Já os bairros que formam a Grande Goiabeiras, diferem das ocupações na orla, isso por
ainda manterem com destaque a característica horizontal e pelo menor padrão construtivo,
apresentando, entretanto, grande densidade de ocupação.
Às margens do corredor de transporte que tem como destaque a Av. Fernando Ferrari e a
BR-101, fazendo a ligação da porção norte da região metropolitana da Grande Vitória com a
área central da ilha, encontram-se atividades comerciais e de serviços representativas, entre
o segmento que vai da UFES às proximidades do aeroporto, com destaque para o centro de
desenvolvimento e pesquisa da Xerox, em frente à Universidade.
Quanto ao uso industrial há extensas áreas já consolidadas, como nos casos das
delimitações da propriedade da CVRD e da CST, abrangendo respectivamente 12.000.000
m2 e 14.000.000 m2 de área total de domínio (EIA/CVRD - Usina VII, 1995 e EIA/CST-
Alto Forno II, 1995).
Pode-se dizer que vem se processando desde a década de noventa, mudanças de uso, de rural
para urbano, imprimindo-se uma ocupação com destinação industrial, comercial e de
serviços), na zona da área de influência localizada no entorno da BR-101/Contorno.
presença em seu interior dos modais rodoviário e ferroviário (acesso à BR-101 e EFVM),
interligando a própria região metropolitana ao mercado nacional, que se conectam
rapidamente ao modal marítimo, através dos portos de Tubarão e Praia Mole, como ainda
aos outros terminais existentes na Grande Vitória.
Registram-se aqui as áreas legalmente protegidas devido suas elevadas relevâncias naturais,
paisagísticas e culturais para as populações. Predomina no município de Vitória a proteção
de áreas sob a forma de unidades de conservação, definidas como sendo áreas territoriais
que apresentam características naturais ou não, de elevado valor ecológico, científico e ou
paisagístico, criadas pelo Poder Público por meio de leis específicas que definem os
objetivos e os graus de proteção, dependendo da categoria de manejo de cada uma.
Outro destaque por seu importante valor se refere à Área de Proteção Ambiental (APA) do
Mestre Álvaro, localizada no município da Serra. O Mestre Álvaro atinge uma altitude
máxima de 833 metros e abrange uma área de 2.461 ha de remanescentes de Mata Atlântica.
A área onde estão localizadas as estruturas do Aeroporto de Vitória e das futuras obras de
sua ampliação é de interesse para a arqueologia, tanto do ponto geomorfológico quanto da
dinâmica da ocupação dos espaços pelas populações pré históricas, na superfície da
paisagem.
Estes sítios possuem solo arenoso, típico da área e o material arqueológico e encontrado na
superfície nos locais impactados pela construção de infra-estrutura de casas de comércio
da Av. Fernando Ferrari, e em parte está preservado, sendo constituído de restos de
alimentos (conchas e pedaços de ossos) e material lítico. O solo nessa porção do sítio é de
areia preta, com grande quantidade de matéria orgânica. O sítio é caracteristicamente pré-
histórico, pré-cerâmico. O sítio aeroporto 1 foi destruído durante as obras de ampliação da
Av. Fernando Ferrari.
Existem três pontos de ligação da Ilha de Vitória com a porção continental Norte. O
primeiro deles, bem mais antigo que os demais, ocorre através da Ponte da Passagem,
conectando a Av. Nossa Senhora da Penha à Av. Fernando Ferrari/BR-101. Já o segundo é
representado pela Ponte de Camburi (construída na década de sessenta) sendo essa o
segmento de vinculação entre a Av. Saturnino de Brito e a Av. Dante Michelini. O terceiro
ponto passou a existir a partir da inauguração em 1996 da Ponte Ayrton Senna, voltada para
uma ligação inter bairros (Praia do Canto e Jardim da Penha), com tráfego composto
exclusivamente por automóve is.
Os segmentos formados pela Av. Fernando Ferrari/BR-101 e pela Av. Dante Michelini
fazem parte dos dois corredores de transporte que cortam grande parte da área de influência.
Ambos recebem grande movimentação de veículos, e apesar das diferenças existentes
quanto à composição do tráfego, possuem características físicas incompatíveis com o
volume que por eles circula, dispondo de apenas duas faixas por sentido nas pontes de
ligação com a Ilha de Vitória, sendo isso, atualmente, insuficiente para atender os elevados
fluxos, sobretudo nos horários de pico.
A circulação interna nos bairros próximos à orla ficou prejudicada com o aumento do
número de veículos leves e com o incremento da frota daqueles destinados ao transporte
coletivo. As conversões efetuadas para manobras de acesso em toda extensão da Av. Dante
Michelini, apesar de necessárias, acabam também reduzindo a capacidade de fluidez dessa
via, ao ocuparem praticamente uma das três faixas de rolamento existentes. Soma-se a isso o
agravante constituído pelo espaço ocupado pelas áreas laterais de estacionamento ao longo
de toda a avenida.
Para coleta de dados das áreas de influência do projeto, primou-se pela realização de
entrevistas, uma vez que o tipo de dados elencados como nível de organização social,
lideranças existentes nas comunidades, tipos de movimentos em geral, crenças da
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FPM 002/03
♦ RESULTADOS E DISCUSSÕES
- EDUCAÇÃO
A rede escolar existente na região que compõe a AID é satisfatória no que se refere ao
número de estabelecimentos de ensino da rede pública e privada.
Rede Pública
Percebe-se que a qualidade do ensino sob responsabilidade municipal é razoável nos dois
municípios, todavia é fato, as melhores condições oferecidas pelas escolas de Vitória. Tal
situação pode ser atribuída à condição superior dos dotes e arrecadação financeira desse
município
Em Vitória o atendimento às crianças é satisfatório, todavia, ainda existe demanda por mais
vagas. De acordo com Tarcílio Deorce, presidente da Associação dos Moradores de Jardim
Camburi, por exemplo, havia uma carência de aproximadamente 30 vagas no bairro.
§ o ensino público estadual é o que desperta insatisfação geral em toda a área de estudo no
que se refere á qualidade de ensino;
§ o ensino público municipal nos bairros da AID é satisfatório. Vitória oferece melhores
condições principalmente na infra-estrutura escolar;
§ a população dos bairros da Serra são os que mais utilizam o atendimento público
escolar. Em Vitória, a grande maioria da população dos bairros onde o poder aquisitivo é
mais elevado, como Jardim da Penha, Mata da Praia, Barro Vermelho, Praia do Canto,
Ilha do Boi, Ilha do Frade e outros, utiliza o serviço oferecido pela rede privada de
ensino.
Rede Privada
O município da Serra obteve no ano de 1998, uma receita corrente que significava menos
que a metade obtida por Vitória. Essa discrepância das receitas, obviamente, tem se refletido
na capacidade de desenvolvimento do município em outras esferas da sociedade, incluindo a
educacional.
