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22º CBECiMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais

06 a 10 de Novembro de 2016, Natal, RN, Brasil

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SOLDAGEM NA TENSÃO


RESIDUAL DE JUNTAS SOLDADAS PELO PROCESSO GMAW

C. E. Mendes
Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE
Av. Arquitetura S/N Cidade Universitária – 50740-550 – cata_esposito@hotmail.com

L. G. T. C. de Melo
Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE

R. A. S. Ferreira
Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE

P. S Barros
Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE

T. L. Rolim
Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE

Y. P. Yadava
Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE

RESUMO

A velocidade de soldagem é um parâmetro que influência o aspecto do cordão


de solda e na determinação do aporte térmico trabalhado nas juntas soldadas.
Portanto, esse trabalho busca identificar da influência da velocidade de soldagem,
pela análise das tensões residuais na zona termicamente afetada (ZTA). Será
executado um planejamento fatorial de um fator a cinco níveis com três réplicas. Na
ZTA foram realizadas medidas de tensão residual pelo método de deslocamento por
pontos coordenados (DPC), para estudar a variação da tensão residual em função
da velocidade de soldagem.

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Palavras-chave: planejamento experimental, tensão residual, velocidade de


soldagem.

INTRODUÇÃO

Tensões residuais são definidas como as tensões internas que permanecem no


material, elemento mecânico ou produto final ao se encerrarem os esforços
mecânicos e/ou térmicos. As tensões residuais podem ser prejudiciais para o
desempenho de um material ou a vida de um componente mecânico, então é de
fundamental importância o conhecimento de suas características e medidas para a
prevenção e o controle.(1)

As tensões residuais podem existir em peças ou materiais submetidos a


diferentes processos térmicos e mecânicos. Nesse trabalho observaremos o
comportamento de chapas navais laminadas submetidas ao processo de soldagem.

As tensões residuais na soldagem devido ao processo de resfriamento, ocorrem


quando as regiões aquecidas e resfriadas são vizinhas. Essa diferença de
temperatura fará com que o material dilate e resfrie de forma diferente dependendo
da temperatura que cada região vá atingir, de modo que a região do cordão de solda
e a sua vizinhança apresentarão tensões térmicas diferentes. Porém, no processo
de soldagem de chapas, se existir algum tipo de restrição ao movimento de
contração e dilatação, como por exemplo, ponteamento da chapa, surgirão as
tensões térmicas residuais à temperatura ambiente. Para o cordão de solda, o
acúmulo de tensões térmicas será do tipo tração, atingindo valores da ordem do
limite de escoamento do material da solda.

As tensões residuais devido ao resfriamento superficial intenso acontecem ao


longo da espessura da junta sol dada, já que a parte exposta ao ar ambiente resfria
mais rápido que a parte interna. Quando o processo de resfriamento começa, a
superfície se contrai rapidamente em relação ao interior da peça, provocando assim
o escoamento localizado do material que por sua vez, provocará a existência da
tensão residual. Observa-se que as tensões são mais intensas na soldagem de
chapas ou tubulações com grandes espessuras.(2)

O objetivo principal desse trabalho é estudar a influência da mudança de


velocidade de soldagem no cálculo das tensões residuais obtidas através do método

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de deslocamento de pontos coordenados – DPC de chapas laminadas soldadas pelo


processo de soldagem GMAW.

MATERIAIS E MÉTODOS

As chapas utilizadas no trabalho foram fornecidas pelo Estaleiro Atlântico Sul,


localizado no Porto de Suape - Cabo de Santo Agostinho – PE, com as dimensões
de 1200 x 500 x 13,7 mm e classificação ASTM A131 grau AH-36.

Para as chapas de teste serem soldadas foi necessária a preparação das


mesmas, sendo preciso cortá-las nas dimensões de 70 x 200 x 13,7 mm.

O processo de soldagem GMAW foi realizado de forma semiautomática com uma


máquina, Fig. 1 de soldagem ESAB Smashweld 318 Topflex e uma máquina de
oxicorte (tartaruga) fornecidos pelo programa PRH PB203.

Figura 1. Máquina GMAW para soldagem da ESAB Smashweld 318 Topflex e tartaruga utilizada para
a soldagem.

Para o processo de soldagem GMAW foi utilizado um arame de bitola de 1,2 mm


e tipo ASME SFA 5,18 ER70S-6, com um gás de 25% de Ar e 75% de CO2. Para o
cálculo do aporte térmico médio, foi considerado a eficiência do processo de
soldagem GMAW de 80% como demonstra a Tab. 1.
Velocidade de
Tensão de Corrente de Aporte térmico
Chapa soldagem
soldagem (V) soldagem (A) (kJ/m)
(mm/s)

1 19,62 174,50 3,5 783


2 18,08 213,6 5,0 575
3 19,72 169,42 6,0 445
4 18,08 206,8 8,0 374
5 18,08 213,6 10,0 309
Tabela 1. Parâmetros de soldagem utilizados na soldagem das chapas.

