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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (PROFSOCIO)


Disciplina: Teoria das Ciências Sociais II Docente: José Hermógenes Moura da Costa
Mestrando: Diolírio Araújo Medeiros Filho

GROPPO, Luís Antônio. Juventude: ensaios sobre Sociologia e história das juventudes
modernas. Rio de Janeiro: DIFEL, 2000.

A Juventude como Categoria Social


Definições de Juventude
“Podemos definir a juventude como uma categoria social. Tal definição faz da juventude algo
mais do que uma faixa etária ou uma “classe de idade”, no sentido de limite etários restritos –
13 a 20 anos, 17 a 25 anos, 15 a 21 anos etc.” (p. 07).
“Ao ser definida com categoria social, a juventude torna-se ao mesmo tempo, uma
representação sociocultural e uma situação social (novamente no sentido dado por
Mannheim)” (p. 07)
“Na verdade, outras faixas etárias construídas modernamente poderiam ser definidas assim,
como a infância, a terceira idade e a própria idade adulta” (p. 08)
“Acredito que, no aspecto da definição e conceituação do seu objeto, a Sociologia da
juventude tem sua mais fraca colaboração” (p. 09).
“As definições de juventude passeiam por dois critérios principais, que nunca se conciliam
realmente: o critério etário (herdeiro das primeiras definições fisiopsicológicas) e o critério
sociocultural” (p. 09)
“O critério etário – que delimita a juventude de acordo com faixas de idade, por exemplo, de
15 a 21 anos, de 10 a 24 anos, de 14 a 19 anos, etc” (p.09)
“Outra saída da Sociologia é enfatizar a relatividade do critério etário, pois a juventude, o
jovem e seu comportamento mudam de acordo com a classe social, o grupo étnico, a
nacionalidade, o gênero, o contexto histórico nacional e regional, etc. (p. 09)
“O termo juventude designa um estado transitório, uma fase da vida humana cujo início é
muito claramente definido pela aparição da puberdade; quanto ao fim da juventude, varia
segundo os critérios e os pontos de vista que se adotam para determinar se os indivíduos são
jovens” (p. 10)
“Minha intenção é demonstrar que a categoria social juventude – assim como outras
categorias sociais baseadas nas faixas etárias – tem uma importância crucial para o
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entendimento de diversas características das sociedades modernas, o funcionamento delas e
suas transformações” (p.11)
“Por outro lado, deve-se reconhecer que a sociedade moderna é constituída não apenas sobre
estruturas de classe ou pelas estratificações sociais que lhe são próprias, mas também sobre as
faixas etárias e a cronologização do curso da vida” (p. 12)
“A modernidade é também o processo histórico-social de construção das juventudes como
hoje as conhecemos” (p.12)

Juventude e Adolescência
“As faixas etárias reconhecidas pela sociedade moderna sofreram várias alterações,
abandonos, retornos, supressões e acréscimos ao longo dos dois últimos séculos” (p. 13)
“No tocante aos três momentos básicos do curso da vida social – nascimento-ingresso na
sociedade, fase de transição e maturidade –, muitas divisões e subdivisões foram criadas,
recriadas e suprimidas ao sabor das mudanças sociais, culturais e de mentalidade, pelo
reconhecimento legal e na prática cotidiana” (p. 13)
“Para Foracchi, a crise da adolescência é restrita ao conflito de gerações entre indivíduos e
grupos circunscritos de idades diferentes” (p. 14)

