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provavelmente pela primeira vez, uma massa denominada “Sapo” feita do sebo da
cabra e cinza de madeira de Faia. No entanto ninguém se lembrou de lavar-se com
esta espécie de sabão. Pelo contrário, serviram-se dela para clarear, ou até corar
os cabelos. A clareação do cabelo, talvez por alcalinos ou ou-tros ingredientes
desconhecidos, levou as mulheres romanas de cabelos escuros, a mandar vir das
províncias gálicas e germânicas, sabão líquido para os cabelos, ou bolas de sabão.
Ë possível que um outro legionário, voltando das fronteiras bárbaras, trouxesse
consigo tais sabões, para oferecer à mulher ou amiga. Esta viu-se então, horas e
horas exposta ao sol. Debaixo de um curioso chapéu de palha propriamente dito,
só era uma aba. O cabelo assim exposto ao sol deveria branquear-se, sem que o
rosto se queimasse, pois uma palidez distinta, era mais apreciada pelas mulheres
romanas, do que um moreno campesino. Marcial,o satírico romano, censurou num
poema, esta correção violenta do cabelo, escrevendo a uma amiga: “Galha’. o seu
toilete compõe-se de cem mentiras pois vivendo em Roma no Rheno enrubesce o
seu cabelo. Mas em outra ocasião as palavras do Marcial representam até uma
recomendação dizendo: Se você quer trocar os velhos cabelos, grisalhos, não entre
porventura calva então tome as pílulas dos “Mattiakeros”. Os Mattiakeros eram um
povo que vivia ao pé do Taunus (montanha perto do Frankfurt). Também Ovídio,
referiu-se ao “Sapo”, e escreveu que considera prejudicial o seu uso para o
tratamento do cabelo, provando assim que já naqueles tempos remotos era
conhecido o perigo de um conteúdo alcalino, demasiadamente alto de sabão Diz-se
que Cleápatra, a genial amiga de César, última rainha do Egito, inventou uma
pomada de banha de Urso, para o cabelo, Graças a achados arqueológicos e
Relatórios foi possível conhecer as substâncias de tais pomadas antigas: gorduras,
resina sorax, cera de abelhas, mas também mel de abelha, César soube sem
dúvida apreciar não só o cabelo de sua amiga, untado com banha de urso, como
também, era desejo seu, que os soldados se untassem também. O autor das
biografias de César, Tuctônio, relata que este grande cabo de guerra costumava
orguhar-se de que os seus soldados lutavam bem, quando untados. Queria dizer
com isto, que os seus guerreiros, estariam a qualquer altura prontos para lutar
mesmo que tivessem de sair no meio de um banquete, ao qual era hábito, assistir
com os cabelos e a nuca untados esuntuosamente perfumados. Quanto ao homem
no início da idade média, é de lamentar que muito pouco se sabe sobre o
tratamento do cabelo nesta época. No entanto de quadros e descrições, é-nos
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permitido deduzir que pelo menos a camada mais categorizada do povo ligou a
maior importência a vistosos penteados, tanto para a mulher, como para os
homens. No tempo dos Carolíngeos era até comum o uso de entrelaçar com fios de
ouro ou de prata os cabelos, fingindo um brilho extraordinário. O exemplo de um
avançado tratamento higiênico do cabelo, mediante lavagens, foi-nos legado por
um imperador medieval. O boêmio Venceslau, oriundo da casa de Luxemburgo
(1364/1419) era adepto da doutrina dos “quatro humores” do médico romano
Galeno,e estava convencido de que mediante lavagens regulares da cabeça, seria
possível restabelecer “o equilíbrio dos humores” no corpo, e obter boa saúde. Foi
ele que tornou honesta a profissão dos antigos barbeiros, conferindo-lhes uma
privilégio que lhes permitiam exercer livremente a prática da “lavagem de cabeças’
A sua fiel governanta, Barbara Muffel até foi recompensada graças as excelentes
lavagens da cabeça imperial, que executou agradecida com um pedaço de lenho
sagrado. Passando do imperador Venceslau para os tempos modernos, podemos
verificar com satisfação que os meios de lavar a cabeça e o tratamento do cabelo
estão hoje ao alcance de todos os homens civilizados. A cosmética do cabelo, por
meio de preparos garantidos e muitas vezes aprovados é hoje absolutamente
natural para todos. Os laboratórios de pesquisa esforçam-se constantemente para
desenvolver melhores produtos, para todas as necessidades capilares.
SOBRE CABELOS
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Várias são as crenças que associam o estado monástico com cortes de cabelo.
Nestes casos, podem representar uma ruptura com as percepções antigas, auto-
imolação [sacrifício de iniciação] ou mesmo o desprendimento no tocante às
vaidades.
E se o assunto é peruca, a monarquia absolutista sabe muito bem como não ficar
para trás. O século XVII adornou muitas cabeças masculinas com perucas brancas
e volumosas, enquanto no século seguinte chegou a vez das mulheres
extrapolarem: os fios ganharam o complemento de passarinhos empalhados,
miniaturas de caravelas e outros tantos, compondo verdadeiras obras
arquitetônicas que poderiam chegar a um metro de altura.
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A História atribuiu aos cabelos o poder feminino de levar tantos homens a perderem
o juízo. Nesta lógica, escondê-los é adequado, mas é preciso derrotá-los quando
indômitos. Extraí-los equivale à violência de arrancar as presas de um leão. Jogar
às ruas mulheres carecas equivale a expô-las à humilhação pública, frisando a
verdadeira identidade que supostamente vê-se descoberta.
Mulheres e seus cabelos muitas vezes contam histórias de mal e perdição. Que o
diga Medusa, a ninfa que a todos enfeitiçava com seus doces cachos loiros. A bela
pagou caro por se meter com quem não devia. Segundo as más línguas, foi a
deusa Atena, enciumada, quem transformou a poderosa numa megera de cabelo
rebelde. No lugar dos fios, multiplicaram-se cobrinhas nada simpáticas que
petrificavam quem as fitasse. Isto sim é que é um estrago. Perto de Medusa, uma
cabeça raspada é até consolo.
CABELEIRA FRISADA
O trançado dos cabelos era uma prática comum feminina entre os romanos e
outros povos do período neotestamentário, envolvendo penteados elaborados,
algumas vezes com mistura de elementos decorativos como finas argolas de ouro,
pérolas e pedras preciosas. A denúncia contra essa prática nas páginas do Novo
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curtos por parte dos homens judeus devem ter sido um costume universal, pois, de
outra maneira, o que ele diz ali não teria o menor sentido. Mas, as mulheres judias,
tal como as mulheres de outras culturas, muito se esforçavam em embelezar seus
cabelos. Esse tipo de atividade ocorria até mesmo entre os cristãos, e Paulo achou
por bem censurar o exagero, no que foi secundado por Pedro. Josefo informa-nos
que até mesmo homens davam-se ao trabalho de embelezar seus cabelos. O
trecho de Ezequiel 44.20 parece dar a entender que, de vez em quando, os
homens aparavam seus cabelos com uma navalha. Surgiram certos profissionais
que cuidavam dos cabelos das pessoas, como os barbeiros e as cabeleireiras
(Ezequiel 5.1).
5. Na Igreja Cristã Primitiva. Paulo é quem nos fornece as linhas mestras, quanto a
esse particular. As mulheres crentes devem usar cabelos longos, e os homens
crentes, cabelos curtos (1 Coríntios 11). Paulo apelou para a natureza, como se
esta nos desse esse tipo de instrução, não parecendo depender dos costumes
sociais como diretrizes. Visto que o costume social da época ditava que as
mulheres honestas deviam usar cabelos longos, somente as prostitutas, ou, talvez,
as que se lamentassem por seus mortos, contradiziam a regra geral. Nesse trecho
paulino, não há como justificar cabelos curtos para as mulheres crentes. Se
insistirmos que é correto que as mulheres cortem seus cabelos, então teremos de
afirmar que o que Paulo ensinou sofria a influência dos costumes sociais de sua
época, pelo que não seria aplicável aos nossos dias embora tornasse a ser
aplicável em alguma época futura.
