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GROPPO, Luís Antônio. Juventude: ensaios sobre Sociologia e história das juventudes
modernas. Rio de Janeiro: DIFEL, 2000.
Juventude e Adolescência
“As faixas etárias reconhecidas pela sociedade moderna sofreram várias alterações,
abandonos, retornos, supressões e acréscimos ao longo dos dois últimos séculos” (p. 13)
“No tocante aos três momentos básicos do curso da vida social – nascimento-ingresso na
sociedade, fase de transição e maturidade –, muitas divisões e subdivisões foram criadas,
recriadas e suprimidas ao sabor das mudanças sociais, culturais e de mentalidade, pelo
reconhecimento legal e na prática cotidiana” (p. 13)
“Para Foracchi, a crise da adolescência é restrita ao conflito de gerações entre indivíduos e
grupos circunscritos de idades diferentes” (p. 14)
Gerações
“Outro conceito sociológico que é importante definir aqui é o de geração, renomado pela
demografia contemporânea como coorte” (p. 19)
“Ou seja, analogamente ao conceito de juventude, a unidade de uma geração não é um grupo
concreto como família, tribo ou seita” (p. 19)
“Se a posição de classe é baseada na situação comum de certos indivíduos dentro das
estruturas econômicas e de poder, a situação de geração é “baseada na existência de um ritmo
biológico na vida humana” (p. 20)
“A julgar pelo critério em que Mannheim, se baseia na situação de geração, a experiência
comum de uma transformação biológica – o curso natural da vida -, a geração poderia ser
considerada uma vivência social criada a partir de um fundamento natural” (p. 20)
“Mannheim, num segundo momento, parece distinguir a situação de geração da unidade de
geração, sendo a segunda uma possibilidade, uma potencialidade de cada momento histórico
particular e de cada situação social” (p. 21)
“A unidade de geração pode ser dada por um repertório comum de experiências sociais,
dramáticas ou não, singulares ou cotidianas, de indivíduos situados nas mesmas faixas etárias,
principalmente naquelas faixas de transição à maturidade, como a juventude” (p. 21)
“Para Mannheim, na juventude os indivíduos realizam pela primeira vez a absorção
consciente de suas experiências sociais, passam a ser realmente uma experiência pessoal para
com a vida” (p. 22)
“Walter Jaide descarta a possibilidade de as vivências comuns de um grupo de idade, em uma
dada sociedade, virem a construir uma unidade de geração” (p. 23)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
“A modernidade também é construída sobre o reconhecimento, a criação e a recriação das
faixas etárias que podem proporcionar realidades semelhantes às que Mannheim chama de
unidade de geração” (p. 23)
“Na sociedade moderna, as experiências sociais vividas pelas juventudes, em uma dada
geração, são radicalmente diferentes das experiências vividas pelos adultos quando estes eram
jovens” (p. 24)
“A juventude, segundo Mannheim, é paradoxal – uma ameaça que é impossível neutralizar e
que deve ser conquistada” (p. 24)
“A juventude de Mannheim é uma força potencial de transformação da sociedade” (p. 25)
“Para Mannheim, enquanto as sociedades tradicionais depositam o prestígio e o poder nos
mais velhos, além de relutarem “em encorajar novas forças latentes dos jovens”, as sociedades
dinâmicas, como as modernas, contarão principalmente com a cooperação da juventude”
quando quiserem mudar sua filosofia social ou política. Em Mannheim a juventude é
reconhecida como “agente revitalizador” da modernidade” (p. 25)
“A próxima tarefa será a desmistificação deste fundamento “natural” da juventude, mostrando
que a faixa etária juvenil, assim como os demais grupos de idade, são uma criação
sociocultural própria, marcante e fundamental dos processos de modernização e da
configuração das sociedades contemporâneas” (p. 27).