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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
NATAL-RN
2018
Itajá Dantas de Souza Júnior
Natal-RN
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
___________________________________________________
Prof. Dra. Fernanda Rodrigues Mittelbach
___________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Barros
___________________________________________________
Eng. Pedro Mitzcun Coutinho
Natal-RN
2018
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Itajá Dantas e Sara Joyce, que me deram a vida e os exemplos que me
formaram o caráter, a quem dedico esta conquista.
Ao meu irmão Ítalo Thales, por sempre estar presente nos momentos felizes e tristes, e
pela amizade que só existe entre irmãos.
À minha amada amiga e namorada, Luiza Leiros, por todo apoio e compreensão
durante as horas difíceis e pela adorável companhia nas horas felizes.
Aos meus amigos engenheiros Allan, Johan, Breno, Vanderson, Ewerton, Eduardo,
Amanda, Kaio, João, Paulo Henrique, Ricardo Barros, Maria Lopes e Francisco Romerito
pelo companheirismo nos momentos adversos (dos quais o curso de engenharia civil é repleto,
eles bem sabem) e pelos eventos marcantes no decorrer do curso.
Aos professores do curso de engenharia civil da UFRN, pelas valiosas lições
aprendidas ao longo deste bacharelado, particularmente à minha orientadora, Fernanda
Mittelbach, um verdadeiro anjo em forma de professora.
Ao seu Wilson Martins, da coordenação do curso, quem eu espero que esteja curtindo
sua aposentadoria.
“É um fato bem conhecido que um ingrediente vital para o sucesso é não sabermos que o que
estamos tentando é impossível.”
– Terry Pratchett
RESUMO
Este trabalho trata do desenvolvimento de um código computacional inserido numa planilha
do Microsoft Excel. A planilha é uma ferramenta prática capaz de, conforme as prescrições da
ABNT NBR 6118:2014, resolver numericamente problemas de flexão composta oblíqua e
também determinar os esforços de segunda ordem local em pilares biapoiados de concreto
armado com índice de esbeltez não superior a 140 e fck até 50 MPa, com os métodos do pilar-
padrão com curvatura aproximada, pilar-padrão com rigidez 𝜅 aproximada, pilar-padrão
acoplado a diagramas momento-curvatura e método geral acoplado a diagramas momento-
curvatura. Os resultados da planilha foram validados analiticamente pela verificação manual
de uma seção de concreto armado, com uma diferença de 0,897%, e numericamente
comparando-os aos resultados do CAD/TQS (MAPE = 0,57%), do P-Calc (MAPE = 0,0%,
análise de seção; MAPE = 0,60%, método geral acoplado a diagramas momento-curvatura) e
do Oblíqua (MAPE = 5,5%).
SÍMBOLO SIGNIFICADO
𝐴𝑠𝑖 Área da barra de aço “i”
𝑑′ Distância entre a superfície do pilar e o centro da barra de ço
𝑒2 Excentricidade de 2ª ordem
𝑒𝑎 Excentricidade acidental
𝑒𝑐𝑐 Excentricidade suplementar de fluência
𝑒𝑓 Excentricidade de forma
𝑒𝑖 Excentricidade inicial
𝐸𝑠 Modulo de elasticidade longitudinal do aço
𝑓𝑐𝑑 Resistência de cálculo a compressão do concreto
𝑓𝑐𝑘 Resistência característica à compressão do concreto em Mpa
𝑓𝑦𝑑 Resistencia de cálculo ao escoamento do aço
𝑓𝑦𝑘 Resistência característica ao escoamento do aço
𝐼 Momento de inercia
𝑖 Raio de Giração
𝑀 Momento fletor
𝑁 Esforço normal
𝑁𝑠 Esforço normal solicitante
𝑥𝑐 Distância ao longo do eixo x entre o centro geométrico do elemento
considerado e o centro geométrico da seção
𝑥𝐿𝑁 Profundidade da linha neutra
𝑦𝑐 Distância ao longo do eixo y entre o centro geométrico do elemento
considerado e o centro geométrico da seção
𝛼 Inclinação da linha neutra
𝛾𝑐 Coeficiente de ponderação da resistência do concreto
𝛾𝑠 Coeficiente de ponderação da resistência do aço
𝜀𝑐 Deformação específica de encurtamento no concreto
𝜀𝑐𝑔 Deformação específica do centro geométrico da seção
𝜀𝑠 Deformação específica no aço
𝜆 Índice de esbeltez
𝜎𝑐 Tensão normal no concreto
𝜎𝑠 Tensão normal no aço
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 14
1.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 14
1.2 Excentricidades nos pilares........................................................................................... 14
Excentricidade inicial ............................................................................................ 15
Excentricidade de forma ........................................................................................ 16
Excentricidade acidental ........................................................................................ 17
Momento mínimo de primeira ordem .................................................................... 19
Excentricidade de segunda ordem ......................................................................... 21
Excentricidade suplementar de fluência ................................................................ 21
Resumo das excentricidades .................................................................................. 22
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 22
Geral ...................................................................................................................... 22
Específicos ............................................................................................................. 23
2 SEÇÕES DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXOCOMPRESSÃO EM
ESTADO-LIMITE ÚLTIMO ................................................................................................... 24
2.1 Hipóteses básicas .......................................................................................................... 24
2.2 Diagramas de tensão-deformação ................................................................................. 24
2.3 Domínios de estado-limite último ................................................................................ 26
