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Órgão do Conselho Nadonal de Estatística

e da Associação Brasileira de Municípios, editado trimestralmente


pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

DIRETOR RESPONS.(VEL: RAFAEL XAVIER


Redator-Secretário: LOURIVAL CÂMARA
Redação: Av. Franklin Roosevclt, 166- Telefone 42-5294
Oficinas: Rua Cordovil, 328 -- Telefone 30-4747

ASSINATURA ANUAL: Cr$ 80,00

RIO DE JANEIRO- BRASIL

- '

ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE MUNICIPIOS


,

OBJETIVOS
a) estudar, permanentemente, a organização; o funcio-
namento, as condições e métodos de trabalho dos Municípios
brasileiros, visando ao seu melhor rendimento;
b) promover o maior intercâmbio possível entre os
Municípios e com êles colaborar no planejamento, orientação,
assistência técnica e implantação de quaisquer modificações ou
reformas administrativas;
c) receber, estudar e difundir sugestões sôbre' assuntos
de administração municipal, promovendo, para tal fim, em
colaboração com os órgãos federais e estaduais - por meio de
palestras, documentário, congressos, publicações, etc . - ampla
difusão de ensinamentos sôbre os princípios, os problemas e a
técnica de administração municipal;
d) pre~tar aos Municípios completa e efetiva assistência;
e) realizar os objetivos de cooperação expostos nos Esta-
tutos da Comissão Pau-Americana de Cooperação Intermuni-
cipal, nas formas recomendadas e ratificadas pelos Congressos
Pan-Americanos de Municípios e pela VI Conferência Interna-
cional Americana.
R~B~rltuM~
Ano I 11 JANEIRO-JUNHO DE 1948 ))N. 08
1·2

APRESENTAÇAO

M
UITO embora não faltassem às gerações brasileiras que antecederam à atual
advertências oportunas e sugestões prudentes, acêrca dos problemas básicos da
organização nacional, a verdade é que se não deu a êsses problemas o encaminhamento
conveniente, no interêsse da valorização do homem e melhor aproveitamento dos recursos
naturais. O sentido costeiro do povoamento conduziu a sociedade brasileira a evidentes
desequilíbrios estruturais e funcionais, impedindo a ocupação integral, em têrmos sócio-
-econômicos, do espaço político, mediante a interiorização de elementos de cultura e a
formação de centros di/usares de progresso, equitativamente distribuídos em tôda a área
territorial.
Sem o suporte adequado de sólida organização rural, a urbanização litortinea retardou,
de certa maneira, a evolução econômica do País, provocando desajustamentos sociais da
maior profundidade, cujos efeitos já se fazem sentir nas próprias cidades, à medida que
a densidade permitida por seus recursos é ultrapassada pelas massas humanas deslocadas
do Interior.
Antes de refletir, como supõem alguns, mera contingência de nossa formação étnica,
o nomadismo e o centripetismo das populações brasileiras talvez encontrem explicação
lógica nas condições em que, na maioria dos casos, se exercem, no País, as atividades de
produção e circulação, a exigirem não apenas esfôrço exaustivo, mas sacrifícios de tôda
a ordem.
Dentro dêsse quadro de circunsttincias, o Municipalismo brasileiro teria de ressentir-se,
necessàriamente, do depauperamento econômico e cultural do Interior, com prejuízo evidente
para os ideais de construção política que animaram a pregação republicana.
No regime federativo, com efeito, o Município é a base, o sustentáculo, a infra-estru-
tura, por assim dizer, do organismo nacional, cuja existência, estabilidade e segurança
passam a depender, diretamente, do fortalecimento de suas "células vivas''. Verifica~se,
porém, na evolução política do País, a inversão dessa premissa, ora mediante excessiva
centralização administrativa - federal ou estadual - , ora pela absorção máxima, por
parte da União e dos Estados, das rendas municipais.
Enfraquecidos em seu poder financeiro, sem possibilidades locais e sem auxílio ade-
quado das duas outras esferas do govêrno, os Municípios brasileiros não puderam alcançar a
pleno efeito, tirante algumas significativas exceções, que circunsttincias regionais justificam,
a expansão econômica e o desenvolvimento cultural correspondentes ao esfôrço continuado
e tenaz de suas laboriosas populações.
Em sÍntese admirável, advertia RUI BARBOSA que "não se pode imaginar existência
de Nação, existência de povo constituído, existência de Estado, sem vida municipal".
Representa, portanto, um dos mais saudáveis sintomas de nossa maturidade política a
tendência, que hoje se assinala tão fortemente no Brasil, de assegurar ao Município a
função básica que lhe cabe, de direito e de fato, na entrosagem das instituições republicanas.
Reconhecendo a necessidade do restabelecimento da autonomia municipal, bem assim a da
atribuição, às administrações locais, de maior largueza de recursos, a Constituição de 18
de setembro de 1946 possibilitou a revitalização dos Municípios e o fortalecimento, nas
diferentes camadas da opinião, daquela consciência municipalista indispensável ao equilíbrio
da vida brasileira e imprescindível ao esfôrço de organização nacional.
Órgão preposto à caracterização objetiva das realidades nacionais, através da Estatística
e da Geografia, o I. B. G. E. preocupou-se, desde o início de sua atuação, em promover o
revigoramento dêlfle espírito municipalista, recolocando o Município na posição que lhe
2 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNicÍPIOS

pertenceu, nas etapas iniciais de nossa evolução histórica. Sua atuação, dentro dessa ordem
de objetivos, pode ser assinalada através de iniciativas do maior alcance e cuja repercussão
se fêz sentir, de maneira altamente honrosa para o Brasil, em importantes assembléias
internacionais. Não se ficou, apenàs, no conhecimento objetivo do quadro municipal, quer
sob o ponto de vista de sua próptia estruturação, quer no traçado de sua configuração e
conformação geográficas, quer, ainda, nos seus aspectos econ6micos e sociais. Paralelamente
ao estudo do Município, do ponto de vista geográfico e estatístico, procurou o Instituto
estimular, no âmbito municipal, empreendimentos culturais de inegável significação para
a vida local, demonstrando, ao mesmo tempo, mercê de sugestões adequadas, a necessidade
da racionalização dos respectivos serviços administrativos, mediante a adoção de modernas
técnicas de trabalho. Aí estão, por exemplo, as providências encaminhadas ou os alvitres
formulados pelo Instituto, quanto à sistematização do quadro territorial do País - adminis-
trativo e judiciário; ao levantamento dos mapas municipais e plantas das cidades e vilas, bem
como do cadastro predial e domiciliar urbano e do cadastro rural; à criação de vários
"registros" - o industrial, o da produção de carne, o escolar e o hospitalar,· à elaboração
de monografias históricas e estatístico-descritivas; à organização do Anuário Municipal de
Legislação e Administração; à divulgação das Sinopses Estatísticas dos Municípios; à ctiação
ou à reorganização das bibliotecas, arquivos e museus municipais, etc.
A contribuição do l.B.G E., em favor do progresso dos Municípios brasileiros, veio ad-
quirir, ainda, maior significado graças aos Convênios Nacionais de Estatística Municipal,
que, transferindo à responsabilidade do Instituto a administração dos serviços estatísticos
municipais, tornou possível a existência, em cada Município, sem exceção de um só, de uma
Agência de Estatística modelarmente organizada, capaz de proceder, com a necessária efi-
ciência, às investigações previstas nas suas atribuições específicas e exercer, ainda, profunda
atuação em favor do progresso cultural das comunidades a que serve.
Como foi acentuado noutra oportunidade, "o mecanismo e o alcance dos Convênios ofere-
cem singular e sugestivo exemplo da prática da mais ampla solidariedade nacional, em real
proveito do interêsse comum. As populações das capitais e dos demais centros urbanos de
maior importância e mais alto nível de conf6rto, estão contribuindo para que os mais
modestos Municípios do interior do País tenham um Órgão de estatística proporcionalmente
tão bem equipado, de pessoal e material, quanto o de quaisquer outros onde os recursos
locais e um eventual aprêço à natureza do serviço permitissem mantê-lo em condições real-
mente satisfatórias. Não somente cada Município dispõe, sem 6nus para os seus cofres,
geralmente minguados, daquele serviço eficaz e modelar, apto a colaborar em t6das as
iniciativas de interêsse local, mas ainda ficou assegurado, por essa forma, à estatística
geral do País, o lastro imprescindível à sua exatidão e veracidade, em todo o respectivo
campo de compreensão".
Na atual fase da vida brasileira, a obra do Instituto, na esfera municipal, estava a
exigir, porém, novo instrumento de ação, capaz de contribuir, ainda mais vigorosamente,
para o êxito do patriótico movimento municipalista que, tendo influenciádo a reestrutura-
ção de nossas instituições constitucionais, com a solidariedade unânime das várias corren-
tes de opinião, encontra, agora, no Presidente EURICO DUTRA um dos seus mais entusiastas
animadores. Assim o reconheceu, aliás, a Assembléia-Geral do Conselho Nacional de Es-
tatística, quando, sob a inspiração e por iniciativa de M. A. TEIXEIRA DE FREITAS, disp6s
s6bre o lançamento da REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS, dedicada à divulgação
e ao estudo dos assuntos e problemas de interêsse municipal.
É essa a iniciativa que ora se concretiza, sob os melhores ausp1c10s. Editada sob a
responsabilidade do Instituto e da Associação Brasileira de Municípios, esta publicação
tem como objetivo essencial a difusão e valorização da política municipalista; assim sendo,
contribuirá, por tôdas as formas possíveis, para o desenvolvimento econômico e o aper-
feiçoamento cultural dos Municípios brasileiros.
Seu programa visa a informar e educar, assegurando às Municipalidades a mais ampla
colaboração técnica, a elucidação oportuna e o esclarecimento adequado, no trato e exame
dos problemas administrativos de interêsse imediato para os governos locais. Trata-se, pois,
de mais uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, inspirada, como
tôdas as demais que já se inscreveram em seu acervo de realizações, no pensamento de
servir ao Brasil, contribuindo, na medida das possibilidades, para o encaminhamento, em
têrmos decisivos, dos problemas de organização nacional.
.••
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA JURÍDICA
DO MUNICÍPIO BRASILEIRO
OCÉLlO DE MEDEIROS
(Da Associação Brasileira Je Municípios)

SUMARIO:" I - Con~idcra.gõc.~ iniciai~. II - A anterioridade bistóTica do Município


Brmúleiro .-:m EstD.do. 111 · - A fi{,urtl do pwiomunicípio brasil~iro. IV - Etapas dtl
evoluçi1o municipal no B1·a.sil. V - O proarcsso ccon8mico como fair:;r de criação da vida
municipal. Vl - O Município corno pmlJicm6! a,o:!rAlio dc~:do a sua origem.

I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

DESPEITO de evocar a palavra lVIunicípio sua origem no obsoleto


A Direito Romano, cujas instituições municipais tanto exaltam nos olhos
do mundo moderno o gênio político da antiguidade, deve-se admitir, desde
logo, que os subsídios existentes nas antigas leges que nos foram legadas não
possuem nenhum valor prático para o estudo do primitivo Município por~
tuguês, principalmente em correlação com a organização transplantada para
o Brasil, através das ordenações do Reino.
lVIesmo considerando o período de dominação romana ela península ibé~
rica, quando velhas povoações se submeteram ao esplendor da o~ganização
do velho Império, aquêles subsídios possuiriam apenas valor histórico.
É que a invasão dos bárbaros, na península, apesar de favorecer o revi·
gofamento da vida municipal em virtude da preferência dêsses povos para
o campo, quase fora das cidades, determinou profunda modificação nas ins-
tituições romanas e até mesmo favoreceu a criação de um novo sistema.
Dêsse modo, o direito das ordenações 1 que interessa 1nais particularmente
ao estudo da evolução do Município luso-colonial, já se consolidou sob a
influência do gênio jurídico de Portugal, apesar de suas raízes romanas.
Assim é que a tese da origem romano-visigótica do Município europeu,
especialmente na Península, já encontrou muitos cont:raclitores, havendo mesmo
os que admitem a antiga orgF_mizução portuguêsa como produto do próprio
meio lusitano.
Quanto às palavras que evocam origens do Direito Romano e dos povos
bárbaros, valem as mf::!smas apenas como heranças lingüísticas, visto que adquiw
riram novo sentido, sob influência do progresso da civilização portuguêsa.
Na verdade, trata-se de uma contestação aceitável, pois o Direito acom-
panha a evolução dos povos e, por isso mesmo, pareceria impossível conceber
um estado de civilização sempre em progresso, regido por um sistema está~
tico de organização jurídica obsoleta.
4 REviSTA BRASILEIRA oos MuNicÍPIOS

Com efeito, os romanos denominavam de mumc1pmm a uma classe de


cidades conquistadas, quando Roma, na Idade Antiga, estendeu seu domínio
sôbre o mundo.
Constituíam comunidades políticas, subordinadas à autoridade de Roma,
mas conservando certa autonomia administrativa. Representavam, dêsse modo,
certa classe de cidades, conforme acima se disse, pois havia também outras
classes.
Sob o sistema municipia-fcederata, por exemplo, as cidades conservavam
plenamente a cidadania romana e integralmente sua primitiva organização,
com o caráter de administração local. Outras, porém, possuíam estas caracte-
rísticas, mas eram privadas da cidadania romana, em tôda a sua plenitude.
Reconheciam-lhes, apenas, os direitos jus connuhium e commercium, ou
somente êste ( municipia cerita) . Havia ainda outras que tinham êsses direitos,
mas perdiam sua antiga organização e não eram autônomas.
Na realidade, os municipia possuíam graus de cidadania romana, maior
ou menor. Só se concedia a plenitude dêsse privilégio às cidades que se su-
bordinassem integralmente ao Direito Romano da época, isto é, às leis e
decretos emanados do povo e do Senado romanos.
Na organização do antigo Município romano, a população se dividia em
cidadãos ( cives municipes ), com todos os direitos, e habitantes originários
(incolre ). Os magistrados eram eleitos pela assembléia do povo, formada de
todos os cidadãos, os quais eram distribuídos em curias ou em tribos. Um
colégio de quatro membros eleitos, que encabeçavam os magistrados, adminis-
trava o Município: dois, com poderes judiciários ( dueviri jure dicundo) e os
outros dois com poderes de polícia e de administração ( dueviri cediles) .
O Conselho Comunal, que correspondia ao Senado Romano, constituía a ordem
dos decuriões (curia ardo decuriomzm) e se compunha habitualmente de cem
membros ( decuriones, curiales), eleitos pelos viri quinquenales.
A organização, aqui esboçada em suas linhas gerais, assegurou aos Muni-
cípios uma autonomia administrativa que se restringiu à medida que se pro-
cessou a centralização. A lei ]ulia de Civitate, do ano 90, outorgou a todos
os cives e incolre os direitos da cidadania romana. Daí se processou uma
verdadeira transformação, que chegou ao auge quando um édito de CARACALLA
transformou todos os súditos do Império em cidadãos romanos.
A centralização operada pelo Império Romano deu lugar ao aniquila-
mento da autonomia dos Municípios. Desapareceram as assembléias dos vizi-
nhos. Suas atribuições eleitorais e legislativas passaram às curias, cujos mem-
bros constituíam uma espécie de nobreza municipal (honestieres), que se
opunham aos homiZiares ou plebeii.
Quando da dominação romana, povoações como Lisboa, Leiria e Braga
(Ver A. HERCULANO, História de Portugal, Vol. VII) regiam-se por leis
próprias, à semelhança dos Municípios romanos. Tratando-se de regiões do-
minadas, gozavam das concessões que os romanos outorgavam, em matéria
de cidadania, aos habitantes que ficavam sob seu domínio. Tais direitos foram,
primeiramente, conforme o exposto acima, o jus suffragii e o jus connubium.
Com a Lex Salia Municipalis, na época do Império, locali~ades chamadas
.•
.•
INTRODUÇÃO À SociOLOGIA JuRÍDICA no MuNICÍPIO BnASILEmo 5

Fora e Conciabula eng1ram-se em cidades independentes, com a denominação


antiga de Forum. Dos direitos de cidadania concedidos decorriam, paralela-
mente, os de regular administração. Por causa da cidadania, os habitantes
( municipes) contribuíam para os encargos das cidades e vilas ( municipia ).
Essa contribuição chamava-se monera.
O sistema de Conselhos, que remonta do Seculo XII ao XVI, foi pro-
fundamente estudado por aquêle historiador português, desde a dominação
romana até AFONSO IV. Há, porém, quem considere os primitivos Conselhos,
não como heranças dos romanos e godos, mas como criações do próprio muni-
cipalismo português, conforme as pesquisas de AFONSO PERES.

Na verdade, com a invasão dos bárbaros, que destruiu o Império Romano


e conseqüentemente substituiu a sua dominação na península ibérica, os pri-
mitivos Conselhos sofreram os efeitos dessa invasão. Tais efeitos, mais tarde,
com a dominação dos árabes, se exprimem nos próprios vocábulos: alcaides,
alvazis, almotacés.
É preciso reconhecer, porém, que, na Idade Média, os lVíunicípios con-
servaram muito da organização anterior do Império destruído. E, dentre as
importantes modificações introduzidas pelos bárbaros nas instituições do Mu-
nicípio europeu, merece registro especial a de caráter germânico, conventu-'3
publicus vicinorum, que era a assembléia de todos os homens livres de cada
população ou distrito rural. 1

Ora, quando da colonização do Brasil, os antigos Conselhos portuguêses


já haviam perdido muito de suas características romanas. A luta contra o
feudalismo, que ganhava terreno à medida que desapareciam as cidades livres
e os Conselhos perdiam o seu prestígio, refletia-se em Portugal e nas Colônias,
criando o centralismo que começou a triunfar no século XVI. A extinção
prática das Capitanias, pela sua sujeição ao Govêrno Central instituído, repre-
senta a vitória, na Colônia, daquele centralismo que unificou o poder do Rei.
Dêsse modo, apesar de a primitiva organização municipal do Brasil Co-
lônia conter vestígios dos Conselhos romanos, os Municípios instituídos, de
tipo manuelino, apresentavam características eminentemente portuguêsas.
Além do mais, os Conselhos evoluíram para as Câmaras, na época que coincidiu
com a colonização. Magistratura jurisdicional exercida pelos duumviros ou
quatuorviros e distinção dos chefes de família em decuriões e privados, ele-
mentos característicos dos primitivos Conselhos, subsistiram em essência nas
Câmaras. E estas Câmaras, com características portuguêsas, foram transplan-
tadas para o Brasil. Haviam adquirido configuração legal nas Ordenações
Afonsinas, nas quais os Conselhos subsistiram como partes das Câmaras.
Conclui-se daí que, com a instituição, na Colônia, na primitiva São Vicente
que o mar destruiu, do primeiro Município de tipo manuelino, pouco havia do

1
Sôbre a organizaç2.o municipal portuguêsa, baseada no primitivo Conselho, veja-se o
excelente ensaio do municipalista mineiro ORLANDO M. DE CARVALHO, Política do Município
- A g i r - 1946 -Rio de Janeiro - Págs. 11/19. Êste trabalho já estava composto quando
surgiu o ensaio el\1 aprêço Apesar disso, colhemos no mesmo alguns subsídios.

\
6 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNicÍPIOS

antigo concilium romano. O que havia era um tipo de organização municipal,


de características eminentemente portuguêsas, e que, sob a influência de novos
usos e costumes, sofreu novas alterações.

li - A ANTERIORIDADE HISTÓRICA DO MUNICÍPIO BRASILEIRO AO ESTADO

Em virtude de tais considerações iniciais, deve-se levar em conta que o


estudo da evolução municipal do Brasil, desde sua transplantação legislativa,
já não comporta referência às velhas fontes do Direito Romano, a não ser
por questão de método histórico ou por mero princípio de erudição. Na ver-
dade, em trabalho dessa natureza, pode-se até silenciar sôbre as regras contidas
nas Ordenações do Reino. É que, conforme o exposto, o próprio Município
português, de origem romana, tão discutida, perdeu, com a invasão dos bár-
baros e com o tempo, as suas características primitivas, podendo ser mesmo
explicado como um produto da própria formação histórica de Portugal. E,
quando Portugal se espraiou com as conquistas de além-mar e estendeu os ten-
táculos de sua organização aos núcleos coloniais que se foram formando em
seus domínios, as instituições do Reino já haviam sofrido os efeitos evolutivos
das transformações sociais e históricas que imprimiram aos fatos características
peculiares .
Dêsse modo, se fôsse necessano remontar às origens históricas para ex-
plicar a evolução municipal do Brasil, bastariam apenas refet ências ao con-
teúdo das Ordenações. É preciso considerar, porém, que, nos primeiros tempos
coloniais, quando vigoraram as Ordenações, principalmente Manuelinas e Fi-
lipinas ( 1603 ), cujas origens remontam ao código visigótico, não havia pro-
priamente a idéia do Município brasileiro, mas sim a organização lusitana
aplicada nas terras de além-mar. É que à história do Município, no Brasil,
se liga a idéia de Nação, e, por isso, traduz tôdas as lutas de emancipação e
independência, sob os efeitos de imperiosas causas sociais e históricas. Além
de mais, as Ordenações ofereceriam, apenas, um subsídio legislativo, dizendo
respeito à organização administrativa aplicada, conforme o L. 1.0 , T. 66
das Ordenações Filipinas. Sôbre êsse tempo, em ligeiras referências às Câ-
maras coloniais, escreveu sucintamente JosÉ DE CASTRO NUNES:

" ... tinham a administração dos bens do Conselho, faziam obras,


estabeleciam posturas, marcavam taxas, impunham fintas. Em vir-
tude de outras ordenações e leis posteriores, nomeavam os juízes
almotacés, os recebedores da siza, os depositários públicos, os ava-
liadores dos bens penhorados, os alcaides, quadrilheiros, capitães-
mores de ordenanças, sargentos-mores, capitães-mores de estradas
e assaltos, também chamados capitães do mato; os juízes de vintena
e os tesoureiros-mores. Intervinham nos julgamentos das injúrias
verbais e arrogavam-se outras atribuições, além das mencionadas
na lei. Assim é que promoviam a guerra e a paz com os gentios,
decretavam a criação de arraiais, convocavam juntas do povo para
discutir e deliberar sôbre interêsses da capitani!i., exigiam que

I
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA JURÍDICA DO MUNICÍPIO BRASILEIRO 7

os governadores comparecessem aos seus paços, para tratarem


com elas negócios públicos e, mais de uma vez, os suspende-
ram, dando-lhes substitutos até que a metrópole providenciasse a
respeito."

Aí está um esbôço dinâmico da organização municipal portuguêsa, apli-


cada na Colônia e exercendo funções meramente locais, como que preparando
o advento do Município brasileiro pela crescente interferência das Câmaras
nos negócios da terra. Em virtude dessa interferência e da ambientação dos
primeiros grupos coloniais, que pouco a pouco adquiriram características locais,
pelos interêsses próprios que constituíram, a organização municipal portuguêsa
no Brasil foi aos poucos perdendo também as suas características originárias,
até o momento em que, com a Independência, sofreu completa transformação
legal. E, a êsse respeito, convém invocar ainda a autoridade de CASTRO
NuNES:

"Com a Constituição do Império ( 1824) e a Lei regulamentar


de 1.0 de outubro de 1828, começou a fase verdadeiramente brasilei-
ra da história municipal do Brasil. Até então o que havia entre nós
era o Município português, transplantado para cá. Era instituição
importada da Metrópole e regida pelas leis desta, em cujos negÓ·
cios não tiveram ingerência apreciável as nossas Câmaras, embora
lhes fôsse dado enviar às Côrtes de Lisboa procuradores para, pe-
rante elas, capitular as queixas e necessidades da Capitania. Apesar
disso, porém, o surto espontâneo da instituição assinalou-se por
vêzes em vários pontos do País, constituindo-se à revelia das auto-
ridades centrais, como fizeram Campos e Parati (Estado do Rio),
então pequenos núcleos de população, que levantaram pelourinho
- "monumento que simbolizava a independência municipal" - ,
fazendo em seguida as devidas comunicações à Metrópole, que
ratificou a iniciativa popular. " 2

É nas fontes da História Colonial, através de cujas páginas se poderá


explicar a evolução política do País como resultante da luta pela autonomia
municipal, que se encontram os fundamentos sociais, políticos e econômicos
de tôda a nossa sociologia jurídica, embora a organização política viesse de
cima, ditada pelas instituições criadas por civilizações de elevado estado
cultural. 3
Um ligeiro bosquejo da história, relacionada com o desenvolvimento eco-
nômico do País, mostraria, a êsse respeito, uma seriação de fatos de significativa

2
CASTRO NUNES - Do Estado Federado e sua organização municipal - Editôres Leite
Ribeiro & Maurilo-,---- Rio de Janeiro- 1920- Págs. 40/43.
3
A respeito consuhem-se as obras de CAPISTRANO DE ABREU - Capítulos da História
Colonial e Descobrimento do Brasil e seu desenvolvimento no século XVI; de VARNHAGEN -
Notícia do Brasil; bem como os trabalhos orientados por MALHEIROS DIAs sôbre a História
da Colonização Portuguêsa no Btasil.
Veja-se ainda: ÜCÉLIO DE MEDEIROS, Administração Tenitorial- Imprensa Nacional -
Rio de Janeiro- i946- Págs. 76/84 .

\
8 REviSTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPios

importância na evolução municipal, como, por exemplo: a fundação das


feitorias de Santa Cruz, Rio de Janeiro, Cabo Frio, Tamaracá, etc., com os
seus processos administrativos baseados na autocracia despótica dos prepostos
metropolitanos; a experiência das Capitanias, com doze donatários e quinze
quinhões, cujo desenvolvimento independente foi criar mais tarde o sério pro-
blema da unificação; 4 os regimentos do govêrno geral como necessidade de
unificar as Capitanias, sob uma autoridade de coordenação; a cisão da admi-
nistração em duas e, logo depois, a volta aos governos gerais; a criação do
Estado independente do Maranhão, determinada pelos imperativos da descen-
tralização; a transferência do Govêrno Geral, com a Justiça entregue aos tri-
bunais de relação e aos juízes singulares; os capitães-mores na presidência
das Juntas de Fazenda, etc. A êsses fatos, juntam-se as revoluções dos Em-
boabas (1708); dos Mascates (1710); de BECKMAN (1784); a conspiração
mineira (1789); a revolução pernambucana (1817).
Desde o início da colonização até o século XVII, vigorou, no País, o sis-
tema feudal, caracterizado politicamente pela quase independência das Capi-
tanias, que a instituição do govêrno geral não conseguiu destruir. Tal sistema
permaneceu até o século XVIII, quando triunfou o sistema de centralização
sôbre o espírito independente das Capitanias, as quais foram passando ao
domínio da Coroa .
Os primeiros núcleos coloniais, compulsàriamente formados, exprimem
os primeiros defeitos do sistema colonial: "Os judeus, os degredados, forneciam
o primeiro núcleo de população. Do reino iam carregamentos de mulheres,
mais ou menos perdidas. O Brasil era, além disso, asilo, couto e homizio
garantido a todos os criminosos que quisessem ir morar, com exceção única
dos réus de heresia, traição, sodomia e moeda-falsa." 5 A êsse tempo, as feitorias
fundadas pelas expedições anteriores já apresentavam certo grau de desen-
volvimento, favorecendo o plano para estabelecimento de uma colônia regular,
com MARTIN AFONSO DE SousA. Mas, foi com ToMÉ DE SousA que se esbo-
çaram "os lineamentos da futura nação. Erguiam-se, ao longo da costa, desde
Pernambuco até São Vicente, os focos de colonização ulterior. Já se viam
rudimentos de cidades", com fisionomia européia. 0
Os primeiros núcleos, porém, representavam organismos meramente trans-
plantados, de radicação forçada. A luta pela conquista de braços é que lhes
imprimiu uma função menos vegetativa, justificando mais tarde o plano de
aldeamentos para catequese, que criou os primeiros conflitos contra os colo-
nos, principalmente com a vinda de ANCHIETA, portador da constituição que
"erigia o Brasil em Província Independente". 7

4
" . • • que se podia dizer que Portugal reconhecia a independência do Brasil antes de
êle colonizar-se ... "
5
J. P OLIVEIRA :MARTINS - O Btasil e as colônias portuguêsas - z.a edição
Lisboa- 1881- Pág. 9.
0
OLIVEIRA LIMA - op cit. - Pág. 14.
7
Veja-se J. F. DE ALMEIDA PRADO - Primeiros povoadores do Brasil- 1500-1530 --
Editôra Nacional - 1935 - Págs. 61/126. •

I
INTRODuçÃo À SociOLOGIA JunÍDICA DO MuNiciPio BnASILEmo 9

III - A FIGURA DO PROTOMUNICÍPIO BRASILEIRO

Mas, o estudo do Município brasileiro, de sua sociologia jurídica e de


sua evolução constitucional, não parte, apenas, das Ordenações reinóis, mesmo
que se tentasse explicar a organização municipal do País como simples processo
de transplantação legislativa. 8
Com efeito, as primitivas feitorias portuguêsas, apesar de seu caráter
rudimentar, podem ser consideradas, em última análise, no processo evolutivo
da vida local, como uma espécie de monera, digamos assim, do Município
luso-brasileiro.
Representam, nesse transformismo biológico que se mede por etapas, o
protomunicípio, organismo unicelular transmigrado pelas caravelas de Sagres
e que foi vicejando, na terra nova, ao longo da orla litorânea.
Dos mirantes das "casas-fortes" e atrás das "caiçaras", viviam os colonos
e soldados, sob a suprema autoridade dos "capitães de vigia da costa", à espreita
das naus que singravam as rotas da Índia ou cruzavam o oceano, na visão de
um reduto de conquista, enquanto ao redor, nas proximidades dos mananciais
de "aguada", vicejavam os grãos da agricultura empírica que os próprios
autóctones ajudavam a organizar.
Com efeito, descoberto o Brasil, não houve, da parte de D. MANUEL,
o Venturoso, nenhum plano sistemático de colonização, devido ao interêsse que
ainda ofereciam as Índias, desde que VASCO DA GAMA aportou a Calicut.
Por isso mesmo, o décimo quarto rei de Portugal limitou-se a env1ar ex-
pedições, apenas de penetração, de reconhecimento e fiscalização contra os
aventureiros, principalmente os franceses.
Ao senhor de Guiné, para quem o Brasil, no momento, só oferecia o in-
terêsse de proporcionar "aguada" e "refresco", tais expedições possuíam o valor
de fundar bases estratégicas, apesar dos colonos e "degredados" que traziam:
ANDRÉ GONÇALVES e GoNÇALO CoELHO, com AMÉRICO VESPUCCI, rondaram
São Roque, Cananéia, Bahia para o sul, Cabo Frio, Rio de Janeiro, em duas
expedições; FERNANDO DE NORONHA; DoN NUNO MANUEL; AFONSO RIBEI-
RO, etc.
Tais expedições, porém, armadas para dar combate aos franceses (a
começar por PAULMIER DE GONNEVILLE), não se limitaram a um policiamento