6. Usos Figurados. Os cabelos simbolizam a virilidade e a fertilidade. Em um sonho
ou visão, os cabelos podem ter esse significado. Além disso, os cabelos são um
símbolo natural da beleza feminina. No entanto, os cabelos de uma pessoa podem
ser cortados sem que ela sofra muito com isso. Isso posto, os cabelos também
simbolizam aquilo que tem pouco valor para uma pessoa. Podemos entender
muitas coisas, através das metáforas que usam os cabelos como uma distância
minúscula (Juizes 2026); os cabelos grisalhos dão a idéia de honra ou autoridade,
ou então decadência física e desintegração. Cobrir a barba ou o rosto, de baixo até
o nariz, é sinal de lamentação, ou então de tribulação e vergonha. O fato de que
nossos cabelos estão todos contados na mente divina ilustra o valor da alma
humana para o nosso Deus (Mateus 10.30). Quando os cabelos ficam eriçados,
isso significa medo ( o que, realmente, pode suceder!). O ato de arrancar os
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PENTEADO
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formando um alto topete e caía por detrás das orelhas em largos bucles, e
caiam macios sobre o colo. Os penteados mais sofisticados requeriam a mão
de um cabeleireiro.
O primeiro homem a pentear senhoras em Paris, foi Mr. Frison e
compartilhou a celebridade com Sarseneur e Dagé, este último, conhecido
especialmente por ter negado a pentear Pompadour.
Segros(Paris) em 1765, publicou uma obra sobre a arte de pentear a
cada dama, seguindo-se traços distintos de cada caráter e abrindo ao
mesmo tempo uma academia dividida em três partes (classes) aos desejosos
de instruir-se nos segredos do ofício, O famoso Segros foi vítima de uma
catástrofe em uma festa dada em Paris na ocasião das bodas de Maria
Antonieta.
PRÉ-HISTÓRIA
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GRÉCIA ANTIGA
Eram perfumados com óleos raros e preciosos, matizados com tons tintos ou
descolorados, uma vez que a cor mais em voga era a loura. Nos penteados
femininos, utilizavam-se faixas e laços por cima dos cabelos lisos e
compridos. Mais tarde, a moda lançou os caracóis e os rolos de cabelos. Os
penteados eram enriquecidos com pentes fiados em bronze ou marfim.
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Vênus, a deusa do amor, apresentava longos cabelos que exalavam um odor divino
de Ambrósia.
Diana, a deusa da caça confiava os seus belos cabelos louros aos cuidados das
ninfas.
Quanto a Zeus e Apolo, além das características comuns aos outros deuses,
tinham a particularidade de possuir barba.
O brilho dos intérpretes míticos evocados num grande registro literário, a Odisséia,
é refletido na preocupação estética dos cidadãos gregos, a importância da
aparência levou à necessidade em criar um espaço adequado para o tratamento de
beleza e do tratamento capilar e, desta forma, surgiram os primeiros salões de
cabeleireiro (koureia), em Atenas, construídos sobre a praça pública, o Ágora.
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Os cabelos eram perfumados com óleos raros e preciosos, matizados com tons
tintos ou descolorados, uma vez que a cor mais em voga era loura.
Alguns penteados eram completados por falsos cabelos ou mesmo encobertos por
perucas.
Quanto aos penteados femininos, utilizavam-se faixas e laços por cima dos cabelos
lisos compridos.
Jornais de moda, nos séculos XVIII e XIX, divulgavam os estilos por toda a Europa.
Seguia-se o exemplo das casas reinantes de Paris e Viena, e também de
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Quando nos anos 20, a moda exigia cabelos "a la garçonne", os partidários do
cabelo comprido polemizaram que cabelo curto era vergonha para a mulher.
Entretanto, as mulheres, cada vez mais envolvidas na sociedade e no
trabalho, não mais admitiam seguir tradições que remontavam à Idade Média.
Compreenderam que a moda de penteados serve como espelho da mudança
social, pois o cabelo reflete atitudes pessoais, artísticas, mundanas e
religiosas.
BARBEIROS AMBULANTES
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O outro chapéu é também de palha, pintado a óleo com as cores imperiais, verde e
amarelo. A invenção se deve aos negros, pintores dos cenários usados pelos
senhores nas festas públicas, e o resultado parece tanto mais feliz quanto a
camada impermeável prolonga indefinidamente a vida do frágil chapéu de
palha.
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LOJA DE BARBEIROS
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A loja vizinha é ocupada por dois negros livres. Antigos escravos de ofício, de boa
conduta e econômicos, conseguiram comprar sua alforria (possibilidade legal
que lhes devolveu a liberdade e lhes assinou o lugar de cidadãos, que
ocupam honestamente na cidade). Quem, com efeito, ousaria dizer-se mais
digno da consideração pública que este oficial de barbeiro brasileiro, ante a
lista pomposa de seus talentos afixada na porta da loja? Infatigável até na
hora do repouso geral, vemo-lo afiar as navalhas numa mó, que outro negro
faz girar, ou consertar meias de seda, ramo de atividade explorado
exclusivamente nos seus momentos de lazer. Sua modesta loja acha-se,
neste momento, escura e abandonada, mas dentro de duas horas estará
perfeitamente iluminada por quatro velas já preparadas nos castiçais do
pequenino lustre, economicamente construído com alguns pedaços de
madeira torneada, reunidos entre si por um arame cujos contornos variados
formam os caules de uma folhagem de zinco.
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Uma característica interessante e que pode ser ressaltada nas fotos “exóticas” de
escravos feitas em estúdios é que as escravas eram sempre retratadas bem
vestidas, na maioria das vezes com suas roupas típicas africanas, seus colares,
pulseiras e anéis, penteados e adornos de cabeça, já os homens raramente eram
retratados em trajes típicos africanos, mas sim muitas vezes com seus andrajos
rasgados ou, quando muito, vestindo paletó e calças de corte europeizado, como o
barbeiro da foto (de Christiano Junior, R.J., c.1866), o dito barbeiro exibe com
orgulho seu instrumento de trabalho (o pente e a tesoura) e a sua profissão. Ser
representado com seu instrumento de trabalho denotava certa habilidade para
determinada profissão, o que representava distinção. E era motivo de orgulho entre
os cativos o ter uma profissão, não ser escravo de trabalho pesado, “pau” para toda
obra, pois a profissão representava uma possibilidade de fazer economia para
comprar a própria alforria. E motivo de orgulho maior ainda era o ser um barbeiro, o
que lhe dava um certo status entre os negros escravos, pois muitos barbeiros
representavam a única ajuda “médica” com que os escravos e as pessoas pobres
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O corpo, único bem material que de fato possuímos enquanto vivos, tem sido alvo
constante de nossa insatisfação através dos milênios. O ser humano não
economiza esforços para modelá-lo a serviço de suas mais bizarras fantasias.
E o que dizer do rosto a parte mais aparente do mapa humano? Mulheres e
homens se lançaram com idêntica avidez à tarefa de embelezá-lo. Para isso
nada melhor que esculpir pelos e cabelos, dúcteis defesas que a mãe
natureza nos legou.
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No século XII a Igreja, baseada em seu ideal da "totalidade cristã", iniciou uma
verdadeira cruzada contra a moda masculina dos cabelos longos. Contam
que Henrique I insurgiu-se contra as ordens dos eclesiásticos e entrou numa
celebração religiosa com seus longos cabelos soltos e esvoaçantes. Serlo, o
bispo normando, tirou da manga uma tesoura que levava escondida e,
em plena cerimônia, cortou os cabelos do soberano. Logo o piso da
catedral ficou coberto de madeixas de jovens nobres que seguiam o
exemplo do rei. De nada adiantou, as longas cabeleiras reapareceram. No
final do século, as chapinhas romanas para cachear voltaram à moda e os
cabelos masculinos foram ornados com fitas de cores.