2.4 Deformação num ponto qualquer da seção transversal ................................................ 27
2.5 Resistência à flexão da seção transversal ..................................................................... 28
2.6 Metodologia de solução numérica da planilha de cálculo ............................................ 29
3 ANÁLISE DA SEGUNDA ORDEM LOCAL EM PILARES ......................................... 33
3.1 Equação diferencial do equilíbrio de um pilar sem carregamentos transversais .......... 33
Solução analítica da equação diferencial do equilíbrio ......................................... 35
3.2 Pilar-Padrão .................................................................................................................. 36
3.3 Rigidez e relações momento-curvatura ........................................................................ 37
3.4 Índice de esbeltez 𝝀 ...................................................................................................... 39
Índice de esbeltez limite λ1 .................................................................................... 40
3.5 Métodos de determinação dos efeitos de segunda ordem local .................................... 41
Método do pilar-padrão com curvatura aproximada ............................................. 41
Método do pilar-padrão com rigidez κ aproximada .............................................. 42
Método do pilar-padrão acoplado a diagramas momento-curvatura ..................... 43
Método geral acoplado a diagramas momento-curvatura ...................................... 43
Resumo dos métodos ............................................................................................. 44
4 FUNCIONAMENTO DA PLANILHA DE CÁLCULO .................................................. 45
4.1 Entrada de dados ........................................................................................................... 45
4.2 Saída de dados .............................................................................................................. 47
5 VALIDAÇÃO DA PLANILHA DE CÁLCULO ............................................................. 50
5.1 Verificação de seção ..................................................................................................... 50
Verificação analítica da resistência a flexão normal simples ................................ 50
Verificação da resistência a flexão composta oblíqua ........................................... 51
Verificação da resistência de uma seção submetida a flexão composta normal em
comparação ao CAD/TQS .............................................................................................. 53
5.2 Determinação dos esforços de segunda ordem local .................................................... 55
. Pilar-padrão com curvatura aproximada ................................................................ 55
. Pilar-padrão com rigidez 𝜿 aproximada ................................................................ 56
. Método do pilar-padrão acoplado a diagramas momento-curvatura ..................... 56
. Método geral acoplado a diagramas momento-curvatura ...................................... 57
. Resumo dos resultados .......................................................................................... 57
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 59
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 60
14
1 INTRODUÇÃO
Excentricidade inicial
Na extremidade da viga:
𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑣𝑖𝑔𝑎 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 (2)
𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝 + 𝑟𝑣𝑖𝑔𝑎
No tramo superior do pilar:
𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 (3)
𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝 + 𝑟𝑣𝑖𝑔𝑎
No tramo inferior do pilar:
𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 (4)
𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝 + 𝑟𝑣𝑖𝑔𝑎
Onde: 𝑟𝑖 = 𝐼𝑖 /𝑙𝑖 , sendo 𝐼𝑖 o momento de inércia do elemento 𝑖 e 𝑙𝑖 o seu comprimento,
conforme a figura 2.
𝑀𝑒𝑛𝑔 é o momento de engastamento perfeito da ligação viga contínua-pilar extremo;
𝑀𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑠𝑢𝑝 é o momento na extremidade inferior do pilar superior;
𝑀𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟,𝑖𝑛𝑓 é o momento na extremidade superior do pilar inferior;
𝑀𝑣𝑖𝑔𝑎 é o momento na extremidade da viga;
Figura 2 – Aproximação em apoios extremos.
Excentricidade de forma
Excentricidade acidental
1 + 1/𝑛
𝜃𝑎 = 𝜃1 √ (5)
2
1
𝜃1 = (6)
100√𝐻
Onde: 𝜃1𝑚í𝑛 vale 1/300 para estruturas reticuladas e imperfeições locais;
𝜃1𝑚á𝑥 vale 1/200 para estruturas reticuladas e imperfeições locais;
𝐻 é a altura total da edificação (para imperfeições globais) ou a altura do lance do
pilar (para imperfeições locais), em metros;
𝑛 é o número de prumadas de pilares no pórtico plano.
Em pilares isolados em balanço, considera-se 𝜃1 = 1/200, e se o edifício tiver
predominância de lajes lisas ou lajes cogumelo, adota-se 𝜃𝑎 = 𝜃1 .
As ações de vento também devem ser consideradas no cálculo das imperfeições
globais, de acordo com os seguintes critérios:
i. Se 30% da ação do vento for maior que a ação total do desaprumo, considera-
se somente a ação do vento.
19
ii. Se 30% da ação do desaprumo for maior que a ação total do vento, considera-
se somente a ação do desaprumo, respeitando-se a consideração de 𝜃1𝑚í𝑛 .
iii. Nos demais casos, as ações de vento e desaprumo devem ser combinadas, sem
a necessidade da consideração do 𝜃1𝑚í𝑛 .
b) Imperfeições locais
Imperfeições locais produzem uma excentricidade que é calculada para apenas um
lance de pilar. São considerados, nesse caso, o efeito do desaprumo do pilar e o efeito da falta
de retilineidade no pilar, conforme a figura 6.