8
Veja-se, a êsse respeito, o prefácio do autor à conferência de RAFAEL XAVIER - A
Organização Nacional e o Jl.1unicípio (Servico Gráfico do I.B G.E - Rio de Janeiro-
1946) : "Ainda não se procurou explicar, co~ argumentos hauridos num período obscuro da
história pátria, a primeira experiência das feitorias como representando, apesar de sua feição
nitidamente econômico-militar, uma espécie de protomunicípio luso-brasileiro, no processo de
nossa evolução estatal. Pelo contrário, muitos dos que se têm dedicado a pesquisas de socio-
logia municipal brasileira, argumentando mais com o texto das Ordenações que com a realidade
da história, repetem amiúde que o Município brasileiro veio de importação. Daí o próprio
PoNTES DE MIRANDA dizer: "A verdade histórica é que a estrutura administrativa européia,
firmada no Direito Costumeiro Português dos Conselhos, foi a que mais depressa e mais
afincadamente pegou, de galho, no Brasil" .
Se se estabelecer, porém, um sistema de gradação, desde aquêles organismos unicelu-
lares dos pródromos da História Colonial até o advento da Independência, poder-se-á admitir
que o Município brasileiro, que evoluiu sob a inspiração nativista de um sentimento de
rebeldia e do desejo de autogovêrno com que fomentou as primeiras lutas pela emancipação,
não provém apenas de uma transplantação legislativa, p<>la qual se impôs um tipo de

\
10 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

de ronda, tanto assim que foram deixando, ao longo da faixa litorânea, ele-
mentos que constituíram os primeiros germes da vida municipal; a partir de
1501, alguns criminosos, entre os quais o bacharel DuARTE PERES, que se
fixou em Cananéia; FRANCISCO CHAVES e ALEIXO FARIA, também na costa de
Cananéia; DroGo ÁLVARES, náufrago de Itaparica; JoÃo RAMALHO, em Pira-
tininga; ANTÔNIO RoDRIGUES, no litoral paulista; ALEIXO GARCIA, etc.
A Feitoria da Bahia de Todos os Santos, cuja fundação é atribuída a
CRISTÓVÃO JACQUES, parece ter sido, dentre tôdas, inclusive as francesas e ho-
landesas, a de melhor organização e importância. Apresenta-se, assim, na his-
tória municipal do Brasil, como o organismo primitivo mais digno de nota.
As Expedições, no mar, e as Feitorias, em terra, possuíam, de certo modo,
a mesma natureza militar, as mesmas funções de vigilância. A diferença está
no caráter nômade das primeiras, sempre a rondar o litoral, e na natureza
fixa, tendente à sedentariedade, das segundas, comparáveis às caravelas eter-
namente ancoradas, mas conservando a mesma organização: autocracia dos
capitães-vigias; obediência irrestrita dos subalternos, organização militar tipi-
camente defensiva, contra os contrabandistas e os selvagens que não se queriam
submeter.
Estações de arribada, com soldados, degredados e colonos, as Feitorias
possuíam, entretanto, funções coloniais, além das meramente militares, motivo
por que pouco a pouco se adaptaram a uma organização administrativa de
estágio mais elevado. Entrepostos das caravelas, que aí se refrescavam, pouco
a pouco criaram relações de troca entre os produtos da terra, as especiarias
das índias e as manufaturas do Reino . Bases de radicação dos degredados,
colonos e soldados, serviram de berço à agricultura, com o plantio de espécies
econômicas e exóticas, e à pecuária, com a criação do gado que mais tarde
foi mugir ao redor das casas-grandes. Elementos de atração política do íncola,
aos poucos venceram a curiosidade, a desconfiança e o espírito das tribos selva-
gens, que espreitavam além das paliçadas, até que as mesmas, principalmente
pelas mulheres (a exemplo de DroGO ÁLVARES e JoÃo RAMALHO), se foram
incorporando à vida da "feitoria", na formação de um estágio imediatamente
superior, de organização local, isto é, o "aldeamento", fundamentado nas rela-
ções de mesclagem, troca e auxílio mútuo. Eis aí, nas ''Feitorias do Reino''
a primeira explicação da sociologia municipal do Brasil. (Veja-se: Capítulos
de História Colonial- 1500-1800- J. CAPISTRANO DE ABREU- F. Briguiet
& Cia.- Rio- 1934- págs. 22-50).

organização político-administrativa, mas, principalmente, da formação, do desenvolvimento


e da sedimentação de uma consciência localista, ou melhor, de uma mentalidade munici-
palista, digamos assim.
Em todo caso, é preciso considerar: o País, em sua infância, não poderia deixar de se
reger por leis alienígenas, tanto assim que houve uma transplantação do sistema de organi-
zação. Mas, o que se transplantou foi a legislação de organização municipal. Não foi o
Município, porque êste é uma instituição mais política, mais humana, mais social e econômica
que legislativa. Não é apenas uma delimitação de área geográfica ou uma consubstanciação
de dispositivos legais. É um produto da terra e do meio. É uma espécie de mato brabo,
que não pegou de galho, mas que cresceu à toa na terra virgem, com as suas características
próprias, os seus sentimentos e as suas reações. Jamais poderemos negá-lo. E foi o
Município que fêz a nossa cultura, a nossa economia e a nossa história dentro de um
sentimento nativista que explodiu até mesmo nos períodos coloniais, .com os primeiros
escritores e poetas."

I
INTRODUÇÃO À SociOLOGIA JuRÍDICA DO MuNICÍPIO BRASILEIRO 11

Nos primitivos métodos de colonização compulsória, com soldados e de-


gredados, há a considerar, também, as vantagens com que o Reino procurava
intensificar a transumância voluntária dos aventureiros portuguêses, conceden-
do-lhes extraordinários direitos de senhorios, autoridade absoluta através das
"Cartas de Capitania". 9 Entre a pena de morte, conforme as "Ordenações
Manuelinas", e uma concessão no Brasil, esta não poderia deixar de ser pre-
ferida pelo condenado, embora significassem a mesma coisa. Além do privi-
legiado donatário, havia três classes: fidalgos, peões e gentios.
Capitães de Vigias, soldados, colonos, degredados e índios, já não ergue-
ram apenas a Cruz, como quando da investidura da Ilha, mas, também as
"Casas Fortes", as "Caiçaras" e as "Casas de Taipa", para alojamentos e arma-
zenamentos, na formação de um organismo econômico-militar administrativo
que, sofrendo as influências das leis de adaptação ao meio, pode ser classi-
ficado como o protomunicípio da América Portuguêsa.
É fácil imaginar, antes mesmo de serem as "Feitorias" transformadas em
"Povoados", o desenvolvimento gradativo dêsses organismos unicelulares, fin-
cados nos pontos mais estratégicos da orla litorânea; o núcleo militar, com
poderes absolutistas, distribuindo tarefas aos colonos, índios e degredados,
ou inquirindo os aventureiros franceses que, ao lhes caírem às mãos, se descul-
pavam com naufrágios; a chegada e a partida das caravelas, incentivando as
primeiras trocas comerciais; a brutificação e a resignação dos portuguêses,
adaptando-se à vida das tribos, às quais transmitiam novos processos de tra-
balho, no cultivo da terra; os métodos de autocracia administrativa com que
se pretendia submeter os selvagens à suserania lusitana; o progresso das
primeiras culturas, a contrastar com a flora nativa, etc.
Tudo isso - mistura das vestes exóticas dos intrusos com as côres ber-
rantes das tangas e cocares dos autóctones - pode proporcionar a imagem
dêsse protoplasma social, regido pela violência e pela cobiça, no sentido de,
paradoxalmente, impor-se à cooperação indígena. Aí as "casas fortes" de taipa
e as "ocas" circulares se associaram para a formação do "aldeamento" ou "povoa-
do", onde mais tarde se erigiram duas instituições gêmeas: o "pelourinho"
e a "igreja". É o advento da Vila.
No estudo da sociologia jurídico-administrativa do Município no Brasil,
os "povoados" e as "vilas" do regime colonial, com suas funções menos mili-
tares, ao contrário das "Feitorias do Reino", representam a segunda etapa
da organização municipal, numa forma mais desenvolvida, em virtude de sua

"Tinha o donatário o poder de criar vilas (Municípios) cuja sede será o Conselho,
com o seu senado ou câmara de dois vereadores, dois juízes ordinários e dois funcionários,
um dos quais, o almotacé, ao mesmo tempo, era encarregado do asseio e iluminação das
ruas, preço dos gênems, e aferidor de pesos e medidas" - TABAJARA PEDROSO - História
das Fundações Coloniais - São Paulo - 1922 - Pág. 11. Ao donatário da terra, com-
petia perpetuamente, entre outros privilégios, "o criar vilas, dando-lhes insígnias e liberdades,
e, por conseguinte, foros especiais, e nomeando para governá-las, em nome dêle, donatário,
e de seu sucessor, os ouvidores, meirinhos e mais oficiais de justiça; prover, em seus nomes,
as capitanias de tabeliães do público e judicial, recebendo de cada um quinhentos réis de
pensão por ano; delegar a alcaideria ou govêrno militar das vilas nos indivíduos que esco-
lhessem, tomando-lhes a devida mensagem ou juramento de fidelidade" etc. (VISCONDE DE
PORTO SEGURO - História Geral do Brasil - Tomo I - 4.a edição - Comp. Melhora-
mentos - São Paulo - Págs. 181/182).

\
12 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

estrutura menos rudimentar, de sua natureza político-social e de sua organi-


zação administrativa.

IV - ETAPAS DA EVOLUÇÃO MUNICIPAL NO BRASIL

Os primitivos núcleos, já radicados na orla litorânea e até mesmo nos


pontos mais afastados do interior, foram criando relações de troca e atraindo
a cooperação indígena, mais tarde quase totalmente substituída pelo trabalho
escravo do negro.
As Casas Fortes, as Caiçaras.e as Casas de Taipa, sôbre as quais se afir-
mava a autoridade despótica dos Capitães de Vigia da Costa, passaram a está-
gios superiores: aldeamentos, povoados, vilas. Nosso mais importante núcleo
administrativo colonial obedeceu em tudo ao regime das vilas da Coroa e
do Mestrado de Cristo. 10 MARTIM AFONSO DE SouzA, investido de poderes
que lhe eram outorgados por três cartas régias, demarcou e arruou o terreno,
distribuiu lotes aos sesmeiros, construiu o Forte, a Casa da Câmara, a Cadeia,
a Igreja, a Alfândega; nomeou os oficiais e convocou os homens bons, ato
que precedeu à eleição dos vereadores, pelos Burgueses, únicos que tinham
o direito de votar. Fundou-se, assim, São Vicente. Não havia propriamente
Município. O que havia era a terra "dividida em senhorios, dentro do senho-
rio do Estado", na conformidade do direito civil recopilado nas Ordenações
Manuelinas e nos Regimentos Especiais.
A terra também pertencia à Ordem de Cristo. Por isto, mesmo, só vilas
puderam ser criadas, pois, para a criação de cidades, impunha-se a emanci-
pação da terra, como feudo a serviço da Fé.
As cidades representam a etapa mais evoluída da organização municipal
nos tempos coloniais. Não consentindo o Papa que bispos residissem em Vilas,
mas em cidades, era necessário que o Rei, na qualidade de Grão Mestre da
Ordem de Cristo, emancipasse a terra e elevasse à categoria de cidades as vilas
destinadas às sedes episcopais. Por isto é que, com a chegada do primeiro Go-
vernador, em 1549, e com a criação do Primeiro Bispado, por Bula de 25 de
fevereiro de 1551, se lançaram os fundamentos da primeira cidade regular
no Brasil, pelos arredores de Vila Velha, na Bahia.U

10
" A jurisdição primana, em cada terra, era exercida pelos juízes ordinádos,
mudados anualmente, e eleitos de entre os homens bons ou pessoas mais gradas do conselho.
Nas cidades e vilas, eram geralmente dois, e se denominavam de vara vermelha, por ser
desta côr o distintivo que tinham obrigação de levar sempre consigo. OS MESMOS JUÍZES
JUNTOS, PELO MENOS, A DOIS VEREADORES E A UM PROCURADOR DO
CONSELHO, CONSTITUÍAM A CÂMARA OU SENADO, QUE EXERCIA O GOVÊRNO
MUNICIPAL E ECONÔMICO DO MESMO CONSELHO. O procurador servia, nas po-
voações menores, de tesoureiro. Aos vereadores competia o organizarem as postw as e verea-
ções. Havia mais, em cada conselho, um escrivão e um almotacé". . . Mais adiante: ". . . em
cada conselho havia um alcaide pequeno, que respondia pelo sossêgo, e fazia as prisões e
citações. Era escolhido pela Câmara entre os propostos pelo senhor da terra". (VISCONDE DE
PORTO SEGURO- op. cit., págs. 186/187) Os grifos são do autor do artigo.
11
" . • • mandou cercá-Ia de muros de taipa, não podendo, com a brevidade que era
precisa, fabricá-los de outra maneira. Da mesma forma fêz levantar a Igreja Matriz, o
Palácio dos Governadores, a Casa da Câmara e a Cadeia, nos próprios lugares em que

I
INTRODuçÃo À SociOLOGIA JuRÍDICA DO MuNicÍPIO BRASILEIRO 13

Até 1521, regularam o sistema administrativo no Brasil as Ordenações


Manuelinas e as Afonsinas, segundo as quais o povo, dentro dos métodos de
legislação foraleira, poderia participar diretamente nos negócios dos Municí-
pios. Em 1603, foram promulgadas as Ordenações Filipinas. O livro I, títulos
66 e 71, dessas Ordenações, modificou profundamente a administração colonial.
Na realidade, o Código Afonsino, em que se consolidaram os primeiros
dispositivos do Direito Lusitano, pouca ou nenhuma aplicação teve no Brasil.
Por êle, os vereadores, que substituíram as antigas assembléias dos homens
bons, participavam do govêrno do antigo Município português, na qualidade
de delegados do povo. Julgavam também as Causas de Competência dos Con-
selhos presididos pelos juízes burgueses. Os Títulos 26 e 29, do Livro I, regu-
lamentavam a composição da Câmara. Os alvazis ou alcaides foram substituí-
dos pelos juízes ordinários, eleitos anualmente pelos homens bons e confirma-
dos pelos donatários ou pelos reis. As Câmaras compunham-se dos juízes ordi-
nários, como seus presidentes, e dos vereadores, eleitos pelos homens bons.
As Ordenações Manuelinas, mandadas estabelecer dentro de um critério
de revisão das Ordenações Afonsinas, em nada alteraram, nesse aspecto, o
referido Código. As Ordenações Filipinas, instituídas com o fim de reformar
as ordenações anteriores, também poucas alterações trouxeram. Dêsse modo,
a organização do Município colonial lusitano conservou sempre, apesar das
alterações, o espírito do Código Afonsino.
No período que medeia entre a promulgação das Ordenações Filipinas,
publicadas em 1603 e confirmadas em 1643, e a lei de 1.0 de outubro de 1828,
começa a esboçar-se certo espírito de inovação legislativa, no sentido de dar
novas bases à organização administrativa dos Municípios, no Brasil.
Despidas, pouco a pouco, de funções judiciárias, reduzidas ao julgamento,
com o juiz presidente, das ações de injúrias verbais, pequenos furtos e causas
de almotaceria, depois de previamente processadas pelo mesmo juiz com o
tabelião do judicial - as Câmaras passaram lentamente a ter funções mais
administrativas e políticas. Compunham-nas os oficiais da Câmara: juiz ordi-
nário ou de terra, que possuía como insígnia do cargo uma vara vermelha,
como presidente; juiz de fora, nos lugares em que o havia, e que usava uma
vara branca, como insígnia de mais poderes; três ou quatro vereadores, um
procurador, dois almotacés e um escrivão. O alcaide possuía funções de dele-
gado. Certas Câmaras se davam ao luxo de possuir um síndico, antigo vozeiro,
e um tesoureiro. O Conselho de Vereança, que em função deliberativa se
compunha apenas de juiz e dos vereadores, mais tarde passou a ser designado
apenas por Câmara.

depois se fabticariam com suntuosidade. Deu forma às praças, às ruas e a tudo que conduzia
à fundação da República" .. - SEBASTIÃO DA RocHA PITTA - História da América Por-
tuguêsa - Coleção de obras mandadas imprimir pleo BARÃO HoMEM DE MELO - Bahia
-Imprensa Nacional-1878- Pág. 100. Veja-se, também, a êsse respeito: GABRIEL SOARES
DE SOUSA - Notícia do Brasil - 1. 0 Tomo - Livraria Martins Editôra - São Paulo -
Págs. 247/248; Coronel INÁCIO ACIOLI DE CERQUEIRA SILVA - Memórias Históricas e
Políticas da Província da Bahia - 1925 - 2 vols.

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14 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

V - O PROGRESSO ECONÔMICO COMO FATOR DE CRIAÇÃO


DA VIDA MUNICIPAL

A noção de Município não se liga, apenas, a uma dada extensão territorial


ou a um conjunto artificial de regras jurídicas. Por isso, não comporta nenhuma
interpretação meramente geográfica ou uma concepção exclusivamente legal.
Diz respeito tanto a um adensamento humano, com características peculiares,
quanto a um sistema de tradições, de interêsses e de aspirações, constituindo
organismos típicos devidamente integrados na estrutura social e política do
Estado.
Dêsse modo, conquanto a legislação portuguêsa houvesse regulado a orde-
nação jurídica dos grupos sociais da colônia e ainda houvesse dividido a terra
em áreas administrativas, não havia propriamente Município nessa época
recuada, mas tão somente um esbôço jurídico da organização social e
uma mentalidade tipicamente feudalista, representando uma espécie de "pro-
longamento europeu" em que os interêsses dos súditos desapareciam ante a
prepotência das autoridades metropolitanas. As divisões administrativas, pon-
tilhadas primitivamente de feitorias e mais tarde de povoados, constituíam,
apenas, vazios no mapa, meras convenções geográficas.
À medida, porém, que os foreiros passaram a se constituir em proprie-
tários da terra, e que a mesclagem foi, por assim dizer, "nacionalizando" as
famílias dos colonos, novos interêsses se foram criando e, com isso, processou-
se lentamente a individualização dos núcleos primitivos, que secularmente foram
adquirindo personalidade própria, moldada na fisionomia do meio social e
geográfico .
Aquêles organismos primários, de caráter tipicamente feudal, foram ad-
quirindo, assim, separados por longas distâncias, características peculiares, e,
com o progresso social e demográfico que iam alcançando, pouco a pouco se
tornavam centros de interêsse capazes de sobreviver e progredir . 12
Vivendo sob regime de exploração colonial agrícola, dentro de um siste-
ma social baseado no feudalismo, caracterizado por doações e senhorios, o
País só apresentou vida municipal, com características próprias, quando o
progresso econômico se generalizou .
Ê que, com o desenvolvimento dêsse progresso, se multiplicaram os
núcleos sociais, com vida administrativa própria, mercê do crescimento das
indústrias locais.
Nas colônias litorâneas, dominadas por Pernambuco e Bahia, êsse progres-
so já se refletia na própria vida da metrópole, cuja exportação anual de gêne-
ros computava cêrca de 160 contos. Cêrca de 45 navios aportavam, por ano,
em Pernambuco. Dos 120 engenhos de açúcar, produzindo 70 000 caixas ou
40 000 toneladas, só Olinda contava com 50, com 1200 colonos e 5 000 negros,

12
" Com a grande providência de 1534 para a colonização do Brasil, podemos
resumir tudo nas seguintes linhas: sete capitanias se achavam fundadas, mas dessas, somente
três, Pôrto Seguro, São Vicente e Pernambuco, apresentavam eficiente progresso e até certo
ponto se achavam em condicões de subsistência própria".. . (História do Brasil - HENRI-
QUE HANDELMANN- Trad: do I.H.G.B. - 1931 - Págs. 88/89). Êsse autor calculava
o progresso do Brasil, depois de 50 anos de tomada de posse e 20 de colonização, em 1550,
em 5 000 almas, entre europeus e africanos.

,
lNTHODUÇÃO À SociOLOGIA JunÍDICA DO MuNICÍPIO BnASILEIHO 15

montando sua produção a 200 000 arrôbas. A renda do pau brasil, cuja ex-
ploração determinou os primeiros movimentos coloniais, representava apenas
quatro contos .
Em 1607, as colônias brasileiras rendiam menos que a África, dando esta
a Portugal um lucro de 68 093:044$000. Confrontando-se êsse lucro com o
do Brasil, no valor de 23 648: 133$000, verifica-se a diferença de ........ .
44 444:911$000, o que, embora constituindo quase que o dôbro do saldo
líquido no Brasil, não deixava de exprimir notável progresso dêste, conside-
rando-se que a metrópole sempre dispensou maiores interêsses às colônias
africanas, exploradas há mais tempo.
Na verdade, o interêsse português pelo maior desenvolvimento do Brasil
só se acentuou quando o continente africano começou a perder a sua expressão
na balança comercial dos portuguêses .
Um século após o descobrimento, a colônia pouco pesava nos orçamentos
metropolitanos, conforme se poderá verificar através do seguinte orçamento
colonial:
Receita
Renda do pau brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24. 000: 000
Renda dos dízimos, contratos por seis anos . . . . . . . . . . . . . . 42.000:000 66.000:000

Despesa
Oficiais de fazenda, justiça e donatários .............. . 11.090:397
Cleresia .......................................... . 8.057:230
Guerra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23.204:240 42.351:867

SALDO 21.748:133

Cada núcleo social, cada engenho, cada estabelecimento, separados nos


latifúndios das capitanias por enormes distâncias, já não começaram a tornar-se
autárquicos, mas sim autônomos, a despeito de viverem sob o império das leis
centrais. Essa autonomia econômica, criando centros de interêsses indepen-
dentes, concorreu fundamentalmente para o desenvolvimento municipal do
País, gerando o espírito da autonomia política.

VI - O MUNICÍPIO COMO PROBLEMA AGRÁRIO DESDE A SUA ORIGEM

Vê-se, por aí, que o problema do Município, no Brasil, não consiste, apenas,
em atribuí-lo, por processos de concessão legislativa, maior ou menor grau de
autonomia. Não é eletivo, nem tampouco doutrinário. É problema que re-
monta às origens coloniais, às fontes históricas do poder político, aos retró-
grados sistemas de economia, enfim, aos métodos feudais de exploração e
propriedade da terra. É problema tipicamente agrário, de melhor distribuição
de populações, de exploração racional de riquezas, regularização de consumo,
revisão do velho direito de propriedade. 13

13
" Tôda a estrutura de nossa sociedade colonial teve sua base fora das cidades" ...
". . . Durante os primeiros anos de colônia, tôda a vida do País concentrava-se decididamente
no domínio rural: a cidade era virtualmente, senão de fato, urna simples dependência dêste.
Com algum exagêro, poderíamos dizer que essa situação não mudou até o penúltimo decênio
do século passado". . . (SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA - Raízes do Brasil - José Olímpio
Edit. - Rio de Janeiro - 1936 - Págs. 43/44) .

'
16 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

No atual sistema econômico, em que predomina o regime latifundiário


e seus processos econômicos decorrentes, paralelamente à ignorância dos mu-
nícipes e à miséria das massas, a autonomia política, de caráter meramente
constitucional, servirá, apenas, para prolongar os males coloniais: a entroni-
zação, no poder, dos representantes da elite rural, expressões legítimas dos
grandes proprietários de terras e incondicionais defensores dêsse clima de
desigualdade favorável aos seus interêsses; monopólio, nas mãos da casta re-
manescente do período escravocrata, das culturas que pesam nos mercados
consumidores de matérias primas e das indústrias incipientes, principalmente
a pastoril, enfim, continuidade da entrega das estradas aos carros de boi que
simbolizam a morosidade, o atraso manual e a estagnação do povo numa idade
que não conheceu o poder reformador dos fios elétricos.
Convoque-se o eleitorado rural, elejam-se os prefeitos e os vereadores,
atribuam-se às câmaras municipais o exercício da mais ampla competência,
em matéria de funções municipais, dentro dos minguados recursos das comunas,
ou se assegurem aos munícipes os mais liberais direitos políticos - nada
disso solucionará o problema municipal brasileiro. O estudo aqui feito sôbre
a evolução do Município brasileiro, nos períodos mais recuados da vida do
País, justifica plenamente essas deduções.

I
"""'
A ADMINISTRAÇAO MUNICIPAL
E O RURALISMO PEDAGÓGICO
J. ROBERTO MOREIRA

S questões relativas à educação rural, já debatidas extensamente por edu-


A cadores brasileiros, devem ser compreendidas e atacadas de um ponto
de vista mais amplo que o das simples considerações de ordem pedagó-
gica e didática. Com isto não pretendemos enunciar qualquer novidade.
Apenas é nosso propósito demonstrar a interdependência de vários problemas
político-administrativos e sua relação com o dinamismo funcional de certos
organismos sociais .
Para tal fim, repetiremos, de início, algumas çonclusões universalmente
aceitas, das modernas ciências biológicas e sociais, sua relação com os proble-
mas educacionais e com outros problemas de política e administração, para,
enfim, tratar do assunto principal dêste artigo. Naturalmente somos obrigados
à síntese e a aceitar várias hipóteses e teorias como bastante conhecidas por
quem nos ler, já que falta espaço e tempo para fazer a sua exposição.
2 . "Reduzida a seus elementos, a comunidade humana pode ser consi-
derada como sendo ecolàgicamente o produto de cinco fatôres interatuantes:
uma população ( 1) que vive numa área, ( 2) possuindo artefatos (cultura
tecnológica) e (3) costumes e crenças (cultura não material), uns e outros
determinando ( 4) o uso de recursos naturais e ( 5) as funções executadas na
divisão do trabalho. Na comunidade humana êstes fatôres agem ( 1) em sua
distribuição espacial, ( 2) na organização funcional e ( 3) em sua posição em
uma constelação de comunidades, e ( 4) nas mudanças, dentro da comunidade,
quer ecológicas, quer sociais". 1
Considerados êstes cinco fatôres e suas quatro conseqüências principais,
de acôrdo com a síntese acima, compreende-se fàcilmente que, num país como
o Brasil, onde os fatôres 1, 2, 4 e 5 diferem extraordinàriamente de região
para região e, dentro destas, configurando-se em campo por graus diversos de
intensidade dinâmica, o Município se apresenta, ecolàgicamente, como a uni-
dade por excelência. É sobretudo pela consideração do arranjo espacial da
população, da economia e das instituições nessa unidade, que se considera como
uma comunidade local, que poderemos compreendê-la, depois, na constelação
de comunidades que constituem o campo regional e, finalmente, o nacional.
No gráfico n. 0 1, anexo, pode-se ver como considerar, topolàgicamente,
um Município em sua relação com uma zona estadual, um Estado, uma região
nacional, o país e um fato econômico universal. Por êle demonstra-se que
uma hipótese associacionista, por justaposição molecular, é falsa na conside-
ração do Município como unidade e comunidade local.
Embora se apresente como esquema incompleto, o gráfico sugere as
razões e os imperativos que levam à compreensão dos aspectos dinâmicos ou
funcionais das relações espaciais e das mudanças temporais, considerados os
diversos campos geográfico-sociais do Brasil. Assim, o que temos em vista, é

1
A B. HOLLINGSHEAD - An Outline oi the Principies oi Sociology, PARK REUTER
et ai. - New York, 1939.

R B.M. - 2

'
18 REVISTA BnASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

uma construção topológica em que, passando de regwes menos amplas a


outras que as abrangem, tendo em vista barreiras físicas e sociais, possamos
compreender a comunidade local dentro da constelação de que faz parte,
e esta dentro do Brasil. 2

3. Conforme, portanto, a área, a cultura tecnológica, a cultura moral,


a conseqüente possibilidade do uso dos recursos naturais e as funções deter-
minadas pela divisão do trabalho, no Município, tàis serão sua organização
funcional, sua posição entre os demais Municípios da região e as possíveis
mudanças nas suas relações de simbiose e nas suas instituições sociais.
Conseqüentemente, os municipalistas brasileiros têm razão no pregar a
importância da administração municipal, que exige técnicos dos mais capazes,
cujo trabalho deverá partir justamente do estudo da ecologia local para o
planejamento administrativo, naturalmente sem perder de vista as relações
entre as comunidades loct;tis da constelação regional, e das regiões entre si.
Ora, se é assim, por certo que a educação, como instituição social que é,
deve ser considerada também do ponto de vista municipal. Não que se deva
traçar uma política educacional a partir apenas da consideração do Muni-
cípio. Já vimos que a ecologia, estudada genotipicamente, não permite hipó-
teses associacionistas. O que se deve fazer é a adoção de uma política educacio-
nal que permita a consideração do Município como uma comunidade que tem
seus aspectos ecológicos próprios, uma vez que a estabilidade relativa ou a
contínua mudança das modalidades de divisão do trabalho local, bem como
da distribuição de população pode exigir, ou não, um processo contínuo de
ajustamento institucional.

4. O que se deduz desde logo destas premissas é que, em face da rea-


lidade municipal, a administração do ensino não pode ser realizada segundo
princípios de rígida centralização nacional, nem tampouco de absoluta des-
centralização.
Se temos razões para suspeitar que uma autonomia completa de iniciativa
regional e privada, nos problemas educacionais, pode ser perigosa, quando
se têm em vista certos conceitos nacionalistas, seria mais perigoso ainda partir
daí para um centralismo a qualquer preço.
Conforme estabelece I. L. KANDEL," pelo exame da educação pública
nos Estados Unidos, na Alemanha, na Inglaterra, na França e na Rússia, o
progresso educacional tende a ser lento nos sistemas centralizados; as escolas
elementares na França e na Alemanha permaneceram imutáveis no seu currí-
culo por trinta a quarenta anos. Nos Estados Unidos, onde a iniciativa privada
é ampla, a escola se adapta às solicitações do meio, porque depende intimamente
de associações locais, que a fiscalizam, fazendo-lhe exigências e criticando-a.
Na Inglaterra, tende-se hoje à realização de uma política educacional centra-
lizada, embora não se procure cortar a autonomia das entidades municipais e
privadas. Na Rússia, a política de educação é de âmbito nacional, enquanto
se concede liberdade às instituições locais e aos professôres de organizar pro-
gramas e ensaiar métodos progressivos de ensino.
Seja como fôr, porém, o balanço destas experiências, realizadas em
outros países, é contrário à centralização rígida, à uniformidade escolar, à iden-
tidade dos currículos, etc .

" Veja-se sôbre êste í'Ssunto, para melhor compreensão das questões ecológicas: The
City, R. E. PARK et al. (Chicago, 1925); Príncipes de Géographie Humaine, VIDAL DE LA
BLACHE (Paris, 1922); The Hwnan Habitat, HUNTINGTON, ELLISWORTH (New York, 1927).
3
Veja-se Encyclopaedia oi Social Science, vol V, art. "Public Education", I L
KANDEL.

,
T apologia Municipal
(Esbôço topológico do campo econômico e social)

8
p
GJ)/
.

0/
' /-',.,
/A PB
F'J\,.
~I

Fig IV - Zona de Pesca

P =:::: Trabalhadmes do mar; PB:::::. Ptopríetá-


lios de barcos e apetrechos de pesca ; C =
Compzadmes e beneliciadores de peixe, de fota
do Município A linha quebrada representa
a quase inexistência de barreiras entre as
daas classes

Fig

B :=:: Blumenau ; VI== Vale do Ita.jaí;


SC::::::: Sta Catwina; SB ==Sul do Btasi1;
B::::: Brasil; PI ==Produção Industrial

Fig, II - Alto Sertão Fig V - Zona de Colonização

GP == lirrmdes proprietários de terras, apenas C == Industriais, negociantes; TU == Tt aba.lhaq


aproveitadas em pequezws paz tes; I:::::: pseu- dores e m tezãos das vilas e pequenas cidades ;
dopl opriet{u i os, posseiros; T == Capangas e A== Agdcultores; M ==Fronteira mmginal.
trabalhadotes dos grandes latifúndios
As pequenas át eas etn fó1 ma de células rept e-
sentam os &tupos, às vêzes compostos de uma
só família.