Quando os dois jovens mais poderosos do século XVI, Henrique VIII e Francisco I
adotaram a barba, ela saiu do ostracismo. Barbas e bigodes bem cuidados,
alisados ou cacheados invadiram a Europa. Chapéus foram adaptados para
deixarem em evidência os cabelos bem cuidados.
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CURIOSIDADES
Os nativos de Fiji, têm cabelos crespos e negros que penteiam das formas
mais extravagantes, que variam de acordo com a região. Às vezes
branqueiam com cal ou os tingem com amarelo ou alaranjado.
Entre alguns ilhéus do Pacífico Suf, o cabeleireiro que penteia os cabelos
do chefe, não pode pentear a mais ninguém, pois o seu trabalho é tido
como sagrado. O trabalho por ser demorado, torna-se necessário, que
alguém lhe dê de comer. Cada mecha recebe um tratamento especial e
finalmente a enorme cabeleira, toma vulto. O comprimento do cabelo é de um
metro de ambos os lados. Para não desmanchar a obra de arte, o infeliz
dorme com a nuca apoiada sobre um pedaço de pau.
Em Kioto no Japão, existe um templo maravilhoso. Os Materiais empregados
em sua construção foram arrastados através das montanhas por cordas feitas
de cabelo humano, oferecidas por mulheres devotas. Isto deve ter custado
sacrifícios incríveis, pois o cabelo é o principal adorno da japonesa. Afirmam
que as cordas de cabelo humano são tão velhas quanto às civilizações.
Os romanos introduziram na europa a moda do cabelo cortado, pois os
gauleses e britânicos não cortavam o cabelo nem a barba.
Os cabelos loiros dos saxônicos eram longos e repartidos ao meio, e a barba
terminava em duas pontas.
Depois da conquista normanda da Inglaterra, os normandos
abandonaram o hábito de rasparem a cabeça, imitaram o estilo do
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ROMA ANTIGA
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Para dar maior volume às criações mais complexas, era comum a utilização
de cabelos postiços; sobre a nuca, os cabelos eram presos em
complexos rolos “enroscados”. As matronas de mais posses eram
penteadas e maquiadas pela ornatrix, uma escrava dedicada
exclusivamente a cuidar da beleza de sua senhora.
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À esquerda: "O
comprimento dos cabelos é
o sinal visível da
autoridade do Chefe, assim
como os cabelos são
elementos essenciais à
“dignidade” de um Rei”. “À
direita: Uma antiga receita
egípcia contra a calvície
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sinistra:
CABELOS E PERSONALIDADE
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Mas, tudo isto é ainda redutivo e não basta para explicar o fato de que desde sempre, al
longo da história das civilizações, a cabeleira tenha representado um elemento fundamental
da personalidade humana, sustentáculo da beleza, do fascínio, da sedução e, às vezes, até
mesmo do poder e da força... e de como, nos dias atuais, a mesma cabeleira possa conservar
ainda um profundo valor simbólico. O fato é que estamos ancestralmente habituados a
considerarmos os cabelos como um “atributo sexual” e, se os cabelos não existem mais,
podemos viver esta “condição” como uma regressão a um estado semelhante aquele infantil,
no qual os sexos e os papeis a serem desempenhados, com os conseqüentes direitos e
poderes que estes comportam, não estão ainda bem diferenciados.
A perda dos cabelos é, portanto inconscientemente vivida como uma espécie de castração,
uma perda da virilidade, da força (mito de Sansão), da juventude, da masculinidade ou da
feminilidade do indivíduo.
CABELO NA HISTÓRIA
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Desde muito tempo atrás, o cabelo era usado como adorno. Os australopitecos
(primata) já faziam o uso de tesouras para cortar seus cabelos. A tintura criada na
pré-história, inicialmente usada em cavernas e pinturas rupestres, foi utilizada para
deixar o cabelo de outras cores. Muitas coisas usadas hoje pelos cabeleireiros
foram descobertas no passado, através de um engano. Um desses enganos foi
cometido por um romano curioso. Ele estava andando por uma estrada na Pompéia
e viu um buraco no chão. A fim de imitar os avestruzes, ele enfiou a cabeça no
buraco. O tal buraco era um gêiser que entrou em erupção no exato momento em
que a cabeça deste romano estava enfiada. Resultado: o cabelo do romano perdeu
a cor. A descoberta foi agraciada pelas pessoas, que passaram a fazer o mesmo.
Foi criada então a descoloração de cabelos. O cabelo passou a ser artigo de
luxo no Egito e somente os faraós poderiam usar o cabelo. Os escravos
foram obrigados a cortarem o cabelo, deixando careca. O culto ao cabelo na
Idade Média foi logo substituído pela ignorância. Cabelo feio era sinal de
bruxaria e muitas pessoas foram queimadas. O cabelo voltou novamente ao poder
no período renascentista. Muitos compositores dos períodos barrocos e clássicos
utilizaram perucas, por terem um cabelo não muito bom. Músicos como Bach,
Mozart, entre outros usaram e abusaram das perucas brancas, moda da época. Na
França, cabelo era sinal de nobreza. Quanto maior a peruca, mais nobre a pessoa
era. O rei francês utilizava uma peruca de 10 metros de altura, tamanha era sua
nobreza. O xampu, inventado na Índia há muito tempo, usado como tempero, foi
utilizado na França como desodorizador. O xampu espantava os piolhos e o mau-
cheiro daqueles cabelos sujos e mal-lavados. Na Jamaica, uma moda foi criada e
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espalhada pelo mundo quando um homem chamado Bob Marley, inimigo confesso
dos pentes, surgiu pelas ruas. O pessoal mais doido aprovou e a moda estourou.
Atualmente, a moda é a franja emo. Criado por sabe-se lá quem, esse penteado
combina baba-de-bode com cores variadas.
PATRIMÔNIO CULTURAL
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Como podemos observar através dos dados arqueológicos, existe uma riqueza e
variedade de informações sobre esses grupos. Novos estudos estão sendo
realizados com a finalidade de estabelecer se as diferenças verificadas nos
sepultamentos representam diferenças sociais ou diferenças culturais, assim como,
a origem, o modo de subsistência e a tecnologia dos diferentes grupos ceramistas
que ocuparam esta região na pré-história e no período do contato com o europeu.
OS PRIMEIROS PENTES
Foram encontrados pentes nas tumbas das civilizações do mar Egeu. Eles eram
feitos de osso ou madeira. As egípcias exibiam pentes de ouro cravejados com
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sangue, graxas e tintas vegetais como corantes para pintar seus cabelos, sempre
por motivos de rituais.
TESOURA
HISTÓRIA
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CURIOSIDADES
UTILIZAÇÃO
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A tesoura é utilizada para vários fins, como por exemplo cortar cabelo. Mas a
tesoura serve também para cortar papel, cortar plantas, cortar caixas, cortar roupas
entre outras utilidades. Com tanta utilidade, é impossível viver sem tesoura. Muitos
tentaram viver sem tesoura. Alguns não conseguiram cortar seus papéis. Alguns
não conseguiram cortar os pézinhos das plantas. Muitos ficaram cabeludos e
criaram bandas de reggae. As pessoas só viram a utilidade da tesoura quando
perceberam que seus papéis estavam muito mal cortados. A partir daí as pessoas
começaram a idolatrar a tesoura. Hoje em dia, a tesoura é utilizada também para
cortar barbantes.
Uma tesoura é um objeto utilizado para cortar materiais de pouca espessura e que
não requeram grande força de corte, como por exemplo papel, cartão, tecidos,
arames, cabelo ou unhas, entre outros. A tesoura é constituida por duas
lâminas, articuladas numa charneira. As lâminas, que podem ou não ser muito
afiadas, cortam o material em questão através da acção de forças mecânicas
cisalhantes, aplicadas segundo um princípio de alavanca. Assim, serão tanto
mais eficazes quanto mais próximo o objecto a cortar estiver da sua
articulação.
