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UNIVERSIDADE ESTADUAL

DE MONTES CLAROS

EVOLUÇÃO DO
PENSAMENTO ECONÔMICO
II

LUIZ PAULO FONTES DE REZENDE


História do Pensamento Econômico: Uma perspectiva crítica
Hunt e Laustzenheiser, 2013

Capítulo 11 – Teorias Neoclássicas da firma


e da distribuição de renda: as obras de
Marshall, Clark e Bohm-Bawerk.

• ALFRED MARSHALL (1842 - 1924) – Princípios de Economia


• JOHN BATES CLARK (1840– 1921) – A distribuição da riqueza: a
teoria dos salários, juros e lucros.
• EUGEN VON BOHM-BAWERK ( 1851-1914 ) – A teoria positiva do
capital

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Teorias Neoclássicas da firma e da distribuição de renda

• Perspectiva da utilidade na teoria econômica – necessidade da comprovação


de que o comportamento dos indivíduos é racional, calculado e maximizador
(comprovação matemática).
• O processo econômico é visto em dois focos na microeconomia: a família e a
firma
• Família – teoria do consumidor (maximização da utilidadde)
• Firma – teoria da firma (maximização do lucro ou minimização de custos)
• Fluxos circulares da renda na economia: fluxo real e monetário
• Fluxo real – fatores de produção (trabalho, capital e terra), bens e serviços
finais
• Fluxo monetário – remuneração dos fatores de produção e vendas dos bens
e serviços finais

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Teorias Neoclássicas da firma e da distribuição de renda

• Famílias donas dos fatores de produção e consumidores dos bens finais. Através
de cálculos das utilidades marginais, as famílias decidem o quanto dos fatores
de produção vendem às firmas e quanto comprarão dos bens de consumo
• Fluxo real – é um fluxo do uso dos fatores de produção das famílias para as
firmas e um fluxo de retorno dos bens de consumo das firmas para as famílias
• Fluxo monetário – as famílias auferem renda monetária com a venda de seus
fatores de produção (salários, aluguéis e lucro). Essa renda retorna às firmas
como pagamento dos bens de consumo comprados pelas famílias
• As firmas tomam decisões racionais, calculadas e maximizadoras. Maximização
dos lucros ( diferença entre o dinheiro que pagam pelos fatores de produção e o
dinheiro recebem com a venda dos bens de consumo).
• As famílias maximizam a utilidade (compra de bens) e vendem os fatores de
produção
• A família é o centro do fluxo real – utilidade dos bens
• A firma é o centro do fluxo monetário – lucro
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O Diagrama do Fluxo Circular
Receita Despesa
MERCADOS
Bens e DE
BENS E SERVIÇOS Bens e
serviços serviços
vendidos As empresas vendem
As famílias compram comprados
FIRMAS FAMÍLIAS
Produzem e vendem Compram e consomem
bens e serviços bens e serviços
Contratam e utilizam Detêm os fatores de
fatores de produção produção e os vendem

Insumos para Terra, trabalho


a produção e capital
MERCADOS
DE FATORES
DE PRODUÇÃO
As famílias vendem
Salários, aluguéis As empresas compram Renda
e lucros Fluxo de bens e serviços (fluxo real
Fluxo de moeda ( fluxo monetário)
Harcourt Brace & Company
UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE MONTES CLAROS
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DE MONTES CLAROS
UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE MONTES CLAROS
A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

• O pensamento microeconômico dos marginalistas foi gradualmente


transformado no que chamamos hoje de economia neoclássica
(neoclassicismo implica uma nova forma de classicismo).
• Os economistas neoclássicos eram "marginalistas", no sentido de que
enfatizavam a tomada de decisões e a determinação dos preços na margem
• Três diferenças entre os primeiros marginalistas e os últimos economistas
neoclássicos:
1) Pensamento neoclássico salientava a oferta e a demanda para determinar
os preços de bens, serviços e recursos no mercado, enquanto os
primeiros marginalistas tendiam a reforçar somente a demanda
2) Economistas neoclássicos (Wicksell e Fisher) demonstraram maior
interesse no papel da moeda na economia do que os antigos
marginalistas.
3) Os economistas neoclássicos expandiram a análise marginal para as
estruturas do mercado além da livre-concorrência, do monopólio e do
duopólio. 9
A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