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O DCP(3) mede as tensões residuais utilizando uma Máquina de Medição por


Coordenadas.

O método consiste em realizar pequenos furos com broca de centro de 2,5 mm de


diâmetro por 2 mm de profundidade e, em seguida cada coordenada (x,y) do centro
dos furos deve ser mapeada na Máquina de Medição por Coordenadas (MMC) com
controle numérico computadorizado. Para o mapeamento dos pontos é preciso
realizar um ponto de referência em cada chapa. Após essa etapa o material deve ser
submetido a um tratamento térmico para o alívio de tensões com temperatura
inferior à de recristalização do material. Ao término do tratamento térmico do
material os pontos mapeados sofrerão deslocamentos devido ao escoamento do
material e com isso, deverão ser novamente mapeados, a partir do ponto de
referência, de acordo com a técnica de medição por coordenadas, que determina os
parâmetros dimensionais através da medição das coordenadas de pontos sobre a
superfície de uma peça e processa matematicamente(4), possibilitando a cálculo das
deformações através das equações (A) e (B) para o sentido longitudinal e
transversal, respectivamente:

X f  Xi
x  (A)
Xi

Y f  Yi
y  (B)
Yi

Onde:

𝜀𝑥: deformação específica na direção x;

𝜀𝑦: deformação específica na direção y;

Xi: Coordenada inicial do ponto na direção x (mm);

Xf: Coordenada final do ponto na direção x (mm);

Yi: Coordenada inicial do ponto na direção y (mm);

Yf: Coordenada final do ponto na direção y (mm).

Com os valores das deformações específicas nas duas direções, as tensões


residuais no estado plano de tensões geradas pelo processo de soldagem podem
ser calculadas pelas equações (C) e (D):

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x 
E
 x   y  (C)
1 2

y 
E
 y   x  (D)
1 2

Onde:

σx: tensão residual transversal – direção normal à linha de solda (MPa);

σy: tensão residual longitudinal – direção da solda (MPa);

εx: deformação específica normal a linha de solda;

εy: deformação específica na linha de solda;

E: módulo de elasticidade do material (GPa);

𝜐: coeficiente de Poisson.

Os valores das tensões residuais σx e σy são obtidos pela medição de εx e εy(5),


que são os valores das deformações residuais nos pontos onde se deseja conhecer
as tensões residuais.

Depois das chapas soldadas, foram realizados furos com brocas de centro de 2,5
mm de diâmetro por 2 mm de profundidade sobre a ZTA. Em seguida, as
coordenadas (x,y) do centro de cada furo foram mapeadas em uma Máquina de
Medição por Coordenadas (MMC) com controle numérico computadorizado, modelo
CRYSTA 574 (curso de medição de 700 mm e resolução de 0,0005 mm), fabricação
MITUTOYO, ano 2004, com certificado de calibração 03206/2013, do Laboratório de
Medição por Coordenada (LAMECO) do Departamento de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

Após a realização do mapeamento inicial dos pontos em cada chapa, foi preciso
realizar um tratamento térmico de alívio de tensão à temperatura de 680°C por 30
min. Ao término do TT do material, os pontos mapeados sofreram deslocamentos
devido ao escoamento do material e com isso, foram novamente mapeados. Destas
novas coordenadas dos centros dos furos medidas na MMC, foram encontradas as
deformações geradas pelo processo de soldagem.

Com os valores das coordenadas de antes e depois do tratamento térmico de


cada furo, foram calculadas as deformações pelas equações A e B e posteriormente,

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as tensões residuais pelas equações C e D em cada ponto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram escolhidos três pontos sobre a ZTA de cada condição de soldagem para o
cálculo das tensões residuais. A Tab. 2 demonstra os resultados das medições de
tensões residuais em X e Y pelo método DPC.

Chapa Velocidade de soldagem (mm/s) σx (MPa) σy (MPa)


3,5 45,0 53,5
1 3,5 44,6 56,3
3,5 47,8 54,2
5,0 61,1 64,0
2 5,0 56,9 65,9
5,0 68,5 50,9
6,0 82,3 107,7
3 6,0 49,7 68,6
6,0 63,5 79,3
8,0 97,3 99,6
4 8,0 92,5 104,7
8,0 60,8 74,8
10,0 69,3 70,2
5 10,0 96,2 109,3
10,0 104,5 97,6
Tabela 2. Tensões residuais para cada condição de velocidade de soldagem.
Onde podemos observar que o valor das tensões residuais, tanto em X quanto em
Y, foram aumentando com o aumento da velocidade de soldagem. E isso traduz-se
em aporte térmicos menores. Mostrando que com o aumento do aporte térmico
através da redução da velocidade de soldagem resulta na redução da tensão
residual de juntas soldadas.(6)

Utilizando o software Action Stat versão 3.1.43.694.649 ano 2016 podemos


analisar os efeitos da velocidade de soldagem no cálculo das tensões residuais.