O município da Serra tem sua base populacional composta, na sua maioria, por
trabalhadores. Ao contrário, Vitória tem seu estrato social e econômico bem mais amplo e
variado. Possui bairros cuja população é considerada como pertencente à classe alta (Ilha do
Boi, Ilha do Frade, Orla de Camburi e Praia do Canto) e outros de espectro mais simples
como os bairros de Maria Ortiz e Bomba, por exemplo.
Esse fato condiciona a que os bairros da Serra que compõem a AID, não possuam uma rede
privada de escolas tão ampla e diversificada como os de Vitória. Salvo o bairro de Fátima,
vizinho de Jardim Camburi, todos os outros bairros não oferecem muitas alternativas
escolares privadas ao público discente. A maioria da população utiliza o serviço público.
As informações colhidas nas entrevistas evidenciam que em Vitória ocorre o inverso. São
raros os cidadãos dos bairros mais nobres, destacadamente os residentes na Ilha do Frade,
Ilha do Boi, Praia do Canto, Jardim da Penha, Barro Vermelho, Santa Helena e Mata da Praia,
que se servem do atendimento público. Percebe-se que à medida que se adentra para os
bairros mais simples, a proporção de usuários da escola pública também aumenta.
especializadas em cursos variados como línguas, preparatórios para concursos, para alunos
especiais, etc.
- INFRA-ESTRUTURA BÁSICA (ABASTECIMENTO D’ÁGUA, ESGOTAMENTO
SANITÁRIO, DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E ENERGIA ELÉTRICA).
Verifica-se em geral, que os bairros pertencentes a AID estão bem servidos de infra-
estrutura básica no referente à questão de abastecimento d’água, coleta do lixo e energia
elétrica.
Não foram detectadas insatisfações nem observada alguma carência em nenhum bairro dos
dois municípios, quando nos referimos a esses serviços. De acordo com a população, em
algumas raras residências existe a captação d’água em poços artesianos por opção do
morador.
Outra diferença observada é que nos bairros da Serra, a coleta de lixo é realizada três vezes
por semana, enquanto em Vitória é diária.
Todavia, a situação do esgotamento sanitário ainda é muito deficitária nos dois municípios,
sendo sempre uma queixa dos moradores e líderes comunitários em alguns pontos da AID,
que merecem atenção do governo e das instituições responsáveis.
Nas entrevistas foi possível verificar que a rede de coleta de esgoto sanitário do bairro
Antônio Honório não está completa. De acordo com o Presidente da Associação dos
Moradores do bairro Goiabeiras, José Astramiro de Sá, e do Presidente do Conselho
Interativo do bairro, Dório José Flores da Silva, o Prodespol, antigo projeto de despoluição,
deixou de construir a elevatória direcionando o esgoto para a estação de tratamento de
esgotos de Camburi.
Essa anomalia tem provocado sobrecargas constantes na rede existente ocasionando mau
cheiro nas imediações do fim da rede. A limpeza das tubulações, através de caminhões
desentupidores e transportadores da prefeitura, é que soluciona precariamente o problema.
Tal situação é objeto de reclamação também de líderes comunitários dos bairros Jardim
Camburi e Praia do Canto. Em Jardim Camburi o despejo na praia, via rede pluvial, pode ser
comprovado no local. Na Praia do Canto e adjacências a situação é ainda muito pior. O
esgoto é despejado diretamente na rede pluvial ocasionando “mau cheiro que sai das caixas-
ralo”(Jornal Praia do Canto, n°49, p.5) é lançado diretamente no mar na região da Praia do
Aterro, Shopping Vitória e Ilha do Frade.
O diretor da Associação dos Moradores da Praia do Canto, José Carlos Lirio Rocha, afirma
que a tubulação da rede coletora foi implantada através do Prodespol, que no entanto foi
paralisado, deixando inacabado todo o sistema de esgotamento sanitário.
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LAZER E CULTURA
Algumas praias da Serra e Vitória são verdadeiros recantos de beleza e prazer, que atraem
turistas de toda parte do país. As praias de Manguinhos, Jacaraípe, Camburi e Curva da
Jurema são os lugares mais procurados pelos moradores da AID para recuperar a jornada
cotidiana de trabalho. Soma-se a isso, o fato de que, é na orla marítima onde estão
localizados os melhores equipamentos que possibilitam gratuitamente várias atividades
culturais (Vital-carnaval fora de época, concertos musicais, etc), esportivas (beach soccer,
circuitos nacionais de vôlei, pesca, etc), de diversão noturna (bares, restaurantes, boates),
entre outras.
Observa-se também que o Parque da Cebola, localizado entre os bairros Morada de Camburi,
Mata da Praia e Jardim da Penha, se constitui também em atrativo para atividades culturais e
de lazer da população. De acordo com o presidente da Associação dos Amigos da Pedra da
Cebola, Sr. Mário Antônio, o local tem sido palco de grandes eventos como a Feira do
Verde e a encenação da Paixão de Cristo.
A Festa das Paneleiras de Goibeiras é outro grande evento do qual participam os moradores
da AID. A panela de barro é um dos produtos artesanais que participa de maneira relevante no
acervo simbólico do Estado, cujo reconhecimento alcança o exterior. É na panela de barro,
fabricada artesanalmente por famílias do bairro Goiabeiras, que é produzido um dos pratos
mais degustados pela população e pelos turistas que aportam na região: a moqueca capixaba
A AID conta ainda com o Campus da Universidade Federal do Espírito Santo cujo local é
aberto à população. O Campus conta com um teatro e um cinema cujas programações
fomentam ainda mais a cultura e o lazer da região.
RELIGIÃO
Nessas comunidades mais simples, os rituais religiosos em geral tem uma conotação mais
forte e apelativa. Os templos das igrejas “Deus é Amor” e “Assembléia de Deus” são os
mais encontrados, superando amplamente em número os da religião católica.
A dimensão da magnitude da inserção dessas doutrinas nesse bairro pode ser verificada
quando observa-se que somente na rua principal do bairro foram constatadas quatro templos.
Alguns deles funcionam em pequenas salas, com alguns bancos construídos rusticamente
com material reciclado.
O perfil nos bairros mais nobres muda substancialmente. Na Ilha do Boi e na Ilha do Frade,
por exemplo, não foi observada a presença de nenhum tipo de templo religioso. Na Praia do
Canto e Jardim da Penha são mais visíveis os templos das igrejas Católica, Maranata, Batista
e Presbiteriana, que fazem parte de doutrinas cujo ritual são mais reflexivos.
Isso ocorre porque alguns bairros são atendidos pela mesma paróquia. Como exemplo,
citamos os bairros Boa Vista, República e Morada de Camburi, cujos moradores freqüentam
a mesma igreja católica facilitados pela proximidade.