• Os economistas, afirmava Marshall, assim como outros cientistas, coletam,


organizam, interpretam e inferem fatos. Eles buscam o conhecimento da
interdependência do fenômeno econômico, das relações de causa e efeito.
• As leis da economia é uma proposição genérica ou uma declaração de
tendências, mais ou menos certas, mais ou menos definidas.
• As leis sociais são declarações de tendências sociais.
• As leis econômicas, ou declarações de tendências econômicas, são aquelas
leis sociais relacionadas à conduta humana em que a força dos principais
motivos pode ser medida por uma avaliação financeira. A economia é menos
exata que as ciências naturais, mas o progresso é obtido por meio de muita
precisão.
• Marshall - As relações entre oferta, demanda e preço tendem a produzir certos
resultados quando podem trabalhar sozinhas, mas a sociedade pode influenciar
no resultado, se desejar.
• O pensamento de Marshall criou espaço para uma reforma cautelosa, isto é,
para um modesto abandono ao laissez-faire.
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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

• Marshall se aproxima um pouco mais, em espírito e em ideologia, de John


Stuart Mill do que de Senior, Say e Bastiat, embora Marshall tenha sido mais
conservador do que Mill.
• Marshall foi o fundador daquele grupo dentro da tradição da economia
neoclássica do século XX, que combina sua defesa do capitalismo laissez-faire
com uma grande flexibilidade, que admite pequenas reformas, visando ao
funcionamento menos severo do sistema econômico.
• A contribuição de Marshall à teoria da utilidade foi além de Jevons, Menger e
Walrás. Do mesmo modo que estes três teóricos, Marshall formulou a noção de
utilidade marginal decrescente e as condições necessárias para a maximização
da utilidade do consumidor através da troca. Nem Jevons e Menger
conseguiram associar diretamente sua teoria da utilidade à teoria da demanda.
Embora Walrás tenha mostrado essa ligação, Marshall teve mais êxito do que
ele na dedução rigorosa das conclusões neoclássicas contemporâneas sobre a
teoria da demanda, baseadas em sua noção da utilidade marginal decrescente.

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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

• Marshall: A demanda baseia-se na lei de utilidade marginal decrescente. "A


utilidade marginal de algo para uma pessoa diminui a cada aumento no total
daquilo que ela já utiliza desse item." Marshall introduziu duas qualificações
importantes nesse ponto.
1) Intervalo de tempo muito curto para se considerar qualquer mudança no
caráter e nos gostos de uma pessoa em particular. Como passar do tempo,
os gostos de uma pessoa podem mudar. Por exemplo, quanto mais ouvir
boas músicas, as pessoas estão mais decididas ouvir. Essa não é uma
exceção à lei da utilidade marginal decrescente, pois essas mudança
abrangentes nos gostos são excluídas da análise, em um curto espaço de
tempo, mudanças dinâmicas como essas são imperceptíveis.
2) A segunda qualificação de Marshall sobre a lei de utilidade marginal
decrescente refere-se a bens de consumo indivisíveis. Uma pequena
quantidade de uma mercadoria pode ser insuficiente para atender a uma
certa necessidade especial e, portanto, haverá um aumento mais que
proporcional do prazer quando o consumidor obtiver o suficiente dessa
mercadoria que Ihe permita atingir o fim desejado ( par de calçados, 4
pneus para carros) 12
A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

• Alfred Marshall (1842-1924) – fundador da teoria econômica neoclássica


• Obra: Princípios de Economia (1890)
• Formulou a noção de utilidade marginal decrescente e as condições
necessárias para a maximização da utilidade do consumidor através da troca
(dedução mais rigorosa da teoria da demanda).
• Marshall derivou uma curva de demanda negativamente inclinada da
seguinte maneira:
• 1) a curva de utilidades marginais constantes – não há alteração nas
características ou gostos do próprio bem
• 2) utilidade marginal do dinheiro era dada e constante para fazer um elo
entre as curvas de utilidades e as curvas de preços.

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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

O dinheiro, dizia Marshall, mede a utilidade na


margem — o ponto em que as decisões são tomadas.