Fig III - Zona Rural Comum Fig VI - Zona Industrial

GF == Gtandcs fa.zendeilos; PP ==Pequenos


p1 oprietátios; ST :::::Camponeses sem teaa, C :=Capitalistas ; CM ==Classe média ;
que ttabalham nas gtandes fazendas. P == Pt oleta1 ia. do

'
20 REviSTA BnASILEIRA DOS MuNICÍPIOS
- - - - - --- --- --- - - - - - - -----------------

5. Infelizmente, apesar da autonomia estadual que prevaleceu até 1937,


não se realizou no Brasil a escola regional, adaptada às condições do meio.
Tanto assim é, que uns Estados procuraram imitar os outros, despreocupados
das suas próprias condições e exigências ambientais.
Parece que Santa Catarina e Paraná se limitaram a copiar São Paulo;
da mesma forma o fizeram alguns Estados do N ardeste. A Bahia parece ter
querido seguir Minas Gerais, e assim por diante . E, em todos êles, Estados
líderes ou imitadores, a escola foi uma instituição que se impôs ao Município.
Não surgiu de suas necessidades. Veio planejada e pronta de fora. Quando
muito, certos Municípios, cujas riquezas permitiam um orçamento mais folgado!
instalavam, por sua conta e risco, com professôres improvisados, algumas
escolas isoladas, cujo modêlo lhes era fornecido pelo Estado.
A imitação e a uniformidade iam a tal ponto que, às vêzes, até os livros
de leitura eram os mesmos, no Sul e no Norte . O praieirozinho, de barriga
inchada e faces pálidas, devia ter o mesmo comportamento escolar que o pau-
listinha proletário, talvez não menos doentio, mas certamente com mentalidade
em formação, bem diferente .
"Na praia como no sertão, nos grandes centros urbanos como nas pequenas
cidades, a escola primária é absolutamente a mesma, a despeito das tinturas
teóricas com que, às vêzes, se finge diferenciá-la nos programas. Uniformizadas,
não apenas como deveriam ser em seu espírito fundamental, e dominadas exclu-
sivamente pela sua função alfabetizante, que não conseguem desempenhar,
as nossas escolas primárias não são organizadas no sentido de reagir eficazmente
sôbre o meio em que se instalam e em que podiam exercer poderosa ação
social e de orientação prática e educativa das atividades locais."
"As escolas, localizadas em zonas agrícolas, com campo de experimentação;
na praia, em zonas de pesca, ou em meios francamente industriais, deviam
tôdas, sem perder a sua unidade substancial, organizar-se em conformidade
com o ambiente a que são chamadas a servir. " 4

6. Conhecida a situação econômico-social de um Município, isto é


como postula o Professor FERNANDO DE AZEVEDO na citação anterior - ,
do meio ou do ambiente a que deve servir a educação, poder-se-á, então, deter-
minar o tipo de escola a ser estabelecido ali. Penso, porém, que esta fórmula
é um tanto simplista e encobre certos problemas que merecem ser conside-
rados. Para positivar isto e dar uma idéia de como se diferenciam os Municí-
pios em sua organização dinâmica, oferecemos nas figuras 11, 111, IV, V e VI,
a título de generalização a ser revisada e melhor concordante com os fatos,
algumas construções topológicas, tendo em vista a permeabilidade das fron-
teiras do Município e dos limites dos seus grupamentos humanos, bem como a
maior ou menor intensidade das barreiras entre suas classes sociais. 5 Tomamos
para exemplo cinco tipos possíveis de Municípios, tendo em vista as informa-
ções atuais que possuímos de algumas regiões do Brasil, por observação própria
e por leitura: do alto sertão, da zona rural, da zona urbana industrial, da
zona litorânea e das zonas de colonização estrangeira.

4
Veja-se A Educação Pública em São Paulo, por FERNANDO DE AZEVEDO - Com-
panhia Editôra Nacional, 1937.
5
Sôbre os estudos topológicos podemos indicar: J. F. BROWN, Psychology and
the Social Order (An introduction to the Dynamic Study of Social Fields) - Nova
Iorque, 1936; e P. FRANKLIN - "What is Topology ?", em Philosophy oi Science, 1935, 2.
A ADMINISTHAÇÃO MuNICIPAL E o RuRALISMO PEDAGÓGICO 21

As fronteiras de um Município de alto sertão aparecem em traço forte,


limite externo da figura li, o que é símbolo de pouca permeabilidade; essas
fronteiras são de natureza física: distância, falta de transportes, isolamento
natural, enfim. No alto sertão não há fortes barreiras entre duas classes: a
dos pseudoproprietários de terras, os sertanejos que, sem título de posse ou
aforamento, se instalam em terras devolutas ou em partes não exploradas dos
latifúndios, e os que trabalham para os grandes proprietários. É relativamente
freqüente a passagem de elementos de um para o outro grupo.
A barreira surge entre os grandes proprietários e os outros, sem que, toda-
via, consiga impedir o contacto de uns e outros; contacto afetivo, às vêzes,
mas que não leva à transposição de elementos de uma para a outra classe;
não há mobilidade vertical. Dentro das classes, os limites dos grupamentos
- representados na figura por pequenas áreas - são permeáveis.
Já na zona rural, propriamente dita, a separação entre os ricos e os outros
é maior. O fazendeiro passa grande parte do seu tempo nas cidades. Daí
o menor contacto com os camponeses que trabalham na sua propriedade e
com os pequenos proprietários dos arredores. Nos povoados e pequenas cidades
do interior, êles são vistos como grandes senhores que devem ser respeitados.
Não acontece o mesmo, porém, entre trabalhadores rurais e os pequenos pro-
prietários. O contacto e a mobilidade social de um para o outro grupo é maior.
Nos Municípios praieiros, onde predomina a pesca, há duas classes, sepa-
radas por barreira transponível: os trabalhadores do mar e os proprietários
de barcos e apetrechos de pesca. Embora seja possível apontar casos de
separação e, não raro, de conflito entre ambas, em geral isto não acontece.
Freqüentemente uns cooperam com os outros, nos mesmos trabalhos e, em
vez de os primeiros receberem salário, recebem uma percentagem razoável
do produto da venda do pescado.
A classe capitalista geralmente fica fora do Município; compra e revende
o pescado, ou mantém indústria para o seu beneficiamento. Existem natu-
ralmente Municípios costeiros em que, com a pesca, há outros meios de
produção. Estamos, todavia, apontando apenas certo tipo de comunidade
municipal, como Pôrto Belo e A1 aq•.mri, em S0nta Catarina, onde aquela é que
é a realidade .
Nos Municípios de colonização estrangeira, poderíamos distinguir os das
zonas rurais e os industriais. Em alguns casos, como os Municípios de Joinville,
Jaraguá, Blumenau e Brusque, são ao mesmo tempo industriais e agrícolas.
O operário é ali um pequeno burguês. Trabalha nas fábricas de tecidos, peque-
nas indústrias metalúrgicas, serrarias, cervejarias, etc., e possui casa própria,
às bordas da cidade, com seu quintal, uma ou duas vacas leiteiras, galinhas
e alguns porcos. O meio de condução, por excelência, é a bicicleta. Todavia,
em Joinville e Blumenau já começam a existir os verdadeiros proletários,
homens que nada têm de seu senão os braços para trabalhar e uma família
para alimentar.
Nos Municípios de colonização estrangeira, é manifesto o problema da
nacionalização e da assimilação. Em geral, os agrupamentos nacionais e de
imigrantes conseguem estabelecer zonas comuns, áreas de perímetro entre-
laçado, na figura V. Mas, também se formam zonas marginais, principalmente
na classe média e burguesa, de grupos que resistem à assimilação (barreira
sinuosa m, ao sul da figura V) .
Nos Municípios industriais, figura VI, as barreiras entre as classes são
bem mais acentuadas, e os limites dos grupamentos na burguesia capitalista
e na classe média são pouco permeáveis.
22 REviSTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOs

Com estas figuras, não queremos, de modo algum, dar por completa a
topologia municipal. Apresentamos somente cinco exemplos incompletos, para
mostrar a configuração espacial que pode ter cada Município. E, conforme
seu dinamismo funcional específico, tal deve ser o sistema educacional que aí
esteja em ação, sob pena de aparecer como algo marginal e desligado da
vida da comunidade.

7. Evidentemente, no alto sertão, onde as populações se espalham por


grandes áreas, separadas por grandes distâncias, torna-se difícil organizar e
distribuir os benefícios da administração e, conseqüentemente, também as
escolas. Olhando-se o mapa do Brasil, impresso com a divisão municipal de
1943,6 a gente vê logo o que são tais Municípios, enormes e de escassa
população.
Para se compreender o problema que constitui êste fato, de um ponto
de vista educacional, basta ter em vista estas linhas de LOURENÇO FILHO,
que, assim mesmo, vê, afinal, em tons côr de rosa, o nosso panorama peda-
gógico: "A matrícula média por escola vai gradativamente subindo: é de 51,
em 1907; de 57, em 1920; de 63, em 1930. A matrícula sobe, no período
de 1871 a 1930, de 16 vêzes; o número de escolas apenas de 8. Isto significa
que a expansão escolar atendeu especialmente às localidades de população
adensada, ou seja, às vilas e às cidades. " 7
Um técnico do Serviço de Estatística da Educação e Saúde, segundo
relata ainda o Sr. LOURENÇO FILHO, "supõe a existência de uma população
infantil de mais de um milhão de crianças de 7 a 13 anos, em área não escola-
rizada - isto é, onde não existem escolas atualmente - e também não
escolarizável, ísto é, em que a densidade da população, por muito rarefeita,
não comporta escolas de tipo comum".
Como atender a tais necessidades, a tal problema dos Municípios do
alto sertão ?
LEÔNCIO DE CARVALHO, ainda no Império e tendo em vista o meio rural
em geral, sugeriu a criação de escolas ambulantes. J. ORLANDI, do Departa-
mento de Educação de São Paulo, relembra as idéias de M. B. CassiO, rela-
tivas às missões culturais em Espanha. No Brasil, elas poderiam ter grande
função educativa nos Municípios isolados, do alto sertão. Talvez valesse a pena
estudar as possibilidades de sua prática.
"As Missões Culturais" - escreve o Sr. J. ORLANDI - "procuram criar
nova mentalidade coletiva, infundir características de vida melhor aproveitada;
despertar nos grupos a compreensão de sua fôrça e das possibilidades do
meio onde vivem. Fazem-nos participar de uma civilização melhor sem provocar
o êxodo local. Estabelecem diretrizes de civilização". 8 Eu devo confessar que
a êste respeito tenho minhas dúvidas, como também acho que "uma nova
mentalidade coletiva" não pode ser o produto de Missões Culturais, pois
que essa mudança implica certamente outras mudanças ambientais, anteriores,
ecológicas.
Além disso, no caso das Missões Culturais, devemos considerar o problema
da dificuldade de transporte coletivo no alto sertão e o das enormes distâncias.
A conquista do sertão não se fará apenas pela educação. A marcha para o
Oeste supõe estradas, a navegação intensiva dos grandes rios, o avião acessível
senão a tôdas, pelo menos a quase tôdas as bôlsas.
0
Divisão Municipal do Brasil, mapa organizado pelo I. B. G. E.
7
LOURENÇO FILHO - Tendências Atuais da Educação Brasileira - Edições Melhora-
mentos - s/ data.
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos - fevereiro de 1945.
A Am.nNrsTRAÇÃo MuNICIPAL E o RuRALISMo PEDAGÓGICO 23

Quem sabe, para o caso em vista, a melhor solução fôsse a de realizar,


nas sedes municipais do alto sertão, cidadezinhas onde as condições de vida
coletiva não são totalmente precárias, a idéia sugerida por M. A. TEIXEIRA
DE FREITAS: a instituição de internatos rurais ou de colônias escolares?
Sentindo o mesmo problema com muito acêrto e cuidado crítico, ALMEIDA
JÚNIOR 9 sintetiza estas três medidas: "1) instituição do transporte escolar;
2) criação de internatos rurais; 3) manutenção de escolas de matrícula redu-
zida . Em outras palavras, será preciso concretizar o aforismo: "onde a criança
não possa ir à escola, que a escola vá à criança". Simples questão orçamentá-
ria. Simples e complexa!"

9. Nos Municípios da zona rural comum, onde já existem povoações,


vilas e cidades de população mais densa e onde as estradas são praticáveis, o
problema não é tanto de estabelecer a escola, mas de torná-la funcional, isto
é, em relação dinâmica com o meio .
O tipo mais comum de escola, nesse ambiente, é o que se denomina de
"isolada". Confiada a um só professor, com três classes reunidas na mesma
e única sala, é escola de matrícula que pode variar de trinta alunos em um só
turno, a mais de cem em dois turnos, com uma freqüência que quase nunca
ultrapassa de 70%. Atualmente, ela tem por função única alfabetizar, o
que realmente é muito pouco. Entretanto, não devemos ir ao extremo de
dizer que isso não vale nada. Um indivíduo que tenha aprendido a ler na
pior escola e pelos piores métodos, sempre tem à sua disposição um poderoso
meio de autolibertação e de progresso.
Mas, só isso não basta à comunidade. "A sociedade atual apoia-se na orga-
nização do trabalho; daí o princípio econômico da escola do trabalho. . . A
escola do trabalho é a escola em que a atividade é aproveitada como um
instrumento ou meio de educação. N aáa se aprende senão fazendo:
trabalhando". 1o
Se é assim, êste trabalho não pode ser estranho ao meio; deve ser sugerido
por êste, ter relação com êle e encaminhado em seu benefício.
Não me quero opor à tese do Professor ALMEIDA JÚNIOR, que para isso
me falta autoridade, em prol do programa mínimo para tôdas as escolas ele-
mentares ou primárias, mas é preciso pôr em relêvo certas considerações
amáveis que o ruralista norte-americano T. LYNN SMITH teceu relativamente
a essa tese: "A educação elementar na cidade e no campo seria constituída
dos mesmos elementos, mas tais elementos seriam selecionados de modo a
retratar os valores reais da civilização em ambos os seus aspectos, rural e
urbano - e não selecionados de forma tal que faça uma grande parte dos estu-
dantes desejar a suposta vida melhor das cidades. " 11 Eu penso que a propo-
sição adversativa do período acima é, pedagogicamente, mais importante que
a principal. Da exata compreensão dos princípios que ela encerra e da sua per-
feita aplicação depende o dinamismo educacional.
Isto, quanto ao ensino primário comum. Mas é evidente que merece con-
sideração e é essencial à vida econômica da comunidade, o ensino profissional
que, nas zonas rurais, seria de grau elementar e em consonância com as ativi-

0
A. ALMEIDA JÚNIOR - "Os objetivos da Escola Primária Rural" - Revista Bra-
sileii a de Estudos Pedagógicos - julho de 1944.
1
° FERNANDO DE AZEVEDO - Novos Caminhos e Novos Fins - Cia Editôra Nacional,
1941
11
Nota em inglês ao artigo de A. ALMEIDA JÚNIOR, citado anteriormente.
24 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
------

dades produtoras locais. Essas escolas, além do trabalho educativo profissional,


atuariam como agentes de racionalização do trabalho.
É claro que as escolas sozinhas não farão milagres. Como já salientou,
em parte, FERNANDO DE AZEVEDO, a educação no campo deve estar aliada a
uma política de melhoramentos rurais, de assistência e levantamento do padrão
de vida dos camponeses. Nas zonas de miséria, de atraso e de produção escassa,
onde o homem é corroído pelas endemias e o pauperismo, só a educação,
independente de uma política administrativa mais ampla, terá que fracassar.

10. Nos Municípios litorâneos, onde predomina a pesca, a escola tam-


bém não pode continuar como simples instrumento de alfabetização. Sua
função aí pode e deve ser bem maior .
Eu conheço "de visu" a miséria em que vivem os praieiros de São Fran-
cisco, Araquari, ltajaí, Pôrto Belo, Biguaçu, São José e Florianópolis, em Santa
Catarina. Conheci-os igualmente em Paranaguá. Em todos êles, as crianças,
subnutridas, enfermiças e feias, apresentam baixo nível de aproveitamento
escolar. Tristes e meio patetas, elas não brincam, porque não lhes sobram
fôrças para isso .
Nos demais Estados brasileiros de zona praieira, o panorama humano
certamente é o mesmo.
Aí o trabalho da escola tem de associar-se intimamente ao de saúde
pública e higiene. Os filhos de pescadores deverão aprender a alimentar-se,
tanto quanto a ler e a escrever. Aprenderão a fugir das verminoses, pela
aprendizagem de hábitos higiênicos. 12
Naturalmente, não é preciso roubá-los à profissão paterna, pois que ela
é útil e necessária. Mas, isto não impedirá que se tente levar os futuros pes-
cadores a aprender o amanho da terra, na prática da horticultura, da criação
de aves domésticas, etc., o que lhes permitirá enriquecer a alimentação, o
frugal pirão de farinha de mandioca com peixe.
Tudo, porém, implica a mesma política administrativa e econômica já
mencionada, de proteção e elevação do nível de vida rural, cuja aplicação e
adaptação local compete ao Município realizar. Sobretudo, é preciso permitir
ao pescador que ganhe um pouco mais pelo produto do seu árduo e perigoso
trabalho. A horticultura doméstica supõe ferramentas, sementes e disposição
para o trabalho, isto é, saúde. Tais coisas dependem do dinheiro ganho pelo
indivíduo, ao mesmo tempo que de educação e assistência sanitária por parte
da administração pública.

11 . Nas zonas de colonização estrangeira, além do aspecto econômico-


profissional da educação, é preciso considerar o problema da nacionalização
do ensino.
Em geral, os europeus, que bem conhecem a importância da escola, não
passam sem ela. Uma vez estabelecidos em colônia, o seu primeiro cuidado é
fundar uma escola e escolher um professor, com ou sem a assistência do
govêrno. É evidente que tal escola será tão estrangeira quanto aquêles que
a organizaram .

12
Se falo aqui, em especial, da educação higiênica e da assistência sanitária, é porque,
nas zonas praieiras que conheço, o problema parece atingir a mais extrema gravidade. Sei,
porém, da validade do truísmo que afirma ser o brasileiro, em geral, um homem que não
sabe alimentar-se, quando pode, e que se alimenta, via de regra, muito menos que o
necessário .
A ADMINISTRAÇÃO l'vluNICIPAL E o RuRALISMO PEDAGÓGICO 25
-------- ----~-------·----

Deve ou não a administração pública efetuar a sua nacionalização ? Eu


tenho dúvidas quanto aos resultados de uma política nacionalizadora que
atue por meios impositivos e autoritários. Se os estrangeiros continuarem a
viver como tais e a considerar-se estrangeiros, pouco poderá a escola . Creio
que o papel desta é de adaptar-se a uma progressiva assimilação dos imigran-
tes, tendo em vista que isto só é possível quando a assimilação é mútua, isto
é, que nós só poderemos conquistar para a nacionalidade os imigrantes, se
nos deixarmos conquistar também por êles, em parte pelo menos.
Será absurdo, por exemplo, tentar impedir que as crianças de Blumenau
aprendam a falar alemão, e as de Caxias, italiano. Como também seria absurdo
não lhes ensinar o vernáculo. A melhor solução é a que harmoniza os impe-
rativos familiares e de grupos, dos imigrantes, com os nossos zelos nacionais:
o bilingüismo. Hoje, nas colônias do Sul, nacionais e descendentes de imigran-
tes geralmente falam duas línguas. Há mesmo jornais que se imprimem etr
português e em alemão, ou, então, em italiano.
Creio que a assimilação pela escola deve ser feita de modo semelhante.
Do contrário forçaremos os estrangeiros à resistência, quando não ativa e
organizada, pelo menos passiva e tendente à criação da marginalidade, situa-
ção prejudicial aos seus descendentes, tanto quanto ao país que os recebeu.
Esta política nacionalizadora, hábil e sensata, deverá ser conduzida prin-
cipalmente pela administração municipal, mais capaz, pela proximidade, de
levá-la a cabo, sem perder de vista as condições e oportunidades locais.

12 . Até aqui apresentamos algumas considerações, baseadas em fatos


e em teorias sociológicas. Com elas pretendemos justificar o planejamento
de uma política de educação rural intimamente conexionada à política de
administração municipal, pela qual se batem os atuais municipalistas bra-
sileiros. Como dissemos de início, não pretendemos dizer novidade. No
Brasil já muito se têm debatido êstes problemas. Como síntese de tais
debates, e em acôrdo com a exposição anterior, julgamos oportuno transcrever
a seguir algumas das conclusões a que chegaram os relatores de teses no
VIII Congresso Brasileiro de Educação/ 3 realizado em Goiânia, em 1942,
ao qual tive a honra de comparecer como delegado do Estado de Santa
Catarina.
Sôbre a educação primária fundamental - objetivos e organização: a)
nas pequenas cidades e vilas do interior; b) na zona rural comum; c) nas zonas
rurais de imigração; d) nas zonas de alto sertão - o Professor RAUL BIT-
TENCOURT sintetizou as seguintes conclusões a que chegaram as teses:
1) necessidade de se organizarem as escolas rurais de acôrdo com os
interêsses sociais da região, particularmente no que respeita à saúde e ao
trabalho rural; 2) preparo especial do professor rural e melhoria de suas
condições de vida; 3) acentuação do caráter nacionalista da educação nos
núcleos de imigração e rigorosa seleção dos professôres para as escolas dessas
regiões; 4) maior contacto do alto sertão com as zonas de civilização sensível,
para possibilitar a penetração até êle do aparelho escolar.
De modo geral, essas conclusões podem ser aceitas, làgicamente, como
universais, estabelecidas por indução, quanto ao que encerram de acêrto.
Apenas temos escrúpulo em aceitar a de número 3, se ela não fôr limitada
pelas considerações apresentadas no tópico n. 0 11 dêste trabalho.

'' Ver Anais do VIII Congresso Brasileiro de Educação - Serviço Gráfico do I.B.G.E.
1944.
26 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

13. Chegado a êste ponto, resta um problema de solução aparente-


.mente simples, mas efetivamente complexa e difícil: a coordenação dos
esforços e recursos da União, dos Estados, dos Municípios e das instituições
particulares em matéria de educação, principalmente na de nível elementar.
No VIII Congresso Brasileiro de Educação, chegou-se à conclusão de
que "os Estados coordenarão os esforços e recursos dos respectivos Municí-
pios, regulando-lhes a intervenção em matéria de ensino primário, na confor-
midade do convênio celebrado com a União e atendendo às necessidades das
zonas rurais".
Tendo em vista essa conclusão, e adotando como princípio a afirmação
de que o Govêrno Federal, pelos seus órgãos legislativos, administrativos e
técnicos, fixa as linhas mestras da política educacional e seus principais meios
de execução, os Estados as coordenam e fiscalizam, e os Municípios as
aplicam ou põem em execução, creio que é possível resolver o problema eco-
nômico em conexão com os de execução segundo as exigências ambientais.
De que forma fazer isso, é matéria que supõe trabalho prévio de plane-
jamento por técnicos de educação, técnicos de administração e economistas.
O FATOR ESPIRITUAL NA CAMPANHA
MUNICIPALISTA
H.E.ALVIMPESSOA
(Diretor da Divisão de Coordenação e Publicidade do Serviço
Nacional de Recenseamento)

O ano de 1940, quando se realizou o quarto recenseamento geral da

N República, estava esta dividida em 1 574 Municípios, dos quais os


menores abrangiam superfícies inferiores a 50 km 2 e os maiores excediam
a 250 000 km 2 de extensão territorial. Os mais populosos (as capitais do
País e do Estado de São Paulo) caminhavam para o segundo milhão de
habitantes e os menos povoados (umas três dezenas) registravam efetivos
populacionais inferiores a 5 000 almas. No tocante à relação entre as super-
fícies e o número de habitantes, contavam-se por dezenas os Municípios de
mais de 100 habitantes por km 2 e excediam a uma centena os que, na unidade
de superfície, não chegavam a ter um único habitante. Mais de 100 Municí-
pios previam receitas superiores a 1 milhão de cruzeiros, sendo também acima
de 100 o número de Prefeituras com orçamento anual inferior a 50 000
cruzeiros.
Nada é preciso acrescentar para que se forme uma idéia da disparidade
entre as condições características das Municipalidades brasileiras.
A base territorial carece de significação para qualquer tentativa atinente
a distribuí-las em ordem de importância. Os Municípios maiores são, em
geral, os mais pobres por efeito da dispersão demográfica. O Município de
Alto Madeira, em Mato Grosso, podia conter mais de 6 000 vêzes a comuna
baiana de São Felix, em 1940, ano em que a receita prevista para a circuns-
crição latifundiária da bacia amazônica não atingia sequer a décima parte
da que contava arrecadar o industrioso Município do Leste brasileiro.
As condições para que as populações se organizem e pleiteiem as regalias
do "self-government" podem variar em função das exigências legais relativas à
capacidade tributária, à situação e recursos dos núcleos urbanos que lhes hajam
de servir como sede ou a outros quaisquer aspectos relacionados com o progresso
local. Um Distrito que se emancipa, e ingressa na constelação dos Municípios,
reúne, para êsse fim, os requisitos previstos na lei, mas não é pelo domínio
territorial, nem pelo número de habitantes, nem pela soma dos seus réditos
que alcança a paridade com as circunscrições a que o irmana a sua elevação
em categoria nos quadros da divisão administrativa.
A maioridade atingida resulta de um ato de volição, de uma atitude de
confiança na aptidão para dirigir-se a si próprio, de um compromisso que o
dignifica e que terá de honrar, por sua vez, para fazer jus às prerrogativas
inerentes ao direito de autodeterminação. A lei, fixando um mínimo de con-
dições materiais para que se possam formar novos Municípios, admite, como
ponto de partida para a criação dêles, o voto expresso das populações, inicia-
tiva política e que se distingue das formalidades adjetivas pelo seu caráter
eminentemente espiritual.
No processo histórico de formação do nosso sistema municipal é a Im-
dativa referida que nos permite falar do "Município" brasileiro como um
28 HEVISTA BHASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
-----~ ~ ----~-~ ~ -~--~ ---- --~------- ~ -----

coletivo em cujo conceito podemos enquadrar tôdas as circunscrições admi-


nistrativas que formam o tecido celular da Federação. Nenhum dos demais
requisitos previstos na lei justificaria que circunscnçoes as mais hete-
rogêneas em sua caracterização objetiva fôssem definidas por um têrmo geral,
significativo de serem elas espécies diferenciadas de um gênero único.
A reivindicação dos foros municipais, por grupos de população convictos
de sua personalidade e capacidade para regerem os interêsses locais, representa
um movimento de inteligências e de vontades e afirma a consciência política
de direitos e das responsabilidades que êstes impõem como justificação de seu
exercício.
É o elemento comum que equipara todos os Municípios à revelia dos
característicos de extensão, forma, população e recursos materiais .
O Município brasileiro, em seu conceito atual, como na tradição histó-
rica que presidiu, desde o Ato Adicional, à sua consagração nas leis orgânicas
da nacionalidade, é, portanto, uma instituição que se funda no princípio ético
do reconhecimento, pelo Estado, das aspirações que representam, por parte
das populações, uma consciência esclarecida de direitos cívicos e de deveres
correlatos.
Constitui êsse princípio o ponto de partida dos desmembramentos que
conformam, cada vez mais, o Município concreto ao padrão ideal configurado
nos estatutos orgânicos da nacionalidade para definir comunidades atentas
aos problemas do bem-estar coletivo e dispostas a resolvê-los, dinâmicamente,
na relatividade dos meios ao seu alcance.
Os problemas referidos podem ser desiguais e subentender dificuldades
diversas, oriundas de condições materiais heterogêneas, mas, da parte dos
dirigentes municipais, o espírito de iniciativa, a confiança na ação adminis·
trativa e a permanente vigilância na defesa dos interêsses locais devem emanar
de uma atitude subjetiva que não comporta graduações.
A rotina na administração, a transigência em face de males superáveis
pela sabedoria do govêrno, a ausência de medidas nas oportunidades de se
promover o progresso local, são vícios incompreensíveis num sistema de que
representam a própria negação.
O municipalismo, para que se possa impor na plenitude de suas virtua-
lidades edificantes, terá de manifestar, a cada momento, a sua vitalidade espi-
ritual, externada em atos e atitudes que acentuem, em cada circunscrição
municipal, a vontade de subsistir e de progredir. A sua beleza e a sua fôrça
expressam-se nessas manifestações que pelo grau de constância e de intensidade
medem a distância que separa o Município real da instituição que a lei con-
ceitua como um paradigma.
A opinião brasileira, pelos seus órgãos mais esclarecidos, vem pleiteando,
nestes últimos tempos, melhores condições de vida para as nossas Municipa-
lidades. A influência do fator espiritual que equipara os Municípios como
fôrças políticas assume decisiva importância quando se consideram as possi-
bilidades dessa campanha cívica que, iniciada sob os melhores auspícios, teve
a sua primeira vitória nas disposições em que a Constituição Federal procurou
atender à necessidade de se ampliarem os recursos facultados aos governos
municipais, habilitando-os a realizar satisfatàriamente a sua finalidade.
O surto recente do movimento municipalista desvenda, sem dúvida, os
mais promissores horizontes à ação daqueles governos.
Não passarão, entretanto, de miragens as possibilidades entrevistas se as
comunidades interessadas não participarem ativamente do movimento, pres-
tigiando-o com a sua colaboração. Essa cooperação poderá ser indireta, consis-
O FATOH EsPIHITUAL NA CAMPANHA MuNrCIPALISTA
----------------
29

tindo na demonstração de que os Municípios não representam, em sua maioria,


realizações deformadas do paradigma teórico de que se devem aproximar,
e a que não corresponderão, se o fator espiritual que aquêle padrão prevê,
como característico da instituição, não revelar a sua influência nos resultados
da administração diligente e eficiente dos interêsses do povo. E tomará a for-
ma direta se se expressar em atos que assegurem à campanha municipalista
o apoio irresistível de mais de um milhar e meio de Municipalidades por igual
empenhadas em lhe propiciar um bom êxito.
O municipalismo não poderá florescer alimentado exclusivamente pela
propaganda externa. Da própria reação das circunscrições municipais, estimu-
ladas pelo movimento aludido, é de esperar que venha a prova de não ser o
Município brasileiro uma simples ficção jurídica e o Brasil um organismo en-
fermiço, constituído de células mortas, condenado ao deperecimento pela au-
sência do "tonus" vital provinda da irremediável exaustão de suas reservas
espirituais.
A DISCRIMINAÇAO DE RENDAS
E OS IMPOSTOS PESSOAIS
-
AFFONSO ALMIRO
(Da Secretaria do Conselho Técnico
de Economia e Finanças)