Figura 6 – Excentricidade acidental por imperfeições local.
O ângulo 𝜃1 pode ser avaliado pela equação 6, e a NBR 6118/14 sugere que nos casos
usuais de estruturas reticuladas a análise das imperfeições locais pode prescindir da
verificação de desaprumo, considerando-se somente os efeitos da falta de retilineidade.
A NBR 6118/14 permite, para estruturas reticuladas, que o efeito das imperfeições
locais seja substituído pela consideração de um momento mínimo de primeira ordem:
𝜙𝑁𝑠𝑔
𝑀𝑠𝑔 𝑁𝑒 −𝑁𝑠𝑔
𝑒𝑐𝑐 =( + 𝑒𝑎 ) (2,718 − 1) (9)
𝑁𝑠𝑔
10𝐸𝑐𝑖 𝐼𝑐
𝑁𝑒 = (𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐶𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑒 𝐸𝑢𝑙𝑒𝑟) (10)
𝑙𝑒2
1.3 Objetivos
Geral
Específicos
Nesse ELU, a reta que define distribuição de deformações passa, necessariamente, por
um dos pontos A, B ou C, e a ruptura pode ser por deformação plástica excessiva do aço
(domínios 1 e 2 ou reta a) ou por encurtamento-limite do concreto (domínios 3, 4, 4a e 5 e reta
27
b). O domínio de deformação pode ser definido a partir da inclinação e profundidade da linha
neutra na seção, conforme demonstrado na seção 2.4.
Se admitirmos, de acordo com a primeira hipótese básica deste trabalho, que as seções
transversais permanecem planas após o carregamento, a deformação específica de qualquer
ponto da seção (εc ) pode ser escrita em função de três variáveis: a deformação específica do
centro geométrico da seção (εcg ), a curvatura da seção (𝑘) e a distância do ponto considerado
à linha neutra (𝑦 ′ , ver figura 12), conforme a equação 14.
𝜀𝑐 = 𝜀𝑐𝑔 + 𝑘 ∙ 𝑦 ′ (14)
Figura 12 – Seção de concreto armado no domínio 4.
Fonte: Autor.
′
10‰ (15)
𝜀𝑐𝑔 = 10‰ − 𝑘 ∙ (𝑑 − 𝑦𝑠𝑢𝑝 ), 𝑘=
𝑑 − 𝑥𝐿𝑁
𝜀𝑐𝑢
Se (𝜀 ) 𝑑 < 𝑥𝐿𝑁 ≤ ℎ → 𝐷𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 3 𝑜𝑢 4:
𝑐𝑢 +1%
′
𝜀𝑐𝑢
𝜀𝑐𝑔 = 𝜀𝑐𝑢 + 𝑘 ∙ 𝑦𝑠𝑢𝑝 , 𝑘=
𝑥𝐿𝑁 (16)
Fonte: Autor.
superior (𝑥𝑚á𝑥 ). Neste trabalho, parte-se dos pontos 𝑥𝑚í𝑛 = ℎ/4 e 𝑥𝑚á𝑥 = ℎ e calcula-se o
esforço normal resistente referente a essas profundidades de linha neutra.
ℎ ℎ
Para garantir que o intervalo (4 ; ℎ) contenha 𝑥𝐿𝑁 , a função 𝑓(4 ) deve ser positiva,
indicando que a seção está tracionada e que a real posição da linha neutra que equilibra a
seção seria um valor superior a ℎ/4. Analogamente, 𝑓(ℎ) deve resultar num valor negativo,
indicando que a seção está comprimida e que a posição da linha neutra para equilíbrio da
seção (𝑥𝐿𝑁 ) é um valor inferior a h.
Se tais condições não forem atendidas no intervalo de partida, amplia-se o intervalo,
modificando os valores mínimo e/ou máximo do intervalo até que se garanta que o intervalo
analisado contenha o 𝑥𝐿𝑁 , conforme a figura 14.
Figura 14 – Intervalo de iteração contendo a posição da linha neutra.
30
xmáx ou x2
25
x (cm)
20
xLN; R(xLN) ≈ Ns = -1250
15
xmín ou x1
10
5
-2000 -1500 -1000 -500 0 500
R (kN)
Fonte: Autor.
𝑥1 − 𝑥2
𝑥3 = 𝑥2 − 𝑓(𝑥2 ) (21)
𝑓(𝑥1 ) − 𝑓(𝑥2 )
Calcula-se 𝑓(𝑥3 ) e verifica-se se a condição de parada foi atendida. Caso a condição
de parada não seja atendida, analisa-se o sinal da função 𝑓(𝑥3 ): se positivo, significa que a
seção está tracionada e que 𝑥𝐿𝑁 > 𝑥3 , e portanto adota-se 𝑥3 como novo limite inferior do
intervalo. Caso contrário, 𝑥3 é adotado como limite superior do novo intervalo. O passo 2 é
repetido até que se encontre uma posição de linha neutra que satisfaça a condição de parada.