Um fato curioso é a existência de dois Centros Espíritas em Morada de Camburi, que chama
a atenção da população do bairro, por causa desse tipo de prática religiosa que acarreta na
comunidade, em sua maioria católica, algum tipo de receio e às vezes preconceito.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Percebe-se que nos bairros onde o nível de escolaridade é mais elevado, como na Ilha do
Boi, Praia do Canto, Jardim da Penha, Jardim Camburi e outros, os movimentos e ações
comunitárias possuem consistência política e reivindicatória com poder de pressão bem
mais eficaz que em outros locais.
Exceção se faz ao bairro Carapina e adjacências. Nesses locais é bem visível a presença de
trabalhadores e cidadãos organizados em entidades como Associação das Mulheres da Serra
(AMUS), Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra (CDDH), Federação das
Associações dos Moradores da Serra (FAMS), sindicatos e partidos políticos que além da
assistência e serviços, estimulam a discussão e debates na sociedade visando
conscientização e exercício da cidadania.
Em alguns bairros existem outras instituições que promovem e participam da organização e
até de assistência social. É o caso do Projeto Cajun, que se estrutura na região que
compreende os bairros Antônio Honório, Jabour, Solon Borges e adjacências. A
organização ocorre de maneira filantrópica e/ou voluntária. De acordo com o Sr. José
Astramiro, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Goiabeiras, o projeto visa
promover atividades culturais e de formação social para os jovens que, a despeito de
possuírem um lar, correm o risco de perambular pelas ruas do bairro. A idéia é potencializar
a capacidade lúdica e cultural dos jovens, transportando-os para um mundo de prazer e
cidadania.
O projeto conta com a ajuda financeira da prefeitura, CVRD e INFRAERO para pagamento
dos profissionais e da colaboração voluntária dos moradores que se encarregam da
administração e organização em geral.
EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO
Os dados coletados mostram também que grande parte dessa população detém informações
repassadas pela INFRAERO em reuniões realizadas com a comunidade, no que se refere aos
agregados tecnológicos das novas aeronaves e da mudança da rota de pouso e decolagem,
reduzindo substancialmente o risco de acidentes e o nível de incômodo sonoro.
O desenvolvimento tecnológico das aeronaves é o que vem contribuindo para a redução dos
níveis de ruído percebidos. Isso é um fato, mas não existe previsão de mudança da frota
operando no aeroporto de imediato. Essas mudanças ocorrem naturalmente através da
modernização da frota.
formados pela rodovia BR 101 Norte e avenida Fernando Ferrari, e pela rodovia Norte-Sul e
avenida Dante Micheline.
O Aeroporto de Vitória ocupa, atualmente, apenas uma fímbria da área disponível para sua
ampliação e modernização segundo o projeto em análise, e seu único acesso – aos
terminais de passageiros e de carga – situa-se na junção da avenida Fernando Ferrari com a
BR 101. A avenida Adalberto Simão Nader e a avenida Dante Micheline desempenham
função secundária de acesso ao aeroporto, carreando o fluxo de veículos que segue a rota da
avenida Beira-Mar.
- MUNICÍPIO DE MORADIA
A maioria das pessoas que transitam pelo Aeroporto de Vitória mora nos municípios da
Grande Vitória ou nas capitais dos outros Estados da região sudeste.
- PROPÓSITO DA VIAGEM
Mais de dois terços das pessoas que embarcam ou desembarcam no Aeroporto de Vitória
viajam a negócios, conforme pode ser verificado em pesquisa realizada no ano 2000.
Carro próprio e táxi são os modos de transporte mais utilizados pelos usuários do
aeroporto.
A maioria dos usuários do Aeroporto de Vitória está satisfeita com o modo de transporte
utilizado para vir e/ou sair do aeroporto.
Alguns dos trechos mais críticos do sistema viário metropolitano localizam-se nas áreas de
influência direta e indireta do empreendimento, e já vêm sendo estudadas e propostas
Este tópico foi desenvolvido buscando a melhor forma de identificação e avaliação dos
impactos decorrentes do empreendimento, nas fases de planejamento, implantação e
operação, considerando sempre a relação causa/ efeito.
Essa matriz apresenta uma visão integrada das ações do empreendimento, dos impactos
decorrentes das mesmas e fatores ambientais afetados, permitindo observar quais as ações
mais impactantes, qual a fase do empreendimento que gerará mais impactos e quais os
fatores ambientais mais afetados.
Para um melhor entendimento e mais fácil análise, optou-se por subdividir essa matriz em 3
planilhas, apresentadas por meio afetado, com os impactos classificados (categoria,
abrangência, duração, reversibilidade, magnitude, prazo.), as observações pertinentes e as
medidas mitigadoras ou potencializadoras propostas, bem como o responsáve l por sua
implementação.
§ Tipo de Impacto: discriminação conseqüente dos seus efeitos, podendo ser direto e
indireto;
§ Categoria do Impacto: considerando-se os impactos adversos/negativos e os
benéficos/positivos;
§ Área de Abrangência: considerou-se a ocorrência dos impactos nas áreas de influência
direta e indireta, conforme definição no Capítulo 2;
§ Prazo: considerando o tempo para o impacto se manifestar, sendo a curto, médio e longo
prazos.
§ Preventiva: são medidas que prevêem e eliminam eventos adversos que apresentam
potenciais de causar prejuízos aos itens ambientais destacados nos meios físico, biótico e
antrópico. Ela antecede a ocorrência do impacto negativo;
§ Corretiva: são medidas que visam restabelecer a situação anterior através de ações de
controle ou da eliminação ou controle do fato gerador do impacto;
§ Compensatória: são medidas que compensam bens ambientais perdidos, podendo estar
relacionadas diretamente ao empreendimento ou não.
Fevereiro/03
MENTO
FASES DO
EMPREEND.