IMPORTÂNCIA dos assuntos a serem debatidos na próxima Confe-


A rência de Dívida Externa e Legislação Tributária justifica a grande
expectativa e o otimismo com que vem sendo aguardada esta reunião de
técnicos fazendários.
O principal objetivo do conclave é, preliminarmente, conjugar o esfôrço
construtivo e a capacidade técnica de cada uma das administrações financeiras
da União, dos Estados e dos Municípios, em uma tão eficiente quanto indis-
pensável cooperação, visando ao integral cumprimento dos novos rumos tra-
çados pela Constituição de 18 de setembro de 1946.
No que diz respeito à dívida externa, as dificuldades serão pequenas, de
vez que êste problema já encontrou solução sobremodo feliz no acôrdo
realizado com os portadores de títulos e que ficou consubstanciado no Decreto-
-lei n. 0 6 019, de 23 de novembro de 1943. A questão talvez possa resumir-se
no estabelecimento de um "modus vivendi" entre a União, responsável pelos
serviços dos títulos incluídos no plano B, do acôrdo, e os Estados e Municípios.
O problema tributário, porém, embora circunscrito ao seu aspecto cons-
titucional, qual seja o da regulamentação da discriminação de rendas, terá
a sua solução condicionada a dois importantes fatôres que transcendem os
limites fixados na convocação da Conferência: I - completa harmonia e
unidade de vistas entre os três poderes tributantes - União, Estados e Muni-
cípios; II - reforma tributária de âmbito nacional, que venha corrigir a
nossa legislação fiscal, complexa e multiforme, tradicionalmente eivada de
erros, de modo a evitar a constante invasão, pelos três poderes, dos limites de
competência determinado.s para cada um dêles pela Constituição.
Exatamente porque não foram atendidos êstes dois fatôres, as três Cons-
tituições anteriores não foram cumpridas, no que se refere à discriminação
de rendas.
E para que a atual não tenha a mesma sorte, é mister um trabalho de
conjunto, para que não se dispersem esforços. A intenção do Senhor Ministro
da Fazenda, ao convocar esta reunião, por todos os motivos altamente elo-
giável, precisa ser compreendida pelos representantes dos Estados e Municí·
pios, de vez que o êxito da Conferência depende da unanimidade das resoluções.
Ou, em outras palavras, a execução da discriminação de rendas estabelecida
A DISCRIMINAÇÃO DE RENDAS E OS IMPOSTOS PESSOAIS 31

pela Constituição, depende do seu fiel cumprimento por todos os Municípios,


todos os Estados e pela União.
A data marcada para o início da Conferência foi escolhida para que, já
estando empossados os novos Governadores eleitos e instaladas as constituin-
tes estaduais, as suas resoluções, tomadas sempre sob a forma de acordos,
possam, se não influir em sua elaboração, pelo menos evitar que as Constitui-
ções estaduais consagrem as falhas e defeitos das legislações fiscais em vigor .
A agenda da Conferência limita-se, na forma da convocação, "ao início
dos entendimentos e acordos indispensáveis à regulamentação da nova dis-
criminação de rendas, bem como para estabelecer as bases necessárias ao
prosseguimento do programa iniciado com a I Conferência N acionai de Legis-
lação Tributária".
Inclui-se neste enunciado o debate sôbre todos os seguintes artigos da
Constituição, que se referem à tributação:
5.0 - N. 0 XV letra b; 6. 0 ; 15.0 e §§; 16; 17; 19; e §§; 20; 21; 26; § 4. 0 ;
27; 29; 30; 31 n. 0 V e § Único; 32; 65; n. 0 II; 95 n. 0 III; 141 § 34; 169; 198
e §§; 199 § único; 202; 203. E mais os artigos 13 e §§; 27 e § único e 29 do
ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
A Conferência decidirá sôbre a melhor maneira de dar cumprimento a
êstes dispositivos constitucionais, a partir de 1948, quando entrarão em vigor.
A reforma tributária dependerá de nova reunião, sendo que as suas
diretrizes já foram firmadas pela I Conferência Nacional de Legislação Tri-
butária, realizada em 1941, e deverão concretizar-se com a elaboração de um
Código Tributário Nacional, contendo normas gerais para aplicação uniforme
em todo o País .
De acôrdo com o programado, a Conferência de março terá a seu cargo
o estudo de várias questões novas, que exigem solução imediata, surgidas com
a discriminação da Constituição de 1946. Tôdas essas questões só poderão ser
resolvidas por acôrdo, entre os três poderes tributantes.
Destacamos, para exemplificar, alguns dêsses assuntos novos: I - Os
impostos extradiscriminação, que deverão ser extintos no curso de quatro anos.
Êstes tributos, tanto na União, como nos Estados e Municípios, representam
considerável parcela das receitas totais. II - Os novos impostos, que poderão
ser criados pela União e pelos Estados, deverão ser arrecadados por êstes,
que darão 20 % à União e 40 % aos Municípios. Sendo grande a percenta-
gem dos impostos a serem extintos, êste di~positivo assume extraordinária
importância, pois na criação dos novos impostos-substitutos, digamos assim,
estarão diretamente interessados a União, os Estados e os Municípios. III -
A antiga questão da regulamentação das taxas. Torna-se agora urgente a
necessidade de ser enfrentado resolutamente êste tão debatido problema. Sob
a denominação de taxas, são cobrados atualmente grande número de impostos,
em sua maioria de competência diversa. IV - A incorporação do impôsto
de Indústrias e Profissões às receitas municipais. Além da diminuição das recei-
tas estaduais, exigindo talvez a tranferência de encargos, êste impôsto, com
regulamentação diferente em cada Estado, e semelhante ao Impôsto de Licença
32 REVISTA BHASILEIHA DOS i'viUNicÍPIOS
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Local, exige cuidadosos estudos. V - A entrega aos Municípios dos 30 o/o do


excesso da arrecadação estadual, salvo o Impôsto de Exportação, sôbre a
arrecadação total municipal. VI - A regulamentação da contribuição de
melhoria. VII - A entrega dos 10% do Impôsto sôbre a Renda aos
Municípios.
A caracterização e conceituação de cada tributo parece-nos ser outra
questão que, embora antiga, exige também solução imediata, pois cada unidade
tributante se utiliza diferentemente dos impostos discriminados, a ponto de
se tornarem irreconhecíveis em mais de um Estado .
Conhecidas as causas que impedem o completo cumprimento da discri-
minação de rendas, e são as mesmas que desde o Brasil Colônia aí estão a impe-
dir a livre expansão do nosso progresso econômico, sabemos que tudo há de ser
feito para vencer as dificuldades. Patriotismo, espírito público e competência
são atributos já postos à prova, em várias oportunidades, pelos técnicos ~azen­
dários de todo o País .
Dentre os assuntos novos trazidos pela Constituição de 1946, devemos
destacar de modo especial o salutar princípio de política tributária, consubs-
tanciada no Artigo 202. Diz o referido artigo: "Os tributos terão caráter pes-
soal, sempre que possível, e serão graduados conforme a capacidade econômica
do contribuinte."
Pela primeira vez inscrito em nossa Constituição, êste dispositivo representa
nova orientação a ser imprimida à nossa política fiscal e, por isso mesmo, exige
maiores comentários.
De repercussão acentuadamente popular, o artigo visa a subordinar tôda
a legislação tributária aos princípios de justiça social.
Grandes debates foram travados na Assembléia Constituinte em tôrno
do impôsto pessoal e da sua graduação de acôrdo com a capacidade econômica
do contribuinte.
Por um lado, o Senador Luís CARLOS PRESTES afirmava ser o artigo
"demagógico, porque inaplicável", manifestando-se contra de forma origi-
nal: "querem negar a defesa dos interêsses populares através da redação
de um artigo que, na verdade, jamais será aplicável". (Diário da Assembléia
- N. 0 132, de 19 de agôsto de 1946, pág. 4 204 ). Por sua vez, o Senador
FERREIRA DE SouSA defendia o dispositivo, alegando que o mesmo "encerra
norma perfeita de justiça fiscal. Prevê dar o seu a seu dono, estabelece a
possibilidade de se individualizar o impôsto, como no Direito Penal se faz
com a individualização da pena. A lei que regular o assunto encarará a
questão de personalizar a tributação. Essa lei será mais justa que outras,
porque levará em conta as condições locais da propriedade, do contribuinte,
a família, os encargos e até mesmo, quanto possível, as crises naturais".
(Diário da Assembléia, n. 0 132, de 19/8/946, pág. 4205.)
Enquanto o ilustre Deputado MÁRIO MAZAGÃO defendia uma emenda,
assinada por trinta e dois representantes, no sentido da supressão dêste artigo,
argumentando que "uma coisa é a preferência pelos impostos pessoais; outra
é dizer que todos os tributos terão, sempre que possível, caráter pessoal".
A DISCRIMINAÇÃO DE RENDAS E os IMPOSTOS PESSOAIS 33

(Diário da Assembléia, n. 0 148, de 5/9/46, pág. 4 673 ), o Deputado ALIOMAR


BALEEIRO, brilhante relator da discriminação de rendas, interpretava o verda-
deiro sentido do artigo: ". . . sempre que possível, o impôsto deve assumir
caráter pessoal e ser medido pela capacidade econômica do contribuinte. Evi-
dente que tôda vez que determinado impôsto possa ser regulado legalmente,
de modo a imprimir-lhe feição pessoal, êste critério deve ser o preferido.
Existem, de fato, impostos que não se prestam a êsse feitio pessoal" (idem,
idem).
O impôsto pessoal é definido por PAUL HuGON (O lmpôsto) como
sendo "aquêle que grava a matéria tributária levando em linha de conta a
situação subjetiva geral do contribuinte".
Afirmando ser o impôsto pessoal o que permite assegurar a maior unifor-
midade e, portanto, satisfazer de maneira mais completa a justiça fiscal, reco-
nhece PAUL HUGON que a sua aplicação "exige, da parte do Fisco, o conhe-
cimento exato da situação geral do contribuinte". Talvez seja essa a origem
da radical proposta do Deputado GUARACI SILVEIRA:
"Acrescente-se onde convier:

Art. . . Fica o executivo autorizado a levantar o censo eco-


nômico do País no sentido de verificar o montante de ordenados
e retiradas por tôdas as fontes de capital empregado e de rendas
líquidas em tôdas as atividades produtivas.
§ 1.0 - Poderá o legislativo federal, em qualquer tempo, por
dois terços de votos, substituir o sistema adotado de tributação
pelo impôsto direto, recaindo o mesmo sôbre o capital empregado,
sôbre ordenados e retiradas, e sôbre a renda ascendentemente pro-
porcional nos dois últimos casos." (Diário da Assembléia, n. 0 67,
de 17/5/46, pág. 1812).

A idéia da personalização do impôsto, aliás de caráter mais social do


que econômico, vem-se desenvolvendo ultimamente, apesar de não constituir
para nós novidade, pois já em 1891 Rur BARBOSA ensinava: " ... a idéia que
tende a se generalizar sob a civilização contemporânea, cada vez mais imbuída
nos ideais democráticos, é a que alarga a importância dos impostos diretos,
precisamente como elementos civilizadores, isto é, como exigências do prin-
cípio de justiça nas sociedades de mais amplo desenvolvimento moral." (Rela-
tório do Ministro da Fazenda - 1891 - "apud" Relatório da Comissão de
Orçamento de 1942. )
Os impostos pessoais, como se verifica pelas suas características, são
impostos diretos. Os impostos reais são os impostos indiretos, bem como
alguns diretos .
Segundo a definição clássica de STUART MILL, o impôsto é direto quando
a incidência legal coincide com a real, e é indireto quando o ônus fiscal é
transladável.
Numerosas outras definições têm sido apresentadas. Como salienta HARLEY
LEIST LuTz, em seu Public Finance, "existe provàvelmente maior divergência

R B.M. - 3
34 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

na significação dos têrmos "direto" e "indireto" do que em quaisquer outros


da extensa literatura da taxação".
Podemos dizer, mais acertadamente, que os impostos diretos são im-
postos sôbre a receita individual, enquanto os indiretos o são sôbre 9
despesa individual.
No quadro tributário brasileiro, a distribuição dos impostos diretos e
indiretos, pela União, Estados e Municípios, é decorrente da discriminação
constitucional de rendas. Nos Orçamentos para o exercício de 1945, a situação
apresentada era a seguinte:

Impostos indiretos Impostos diretos


ESPECIFICAÇÃO
(%) (%)

União . 60,88 39,12


Estados. 82,79 17,12
Municípios 11,30 88,70

Os Municípios, de acôrdo com a discriminação, só deveriam possuir um


impôsto indireto - o de diversões públicas.
Nos Estados, predominam os tributos indiretos, sendo que a relação exis-
tente deverá acentuar-se grandemente, com a passagem do lmpôsto de Indús-
trias e Profissões, seu principal impôsto direto, para os Municípios.
A União só possui um impôsto direto, que é o de renda.
A rápida ascenção dêste impôsto no conjunto do sistema federal motivo,
a seguinte observação de JosÉ SALDANHA DA GAMA E SILVA (Tributação
sóbre a Renda e Capitalismo) : "Podemos mesmo prever para um futuro não
muito remoto a inversão completa da situação anteriormente criada pelo fisco:
os impostos indiretos, à medida que o impôsto sôbre a renda fôr crescendo,
passarão a ter importância cada vez menos fundamental nos grandes quadros
tributários. E veremos então que tais impostos subsistirão apenas para, como
já pregou Sir JosrAH STAMP, gravar de modo tôscó as pequenas rendas, arre-
dias ao impôsto sôbre a renda."
A evolução do lmpôsto de Renda, desde 1940, foi a seguinte, de acôrdo
com as respectivas previsões, em relação aos demais impostos da União:

Impostos indiretos Impostos diretos


EXERCÍCIOS FINANCEIROS
(%) (%)

1940 86,51 13,49


1941 85,18 14,82
1942 79,41 20,59
1943 67,29 32,71
1944 57,85 42,15
1945 60,88 39,12
1946 66,98 33,02
1947 67,32 32,61!
A DISCIU?-HNAÇÃO DE H.ENDAS E OS IMPOSTOS PESSOAIS 35

Os dados de arrecadação confirmam o rápido crescimento da relação


entre o Impôsto de Renda e os demais, e a sua queda a partir de 1945, em
grande parte motivada pela reforma do Impôsto de Consumo:

Impostos indiretos Impostos diretos


BALANÇOS
1%) (%)

1940 84,90 15,10


1941 82,78 17,22
1942. 70,48 28,62
1943 64,57 35,43
1944. 63,81 36,19
1945 66,78 33,22
1946* 67,26 32,74

* Dados provisório~.

Nos Estados, por várias razões, entre elas as que motivaram o excep-
cional crescimento da arrecadação do Impôsto de Vendas e Consignações, a
tendência é para os impostos indiretos, como podemos verificar pelo seguinte
quadro:

Impostos indiretos Impostos diretos


EXERCÍCIOS FINANCEIROS
(%) (%)

1940 74,55 25,45


1941 75,01 24,99
1942 77,30 22,70
1943. 79,16 20,84
1944 80,55 19,45
1945 82,79 17,21
1946 82,98 17,02

A tendência atualmente observada, na União e nos Estados, para os im-


postos indiretos, é contrária à Constituição?
O Artigo 202 da Constituição de 18 de setembro de forma alguma exclui
os impostos indiretos. Quando muito êle representa, neste particular, uma
1·ecomendação para que a tendência do nosso sistema seja para a predo-
minância dos impostos diretos. Aliás, nos Estados, com os tributos que lhes
foram atribuídos pela mesma Constituição, isto não será possível.
Ê da distribuição harmoniosa, de ambos, diretos e indiretos, que deve
ser constituído o sistema tributário ideal.
"Se, teoricamente" - diz Loms TROTABAS (Précis de Science et Lé-
gislation Financif}res) - "o impôsto direto é preferível, pràticamente, não se
pode, em absoluto, condenar o impôsto indireto".
Manifestando-se neste mesmo sentido, SHIRRAS (Federal Finance in
Peace and W ar) lembra que "Mr. GLADSTONE comparou a tributação direta
e indireta a duas sedutoras irmãs apresentadas à alegre sociedade de Londres.
Ambas dotadas de grande fortuna e nascidas dos mesmos pais, que são a
Necessidade e a Argúcia, diferentes apenas no que possam ser duas irmãs,
36 HEVISTA BnASILEIRA DOS lvluNrCÍPIOS
-------------------------- ------

isto é, uma loira, outra morena, e, quanto ao temperamento, uma franca e


desembaraçada, outra tímida e reservada. "Não posso - disse êle -- com-
preender a existência de qualquer rivalidade menos amistosa entre os admi-
radores dessas duas criaturas; e, seja devido ou não a um senso de obrigação
moral, como Ministro das Finanças, ou como membro desta Casa, sempre
achei um dever e um ato de justiça render minhas homenagens a ambas.
Assim é que me mantenho absolutamente imparcial entre a tributação direta
e indireta".
Certamente, os impostos diretos e indiretos devem coexistir, assim como
os impostos pessoais e reais. A própria Constituição, ao discrim:nar os tributos
para a União, Estados e 1\'l:unicípios, expressamente se referiu a impostos in-
diretos e reais .
O ilustre Deputado ALIOMAR BALEEIRO, em várias oportunidades, no
plenário ou na Comissão Constitucional, manifestou-se sôbre o assunto, como
cque procurando facilitar aos futuros comentadores da Constituição a compre-
ensão do verdadeiro sentido com que deve ser interpretado o assunto: " ... tôda
vez que o impôsto, por sua natureza, não revele repugnância ao caráter pessoal,
êste deve ser o preferido. O Impôsto de Consumo é, realmente, dos que mais
repugnam a essa aplicação pessoal e só em hipóteses excepcionais poderá rece-
ber tal feição". Referindo-se ao ex-Ministro SousA CoSTA, diz que "S. Excia.,
em vários casos, imprimiu caráter pessoal - repito mais uma vez - no sentido
técnico da expressão, a impostos de consumo; ao determinar que os remédios,
os medicamentos consumidos pelas casas de caridade fôssem isentos, impri-
miu cunho pessoal a impôsto tipicamente real." (Diário da Assembléia, n. 0
148, de 5/9/46, pág. 4 673.)
Vemos, assim, que o objetivo do Artigo 202 é vincular os princípios de
justiça social à tributação. A taxação deve ser orientada tendo em vista a capa-
cidade de pagar do contribuinte. Esta a regra a ser observada, sempre que pos-
sível, em todos os impostos.
A nossa legislação fiscal, portanto, deverá ter, "sempre que isto fôr pos-
sível", caráter pessoal, "no sentido técnico da expressão", e a taxação será gra-
duada de acôrdo com a capacidade econômica do contribuinte.
Esta diretriz, adotada pela Constituição de 18 de setembro, deverá ser
estudada pela próxima Conferência, a fim de ser logo executada . E, estamos
certos, encontrará o decidido apoio dos nossos técnicos fazendários, perfei-
tamente integrados nos modernos princípios que, hoje, norteiam a política
fiscal dos mais adiantados países do mundo.
o COOPERATIVISMO E A REVrrALIZAÇAO
DA ECONOMIA MUNICIPAL
-
COSTA PÔRTO
(Deputado Federal por Pernambuco)

C ADA geração brasileira deixa, às que se sucedem, a herança de um brado


pessimista: a de que estamos à beira de um abismo. Velhos Catões
irritadiços, vendo as loucuras dos contemporâneos, despeitados porque
não os chamaram para a cruzada enobrecedora de "salvar o Brasil", não es-
condem o terror angustiado de quem assiste ao sossôbro das instituições, à
decomposição do regime, ao caos da própria nacionalidade. De tão repetida,
a tese da "marcha para o abismo" perde muito de sua gravidade, porque os
espíritos menos impressionáveis acabam indagando se não estamos diante de
uma dessas frases feitas, as dolorosas "frases feitas" que tanto mal têm feito ao
Brasil, ninguém atentando mais no seu sentido, calejada a nossa sensibilidade
pela monotonia do verbalismo ôco, sem conteúdo e sem substância interna.
Como aquêles estribilhos fanhosos de "país essencialmente agrícola", de "o
Brasil espera que cada um cumpra o seu dever", ou "realidade brasileira". E
também aquela história de que ou "o Brasil acaba com a formiga ou a formiga
acaba com o Brasil", descoberta infeliz com que SAINT HILAIRE fêz maior dano
à agricultura do que a própria formiga. Porque todo o mundo passou a decla-
mar o alarma do mestre gaulês, deixando a saúva livre para devastar e destruir.

A CRISE POLÍTICA E AS OUTRAS "CRISES"

Crises, sempre as houve e, sob muitos aspectos, o clamor dos patriotas


desencantados de nossos dias pouco difere do pessimismo das gerações de
outrora, apavoradas, como as de hoje, pelos rumos da vida nacional. Será,
porém, que todo o cassandrismo contemporâneo nada mais signifique do que
a deturpação daltônica da realidade ?
Ou, em verdade, pela primeira vez, estará o Brasil marginando as bordas
do abismo?
Dê-se o natural desconto aos exageros de mentalidades hiperexcitadas,
e ainda assim é fácil concluir que a nossa situação é de extrema delicadeza.
O que avulta, em primeiro plano, é a crise política, possivelmente sem prece-
dentes em tôda a história brasileira e cujos índices mais alarmantes se entre-
mostram na ausência de partidos sàlidamente organizados, de programas reno-
vados, em dia com as necessidades ambientes, de líderes legítimos, com auto-
ridade para orientar o curso da vida política. Mas, crises políticas não são
fatôres que devam impressionar, porque não constituem exclusividade do
Brasil, verificando-se, hoje, nas principais democracias; por outro lado, pela
sua natureza mesma, são efêmeras, transitórias, e, no geral, não deixam sequer
cicatrizes no organismo das nações. O grave é que, na base de tôda esta
crise política, está o germe de crises econômicas e sociais, estas, sim, consti-
tuindo o drama real da angústia brasileira contemporânea.
38 REVISTA BnASILEIRA DOS l\Iu:siiCÍPIOS

GIGANTISMO DISTRÓFICO

Neguem-se os fundamentos do marxismo ortodoxo, cuja rigidez os fatos,


de muito, se encarregaram de esbarrondar. Mas, não se pretenda exagerar
a fragilidade do arcabouço do materialismo histórico, subestimando a influência
do fator econômico na vida dos povos. Esta influência é patente, e triste daquela
nação que fingir ignorá-la.
Há, no Brasil, grave crise econômica e os males que nos afligem traem,
todos êles, o pêso, a inflexibilidade da desordem que, dia a dia, é mais atuante.
A diagnose já foi feita de modo eloqüente e sua síntese, até pouco se
afirmara naquele "gigantismo distrófico", mercê do qual o País crescera desor-
denadamente, concentrando-se o progresso em poucos núcleos, num prodígio
de macrocefalia teratológica: a vida dos Estados convergindo para as capitais
e a vida nacional localizando-se no Rio de Janeiro e São Paulo. Em têrmos
mais precisos: as capitais hipertrofiando os Estados e as duas metrópoles -
Rio e São Paulo - hipertrofiando o País.
E como se fôra pouco, aparece RAFAEL XAVIER, o bruxo dos índices esta-
tísticos, para nos dizer que êste progresso relativo, sôbre representar o maior
perigo para o País, é ainda precário e ilusório. Aquêle adiantamento de certos
centros populosos, que tanta euforia emprestava ao nosso "porquemeufanismo"
caboclo, assentava em bases falsas e, construção arbitrária e artificial, não
estamos longe do dia em que tudo voe pelo ar, desnudando a extrema insta-
bilidade da organização nacional.

A FUNÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO

Do exame da situação - esta, sim, a autêntica "realidade brasileira"


nasceu a orientação municipalista, tendente a estabelecer novos roteiros no
esfôrço em prol da grandeza do Brasil.
Um ponto doutrinário, revolucionàriamente defendido por ARTUR BER-
NARDES na Constituinte: "A Federação é uma ficção, o que existe é o Muni-
cípio". Se na organização social a base é a família, no organismo político o
Município é o elemento nuclear, a célula do edifício nacional.
Cuidar do ajustamento dos Estados ou da União é tentar obra de
cumieira. Todo trabalho de alicerçamento há de partir tendo em vista o
Município, e no dia em que todos os Municípios estiverem reajustados, a Nação
automàticamente entrará no regime de consolidação e de segurança.
O primeiro passo, a discriminação de rendas, a que corresponderá, como
contra parte, a redistribuição de encargos.
O sistema tributário brasileiro abundava nos erros doutrinários da ori-
entação que "desconhecia" os Municípios, aos quais, na arrecadação, sàmente
cabiam migalhas.
E porque não dispunham de rendas, entregues à sua própria sorte, o
resultado era viverem às expensas do Estado, anulada a vida local sem hori-
zontes e sem perspectivas, o que acarretava o êxodo para as Capitais e o
drama angustiante dos nossos dias: excesso de concentração demográfica nas
grandes cidades, enquanto o interior se despovoava, diminuindo a produção,
insuficiente para atender às necessidades do próprio consumo interno.

REVITALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

A nova orientação que, felizmente, vai dominando as elites dirigentes,


visa, precisamente, à revitalização dos Municípios, tornando-os centro da vida
nacional. Pela ampliação dos seus recursos tributários; pelo fortalecimento
0 COOPERATIVISMO E A REVITALIZAÇÃO DA CCONuNlXA ]'vfUNICIPAL 39

da vida local; pelo aproveitamento do potencial econômico que jaz, inútil;


pelo planejamento das atividades construtoras, que, econômicamente, asse-
gurará o progresso do País e, politicamente, representará o clima para a reali-
zação da democracia, cujo mecanismo íntimo pressupõe a independência dos
cidadãos, dentro daquele "mínimo de bem-estar material" da doutrina de
ToMÁS DE AQUINO.

A SOLUÇÃO COOPERATIVISTA

E é então que aparece uma fôrça capaz de oferecer ao plano mumctpa-


lista o melhor apoio para a consecução dos seus objetivos: o Cooperativismo.
Deixemos de parte o aspecto propriamente doutrinário da questão, aliás
dos mais sugestivos. A análise da história mesma do movimento renovador,
através do qual vinte e oito humildes tecelões inglêses, acossados pela fome e
pela miséria, operavam a maior transformação na história econômica do mundo.
E aspectos outros, diríamos de ordem pragmática, que nos mostrariam como
países de economia precária lograram, pelo Cooperativismo, dominar as crises
que os assoberbaram. A Dinamarca, refazendo-se dos golpes do imperialismo
de BISMARCK, a Holanda, cicatrizando as feridas do colapso do seu imperia-
lismo, o Império Britânico, onde a aventura de "Toad Lane" resultou no mi-
lagre da organização cooperativista contemporânea.
E finalmente, a observação de que, antevisto o término da guerra, dis-
cutiam os técnicos não qual o meio de restaurar o equilíbrio econômico da
Europa, mas como o Cooperativismo deveria ser utilizado na obra de recupe-
ração, tanto estavam certos de que a doutrina da cooperação era o único
sistema capaz de salvar o mundo do descalabro e do caos.

CRÉDITO, MAQUINARIA, DEFESA DA PRODUÇÃO

O que nos interessa, assim, é evidenciar quanto o Cooperativismo pode


servir ao programa de revitalização do Município, fortalecendo-lhe a econo-
mia e ajudando a atividade particular na obra de bem-estar coletivo.
De início, focalizemos um aspecto da economia municipal, em que o Coope-
rativismo pode exercer papel relevante.
Uma verdade que terá acudido a AcÁciO ou LA FALISSE é aquela segundo
a qual o desenvolvimento do Município e, portanto, sua riqueza, seu progresso,
o meio de evitar o êxodo da população, está, primordialmente, no aumento
da produção e, de modo especial, da produção agrícola. A vida, mesmo das
cidades, gira em função da atividade rural, que alimenta o comércio e dá
margem ao espraiamento de outros misteres liberais, ligados à movimentação
monetária resultante do jôgo livre das transações.
Ora, a produção vem caindo assustadoramente e não falta quem se
apresse em condenar o homem do campo, acusado de inércia, mandria e falta
de iniciativa. Mas, ninguém quer ver que muito dêste conformismo e dêste
cruzar de braços resulta da falta de crédito organizado no País. Diremos
melhor, da falta de crédito puro e simples. Quando se estuda a organização
argentina, por exemplo, mais claro reponta o imenso atraso do quadro rural
brasileiro .
Em primeiro lugar, o crédito é uma ilusão, mesmo nos moldes judaicos
a que se habituou a mentalidade onze~:!ria entre nós.
Mesmo êste crédito bancário, comercial, extorsivo, não existe como norma
geral. E quando aparece um "amigo do povo", abrindo os cordões apertados
de suas bôlsas devoradoras, é para empréstimos a curto prazo e juros elevados
40 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

que, não raro, repugnariam ao próprio SHYLOCK: 5o/o ao mês, quando não
a compra da mercadoria em fôlha .
Porque aos "bem-pensantes" do nosso teoricismo rural soa como literatura
e fantasia o falar-se em financiamento a juros de 2 o/o ao ano, obedecendo
a prazos que oscilem de acôrdo com o ciclo vegetativo da lavoura ...
Suponha-se, porém, para argumentar, que o crédito surgisse, organizado,
mercê de instituições, como as há no País: carteira do Banco do Brasil, Banco
da Borracha, C. C. C., etc.
A solução seria ainda ilusória. Porque o crédito agrícola ou é descen-
tralizado ou deixa de ser crédito. O homem do campo não deixa seu "habitat"
para demandar os grandes centros em busca de financiamento. Mesmo quando
o fizesse, seria inutilmente, dado que, deslocado do seu meio, iria encontrar
ambiente estranho, onde seria um "bárbaro", que fala linguagem diferente e
incompreensível àqueles que o escutam.
O Cooperativismo realiza, então, o milagre da mútua compreensão. Seus
dirigentes são homens recrutados no próprio meio, conhecedores das necessi-
dades do Município e sabendo, através de longo trato, a idoneidade moral dos
mutuantes. As portas da cooperativa, dêste modo, não se fecharão ao reclamo
dos pequenos e humildes e, mercê da ajuda financeira, os fracos se tornarão
fortes e a solidariedade efetuará prodígios, na união de esforços díspares para
o mesmo objetivo comum.
Isto no setor do crédito que, entretanto, não esgota tôda a complexidade
do fenômeno da produção agrícola.
Há, em verdade, que pensar em fatôres subsidiários do crédito agrícola
e aparece, em primeiro plano, o problema de facilitar a aquisição de material
agrário, desde os apetrechos do amanho do campo, até o aprovisionamento de
adubos e inseticidas necessários às atividades da lavoura.
É a segunda fase da ação da cooperativa. Restará, ainda, cuidar de de-
fender a produção.
É evidente que nada adiantará oferecer crédito ao agricultor se se deixa
que a exploração do intermediário tire a parte de leão na venda do material
agrário, ficando com o melhor dos seus possíveis lucros. Nem o crédito será
eficiente se se deixa que as pragas dizimem a lavoura, anulando os suores
do lavrador.
Muito menos se fará obra de ajuda ao agricultor se se permite, nas
colheitas, que o jôgo do comércio provoque a queda dos preços, despojando o
produtor do fruto das suas canseiras.
O fenômeno é assaz conhecido para exigir amplas explanações. Na época
das safras, os mercados se retraem, manipulando estranhas baixas do produto
que só atingirá cotações apreciáveis quando a mercadoria saiu das mãos do
lavrador para os armazenistas, prejudicando, ao mesmo tempo, o produtor
que vendeu barato e o consumidor que comprou caro.
Auxiliar a agricultura sem defender a produção é armadilha desonesta:
antes deixar o homem do campo sem ajuda porque, pelo menos, não despenderá
seu tempo em uma aventura que nenhum proveito prático lhe traz.
E concluído o ciclo do fenômeno da produção - animando-a pelo crédito
e defendendo-a, após obtida - passará o Cooperativismo a olhar para o con-
sumidor, principalmente da cidade, através das cooperativas de consumo, único
meio de evitar a ganância do comércio sem escrúpulos, contra o qual tem sido
impotente a ação dos governos, através dos paliativos dos tabelamentos artifi-
ciais que não colimaram nenhum resultado objetivo.
O CooPERATIVISMO E A REviTALIZAÇÃo DA EcoNOMIA MuNICIPAL 41
------

OUTROS TIPOS DE COOPERATIVAS

Produção e consumo, entretanto, não esgotam a riqueza com que o Co-


operativismo se apresenta como fórmula capaz de solucionar os diversos aspec-
tos da vida municipal.
Busque-se qualquer uma dessas atividades que, no comum, reclamam as
vistas das Municipalidades, e aí o Cooperativismo pode exercer influência
eficaz, coordenando e unificando esforços visando ao bem-estar coletivo.
São as cooperativas de energia elétrica, as de melhoramentos urbanos em
geral, de abastecimento, de transportes, estabelecida a verdade de que não
há setor econômico legítimo em que o Cooperativismo não pcssa trazer seu
concurso.