Passo 3: Determinação dos momentos resistentes e produção da envoltória resistente
Determinada a profundidade da linha neutra, os momentos resistentes podem ser
computados pelas equações 19 e 20. A inclinação da linha neutra (𝛼) é aumentada e uma nova
posição de linha neutra é encontrada pelos passos 1 e 2. É feito o cômputo de um novo par de
momentos resistentes; esse processo se repete até que esteja determinada uma envoltória de
ruptura completa, ou seja, o ângulo 𝛼 varie de 0 a 360º, com cada ângulo fornecendo um par
distinto de momentos resistentes. Esses pares de momentos resistentes podem ser plotados
num gráfico para formar a envoltória resistente da seção (figura 15). Se o ponto que define os
momentos solicitantes de projeto estiver interno à envoltória resistente, como é o caso do
ponto losangular na figura abaixo, a seção resiste às solicitações aplicadas.
Figura 15 – Diagrama de interação de uma seção de concreto armado.
Fonte: Autor.
32
Fonte: Autor.
33
Conforme discutido por Cardoso Júnior (2014), quando um pilar como o da figura 17
é submetido a uma força normal de compressão P e um momento M, a deformação do pilar
causa um deslocamento do ponto de aplicação da força P. Esse deslocamento produz um
aumento do momento fletor no pilar, quando analisado em sua condição deformada. Esse
acréscimo de momento é denominado momento de segunda ordem.
Figura 17 – Momentos de primeira e segunda ordem num pilar em balanço.
Considere uma barra biapoiada conforme a figura 18, submetida a uma carga normal P
constante ao longo de seu comprimento, às reações dos apoios V e aos momentos aplicados
M1 e M2 .
Figura 18 – Pilar biapoiado submetido a um carregamento.
Fonte: Autor.
34
Com a aplicação das solicitações, a barra se deforma de tal maneira que a flecha numa
seção transversal qualquer da barra é descrita pela função w(x). Numa seção genérica,
ocorrem o esforço normal P, o momento fletor M(x) e o esforço cortante V. Se for analisado
um elemento infinitesimal de barra de comprimento dx, o equilíbrio desse elemento se deve à
ação de esforços em suas extremidades conforme a figura 19.
Figura 19 – Esforços num elemento infinitesimal de barra.
Fonte: Autor.
O equilíbrio dos momentos em torno da seção C produz a equação 22, que pode ser
simplificada na forma da equação 23:
𝑑𝑀 𝑑𝑤
−𝑀 + (𝑀 + 𝑑𝑥) − 𝑃 𝑑𝑥 − 𝑉𝑑𝑥 = 0 (22)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑𝑀 𝑑𝑤
−𝑃 −𝑉 =0 (23)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Se a equação 23 for diferenciada em x, e admitindo-se que tanto P quanto V são
constantes1 em x, tem-se:
𝑑2𝑀 𝑑2𝑤
− 𝑃 =0 (24)
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥 2
Essa equação diferencial é válida para qualquer material (de comportamento elástico-
linear ou não), já que não foi feita nenhuma hipótese sobre a relação de momento-curvatura
para as seções transversais da barra. Se for admitido um material elástico-linear no regime de
rotações moderadas, a relação entre o momento fletor e a curvatura de uma seção pode ser
expressa pela equação 25, conforme demonstrado por Garcia (2007).
1 𝑑2𝑤 𝑀
≈ 2
≈− (25)
𝑟 𝑑𝑥 𝐸𝐼
Substituindo a expressão anterior na equação 24, obtém-se:
1
Desconsiderando-se o efeito peso próprio ao longo do tramo do pilar (o que leva a P constante em x) e
admitindo-se a ausência de carregamentos transversais ao longo do pilar (V constante em x).
35
𝑑2 𝑑2𝑤 𝑑2𝑤
(𝐸𝐼 ) + 𝑃 =0 (26)
𝑑𝑥 2 𝑑𝑥 2 𝑑𝑥 2
Essa é a equação diferencial de equilíbrio dos pilares constituídos por um material
elástico-linear e com esforço cortante constante ao longo do comprimento analisado. Se a
rigidez à flexão 𝐸𝐼 for considerada constante ao longo da barra, a equação diferencial de
equilíbrio pode ser simplificada para:
𝑑4 𝑤 𝑑2𝑤
𝐸𝐼 4 + 𝑃 2 = 0 (27)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
A equação acima é uma equação diferencial homogênea e de quarta ordem e pode ser
resolvida pela solução geral:
1 0
𝑀1
𝑀(0) = 𝑀1 = −𝐶1 ∙ 𝑃 ⏞cos(0) − 𝐶2 ∙ 𝑃 ⏞
𝑠𝑒𝑛(0)) → 𝐶1 = − (31)
𝑃
A primeira condição de contorno pode ser aplicada à solução geral para que se obtenha
a quarta constante:
𝑀1
𝑤(0) = 0 = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠(0) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛(0) + 𝐶3 ∙ 0 + 𝐶4 → 𝐶4 = −𝐶1 = (32)
𝑃
A quarta condição de contorno, quando aplicada à equação 30, produz:
3.2 Pilar-Padrão
2
Oposto devido à convenção de sinais utilizada neste trabalho.