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Sua idéia só chegou ao mercado seis anos depois, vendendo 90 mil lâminas nos
primeiros três anos. Gillette também esteve envolvido diretamente com o
movimento socialista nos EUA.
As antigas navalhas foram aposentadas, em nome da segurança e da higiene.
Para não perder o estilo, os barbeiros tradicionais utilizam atualmente o que
chamam de “navalhete”, que nada mais é do que uma lâmina comum, encaixada
em um instrumento que lembra a navalha dos “velhos tempos”.
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A exposição “A Evolução das Cabeças”, criada pelo Stylo Hair Institute , mostrou,
de 8 de julho a 1º de agosto, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, e nos
dias 12 e 13 de junho de 2005 na feira de beleza Rio Beauty Show no Rio de
Janeiro, como se deu essa relação entre história e moda dos cabelos, de 1945 até
hoje. A exposição segue para o Curitiba Fashion Art (de 17 a 21 de agosto) e
depois para São Paulo. A Segunda Guerra Mundial é o marco inicial da mostra,
pois, depois dela, o mundo nunca mais foi o mesmo e as mudanças em época
alguma foram tão rápidas e significativas como nos últimos 60 anos.
Anos 40 – Ondas
A moda sobrevive ao período de guerra e reflete a situação econômica e política
vigente. As irmãs Carita abrem um salão de beleza. São as primeiras mulheres a
exercer a profissão de cabeleireiro e a entrar num mercado até então
predominantemente masculino.
1942 – Turbante
Este é um exemplo típico de moda influenciada pelo contexto histórico. Até o final
da década de 30, a profissão de cabeleireiro era exercida predominantemente por
homens. Com a II Grande Guerra, muitos deles se alistaram no Exército para lutar.
Esse fator, aliado à péssima qualidade dos produtos capilares da época, justifica os
turbantes que tomaram conta das cabeças.
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Anos 50 – Reflexos
Maior desenvolvimento da indústria de cosméticos. Esses produtos começam a
fazer parte do dia-a-dia das mulheres, que passam a se cuidar mais. Há uma maior
valorização da beleza e da sensualidade. Na maquiagem, sobrancelhas arqueadas
e escuras, muito batom e rímel, seguindo uma linha sensual. As tinturas tornam-se
populares, principalmente na forma de reflexos.
1958 – Chapéu
Os chapéus tornam-se peças indispensáveis para as mulheres da alta sociedade.
Eram criados pela alta costura, que também produzia peças de lingerie e perfumes
famosos.
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Anos 60 – Chignon
Nos anos 60, sob a influência dos cabeleireiros Alexandre de Paris e das irmãs
Carita, os cabelos ganharam volume. Nessa época, com o uso de esponja de aço
como enchimento e cerveja e água com açúcar como fixadores.
1962 – Laços
Revolução dos hábitos, a música das guitarras elétricas toma conta do mundo
(Elvis Presley, Beatles etc.). Os enfeites de cabelos ganham proporções
exageradas. Os homens aderem aos cabelos longos.
1963 – Escova
Vidal Sassoon cria o “wash´n dry” (lavar e secar), lançando o secador manual e a
escova redonda. Enquanto outros cabeleireiros estavam voltados aos cabelos
volumosos com ornamentos, Vidal Sassoon proclamou a importância do corte.
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Anos 70 - Hippie
Movimento que foi a expressão máxima da liberdade, por meio da geração paz e
amor.Na moda, muito jeans e batas. Os cabelos eram longos, sem compromisso,
geralmente divididos ao meio, e enfeitados com faixas e flores.
1976 – Punk
Movimento que surgiu na Inglaterra em meados dos anos 70, adotado por
adolescentes, desempregados e estudantes, que queriam agredir a todos com suas
roupas, acessórios, cores fortes e ousadas nos cabelos e uma releitura do estilo
moicano.
1979 – Rastafari
Mais uma vez o cinema influencia o comportamento e a moda. Com o filme “Mulher
Nota 10”, o cabelo de Bo Derek torna-se uma referência de estilo, ganhando depois
variações e sendo usado até hoje por jogadores da NBA.
Anos 80 – Permanentes
Assim como o cinema, no Brasil as novelas também influenciam o comportamento
e a moda. Os permanentes, que já existiam há muito tempo, voltam com toda a
força. As mulheres se espelham em atrizes de novelas, como Irene Ravache,
Elizabeth Savalla e Regina Duarte.
1984 – Lady Di
Não podemos deixar de citar sua influência na moda. Seu corte de cabelo marcou
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época e foi usado por mulheres do mundo inteiro. Anos 90 – Moda plural Na última
década do século XX segue-se mais o estado de espírito do que as tendências
ditadas por grandes nomes. Chega ao fim a ditadura dos estilos e a moda é cada
vez mais plural. Há espaço para curtos, médios e longos. 1998 – Mechas marcadas
Cabelos lisos, sem volume, com mechas marcadas em três ou mais cores.
A ANTIGÜIDADE
O RENASCIMENTO
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Em 1539, Augusto Nifo dedica à Joana de Aragão a obra Sobre a beleza e o amor,
na qual define critérios muito rígidos, inspirados em sua beleza lendária; o
comprimento do nariz deve ser igual ao dos lábios, a soma das duas orelhas
ocupará a mesma superfície da boca aberta, e a altura do corpo conterá oito vezes
a da cabeça.
Maquiavel que diz que a mão de uma mulher só é bela quando comprida, riscada
de vênulas claras e terminada por dedos afilados” claro que tudo isso é
necessariamente emoldurado pela doçura da expressão e coroado por cabelos
soltos e louros, ora semelhantes ouro, ora ao mel, reluzindo como raios de sol,
frisados, espessos e compridos, espalhados em longas ondas e esvoaçando sobre
os ombros”.
A REFORMA E CONTRA-REFORMA
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O PRIMEIRO SHAMPOO
O primeiro tipo de detergente que se tornaria o atual Champo foi produzido na
Alemanha em 1890. Apenas depois da Primeira Guerra Mundial ele começou a ser
oferecido comercialmente como um produto para a limpeza dos cabelos. O nome,
porém, nasceu na Inglaterra, influenciado pelo domínio do país sobre a Índia. A
moda e a arte indianas estavam na moda. Xampu veio do hindu champo, que
significa massagear ou amassar.
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Cabelo e Maquiagem
Cabelos
As mulheres não se incomodavam com os cabelos brancos, pois ele lhes conferia
um toque juvenil. O cabelo liso passava a imagem de capricho e era por isso
desaprovado. Um penteado de ondas maleáveis era conseguido com alfinetes e às
custas de ferro em brasa, permanentes e cabelos postiços.
Maquiagem
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A BELEZA E AS DÉCADAS
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A segunda década do século vinte reagiu contra o exagero dos penteados altos,
que exigiam muito cabelo extra. As mulheres estavam cansadas de artificialismos,
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A bela Otéro, Anna de Noailles e Sarah Berraz entregavam seus cabelos a Antoine,
um brilhante cabeleireiro polonês de apenas 24 anos de idade e que se tornou a
coqueluche da Paris elegante. Algumas mulheres ousaram o novo penteado
lançado pela dançarina CIéo de Mérode, que combina perfeitamente com o
classicismo de seu rosto: risca no meio e cabelos puxados escondendo as orelhas;
As atrizes, como Éve Lavallière ou Sarah Bernhardt em L’AígIon [O filhote da
águia], foram as primeiras a cortar os cabelos devido às necessidades do palco e
foram logo imitadas pela jovem e provocadora Colette, que foi notícia quando
resolveu cortar sua cabeleira encaracolada rente à nuca, vestir-se como homem,
exibir-se em público com mulheres e até mesmo divorciar-se de seu mentor Willy.