COMO ORGANIZAR UMA COOPERATIVA

E esta coisa tão estranha, esta vara de condão indicada para resolver
os problemas dos Municípios, nada tem de complicado, pois Cooperativismo
é bom senso, trivialismo, negação de aparato e exterioridades.
Seu mistério é o mistério das coisas simples, singelas como a própria
verdade.
Que é uma cooperativa ? Como organizá-la ?
Corra-se à legislação e à praxe, dispensando-se, mesmo, a lição dos dou-
trinadores. Fenômeno de órbita federal, o Cooperativismo no Brasil é regu-
lado por lei da União, cabendo seu disciplinamento ao Serviço de Economia
Rural do Ministério da Agricultura, órgão supremo de contrôle do movimento.
A legislação específica voltou a ser o Decreto n. 0 28 239, revigorado e modi-
ficado pelo Decreto-lei n. 0 581, depois que o govêrno judiciário revogou a
legislação do govêrno ditatorial, o Decreto-lei n. 0 5 893.
Quando ocorre, nos Estados, a criação de órgãos de assistência - exis-
tentes em muitas Unidades da Federação - é usual que o S. E. R. lhes
delegue poderes de fiscalização, mercê de acordos firmados entre o Ministério
e os governos estaduais.
É, pois, o Decreto n. 0 22 239 que nos fornecerá elementos para organi-
zação de uma cooperativa.
Associação livre, basta que se reunam sete pessoas e obedecidas as exi-
gências legais - de ato constitutivo, estatutos, e escolha dos corpos dirigentes
- ter-se-á organizada a cooperativa, cujos objetivos são os mais amplos, desde
que não defesos por lei.
As sociedades cooperativas apresentam características próprias entre as
quais vale focalizar as seguintes:
Número ilimitado de sócios, respeitado o mínimo legal. Igualdade abso-
luta de todos os sócios, pois, sociedades de pessoas e não de capitais, o voto
independe do número de quotas subscritas, dentro daquele princípio de
HoWARTH: "one man, one vote".
Distribuição de sobras, em fim de exercício, não de acôrdo com o capital,
mas, tendo em vista as operações - ativas ou passivas - realizadas com a
sociedade, dentro da norma rochdaleana de que os resultados devem ser parti-
lhados com os que mais contribuíram para a riqueza da sociedade.
Estabelecendo o princípio do voto pessoal, o Cooperativismo realiza a
perfeita democracia econômica, porque põe todos no mesmo pé de igualdade,
não permitindo, como nas sociedades anônimas, o predomínio daqueles que
detêm maior parte do capital.
Cada sócio, para entrar na cooperativa, deve subscrever, no mínimo, uma
quota parte, cujo valor é fixado nos Estatutos.
42 HEVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

A legislação brasileira proíbe as cooperativas organizadas em têrmo de


religião ou de nacionalidade, não havendo, assim, entre nós, o tipo de "coope-
rativas confessionais", abrangendo apenas membros de determinada religião
ou seita.
Há, entretanto, a "cooperativa fechada", diríamos em têrmos de "profissão"
ou de limites territoriais, neste sentido em que certos tipos de organizações
só admitem elementos de uma classe e a "área de ação" exclui aquêles que
não se acham nos limites territoriais especificados nos Estatutos.
Assim, uma cooperativa agrícola terá apenas agricultores. Uma de fun-
cionários públicos, terá somente funcionários, e organizada uma cooperativa
cuja área de ação se circunscreva aos limites do Município, dela não pode
fazer parte quem more noutro Município.
A organização de uma cooperativa é, pois, muito simples. Reunidas em
assembléia, sete pessoas, no mínimo, elaboram o ato constitutivo, aprovam
os estatutos sociais, elegem sua diretoria e conselho fiscal e, após o registro
no cartório competente, pleiteiam o registro administrativo no S. E. R.,
funcionando, então, legalmente.
E o trabalho se torna tanto mais cômodo quanto em quase todos os Esta-
dos existem órgãos especializados, cujos técnicos orientam a organização das
cooperativas, aguardando, apenas, a solicitação dos interessados.

CONCLUSÃO

Todos aquêles que quiserem fazer do municipalismo uma realidade viva,


notadamente os prefeitos, autoridades públicas e demais homens de respon-
sabilidade, podem trazer contingente fecundo à obra de revitalização dos
Municípios, propagando, nas respectivas comunas, a semente do Cooperati-
vismo. É a grande solução. Não há outra que se lhe possa equiparar.
Unindo os fracos para torná-los fortes, pode o Cooperativismo realizar
aquêle ideal de fazer que os pobres sejam cada vez menos pobres. A fórmula
da cooperação é a fôrça que dará energias novas ao nosso quadro econômico,
transformando-se na esperança daqueles que sabem "que há um mal social
a corrigir e uma revolução social a evitar".
,
O MUNICIPIO E A IMIGRAÇAO
-
CARLOS DODSWORTH MACHADO

N A ocasião em que se consagra como empreendimento vitorioso a idéia.


da revitalização dos Municípios, como imperativo de progresso na-
cional, cumpre alinhemos algumas considerações sôbre a participação
do Município no problema imigratório brasileiro.
País em que as grandes extensões de território representam formidá-
vel óbice à expansão econômica e à distribuição equitativa da população, im-
põe-se, entre nós, sublinhar a importância das unidades administrativas lo-
cais, únicas capazes de conhecer e sofrer, em tôda a intensidade, as neces-
sidades e influências regionais.
Representam, assim, os Municípios as antenas de uma administração
racional e esclarecida, na sondagem das necessidades do País. Já a voz
autorizada de ALBERTO TÔRRES taxava de superficial o empreendimento
nacional que não se fundamentasse positivamente no conhecimento perfeito
das necessidades locais. E, realmente, tôda atividade do Estado, que não
estender as suas raízes aos mais profundos rincões do território, levando
na devida conta a heterogeneidade do meio, físico e social, está fadada, de an-
temão, a gerar desajustamentos inevitáveis, redundando em fracasso, e o que
é pior, em desperdício de tempo, energias e recursos financeiros.
Os Municípios constituem, pois, excelente instrumento do Estado, não
só para a realização dos seus propósitos de govêrno, como para o contrôle
efetivo de suas providências, permitindo-lhe avaliar com segurança o grau de
benefício realmente causado ao País.
Reconhecida e proclamada tem sido a pobreza demográfica de nossa
terra. O problema se torna ainda mais agudo em face da carência de mão-
de-obra necessária para restabelecer o equilíbrio econômico da Nação.
É uma contingência que não pode ser solucionada sem o apêlo imediato
à mão-de-obra estrangeira, pois qualquer solução contemporizadora, a par de
não obviar a falta de braços no País, viria agravar uma situação que poderia
ser remediada em prazo relativamente curto, pela imigração de pessoal conve-
nientemente selecionado, canalizado para as profissões e misteres onde mais
se faz sentir a carência de mão-de-obra.
Numa época em que o progresso das Ciências Sociais permite um melhor
conhecimento dos mecanismos da sociedade, e em que a organização do Estado
coloca nas mãos do Poder Público meios suficientes para prover o desenvolvi-
mento da riqueza e bem-estar geral, não se pode esperar que a distribuição
da população continue a fazer-se empl.ricamente, subordinada a outros inte-
rêsses que não os de uma decisiva e racional política demográfica .
Nos primórdios de nossa vida republicana dava-se mais atenção ao
problema do que agora, embora, atualmente, se revista êle de muito maior
gravidade. O descaso pela imigração significará mais uma oportunidade per-
dida para revitalizar a economia nacional através de uma sadia importação
de braços cujo trabalho venha aumentar a produção, fazendo baixar os preços
ao nível do poder aquisitivo da população.
Efetivamente, em 1890, procurava o Govêrno Federal, ao mesmo tempo
em que regularizava o serviço de introdução e localização de imigrantes, incen-
44 REvisTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

tivar a vinda de novos elementos de trabalho, pagando-lhes a passagem e esta-


belecendo o prêmio de 100 000 francos às emprêsas de navegação que trans-
portassem 10 000 imigrantes por ano, para o País.
Adotando sábia política descentralizadora, decretos posteriores ao ano
de 1890 transferiram aos Estados os serviços de imigração e colonização,
correndo por conta dêstes as despesas correspondentes. Instituíram-se em Gê-
nova e Lisboa entidades federais especialmente incumbidas de fiscalizar os
contratos de introdução de imigrantes, funcionando em articulação com os
agentes consulares brasileiros.
No ano de 1896, na presidência do Sr. PRUDENTE DE MORAIS, foram
abertos créditos equivalentes a Cr$ 26 096 840,67 para a introdução de
imigrantes .
Nesse mesmo ano, transferiram-se para o Ministério da Indústria, Viação
e Obras Públicas os encargos da antiga Inspetoria Geral de Terras e Colonização,
órgão federal a quem estavam afetos os serviços relacionados com a Imigração
e Colonização, no Brasil.
Em 1907, sob a presidência de AFONSO PENA, ficou estabelecido "que o
povoamento do solo nacional seria promovido pela União mediante acordos
com os governos estaduais, emprêsas de viação férrea ou fluvial, companhias
ou associações outras", imprimindo-se, pois, aos serviços de imigração e coloni-
zação novas diretrizes. Um novo órgão federal, a Diretoria Geral do Serviço
de Povoamento, ficou encarregado de encaminhar e inspecionar os trabalhos
concernentes aos serviços de imigração e colonização. Em 1909, criado o Minis-
tério da Agricultura, Indústria e Comércio, passou a Diretoria Geral do Povoa-
mento do Solo a integrá-lo. Só em 1931 foi êsse órgão transferido para o
Ministério do Trabalho com o nome de Departamento Nacional de
Povoamento.
O interêsse pelo problema imigratório prosseguiu, embora não mantivesse
o mesmo ritmo do govêrno de PRUDENTE DE MoRAIS, promulgando-se em 1911
o novo Regulamento para o Serviço de Povoamento .
Os créditos para as despesas com a imigração e colonização, no Brasil,
eram de ordem de 3 milhões de cruzeiros por ano .
Ainda o orçamento de 1921, no govêrno EPITÁCIO PESSOA, autorizou o
Govêrno a despender aquela quantia com os imigrantes europeus que fôssem
agricultores, devendo os Estados que os recebessem concorrer com a metade
das despesas .
Nesse mesmo ano de 1921, surgiu a primeira tentativa séria para regular,
em lei, a entrada de estrangeiros em território nacional.
Em 1924, o orçamento consignava a importância de 10 milhões de cru-
zeiros para o transporte de imigrantes europeus para o Brasil. Conforme a
orientação que vinha sendo seguida, deveriam os Estados beneficiados com a
sua vinda concorrer com a metade das despesas feitas pelo Govêrno Federal.
Em 1934, as atribuições relacionadas com a introdução de estrangeiros na órbita
federal, repartiam-se no Brasil entre os Ministérios do Trabalho, que ficara
com as atribuições propriamente de imigração, e o da Agricultura, encarregado
da parte de Colonização .
Em 1938, criou-se no Ministério da Justiça uma Comissão Especial para
estudar as leis necessárias para regular a entrada, fixação, naturalização e ex-
pulsão de estrangeiros. Dos trabalhos dessa Comissão resultou o Decreto-lei
n. 0 406, de 4 de maio de 1938, que criou o órgão supremo de imigração no
Brasil, o Conselho de Imigração e Colonização .
O Decreto n. 0 3 010, de 20 de agôsto de 1938, regulamentou a lei anterior,
instituindo um verdadeiro sistema de órgãos incumbidos de atuar no problema
imigratório, disseminados pela administração pública federal.
O MUNicÍPIO E A hucnAÇÃO 45

Como órgãos principais de imigração, passaram a existir: o Conselho de


Imigração e Colonização, incumbido de traçar as diretrizes da política imigra-
tória brasileira; o Departamento N acionai de Imigração, do Ministério do
Trabalho, encarregado de executar as providências requeridas pela introdução
de imigrantes no Brasil, e ainda, de resolver os problemas relacionados com
as migrações internas de trabalhadores nacionais; a Divisão de Terras e Colo-
nização, do Ministério da Agricultura, incumbida das atividades executivas de
colonização do território nacional.
Muitas outras repartições federais, contudo, estão envolvidas no assunto.
Assim, a Divisão de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras, no Ministério da
Justiça, fiscaliza o desembarque e a situação legal do estrangeiro; a Divisão de
Passaportes, no Ministério das Relações Exteriores, decide sôbre a concessão
de vistos em passaportes de imigrantes; o Serviço de Saúde dos Portos, no
Ministério da Educação e Saúde, trata das condições de saúde dos que preten-
dem desembarcar em território nacional. Embora, teoricamente, o sistema
estivesse bem estruturado, durante os nove anos em que se tentou fazê-lo fun-
cionar, inúmeras dificuldades de ordem prática obstaram e tornaram infrutíferos
todos os esforços para obter dêle um rendimento apreciável. De há muito a
experiência estrangeira se inclinara no sentido inverso, unificando, com bons
resultados, os serviços relacionados com a imigração e a colonização. Os nossos
próprios legisladores reconheceram a excelência da unificação, inscrevendo
entre os sábios dispositivos de nossa Carta Magna essa indispensável unidade.
Para surtir o efeito desejado, entretanto, deve essa providência prever a
articulação, não só dos Estados com o Govêrno Federal, tal como o fizeram
as leis anteriores, mas também dos Municípios, fazendo-os contribuir, na me-
dida de suas possibilidades, para a melhor solução do problema imigratório
na conformidade dos interêsses nacionais.
Uma das formas da participação dos Municípios na imigração traduzir-se-á
nas informações acêrca dos imigrantes que receberam ou vierem a receber.
Outra, igualmente valiosa, será a sua indispensável colaboração na organização
de um rigoroso cadastro das necessidades regionais de mão-de-obra. Será na
base do seu testemunho que poderemos apreciar concretamente o acêrto ou
desacêrto da política imigratória que se adotar.
A importância dos Municípios em face da imigração não tem sido devida-
mente avaliada. A sua ininterrupta intimidade com as populações rurais de
imigrantes será substancial para confirmar, ou não, a qualidade dos imigrantes
importados. O depoimento municipal acêrca da capacidade de trabalho, com-
portamento, aculturação e assimilação dos alienígenas trará novas luzes para
o estudo e realização de uma imigração cada vez melhor.
Cabe, agora, aos responsáveis pelos destinos da Nação incluir nas dire-
trizes que pretendem imprimir à imigração as necessárias providências para
que seja realidade a participação dos Municípios nesse problema nacional, de
vital importância para o soerguimento econômico do Brasil.
IMPÔSTO T'ERRITORIAL
CRESO TEIXEIRA
(Do quadro de técnicos do D A S P.)

I
NCIDINDO sôbre bases fixas e estáveis e ligando intimamente o contri-
bumte ao Fisco, êsse tributo está situado entre os chamados impostos di-
retos e, nessa qualidade, apresenta as vantagens que os caracterizam e
lhes dão a preferência nos sistemas tributários locais, embora não constitua
um dos impostos básicos pelo volume da arrecadação. Recaindo sôbre um
valor intrinseco e socialmente determinado, o impôsto territorial permite fàcil-
mente estabelecer o mínimo de subsistência, pois tem em conta um meio seguro
de avaliar a capacidade tributária do contribuinte, que é a condição de
proprietário .
De arrecadação cômoda e oferecendo pouca margem à evasão, pode, pela
progressividade, preencher uma função social das mais proveitosas, comba-
tendo o latifúndio onde quer que se encontre como um empêço ao desen-
volvimento econômico e à realização da justiça social.
Nos países onde o sistema tributário já atingiu certo grau de adianta-
mento, a tendência é para gravar tão apenas o solo, independentemente das
melhorias que porventura apresente. Procura-se dessa maneira eximir da
incidência os capitais incorporados à terra, que podem ser gravados por outro
tipo de tributo, como o predial ou sôbre a produção. 1
Se há de fato duas bases onde recair a incidência, dois devem, em conse-
qüência, ser os fributos a atingi-las.
Dêsse modo, pelo impôsto territorial não deve ser gravada:

a) a renda bruta ou produto da terra, mas tão só a renda líquida, que


se obtém excluindo daquela os gastos de produção;
b) as melhorias, como edifícios, canais, etc .

Pode-se, nesse caso, considerar a constante valorização que experimenta


a terra, o que nem sempre ocorre com as melhorias que, por vêzes, perdem
o seu valor enquanto a terra aumenta cada vez mais o seu. É o princípio da
isenção de melhoria que, ensejando nova conceituação para o tributo, veio
traçar roteiros definitivos para a sua regulamentação.
A propósito da sua incidência na área urbana, a Conferência Nacional ·de
Legislação Tributária recomendou conclusões que se conformam perfeita-

1
Não se deve em princ1p10 condenar o tributo que incide sôbre a produção, o qual
é perfeitamente suportável onde a ocorrência tributária não entrave a circulação da produção
e pois a formação de riquezas.
lMPÔSTO TERRITORIAL 47
----~ ---~--- --------------- -~-- ----

mente com os pontos de vista que aceitamos e refletem, nas suas linhas gerais,
a boa doutrina sôbre a matéria. Segundo essas conclusões, o impôsto territo-
rial urbano, que deve recair sôbre os terrenos não edificados existentes no
perímetro urbano e suburbano das cidades, vilas e povoações, pode gravar
ainda:

a) os terrenos edificados - quando, a critério da administração muni-


cipal, a área não construída não guardar conveniente proporção com
a área edificada;
b) os terrenos em que houver construção paralisada por mais de seis
meses;
c) os terrenos em que houver edificações em ruínas, interditadas ou
condenadas;
d) os terrenos em que houver edificação inadequada à situação e dimen-
sões respectivas.

Sôbre êsse tributo, que é calculado em regra sôbre o valor venal da


propriedade não edificada, atenta naturalmente a respectiva situação, reco-
mendou a referida Conferência que não excedesse o gravame a taxa de 5 %
dêsse valor. A consideração do princípio da isenção de melhoria implicou a
separação de valores na avaliação para fins tributários do valor total do
imóvel. E o solo, que particularmente interesse no caso, pode ser encontrado,
não apenas recorrendo ao preço de venda, ou à média dêsses preços dos ter-
renos mais próximos, mas conforme um método racional seguro, a que nos
reportaremos no momento oportuno.
Cumpre acentuar que, mesmo de acôrdo com a referida Conferência,
outras contribuições são admitidas segundo a natureza ou ausência de tapumes
e melhoramentos das vias públicas, podendo mesmo o impôsto ser agravado
em virtude de exigências de caráter higiênico ou urbanístico.
O impôsto territorial afeta diretamente o contribuinte e apresenta carac-
terísticas bastante definidas. Para chegar ao ponto defendido pela moderna
doutrina, passou por formas que assinalam os marcos da sua evolução. De
início, era a sua arrecadação baseada na superfície da propriedade e na exten-
são do solo ocupado e o gravame incidia sôbre cada unidade de medida; depois,
segundo um conceito mais racional, que era o dos atributos da sua base, a
arrecadação passou a fundar-se na qualidade da terra e a gravar o valor da
propriedade, firmando assim o conceito da qualidade das terras. Muitos países
cultos, e entre êles o Brasil, adotam êsse critério. 2
A forma por que aparece em seu último estágio, porém, é a que manda
gravar apenas a renda líquida. É um critériO mais justo, pois que deduz da
renda bruta os gastos de produção, que devem ser objeto de outro tributo.
O impôsto territorial diferencia-se, portanto, em nossos dias, do tributo sôbre
a terra, que compreende os lucros agrícolas e a própria renda do trabalho
realizado em seu cultivo, afetando assim também o colono e o trabalhador
rural.

2
Houve também a idéia de gravar todo o produto da terra, ou seja, a sua renda bt uta,
de que se tem um exemplo nos dízimos.
48 REVISTA BBASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

Mesmo independente do esfôrço do homem, a terra tem um valor intrín-


seco que aumenta pela influência de fatôres sociais, configurando dêsse modo
um crescimento espontâneo da riqueza. Precisamente a ocorrência de cir-
cunstâncias como esta tem suscitado dúvidJ' quanto à equidade da imposição
das propriedades que não têm rendas e o p'ossível fim social que envolva, como
estímulo, a colonização das terras que, embora aptas a produzir, estejam
relegadas ao abandono, à espera de um aumen~o de valor que compense o
investimento de capitais. Critica-se desfavoràvelmente a sua incidência sôbre
as propriedades nessas condições, pelo fato de nenhuma renda produzirem.
O Distrito Federal adota um critério de isenção que assume destacada
significação pelos resultados econômicos e sociais que podem produzir, con-
siderando exonerados dos impostos territoriais os terrenos situados na zona
rural que tenham pelo menos metade da respectiva área útil efetivamente
cultivada. Por fôrça do artigo 31, V, alínea a, da Constituição, estão igualmente
isentos do pagamento dêsse tributo os terrenos pertencentes à União, aos
Estados e aos Municípios.
A ADMINIS1'RAÇAO MUNICIPAL -
FUNÇÕES MUNICIPAIS E ELEMENTOS DE ORGANIZAÇAO
SERVIÇOS MUNICIPAIS- DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
DO MUNICÍPIO - AÇÃO SOCIAL

FUNÇÕES MUNICIPAIS E ELEMENTOS cutado com continuidade por Prefeitos su-


DE ORGANIZAÇÃO cessivos, traz mais benefícios ao Município
do que uma série de programas muito boni-
A administração municipal só poderá tos, mas muito diversos, aos quais a rela-
ser considerada eficiente, quando estiver tiva brevidade dos mandatos dos Prefeitos
orientada no sentido do bem-estar coletivo não permita dar execução. Um dos grandes
e do progresso do Município. males do Brasil tem sido a descontinuidade
A eficiência de administrativa. Não
um Govêrno Muni- raro, no afã de se
cipal é comumente notabilizarem, rele-
avaliada pelos servi- ÃO faz muitos anos, a Associação Braw gam os administra-
ços e obras que têm
ligação direta com
N sileira de Cimento Portland entendeu
que seria útil organizar um manual de
noções essenciais de Administração Municipal,
dores ao abandono
e, às vêzes, até à
o público (funcões a fitn de colocá-lo à disposição dos Prefeitos destruição, as cria-
externas) , dand~-se Municipais, no Brasil A iniciativa teve o ções de seus ante-
pouca atenção aos apoio franco do Cí1 culo de Estudos Munici- cessores. Nada mais
pais, do Rio de 1 aneiro, cabendo ao seu Se-
demais encargos cretário, Engenheiro LUIZ PAULO DO AMARAL mesquinho. É hu-
(funcões internas). PINTO, a elaboração do plano e a redação pri- mano, e até útil, que
Embora muito co- mitiva da obra, que, depois de revista, foi cada administrador
enriquecida com contribuições do corpo técni-
mum, é êsse um co daquela Associação e dos Engenheiros PLÍ-
procure suplantar o
modo inteiramente NIO ANTÔNIO BRANCO (Diretor da Divisão antecessor, mas a
errôneo de julgar de Serviços de Utilidade Pública, da Prefei- maneira digna de o
uma administração, tura de São Paulo) e ANTONIO PONZIO lPPO- fazer nunca será des-
LITO (Diretor de Engenharia do Departamen-
pois o bom anda- to das Municipalidades do Estado de São truir-lhe o trabalho,
mento das funcões Paulo) senão aperfeiçoá-lo
externas depend~ de Assim modificado e valorizado, o traba- e acrescentar-lhe no-
perfeita organizacão lho foi divulgado no órgão oficial da Associa- v as criações.
ção, e representa uma das melhores contri-
das funções de ~o­ buições, em idioma vernáculo, ao estudo dos Se o Prefeito
mando Sem o equi- ptoblemas pertinentes à administração muni- não recebe do ante-
líbrio funcional per- cipal. cessar um programa
Não podendo, agora, ilanscrevê-lo tUl ín-
feito de todos os tegra) como seria do seu agrado, à vista da ex- claramente delinea-
seus Órgãos, não po- tensão dv amanual", mas não querendo privar do, ou se s-e trata do
derá a administracão os seus leitores do conhecimento do precio- primeiro Prefeito de
municipal cumpr{r a so trabalho, a REVISTA BRASILEIRA DOS Município recém-
MUNICiPIOS publica, udata venia", um
sua finalidade de resumo do mesmo, respeitadas rigorosamente criado, cumpre-lhe
manter e acrescer o as idéias dos Autores estabelecer o pro-
bem-estar coletivo. Os Pzeleitos Municipais e os estudiosos grama de ação. Mas,
dos problemas dos Municípios têm, assim, es-
Múltiplas são plêndida oportunidade de apreciar os pensa-
como não pode dei-
as funções de um mentos essenciais do magnífico trabalho. xar de agir logo, de
Prefeito Municipal, uma avaliacão sen-
dependendo o êxito sata, mas " rápida,
da sua gestão: das possibilidades do
a) da organização criteriosa de um Município e das necessidades e anseios da
programa de trabalhos; coletividade, tirará os elementos orientadores
da ação a desenvolver nos primeiros tempos,
b) da execução firme do programa
enquanto se processam os estudos mais por-
adaptado.
menorizados
Com n~lação ao primeiro item, duas hipó- A função do Prefeito, muito mais do
teses podem dar-se. Se o Prefeito encontra um que parece à primeira vista, envolve princi-
programa deixado por seu antecessor, não palmente os seguintes setores:
deve, mesmo que se trate de um adversário a) administrativo,
político, mudá-lo de chôfre, salvo se se b) social,
tratar dum plano evidentemente absurdo c) econômico,
Deve, ao contrário, prossegui-lo, enquanto d) político.
lhe estuda as modificações e acréscimos. É No Setor Administrativo, há-de encarar
que um programa menos perfeito, mas exe- não só as funções internas, ou de administra-

R B M. - 4
5(J REVISTA BRASILEIHA DOS )VlU?-liCÍPIOS

ção pràpriamente dita, compreendendo: expe- gir ao se pretender alcançar os objetivos


diente, finanças, material, pessoal, estatís- visados.
tica e pesquisa, assistência legal e fiscaliza- Pelo Planejamento, que, aliás, está in-
ção; como também as funções externas, ou timamente ligado à Pwvisão, é estabelecida
seja, os serviços cuja realização interesse a norma de ação para um dete1 minado pe-
diretamente ao público, e que são, de modo ríodo.
geral: urbanismo, viação, obras públicas e Pela Organização, que visa a obter o má-
serviços de utilidade pública, segurança, saú- ximo de produção com o mínimo de esfôrÇo,
de pública e educação. grupam-se as atividades, determinam-se a:;
No Setot Social, cumpre-lhe agir no sen- ligações com o plano estrutural concebido,
tido de desenvolver a cooperação entre os estabelece-se a hierarquia funcional, as esfe-
munícipes, procurando criar nêles o espírito ras de a cão e os limites do contrôle.
associativo e de solidariedade, fatôres êsses Pel; Cootdenação, obtém-se o funciona-
de grande fôrça moral e que, conveniente- mento harmônico da organização, orientando,
mente utilizados, serão capazes de realizações incentivando, estimulando os diversos órgão';
de vulto em benefício da coletividade. In- no sentido de obter rendimento melhor, bem
cluem-se nesse plano social a criação e o como resolvendo os imprevistos inevitávei,;
patrocínio de instituicões culturais e recrea- à proporção que se apresentem.
tivas; a exposição d;s planos de trabalho, Pelo Comando, é dirigido o pessoal, que,
para atrair a simpatia e a cooperação do3 por sua vez, é um elemento de alta impm-
munícipes; a criação de revista municipal, tância na execucão das tarefas.
ou de secções permanentes nos jornais locais E, finalmen.te, pelo Contrôle, verifica-se
para uma propaganda administrativa hones- o desenvolvimento da administração, poden-
ta, em linguagem sóbria, que seja realmente do-se sabet, a qualquer momento, se as m-
a propaganda da administração e não o elo- dens dadas estão sendo cumpridas, se os re-
gio demagógico e estulto do administrador sultados parciais estão conformes ao plano
No Setor Econômico, cabe-lhe exercer estabelecido, se os objetivos visados estão
influência progressista no sentido de fa- em vias de ser atendidos, de acôrdo com a
cilitar e enc01ajar a exploração de riquezas Previsão, ou se há necessidade de alterm o
latentes, movimentando-as e fazendo-as cir- plano de ação.
cular, desenvolvendo concomitantemente o Assim, o administtador municiyal não
sistema de transportes, para permitir trocar; pode limitar-se a trabalhos burocráticos ou
compensadoras; lançando mão, enfim, de to- de secretaria, fazer pequenos set viços, a1 ~
dos os elementos que sejam capazes de desen- recadar impostos e taxas e pagar contas,
volver econômicamente a região. cabendo-lhe, ao contrário, além disso, ocu-
No Setor Político, incumbe-lhe não só par-se de uma série de outras questões de
interessar os poderes federais e estaduais no importância primada! para o desenvolvi-
desenvolvimento do Município, como desper- mento do Município
tar o interêsse dos munícipes pelos proble-
mas nacionais e pelos negócios públicos, Não é demais aos administradores mu
promovendo solenidades, visitas, conferência,; nicipais que os podetes federal e estadual,
e comemorações cívicas, colhendo impressões geralmente melhor dotados de recursos, po-
e sugestões, despertando, em suma, o interês- clerão prestar incalculáveis benefícios aos
1\/[unicípíos. Cabe aos Prefeitos despertar a
se pela vida política do Município e da
Uni8.o atenção da União ou do Estado para a exe-
cução de servh;os ou obras de interêsse locnl
Em qualquer dêsses setores, porém, a ou intermunicipal, ou, o que setá mais fácil,
ação do P1efeito, para ser eficiente, deve consegL:ir a colaborasão daqueles poderes
nortear-se por alguns princípios básicos d.~ para a realização de programas de trabalho
organização, que, segundo FAYOL-URWICK de importância para os Municípios em con-
("The Functíon of Administratíon",Papers junto.
on the Science of Adminisbation) são os se-
Por outro lado, o Prefeito tem por obt í-
guintes:
gacão moral para COFI os seus munícipcs,
1. Pesquisa fomentar e procmar obter tôrtas as facilic!a-
2. Previsão des possíveis para as iniciativas fedetais, es-
3 Planejamento taduais, de Municípios vizinhos ou de par-
4 Organização ticulares qee venham ou possam vir a bene-
5. Coordenação fici8r de qualquer modo, em futmo próximo
6. Comando ou longÍnquo, o Município que ndministra.
7. Contrôle.
O êxito de un1a gestão dependerá,
Pela Pesquisa, que compreende vário" pois, não só do ft~ncionarnenio hannônico do~
meios e envolve numerosas atividades, che- diversos setores da administração ml!nicipa1,
ga-se ao couhecin1ento dos problen1as de in- como da habilidade do adminisLrador na es
terêsse e da ordem de prefe1·ência em que colha dos principais problema~; locais a se1em
devem ser atacados, e, betn assim, pelo es- atacados, a par de uma conveniente execuçõ.o,
tudo comparativo ele outras organizações, a sem nunca se esquecer de que a sua inspi-
uma imp;essão real e objetiva dos próprios racão constante e suprema há de ser o engran-
empreendimentos. decimento P. a elevação da Pátria
Pela Previsão, é imaginado o p10vável É oportnno observar aue o andamento
desenvolvimento, notando-se as tendências dos negó~ios públicos depe~de grandementr,
e procurando-se deduzir os fatos que deverão do estado psicológico da coletivida<'!e qu''
interferir e as dificuldades que poderão sur- irá sentir as conseqüências elas atividades da
Am,nxrsTnAçXo E UnBANISMO 51