37
Segundo a NBR 6118/14 (p. 100), o efeito da não-linearidade física na rigidez do pilar
pode ser, em geral, considerado através da elaboração da relação momento-curvatura para
cada seção, desde que conhecidos a armadura e o valor da força normal atuante.
Na construção da relação momento-curvatura da seção, a NBR 6118 permite a adoção
de uma formulação de segurança em que os efeitos de 2ª ordem são calculados com cargas
majoradas de 𝛾𝑓 /𝛾𝑓3, com 𝛾𝑓3 = 1,1, conforme a equação 44. Posteriormente, os efeitos são
majorados de 𝛾𝑓3, conforme a equação 43:
𝑛
𝛾𝑓 𝛾𝑓
𝐹 = [ 𝐹𝑔𝑘 + (𝐹 + ∑ 𝜓0𝑗 𝐹𝑞𝑗𝑘 )] (44)
𝛾𝑓3 𝛾𝑓3 𝑞1𝑘
2
Além disso, a tensão de pico do concreto é tomada como 1,10𝑓𝑐𝑑 (e não 0,85𝑓𝑐𝑑 , como
no ELU). Essa consideração se deve ao fato de que na situação de perda de estabilidade, nem
todas as seções do pilar estão atingindo o esgotamento da capacidade resistente ao mesmo
tempo (CARDOSO JÚNIOR, 2014). Assim, a relação de momento-curvatura de uma seção
de concreto armado apresenta o aspecto da figura 20.
Figura 20 – Relação momento-curvatura.
segurança, pela reta AB. Dessa reta é determinada a rigidez secante (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 , que pode ser
utilizada em processos aproximados de flexão composta.
O uso da rigidez secante é um bastante relevante, pois significa que o pilar pode ser
tratado, em processos aproximados, por uma análise elástico-linear.
A esbeltez de um pilar qualquer pode ser avaliada pelo seu índice de esbeltez. Esse
índice atua como indicativo da importância dos efeitos de segunda ordem local num pilar, e é
calculado pela razão entre o comprimento equivalente de flambagem (𝑙𝑒 ) e o raio de giração
(𝑖), de acordo com a direção considerada.
𝑙𝑒 𝐼𝑐
𝜆= , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑖 = √ (45)
𝑖 𝐴𝑐
A NBR 6118 (ABNT, 2014) trata da análise dos efeitos de segunda ordem local na
seção 15.8. Nessa seção, a ABNT prescreve que pilares devem ter índice de esbeltez menor
40
ou igual a 200 (𝜆 ≤ 200), exceto em casos de elementos pouco comprimidos, com força
normal solicitante inferior a 0,10 𝑓𝑐𝑑 𝐴𝑐 (onde 𝐴𝑐 é a área da seção bruta de concreto).
Segundo Araújo (2010), quando analisados em termos de efeitos de segunda ordem, os
pilares podem ser classificados em curtos, medianamente esbeltos e esbeltos. Pilares curtos
(𝜆 < 𝜆1 , onde 𝜆1 é definido na seção 3.4) são aqueles cujos esforços obtidos na configuração
deformada – usando a teoria de segunda ordem – são praticamente iguais aos esforços da
configuração indeformada, e portanto os efeitos de segunda ordem são pouco relevantes.
Nos pilares moderadamente esbeltos (𝜆1 ≤ 𝜆 ≤ 90), os efeitos de segunda ordem local
são mais significativos e precisam ser considerados, mas podem ser analisados por processos
simplificados. Por fim, os pilares esbeltos (90 < 𝜆 ≤ 140) são aqueles em que os efeitos de
segunda ordem são tão importantes que sua análise não admite processos simplificados: a
análise de pilares esbeltos requer a consideração da não linearidade física e da não linearidade
geométrica de forma não-aproximada, além da consideração dos efeitos de fluência.
A NBR 6118 (ABNT, 2014) define um último tipo de pilar em termos de esbeltez,
chamado neste trabalho de pilar muito esbelto (𝜆 > 140). Para esses pilares, é obrigatório a
utilização do método geral (descrito em 3.5.1, porém não adotado na planilha de cálculo),
sendo igualmente obrigatório majorar os esforços solicitantes finais de cálculo pelo
coeficiente 𝛾𝑛1, calculado conforme a equação 46:
𝛾 − 140
𝛾𝑛1 = 1 + (0,01 ∙ ) (46)
1,4
Pilares curtos são pilares cujos efeitos de segunda ordem local são pouco significativos
e, portanto, não precisam ser analisados. A NBR 6118 (ABNT, 2014) usa o índice de esbeltez
limite 𝛾1 para definir pilares cujos efeitos de 2ª ordem local podem ser desconsiderados.
