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Segundo Perrenoud, a avaliação formativa “é toda a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a
se desenvolver, ou melhor, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento
no sentido de um projeto educativo” (PERRENOUD, 1999).
Por esse ponto de vista, a prática avaliativa deve ser um processo que associe:
Por uma questão cultural, a prova escrita tornou-se o instrumento dominante de avaliação e muito
pouca inovação tem-se agregado a ela. Uma prática avaliativa ancorada apenas em provas
escritas deixa de contemplar a gama de habilidades e recursos cognitivos que os alunos poderiam
mobilizar se fossem também avaliados por meio de outros instrumentos, como os citados acima.
Ao se sentar na frente do seu computador e elaborar uma prova, você, professor, deverá
responder às seguintes perguntas:
Esse é o primeiro e fundamental ponto a ser especificado com clareza. Normalmente o professor
se baseia no conteúdo dado para formular sua prova. Por exemplo: “turma, semana que vem vou
dar uma prova sobre astronomia”. Até que ponto está claro para o aluno o que ele tem de
aprender, e para o professor o que ele tem de avaliar?
Ficaria mais claro para ambas as partes se o professor, em vez de pensar numa “prova sobre
astronomia”, pensasse numa prova em que avaliaria o que os alunos aprenderam sobre “as
explicações para os movimentos celestes dadas pelos modelos geocêntrico e heliocêntrico”.
Uma vez estabelecido que será avaliado o que os alunos aprenderam sobre a “modelos
geocêntrico e heliocêntrico”, o próximo passo é determinar o objetivo da prova. O que,
concretamente, os alunos deverão fazer na prova que assegure ao professor que o assunto foi
aprendido? Seguindo o nosso exemplo, podemos estipular como objetivos: comparar as teorias
geocêntrica e heliocêntrica, identificar as datas relacionadas com o movimento aparente do Sol,
relacionar os modelos astronômicos com o pensamento dominante nas diferentes épocas da
História.
A partir dos objetivos fica fácil descobrir quais habilidades você deverá exigir dos seus alunos.
No primeiro caso, comparar os modelos astronômicos, a habilidade exigida é COMPARAR.
No segundo caso, IDENTIFICAR DADOS E INFORMAÇÕES
No terceiro, ESTABELECER RELAÇÕES.
No caso das aprendizagens envolvendo astronomia, pode-se dizer que a competência exigida é
COMPREENDER OS MOVIMENTOS CELESTES E SUA INFLUÊNCIA NA VIDA HUMANA E NA
NATUREZA.
Procure saber se o tema em questão apresenta pontos de contato com outras disciplinas. Por
exemplo, os modelos astronômicos estão fortemente ligados aos momentos históricos da
Biblioteca de Alexandria e do Renascimento Científico que são temas da disciplina História.
É importante dosar a mão nas questões. Quase sempre se trabalha com salas heterogêneas e
diferentes níveis de aprendizagem. Por isso uma prova escrita deve ter um certo número de
questões de nível fácil, outras de nível médio e algumas de nível mais difícil. Também é
importante que esteja assinalado na questão o seu nível de dificuldade.
8) É EXPLORADA A CAPACIDADE DE LEITURA E ESCRITA DO ALUNO?
Se você só utiliza testes nas suas provas não há como avaliar a capacidade do seu aluno escrever.
Se não há textos fundamentando as questões também não avalia a leitura e interpretação. Por
isso, mescle questões testes e dissertativas, e elabore enunciados que exijam bom domínio de
leitura e interpretação de texto.
Quando você utiliza em vez de apenas textos escritos outras formas de textos como tirinhas,
charges, imagens de obras de artes, infográficos, poderá explorar a dimensão pictórica da
inteligência do seu aluno.
Ao lado das questões, coloque o valor de cada uma e o seu nível de dificuldade. Se sua prova vale
uma nota até 10, por exemplo, procure evitar questões com valor 0,75 ou 1,5. Sempre fica mais
claro questões valendo notas redondas. Deixe claros os critérios que serão utilizados na correção
das questões, em especial nas questões dissertativas, quando considerar o uso da norma culta da
língua portuguesa, da clareza de idéias, adequação ao tema explorado, etc. Faça isso
quantitativamente, para que o aluno possa ter uma idéia do seu desempenho.