TERRAPLENAGEM
FATORES AMBIENTAIS
DO EMPREENDIMENTO
PREPARAÇÃO DO TERRENO,
OPERAÇÃO DO AEROPORTO
E EXECUÇÃO DE OBRAS CIVIS
IMPACTOS POTENCIAIS
QUALIDADE DO AR
REDUÇÃO DA
INFILTRAÇÃO DAS ÁGUAS
SUPERFICIAIS
SOLOS
NO SOLO
ALTERAÇÃO NA
MEIO FÍSICO
QUALIDADE DA ÁGUA
DOS CANAIS E CURSOS
D’ÁGUA
OBSTRUÇÃO DE CANAIS
DE DRENAGEM
RECURSOS HÍDRICOS
SUPRESSÃO DE
VEGETAÇÃO
ALTERAÇÃO NA
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA
E ESTRUTURA DA
VEGETAÇÃO
VEGETAÇÃO DA MATA
- 141 -
PALUSOSA
INTERFERÊNCIA COM À
MEIO BIÓTICO
AUMEN TO DA AMEAÇA
DE CAÇA NOS
FRAGMENTOS
GERAÇÃO DE
EXPECTATIVAS NA
POPULAÇÃO
DIMINUIÇÃO DO NÍVEL
DE INCÔMODO DE RUÍDO
NÍVEL DE VIDA
GERAÇÃO DE NOVOS
POSTOS DE TRABALHO
REDUÇÃO DO EMPREGO E
RENDA EM FUNÇÃO DA
RETIRADA DE
ATIVIDADES COMERCIAIS
E DE SERVIÇO NA ÁREA
MATRIZ DE INTERAÇÃO ENTRE AS ATIVIDADES PREVISTAS E OS FATORES AMBIENTAIS AFETADOS
DA INFRAERO
ECONOMIA
AUMENTO NA GERAÇÃO
DE RECEITA FISCAL
DINAMIZAÇÃO DA
ECONOMIA LOCAL
MEIO ANTRÓPICO
PRESSÃO SOBRE A
CIRCULAÇÃO NO
SISTEMA VIÁRIO
AGRAVAMENTO DAS
CONDIÇÕES DE
SOCIAL
CIRCULAÇÃO
ATRAÇÃO DE MIGRANTES
VIÁRIA, URBANA E
INTERFERÊNCIA EM ZONA
NATURAL
INTERFERÊNCIA COM
SÍTIO ARQUEOLÓGICO
INFRA-ESTRUTURA USO DO SOLO
INFRAERO
FPM 002/03
FPM 002/03
Os impactos sobre esse meio (especialmente sobre os solos e recursos hídricos) se darão na
fase de implantação, decorrentes das obras para ampliação do aeroporto (implantação da
nova pista de pouso e decolagem, de terminais de passageiros e cargas, de pistas de
taxiamento, além de outras infra-estruturas de apoio aos serviços aeroportuários) e na fase
de operação sobre os recursos hídricos e sobre o ar, decorrentes da geração de maior
quantidade de esgoto doméstico e da maior quantidade de emissões atmosféricas
decorrentes do aumento do número de aeronaves e de veículos de apoio com a ampliação do
aeroporto, respectivamente.
♦ SOBRE O AR
Esse impacto é decorrente da emissão de gases e material particulado gerados nas turbinas
das aeronaves e nos veículos automotivos de apoio que serão acrescidos na operação no
Aeroporto de Vitória com a inclusão da nova pista de pouso e decolagem.
Esse impacto é inevitável na operação de qualquer aeroporto visto que envolve a inclusão de
fontes de emissão de poluentes para a atmosfera e, conseqüentemente, apresenta potencial
de promover a alteração da qualidade do ar na área de influência dos mesmos.
Deve-se observar entretanto, que os referidos níveis de emissão oscilam no decorrer do dia
em função da freqüência de pousos e decolagens, que nunca é constante, atingindo horários
de pico e horários de calmaria. Isso evidencia que as emissões ocorrem em regime muito
diferente dos níveis que se tem em unidades industriais, que, em geral são contínuas em
torno de uma média próxima aos valores máximos.
Portanto, diante desses fatos, pode-se estimar que o impacto em discussão será variável ao
longo do tempo, tanto em períodos horários como em períodos diários, sazonais e no
decorrer dos anos cuja tendência será, obviamente, de aumento.
Estudo realizado pela COPPE/UFRJ, indicou que a influência das emissões das aeronaves,
operando normalmente no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, ficaram restritas à área do
Quando se comparam as previsões futuras para o Aeroporto de Vitória com o que ocorre
atualmente com o Aeroporto do Galeão, verifica-se que as condições previstas para o
Aeroporto de Vitória no ano 2017 são bem melhores que as condições atuais do Aeroporto
do Galeão.
§ Vistoria e regulagem periódica dos motores dos veículos que estarão operando no sítio do
aeroporto;
§ Redução da circulação de veículos de apoio às aeronaves: a INFRAERO vem adotando
na modernização dos aeroportos, sistemas que promovem o fornecimento direto, às
aeronaves, de energia elétrica, abastecimento de água, ar condicionando e coleta de
esgoto sanitários sem a necessidade de utilização de veículos de apoio movidos a óleo
combustível, minimizando dessa forma, as emissões atmosféricas decorrentes da
circulação de veículos na área do aeroporto. Ressalta-se ainda que a política ambiental da
empresa, orienta que seja feita a substituição de equipamentos movidos a óleo
combustível por combustível menos poluente, como gás natural.
♦ SOBRE O SOLO
De forma a se evitar o empoçamento das águas nas áreas adjacentes àquelas a serem
impermeabilizadas, o empreendedor deverá implantar sistema de drenagem adequado à
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Análise dos Impactos Ambientais INFRAERO
Fevereiro/03 - 143 -
FPM 002/03
nova situação, de forma a permitir um perfeito escoamento das águas pluviais que incidam
no local.
Os esgotos sanitários gerados nas instalações utilizadas para a construção e seu aumento
após a ampliação do aeroporto, poderão, caso não sejam tratados adequadamente, causar
alterações na qualidade das águas dos canais e da água subterrânea. O aumento da carga
orgânica devido ao lançamento apresenta como conseqüências a redução dos teores de
Oxigênio Dissolvido e o aumento dos índices de Coliformes, Demanda Bioquímica de
Oxigênio, Cloretos, Fósforo e Nitrogênio, dentre outros. O acréscimo de nutrientes pode
trazer como conseqüências a superfertilização dos cursos d’água e sua eutrofização.
O aporte de material orgânico aos canais pode implicar na alteração da qualidade, incluindo
aumento de teores de fósforo e nitrogênio, e redução do oxigênio dissolvido como
conseqüência dos aumentos de demanda biológica e química.
A movimentação de terra, durante as obras, poderá gerar material não coeso, com alta
susceptibilidade à erosão e de fácil transporte por águas de chuva. Dessa forma, esse
material poderá ser lançado diretamente ou transportado pelas águas das chuvas para os
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Análise dos Impactos Ambientais INFRAERO
Fevereiro/03 - 144 -
FPM 002/03
canais. Esse material, ao chegar aos corpos d’água, poderá alterar a qualidade da água,
incluindo os teores de sólidos dissolvidos e suspensos. O afluxo de material a corpos
d’água, ao aumentar a quantidade de sólidos, causa aumento de turbidez e modificação da
cor, reduzindo a penetração de raios solares na massa d’água, com conseqüências negativas
para os ecossistemas aquáticos e para futuros usos.
§ Quanto aos esgotos sanitários gerados durante as obras e após a ampliação, é proposto
que sejam conduzidos para o sistema de coleta do Aeroporto e posteriormente para a ETE
de Camburi;
§ O canteiro de obras deve ser localizado preferencialmente na região Noroeste da área,
que apresenta canais com eutrofização, devendo os esgotos sanitários serem conduzidos
para o sistema de coleta de esgotos do aeroporto e daí para a ETE de Camburi;
§ Deve ser evitada manutenção e troca de óleo de veículos nos locais das obras. Caso essas
atividades sejam necessárias, deverão ser desenvolvidas no canteiro de obras, sendo esse
dotado de separador água-óleo. Os resíduos oleosos deverão ser prioritariamente
encaminhados para reciclagem;
§ Deve ser implantado sistema de drenagem adequadamente dimensionado, de forma a
reduzir os riscos de inundações nas áreas próximas àquelas a serem impermeabilizadas,
com conseqüente alteração na qualidade das águas.