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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

Exemplo:
• Se uma pessoa tiver uma utilidade marginal de dois utis por 1$ de dinheiro
• Um pedaço adicional de pão dá 4 utis e um quilo adicional de carne de 6 utis.
• O indivíduo está disposto a abrir mão de $2 (ganha 4 utis) em troca de um
pedaço de pão e de $3 (ganha 6 utis) por um quilo de carne
• A utilidade do segundo pedaço de pão poderia cair para 2 utis e o segundo
quilo de carne para 3 utis.
• Na segunda unidade – o indivíduo estaria disposto a pagar $1 (2 utis) pelo
pão e $1,5 (3utis) pelo quilo adicional de carne
• Esse processo ocorreria porque a “utilidade marginal do dinheiro” para esse
indivíduo seria uma quantidade fixa, de modo que os preços que ele estaria
disposto a pagar por ambos os produtos teriam, entre si, a mesma razão que
a utilidade de ambos.
• UMgX/UmgD = P onde X – Bem e D – dinheiro.
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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

Marshall derivou a curva de demanda individual e a soma destas curvas resulta


na curva de demanda total
Toda queda, por menor que seja, do preço de uma mercadoria de uso geral
aumentará suas vendas totais, mantendo-se inalteradas as outras coisas”
(Coeteris Paribus)
Marshall discutiu as condições necessárias para o equilíbrio geral, mas sua
teoria era uma análise de equilíbrio parcial . Examinava apenas os mercados
de 1ou duas mercadorias, ignorando as interligações com fazia Walras
(equilíbrio geral).
Marshall determinou a curva de demanda por meio da utilidade e elaborou
“elasticidade preço da demanda” e o excedente do consumidor
Famílias maximizam a utilidade (compra de bens) e vendiam seus fatores de
produção (capital, trabalho e terra).
Capital e trabalho envolviam utilidade negativa ou falta de utilidade, por isso
seus proprietários tinham que receber uma recompensa (remuneração)
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A contribuição de Marshall à teoria da utilidade e à teoria da demanda

Renda da terra (semelhante a de Ricardo) – a renda da terra era um excedente


gerado pelas diferentes fertilidades do solo e não envolvia custo social
algum.
Era com base na venda dos serviços do trabalho e do capital que as unidades
familiares faziam seus cálculos de utilidade. Quando o trabalho era vendido,
sempre haveria um ponto além do qual “desutilidade marginal” do trabalho,
em geral, aumentava com qualquer aumento de sua quantidade.
Desutilidade – fadiga do corpo e da mente, condições do ambiente de trabalho,
convívio com os maus colegas, pouco tempo para lazer.O trabalho era o
custo social de produção.
Os cálculos de maximização da utilidade controlavam o verdadeiro fluxo de
serviços do capital e do trabalho do setor das famílias para o setor empresas
e do consumo de mercadorias do setor das empresas para o setor das
famílias.

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Simetria ente as teorias Neoclássicas das famílias e da firma

Maximização da utilidade – ajustes marginais de quantidades de mercadorias


compradas e vendidas pela teoria neoclássica devido à possibilidade de
substituição de uma mercadoria por outra (trocas) UMgx/UmgY
As mercadorias só eram compradas porque produziam utilidade para o
consumidor com diversos tipos de mercadorias
Se o preço de uma mercadoria aumentasse, o custo em que o consumidor teria
de incorrer para obter utilidade dessa mercadoria aumentaria
Quando o custo de uma mercadoria aumentava, o consumidor substituía parte
do consumo da mercadoria mais cara por quantidades de outras
mercadorias. Reduzia a compra da mercadoria cuja utilidade marginal era
relativamente mais custosa.
Condição de maximização da utilidade (Uma/Pa = Umg= Pb) – substituição das
mercadorias na produção da utilidade.

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Simetria ente as teorias Neoclássicas das famílias e da firma

Teoria da firma: fatores de produção análogo ao consumo das famílias e receita


das vendas do produtos análoga a utilidade.
As famílias abriam mão de utilidades (venda de serviços dos fatores de
produção) para adquirir os bens de consumo (custos de aquisição)- maximiza
a utilidade gerada pelo bem de consumo e minimiza a desutilidade gerada.
Objetivo da firma: maximização do lucro – Lucro = RT – CT
RT – receita proveniente das vendas dos produtos
CT – Custos de aquisição dos fatores de produção
Duas contribuições de Marshall à teoria econômica utilitarista:
1) Os empresários tentam reduzir os custos de produção substituindo um fator
por outro (considerava a substituição dos fatores de produção enquanto que
os economista anteriores à Marshall considerava os coeficientes técnicos de
produção fixos).
2) Quando a firma aumenta a quantidade usada de um fator de produção em
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Simetria ente as teorias Neoclássicas das famílias e da firma

1) Quando a firma aumenta a quantidade usada de um fator de produção em


relação à quantidade usada de outro fator, o incremento marginal
acrescentado à produção total em cada aumento adicional equivalente ao
fator começaria, em determinado ponto, a diminuir – produtividade marginal
decrescente – retorno decrescente do maior emprego do fator.
Substituição dos fatores de produção pela firma – a lei dos rendimentos
decrescentes com o aumento do emprego de um fator de produção é
análogo à lei da utilidade marginal decrescente
Teoria da firma maximizadora de lucro e a teoria do consumidor (família)
maximizadora de utilidade.
A firma compra insumos e vende produtos, maximizando a diferença entre
custos dos insumos e a receita de seus produtos.
Problema da firma sob dois pontos: do produto e dos insumos.