A tensão residual em X aumenta em 15 MPa quando aumentamos a


velocidade de soldagem de 3,5 para 5,0 mm/s. E continuar a aumentar quando
aumentamos as velocidades de soldagem. Esse tipo de comportamento também
acontece para a tensão residual calculada em Y como mostra a Fig. 2.

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Figura 1. Efeito da velocidade de soldagem no


cálculo da tensão residual em X e Y.

A Tab. 3 mostra os valores dos limites e efeitos das velocidades de soldagem


nas tensões residuais.

Tabela de Efeito
Direção X Direção Y
Velocidade de
Limite Limite Limite Limite
Soldagem Efeito Efeito
Inferior Superior Inferior Superior
(mm/s) (MPa) (MPa)
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
3,5 27,2 45,8 64,3 35,3 54,7 74,1
5 43,6 62,2 80,7 40,9 60,3 79,6
6 46,6 65,2 83,7 65,8 85,2 104,6
8 65,0 83,5 102,1 73,6 93,0 112,4
10 71,4 90,0 108,5 73,0 92,4 111,8
Tabela 3. Tabela de efeito das velocidades de soldagem tanto para X quanto para Y.

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Fica evidenciado que as tensões residuais em Y são maiores que em X, tanto


para os limites inferiores e superiores quanto para o efeito da velocidade de
soldagem na resposta (tensão residual). Essa condição acontece devido ao
tratamento térmico realizado nas chapas. Durante o tratamento térmico a tensão de
recuo atua revertendo as barreiras (discordâncias bloqueadas) contribuindo para o
deslocamento (escoamento) na direção contrária à plastificação.

CONCLUSÕES

Para as velocidades de soldagem escolhidas nesse trabalho, conclui-se que:

Ao diminuirmos a velocidade de soldagem de 10 mm/s para 3,5 mm/s,


conseguimos reduzir a tensão residual em até 44,2 MPa para o sentido X e 37,7
MPa para Y.

Desta forma, deve-se preferir a utilização de velocidade de soldagem menores


para tensões residuais menores.

A diferença entre as tensões residuais em X e Y são devido a textura de


recozimento que amplifica esse deslocamento no sentido Y.

REFERÊNCIAS

[1] MACHERAUCH, E., KLOSS, K. H., 1997. “Origin, Measurements and Evaluation
of Residual Stress in Science and Technology”. Ed. by Macherauch, V. Hauk, DGM
VERLAG.
[2] CALLE, G. M. A, 2004. “Análise Numérico-Computacional das Tensões Residuais
Induzidas pelo Jateamento com Granalha”. p. 96, Dissertação de Mestrado, Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
[3] SIQUEIRA FILHO, A. V. Estudo Comparativo das Tensões Residuais em Juntas
Soldadas pelas Técnicas de Medição por Coordenadas e Difração de Raios-X. Tese
de Doutorado. Universidade Federal de Pernambuco, Fev 2012.

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[4] ROLIM, T. L. Sistemática indicadora de método para calibração de máquinas de


medição por coordenadas. Tese de Doutorado. Universidade Federal da Paraíba.
Dez 2003.
[5] OKUMURA, T.; TANIGUSGI, C. 2002. Engenharia De Soldagem E Aplicações.
Rio De Janeiro: Livros Técnicos E Científicos Editora.
[6] PEEL, M., STEUWER, A., PREUSS, M., WITHERS, P.J., 2003. Microstructure,
mechanicalproperties and residual stresses as a function of welding speed in
aluminiumAA5083 friction stir welds. Acta Mater. 51, 4791–4801.

THE STUDY OF WELDING SPEED INFLUENCE ON GMAW WELDED JOINTS’


RESIDUAL STRESS

ABSTRACT

The welding speed is a parameter that influences the welding bead appearance
and the heat input of welded joints. Therefore, this study aims to identify the influence
of travel speed, by analyzing residual stress in the Heat Affected Zone (HAZ). A
factorial design using one factor with five levels and three replicates was performed.
The method of Displacement of Coordinated Points (DPC) was used to measure the
residual stress by switching the welding speed.

Keywords: experimental design, residual stress, travel speed.

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