O valor de 𝜆1 depende da direção considerada (𝑦 ou 𝑥), da altura da seção na direção
considerada (ℎ), da excentricidade de primeira ordem (𝑒1 , que considera também os efeitos de
segunda ordem global, quando houver), da vinculação nos extremos do pilar e da forma do
diagrama de momentos fletores de 1ª ordem. 𝜆1 pode ser calculado pela equação 47:
25 + 12,5𝑒1 /ℎ
𝜆1 = , 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90 (47)
𝛼𝑏
41
𝑀𝐵
𝛼𝑏 = 0,6 + 0,4 , 0,4 ≤ 𝛼𝑏 ≤ 1,0 (48)
𝑀𝐴
A NBR 6118 (ABNT, 2014) aborda quatro métodos para a determinação dos esforços
adicionais de segunda ordem local em pilares: O método do pilar-padrão com curvatura
aproximada, que pode ser empregado na análise de 2ª ordem local de pilares medianamente
esbeltos; o método do pilar-padrão com rigidez 𝜅 aproximada, também limitado a pilares
medianamente esbeltos; o método do pilar-padrão associado a diagramas de momento-
curvatura, que pode ser utilizado no cálculo de pilares esbeltos (90 < 𝜆 ≤ 140) e, por fim, o
método geral, que é obrigatório na análise de pilares muito esbeltos (𝜆 > 140).
Neste trabalho, a planilha de cálculo foi elaborada para a análise de segunda ordem
local pelos seguintes métodos:
Pilar-padrão com curvatura aproximada;
Pilar-padrão com rigidez 𝜅 aproximada;
Pilar-padrão associado a diagramas de momento-curvatura;
Método geral sem a consideração da relação momento-curvatura real.
É importante ressaltar a inadequação desta planilha de cálculo para a análise de pilares
muito esbeltos, pois para esses pilares a NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 109) exige a “[...]
consideração da relação momento-curvatura real em cada seção.”
Onde: 𝑎 = 5 ∙ ℎ
43
𝑙2
𝑏 = 𝑁𝑑 (ℎ2 − 320
𝑒
) − 5 ∙ ℎ ∙ 𝛼𝑏 𝑀1𝑑,𝐴
𝑐 = −𝑁𝑑 ∙ ℎ2 ∙ 𝛼𝑏 𝑀1𝑑,𝐴
No caso de pilares esbeltos (90 < 𝜆 ≤ 140), os métodos do pilar-padrão com rigidez e
curvatura aproximados não podem ser utilizados. Para esses pilares, a NBR 6118 (ABNT,
2014) apresenta o método do pilar-padrão acoplado a diagramas momento-curvatura.
Neste método, utiliza-se a equação 51 para determinar o momento fletor máximo, com
a diferença de que a rigidez adimensional (𝜅𝑠𝑒𝑐 ) não é dada por uma expressão aproximada:
ela é calculada a partir da rigidez secante ((𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 ), que é por sua vez obtida de um diagrama
de momento-curvatura elaborado conforme a seção 3.3. Conhecida a rigidez secante, a rigidez
adimensional do pilar pode ser determinada pela equação 54:
(𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐
𝜅𝑠𝑒𝑐 = =
3
𝑏ℎ ∙ 𝑓𝑐𝑑 𝑓𝑐𝑘 (54)
𝑏ℎ3 ∙ 1,4
O método geral acoplado a diagramas de momento curvatura pode ser utilizado para o
cálculo de pilares esbeltos, mas não para pilares muito esbeltos. Isso ocorre porque neste
método a não linearidade física é considerada de maneira aproximada por meio de diagramas
momento-curvatura.
Neste método, os deslocamentos são determinados de forma iterativa por integração
numérica da equação 25, adotando-se a rigidez secante proveniente da relação momento-
curvatura do pilar. Os deslocamentos na iteração 𝑖 podem ser calculados por:
𝑀𝑖 (𝑥)
𝑤𝑖 (𝑥) = ∬ 𝑑𝑥 (56)
(𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐
A partir dos deslocamentos calculados, novos momentos fletores solicitantes são
determinados:
44
O processo é repetido até que a variação dos momentos fletores solicitantes seja
inferior a um valor de parada predeterminado. Neste trabalho, foi adotado um valor de parada
igual a 1% do momento fletor solicitante de primeira ordem.
Conforme indicado por Cardoso Júnior (2014), a palavra “qualquer” do quadro 2 deve
ser tomada com cuidado, pois há muitas formas de seção e disposição de armadura que ainda
não foram devidamente investigadas e para os quais a adequação dos métodos descritos ainda
não foi analisada.
É sempre aconselhável buscar soluções que melhorem a segurança e o desempenho da
estrutura, particularmente no projeto de estruturas menos usuais.
45
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Caso seja solicitado o cômputo dos efeitos de segunda ordem, é necessário definir o
comprimento efetivo (𝑙𝑒 ) e, para pilares com índice de esbeltez superior a 90 em alguma das
direções, o coeficiente de fluência (𝜙) e a relação entre o esforço normal devido às ações
permanentes e o esforço normal total (𝑁𝑠𝑔 /𝑁𝑠 ).
Os momentos solicitantes de projeto e o esforço normal de projeto também precisam
ser definidos. No caso de análise de pilar, são necessários os valores de momento no topo e na
base do pilar.
Figura 24 – Entrada de dados: características dos materiais e detalhamento da armadura.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
48
Fonte: Autor.