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Simetria ente as teorias Neoclássicas das famílias e da firma

Produto – verificar o preço de venda dos produtos (P) e obter a receita total –
RT = P.Q, onde Q é a quantidade do produto.
Receita média – RT/Q
Receita marginal – representa um pequeno aumento ou diminuição do número
de unidades vendidas do produto – dRT/dQ.
Cálculos dos custos
Custo médio – CT/Q
Custo marginal dCT/dQ – Variação do custo total decorrente de um pequeno
aumento ou redução no número de unidades produzidas (dQ)
Produto médio – valor médio do produto resultante de uma unidade do fator
(produtividade média do fator).
Produto marginal do fator – a variação da produção resultante de um pequeno
aumento ou diminuição da quantidade do fator empregado pela firma
(produtividade marginal do fator).
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A teoria da firma de Marshall

A análise da firma: os preços são determinados pela oferta e demanda


(mercado). A demanda é determinada pelas curvas de utilidade dos
consumidores e a oferta determinada pelas curvas de custos das firmas.
Concorrência perfeita: o preço determinado pelo mercado (oferta e demanda) e
os indivíduos são tomadores de preços. Os preços ajustam a produção e os
custos de forma a maximizar os lucros (firma representativa ou média).
Marshall fez a distinção de três períodos:
Primeiro período “ período de mercado” a oferta é fixa e os preços dependiam
inteiramente da força da demanda em relação à oferta fixa.
Segundo período “ curto prazo” – o capital (capacidade produtiva) era fixo, mas
a oferta podia ser aumentada ou diminuída, variando-se o número de
empregados que trabalhavam nas instalações produtivas.
Terceiro período “longo prazo” a oferta poderia ser alterada, aumentando ou
diminuindo-se tanto o trabalho quanto o capital. Neste prazo, poderia ser
construída qualquer instalação produtiva.
23
As curvas de produção e de custos da firma no curto prazo

Curto prazo- tamanho das instalações produtivas da firma é fixo. Só pode


aumentar o número de trabalhadores para ampliar o volume de produção nas
fábricas que foi construída por uma determinada tecnologia de produção.
Produção média por trabalhador seria maximizada quando a firma contratasse o
número de funcionário para o qual a fábrica tivesse sido projetada. A
modificação das proporções de trabalho em relação ao capital afetaria a
produtividade média do trabalhador. Embora houvesse a substituição de
capital e trabalho mas não gerava necessariamente eficiência, pois à medida
que o capitalista contratasse mais operários, a produção chegaria ao ponto
projetado da fábrica (eficiência máxima). Além deste nível de contratação, a
produção por operário diminiuiria.
Lei das proporções variáveis ou a lei dos rendimentos decrescentes em relação
a um fator variável de produção.

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Teorias Neoclássicas da firma e da distribuição de renda

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As curvas de produção e de custos da firma no curto prazo

A curva de produto marginal do trabalho (MPL) mostra o aumento da produção


total resultante da contratação do último operário em vários níveis de
emprego
A curva de produto médio do trabalho (APL) mostra a produção média por
operário em vários níveis de emprego
Se a fábrica começa sem produção, o produto marginal do trabalho aumenta,
até a firma empregar o número de trabalhadores correspondente a Lo (nível
ótimo). Além deste ponto Lo, o produto marginal do trabalho diminui com o
aumento do trabalho
Enquanto a curva MPL está acima da curva APL, a produtividade média por
operário aumenta. No Ponto L1 o produto médio do trabalhador é
maximizado, se a firma empregar mais operários a curva MPL fica abaixo da
curva APL e o produto médio por operário diminui.

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As curvas de produção e de custos da firma no curto prazo

Análise dos custos.


