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O adolescente que, na infância, aprendeu algum artesanato ou a tocar um instrumento musical, possui
uma ferramenta importantíssima para enriquecer sua vida. E pelo hábito adquirido de exercitar
habilidades, a sua força volitiva está à sua disposição por hábito e não por imposição autoritária.
“As pessoas tem que ser o que elas são verdadeiramente. Não é a sexualidade que é sombria, é o ser
humano que tem um aspecto sombrio que pode mais facilmente se expressar na sexualidade. A
humanidade ainda não sabe amar. Quanto mais humanos nos tornamos, mais capazes de amar nós
somos.”
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No Banquete, Platão fala sobre amor ; Diotima, sacerdotiza de Afrodite, vai ensinando os filósofos os
segredos e mistérios do amor. Essa é uma concepção platônica da humanidade que originalmente era
andrógina.
Segundo ela, os deuses resolveram neutralizar o poder e a felicidade desses seres que, depois de
seccionados, começaram a ansiar muito um pelo outro. É Eros quem vem para reunir as partes
separadas.
Sexo é religião – cada vez que se faz sexo está se religando. Em várias culturas diferentes, percebeu-se
essa relação, o sexo era uma coisa sagrada.
No mito de Kali, na Índia e nas celebrações celtas cujas orgias celebravam o ato criativo, observa-se a
sacralidade do sexo.
Na época romana o sexo foi desvinculado da religiosidade, porque, até a época dos gregos, beleza e
divindade caminhavam juntas – o cheirar e o comer era belo. As orgias romanas eram uma avacalhação
geral. Agostinho foi um dos que tentou resguardar a alma dessa dessacralização.
O movimento cristão vem tentar purificar essa degradação romana. Já na idade média, o sexo e tudo o
que estava interligado a ele virou profano, diabólico. A mulher, assim como o prazer nesse patriarcado
virou culpado, reprimido.
A religião virou renúncia e ascetismo, saída e condenação do mundo : a clausura ; tentação versus
salvação e misoginia, horror da mulher.
Rudolf Steiner fala de diferenciação das almas : na época grega a “alma do intelecto ”, na época
medieval a “alma do sentimento”, e na época moderna, a “alma da consciência”. Foi Kant quem
primeiro falou de auto consciência, esta é uma percepção interna recente, onde cada um é ligado à si
próprio.
Steiner propõe que, para cada um ser si mesmo, devia-se partir para o individualismo ético em lugar do
egoísmo – o judeu herege foi Jesus e o maior herege indú foi Buda.
O toque é o elemento básico da sensualidade. A hipersexualidade da época atual é justamente por uma
hiposensualidade, ou em outras palavras, uma cultura com muita falta de toque, tato.
A concepção evolutiva da antroposofia se distingue da ciência oficial que crê na descendência do animal
; em um sentido, quanto mais para traz na evolução, mais espiritual e não animal .
Para que serve o sexo ? Reprodução, prazer, afeto, espiritualidade .
Existe uma relação direta entre a insatisfação afetiva, de toque, e as formas de câncer, em mulheres
,mais comuns o da mama e colo de útero, e nos homens, de pulmão e próstata .
Individual é uma coisa que não se divide. Uma das maiores coisas esquisofrênicas é puxar o espiritual
para um lado e o sensual para o outro.
A “alma da consciência” exige que façamos escolhas livres e harmônicas com o si mesmo – pressupõe
auto conhecimento.
Nos antigos mistérios existia o processo de iniciação que começava pela Katarsis, seguia para a Katabasis
( encontro com o sósia ), e terminava com a Anabasis ( encontro com Deus ).
Quando se tem uma proposta espiritual na vida, a primeira coisa que se tem que perder é a contradição
entre as coisas .
As pessoas tem que ser o que elas são verdadeiramente. Não é a sexualidade que é sombria, é o ser
humano que tem um aspecto sombrio que pode mais facilmente se expressar na sexualidade.
A humanidade ainda não sabe amar. Quanto mais humanos nos tornamos, mais capazes de amar nós
somos.