Envoltória Resistente
Momentos Resistentes Momentos de 1ª Ordem
Pilar-Padrão c/ Rigidez Aproximada Pilar-Padrão c/ Diagramas M, N, 1/r
Pilar-Padrão c/ Curvatura Aproximada Método Geral c/ Diagramas M, N, 1/r
Mx (kNm)
-80,0 -60,0 -40,0 -20,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0
150,0
100,0
50,0
My (kNm)
0,0
-50,0
-100,0
-150,0
Fonte: Autor.
50
Nesta seção são verificadas as resistências de diversas seções de concreto armado, ora
por métodos analíticos, ora por métodos computacionais.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Nesta verificação adota-se uma seção com armadura assimétrica, senda a geometria, a
armadura e os materiais conforme a figura 31. O esforço normal solicitante de projeto é -1250
kN (compressão).
Figura 31 – Seção submetida a flexão composta oblíqua.
Fonte: Autor.
4
0
My (kNm)
7
-50
5
-100
6 -150
Fonte: Autor.
53
2 2
avaliadas por meio do momento resistente total de cada ponto (𝑀𝑅 = √𝑀𝑅𝑥 + 𝑀𝑅𝑦 ),
los. Esses valores foram verificados pela planilha de cálculo e os resultados encontram-se na
tabela 3.
Para o cálculo do momento resistente na planilha de cálculo, a disposição da armadura
foi adotada conforme especificado no relatório de dimensionamento do TQS. A distância
entre o bordo da seção e o centro geométrico das barras (𝑑′) foi determinado pela soma do
cobrimento (3 cm), do diâmetro do estribo (0,63 mm) e do raio das barras longitudinais (1,0
cm), sendo igual a 4,63 cm para todos os pilares, conforme a figura 33.
Figura 33 – Seção genérica.
Fonte: Autor.
A área de aço adotada para cada uma das barra foi igual à área de aço necessária
indicada pelo relatório (𝐴𝑠,𝑛𝑒𝑐 ) dividida pelo número de barras longitudinais na seção
(𝑛𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ). No pilar P1, lance 2, por exemplo, foram adotadas 6 barras na seção do pilar. Com
uma área de aço necessária igual a 6,98 cm², cada barra de aço teve uma área igual a 1,163̅
cm². Observe-se que essa área de aço não corresponde a uma bitola comercial, representando
apenas um valor numérico usado no processo de dimensionamento do CAD/TQS.
Tabela 3 – Comparações entre momentos resistentes calculados na planilha e no TQS.
d′ hx x hy As,Nec N MRx,TQS MRx,Planilha Diferença
Pilar Lance nbarras
(cm) (cm x cm) (cm²) (kN) (kNm) (kNm) (%)
P1 2 4,63 19 x 40 6 6,98 -910 30,17 29,96 -0,7%
P1 1 4,63 19 x 40 6 12,68 -1063 34,56 34,40 -0,5%
P4 2 4,63 19 x 40 6 5,89 -884 29,31 28,99 -1,1%
P4 1 4,63 19 x 40 6 11,47 -1033 33,57 33,38 -0,6%
P16 3 4,63 19 x 60 6 11,49 -1392 46,13 45,75 -0,8%
P16 2 4,63 19 x 60 8 22,66 -1672 55,42 55,17 -0,5%
P16 1 4,63 19 x 60 12 31,86 -1953 60,73 60,86 0,2%
55
Nesta seção, são comparados os resultados da análise de segunda ordem local pelos
métodos descritos nas seções 3.5.1 a 3.5.4. O pilar tem seção retangular, comprimento
equivalente de flambagem e esforços de primeira ordem conforme a figura abaixo. O índice
de esbeltez do pilar estudado é 69,3, em ambas as direções.
Figura 34 – Seção, comprimento equivalente e esforços atuantes no pilar.
Fonte: Autor.
Conforme a seção 3.5.2, o cálculo do pilar-padrão com rigidez 𝜅 aproximada pode ser
determinado por processo iterativo ou de forma exata pela equação 53, reproduzida abaixo.
−𝑏 + √𝑏 2 − 4 ∙ 𝑎 ∙ 𝑐
𝑀𝑆𝑑,𝑡𝑜𝑡 =
2𝑎
Onde: 𝑎 = 5 ∙ ℎ
𝑙2
𝑏 = 𝑁𝑑 (ℎ2 − 320
𝑒
) − 5 ∙ ℎ ∙ 𝛼𝑏 𝑀1𝑑,𝐴
𝑐 = −𝑁𝑑 ∙ ℎ2 ∙ 𝛼𝑏 𝑀1𝑑,𝐴
Na direção x:
𝑎 = 5 ∙ 0,3 = 1,5 𝑚
62
𝑏 = 1000 (0,32 − ) − 5 ∙ 0,3 ∙ 1 ∙ 50 = −97,5 𝑘𝑁𝑚2
320
𝑐 = −1000 ∙ 0,32 ∙ 1 ∙ 50 = −4500 𝐾𝑁 2 𝑚³
−(−97,5) + √(−97,5)2 − 4 ∙ 1,5 ∙ (−4500)
𝑀𝑆𝑑𝑥,𝑡𝑜𝑡 = = 96,2 𝑘𝑁𝑚
2 ∙ 1,5
Na direção y:
𝑎 = 5 ∙ 0,3 = 1,5 𝑚
62
𝑏 = 1000 (0,32 − ) − 5 ∙ 0,3 ∙ 0,73̅ ∙ 75 = −105 𝑘𝑁𝑚²
320
𝑐 = −1000 ∙ 0,32 ∙ 0,73̅ ∙ 75 = −4949,8 𝐾𝑁 2 𝑚³
−(−105) + √(−105)2 − 4 ∙ 1,5 ∙ (−4949,8)
𝑀𝑆𝑑𝑥,𝑡𝑜𝑡 = = 102,3 𝑘𝑁𝑚
2 ∙ 1,5
Na planilha de cálculo, os resultados são:
o P-Calc (2014) para as comparações. Foi adotado 𝛾𝑓3 = 1,1 na elaboração dos diagramas
momento-curvatura.