Entretanto, se a exemplo também de Loïe Füller ou Isadora Duncan, atrizes,
dançarinas, cantoras ou escritoras de vanguarda ousaram romper francamente
com os códigos do bom tom e da feminilidade em vigor, seria preciso esperar 1920
para que a mulher da rua consentisse em sacrificar aquele ornamento histórico.
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A partir de 1909, aliás, com o aparecimento do xampu Roja, podia-se enfim lavar
facilmente os cabelos. Para secá-los, um aparelho acabava de entrar nos salões de
cabeleireiro: o secador, uma enorme máquina que parecia uma fábrica portátil. Em
1907, outra revolução: o jovem engenheiro químico Eugêne Schueller inventou a
primeira coloração capilar de síntese, da qual derivaram todas as tinturas
modernas. Seu princípio consistia em revelar, no cabelo, o matiz desejado por meio
de uma oxidação dos colorantes com um agente alcalino. A gama das tinturas
assim obtidas ofereceu desde o início uma variação bastante completa que ia do
louro nórdico ao negro profundo. Schueller criou três anos mais tarde a Sociedade
Francesa das Tinturas Inofensivas para os cabelos, que adotaria a seguir o nome
de L’Oréal e teria o destino impressionante que todos conhecem. No mesmo ano, a
revista Vogue assinalou um produto que permitia brilhar as unhas: o líquido
transparente aplicado com pincel devia em seguida ser lustrado com pele de
camurça para revelar a cor rósea tão apreciada. As mãos recebiam mais cuidados
que o rosto, e foi na esteira dos grandes salões de manicure que se formaram as
primeiras esteticistas, encabeçadas por Harriet Hubbard Ayer.
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Entre de 1915 e 1917, na Itália o cinema lançava suas divas, como eram chamadas
as novas divindades que seriam a cantora e a atriz. Elas trouxeram para o cinema
artifícios diferentes daqueles do teatro e marcaram a transição entre um século
empertigado e a era das “garçonnes” [mulheres com traços e atitudes
masculinos].
Nos anos 20, a liberdade consistia em parecer um pouco com um homem. Mais
barato do que a roupa, o penteado foi o primeiro a subverter a ordem estabelecida.
“A sorte está lançada. Cabeleireiros é preciso cortar!”, esta era a manchete da
revista La Coiffure de Paris, em 1924. Seguindo o exemplo do cabeleireiro Antoine
— que lançara o corte à garçonne e deixado à mostra a nuca de Coco Chanel já
em 1917 —, todas as cabeleiras passaram pela tesoura, inclusive a das meninas,
adotando, como Louise Rrooks, o corte reto e a franja marcada, bem acima da
linha das sobrancelhas, hoje um clássico. Nas revistas profissionais, os desenhos
de penteados mostravam cabelos puxados para trás com brilhantina sobre uma
nuca quase raspada. No ano seguinte, mudanças suavizavam o corte: René
Rambaud fazia correr sobre o rosto o “pega-rapaz” ou deixava sair dos chapéus
pequenos cachos produzidos graças às primeiras mise-en-plis, Léon Agostini cobria
a testa com um largo arabesco até a orelha, a permanente — técnica de
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Cabelo e Maquiagem
“É moda, de três dias para cá, as mulheres usarem o cabelo curto. Todas
o fazem, conduzidas por Madame Letellier e Chanel..”
A mulher de cabelo curto era definida como uma mulher moderna, e como
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A maquiagem
Personalidades
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Louise Brooks
Alguns estilos bastante exóticos como o uso de piercing nos lugares mais
particulares do corpo, uso de tatuagens por todo corpo, roupas rasgadas,
cabelos coloridos, enfeites em exagero, etc.
Este corte foi motivo de discussão entre as famílias, pois neste período era
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Para tentar evitar que a moda fosse adotada pelas mulheres que sentiram
atraídas por esta foi feita uma campanha contra pelos mais tradicionais,
inclusive com a ajuda de médicos que davam entrevistas fazendo
afirmações que cortar cabelos curtos poderia causar uma denominada
garçonniti.
Esta explicação deve ter deixado muitas moças em dúvida sobre a adesão
ou não a nova moda. Realmente é uma maneira de resistência a
mudanças que causou efeito, pois em 19 de janeiro de 1929 o Correio de
Bauru, publica em sua primeira página artigo, artigo Cabelos: a la
garçonne que passava a seguintes informações a seus leitores, ou melhor,
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para as leitoras:
-A bebé?!
- Já viste a Bilú?
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- Como se chama?
- A la garçonne?
- Pois então? No Rio já ninguém corta de outro modo. Creio que esta moda
matou as outras?
- E ficara vigorando por muito tempo? Não virá outra logo, para substituir
esta?
- Creio que não. Nem que quisessem, não acharia, mais o que cortar. Só á
escovinha...?
- Credo?
- Vais ao Cinema?
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É o medo da careca...
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Sem duvida cabelos curtos, são mais práticos, para a agitação da vida
moderna, mas isso fica a critério de cada um, pois a moda vai e vem. Até a
peruca da vovó poderá ser usada hoje fazendo da nova moda. Então...
A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes,
geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os
movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston - dança vigorosa, com movimentos
para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo
pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso
diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia
ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado.
Em 1927 a mulher moderna pede liberdade de movimentos e a moda parisiense já
mostra as novas roupas que reduzem os bustiês e estreitam os quadris. A silhueta
esbelta faz com que as mulheres fiquem cada vez mais parecidas com rapazes, o
que é acentuado com o novo corte de cabelo "la garçonne", ainda mais curto que
os já usados. A simplicidade é a marca do estilo.
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Cabelo e Maquiagem
A maquiagem dos anos 30 era tida como vulgar, pois usavam lápis para as
sobrancelhas para delinear num meio círculo; sombra prateada ou dourada,
eventualmente misturada com tons de azul, castanho ou violeta; rímel e, se
necessário, pestanas falsas e vaselina para dar brilho aos olhos e rouge para as
faces.
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Arte e Cultura
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Como a trama se passa na década de 30, a escolha por cortes curtos para as
personagens de Ana Paula Arósio, Maria Fernanda Cândido, Miriam Freeland,
Simone Spoladore, Giselle Itié e Gabriela Duarte tem um motivo. 'Até a 1ª Guerra
Mundial, as mulheres ainda tinham cabelos longos, depois conquistaram uma
liberdade maior e cortaram os cabelos bem curtos. Foi uma revolução. Na década
de 30, eles já estavam um pouco mais compridos. Além disso, começavam a surgir
técnicas como o permanente elétrico',
A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e esportiva, o modelo de beleza
da atriz Greta Garbo. Seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras
marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas
mulheres.
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1931
Matila Ghyka, Análise harmônica
de um rosto em Lê Nombre d’
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Em 1941, nova loira chegou e abafou Verônica Lake. A jovem atriz desconhecida
que estrelou o filme “Revoada de Águias”, ficou famosa da noite para o dia, deixou
os homens loucos e as mulheres foram atrás daquele modelo. O novo símbolo
sexual tinha uma vasta cabeleira loira, ondas em cascata começavam a partir do
comprimento das orelhas, e na testa, um topete que caía suavemente. Irresistível. A
revista Life publicou uma reportagem para informar com exatidão as medidas e o
volume do cabelo da atriz, e apurou que ela tinha 150 mil fios de diferentes
comprimentos. Na frente, eles mediam 43 cm, os fios mais longos chegavam a 61
cm, e o comprimento das ondas era de 20 cm aproximadamente. O cabelo de
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Verônica Lake virou uma obsessão. Meio século depois, em 1998, a atriz Kim
Basinger ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante pela sua atuação no filme
“Los Angeles Cidade Proibida”, em que ela aparecia com as mesmas ondas
deslizantes de Veronika Lake.