PLANILHA DE CLASSIFICAÇÃO E VALORAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS IDENTIFICADOS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS
MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS
MEIO FÍSICO
ÁREA DE PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS CARÁTER
TIPO CATEGORIA DURAÇÃO REVERSIBILIDADE MAGNITUDE PRAZO
IMPACTOS ABRANGÊNCIA OBSERVAÇÕES MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS DAS
Direto Indireto Positivo Negativo AID AII Temporário Permanente Reversível Irreversível Fraco Médio Forte Imediato Médio Longo RESPONSÁVEL PELA SUA IMPLEMENTAÇÃO MEDIDAS
- Regulagem periódica dos motores dos veículos
1. Este impacto se fará sentir a que operam na área do aeroporto Preventivas
Alteração da medida que for aumentado a
Qualidade do Ar 1 movimentação de aeronaves no - Redução da circulação de veículos de apoio às
aeroporto
aeronaves
- INFRAERO
Redução da Infiltração
das Águas Superficiais
nos Solos
- Direcionamento do esgoto para sistema coleta
1. Referente a fase de
Alteração na implantação, pelas obras civis e aeroporto e ETE Camburi.
Qualidade da Água 1 2 canteiro. Preventivas
dos Canais e Água 2. Referente a maior geração de - Localização do canteiro na região noroeste da área
- Coleta e tratamento adequado dos efluentes oleosos
Subterrânea esgoto na operação.
- Dimensionamento adequado dos canais de drenagem
- INFRAERO
- Minimização do desmatamento e movimentação do solo
- Redução do período de exposição do solo
Obstrução de Canais - Coleta e descarte adequado de resto de desmatamento e limpeza Preventivas
de Drenagem da área
- INFRAERO
Os impactos sobre esse meio se darão na fase de implantação decorrentes das obras para
ampliação do aeroporto (implantação da nova pista de pouso e decolagem, de terminais de
passageiros e cargas, de pistas de taxiamento, além de outras infra-estruturas de apoio aos
serviços aeroportuários).
♦ SOBRE A VEGETAÇÃO
O corte e supressão da vegetação dar-se-ão nas áreas onde serão implantadas as novas
infraestruturas aeroportuárias (pista de pouso e decolagem, terminais de passageiros e
cargas, além de outras estruturas de apoio), com a finalidade de ampliação do aeroporto
(Figura 81).
Esse impacto foi considerado negativo e de magnitude forte, por se tratar de supressão de
vegetação nativa de Restinga degradada e em regeneração. Também considerado
permanente e irreversível, porque os locais onde a vegetação será suprimida, passarão a ser
utilizados de forma diferente dos usos que hoje apresentam, não compatíveis com a
regeneração da vegetação.
♦ SOBRE A FAUNA
Cabe destacar que a área de estudo e seu entorno estão muito antropizados por usos
incorretos dos recursos naturais e presença de grandes aglomerados urbanos, excetuando-se
a REMRC (Reserva Ecológica Municipal Restinga de Camburi) e a REMMP (Reserva
Ecológica Municipal Mata Paludosa), que se apresentam em melhor estado de conservação,
para onde provavelmente, a fauna deverá se dispersar.
Vale ressaltar que atualmente já ocorre grande interferência sobre a fauna silvestre,
especialmente pequenos mamíferos, que vem sendo caçados por uma matilha de cachorros
ferais existentes na área do aeroporto.
§ Deverá ser efetuada a supressão vegetacional direcionada e com supervisão técnica, com
objetivo de direcionar o deslocamento da fauna para a área da REMRC (Reserva
Ecológica Municipal Restinga de Camburi) e para a área da REMMP (Reserva Ecológica
Municipal Mata Paludosa), providenciando a abertura da cerca de acesso a essa última,
para facilitar a dispersão dos animais (preventiva);
§ Deverá ser efetuado um programa de acompanhamento e resgate de vertebrados durante a
supressão da vegetação e o soterramento de áreas alagadas (preventiva);
§ Cercamento da área da Mata Paludosa (REMMP), evitando a entrada de invasores
(caçadores, pessoas para retirar madeira) (corretiva);
§ Retirada dos cachorros ferais existentes na área da INFRAERO, reduzindo a pressão de
caça desses animais sobre a fauna silvestre e minimizando riscos de acidentes com as
aeronaves nos procedimentos de pouso e decolagem (corretiva).
Durante a supressão da vegetação, muitos animais ficam desnorteados sem saber para onde
ir, tornando-se assim presas fáceis de caçadores. Esses caçadores, inclusive, podem ser os
próprios trabalhadores da obra.
PLANILHA DE CLASSIFICAÇÃO E VALORAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS IDENTIFICADOS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS
MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS
MEIO BIÓTICO
ÁREA DE PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS CARÁTER
TIPO CATEGORIA DURAÇÃO REVERSIBILIDADE MAGNITUDE PRAZO
IMPACTOS ABRANGÊNCIA OBSERVAÇÕES MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS DAS
Direto Indireto Positivo Negativo AID AII Temporário Permanente Reversível Irreversível Fraco Médio Forte Imediato Médio Longo RESPONSÁVEL PELA SUA IMPLEMENTAÇÃO MEDIDAS
- Desmatar o mínimo neces sário
- Coletar sementes para produção de mudas no Horto de Camburi
Preventivas
Supressão de 1. Viabilizar convênio com a para paisagismo e revegetação de áreas
- Salvamento de bromeleaceas, orquidáceas e cactáceas
Vegetação PMV, já em discussão
- Enriquecimento da REMRC Compensatórias
- Aplicação da Lei 9985/00 – Unidades de Conservação
- INFRAERO / PMV
Alteração na
composição florística e - Dimensionamento adequado do sistema de drenagem
na estrutura da Preventiva
- INFRAERO
vegetação da mata
paludosa
- Supressão vegetacional direcionada para
deslocamento da fauna para REMRC e REMMP,
1. Para a REMMP e REMRC Preventivas
Interferência sobre a 1 2 2. Para toda a área que terá com retirada do alambrado nesta reserva.
Fauna
vegetação suprimida Compensatória
- Programa de acompanhamento e resgate de vertebrados
- Cercamento da área da REMMP
- INFRAERO
Aumento da Ameaça
de Caça nos - Orientação aos trabalhadores Preventiva
Fragmentos - INFRAERO
FASE DE PLANEJAMENTO
Por outro lado, ocorre também uma expectativa positiva em decorrência da possibilidade de
aumento do desenvolvimento regional, principalmente econômico. Sua intensidade é média,
com tendência à elevação quando da conclusão da obra.