Quando a firma calcula os custos por unidade de produção, as curvas de custo
aparecem como reflexo inverso das curvas de produto
Enquanto a produtividade média por operário está aumentando, a quantidade de
trabalho incorporada a uma unidade do produto está diminuindo. O custo variável
(CVme) da firma por unidade de produção diminui sempre (CT/Q) até serem
contratados L1 operários.
À medida que a firma contrata mais operários (L1), seu custo variável médio (CVme)
aumenta (queda da produtividade média do trabalho).
Como o capital da firma é fixo no curto prazo, à medida que a firma contrata mais
trabalhadores e aumenta a produção, o custo fixo médio (CF/Q) por unidade de
produção diminui sempre, porque o mesmo nível de custos fixos totais é diluído
pelo aumento por quantidades cada vez maiores do produto.
O custo médio da firma é simplesmente o total de seus custos variáveis e fixos.
CT= CV+CF
CT/Q – Custo total médio. 27
Teorias Neoclássicas da firma e da distribuição de renda

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As curvas de produção e de custos da firma no curto prazo

Análise dos custos.


As curvas de custo da firma
O nível de produção Y0 – corresponde à produção por operário 01(custo marginal
máximo)
Em Y1 os custos variáveis médios são minimizados (CVme)
Em Y2 o custo médio é minimizado. A produção Y2 sempre envolve uma produção
um pouco maior do que Y1, porque depois minimizados os custos variáveis
médios, existe uma pequena faixa de produção dentro da qual os custos fixos
médios decrescentes mais do que compensarão os custos variáveis médios
crescentes e, portanto, os custos médios crescerão continuamente, enquanto a
produção ultrapassar a produção Y2.
O Custo marginal diminuirá continuamente até chegar no nível de produção Y0, que
corresponde à produção de Lo trabalhadores, a partir deste ponto, aumentará
continuamente. A curva de custo marginal intercepta a curva de custo médio e a
curva do custo variável médio em seu ponto de mínimo.

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O equilíbrio no longo prazo
A firma maximiza seus lucros atingindo o nível de produção em que o preço é igual
a seus custos marginais crescentes.
Se produzir a níveis mais baixos, o aumento da produção aumentará os lucros,
porque o preço que a firma recebe pela produção adicional será maior do que o
custo marginal da produção adicional
Se produzir além desse nível, seu custo marginal crescente de produção adicional
será maior do que o preço recebido por essa produção adicional
A curva de custo marginal mostra as quantidades que uma firma que maximize seus
lucros e em concorrência oferecerá a vários preços é a curva de oferta da firma.
Curva de oferta da indústria – soma das curvas de custos de cada firma da indústria.
Curva de demanda da indústria – determinada pelas curvas de utilidades dos
consumidores
Determinação do preço da indústria – interseção da curva de oferta com a curva de
demanda
Equilíbrio no curto prazo para a firma representativa – P = Cmg (Preço igual ao
custo marginal) 30
Teorias Neoclássicas da firma e da distribuição de renda

31
O equilíbrio no longo prazo
A produção da indústria é maior do que a produção da firma representativa ( soma
das quantidades produzidas pelas firmas)
P= Cmg = Cme : não significa dizer que a firma não tenha lucro (lucro econômico é
zero mas o lucro contábil é positivo).
Lucro contábil - A taxa de lucro normal ou média é a parte necessária dos custos de
capital, esse lucro incluído nos custos médios
Lucro econômico (sobrelucro ou lucro anormal) – taxa de lucro acima da taxa
média da economia. A existência deste lucro atrai o capital das outras atividades
para aquela que dá este retorno (alocação dos recursos).
As firmas, que tenham custos mais altos do que a firma representativa, terá lucros
menores do que os normais e consequentemente sairão do mercado por causa
do prejuízo.
Qualquer firma que tenha custos mais baixos do que os custos da firma
representativa terá lucros superiores ao normal (sobrelucro)

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O problema da concorrência no longo prazo
No longo prazo – todos os fatores de produção podem variar, todos os custos eram
variáveis e todas as quase rendas desapareciam
Equilíbrio no longo prazo – a taxa de lucro é normal (lucro econômico é zero) e o
tamanho da fábrica ou sua capacidade instalada se ajusta de modo a refletir uma
eficiência produtiva ótima.
A solução de equilíbrio, dada por Marshall, mostra que a mão invisível de Smith de
que a concorrência não só igualava as taxas de lucro de todas as firmas como
também minimizava os custos de produção (maximizava a eficiência produtiva) e
ainda permitir ao consumidor comprar bens pelo menor preço possível (um preço
que apenas cobria os custos socialmente necessários de produção e não
deixava qualquer excedente para qualquer classe expropriar de outra classe).
Marshall – O excedente do consumidor e excedente do produtor não tem nada em
comum ao excedente econômico de Smith, Ricardo e Marx.
Excedente do consumidor – benefícios em termos de utilidade obtidos por meio da
troca. Quando o preço de mercado era menor que o consumidor estava disposto
a pagar pelo bem.
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O problema da concorrência no longo prazo
Excedente do consumidor