VERÔNICA LAKE
Um penteado muito parecido era usado também por uma outra diva de Hollywood,
a atriz Lauren Bacall, que não era menos sexy, porém com um ar mais sofisticado,
mais classy. O cinema criava e divulgava o que iria ser copiado e o comprimento
dos cabelos era definitivamente este, igual ao das locomotivas mais glamourosas
da época:
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Mas não se pode falar em cabelo solto e cacheado sem mencionar outro símbolo
sexual, Rita Hayworth. Gilda foi a sua criação definitiva: estreou nas telas em 1946,
e permanece até hoje na galeria das mulheres mais insinuantes que o cinema
americano produziu. Gilda tinha os cabelos castanhos com um ligeiro tom
avermelhado; lançou moda naquela época, hoje é cult.
RITA HAYWORTH
Os turbantes também foram muito populares nos anos quarenta, eram práticos e
simples de usar, além da vantagem de serem muito mais baratos que os chapéus.
O mundo enfrentava outra grande guerra, as mulheres se tornaram fundamentais
como mão-de-obra nas fábricas, para a prestação de serviços gerais, e a
necessidade impôs um novo estilo de vida. E naturalmente, um novo estilo no vestir
e no jeito de arrumar os cabelos. Eles voltaram a ficar mais curtos.
Logo depois do fim da guerra, no verão de 47, foi anunciada uma grande novidade:
um novo método de aplicação de permanente. As mulheres ficaram encantadas. O
permanente frio dispensava o vapor, era rápido, protegia melhor os cabelos. Todo
mundo quis testar, e o novo método logo se transformou em um sucesso. A nova
década se aproximava, com ela chegava a promessa do bem estar social e de uma
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AUDREY HAPBURN
A marca dos anos cinqüenta é o crescimento. Nos Estados Unidos, a década ficou
conhecida como o tempo do baby boom, literalmente a explosão dos bebês, o
tempo da valorização da comodidade da família, e, sobretudo da mulher, que
passou a contar com os novos produtos industrializados para facilitar o trabalho
doméstico. Estava instalada a era do consumo. Uma cozinha bem equipada com
máquinas modernas era o sonho das donas de casa, que agora tinham mais tempo
para mimar os filhos, cuidar da aparência e guiar automóveis. As tinturas que
podiam ser aplicadas em casa apareceram nesse período, dava para variar de cor
sem perder muito tempo. A tecnologia para desenvolver produtos e estimular o
consumo criou o processo de descoloração e realizou o anseio das morenas que
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sonhavam com o cabelo dourado. Em uma primeira etapa, retirava-se a cor natural
e em seguida, aplicava-se o tom desejado; o predileto era o de Marilyn Monroe.
Depois dela, inventaram a frase que afirma que os homens preferem as loiras, e a
venda das cores bem claras provavam que era verdade; as mulheres também
preferiam as loiras. No entanto, o dito popular diz também que, embora os homens
namorem as loiras, acabam se casando com as morenas. E se essa era, de fato, a
cor do cabelo da esposa padrão, não faltava inspiração no acervo das castanhas
bem comportadas. A mais elegante era Audrey Hepburn, com seu impecável coque
pequeno no alto da cabeça, ou o rabo perfeito com laço de veludo. A franjinha
acentuava o ar de garota aristocrática. A versão loira de classe e beleza de garota
de família foi encarnada por Grace Kelly, com a testa à mostra e o corte pajem,
com as pontas viradas para baixo ou para cima, no estilo gatinho. Era chique e
linda de qualquer jeito.
Havia muitos modelos a seguir, penteados para imitar e tipos para inspirar garotas
e senhoras dos anos cinqüenta, a escolha era farta. Os cabelos pretos de Elizabeth
Taylor e de Juliette Greco faziam tanto sucesso quanto os das divas loiras, e as
adolescentes cuidavam das madeixas com a mesma dedicação que suas mães.
As penteadeiras dos quartos ficaram abarrotadas de produtos fantásticos, e o mais
sensacional de todos eles era o laquê. Bastava borrifar o líquido na medida certa, e
só uma ventania mudava as mechas de lugar.
Os chapéus já não eram tão necessários, a não ser em ocasiões especiais que
exigiam um traje formal, status que eles perderiam na geração seguinte. A década
que se anunciava pôs na cabeça outros acessórios. As boinas, os quepes e outros
modelos de chapéus não seriam mais- usados com o objetivo de adequação ao
traje, menos ainda por causa de exigência formais.
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Moda Jovem
A juventude norte-americana buscava sua própria moda ao som do rock and roll, a
nova música que surgia nos 50. Aparece então a moda colegial, que teve origem no
sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até
os tornozelos, sapatos baixos, suéteres e jeans. O cinema trouxe o garoto rebelde
simbolizado por James Dean, no filme "Juventude Transviada" (1955), que usava
blusão de couro e jeans. Marlon Brando também sugeria um visual displicente,
inclusive os cabelos, no filme "Um Bonde Chamado Desejo" (1951),
transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude. Enquanto isso, na
Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardino, mas com um
componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos,
além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys".
Os artistas James Dean e o cantor Elvis Presley influenciaram nas jaquetas de
couro, nos cabelos engomalinados, nas costeletas e topetes.
Os jovens também tinham mania de cardigã de cachemira e lambswool (tipo de lã
para malhas, produzida na Inglaterra). Eles eram bordados com peles, laços e
outros enfeites e se inspiravam nas malhas para a noite criadas por Maibocher na
época de guerra. Em 1951, as garotas usavam saias circulares de feltro.
Usavam meia soquete, saddle shoes (sapatos esporte amarrados).
Cabelo e Maquiagem
Maquiagem
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Cabelos
Algumas delas que não queriam parecer sexy, mas sim austeras, usavam
o preto nas maquiagens, no cabelo e nas roupas. Para elas o cabelo podia
ser curto ou comprido, penteados ou desalinhados. Mudava-se de forma e
cor dos cabelos tanto quanto se mudava de maquiagem e de roupa. Eram
lisos ou ondulados, curto ou até o queixo. O louro era a cor preferida.
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Personalidades
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Os cabelos também ficaram um pouco mais curtos, com mechas caindo no rosto e
as franjas davam um ar de menina.
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dentes largos desembaraçava os fios que o laquê grudara uns nos outros, e só
depois dessa etapa dolorosa é que se podia usar a escova, para em seguida, lavar
a cabeça.
Os cabelos curtos tampouco escavam das alturas. A técnica do desfiado armava
uma espécie de bolo no topo da cabeça e quem não tivesse volume suficiente,
usava um enchimento que poderia ser facilmente disfarçado com uma fita de
gorgorão ou de veludo. Uma fivela ou um broche arrematava o modelo. As perucas
de todos os comprimentos eram apreciadíssimas, e as fitas coloridas também eram
usadas para esconder a divisão entre o cabelo verdadeiro e o falso.
A década de 60 foi pródiga em modismos.
MODA MASCULINA
ANTES
DEPOIS
Cabelo e Maquiagem
Penteados
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Maquiagem
Em entrevista à revista Elle, Brigitte Bardot declarou ter adotado os xampus secos
e os batons pálidos. “Maquio-me em cinco minutos. Três riscos de lápis, pif, paf, e
pronto”. Na realidade, como para a maior parte das mulheres daqueles anos, o
mais importante da maquiagem consistia na pintura dos olhos. Ela utilizava um
lápis preto para desenhar uma meia-lua na arcada acima do olho e espalhava
depois a sombra nas pálpebras com os dedos. Outras recorriam aos cílios postiços
pó pintavam os cílios com delineador. O olho devia ser grande e negro.
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Os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito
magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco
estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo
brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar.
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Jean Seberg, 1961. Seu corte à garçonne Mia Farrow, 1968. Com Vidal
Sassoon,
fez sucesso com o filme de Jean-Luc encontrou “seu”
próprio look.
Godard, Acossado.