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Análise dos Impactos Ambientais INFRAERO
Fevereiro/03 - 153 -
FPM 002/03
Medida potencializadora:
FASE DE IMPLANTAÇÃO
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês Mês
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Construção das pistas Implantação das estruturas Mão-de-obra total
Medida potencializadora:
Nesse sentido, muitas pessoas ao se deslocarem das regiões onde residem para determinado
local que venha exercer atração, podem conseguir ou não uma colocação no mercado de
trabalho, onde a partir de ambas situações poderá também ocorrer ou não a fixação de
migrantes que passam a se tornar residentes da “nova” cidade. É de amplo conhecimento
que tal cena seja recorrente no Brasil. Como na maioria das vezes o contingente é formado
em grande parte por pessoas pobres, passa a ocorrer uma pressão para a ocupação de áreas
onde a especulação imobiliária ainda não se fez sentir, mas que, sob a ótica da preservação
ambiental, são áreas relevantes e frágeis diante da ação antrópica.
O atendimento pelo poder público principalmente nas áreas de segurança, habitação, saúde e
educação também sofre pressões adicionais, caso ocorra fixação dessa mão de obra atraída
pelo empreendimento.
Priorizar a contratação de mão-de-obra local. Para tal é necessário constar nos contratos
com as empreiteiras responsáveis pela implantação do projeto, que mediante cadastro do
SINE, sejam admitidos trabalhadores comprovadamente residentes na Grande Vitória.
Para a efetivação das obras previstas que farão parte do projeto de ampliação do aeroporto, a
INFRAERO irá requerer junto aos seus concessionários litigiosos as áreas sob seu domínio
que se encontram ao longo de toda a Avenida Adalberto Simão Nader e de pequeno trecho
da Av. Dante Micheline.
Tal ação gerará um impacto negativo que consiste na eliminação de empregos e renda, na
forma de lucros, salários e impostos que deixarão de ser recolhidos, considerando-se
especialmente as empresas que não conseguirem se relocalizar em outra área com vantagens
semelhantes. Por outro lado, a médio e longo prazo, com a implantação das estruturas
previstas na ampliação do aeroporto, especialmente de várias lojas de venda de produtos e
serviços, esses empregos e conseqüentes salários e impostos, tendem a retornar,
minimizando esse impacto.
Ainda nesse primeiro momento ocorrerá também o recolhimento na fonte de Imposto sobre
a Renda (IR) que incidirá sobre o rendimento relacionado à elaboração do projeto executivo,
conforme objeto contratual entre o empreendedor e a empresa subcontratada.
O volume de obras civis necessárias para ampliação do aeroporto, certamente causará uma
forte pressão sobre o sistema viário que circunda a área da INFRAERO, motivada pelo
tráfego de veículos de carga transportando os materiais de construção e os equipamentos das
diversas instalações de infra-estrutura aeroportuária.
As operações de transporte de materiais para execução das obras estão descritas a seguir:
contratada e a INFRAERO. Atenção especial deve ser dada em relação aos horários para o
transporte de materiais e equipamentos, evitando-se sempre os horários de pico
Deve ser rigorosamente observada a legislação do município de Vitória em relação ao transporte de
cargas.
Segundo o projeto de ampliação do aeroporto, a área onde foram identificados os dois sítios
arqueológicos (um deles já destruído durante a obras de ampliação da Av. Fernando Ferrari)
não deverá sofrer interferência, já que nenhuma obra está prevista para essa área (vide
Figura 80 apresentado anteriormente na página 134). No entanto, na área onde será
construída a nova pista, os terminais de carga e passageiros e outras estruturas de apoio,
haverá possibilidade de ocorrer interferências em outros sítios arqueológicos, que poderão
ser identificados durante a fase de implantação do empreendimento. Nesse sentido são
propostas algumas medidas para suprimir/mitigar esse impacto e um programa especifico
conforme apresentado no próximo item.
Esse Centro seria implantado pelo empreendedor e teria suas características determinadas a
partir dos resultados apresentados pelos estudos acima propostos.
As atividades de preparação do terreno e obras civis, que serão necessárias para ampliação
do aeroporto de Vitória, irão atingir área definida como Zona Natural I, de acordo com a Lei
no 4167/94 (que dispõe sobre o desenvolvimento urbano do município e institui o Plano
Diretor Urbano – PDU).
Essa área que será atingida pela ampliação do aeroporto, abarca uma significativa parcela da
porção total territorial sob o domínio da INFRAERO, porém, não engloba a Reserva
Ecológica Municipal Mata Paludosa, e nem a Reserva Ecológica Municipal Restinga de
Camburi, que estarão isentas das interferências vinculadas à ampliação
Vale salientar que outras considerações sobre o processo de zoneamento referente à porção
territorial sob o domínio da INFRAERO, já estão abordadas no diagnóstico do meio
antrópico (área de influência direta ,subitem – uso e ocupação do solo).
FASE DE OPERAÇÃO
O item “outros”, que abrange todos os momentos da projeção, cerca de 80% do quadro
global que trabalhará diretamente no aeroporto, está relacionado ao pessoal das companhias
aéreas, empresas de movimentação de cargas e dos estabelecimentos comerciais e de
serviços, como lojas, bares, segurança , limpeza, etc.
Há que se considerar ainda os empregos indiretos e induzidos, uma vez que a expansão
prevista, tende a induzir empreendimentos associados e decorrentes, como por exemplo
empresas de comércio exterior e logística, bem como indústrias de montagem de partes e
componentes eletrônicos (alto valor agregado). As estimativas indicam uma geração de
empregos indiretos da ordem de cinco vezes superior à geração de empregos diretos do
Aeroporto de Vitória ao longo de sua operação, para o horizonte contemplado que toma
como base o ano de 2017.
No caso em análise, contudo, parte significativa do tráfego gerado pelo aeroporto ampliado
e modernizado, resultará do desvio para fins de embarque ou desembarque, ao início ou ao
término de uma viagem aérea, de um deslocamento que de outra forma já teria vias na AID
e AII do empreendimento, incluídas no percurso habitualmente realizado. Além desse
componente, haverá um tráfego adicional, induzido pelo empreendimento.
Dentre o volume de tráfego desviado, tem-se parte das viagens realizadas por moradores do
município da Serra com ocupação nos demais municípios da região metropolitana, e de
moradores nesses municípios, que trabalham no município da Serra.
No primeiro caso, o impacto do empreendimento sobre o sistema viário estará muito mais
relacionado com a distribuição do tráfego existente entre as vias da área de influência direta.
No caso do tráfego induzido, há que se considerar que parte dele é internalizado no próprio
empreendimento, haja vista a infraestrutura hoteleira e o centro de convenções nele
previstos, e outra parte distribui-se espacialmente em proporção direta com a densidade das
áreas com uso de serviços, que é a vocação do centro expandido de Vitória, contido nos
limites da área de influência indireta.