administração. É assunto assaz importante atitude que granJeia o respeito dos g'lVerna-
para que mereça alguns tópicos. clos, levando-os a meditar mais profunda-
É, em geral, impossível congregar una- mente nas suas razões antes de as externa-
nimidade de opiniões em tôrno de cada pro- rem
pósito governamental. Haverá sempre des- Outra não deverá ser a atitude do pre-
contentes, e em cada descontente uma resis- feito em relacão aos funcionários e auxilia-
tência, cuja importância dependerá da in- res da prefeitura Não basta melh01ar-lhes
fluência que êle possa, pelas suas qualidades o nível e remunerá-los bem, mas é preciso
pessoais ou prestígio social, exercer sôbre ou- convertê-los em verdadeiros colaboradores do
tros elementos da coletividade. É sempre prefeito, encorajando-os, pelo exame atento
possível, no entanto, atenuar ou desarmar de suas sugestões e pela adoção elos alvitreg
muitas dessas resistências psicológicas, e é úteis que porventura apresentem e que con-
importante fazê-lo, uma vez qne elas acabam corram para o aperfeiçoamentó dos proces-
sempre por traduzir-se em resistências con- sos de trabalho. Quem aceita uma boa idéia
cretas. que vetn de mais baixo, não se diminui;
Basta qne o administrador, ao invés de demonstra, ao contrário, superioridade de es-
encarar a coisa pública como propriedade pírito, que conquista a confiança, o respeito
particular, o que, infelizmente, é muito co- e a estima dos subordinados.
tnum, a considere, tal como é, coisa do in-
terêJse de todos, sôbre a qual cada cidadão SERVIÇOS MUNICIPAIS
tem o direito de opinar Basta que o admi- Dentre as principais funções do preiet-
nistrador, ao invés de pensar que o cargo e to, a administrativa ocup:; lugar de destaque,
a autoridade lhe conferem a onisciência e por ser aquela cujos resultados mais de perto
de supor-se o detentor do privilégio do me- interessam ao público, e cujos efeitos são
lhor rumo para cada ptoblema administtativo, por êle mais fàcilmente avalifldos.
aclmita que os demais cidadãos, êste nurn
Como ficou dito, ela pode ser divictid<1
caso, D.quêles ~outrC] po~dem ter i~éi~s mai3
em dois grupos principais:
arertadas. E tsto nao so em :re1acao as pes-
soas ilustradas da loc81idade, cot,.;o também u) funções internas, ou de adn1inistrn-
en1. rela~ão às pessoas de pequena instrução, ção p1 àpriamente dita;
mu1ta5 vêzes capazes, não obstante, de ad- b l funcões exte-rnps, ou serviços de
rniráveis intuições. inierêsse púbÜco
Estimular por todos os meios a mani- Admite-se a seguinte divisão:
festação _,da v;ntade dos m~n!cipe,.s,_ n1osha1-
Funções internas~
-se acessnrel as snas sugestoes, cnttcas e re-
p8ros e tomá-los honestamente em conside- 1. Exp2diente
racão, longe de significar diminuiç8o de au- 2 Finan.cas
toridade, é, ao contrário, a atitude 1nais sábia 3 Material
que possa ter um prefeito Porque essa ati- 4. Pessoal
tude lhe carreará infonnações e elementos 5. Estatística e Pesquisas
mais abundantes vara a elabotação do pro 6. Servicos Jurídicos
gratna adn!inistratívo e para que a soluç2o 7. Fiscalizaç8.o
de cada problema seja delineada con1 uma
visão :nais coi1lnleta dos t:;eus rn.últiplos as-
pectos e conseqiiências; porque ess8 stitnde J. Urhauism0 e Pbno Direlm
e1iminGJ8 011 1 eduzirii sensJveln1ente é1 opo- 2 Viacão. Obras Públicas e Servira-:
si~ão encoberta, sempre pedf;osa; porque da-
de Uti1id8de Pública
rá ao gnvern2nte a onortun1cJaf!e 0e conhe- 3 Segurança
c.er de modo n"~a1s rá~i?o os inteí~~ss~8 "pa;- 4 Sé!Úde Pública
t1cula1 es DOl ven1 urq f~ndos 011. na 11n1nencta
5. Educ8ção
ele o sere1n nc1as tnedidas de 1.u'terGsse geral.
h3billt?.ndo-o a cot1torr!n1· on 1edu7ir ao n1~­ Pnsse!nos. agorn, no estudo po1 me:aoli-
nhno essas lesões, corno é rlo ~eu dever; e a z2do elas diferente3 fnnções.
pronorcio~"'fl' aos pre1~1rlicados as c~nlpensa-
,.. " .
C'Oe:; TAZDRVG!S e pOS81V81S.
" . Funções Inte1'r:EJ.s
P.. . coHl(;t e l~ncan1.par sugeslÕGs úteis, rc- Em qr~_nlC1lJCr estah~1e-citnGl!to, r<?'P~H ti-
tificnr as soluções dos problernas à vista de ção, de1X11·t2rne:;1 o ou l\1unicipalidnde, os scr-
ponrleritçÕes razo{lveis, atender a teclarna- vicos de adrrünistrac:ão intern:J ~:ão nutnero
çõcs jus~tas, rninot n~· ~e cornpe~~s8r nn me~id~ sos. delicados e complc:o:os, emhorn, 8 Pll-
do posstvol cs f'l ejutzo:s pw llculares denv2- meira vis1a, p:J.reç2m lnnilo sir:10!es CJ8:ro
do:; de' 1no:licl8.s de i~lietêsse ge1 al, consii- está q11e, nA-s peqnenas orgenizncõss, toõo.s o~
LEen1 8 r11e1!1ur n1s.:1elra de o governante serviços f!cE-.tn hastnntc rer1n~~idos e nlglP1s
atrair a boa vontude e a coopcta~5o dos n1e3mo des2.narecen1., e1-:1 contrauodrP_o G"
govern2.dos. grandes orp,rlnjzações em nne todos ê1G:~ ~~
E (]ttanlo :;:nnis vêze::; revele essa e1evadn desenvolvem e S1Jbdivide;:;1 ~Lmc-nt8.n0(\
disposição de 2nimo, qun!1io mais a faça conseqilentemente, as ativicicrJcs.
conhecidnJ tanto 1naior se:;:8 a autoridade mo- De aualqpe,· fo, m8, pm·ém, n e~lO,l9n:J.­
4

ral de que se 1 evestinl perante os julisdicio- gctn arhr"!inis1Yntivo-b~~n'c:t:átic8 deve funcio-


nados para rejeitar as sugestões e críiicns 1121' cem obsoln1 2 ~ef.'_~n·nnrtl ..-'\o-is, cf'tsn c\ln-
il1aceit8veis~ ~en1 conve1·te-r cs desatentido~; trÊlrio. c 1rahoJho da repa1·ti-~õ.o será e:-rau~ti­
em inimi~os da administração É, alén1 disso) vo e jneficiente
52 REVISTA BRASILEIRA DOS JvluNICÍPI03

Deve-se, tanto quanto possível, sistema- cilmente encontrado e possa retornar sem
tizar os serviços e padronizar o material . demora ao seu lugar, depois de manuseado.
Isto pôsto, estudemos separadamente À Portaria compete abrir e fechar a re-
cada uma das funções atrás enumeradas. partição nas horas determinadas e velar pelo
asseio e conservacão do edifício e dos mó-
EXPEDIENTE - A racionalização de um veis e objetos nêl~ existentes.
serviço desta natureza exige um contrô!e
À Biblioteca compete a guarda e boa
simples e eficiente.
conservação de livros e obras de real valor,
Importantes são suas atribuições,. pois a bem como o seu registro e catalogação por
vida e a ação de um departamento são sen- títulos e por autores e a organização de fi-
sivelmente influenciadas pela eficiência dos chários que lhes facilitem a consulta. As
serviços abrangidos sob a denominação de regras principais da Biblioteconomia podem
Expediente, e que são os seguintes: ser postas em prática mesmo nas pequenas
a) Gabinete bibliotecas, pois o aprendê-Ias está hoje ao
b) Secretaria alcance de funcionários de mediana instru-
c) Protocolo e Serviço de Comunica- ção. As grandes bibliotecas deverão, ao con-
ções trário, ser confiadas a funcionários que te-
d) Arquivo nham curso completo de Biblioteconomia.
e) Portaria A cargo da Biblioteca poderá ficar o
f) Biblioteca serviço de História do Município, quando
Além das funcões propriamente admi- não na forma de crônica sistemática e conti-
nistrativas, o chefe" do executivo municipal nuada dos principais acontecimentos nêle
tem deveres de ordem política, social, ce- ocorridos, ao menos na forma elementar de
rimonial e de representação legal, que, nos guarda, relacionamento e catalogação de do-
centros de certa importância, só podem ser cumentos (jornais, folhetos, notas biográfi-
convenientemente atendidos se o prefeito dis- cas de munícipes destacados, etc ) , ou refe-
puser de um corpo de funcionários de sua rências a documentos administrativos, que
direta confiança, que o ajudem a desempe- sirvam de roteiro a futuros historiadores.
nhar, não só aquelas funções, como outras É muito comum não se obter pronta res-
de caráter especial. Êsses auxiliares com- posta nas cidades do interior a perguntas
põem o Gabinete do prefeito. sôbre quem fundou a povoação, quando che-
gou a estrada de ferro, quem foi a pessoa
Nas grandes cidades, alguns diretores que deu nome a tal rua, etc ; prova mais
de serviço necessitam, também, de Auxilia- que evidente de lamentável descaso pela his-
res de Gabinete. tória local.
A Secretaria é a dependência onde deve
ficar centralizado o serviço de correspondên- FINANÇAS - O Serviço de Finanças
cia, elaboração de atos de caráter adminis- ocupa, na administração municipal, papel de
trativo-burocrático, mecanografia, taquigra- importância capital.
fia, mimeografia, publicação de atos oficiais, Há necessidades essenciais da popula-
lavratura de contratos, coleta de dados para ção da cidade que devem ser atendidas me-
relatório, registro e índice de leis, decretos diante serviços públicos, que não podem ser
e decisões governamentais, e, bem assim, de suspensos em qualquer ocasião, e claro está
fatos, notícias e endereços que possam in- que nenhum serviço pode ser feito sem des-
teressar à administracão. Deve a Secretaria pesa, que será, no mínimo, o pagamento do
contai, também, com. um serviço de audiên- salário do pessoal que executa o trabalho.
cia e recebimento de reclamações do público. No dizer de LEONARD WHITE, "financa
Ao Protocolo e Serviço de Comunicações e administração são de fato inseparáveis", "e,
compete a recepção, a verificação (para ver para outros, o Servico de Financas é o san-
se preenchem as formalidades legais e regu- gue que alimenta t;dos os de~ais serviços
lamentares), o registro, a numeração, a dis- municipais. ·
tribuição, a movimentação, o contrôle de per- Assim sendo, o administrador municipal
manência nas diversas dependências da pre- consciente não pode deixar de considerar co-
feitura dos papéis encontrados; o registro e mo básico o problema financeiro do Municí-
a expedição da correspondência externa; a pio.
classificação e codificação de assuntos; a
manutencão de um servico de informacões A administração financeira comporta as
ao públi~o sôbre o anda~ento dos papéis e seguintes principais subdivisões:
a estatística do movimento dos papéis en- a) Orçamento
trados e saídos. b) Lançamento de Impostos e Taxas
Os registros devem, de prefe1ência, ser c) Arrecadacão
feitos em fichas, para maior facilidade de d) Tesouraria
organização. e) Contabilidade ou Escrituracão
No Arquivo são guardados e conserva- f) Serviço de Dívidas ·
dos todos os documentos e papéis que tive- g) Compras
ram solução e que devem ser preservados
para futura utilização, bem como mapas e ORÇAMENTO - A elaboracão do orca-
fotografias de interêsse do Município. Na mente nada mais é do que o ~onjunto das
sua organização, deve-se ter sempre em vista estimativas da receita e despesa, refletindo
que cada cousa tem o seu lugar e que tudo, as condições econômico-financeiras do Mu-
a qualquer tempo que se procure, seja fà- nicípio.
ADMINISTHAÇÃO E UnnANIS:I.lO 53

Em grande número de Municípios bra- Por outro lado, dispõe a Codificacão


sileiros, a elaboração e, sobretudo, a execuçã~ que a Despesa tem de se enquadrar nos -se-
orçamentária muito deixaram a desejar. Com guintes títulos: Administração Geral, Exacão
o regime de centralização administrativa dos e Fiscalização Financeira, Serviços de Segu-
últimos anos, os Governos dos Estados pas- rança Pública e Assistência Social, Serviços
saram a traçar normas orçamentárias para de Educação Pública, Serviços de Saúde
os Municípios, cada vez mais precisas e per- Pública, Fomento, Serviços Industriais, Ser-
feitas, até que o Govêrno Federal, pelo De- viços da Dívida Pública, Serviços de Utili-
creto-lei n. 0 2 416, de 17 de julho de 1940, dade Pública e Encargos Diversos.
aprovou a codificação dessas normas, disci-
Importante é que o Orçamento seja
plinando definitivamente a matéria em todo
elaborado com seriedade e critério, a fim
o País. Com o contrôle exercido pelos De-
de refletir a verdadeira situação do Muni-
partamentos das Municipalidades, ou Órgãos cípio.
análogos, a elaboração e a execução dos or-
çamentos municipais e respectiva contabili- Em conclusão, o Orçamento municipal
zação, passaram a ser feitas de forma regu- deve ser uno e ânuo, incorporando-se à Re-
lar e técnica E' êste um dos aspectos bené- ceita tôdas as previsões sôbre tributos, ren-
ficos da centralizacão administrativa dos úl- das e outras operações financeiras e incluin-
timos anos, e é d.; esperar e desejar que os do-se na Despesa tôdas as dotações neces-
Municípios jamais se afastem dos preceitos sárias ao custeio dos serviços públicos já
que já se acostumaram a observar, mesmo existentes e o do programa de ação traçado.
que venham a readquirir a plena autonomia Um orçamento bem elaborado prescinde,
antiga. É oportuno, por conseguinte, relem- salvo casos de fôrça maior, de créditos su-
brar as linhas principais da referida Codi- plementares e extraordinários, prática esta
ficação. que deve ser reduzida ao mínimo e que as
De acôrdo com ela, o orçamento muni- normas daquela Codificação procuram mui
cipal deve ser ânuo e uno. Por unidade or- acertadamente dificultar.
çamentária se entende que o orçamento deve
registrar tôdas as receitas e tôdas as despe- LANÇAMENTO - (Neste tópico, os Au-
sas previsíveis Esta regra não impede, como tores se referiam à Constituição de 1937, à
erradamente interpretam alguns, que o Mu- vista da época em que foi elaborado o tra-
nicípio tenha serviços autárquicos, isto é, ser- balho, quando a Assembléia Constituinte se
viços aos quais se dá, embora continuem a preocupava com a Constituição que viria a
pertencer ao Município, feição muito prÓ- ser promulgada a 18 de setembro de 1946
xima dos moldes das emprêsas privadas, com O aspecto doutrinário, porém, do trabalho,
administração própria dotada de amplos po- permanece inalterado. )
deres executivos e com contabilidade nos Mas, como quer que venha a ser, o pre-
moldes mais adequados às suas atividades feito terá a seu cargo o lançamento de im-
específicas. Sob a forma autárquica, pode o postos e taxas, que lhe fornecerão os meios
Município ter, por exemplo, um servico de para a execução do seu programa de tra-
bondes ou de ônibus, um serviço de águas, balhos.
um instituto de previdência social para os É importante que os tributos sejam equi-
seus funcionários É bastante, então, para tativamente distribuídos e proporcionados r•
que o princípio da unidade orçamentária se- capacidade dos contribuintes. Do contrário,
ja respeitado, que no orcamento geral do a tributação, ao invés de se constituir em
Município figurem, em números globais, as fonte de recursos para o bem da coletividade,
receitas ordinát ias e extraordinárias (opera- se converterá em fonte de injustiças, desâ-
ções de crédito) e as despesas das autarquias nimos e estorvos à produção
administrativas, apensando-se, ainda ao or- Assim sendo, a questão de lançamento
çamento geral, os orçamentos particulares deve ser cuidadosamente estudada, para que
das diversas autarquias O que importa, em o desenvolvimento econômico do Município
suma, é que a Câmara Municipal, ou o Órgão não seja tolhido, nem sejam aniquilarias as
ao qual caiba a votação do orçamento, tome iniciativas que possam fazê-lo progredir
conhecimento da totalidade dos fatos qu9
Acompanhando e completando CORNICK,
digam respeito às financas e economia do
Município · podem-se enumerar as seguintes medidas es-
senciais para um criterioso lançamento:
De acôrdo com a mesma Codificação,
a Receita se classifica em Ordinátia e Extra- a) Coleta de informações básicas
ordinária, subdividindo-se aquela em: Recei-
1. Em relação à propriedade imobi-
ta Tributária, Receita Patrimonial, Receita
liária: Nome do proprietário, for-
Industrial e Receitas Diversas. A 'Receita
ma, dimensões, área, confronta-
Tributária compreende Impostos e Taxas.
ções, finalidade e valor.
A Codificação define Impostos como
sendo os tributos destinados a atender, indis- 2 Em relação às indústrias: Máqui-
tintamente, às necessidades de ordem geral nas operatrizes, aparelhos operado-
da administracão; e Taxas, como sendo os res, fôrça motriz e número de
tributos exigidos como remuneracão de ser- operários.
viços específicos, prestados ao ~ontribuinte 3. Em relacão ao comércio: Área de
ou postos à sua disposição, ou ainda, como lojas e depósitos, número de arti-
sendo contribuição para custear atividades gos armazenados ou expostos, pe~­
especiais provocadas por conveniência de ca- soal a serviço da casa, veículos
ráter geral ou de determinados grupos. entregadores de mercadorias.
54 REVISTA BRASILEIHA DOS l\{UXICÍPIOS

b) Catalogação sistemática dessas infor- sível, a arrecadação feita pelas coletorias ou


mações. postos de recebimento.
c) Análise da informação. Os valores devem, de preferência, ser
depositados em bancos de co~fia~ça, guar-
d) Aplicação justa dos resulta~os. ~essa dando-se no cofre da Tesourana somente as
análise a cada propriedade mdtvtdual
quantias necessárias para os pagamentos pró-
a ser taxada.
ximos.
e) Compilação duma lista de impostos. É óbvio que as entradas e saídas de di-
f) Realização dessa lista. nheiro devem ser imediatamente escritura-
das a fim de se poder saber a qualquer
A coleta de informações deve ser feita
mo~ento qual é a disponibilidade existente.
entre os proprietários, nos cartórios, hastas
públicas, tabeliães, editais de venda, com-
CONTABILIDADE - A Contabilidade é
panhias particulares e outras fontes que me-
tacam fé um dos melhores meios de contrôle de que
_, Recebidas as informações, é necessário dispõe o administrador Pode ser definida
fichá-las e catalogá-las, de forma que possam como sendo o registro do movimento finan-
ceiro, organizado de tal maneira que forneça
ser eficientemente util'lzadas. Após êsse ser-
vico deve ser feita a análise cuidadosa dos aos administradores municipais informações
el~~entos coletados, que fornecerá os di- precisas, que os auxiliem na elaboração de
seus programas de trabalho, assim como ele-
versos valores unitários a serem utilizados
no lancamento. É necessário muita precau- mentos para verificação constante do anda-
mento dêstes .
cão na "escolha do critério de avaliação a ser
~dotado, pois julgar o valor de propriedades Para alcancar tal objetivo, é necessária
é operação bem mais difícil do que geral- uma padronizaÇão de fichas, fórmulas, em-
penhos, balancetes, certificados, etc
mente se imagina.
Resta, a seguir, relacionar os impostos A Codificação aprovada pelo Decreto-
-lei n. 0 2 416, de 17 de julho de 1940, fixa
e notificá-los aos contribuintes
alguns modelos gerais No entanto, só a
experiência poderá determinar os tipos mais
ARRECADACÃO - A arrecadação dos im-
aconselháveis para cada caso
nestas e taxa; deve ser feita à bôca do
A Contabilidade auxilia a administra-
~ofre, nas estações arrecadadoras do Muni- cão no preparo dos dados econômicos e na
cípio.
;ua aplicação prática; para obter resultados
A arrecada cão de tributos fora das 1 e
realmente eficientes, é indispensável que a
partições a que" procedeu exator ambul~n!e,
Contabilidade seja centralizada, embora ha-
só deverá ser adotada em casos espectalts-
ja, subordinados ao órgão central, serviços de
simos
contabilidade em tôdas as repartições arre-
O sistema de arrecadação deve ser o cadadoras, pagadoras, serviços industt iais e
mais rápido e simples possível, procuran- quaisquer outros que administrem dinheiro,
do-se dar ao contribuinte grande comodidade
bens, direitos e obrigações do Município
e facilidade
Sem uma total centralização, e Impos-
A concessão de abatimento para os re-
sível manter informações completas e coe-
colhimentos feitos antes de determinado
1 entes e efetuar uma distribuição eficiente
prazo, dá, geralmente, bons resultados, ante-
dos recursos municipais.
cipando as disponibilidades de caixa.
Três são as espécies de escrituração que
A adocão de um sistema de 1 ecolhi- devem ser feitas para se ter o contrôle das
mento por ;neio de prestações mensais, mes- situacões financeiras, patrimonial e industrial.
mo para os impostos em atraso, é método  Contabilidade Financeila compreende
aconselhável, em virtude das facilidades que o registro da receita e despesa do Município
traz ao contribuinte ( Arts 21 a 30 da Codificação)
É conveniente que se autorize, a con- A Contabilidade Patrimonial (Arts. 39 e
tribuintes em mora involuntária, mediante 38 da Codificacso) compreende o levanta-
têrmos de compromisso por êles assinados, o mento geral do patrimônio, mediante inven-
recolhimento em prestações, de impostos tiirio analítico, e o registro das rendas patri-
atrasados, sustando-se cobranças judiciais moniais.
iminentes. Dessa fm·ma, o contribuinte fal- A Contabilidade lndusttial (Arts. 39 e
toso pode ir aos poucos regularizando sua
40 da Codificação) compreende, além da es-
situacão sem aoravá-la com o acúmulo de
critura cão patrimonial e financeira, um re-
mult;s, ao mes~;o tempo que a dívida ativ_a
gistro ~special para demonstracão do custo e
do Município diminui, aumentando-se cft-
do resultado das operações e de caráter téc-
cazrnente a arrecadac2.o
nico
É, também, imp~rtante repartir a arre-
Dentro das normas gerais dessa Codifi-
cadação pelo ano todo, distribuindo-a por
cação, que, como já se disse, é ~e desejar
pmíodos, a fim de não sobrecarregar detna-
sejam mantidas, há que estudar o tipo de or-
siaàrnnente o pessoal arrecadador em certas
ganização ntais conveniente para cada caso.
épocas, ficando sem o que fazer em outras.
Dessa forma a entrada de recursos para os
cofres muni~ipais se torna, também, mais
SERVICO DE DÍVIDAS - Os administra-
regular e uniforme. dores municipais, em sua grande maioria, têm
freqüentemente de enfrentar o problema de
TESOURARIA - Todo o movimento mon~­ custeai" os servicos existentes e proceder à
tário ·da prefeitura deve ser centralizado na ralizacão de o br;s indispensáveis, tendo sà-
Tesouraria, recolhendo-se diàriamente, se pos- ment.; à sua disposição recursos limitados.
AnMINISTRAÇXO E U RBANISM:O 55

Os empreendimentos de vulto não são cional de Pavimentos", destinada a planejar,


geralmente exeqüíveis com as disponibilida- financiar e executar obras de pavimentacão
des ordinárias, havendo, pois, necessidade de de ruas nas cidades e vilas do país. No Bra-
lançar mão de outros meios sil, alguns Estados têm realizado planos de
O financiamento, feito por instituição financiamento de obras municipais, com bas-
de crédito ou pela venda de obrigações, é 3 tante sucesso. Neste sentido merecem se1
maneira mais comum de custear melhora- citados os excelentes frutos produzidos pelo
rnentos de grande importância, de execução Decreto n. 0 6 377, de 4 de ablil de 1934,
insuscetível de ser levada a efeito sob a de- do Govêrno do Estado de São Paulo, dispon-
pendência das rendas imediatas do Muni- do sôbre o financiamento de obras de águas
cípio. e esgotos para as cidades do Estado, por
As obras de instalacão de um servico cujos dispositivos já foram investidos quase
de águas e esgotos, ou a -construção de u,.;a 100 milhões de cruzeiros em obras dessa es-
grande ponte, nunca poderiam ser realizados pécie.
sob tal dependência. O mais das vêzes, o MATERIAL - Qualquer que seja o siste-
saldo disponível de dois ou três exercícios ma administrativo, não poderá funcionar con-
não seria suficiente para o custeio total das venientemente, se não dispuser de material
obras adequado.
Pretendendo-se levar a efeito um em- A aquisição, em boas condições, de ma-
préstimo para execução de obra pública, é terial de boa qualidade, traz à administra-
indispensável que se proceda inicialmente a ção grande economia .
um cuidadoso estudo do programa de execu- A função do Serviço de Material pod<.
ção da obra, seu custo, necessidade ele fundos ser definida como sendo o fornecimento de>
durante a construção e benefícios que aclvi- material mais conveniente, na ocasião dese--
rão, em conseqüência, para a coletividade. jada e na quantidade exatamente necessária.
A seguir, precisa ser estudada a forma de Assim, a administração do material tem
obtenção do empréstimo, a juros baixos, sendo de atender aos seguintes pontos:
imprescindível haver absoluta possibilidade a) Padronização
de pagamento pontual das obrigações assu- h) Aquisição
midas c) Ensaios
.~
. escolha ele intermediários ou corre- d) Almoxarifado
tores idôneos, quando necessários, é essen- e) Oficina de Reparos
cial, a fim do evitar comissões desarrazoadas, f) Serviço de Transportes
que venham onerar a operação g) Patrimônio
Obras públicas reprodutivas ou de in- Nas pequenas administrações essas fun-
terêsse geral, com planos bem estudados, cões se 1eúnem em uma só seccão ou mesmo
execução conveniente e compromissos salda- ~m uma só pessoa; nas grand~s, há necessi-
dos em dia, üarão progresso ao l\liunicípio, dade de criar divisões, secções, etc., servi ..
ao mesmo tempo que aumentarão a confiança das por pessoal especializado.
e o crédito da administração, possibilitando À Padronização compete fazer minu-
novos meios para a realizacão de outras ob~as cioso estudo das necessidades dos dive1 sos
e melhoramentos. · serviços, cotn relação a rnaterial, estabele-
Para certas obras reprodutivas, tais co- cendo, após, as correspondentes especifica-
mo serviços de água, esgotos, fôrça e luz, ções Tal procedimento redunda em apre-
etc., pode ser interessante negociar emprés- ciável economia, em virtude ela possibilidade
tiJnos com anuidades cresc0nles, dado que de compra de grandes quantidades, ao mesmo
tais serviços produzem, também, lendas cr es- tempo que permite reduzir a variedade dos
centes com o tempo estoques.
Para atender convenientemente aos com- Fixada a qualidade do material, pode
promissos assumidos, há necessidade de se ser feita a Aquisição, que obedecerá, sempre
o1ganizar u1n Serviço de Dívidas que terá que possível (Art. 46 da Codificação do De-
a seu cargo não só o planejamento das ope- creto-lei n. 0 2 116) ao sistema de concor-
rações de crédito como também as providên- rência, ou, em alguns casos, ao de coleta
cias necessárias à obtencão do n11merário in- de preços, só devendo ser utilizada a aquisi-
dispensável à satisfacã~ dos compromissos ção direta e imediata em casos especialíssi-
assumidos, dentro do~ prazos preestabeleci- n1os.
dos. Para maior economia e fiscalização, as
Como exemplo de organizações de finan- acnns1coes devetn ser centralizadas etn um
ciamento, vale a pena citar "Ob1as Sanitárias Út;ico ..órgão, que se encarregará também da
de la Nación", autarquia de caráter federal, seleção de forneceriores, a fim de só operar
que, na República Argentina, projeta, finan- cotn firmas idôneas.
cia e executa obras relativas a serviços de Antes do pagamento do material adqui-
8sua e esgotos em lod_? o país, fic?ndo, t~m­ lido, devem ser realizados Ensaios de veri-
bem, com a exploraçé\o dos se1 v1ços ate o ficação, 1-ecusando-se o n1aterial que não cor-
final recebimento dos empréstimos, e o "Ban- 1 espondet às especificações
co Nacional Hinotecá1·io Urb3no y de Obras Nos grandes centros têm os administra-
Publicas", do l'/féxico, com finalidade mais dores à sua disposição os Institulos de Tec-
a1npla do que a autarquia anterior, pois se nologia, para realização, não só dos ensaios
destina a financiar os se1 vicos de utilidade de recepcão, como também para os estudos
PÚblica municipalizados e a;_,tarquias admi- da paclr:o'nizacão.
D1strativas as n1ais variadas Cogita-se nn J\ceito o~ maier:io.1, deve ser recolhi ::lo ao
A:re,entina da criação da "Administración Na- Ahr.oxmifado, que nada mais é elo que um
56 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNicfPIOS

reservatório de compensação, que permite o O Serviço de Pessoal tem, pois, múlti-


abastecimento fácil e quase imediato de to- plas funções, que podem ser encaradas sob
dos os Órgãos de serviço . os seguintes aspectos:
Um Almoxarifado bem organizado tem a) Organização de Carreiras
que manter uma perfeita escrita de entrada b) Seleção
e saída de material, que permita, com faci- c) Aperfeiçoamento
lidade, saber o estoque geral ou detalhado, d) Estatuto
existente em determinado momento, e bem e) Registro Funcional
assim, o seu valor; além disso, necessita f) Assistência Social
manter uma estatística de consumo, que não g) Previdência Social
só facilite a organização da proposta orça-
mentária, como forneça dados para a conta- A existência de um organismo qualquer
bilidade de custo e financeira dos vários ser- pressupõe uma finalidade a cumprir e é ób-
viços, além de permitir o cálculo dos esto- vio que será sempre possível determinar as
ques mínimos que assegurem a realização dos funções que cabem a cada parte do organis-
serviços com o menor empate de capital pos- mo, bem como o número e espécie de fun-
sível. cionários necessários à perfeita execução do
Há necessidade, também, de estudar os trabalho.
tipos mais convenientes de fichas, talões de Desde que seja atingido um certo volu-
pedido e entrega, requisições, propostas, etc , me de serviço, será conveniente fazer a es-
a fim de se terem escrituracão fácil e mo- pecialização das funções, donde decorre a
vimentação rápida dos mate~iais, a par de Organização de Carreiras.
perfeito contrôle. Convém salientar que a organização de
O local de guarda do material deve me- uma carreira só deve ser levada a efeito, se
recer, também, grande cuidado, tendo em o número de servidores da mesma especiali-
vista a melhor conservação possível. zação permitir a organização de um quadro
Semestral ou anualmente, há necessida- com seriação que estimule os funcionários
de de se proceder ao balanço geral do almo- no cumprimento dos seus deveres.
xarifado, para organização do inventário o Grande número de nossas prefeituras,
verificação do estoque. porém, não comporta a organização de car-
As prefeituras que contam com grande reiras, sendo, em muitos casos, suficiente uma
número de móveis e veículos devem possuir ou duas pessoas em cada função; nesta hi-
Oficina de Repatos, para atender a conser- pótese, devem ser criados cargos isolados.
vação de todo o seu material, prolongando- De uma ou de outra maneira, porém, a es-
lhe, dessa forma, a vida útil. tabilidade nos cargos, só deve ser assegurada
O Servico de Transportes controla todo aos ocupantes que mantenham a continuidade
o movimento> de veículos, de carga ou passa- da administração; os que exercerem outros
geiros, observando e registrando as ocorrên- serviços, ou cargos de confiança, devem ser
cias e movimentacão diária, de modo que se livremente demissíveis, para que o prefeito,
possam organizar fichas onde estejam consig- com maior liberdade de ação, possa melhor
nados, em resumo, todos os elementos que prover as necessidades administrativas.
permitam julgar da vida útil dos veículos e
Convém ter sempre presente que bon>
de suas qualidades e utilidade .
funcionários só se obtêm, na maioria dos ca-
Com referência a automóveis, deve-se sos, com remuneração justa e que lhes permi-
registrar em fichas diárias, mensais e anuais: ta existência condigna. A consagração in te.
o número do auto, marca, tipo, salário do gral ao serviço público só se consegue pa-
motorista e ajudante, horas de serviço, con- gando bem ao pessoal, para evitar que êste
sumo de gasolina, óleo e pneus, distância recorra a trabalhos estranhos à repartição,
percorrida, natureza do transporte, local de que acabam sempre reduzindo sensivelmente
serviço, número de viagens, tempo dispen- a eficiência dos funcionários. Menor número
dido em serviço, etc. de funcionários bem pagos dá melhores re-
Ao Patrimônio compete fazer o levan- sultados que pessoal numeroso mal remune-
tamento geral e manter o registro atualizado rado.
de todos os bens patrimoniais, do qual cons-
A Seleção de funcionários deve ser feita,
tem os edifícios, propriedades, aparelhamento,
de preferência, pela realização de concur-
móveis, utensílios, etc., providenciando para
sos de provas ou títulos, pois, dessa forma,
a oportuna baixa e alienação dos elementos
pode-se reduzir <1e muito, ou eliminar o afi-
que se tornarem imprestáveis ou inúteis à
lhadismo, sempre prejudicial à boa marchn
administração .
dos serviços.
PESSOAL - Uma boa administração de- Antes da efetivacão de um funcionário
pende do perfeito funcionamento de todos os mesmo classificado eiu concurso, é aconse-
seus Órgãos, o que não será possível se não lhável deixá-lo em estágio probatório du-
se dispuser de pessoal capaz. rante certo lapso de tempo, a fim de se
Assim, qualquer que seja o tamanho da conhecerem as qualidades e defeitos, que um
organização, é indispensável que o pessoal, concurso, de qualquer espécie que seja, não
em número estritamente necessário, seja ra- pode revelar inteiramente.
cionalmente escolhido, convenientemente re- As prefeituras que disponham de certos
munerado e conte com vantagens e possibi- recursos, devem, em benefício de seu ser-
lidades futuras que lhe despertem o inte- viço, promover o Aperfeiçoamento de seu~
rêsse pela permanência no serviço e o incen- funcionários, quer pela realização de viagens
tivo no aprimoramento do trabalho. de estudo, quer pela freqüência a determi-
ADMINISTRAÇÃO E URBANISMO 57

nados cursos, mantidos por outras institui- c) distribuir, anualmente, impressa ou