Propaganda de 1969
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Um dos maiores ineditismos desse período foi uma inversão curiosa na fonte de
inspiração dos penteados. Além das artistas e modelos, que naturalmente davam
as cartas nos cabeleireiros, os Beatles também criaram um corte que as mulheres
e os homens queriam imitar. Sem nenhuma risca definida, os cabelos escorriam na
testa na altura das sobrancelhas. As moças deixavam os fios mais compridos na
nuca, mas o contorno tipo tigela valia tanto para a versão masculina quanto para a
feminina.
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O musical Hair (1969) anunciou triunfalmente a chegada dos anos 70, que
quebrariam todos os tabus e se outorgariam todas as liberdades. Os cabelos
serão seu símbolo, porta-voz de uma nova geração em busca de mudança e
de reconhecimento; comprido para os homens, “afro” para os negros, os
cabelos deviam acima de tudo ser livres. Embora ainda se ouça cantarolar nas
rádios os anúncios de “Dop, Dop, Dop”, xampus “balas de goma” coloridos
imaginados por Vasarely, novas técnicas apareciam nos penteados. Rolos de crina
de grossura variável permitiram penteados armados encrespados, ditos “de
alcachofra”, em cabelos molhados. Os cabelos passaram a ser secados
manualmente, com escova ou secador, como nos cabeleireiros para homens, o que
permitia aumentar o volume, alisar, cachear... Essa nova técnica, batizada de
brushing pela casa Lorca, percorreria o mundo, valendo-se do sucesso
internacional do filme Shampoo, de 1975, em que Warren Beatty encenava a vida
dissoluta de um cabeleireiro de Hollywood, inspirado, segundo alguns, em Gene
Chacove, personagem daqueles anos. Na mesma época, a influência de Vidal
Sassoon afirmava-se. Após ter lançado a moda dos cortes à navalha, criando
verdadeiras esculturas de cabelos (Jean Seberg, Zizi Jeanmaire), ele não cessaria
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de inovar e permaneceria sendo uma figura de destaque dos anos 70. Jovens
cabeleireiros apareceram e se distinguiram por looks audaciosos, cortando cabelo
por cabelo. Eram Maniatis, Harlow ou Jean-Louis David, e multiplicaram salões e
adeptos. Jubas volumosas e cortes geométricos unissex passam a conviver. Os
produtos capilares proliferaram.
Histórico
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Depois do pacifismo dos hippies, veio a vontade de combater dos ativistas políticos.
Nos Estados Unidos eram os Black Panther, na Alemanha a facção do Exército
Vermelho, na Irlanda o Irã e no Oriente a OLP, que utilizavam todos os meios para
alcançar seus objetivos. As ações terroristas estavam na ordem do dia. Mas não
eram apenas os grupos políticos que tentavam fazer valer suas idéias. Pessoas
oprimidas, sobretudo mulheres, ansiavam por uma realização pessoal e, neste
processo, ficavam muitas famílias pelo caminho. As anteriores formas de vida eram
consideradas falsas, necessitando-se de encontrar novas formas. Isso levou a uma
grande insegurança, de maneira que todos os pensamentos giravam em torno do
eu.
Todo este contexto histórico teve seu reflexo na moda, uma vez que não havia uma
regra para se vestir, cada um usava o que lhe agradava. A antimoda era a palavra
chave.
Os anos setenta trouxeram uma outra novidade importante para os salões de
beleza: os secadores de mão. O corte mais popular dessa época dispensou os
bobies, e a fila enorme de secadores deixou de ser a garantia de um salão bem
equipado. Quem sabia manejar a escova e o jato de vento quente dos novos
aparelhos, ganhava a preferência das clientes. O penteado foi inspirado no cabelo
da atriz americana Farrah Fawcett, uma das protagonistas do seriado “Charlie’s
Angels” e ficou conhecido como corte em camadas.
Da testa até a nuca, os fios eram cortados em diferentes comprimentos para
sustentar a impressão de volume e movimento. O corte parecia mais esvoaçante e
luminoso com algumas mechas mais claras. As luzes eram obtidas com a
descoloração de alguns fios e podiam ser mais ou menos claras, de acordo com a
tonalidade do cabelo.
Os modelos eram variadíssimos e tinham que causar impacto. Mas, por outro lado,
o cabelo não deveria ficar com cara de arrumadinho, ao contrário, a idéia era
mostrar um penteado irreverente, que se aproximasse do efeito causado por uma
ventania. A palavra-chave era movimento. E as mulheres faziam um permanente
atrás do outro. Algumas conseguiam um enroladinho perfeito, mas a maioria se
contentava com o volume dos fios armados, como se tivessem levado um choque
elétrico. Quem tinha uma cabeleira naturalmente volumosa não precisava do
permanente, que, apesar de todos os avanços e cuidados, desidratava os fios.
Essas privilegiadas cheias de cabelo faziam trancinhas em tufos muito finos, a
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partir do repartido no meio da cabeça. A mistura dos fios lisos com as pequenas
tranças simulava a ondulação da permanente.
Aparecer em uma festa com um cabelo totalmente novo era interessante, uma
prova de ousadia. A transformação mais radical exigia muita paciência, e a
dedicação de, pelo menos, duas ajudantes. Por isso custava mais caro. Separava-
se os fios em tufos minúsculos e trançava-se toda a cabeça. Essa primeira parte
levava um tempão. A segunda não era menos demorada, e demandava algumas
horas no secador. Finalmente, depois de tanto trabalho, o cabeleireiro soltava as
trancinhas e pronto. O cabelo estava plissado. Valia a pena o sacrifício. A moda fez
tanto sucesso que logo apareceram as chapas quentes que frisavam os cabelos
com mais eficiência e rapidez. O problema é que elas não podiam ser usadas com
muita freqüência, pois o calor queimava os fios, mas ninguém dava muita
importância para os prejuízos: as máscaras hidratantes estavam cada vez mais
eficazes.
No início, as mechas eram muito marcadas e artificiais, depois a técnica ficou mais
sofisticada e os fios claros misturavam-se no volume dos cabelos naturais como se
fossem, de fato, o resultado de muito sol na cabeça.
O cabelo bem curtinho também tinha vez. O corte de Mia Farrow era o mais ousado
por ser a mais radical de todas as opções. Quem seguia por esse caminho tinha
que ousar um pouco mais e mudar a cor.
Uma outra tendência marcante desse período foi o estilo afro. Os cabelos crespos
por natureza eram os mais flexíveis para qualquer modelo dessa linha. O mais
simples lembrava um cogumelo. Os cachos bem definidos, livres para subir e
crescer deixavam a cabeça desproporcionalmente grande e arredondada, como se
carregasse uma nuvem.
A convivência de estilos bem diferentes entre si abriu o caminho para a composição
das tribos, que dos anos oitenta em diante, separariam os grupos de jovens de
acordo com seus interesses e inspirações de beleza.
A estética e o sonho hippies, tão difundidos no início dos anos setenta, foram se
diluindo aos poucos, na medida em que uma nova onda frenética e dançante
ganhava espaço.
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Cabelos
Uma cabeleira farta e brilhante era o atributo mais desejado pelas mulheres. Os
penteados naturais eram secos com secador ou ao ar, escadeados
refinadamente, enquanto as permanentes lhes davam o volume necessário.
Maquiagem
Cremes de dia matizados, sombras da cor da pele, brilho nos lábios e verniz incolor
eram o look predileto das mulheres. Mas a noite elas abusavam das maquiagens
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Cortes e penteaios dos anos 70, com uma versão do famoso corte à “Stone”,
em Votre Beauté.
A moda Punk
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O estilo yuppie
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Cabelo e Maquiagem
Maquiagem
A maquiagem agora na era usada para melhorar ou rejuvenescer, mas sim
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Personalidades
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Quem tinha cabelos densos e sem balanço precisava de um brushing com escovas
mais grossas; as menores, ao contrário, serviam para simular densidade.