Área Incorporada/
Parte Convenente Finalidade
Cedida
INFRAERO 420.619 m2 Incorporada ao Patrimônio da União para expansão do aeroporto
Ampliação da Av. Fernando Ferra ri e melhorias viárias nas avenidas Dante
Município de Vitória 155.169,09 m2
Micheline e Adalberto Simão Nader
Fonte: INFRAERO
Esse maior apoio infra-estrutural ao comércio exterior, aliado aos benefícios advindos do
crédito subsidiado às empresas mutuarias do sistema FUNDAP (Fundo de Desenvolvimento
das Atividades Portuárias), que atraem cargas importadas através do Espírito Santo,
qualificará ainda mais a situação dessa região para atrair empresas prestadoras de serviços
em geral na área de comércio externo, bem como poderá induzir a vinda de novos
investimentos que venham agregar valor aos produtos que transitarão pelos terminais do
aeroporto, gerando um efeito multiplicador de renda e emprego na economia.
De forma análoga, o setor de turismo também se beneficia com a ampliação dos terminais
de passageiros, com a possibilidade que será conquistada com a nova pista, ao permitir a
operação de aeronaves em vôos diretos às longas distâncias.
A análise do incômodo sonoro após a ampliação do aeroporto, indica que haverá redução
dos níveis de incomodo de ruído. Essa redução é decorrente principalmente da localização e
sistemática de operação da nova pista de 2500 m, direcionada para o mar, afastando assim o
incômodo sonoro das zonas urbanas conforme pode ser verificado na análise a seguir.
“Curvas de Nível de Incomodo Sonoro para o Aeroporto de Vitória Situação Atual (pista
com 1750m de comprimento) e para Situação Após a Ampliação do Aeroporto (ampliação
da pista atual para 2050m de comprimento e operação da nova pista de 2500m) para
operação incluindo aeronaves de carga”
§ Fontes:
§ Descrição do Estudo: Estudo feito com Considerações Futuras (Pista existente com
2050m + Pista Nova com 2500m), com o movimento previsto para o aeroporto de Vitória
no ano de 2017;
§ Movimentos: A elaboração das curvas isofônicas de tal situação foi obtida com base
nas Projeções de Demanda para o aeroporto que indicou para 2017, 160 movimentos no
dia médio, sendo 12% de vôos noturnos.
§ Mix de Aeronaves:
AERONAVES PERCENTUAL
FOKKER 50 1,25%
A320 6,25%
737-200 3,75%
737-300 21,25%
737-400 12,50%
737-500 41,25%
767-300 13,75%
Como prevê o último horizonte de planejamento, foi assumida uma configuração de duas
pistas. Sendo:
- Pista 05-23 (2050 m) – Atual = preferencial para pousos 90%
- Pista 01-19 (2500 m) – Futura = preferencial para decolagens 90%
§ Fontes:
Na interseção da Av. Adalberto Simão Nader com a Av. Dante Micheline, a curva do Nível
de Incomodo Sonoro 2 avança sobre uma pequena parte das áreas urbanizadas, estando
sua maior área de abrangência sobre área não urbanizada (Restinga de Camburi e Praia de
Camburi).
Nos bairros de Carapina, Eurico Sales e Nossa Senhora de Fátima, no Município da Serra,
essa curva do nível de incomodo sonoro, atinge uma pequena parte de áreas urbanizadas,
porém significativamente mais restrita que para o caso da curva de incomodo sonoro da
pista atual de 1750m de comprimento. Esse fato se verifica devido às novas condições
operacionais previstas, ou seja, as decolagens não se realizariam mais sobre esses bairros,
mas passariam a ser feitas pela nova pista de 2500m direcionada para a Praia de Camburi.
Vale ressaltar que essa redução ocorreu a despeito do aumento significativo do movimento
de aeronaves (Projeção 2017).
Medidas potencializadoras:
§ Manter adequado isolamento de toda a área patrimonial constituída das áreas a serem
edificadas e aquelas a serem mantidas como de proteção ambiental, evitando invasões ou
ocupações prejudiciais ao complexo aeroportuário e ao meio ambiente, especialmente
evitando deterioração da qualidade do equipamento urbano atual.
Ressalta-se que a construção da pista de pouso e decolagem 01/19 é fator essencial para a
redução do incômodo provo cado pelo ruído das aeronaves tanto a curto quanto a médio e
longo prazo, além do cumprimento de normas operacionais específicas para o aeroporto,
definidas pelo Ministério da Aeronáutica para atenuar o incômodo sonoro.
PLANILHA DE CLASSIFICAÇÃO E VALORAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS IDENTIFICADOS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS
MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS
MEIO ANTRÓPICO
ÁREA DE PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS CARÁTER
TIPO CATEGORIA DURAÇÃO REVERSIBILIDADE MAGNITUDE PRAZO
IMPACTOS ABRANGÊNCIA OBSERVAÇÕES MITIGADORAS/COMPENSATÓRIAS DAS
Direto Indireto Positivo Negativo AID* AII** Temporário Permanente Reversível Irreversível Fraco Médio Forte Imediato Médio Longo RESPONSÁVEL PELA SUA IMPLEMENTAÇÃO MEDIDAS
1. Expectativa de
Geração de desenvolvimento - Implementação de Programa de Comunicação Social
Expectativa na 1 2 2. Expectativa aumento de Preventiva
População ruído, acidentes e retirada de - INFRAERO
concessionárias.
Geração de Novos
Postos de Trabalho na
Fase de Implantação
Pressão Sobre o - Especificações técnicas definindo horários de menor movimento
1. Referente ao aumento de para a circulação de caminhões
Sistema Viário de 1 Preventivas
veículos durante as obras civis
Transporte - Observar legislação da PMV referente a transporte de cargas
1. Referente a obras civis
Aumento da Geração 2. Referente a fase de
1 2 3
de Receita Fiscal operação do empreendimento
3. Extrapola a AII
- Reavaliar o zoneamento urbanístico e de planejamento definido
Interferência no PDU/94 Preventiva
em Zona Natural
- PMV
1. Se não houver nenhuma - Salvamento arqueológico do sítio 1 já impactado.
obra (sistema viário por Preventiva
Interferência com o - Estudos para implantação de um “Centro de referência da
1 2 exemplo) no local do sítio
Sítio Arqueológico 2. Se houver obras no local do cerâmica popular de Goiabeiras”. Compensatória
sítio
- INFRAERO/IPHAN/Associação das Paneleiras de Goiabeiras
Redução do emprego e
renda em função da - Negociação com as concessionárias (retirada parcial e permuta
retirada de atividades da área) preventiva. Preventiva
comerciais e de serviço
na área da - INFRAERO
INFRAERO
Geração de Novos
Postos de Trabalho na
Fase de Operação
1. Já foram iniciadas ações
Agravamento das
previstas no convênio que - Implementação das ações previstas no convênio
Condições de 1 Preventiva
evitarão a ocorrência deste - INFRAERO/PMV.