Oferta
Excedente do
consumidor

Demanda

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O problema da concorrência no longo prazo
O excedente do consumidor é uma medida, em unidade monetária, dos benefícios
totais que os consumidores têm ao adquirirem uma determinada quantidade do
bem X ao preço de mercado – os consumidores estão dispostos a pagar mais
que o preço de equilíbrio
No longo prazo – retornos de escala: determinar se os aumentos proporcionais de
todos os fatores de produção resultariam em aumentos proporcionais, mais que
proporcionais ou menos que proporcionais do produto.
Rendimentos constantes de escala: aumentos proporcionais de todos os insumos,
em geral, aumentam a produção proporcionalmente – os custos médios
permanecem constantes com o aumento de escala da produção – Cme = CT/Q
Rendimentos constantes de escala – não há explicação econômica (eficiência
produtiva) para a existência de uma firma de determinado tamanho no equilíbrio
no longo prazo de Marshall.

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O problema da concorrência no longo prazo
Marshall não acreditava nos rendimentos constantes de escala e que a eficiência
crescente das firmas era fruto de duas fontes:
1) Economias internas de escala (melhor organização da firma) aumenta a
eficiência dos fatores produtivos.
2) Economias externas devidas a benefícios obtidos pela firma (ou indústria) –
benefícios de localização industrial e de indústrias secundárias e terciárias
intimamente relacionadas.
Noções de Marshall de economias externas e deseconomia externa seriam variáveis
importantes na economia neoclássica
Economia de escala (economia interna e externa) – firma fabrica seus produtos a
um custo de trabalho menos proporcional e com menos sacrifícios do que na
ausência de economias internas e externa.
Maior eficiência produtiva em larga escala – setor industrial estruturado em
monopólios e oligopólios implicou 3 conclusões:

36
O problema da concorrência no longo prazo
Maior eficiência produtiva em larga escala – setor industrial estruturado em
monopólios e oligopólios implicou 3 conclusões:
1) Abandono da teoria utilitarista da mão invisível do mercado concorrencial
2) Vantagens sociais da concorrência são mais significativas do que as vantagens
sociais da eficiência produtiva da produção em larga escala (intervenção do
governo)
Papel do governo: estimular a concorrência perfeita e criar leis que limitassem o
tamanho das empresas.
Ideia marxista – a concorrência leva, inevitavelmente, à concentração industrial
Marshall, como Mill, queria conservar a ideologia utilitarista da harmonia da mão
invisível do mercado, mas rejeitava a noção de que a única esperança de
melhorar as condições dos pobres era promover a busca incontida de ganho
material (ideias de Senior e Malthus).
Marshall tem procedido da mesma forma que Mill incorporando certos princípios de
filosofia moral e social bastante incompatíveis com as ideias utilitaristas de
Senior e Malthus. 37
Marshall: O equilíbrio de mercado

38
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade
marginal
Marginalismo neoclássico: substituição contínua dos fatores de produção no
processo de produção torna a teoria neoclássica da firma simétrica à teoria da
maximização da utilidade do consumidor
Teoria da maximização do lucro pela firma – derivada do ponto de vista das
despesas e receitas por unidade produzida e vendida ou do ponto de vista das
despesas e da receita resultantes da compra e do uso de insumos produtivos
(fundamento da teoria neoclássica da distribuição da renda).
Marshall – teoria neoclássica da firma sob o ponto de vista da produção resultou
numa formulação da teoria da distribuição inferior a Clark, visto analisar a
formação de preços, insumos produtivos por meio de coeficientes técnicos de
produção fixos (não verificar os efeitos das variações marginais das proporções
de que os insumos são combinados).
Marshall discutiu o princípio da substituição dos fatores de produção mas só
analisou a substituição de técnicas de produção diferentes, não investigou os
efeitos da variação dos proporções dos insumos usados em determinada técnica
de produção
39
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade
marginal
Jhon Bates Clark (1847-1938) – princípio da substituição do trabalho e do capital
Para Clark poderia variar a força de trabalho sem variação da quantidade de capital
(coeficiente técnico de produção variável, não fixos)
Produto marginal do trabalho com uma quantidade fixa de capital baixa
continuamente à medida que for acrescentando mais trabalho, teremos a curva
MPL (Produto marginal do trabalho).
Maximização de lucros – capitalista tem que conhecer o valor do produto marginal
do trabalho e o preço do trabalho (salário)
Valor do produto marginal do trabalho em concorrência perfeita – valor monetário do
produto marginal é igual ao produto marginal multiplicado pelo preço unitário de
venda: PMgL= W/P ou W = PmgL*P
A Curva VMPL é a curva PMgL multiplicada pelo preço da produção – mostra ao
capitalista quanto será adicionado à sua receita com a contratação de mais um
operário em vários níveis de emprego.