Tabela 4 – Comparações entre momentos calculados na planilha e no P-Calc.
Planilha P-Calc
Posição Direção Direção
𝒙 𝒚 𝒙 𝒚
(𝑬𝑰)𝒔𝒆𝒄 (𝒌𝑵𝒎²) 1,13∙104 1,13∙104 1,13∙104 1,13∙104
𝜿𝒔𝒆𝒄 78,0 78,0 78,0 78,0
𝑴𝑺𝒅,𝒕𝒐𝒕 (𝒌𝑵𝒎) 73,4 80,8 73,0 80,3
Fonte: Autor.
Nesta seção (5.2), o pilar foi resolvido por 4 métodos de análise de esforços de
segunda ordem local. A tabela 6 resume os resultados obtidos pela planilha, e a envoltória
resistente do pilar pode é exposta na figura 35.
58
Envoltória Resistente
Momentos Resistentes Momentos de 1ª Ordem
Pilar-Padrão c/ Rigidez Aproximada Pilar-Padrão c/ Diagramas M, N, 1/r
Pilar-Padrão c/ Curvatura Aproximada Método Geral c/ Diagramas M, N, 1/r
Mx (kNm)
-160 -120 -80 -40 0 40 80 120 160
140
90
40
My (kNm)
-10
-60
-110
-160
Fonte: Autor.
59
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho introduziu uma planilha de cálculo no Microsoft Excel capaz de resolver
problemas de flexão oblíqua em pilares com índice de esbeltez não superior a 140 seguindo as
prescrições da NBR 6118/14. Essa ferramenta possibilita a resolução problemas de flexão
oblíqua sem o uso de ábacos, além de facilitar a abordagem da não-linearidade física e
geométrica em análises de pilares.
Os resultados de verificação de seção da planilha foram comparados com resultados
obtidos em outros programas de cálculo, a saber o CAD/TQS, o P-Calc e o Oblíqua. As
correlações entre a planilha e os dois primeiros programas foram muito boas, sendo as
diferenças da ordem de 1%. Em relação ao Oblíqua, as diferenças foram um pouco mais
significativas, da ordem de 5%. Cabe salientar que em praticamente todas as situações a
planilha de cálculo foi mais conservadora, resultando em resistências menores que os
programas comparados.
No que concerne a determinação dos esforços de segunda ordem, a planilha de cálculo
foi validada analiticamente (método do pilar-padrão com curvatura aproximada e rigidez
aproximada) e numericamente pelo software P-Calc (método do pilar-padrão acoplado a
diagramas e método geral acoplado a diagramas). As correlações com o P-Calc na
determinação dos esforços de segunda ordem também foram muito boas, sendo as diferenças
da ordem 0,60%.
Apesar dos bons resultados obtidos na validação, a planilha ainda deve ser testada
mais extensivamente, com diversos casos de carregamento e índices de esbeltez. Na
verificação de esforços de segunda ordem feita neste trabalho, observou-se que os métodos de
mais precisos (que se valem de diagramas momento-curvatura para avaliar a não-linearidade
física) tendem a resultar em dimensionamentos mais econômicos. No entanto, recomenda-se
que esses métodos, mais arrojados, sejam usados somente nas ocasiões em que o engenheiro
tenha o adequado domínio e experiência da situação de projeto analisada.
Finalmente, em futuros estudos seria oportuno programar a planilha de cálculo para
resolver seções de concreto armado diversas, como a seção em T, em I e em L; também seria
pertinente adaptar a planilha de cálculo para concretos de classe superior a C50.
60
7 REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Milton. Curso de concreto armado. 3. ed. Rio Grande: Editora Dunas, 2010.
v. 3.
CARDOSO JÚNIOR, Sander David. Sistema computacional para análise não linear de
pilares de concreto armado. 2014. Monografia (Especialização em Gestão de Projetos de
Sistemas Estruturais) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
GARCIA, Luiz Fernando Taborda. Elasticidade não linear: teoria e aplicações. Rio de
Janeiro: Letra Capital, 2007.
P-CALC. Versão 1.4. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo/Sander
David Cardoso Júnior, 2014.