Circulação
impacto
Dinamização da 1. Abrangência supera a Grande
1
Economia Local Vitória
- Rever a Portaria 070-DAC/92 (Zoneamento de Ruído)
adequando-a ao Plano Diretor do Aeroporto - Rev. 1998, e
1. Pelas condições da nova implementar suas recomendações no Uso do Solo Urbano
pista.
Diminuição do Nível Preventivas
1 2 2. Efeito de redução gradativo, - Estabelecer restrições sobre ocupações e gabaritos
de Incômodo Sonoro
tendo em vista a modernização - Instalação de barreiras acústicas na área de teste de motores
crescente das aeronaves. - INFRAERO/PMV
- Antecipação da construção de pista 01/19
- Incentivo à adoção de aeronaves de tecnologias mais modernas
- INFRAERO
* ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA
** ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA
5. PROGRAMAS AMBIENTAIS
♦ INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
♦ OBJETIVOS
♦ PROCEDIMENTOS:
Wastewater", publicado pela APHA et al., em sua mais recente versão. O grupo de
parâmetros a serem monitorados deverá incluir : pH, OD, Temperatura, Condutividade,
Cor Real, Cor Aparente, DBO, DQO, Fosfato, Nitrogênio Amoniacal, Nitritos, Nitratos,
Nitrogênio Kjeldahl, Nitrogênio Total, Óleos e Graxas, Sólidos Dissolvidos Totais,
Sólidos Suspensos Totais, Turbidez, Coliformes Fecais e Coliformes Totais e Cloretos.
♦ CRONOGRAMA
O monitoramento deve se iniciar antes das obras e ter freqüência trimestral durante a fase de
implantação do empreendimento. Após o término das obras, a freqüência do monitoramento
deverá ser semestral.
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
O programa deverá ser executado pela INFRAERO e pela CESAN, que possui instalada na
área uma estação de tratamento de esgotos domésticos, a ETE de Camburi.
♦ INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
A coleta de sementes será realizada nas áreas onde a vegetação será suprimida.
§ Para a coleta, serão utilizados os métodos convencionais, tais como coleta dos frutos nos
indivíduos e na superfície do solo. O material coletado deverá ser identificado,
armazenado adequadamente e beneficiado para posterior produção das mudas.
§ As atividades previstas no projeto deverão ser desenvolvidas sob supervisão da PMV e
de um técnico de nível superior (Eng. Florestal, Biólogo ou Eng. Agrônomo) com
experiência em produção de mudas nativas.
♦ PÚBLICO ALVO
Será beneficiada com esse programa a comunidade local através da amenização paisagística
decorrente da recuperação das áreas degradadas e do efeito paisagístico pela utilização de
algumas espécies de restinga.
♦ CRONOGRAMA FÍSICO
Esse projeto deverá ser iniciado imediatamente antes das obras, quando for ocorrer a
supressão da vegetação.
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
♦ INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
Na área onde a vegetação será suprimida existe presença marcante de espécies das famílias
acima referenciadas. O salvamento de representantes destas famílias é possível pois são
compostas por indivíduos de pequeno porte, suculentas e armazenadoras de água e/ou com
capacidade de absorver água e nutrientes dispersos no ar, facilitando seu transporte e
pegamento no novo local.
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
♦ CRONOGRAMA FÍSICO
Esse projeto deverá ser iniciado imediatamente antes das obras, quando for ocorrer a
supressão da vegetação.
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
♦ INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
§ Definição das técnicas a serem adotadas para cada grupo (espécies herbáceas e
arbustivas/arbóreas), prescrição das atividades operacionais a serem realizadas para o
enriquecimento e reflorestamento, utilizando-se espécies oriundas das áreas onde a
vegetação será suprimida além de mudas produzidas no viveiro.
♦ CRONOGRAMA FÍSICO
Esse programa deverá ter inicio ainda na fase de implantação, podendo ser estendido para a
fase de operação.
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
♦ INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
♦ CRONOGRAMA
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
♦ INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Este Programa visa atender o artigo 36 da Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2000, que institui
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Esse artigo determina que nos casos de
licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental, o empreendedor é
obrigado a apoiar a implantação e/ou manutenção de uma unidade de conservação do grupo
de proteção integral, destinando pelo menos meio por cento dos custos totais previstos para
a implantação do empreendimento. Ao órgão ambiental licenciador compete definir a(s)
unidade(s) de conservação a ser(em) beneficiada(s), considerando o previsto no EIA e
ouvido o empreendedor.
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
♦ CRONOGRAMA
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
♦ OBJETIVOS
♦ PROCEDIMENTOS
O programa será realizado durante toda a etapa de supressão da vegetação para as obras de
ampliação do Aeroporto de Vitória, sendo composto basicamente pelas seguintes atividades:
§ Aquisição dos equipamentos: (gancho de captura e caixas de acondicionamento de
répteis, puçás para captura de répteis, anfíbios e mamíferos, luvas de couro, caixas
térmicas, sacolas plásticas e gaiolas de metal para acondicionamento e transporte dos
mamíferos).
§ Acompanhamento da atividade de supressão da vegetação.
§ Resgate de fauna, se necessário.
§ Relatório de atividades.
♦ CRONOGRAMA
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
O programa deverá ser executado pelo empreendedor com supervisão dos órgãos de
licenciamento, SEAMA e SEMMAM.
RIMA - AEROPORTO DE VITÓRIA Programas Ambientais INFRAERO
Fevereiro/03 - 176 -
FPM 002/03
♦ INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
Esse programa, que já foi iniciado pela INFRAERO, tem-se utilizado de reuniões com as
lideranças dos bairros do entorno do aeroporto para apresentar o projeto de ampliação com
os esclarecimentos necessários sobre o mesmo. No entanto, para maior divulgação do
projeto deverão ser utilizados outros tipos de veículos de comunicação dirigida, além de
reuniões comunitárias, com vídeos educativos e esclarecedores, cartilhas, jornais, rádio e
folders, contemplando ainda a elaboração de um painel sobre o projeto a ser fixado no
aeroporto durante a implantação. Ênfase deverá ser dada ao esclarecimento em relação ao
incômodo sonoro, que será reduzido com a construção da nova pista, ao contrário do
esperado pela maioria da população.
♦ PÚBLICO ALVO
♦ CRONOGRAMA
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
♦ INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
♦ OBJETIVO
♦ PROCEDIMENTOS
♦ CRONOGRAMA
♦ INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
6. EQUIPE TÉCNICA
♦ COORDENAÇÃO
♦ DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
♦ MEIO F ÍSICO
Ruído
♦ MEIO B IÓTICO
Vegetação
Fauna
♦ MEIO ANTRÓPICO
♦ G EOPROCESSAMENTO
♦ APOIO TÉCNICO
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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