40
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade marginal

41
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade
marginal
PMgL= W/P ou W = PmgL*P
L – lucro, RT – receita total e CT – custo total
L = RT – CT
RT = PY
Y = F(K, L)
CT = WL + RK
L = P F(K,L) – [ WL+RK]

PmgL = R/P PmgL = W/P


R = PmgL*R W = PmgL*P

42
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade
marginal
Firma em uma indústria em concorrência – o preço do trabalho é determinado no
mercado agregado de trabalho e a firma não exerce qualquer influência sobre o
preço do trabalho ou sobre o preço da produção por ela vendida.
Determinação do salário e do nível de emprego da mão-de-obra pela firma.
Quando o o valor do produto marginal do trabalho é exatamente igual ao salário
determinado pelo mercado – maximização do lucro (nível de emprego L1)
Para vários níveis de salários- a curva VMPL mostra as quantidades de trabalho que
a firma deseja contratar – a curva VMPL é a a curva de demanda por trabalho da
firma.
Curva vertical da oferta de trabalho (S) é determinada pela população
Salários totais – área dada por W.L1 = salário total e os juros totais representam o
valor residual do produto após pagos os salários.
Cada firma contrata trabalho até o valor do produto marginal do trabalho igualar ao
salário – condição de maximização do lucro da firma (conclusão de Clark –
distribuição da riqueza – the distribution of wealth)
43
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade marginal

44
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade marginal

45
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade
marginal
Distribuição da renda da sociedade é controlada por um lei natural (direito de
propriedade) e cada fator (capital e trabalho) são remunerados de acordo com
sua parcela no produto total (contribuição marginal).
Clark completa a tarefa de Say e Senior de mostrar que as recompensas para os
capitalistas e operários não advém de excedente e nem de exploração. Os
capitalistas eram recompensados, recebendo o que criavam, assim como os
operários.
Cada fator recebe uma renda igual ao valor de seu produto marginal. Se cada fator
receber o valor de seu produto marginal, esses pagamentos de fatores
equivalerão exatamente a todo valor do produto total (não existe possibilidade de
exploração). Cada um recebe o valor do que for produzido por seu fator, não
havendo qualquer excedente para alguém expropriar.

46
Clark e a teoria da distribuição segundo a produtividade
marginal

47
A economia como troca e o papel do empresário
Sob a perspectiva da troca ou da utilidade, o lucro desaparece no equilíbrio e a
distinção entre classes é inteiramente abandonada (contrário aos trabalhos de
Smith, Ricardo, Mill, Thompson Hodgiskin e Marx).
Os economistas neoclássicos e Marx definiam lucro como o excedente residual que
sobrava, após os capitalistas terem pago todos os custos de produção
Os economistas neoclássicos conservavam essa definição de lucro como resíduos
dos custos, mas no equilíbrio concorrencial neoclássico, toda renda resulta de
pagamentos dos custos de produção necessários. Não existe resíduo algum, ou
seja, não há lucro algum.
A economia neoclássica – a economia é troca (indivíduos egoístas, racionais e
maximizadores da utilidade) por isso abrir mão dos fatores de produção
(propriedade) requer sacrifícios de utilidade
Empresários – minoria dos indivíduos que possuem talentos e virtudes.
Desempenham o papel de deus ex machina factício necessário ao
funcionamento da economia.