ções ou pela própria Municipalidade. mimeografada, urna breve sinopse da estatís-
E' de todo interêsse para a administração tica municipal com as competentes discrimi-
e para os funcionários a existência de um nações por distritos, ou em relação aos qua-
Estatuto, que lhes defina os direitos e de- dros urbano, suburbano e rural, conforme <1
veres, estabeleça normas gerais sôbre o pro- natureza dos assuntos;
vimento de cargos, promoções, transferên- d) manter um serviço público de in-
cias, substituições, faltas, licenças, férias, dis- formacão sôbre o Município, no que se re-
ponibilidade, aposentadorias, exonerações, pe- lacion~r com as pesquisas do serviço de es-
nalidades e todos os demais atos que possam tatística;
interessar ao senventuário municipal.
e) manter, franqueada ao público, uma
A organização de um Registro Funcional biblioteca especializada de divulgação esta-
é indispensável, para que se possa ter, a tística, ou colaborar na organização de uma
qualquer momento, informações certas e pre- seccão a êsse fim destinada na Biblioteca
cisas sôbre cada funcionário. Tal registro Mu~ücipal, sempre que esta já exista;
permitirá julgar convenientemente os fun-
i) organizar e manter, franqueada ao
cionários, ao mesmo tempo que lhes assegu-
público, uma sala expositiva de elementos
ra os direitos.
apropriados à divulgação das revelações das
Qualquer funcionário, mesmo bom, só estatísticas sôbre a vida do Município, do
poderá produzir convenientemente, se tiver Estado (diga-se - Território, no caso do
a tranqüilidade de espírito indispensável à Acre) e do País, ou colaborar no preparo de
realização do seu trabalho. Pela Assistência urna seccão destinada a êsse fim do Museu
Social conseguiram muitas emprêsas melho- Municip~l, ou organização análoga, quando
rar a produção de seus servidores, o que, no tal instituição já exista;
final de contas, redundou em aumento de
lucros. g) manter um serviço de publicidade
que divulgue, em comunicados periódicos, os
Convém que a Assistência Social se dados estatísticos que sejam de interêsse para
ocupe, sempre que possível, não só do es- as atividades sociais ou econômicas dos Mu-
tado de saúde do funcionário, como de todos nicípios, e revelem as necessidades e as rea-
os de sua família, pondo-lhe ao alcance, lizações da vida municipal;
médico, remédios e alimentos; bem como fa-
cilite, quando viáveis, educação e trabalho h) responder por todos os trabalhos ou
aos membros da família que os necessitem, pesquisas que os órgãos incumbidos da De-
visando sempre à melhoria das condições de fesa Nacional requisitem ao Govêrno Mu-
vida do trabalhador. nicipal;
É um servico caro, de difícil exe,cução, i) promover a colaboração da Agência
mas que deve s~r considerado. Municipal de Estatística com o Diretório
A Previdência Social tem por fim am- Municipaí de Geografia;
parar a família do funcionário, após a sua j) prestar a assistência moral e a co-
morte. Atualmente já é permitido aos fun- laboração que estiver ao seu alcance a todos
cionários mumctpais contribuírem para o os movimentos sociais, econômicos ou cul-
Instituto de Previdência e Assistência do3 turais que visem interêsses coletivos ou o
Servidores do Estado (IPASE), aproveitan- progresso da comunidade municipal;
do-se assim das vantagens que êsse Instituto
1) promover ou auxiliar as campanhas
oferece aos seus contribuintes.
ou movimentos cívicos que se tornarem ne-
EsTATÍSTICA E PESQUISA- Os Autores, cessários para cultivar os sentimentos patrió-
neste capítulo, expendem considerações bri- ticos e estreitar os vínculos da unidade na-
lhantes e judiciosas em tôrno das responsa- cional;
bilidades da Estatística na Administração
Municipal. m) colaborar em tôdas as iniciativae
Nenhuma Prefeitura Municipal, porém, do govêrno local no sentido de melhorar e
racionalizar a administração municipal;
terá maiores preocupações com a organização,
a manutencão e a eficiência dos seus servi- n) conservar provisàriarnente nas fun-
cos estatísÚcos. Nem mesmo no tccante a ções, postos à sua disposição pelo Govêrno
despesas. É que, em virtude dos Convênios Municipal, os funcionários especializados da
Nacionais de Estatística Municipal, as Agên- repartição (agência, serviço, seccão, divisão,
cias Municipais de Estatística passaram a ser diretoria ou departamento) responsável pe-
administradas pelo Instituto Brasileiro de los trabalhos de estatística geral do Muni-
Geografia e Estatística, que, além de outras cípio, desde que a situação atual de tais fun-
obrigações, se comprometeu a: cionários decorra de lei municipal anterim
a) fornecer à adrninistracão local os ao Decreto-lei federal n. 0 4 181, ou de lei
elementos estatísticos de que esta necessitar. estadual publicada até a data dêste Con-
tanto os de ordem local, como os de com- vênio;
preensão regional ou nacional, desde que o) assumir o ônus da remuneração dos
compreendidos no plano de pesquisas fixado funcionários municipais provisàriamente pos-
pelo Conselho Nacional de Estatística; tos à sua disposição para os serviços das A-
b) divulgar, nas publicações que o gências Municipais de Estatística, desde
comportarem, os principais dados da estatís- quando, em cada Município, ficar satisfeita
tica municipal, em cotejos de ordem regio- urna das duas condições previstas na letra
nal ou nacional; h da Clftusula décima-primeira;
58 REVISTA BRASILEIHA DOS 1\!UNICÍPIOS

p) transferir para o seu quadro, em FISCALIZAÇÃO - Nas localidades de


definitivo, sujeitos à competente legislação pequeno movimento e de poucos recursos, a
reguladora, .e com os vencimentos da catego- adocão de um Se1vico de Fiscalizacão cen-
ria em que forem classificados, os atuais fun- trali:Zado dá, geralme,;te, bons resulta,dos,
cionários que, submetidos às necessárias pro- Assim, um único departamento, ou sec-
vas de habilitação, forem aprovados; ção, pode ocupm-se da fiel observância do
q) restituir à administração municipal código de posturas, contrôle de veículos,
os funcionários, que, postos provisOriamente combustíveis, gêneros alimentícios, etc., man-
à sua disposição, não se submeterem às pro- tendo-se, porém, em inteligência e colnbora-
vas de habilitação instituídas, ou não forem ção com tôdas as secções, diretorias, serviços,
aprovados nessas mesmas provas. etc. interessados nesses diversos assuntos.
Tal sistema, porém, não dá resultados
SERVIÇOS JuRÍDICOS - Sem constituir,
satisfatórios nas Municipalidades de grande
pràpriamente, uma atividade independente
desenvolvimento, sendo, para estas, aconse-
dentro de urna Municipalidade, os Serviços
lhável deixar a cargo de cada serviço espe-
]wídicos prestam, no entanto, grande assis-
cializado a Fiscalização da parte que superin-
tência a todos os departamentos e secções e,
tende
conseqüentemente, à coletividade.
As suas principais atividades podem ser Funções externas
grupadas da seguinte maneira:
Passemos a estudá-las separadamente.
a) Assistência Jurídica aos Le[>,isladores URBANISMO E PLANO DIRETOR - Qual-
b) Assistência Legal aos Departamentos quer empreendimento, por mais modesto que
c) Representação em Juízo. seja, deve ser planejado, sem o que se arrisca
A elaboracão das leis é trabalho mais o executor a não atingir o fim em vista.
complexo do que parece à primeira vista, Ninguém, de bom senso, fará uma casa
pois é indispensável que tôdas as leis mu- sem eiabmar o respectivo projeto, nem ad-
nicipais sejam razoáveis nas suas detern1i- minist! ará uma indústria sem estabelecer um
nações, exeqüíveis nas suas aplicações e ela w programa de ação Com mais forte razão,
ras na forma, além de estarem de acôrdo deve ser organizado o plano de desenvolvi-
com as Constituicões Federal e Estadual e mento de uma cidade, pma se tirar o melhor
com a Lei Orgâ;:,ica dos Municípios. Por partido possível das condições locais, apro-
outro lado, é muito impo1 tante que as leis veitando-se tôdas as possibilidades econômi-
sejam a expressão exata de necessidades so- co-financeiras existentes.
ciais, mas apenas das necessidades sociais bem Assim, é indispensável ao prefeito, que
sentidac, uma vez que o excesso de lei res- deseje realmente p1 estar bons serviços, tra-
tl inge inutiimente as liberdades humanas, tar da elaboração de um plano básico de
tornando-se, pelas rebeldias que provoca, um desenvolvimento da cidade, vilas e povoados
fator negativo na educaç'ío da consciência do seu Município, .a fim de poder agir ra
coletiva E tudo isso só é obtido, em geral, cional e orientadamente, nêle enquadrando
quando a administração municipal dispõe d:e tôdas as obras e se1 viços que seja necessário
boa Assistência ]addica. realizar
No desenvolvimento do serviço normal A organização de um tal plano, que co-
de uma prefeitura, freqüentemente se apre- mumente é denominado Plano Diretor, de-
senta a necessidade de interpretação de de pencle de uma série de elementos e compreen·
terminado dispositivo legal ou contratual, de certo número de sei viços, que deverão scí.
ou do estu(lü de determinada questão em fn- atcmdidos segundo determinada seqüência, e
ce de decisões judiciais, ou do estudo de con cuja execução, parcelada e progressista, pos-
tratos a serem assinados com particulares, sa ser levada a efeito sem obrigar a modifi
etc. Tais serviços fazem parte da Assistência cação do que já foi realizado.
Legal, que deve ser prestada a tôdas as de-
Assim podemos dizer que o Plano Dl-
pendências da Municipalidade
reter abrange:
Além dessas atividades, têm freqüento-
mente as Municipalidades de promover co- a) Levantamentos Topográficos
branças executivas, desapropriacões judiciais b) Levantamentos de Informacões
e outros serviços que exigem Rep1esentação c) Elaboracão do Plano ,
em Juízo. d) Legislação
e) Contrôle de Execução do Plano.
Nas l\l!:unicipalidades de pequenos recur-
sos, a pequena freqiiêncin de questões de Assim, qualquer prefeiio, que deseje rea-
natu1 eza elas acimB tnencioP-Bdas pode não lizar melhmamentos nas cidades ou vilas de
justificar a existência de uma Assistência seu Município, tem de ilatar_, prhn~áran1ente,
Jurídica e Legal c! e caráter permanente. dos respectivos Levantamentos Topográficos,
Para elas será mais conveniente contratar que deverão ser os mais completos posslveis,
assistente para cada caso que se fôr apresen- a fim de facilitar o trabalho do projetista
tando. Em contraposição, as de grandes re- Importante é assinalar que a planta to-
cursos exigem, muitas vêzes, un1. corpo espe · pográfica e cadastral de uma cidade é o seu
cializado de juristas e advogados de tiroc!nio. retrato em determinado momento e que a
Um dos bons serviços que os Departa- cidade, como um organismo vivo que é, vai
mentos das Municipalidades vêm prestando paulatinamente soh endo modificações que
é o Se1 viço Jurídico, destinado a atender às devem ser assinalad2:s e apontadas, para man-
necessidades das prefeituras. ter as plantas sempre a1 ualizadas, sem o que,
Am.rr:--~rsTnAçKo E UnnANIS1IO 59

no fim de alguns anos, o custoso trabalho realização, de forma tal que não se anulem
de levantamento topográfico estaria quase ou prejudiquem os serviços e fiquem ante
totalmente perdido e sem outro valor, a não cípadamente estabelecidas as épocas em que
ser histórico, tal como o retrato de uma pe,;- se deverá proceder a novos estudos e levadas
soa tirado na infância não sm ve para iden- a efeito certas obras de ampliação, evitando
tificá-la na maturidade. que a vida da população sofra perturbações
Quanto às condicões técnicas a satisfa- resultantes da sua não realização.
zer, devem ser fixad~s para cada caso par- O ponto de partida na elaboração do
ticular, de acôrdo com a situacão local. plano de remodelação de qualquer cidade
Levantada a planta top;gráfica e ca- deve ser o Zoneamento ( "zoning"). Zonea-
dastral, a segunda etapa a vencer será o mento pode ser definido como sendo o gru-
Levantamento de lnformacões pamento e distribuição racional dos diferen-
Êste compreende a c~leta, coordenação tes organismos de uma coletividade, de fot-
e sistematizacão dos elementos necessários ma que funcionem harmônicamente e sem.
ao estudo da~ condições locais, presentes e prejuízo do desenvolvimento futuro da ci-
passadas, sob vários aspectos - histórico, dade.
artístico, geográfico, finauceiro e social, po- Múltiplas são as vantagens do Zonea-
lítico, econômico, paisagístico, etc. - de for- mento. MoRRIS KNOWLEG as tesume do se-
ma que se possam prever as tendências e, guinte modo:
conseqüentemente, o futuro da coletividade 1. Estimula um desenvolvimento urbano
em estudo
próspero e bem organizado.
De posse de tais resultados, será possí-
vel julgar das condições de realização do 2 Torna possível um programa prático
plano, de seus limites aconselháveis, da for- de tracado e desenvolvimento do sis-
ma de financiamento mais conveniente, ou, tema de vias de comunicação e de to-
me3mo, da sua inexeqüibilidade. dos os serviços coletivos, pot que de-
Parte importante do Levantamento de termina com antecedência o uso e as
Informacões é o seu selecionamento e classi. necessidades dos distritos.
ficar:ão - 3 J mpede a mudança rápida e prema-
No intuito de facilitar a coleta de dados, tura do cat áter dêsses distritos.
bem como o estudo de elementos coligidos, 4. Impede a intromissão de edifícios im-
e de evitar, ao mesmo tempo, a obtenção de próprios naquelas situações em que
elementos inúteis o:1 de pouco valor e inte- seriam prejudiciais
rêsse, é indispensáve1 estabelecer previamen- 5 Estabiliza e protege valores e capi-
te um programa de pesquisa, cuidadosamente tais, determinando de antemão o ca-
organizado. ráter das propriedades.
As fontes de coleta das informacões de-
6 . Simplifica e resolve o problema da cir-
vem ser criteriosmnente escolhidas, a> fim d8
culação, regulando a altura e o volu-
que possam merecer confianca os resultados
me dos edifícios e, portanto, o con-
obtidos De maneira geial,- as bibliotecas,
gestionatnento das ruas.
1nuseus, arquivos púbiicos ou particulares,
etc., podem f01necer elementos de gwnde 7 Assegura, afinal, melhores condições
interêssc, como ta1nbé1n o preenchi1ne~to d0 de higiene e de estética para o bem
questionários por pessoas e entidades co!1he- geral.
cedoras da cidade e da região, pode trazer· Uma vez estabelecido o Zoneamento, é
contribuição de irrestimável vnlor. possível então prever e determinar iodos os
A publicac2o dos resultados de um tra- elementos que integra1n o conjunto urbanís-
balho de tal natureza, e da resnectiva do- tico
cun1entação, é de tôda conveniência, pelo Assim, o Plano Diretor compreende, não
interêsse que encet ra para outros estudos. só o estudo da abertura e pavimentação de
Convenic::nte será, também, manter ai..un- avenidas, ruas e estradas, a construção de
lizadas as informações colhidas, o que pc:>- jardins, parques, campos de esporte e "play-
derá ser feito ~em r;randes dificuldades e -erounds", cctno t3mbé1n a íixação de regras
prestará inestimáveis serviços ao bom admi · de loteamento, a localização dos bairros co-
nisfrador. mercial, industrial e residencial, dos templos,
hospitais, matadouros, cetnitérios, mercados,
Selecionadas, classificadas e 3nalisad8s
aeroportos, estações de ferro e rodoviárias;
BS infonnações colhidas, pode então o urba-
e, ainda mais, os estudos da instalação ou
nista paec'ar 2.0 esturlo da exeoüibilictade d;,
ampliação de serviços de transporte coletivo,
empreendimento e depois à E!ab01aciío do
Pla-no - . de água, luz, gás, esgolos e limpeza pública,
além dos relativos à recuperação de zonas
O Plano Din"tor nada mais é elo <1'J" insalubres que ci1 cundeJn a "urbs" e de ou-
um pr::>grama de Yemodelacão pa18. se1· exe- ti as obras necessárias ao bem-estar da popu-
cutado paulatina e progrcssi·vnmente lacão ou ao desenvolvimento da cidade.
A sna elabora2ão exige o conhecimer~t'] ~ O Plano só poderá ser considerado com-
do passado da cidade, da evolução realizada pleto, se, a par do programa de obt as, fôr
e das tenclências e possibilidades futur.es da bito o indispensável estudo . econômico-fi-
aglotnE:·ração em estudo nanceiro, que garanta a sua realização
O Plano deve abranger t.ôdas as obras De nada valerá um belo e monumental
a serem levadas a efeito no subsolo e na su- projeto, que fique somente no papel, em
perfície da cidade, estabolecencio, igunlmon- vi1 tude da falta de recursos da Mtmicipali-
te, o seu grau de necessidade e ordem d·~ dade
60 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

Assim, o projeto de remodelação de uma trôle de Execução do Plano a um organismo


cidade só deverá ser aceito, se fôr financei- estranho ao IVlunicípio, que poderá ser, por
ramente exeqüível. exemplo, o Departamento das Municipali-
Organizado o Plano Diretor, deve-se dades, estadual.
cuidar da Legislação, isto é, do conjunto de De qualquer forma, porém, o importan-
leis que se tornarem necessárias à boa exe- te é obter um meio prático de impedir que
cução do programa elaborado. um prefeito mal orientado prejudique, ou
Assim, umas autorizarão a promoção dos mesmo inutilize, um plano de remodelacão da
recursos financeiros; outras fixarão os tra- cidade, que foi cuidadosamente projet~do e
çados e gabaritos das ruas que devam ser em cuja elaboração foram certamente des-
abertas ou alargadas em obediência ao Pla- pendidos não pequenos recursos financeiros,
no básico; outras fixarão a localização das provindos, em última instância, do bôlso dos
zonas comerciais, industriais e residenciais; munícipes.
o gabarito das edificações; as condições a
serem obedecidas pelas construções, de acôr- VIAÇÃO, OBRAS PÚBLICAS E SERVIÇOS DE
do com o fim a que se destinem; as normas UTILIDADE PÚBLICA - A denominação Obras
de cálculo; as exigências mínimas para no- Públicas é uma expressão mais ou menos
vos arruamentos e desmembramentos; as vaga, que geralmente abrange todos os ser-
condições de fiscalização; penalidades; etc. viços de execução e conservação das obras
A tendência atual, entre nós, é reunir que devem ser realizadas pelas administra-
em uma única lei, comumente chamada Có- ções públicas e, bem assim, a manutenção e
digo de Obras, tôdas as questões de zonea- operação de alguns serviços de utilidade pa-
mento, de construções e divisão de terrenos. ra o público em geral.
A legislação a promulgar deve ser sim- O número e a espécie de atividades que
plesmente a necessária e suficiente, elabora- podem ser abrangidos sob tal designação é
da em conjunto ou separadamente, com es- muito variável e depende das particularida-
pírito prático e com pleno conhecimento das des locais. Assim, por exemplo, o serviço de
particularidades locais, de forma que satisfaça iluminação é, em algumas cidades, mantido
plenamente às condições de vida social e diretamente pelo Município, enquanto em
econômica da comunidade. outras o é pelo Govêrno Federal ou Estadual,
Aprovado o Plano Diretor e resolvida ou, o que é mais comum, por emprêsa parti-
a sua execução, é necessário, é indispensável~ cular fiscalizada por uma ou outra dessas
mesmo, que se tomem tôdas as precauções três entidades administrativas. Algumas pre-
possíveis para que o Plano não venha a ser feituras consideram os jardins, parques, mer-
modificado ao sabor de conveniências pes- cados, etc. sob aquela designação; outras, po-
soais ou políticas, pois, desta forma, dentro rém, os consideram serviços distintos dos de
de certo lapso de tempo, poderá estar tão obras.
mutilado, que será preferível abandoná-lo, Para efeito de exposição, unicamente,
perdendo-se, assim, todo o trabalho de plane- fazemos a seguir a enumeração das funções
jamento anteriormente feito, e passando a ser que entre nós podem ser consideradas como
desperdício a despesa efetuada com a sua Obras Públicas.
elaboraçãiJ Dividimo-las em três grupos:
Qualquer modificação só deve ser in- a) Viação e suas Obras
troduzida depois de previstas e estudadas b) Obras propriamente ditas
tôdas as conseqüências que dela poderão de- c) Serviços de Utilidade Pública e
correr e que fique reconhecido, de forma in- suas Obras.
sofismável, não só que a alteracão benefi-
cia o plano inicial, como também que as Sob a primeira denominação grupamos
as atividades que se referem a estudos, pro-
vantagens decorrentes são muito maiores do
jetos, construção e conservação de obras des-
que as possíveis desvantagens.
Daí a necessidade imperiosa de um ór- tinadas ao tráfego de pessoas e causas, a
gão de Contrôle de Execução do Plano da saber:
cidade. 1. Arruamentos e Esgotos Fluviais
Êste Órgão tem de ser criado por lei, 2. Estradas
com funções perfeitamente definidas e com 3. Pavimentação
autoridade para velar pela fiel observância 4. Pontes
do Plano da cidade, e, ao mesmo tempo, Sob a segunda denominação grupamos
promover as campanhas que se tornem ne- as atividades que se referem a estudos, pro-
cessárias para lhe facilitar a execução jetos, construção e conservação das seguin-
Nos centros urbanos mais adiantados, tes obras, públicas ou particulares:
essas funcões têm ficado afetas às chamadas 1 . Edifícios Públicos
Comissõe~ do Plano da Cidade, que são cons- 2. Aprovação de Plantas e Polícia de
tituídas de técnicos e cidadãos de valor e Construcões Particulares
independência moral, e que podem e devem 3. Sistema- Recreativo
ser, na sua maioria, estranhos à administra- 4. Recuperação de Áreas Alagadas
ção municipal 5. Obras Diversas
Os pequenos Municípios, porém, não
comportam, via de regra, tal organização. Sob a terceira denominação recaem as
Em conseqüência, deverá ser estudada, para atividades que subentendem prestacão de
cada caso particular, a solução que mais serviço ao público, a saber: -
convier ao interêsse coletivo. Em muitos 1 . Abastecimento de Água
casos talvez seja preferível atribuir o Con- 2 . Esgotos Sanitários
ADMINISTRAÇÃO E URBANISMO 61

3. Limpeza Pública Plano Diretor da cidade; a locação dos res-


4. Matadouro pectivos alinhamentos; o projeto e a execu-
5. Mercado ção dos "greides" longitudinais, das secções
6. Transportes Urbanos transversais e das concordâncias dos leitos
7. Eletricidade carroçáveis nos cruzamentos; o projeto e a
8. Gás const;ução de meios-fios e sargetas; execução
9. Telefones dos passeios e refúgios para pedestres; o pro-
10. Servico Funerário jeto e a execução das canalizações de drena-
11. Diver;os (banhos, docas, etc.). gem das águas pluviais, com as respectivas
bôcas de lôbo e caixas de areia.
DIREÇÃO TÉCNICA - Antes de examinar Os materiais a empregar variarão de
cada uma dessas atividades de per si, cum- acôrdo com as condicões locais.
pre observar que elas requerem uma Di- Onde houver boa pedra e bons cantei-
reção Técnica capaz de fazer ou analisar ros, os meios fios deverão ser de pedra; caso
todos os estudos, projetos e cálculos das contrário, é preferível fazê-los de concreto,
obras públicas e respectivas especificações premoldados ou moldados no local, sendo
de materiais e normas construtivas; de diri- uma ou outra dessas soluções relativamente
gir ou fiscalizat-lhes a execução; de medir simples. Os meios-fios de tijolos comuns,
e calcular as fôlhas de medicão das obras mesmo revestidos de argamassa de cimento
contratadas; de examinar e opinar sôbre os e areia, são pouco resistentes e, por isso, in-
projetos das obras particulares e fazer-lhes teiramente desaconselháveis .
a: fiscalização; e de manter o arquivo de As bôcas de lôbo e caixas de areia po-
plantas, desenhos, cadernetas de medições, dem ser de alvenaria, de pedra ou de con-
relatórios e dados de interêsse técnico. creto armado; os ralos, de ferro fundido ou
A organização da Direção Técnica va- concreto armado; as sargetas, de concreto
riará, naturalmente, com a importância e pos- ou do material com que fôr pavimentada a
sibilidades dos Municípios. Nos grandes, po- rua; as tubulações no subsolo, de concreto,
derá haver, diretamente subordinadas ao ou barro vidrado, conforme o diâmetro e
prefeito, uma Diretoria de Viação, uma Di- preço do lugar.
retoria de Obras Públicas e uma Diretoria Qualquer material a ser empregado de-
de Serviços de Utilidade Pública, correspon- verá ser previamente examinado, a fim de
dendo aos três grupos de atividades técnicas ser verificada a sua boa qualidade, concor-
acima mencionados; nos Municípios de im- dância com as especificações e perfeito es-
portância um pouco menor, êsses grupos de tado.
atividade poderão constituir Secções Técnicas Essencial é, também, que seja examina-
subordinadas a uma única Diretoria de Via- do com especial cuidado o embasamento das
ção e Obras; nos Municípios ainda de menor tubulacões e caixas, a fim de evitar abati-
importância, o Diretor de Viação e Obras mento;, dos quais decorreria o rompimento
poderá ter tôdas as atividades técnicas sob do sistema, originando vasamentos de con-
sua direção imediata. seqüências sempre prejudiciais. Para cada
A imensa maioria dos pequenos Muni- caso deve ser estudada a solução mais con-
cípios não poderá, porém, manter um enge- veniente
nheiro a seu servico exclusivo, tendo de con-
Na grande maioria das nossas cidades,
tentar-se com a s~a colaboracão em regime
a rêde subterrânea de águas pluviais só é
de tempo parcial, ou de lança~ mão de "prá-
executada quando vai ser feita a pavimen-
ticos" e "mestres de obras", se na localidade
tacão da rua. Aquela pode, no entanto, ser
não houver engenheiro. É uma contingência
feita por ocasião da abertura da rua ou
lamentável, derivada, por um lado, da escas-
avenida, deixando-se para mais tarde o be-
sez de rendas dos Municípios e, por outro,
neficiamento da superfície de rolamento, tal
do número assaz reduzido de engenheiros em
como se faz com as estradas de rodagem.
atividade no Brasil.
Êsse procedimento pode ser utilizado com
É claro que nos Municípios em tais
vantagens pelas Municipalidades de peque-
condições, a tarefa do prefeito se torna ain-
nos recursos, que, assim, poderão ir melho-
da mais grave, pois que lhe cabe, na obri-
rando aos poucos as condições das vias pú-
gação de aproveitar ainda melhor o pouco
blicas
dinheiro disponível, distinguir bem aquilo que
possa ser razoàvelmente realizado com os
prÓprios elementos locais, daquilo que me-
Dos mais importantes para qualquer Mu-
lhor seja contratar com elementos de fora.
nicípio é o Serviço de Estradas. De fato, das
Relembrando que muitos Municípios
boas estradas e caminhos, que ponham as zo-
se arruinaram financeiramente por causa de nas rurais em comunicacão fácil, segura e rá-
contratos de obras mal estudadas e condu-
pida com a cidade e ó's outros sistemas de
zidas, é de desejar que Departamentos das
viacão (férrea, fluvial, marítima, etc.) por-
Municipalidades ou Órgãos similares esta-
ventura existentes no Município, depende a
duais, permaneçam com a função de prestar
prosperidade dos estabelecimentos agrícolas.
assistência técnica aos Municípios, princi-
Sem boas estradas e caminhos, que permitam
palmente aos pequenos.
oos habitantes do campo receber com pres-
VIAÇÃO E SUAS OBRAS - Um dos prin- teza a assistência espiritual e médica de que
pais serviços a atender em uma cidade é o precisem e participar com freqüência das
de Arruamento. Compreende a abertura de diversões que a cidade oferece, a vida no
novas ruas ou a reforma, de uma vez ou campo se torna desinteressante. Sem boas
gradual, de ruas antigas, de acôrdo com o estradas e caminhos, jamais será possível
62 REVlSTA BnAsrLEIHA Dos lviuNicÍPros