Um profissional talentoso sabia dar um jeito nos casos mais complicados, e a bem
da verdade, seu principal conselho era aparentemente muito simples: “seu cabelo
só vai ficar bom quando você parar de brigar com ele”. Conselho simples de dar,
porém difícil de seguir, uma vez que tantas opções de modelos confundiam
facilidade com possibilidade.
Nos anos 90, a diluição se tornou mais sutil. O punk virou pop e, em 1990 iniciou
com um comercial de jeans, na televisão norte-americana, usando a música
“Should I stay or shoud I go?”, sucesso do grupo The Clash. Mas somente em
1995, um ano após a decadência do grunge, a diluição foi mais adiante.
Era o cenário de bandas com sonoridade animada e letras menos politizadas e que
a imprensa especializada denominou de poppy punk. Com bandas musicalmente
verossímeis, como Green Day e Offspring, o gênero até funciona como um tipo de
rock minimamente razoável para o jovem contemporâneo, com vantagem para o
Green Day, que aos poucos foi se evoluindo para uma sonoridade mais melódica e
menos punk (mas ainda punk). No entanto, a mídia exagerou a respeito desse
cenário. Para uma mídia que queria vender modismos, o poppy punk acabou sendo
vendido como se fosse mais uma “nova rebelião punk” e alguns jornalistas, mais
empolgados, definiram o cenário como hardcore. Rótulo que acabou seguindo,
depois, para bandas menos criativas e mais ingênuas, como Blink 182.
Enquanto isso, a pergunta não se cala: “o punk morreu?” Se depender das bandas
autenticamente punk, não. Elas continuam acontecendo, fora do esquemão e do
mercado, talvez mais ignoradas do que antes, já que as réplicas comerciais fazem
o serviço nas paradas de sucesso e no circuitão fonográfico. As que realmente são
independentes continuam ralando.
Cabelo e Maquiagem
Maquiagem
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Cabelos
A arte de fazer o cabelo cair de forma natural consistia no corte e na cor dele. O
penteado da época é o corte escadeado de Jennifer Aniston, da série televisiva
Friends, que faz lembrar o cabelo arranjado com secador de Farrah Fawcett-Majors
nos anos 70, embora mais liso e curto.
Personalidades
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TRANÇA DO TEMPO
Na segunda metade dos anos 70, duas modelos inglesas criaram dois tipos de
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Nos anos 80, era possível fazer quase tudo em casa. Uma visita mensal a um bom
cabeleireiro bastava para dar conta de um visual caprichado.
Elizabeth Taylor: os cabelos pretos faziam tanto sucesso quanto os das divas
loiras.
Farrah Fawcett: uma das panteras marcou época com o corte em camadas, de
aparência esvoaçante e iluminado com algumas mechas mais claras.
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Bob Marley: os trançados com miçangas e dreadlocks do cantor eram dois estilos
afro queridos dos adeptos das tendências étnicas.
Um acervo de madeixas
Exposição nos EUA aponta os cortes que fizeram história e a cabeça de
celebridades
Quando puxa o fio dessa meada, a exposição vai dar na estilista Coco Chanel,
que, nos anos 20, criou um corte curto, de linhas retas, batizado com o
próprio nome. Mulheres despediram-se dos bóbis e abraçaram o visual. Na
década de 60, também a pedido de nomes consagrados da alta-costura, os
cabeleireiros inventaram o corte 'joãozinho', supercurto, celebrizado pela
modelo inglesa Twiggy. Nascia, assim, o visual baby face, imitado pela atriz
Mia Farrow, nos Estados Unidos, e por Elis Regina, no Brasil. A mostra também
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CABELOS
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No Egito antigo os faraós tinham nas perucas formas de distinção social, enquanto
que para os muçulmanos manter uma pequena mecha no alto da cabeça era o
ponto para que Maomé os conduzisse ao paraíso.
"Mato não cresce em ruas ativas!". Mas foi Hipócrates, também um calvo célebre,
quem estudou pioneiramente a alopecia relacionando-a a outras características
físicas.
Na França, o Rei Sol Luiz XIV usava diariamente uma peruca para cobrir sua
cabeça.
Cabelos viraram objeto de estudo e suas formas ganham o status de design. Duas
exposições internacionais, com grande sucesso de público, comprovam uma
verdade admitida somente na frente do espelho: homens e mulheres, de todas as
idades, preocupam-se muito com as madeixas. E não é de hoje.
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"Não é só vaidade. Todos dão muita atenção aos cabelos porque eles exprimem a
personalidade, tanto quanto a roupa". Não faltam números para comprovar tal
afirmação. Dá para imaginar que um terço das brasileiras, ou seja, cerca de 50
milhões de mulheres, vai ao cabeleireiro ao menos uma vez por mês? Seja para
cortar, seja para pintar, seja para pentear, investem o que podem nesse importante
quesito da estética feminina.
Um comentário recorrente nos salões de beleza é que não há nada mais eficaz
para levantar a auto-estima da mulher que um bom corte de cabelos. "Fazer terapia
é mais demorado, plástica mais arriscado e roupa é mais cara".
Outra paixão nacional são as tintas. Em quatro anos, o consumo de produtos para
coloração aumentou em 200%. A indústria lançou uma série de xampus que
realçam os tons da moda. Segundo pesquisa do Ibope, 41% das brasileiras e 13%
dos brasileiros usaram tintura nos últimos 12 meses.
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NOBREZA FEMININA
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A mulher nobre, egípcia, prendia seus cabelos com grampos ou adornos. Por ser
mais agradável e higiênico, por causa do clima quente, os homens costumavam
raspar as cabeças com navalha de bronze.
Na Grécia clássica, os homens tinham o cabelo e barba curtos. O cabelo longo das
mulheres foi puxado para trás, frouxamente ou preso em um chignon, mais tarde
em forma redonda. As classes superiores usavam ferros para ondular.
Estas perucas eram feitas dos cabelos louros dos prisioneiros bárbaros.
ADORNOS DE CABELO
Os adornos de cabelo nem sempre são algo que nós simplesmente usamos em
nossos cabelos. Complementam ou produzem um estilo particular.
Frequentemente, os adornos produzem uma indicação poderosa sobre quem nós
somos, nosso caráter ou espírito.
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A cabeça, como nenhuma outra parte do corpo, é nossa indicação imediata. Mudar
um estilo de cabelo nos faz sentir diferente, nos dá a confiança ou nos dá um
sentido de segurança. É a maior indicação e a mais poderosa em nosso corpo. O
adorno ou o acessório elogiam a cabeça ou o estilo de cabelo. Acredito que nosso
estilo de cabelo é nossa própria identidade, nosso próprio conceito de quem
somos, nossa construção social.
Os instrumentos que nós usamos podem fazer ou quebrar a criação, seja o estilo
elaborado ou básico, moderno ou clássico.
A MODA CONTEMPORÂNEA
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• Épicus L´Amore (Idade Média) – tem como cenário o romantismo lírico e épico.
Os cortes são médios e cheios de ondas, que proporcionam muito movimento. As
cores predominantes são o tabaco e o cinza, sobrepostos em dourado e bege;
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Futurism:
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Siren:
A tendência ideal para quem pretende um estilo super-sexy com uma força
nitidamente feminina. Trata-se de puro glamour com um toque de burlesco. Siren
oferece formas sólidas com movimento, reforçadas com tons cor-de-rosa, cereja e
azuis. Com um corte escameado arredondado e franja pesada como véu no
comprimento. Para obter uma imagem dinâmica, as cores usadas nesse look são
secções de framboesa escura, cereja brilhante e um suave tom de morango
gelado.
Palavras-chave: silhuetas sexy; burlesco; baby doll; verde ácido; amarelos vivos;
azul pavão; rosa pastilha elástica.
Corte: escameado arredondado, franja pesada com um véu no comprimento.
Cores: secção de framboesa escura, cereja brilhante e um suave tom de morango
gelado são usados para obter uma imagem dinâmica.
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Tone:
The Dancer:
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Estilo Siren
Estilo Tone
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Estilo Dancer
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Estilo Futurism
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