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A economia como troca e o papel do empresário
Dotação iniciais de fatores de produção – trocas racionais e maximizadoras (famílias
maximizam a utilidade) vendendo os fatores de produção e comprando bens de
consumo – razão entre a utilidade marginal e preço são as mesmas para todos
os fatores vendidos e as mercadorias compradas (empresários maximizam os
lucros)- compram os fatores de produção e vendem os bens de consumo.
Função de produção – combinação dos fatores de produção para transformar em
produto Y = F (K, L) – Substituição dos fatores mostra a produtividade marginal
de cada fator.
Empresários – maximização do lucro no equilíbrio de concorrência perfeita paga o
fator de produção de acordo com seu produto marginal e vende cada unidade
produzida pelo seu custo. Os pagamentos dos fatores equivalem ao valor do que
é produzido – a renda recebida pelos donos dos fatores é exatamente suficiente
para comprar todos os bens de consumo - fluxo circular da renda
Troca beneficia a todos – cada fator de produção sacrifica menos utilidade total, ao
vender seus fatores, do que obtém com a compra dos bens de consumo –
aumento da utilidade (cada um maximiza a utilidade individual) por meio da ação
benéfica da mão invisível da troca.
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A economia como troca e o papel do empresário
Hipóteses irrealistas que apoiam a teoria neoclássica são abandonada na economia
do bem-estar.
- dois deus ex machina da teoria neoclássica:
1) Empresário – busca de maximização de lucro faz funcionar o sistema
econômico, resultando a transformação dos fatores de produção em bens de
consumo (maximização da utilidade dos consumidores). Walras diz que o
empresário é o organizador da produção que não pertence a classe alguma
podendo ele ser: capitalista, operário ou proprietário de terra. Se for capitalista,
receberá juros pelo capital, se for operário receberá o salário. Em concorrência
perfeita em equilíbrio o lucro é inexistente (lucro econômico zero) e mesmo
assim os empresários são sempre motivados pela busca do lucro fazendo
esquemas e tentando obter um sucesso ilusório. A remuneração do capital é o
juro.
2) Leiloeiro de Walras – sem o leiloeiro, os economistas neoclássicos nunca
poderiam ver no contexto de equilíbrio geral, como as forças livres da oferta e
demanda automaticamente estabeleciam esse conjunto de preços normais de
equilíbrio, no qual cada pessoa conseguiria exatamente o que tivesse criado com
seus fatores. 50
Clark e a defesa da propriedade privada
A benevolência da mão invisível era explicada pela crença de que as leis da
propriedade privada e sua distribuição eram justas e corretas. Segundo Clark, o
processo social confirma o princípio em que assenta o direito da propriedade. Dá
a cada um o que ele tenha especificamente produzido.
Concepção de capital de Clark – distribuição da renda é baseada segundo a
propriedade marginal (salários e juros).
Trabalhadores são substituíveis – para o patrão não faz diferença qual deles saia do
emprego – não existe problemas com relação à quantidade de trabalho.
Capital – valor do capital é determinado pela sua produtividade.

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A medida do capital segundo Bohm-Bawerk
Eugen Von Bohm-Bawerk queria determinar uma medida do capital
independentemente do preço e mostrar a inadequação da visão de Marx sobre o
capital.
Marx – a concepção de capital é os instrumentos de produção de propriedade das
pessoas, que não eram trabalhadores, e que estes eram usados para explorar os
trabalhadores. Capital é um meio de exploração.
Bohm-Bawerk não contentou em criticar a teoria de Marx como também formulou
uma teoria do capital e dos juros. Os juros eram inevitáveis.
- Dois fatores de produção originais: terra e trabalho. O capital passava a existir
quando percebia que a produção levava tempo. O trabalho não pode ser feito
instantaneamente e tem de ser feito com tempo e além disso, existem diversos
métodos alternativos de produzir um bem.
- Maior o tempo de duração da produção – maior a produção dos bens
- Maior tempo de produção implica maior adiamento do consumo (redução da
utilidade).

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A medida do capital segundo Bohm-Bawerk
Em algum período de tempo da produção, a utilidade do aumento marginal do
produto seria equivalente à desutilidade do aumento do tempo de espera. Nesse
ponto, a utilidade para a sociedade seria maximizada no tempo.
Quantidade de capital é um indicador de três aspectos separados do processo de
produção:
1) Quantidade usada dos fatores de produção
2) Duração do tempo de produção
3) Padrão temporal do uso dos fatores de produção originais em todo período de
produção – aumentar o período de produção equivale aumentar a quantidade de
capital.
Equilíbrio: a preferência de cada pessoa pelo tempo é dada pela razão
UMgt/Umgt+1 (períodos de tempo) que é igual a produtividade marginal do
capital (razão entre o valor dos insumos no período) ambas as razões são iguais
a 1 mais a taxa de juros (1+r)
A natureza do capital é absorvida pelo processo de maximização da utilidade com a
introdução do tempo e independentemente da utilização dos preços.
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