Diversidade sociocultural e juventude


“Cláudia B. Rezende sugere o uso sociológico no plural do termo juventude, para que
possamos dar conta da diversidade na vivência desta fase de transição à maturidade, ou de
socialização secundária, denominada “juventude” (p. 15)
“Cada juventude pode interpretar à sua maneira o que é “ser jovem”, contrastando-se não
apenas em relação às crianças e adultos, mas também em relação a outras juventudes” (p. 15)
“A juventude também é vivida diferentemente em cada um dos gêneros, mesmo quando se
trata de indivíduos de uma mesma classe ou estrato social, do mesmo ambiente urbano ou
rural, etnia, etc” (p. 16)
“Por fim, contemporaneamente, parece ser um traço marcante das vivências juvenis a
formação de grupos concretos que constroem identidades juvenis diferenciadas de acordo com
os símbolos e estilos adotados em cada grupo em particular, inclusive nos casos em que há
coincidência étnica, de classe, gênero e localidade” (p. 17)
“Ao desvendar este paradigma mais geral da criação das juventudes na modernidade, iremos
deparar-nos com a dificuldade de aplicação do ideal da juventude, como uma fase transitória e
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de aquisição da maturidade social, em relação à realidade sociocultural múltipla e complexa”
(p. 18)
“A criação de juventudes é um dos fundamentos da modernidade, e a existência da
multiplicidade quase incontrolável de juventudes é um sinal de que este fundamento, assim
como outros fundamentos da modernidade, possui suas contradições” (p. 18)
“O entendimento dessa diversidade passa pela aplicação combinada de outras tantas
categorias sociais que, assim como a juventude, se referem a realidades sociais contraditórias:
classe social, estrato social, etnias, gêneros, oposição urbano-rural, relação nacional-local,
global-regional etc” (p. 19)

Gerações
“Outro conceito sociológico que é importante definir aqui é o de geração, renomado pela
demografia contemporânea como coorte” (p. 19)
“Ou seja, analogamente ao conceito de juventude, a unidade de uma geração não é um grupo
concreto como família, tribo ou seita” (p. 19)
“Se a posição de classe é baseada na situação comum de certos indivíduos dentro das
estruturas econômicas e de poder, a situação de geração é “baseada na existência de um ritmo
biológico na vida humana” (p. 20)
“A julgar pelo critério em que Mannheim, se baseia na situação de geração, a experiência
comum de uma transformação biológica – o curso natural da vida -, a geração poderia ser
considerada uma vivência social criada a partir de um fundamento natural” (p. 20)
“Mannheim, num segundo momento, parece distinguir a situação de geração da unidade de
geração, sendo a segunda uma possibilidade, uma potencialidade de cada momento histórico
particular e de cada situação social” (p. 21)
“A unidade de geração pode ser dada por um repertório comum de experiências sociais,
dramáticas ou não, singulares ou cotidianas, de indivíduos situados nas mesmas faixas etárias,
principalmente naquelas faixas de transição à maturidade, como a juventude” (p. 21)
“Para Mannheim, na juventude os indivíduos realizam pela primeira vez a absorção
consciente de suas experiências sociais, passam a ser realmente uma experiência pessoal para
com a vida” (p. 22)
“Walter Jaide descarta a possibilidade de as vivências comuns de um grupo de idade, em uma
dada sociedade, virem a construir uma unidade de geração” (p. 23)
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“A modernidade também é construída sobre o reconhecimento, a criação e a recriação das
faixas etárias que podem proporcionar realidades semelhantes às que Mannheim chama de
unidade de geração” (p. 23)
“Na sociedade moderna, as experiências sociais vividas pelas juventudes, em uma dada
geração, são radicalmente diferentes das experiências vividas pelos adultos quando estes eram
jovens” (p. 24)
“A juventude, segundo Mannheim, é paradoxal – uma ameaça que é impossível neutralizar e
que deve ser conquistada” (p. 24)
“A juventude de Mannheim é uma força potencial de transformação da sociedade” (p. 25)
“Para Mannheim, enquanto as sociedades tradicionais depositam o prestígio e o poder nos
mais velhos, além de relutarem “em encorajar novas forças latentes dos jovens”, as sociedades
dinâmicas, como as modernas, contarão principalmente com a cooperação da juventude”
quando quiserem mudar sua filosofia social ou política. Em Mannheim a juventude é
reconhecida como “agente revitalizador” da modernidade” (p. 25)
“A próxima tarefa será a desmistificação deste fundamento “natural” da juventude, mostrando
que a faixa etária juvenil, assim como os demais grupos de idade, são uma criação
sociocultural própria, marcante e fundamental dos processos de modernização e da
configuração das sociedades contemporâneas” (p. 27).

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