resolver o problema do ensino rural. Sem tratar um engenheito ou um técnico, que


boas estradas e caminhos, só alguns produ- lhes cuide das estradas.
tos agrícolas duráveis podem ser aproveita- Finalmente, cumpre não esquecer que
dos, ficando perdida grande quantidade de um dos meios mais eficientes e econômicos cl'3
gêneros fàcilmente deterioráveis. conservacão e construcão de estradas reside
Cada Município deverá, pois, organizar no emprãgo das máqti'inas especiais que há
o seu plano rodoviário, tendo em vista a3 para êsses serviços. Pelo seu alto custo,
suas necessidades econômicas, políticas e so· raros são os Municípios brasileiros que po-
ciais e a sua harmonização com os planos derão tê-las. Mas já aos Estados não será
rodoviários estadual e federal e, bem assim, difícil adquirir e manter vanos conjuntos
a sua articulacão com os outros sistemas de dessas máquinas, com os respectivos opera
viação (férre;; fluvial, marítima, etc.) por- dores, para cessão aos Municípios, mediante
ventura existentes no Município ou nos vi- aluguel. Um serviço nesses moldes, bem or-
zinhos. ganizado e combinado com a assistência téc-
nica, poderia mudar em pouco tempo a fi·
O Servico de Estradas deverá estar apa-
sionomia do problema das estradas muni-
relhado para" executar todos os trabalhos de
cipais, mesmo dentro da atual escassez de
campo, desde a exploração, reconhecimento
recursos financeiros.
e levantamento da faixa necessária, locação
do projeto e das obras de arte, marcação do OBRAS PRàPRIAMENTE DITAS - Os Edi-
"greide", estudo de variantes, contrôle da fícios Públicos, tanto os municipais, como os
construção das estradas e respectivas obras estaduais e federais (paço municipal, cole-
de arte, medições e aceitação de serviços, si torias, escolas, biblioteca, correios e telégra-
nalizacão de ti áfego, arborização e conset- fos, presídio, forutu, centro de saúde, lac-
va<;ão da estrada. tário, nlmoxarifado, etc.) devem set proje-
tados e construídos de modo que constituam
As condições técnicas das estradas (ram-
modelos de boa constt ucão
pas, 1aios de curva, largu1a do leito de ro-
Na maioria das cidades do interior ó
lamento, etc. ) devem ser fixadas de acôrdo
1 elativamente fácil a questão de terrenos paro.
com as suas finalidades (tráfego provável)
tais edifícios De tal forma, mesmo não ha-
e condições locais.
vendo ainda o Plano Diretor da cidade, o
É de boa norma estudar e projetar cada problema de sua conveniente localizacão não
esh ada com boas condições técnicas e, só se apresenta difícil na maioria elos c~sos.
depois de orçado o projeto e verificada a Com relação aos edifícios públicos es-
impossibilidade de sua execução integral ime- taduais e fedetais, é ele boa notma que o
diata, alte1 á-lo quanto necessàrio para tor- I\r'funicípio concorra con1 os terrenos neces~
nar a execucão da estrada viável com os re· smws Representam, em geral, pequena des-
cursos finan~eiros disponíveis. pesa, e a oferta, pelo prefeito, ele terrenos
Elaborado o plano rodoviário municip3l, amplos e bem localizados, influi decisivamen-
abrangendo a remodelação ou substituição do> te para que os projetos das repat tições com-
caminhos antigos e a abertura de novas es- petentes do Govêrno Estadual ou Fedetal
tradas, ot ganizar-se-á um programa de exe- sejam elaborados com maior generosidade e
cução parcelada e progressiva, estendendo-") largueza de vistas, além de pe11nitir soluções
per vários exercícios financeiros> começando, arquitetônicas mais felizes.
naturalmente, pelos trechos julgados de maim· Já maiores são as dificuldades do pre-
urgência feito, quando se trata dos edifícios mumcl·
É forcoso reconhecer aue a escassez de pais, porque esbm ra logo na exigüidade dos
técnicos e~ de 1 ecursos fin~nceiros não pei- recursos finnnceiros do fu1unicípio e, muitas
mite à maim ia dos 1\.IIunicípios brasileiros vêzes, nn àifi.culdade de encontrar um botn
pôr em prática tudo quanto acima se re- a1 qui i eto local que lhes faça os proletos.
comenda. 1\l[as, a êste respeito cabem al- Ao contrário do que se poderia supor,
gumas considerações não deve a plÍrne-ira dificuldade arrastar o
Quanto à pdmehn causa, as coisas ten- prefeito a realizacões 1nesquinhas, traçadas
dem a melhmar. Primeiro, porque, impondo por simples pedreiros on mestres de ob1 a ele
o Decreto-lei n. 0 8 463, de 27 de Dezembro e~cassa competência. Justamente porqne o
de 1945, a assistência técnica à obu1 !odo- d1n:leiro é pouco é que precisa ser aplicado
viár ia dos l\fj unicípios por parte elos Estado~, com o tnáximo renditnento útil
para que êstes possan1 receber as suas cotas Para tanto, a prir:_1eirn concHç8o é que
elo "Fundo Rodoviário Nacional", é ele es- os edifícios públicos municipnis sej2n1 bern
perar que os Estados criem ou ampliem essa estudndos e proietados IJai n necessjr-Iade de
assistência técnica (para o que, aliás, os o p1ef9ito confiar os pt oietos a arquiteto com~
Ivíunicípios muito podem contribuir com a JlGienie, ainda que tenha de ir Pl ocu1 á-lo
pressão à e suas solicl1 ações) . E1n segundo Jonr,e de sua cidade É se1npre hem a!Jli-
lngG.r, porque, ccn1 a próxima inaugurac;:8.n cado o dinheiro gasto en1 bons estnrios e
dos cursos de Eslradas e Pontes nas Escolas p1 o1etos. Í 1: ~ó uln p:d1neh !J passo, r11as un1
Técnic~_s secunr~árias já e!n fl~ncionan:.enh) passn Ecertfldo Con."trpni~nielYH~nte infol·ma-
no P::=rís, é de crer que elas entretn n fcrnece1 do das pos~dh11idoct~;, fi!1s~ceii8s Í1nerliatas
os "Técnicos de Estradas e Pontes", que po- e futuras do MP::!ic'in1o, 0 arqniteto poderá
derão remediar em grande parte a escassez fazer un1. pla~LJ d0 re8.1izações a se esien_det·
de engenheiros. por alp,ns anos, h::::.seado 1111m conjunto c19
Ainda com telação a técnicos, nada im- antenroictos do:J djvers0s edif1cios necessá-
pede. antes tudo aconselha, que mversoc, rios,~ os au;1ls irõo ~endo desenvo1virlos ent
Municípios vizinhos se associem para con~ projetos definitivos à medida qne flS postdbt-
ADCIIINISTRAÇÃO E DHBANISi\fO 53

!idades de realização se forem aproximando. com as respectivas finalidades, e as extgen-


Por esta forma, os próprios honorários do cias mínimas quanto à qualidade de mate-
arquiteto, subdivididos por diversos anos, se rial, conforme o destino da edificacão.
tornarão mais acessíveis à debilidade finan- Êsse Código de Obras, que dev-;,rá estar
ceira do Município. de acôrdo com as diretrizes fixadas pelo Pla-
No tocante à execução dos edifícios mu- no Diretor, quando êste exista, deve ser
nicipais, a regra geral deve ser construir cumprido rigorosamente.
tanto quanto possível, mas sempre bem, isto O contrôle das edificacões novas ou das
é, fazer obra pe1feitamente adequada à res- reformas, iniciado na Dir;ção Técnica pelo
pectiva finalidade, sólida e estética. O pre- exame das respectivas plantas, deve, pois,
feito, que não puder constl uir um edifício prosseguir durante a execução das obras, com
inteiro, construa apenas uma parte dêlt;', mas o fim de se assegurar o cumprimento real
não lhe degrade o caráter, nem lhe ames- das determinações do Código.
quinhe as ptoporções; mas implante uma A utilizacão dos edifícios só deve ser
obra destinada a ficar e ser continuada por permitida apó~ expedição de autorização es-
seus sucessores, e que possa, quando con- pecial, comumente denominada "habite-se",
cluída, honrar a cidade durante um futuro e que só deverá ser expedida depois de pro-
dilatado Nesta matéria é preciso agir com cedida uma vistoria geral, em que se vetifi-
muito crité1io: Nem comprometer a situa- quem as boas condições higiênicas e de se-
ção financeira do Município em realizações gunmça e o perfeito funcionamento de tô-
desproporcionadas para a época, nem fazer das as instalacões.
coisas acanhadas, que as gerações vindouras Providência idêntica deve ser tomada
tenham de destruir pm a recomeçar. A ci- tôdas as vêzes que fôr desocupada a habi-
dade não é obra de uma getação e o que é tação, não devendo ser permitida a sua uti-
preciso é que cada geração deixe alguma lização sem a expedição de novo "habhe-,e"
coisa digna de ser aproveitada e continuada Cada edificacão de uma cidade deverá
pelas seguintes. ter um nÚn1ero, cÍue indique sua posição re-
lativa na rua; nutne1ação que será dada pelél
Com respeito à execucão dos edifícios prefEitura, de acôrdo com o sistema adotado
públicos municipflis, é clar~ que deverá ser ( motragem, lote padrão, etc. )
rigorosamente fiscalizada, quer se trate de
construção por adrninistmção da prefeitura,
quer se trate de empreitada. Os cuidados de
fiscalização devem abranger a verificação das O valor de um Sistema Rec1eativo é
condições das fundar;Ões; da qualidade dos imenso para urna cidade. Primeit o, vem tt a-
materiais; dos traços das argan1ass::1s e con- zer possibilidades de tecreação a seus habi-
cretos; da correta colocação das ferragens tantes; segundo, aumenta o valot• das pro-
nas peças ou elementos das eslruturas de priedades adjacentes aos terrenos, e, tercei-
concteio a11nado; da execução cuidadosa das 10, resguarda a saúde, a eficiência e o bem-
concreta.gens, da~ al venat ias, telhados, insta- -estar das populações.
lações de áeua, luz, esg,otos, gás, pisos, aca- É-, pois, de tôda a conveniência que as
bamentos, etc nossas administrações municipais p1 ocuren1
Além dos edifícios públicos, há outros o1.ganizar, manter e conservar o n1aior nú-
que poderíamos dizet semipúblicos, taic co- mero possível de ele1nentos de 1ecreio, caso
mo templos, hospitai,, bancos, hotéis, eic êles iá n3.o e~;tejan1. previstos no Pla~~lo Di-
Cabe ao ptefeito estimular e encorajar 001 retm
p1 cmotores de tais obras. A simples inter- V rn i o. dos são os ele1nentos que porlern
venção sEa no se!ltido ele facilitar a aquisiç8.o consti luii um Sistema Recreativo São êles
do terreno, ou o comp1 omisso de realizEn 1ne- pequenas praç:J.s, pequenos parques locais,
lho1amentos n2s circunvizinhanças, ou ainda grandes parques rurais, reservas e pa1 ques
uma razoável isencão on reducào de impos- -florestais, Jagos, praias, parques i.níantis
tos dut ante cet to ~eríodo, lev; os interessa- ("play-g1ounds"). can1pos cie atletisrno e
dos naquelas obt~s a lhes ampliatem os gô1fe, piscin2.s públicas, jardins botânicos e
planos, em proveito ela grandeza e beleze. ch zoológicos
ciáade
De modo geral, os parqnes sD.o content-
plativos ou se destinarn, s.o recreio ativo dn
Urn dos Índices ele desenvolvin1en1 o de populac:-D.o da cidade, 0.evendo tirar-se par-
utna cidade é o nÚ1nero de Connt1 ncõr::s on tido das condições topográficas locais.
Edificações que se fazen1 em clc1 e1.1ninado Os par,-,ues infantis deveíão, de plefe-
período de tempo. r&ncia, ser localizados jnn1o às e::>co12s p1 i-
À n1edida que a f:1g,1orüeraç2o cresce, (S Inárins e no centro dos núcleos residenciais
indispensável exe1 cer certo contrôle sôb1 e 0::; l:1gos, praias, plsci.n2s, c2mpos rle
8S condições de moradin de seus habitnn! e J p,Ôlf2 P 8.t1etisn1o flcslinrnn-sc n ltc;.eio ativo
e, ao 1ncsmo tempo, cuidnr r1ns colldiçõe:: de adolescentes e adu11os
de t; abalho nas fábricas e edifícios I\!"o caso particulén das piEcin2,s, hês as-
Vimos antetimmente a necessidade da peclos devetn ser considerados: sua forma
ptornulgação de un1 Código de Obras, que e diinensões; n1eios de n1an1 er pura a água
fh:e, pelo n1enos, normas getais que regqleín e regul<::-u11entação rigorosa de seu uso pelo
2.s condiçÕe3 de insolação, iluminação e ven- público Sem as duas últitnas proviclências,
tilação, deter minetn os pés ·direitos e as di- as piscinas públicas pode1n converter-~e em
mensões 111Ínln1as dos aposentos, de acórdo fontes de prejuízos para a saúde da coleti-
64 REVISTA BHASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

vidade. Com referência a êsses aspectos, as Competirá à Municipalidade, nessa hi-


prefeituras devem solicitar a orientação do pótese, facilitar tudo o que esteja ao seu al-
Departamento de Saúde Pública, Nacional cance.
ou Estadual.
Os jardins botânico e zoológico devem Serviços de Utilidade Pública - Difícil
ser organizados sob orientação didático-cien- é definir com precisão o que sejam Serviços
tífico-recreativa, objetivando preferentemen- de Utilidade Pública. Dentre êles, há al-
guns, como o de eletricidade e abastecimento
te as coleções que representam a flora e a
d'água, que deveriam ser executados de for-
fauna da região .
ma que atendessem a dois ou mais Muni-
Vários são os meios que podem ser uti- cípios, pois assim se tornariam mais econô-
lizados para a obtenção das áreas destinadas micos, especialmente no caso de Municipa-
a instalação de qualquer elemento do Sis- lidades de pequenos recursos financeiros.
t• -na Recreativo, a saber: donativos de in- Infelizmente, entre nós, a vaidade local tem
divíduos dotados de espírito público, ou do levantado obstáculos à realização de proje-
Govêrno Estadual ou Federal; desapropria- tos de Conjunto, que oferecem maior número
ção; obrigatoriedade de reserva de áreas li- de vantagens e podem ser melhor organiza-
vres por parte de grandes proprietários que dos.
retalhem suas terras para venda em lotes,
etc. Os serviços de utilidade pública pode-
rão ser feitos diretamente pelas Prefeituras
Os terrenos destinados a parques deve-
ou por emprêsas privadas às quais seja dada
rão, de preferência, ser escolhidos entre os
a concessão de exploração, neste caso por
impróprios para edificações (ou por serem
meio, sempre, de concorrência pública e não
muito acidentados, ou sujeitos a inundações)
por consulta ou proposta de determinado
e os terrenos marginais aos cursos d'água .
grupo de indivíduos, devendo ser tomado
As reservas florestais existentes nos ar- especial cuidado na fixação das tarifas (ta-
redores da área urbana deverão ser conser- xas) a serem pagas pelo público, a fim de
-vadas e aumentadas, não só para proteger que sejam as menores possíveis. Quando os
o solo contra erosões, como para garantir on serviços forem feitos por concessão, os res-
mananciais aproveitados nos abastecimentos pectivos contratos devem ter cláusulas re-
d'água e, também, para embelezamento e lativas ao prazo da concessão; aprovação das
salubridade da cidade. Obras, tanto de primeiro estabelecimento,
Não são poucos os Municípios que pos- como de desenvolvimento do servico de acôr-
suem, próximo ao centro urbano, grandes do com as necessidades do públi~o; fiscali-
áreas embrejadas ou alagadiças, ou, ainda, zação da construção e operação; regime ta-
sujeitas a inundações periódicas, a lhes per- rifário; tomadas de contas de capital e cus-
turbarem a vida econômica ou a expansão teio; direitos e obrigações da Prefeitura e do
da cidade, ao mesmo tempo que constituem concessionário; sanções por inobservância do
permanente foco de insalubridade. contrato; extinção, renúncia, caducidade ou
Cumpre, em tais casos, estudar cuidado- encampação da concessão; processo de so-
samente o problema, para que possa ser rea- lução de dúvidas entre as partes; fôro, etc.
lizada a Recuperação das Areas Alagadas.
Pode tratar-se de um simples problema O Abastecimento de Agua - é um dos
de limpeza ou talvez de drenagem, em que elementos necessários à saúde das popula-
o abaixamento do plano d'água possa ser ções
conseguido com a retirada da vegetação A quantidade de água a fornecer a uma
aquática e dos entulhos, ou com a abertura cidade, geralmente expressa em litros por
de um bem traçado sistema de valas. habitante-dia, é função de um grande número
Em outros casos, poderá ser uma ques- de fatôres, tais como clima, hábitos, densi-
tão de dragagem, de endicamento ou, ainda, dade de população, natureza das atividades,
de terraplenagem. grau de civilização, etc.
O mais aconselhável em tais casos, para
Os grandes centros industriais exigem
as prefeituras de pequenos recursos, será so-
licitar o auxílio do Departamento Nacional para o seu desenvolvimento água de boa
de Obras de Saneamento (Ministério da Via- qualidade e em abundância.
ção e Obras Públicas) para a solução de tais De modo geral, a água a ser aduzida
problemas, pois são todos êles de execução para um centro urbano pode ser de superfície
custosa e dependente de conhecimentos es- ou de subsolo.
pecializados .
Há, ainda, um grande número de Obras As águas de superfície podem ser cap-
Diversas, tais como aeroportos, túneis, bar- tadas em mananciais situados nas cabecei-
ragens, abrigos antiaéreos, que as adminis- ras dos rios, caso em que dispensam, em
trações municipais podem ter necessidade geral qualquer tratamento, ou podem ser cap-
de enfrentar, embora não sejam muito co- tadas em rios que atravessam a cidade, caso
muns, a não ser nas prefeituras de grandes em que quase sempre requerem tratamen-
recursos e que, por conseguinte, podem dis · to e dispêndio de fôrça para elevação.
por de técnicos especializados .
Nesses casos, é aconselhável que os pe- As águas de subsolo, grandemente uti-
quenos Municípios recorram ao Estado ou lizadas nas regiões sêcas, são geralmente de
à União, despertando-lhes o interêsse pela boa qualidade, sob o aspecto bacteriológico,
realização da obra. o mesmo já não acontecendo sob o aspecto
Am..nNrsTHAÇÃo E UnBANISMO 65

químico, sendo seu tratamento, porém, quase Nesta última hipótese, há necessidade
sempre fácil e pouco oneroso. de obter, além daqueles elementos, mais os
O abastecimento d'água de uma cidade seguintes:
não se resume, porém, na escolha do ma-
a) Planta e detalhes sôbre os sistemas
nancial a ser utilizado e na colocação de
existentes de captação e adução.
canos nas ruas .
b) Planta detalhada de tôda a rêde de
O problema é muito mais complexo do
distribuição com os característicos das
que parece à primeira vista; é indispensável
diferentes linhas e seus estados de
ter em mãos dados topográficos, geológicos,
hidrológicos, estatísticos, cadastrais e econô- conservação.
c) Dados sôbre a situação financeira e
micos, sem o que não será possível fazer
obra apresentável. administrativa do serviço.
d) Dados sôbre o consumo específico.
De maneira geral, o abastecimento d'á-
e) Outros elementos de interêsse.
gua de uma cidade consta de quatro fases
f) Número de casas servidas.
distintas: Captação, Adução, Reservação (!
Distribuição. Somente a posse de todos êsses elemen-
Para serem projetadas a Reservação e tos é que permite organizar os anteprojetos
a Distribuição é indispensável ter em mãos e respectivas estimativas orçamentárias, o
os seguintes elementos: conseqüente estudo econômico das várias so-
luções possíveis e, finalmente, o projeto, or-
a) Planta da cidade, na escala de çamento e o estudo econômico definitivos,
1 : 2 000, com curvas de nível de me- elementos indispensáveis para as demarches
tro em metro, com as frentes das ca- relativas ao levantamento do empréstimo
sas marcadas, e abrangendo uma zona necessário à realização das obras.
em redor para o projeto de expansão
A título indicativo, fornecemos a seguir
da rêde.
a relação da documentação que deve instruir
b) Número de casas e extensão de ruas o pedido de empréstimo:
nas zonas urbanas e suburbanas.
c) Informações sôbre a distribuição de
a) Projetos e orcamentos detalhados das
obras. "
água existente com relação a quanti-
dade, qualidade, sistema e consumo b) Estudo das taxas a serem cobradas
específico. em relacão aos valores locativos dos
prédios."
d) Elementos que permitam determinar
o índice de crescimento da população c) Relação dos prédios, com os valores
e a tendência de evolução do agrupa- locativos, nas zonas a serem bene-
mento (em geral, o crescimento pre- ficiadas pelas novas obras.
dial relacionado com um certo núme- d) Importância e condições do emprés-
ro de habitantes por casa, sendo 6 ou timo (tipo, juros, prazo).
7 uma boa média para tal fim). e) Saldos orçamentários para atender ao
Para o projeto da Adução: serviço de juros e amortização nos
a) Levantamento topográfico da zona 2 primeiros anos (construção) e au-
por onde deverá passar a linha adu- xiliar o mesmo serviço até o 5. 0 ano
tora. (período inicial da administração) .
Para o projeto de Captação são necessá- Do exposto se conclui fàcilmente que a
rios os seguintes elementos: instalação ou a ampliação de um serviço de
águas exige uma série de conhecimentos es-
a) Localização topográfica, referida à ci- pecializados e que, dessa forma, só a enge-
dade, de todos os mananciais que pos- nheiros de reconhecida competência devem
sam ser usados . ser entregues os estudos, projetos e respec-
b) Estudo do regime dos rios que pos- tiva construção.
sam servir. Uma vez terminada a instalacão e ini-
c) Reconhecimento topográfico, geológi- ciada a distribuição da água, é indispensável
co e hidrológico da região dos ma- a organização de bons serviços de conserva-
nanciais. ção, fiscalização, reparos e arrecadação, a
d) Análises químicas e bacteriológicas fim de poder manter em perfeitas condições
das águas de utilização possível. a Captação, a Adução e a Reservação "e a
e) Distribuição e, assim, oferecer aos munícipes
Reconhecimento sôbre a contaminacão
dos mananciais e estudo da possib"ili- um bom serviço.
dade de sua proteção.
Com referência à parte financeira, e In-
dispensável fazer um estudo cuidadoso das
possibilidades orçamentárias, a fim de se Depois do abastecimento d'água, um dos
verificar qual a importância máxima que a serviços de maior importância para as aglo-
prefeitura pode destinar anualmente para o merações urbanas é o de Esgotos Sanitários,
custeio do financiamento das obras destina- em virtude da melhoria que traz às condi-
das aos serviço de águas. ções de salubridade da população, quando
As considerações emitidas atrás tanto bem executado e em perfeito funcionamento.
se aplicam aos Municípios que desejam insta- Como no caso do abastecimento d'água,
lar um serviço de águas como ao que deseja demanda grande técnica de projeto e execu-
ampliar o existente . ção das obras, perfeito conhecimento das

R.B.M. - 5
66 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNicÍPIOS

condições locais e grande prática de serviços material disponível, terrenos utilizáveis, nú-
dessa natureza. mero de casas e extensão de ruas nas zonas
Na maioria dos casos, é preferível não urbana e suburbana e o aproveitamento even-
ter uma cidade rêde de esgotos a possuí-la tual dos subprodutos.
imperfeita, pois poderá ocasionar conseqüên- Além disso, deve ser estudado qual o
cias funestas à saúde da população . grau de depuração necessário, considerando
O lançamento dos despejos "in natura", as ampliações prováveis e alterações possí-
por exemplo, provoca a poluição das águas veis, em futuro próximo, do tibeirão ou rio
a jusante do ponto de lançamento (a não receptor, a probabilidade de aproveitamen-
ser que haja uma tal diluição que permita to das águas depuradas, bem como das águas
a oxidação rápida da matéria orgânica), pos- do rio, procedendo-se, além disso, a estudos
sibilita a formação de bancos de lôdo, cuja comparativos entre as diversas formas de
fermentação, particularmente no estio, pode tratamento, considerando especialmente as
alterar de maneira considerável as condi- condicões climatéricas e sanitárias, a fim de
ções bioquímicas das águas de jusante, po- se poder escolher qual a forma e o tipo que
dendo também provocar a contaminação das reúne a eficiência indicada com a maior eco-
mesmas águas por bactérias patogênicas, co- nomia possível de aquisição e manutenção.
mo sejam as do grupo tífico, paratífico, disen- Assim, o principal a obter é um des-
térico, bacilo coli e bacilo da febre aftosa. pejo tratado, que não afete as condições
Essa contaminação pode atingir o len- biológicas do rio, não crie perigos à saúde
çol freático alimentador do curso d'água dos moradores ribeirinhos e que, em deter-
em questão e dos seus afluentes, causando minados casos, permita ainda o aproveita·
epidemias nos moradores ribeirinhos e epi- mento da água do rio para estabelecimento
zootias no gado que se utiliza dessas águas industrial ou para abastecimento de água
contaminadas ou de pastos por elas periàdi- potável em centros populosos de jusante.
camente inundados. Assim, a elaboração de um projeto de
Os vários despejos industriais podem, esgotos deve ser precedida de cuidadoso es-
também, provocar sé1 ias intoxicações, tanto tudo, sendo necessária uma série de provi-
em homens como em animais. dências iniciais, que são em resumo:
Outra alteração do estado bioquímica
a) Planta ciidastral da aglomeracão ur-
dos cursos d'água, aos quais se lançam águas
bana e zona circunvizinha, n; escala
de esgotos e as residuais da indústria, sem
de 1 : 2 000 e com curvas de nível
prévio tratamento, é a transformação do as-
de metro em metro.
pecto físico e da paisagem da região, em
vil tude da falta do oxigênio bioquímica, ne- b) Coleta de elementos estatísticos e de-
cessário à vida da flora e da fauna ribei- mográficos.
rinhas, afora a ocorrência de exalações desa- c) Coleta de dados geológicos e hidroló-
gradáveis que, com caráter acentuado e cons- gicos de interêsse.
tante, podem provocar a desvalorização das d) Estudo econômico-social da aglome-
margens fluviais e uma situacão incômoda ração.
ao bem-estar geral da cidade. •
e) Composição provável dos esgotos.
A situação ainda se torna mais precária
f) Natureza e condições dos esgotos in-
quando as águas assim contaminadas devem
dustriais.
servir para o abastecimento de cidades ou
out1os núcleos humanos situados a jusante. g) Grau de poluição das águas de mon-
Neste caso, é diretamente afetada a saúde tante e jusante.
dos moradores e o bem-estar da coletividade. h) Futura utilização ou aproveitamento
Mesmo em pequenas vilas, fazendas e das águas servidas ou das águas a
sítios, a contaminacão dos ribeirões e córre- jusante.
gos pode provocar ~ surto esporádico de tifo. De posse dêsses elementos e outros mais
disenteria bacilar ou amebiana, etc., como que se tornem necessários, poderá ser esco-
não raro acontece no interior do País. lhido o tipo de tratamento mais adequado.
Quando a aglomeração tem núcleos in- A título meramente ilustrativo, faremos
dustriais, é necessário considerar a natureza a seguir uma enumeração dos principais ti-
dos respectivos despejos, pois há indústrias, pos de tratamento usados presentemente,
como, por exemplo, as de lacticínios, char- que podem ser Naturais ou Artificiais.
queadas, usinas de açúcar e álcool, mata-
Os Naturais são:
douros-frigoríficos, etc., cujas águas servidas,
por causa da alta concentracão de matéria a) Diluição dos esgotos em lagos na-
orgânica, poderão requerer tratamento mais turais ou grandes cursos d'água
completo do que o necessário para os esgotos b) Irrigação superficial ou subterânea
domésticos. com os esgotos
Tal como acontece quando se deseja c) Aproveitamento de cachoeiras e cas-
fazer o abastecimento d'água de uma cidade, catas naturais.
é indispensável ao projeto de uma rêde de
d) Aproveitamento de bacias naturais
esgotos, além de uma boa planta cadastral,
para depurar esgotos.
o conhecimento de uma série de elementos,
como sejam: Natureza do terreno, cota do e) Humificação em sulcos ou valas, com
emissário, profundidade da água freática, posterior atêrro .
possibilidade de inundações, caráter e volu- f) Lançamento em tanques de criação
me provável do esgôto, preço e espécie de de peixes.
Am.nNISTRAÇÃO E URBANISMO 67

Os Artificiais podem ser agrupados nos No caso de ampliação da rêde de esgo-


três tipos seguintes: tos, dever-se-á proceder ao levantamento ge-
ral das instalacões e coletores existentes e
a) Os que apenas removem uma parte
estudar com c~idado se os emissários prin-
da matéria sólida em suspensão ( tra-
cipais comportam a carga dos ramais a se-
tamento preliminar) .
rem ligados .
b) Os que são acompanhados por pro-
Quanto à parte financeira do e~~re~n­
cessos biológicos e convertem a maté-
dimento, devem ser tomadas prov1denc1as
ria instável e putrescível em com-
análogas às referidas para o caso de abas-·
postos estáveis pelo processo de di-
tecimento d'água.
gestão (tratamento suplementar) .
c) Os que, além das providências acima
assinaladas, fazem a melhoria do aflu-
ente, seja por processo de desinfeção
*
química, seja por processo de filtra- Tôda comunidade que desejar viver em
ção (tratamento químico) . boas condicões higiênicas necessita organi-
zar um ra~oável serviço de Limpeza Pú-
Quanto aos meios Naturais, a sua ado- blica.
ção depende das possibilidades do ambiente, Esta compreende a limpeza das ruas e
das condições topográficas e climatéricas e praças e a manipulação do lixo domiciliar
da área disponível. Em determinadas con- e das casas comerciais e dos resíduos da in-
dições, sua eficácia é igual ou superior _à dos dústria.
tratamentos artificiais. Em zonas agncolas, O lixo domiciliar e comercial possui ge-
muitas vêzes, merecem preferência, pela eco- ralmente grande quantidade de matéria or-
nomia da manutenção e rendin-,ento comer- gânica· os resíduos industriais variam com a
cial. nature~a da indústria, e o material prove-
Quanto aos meios Artificiais, oferecem, niente da limpeza das ruas é geralmente ve-
na maior ia dos casos, mais vantagem que os getação rasteira, terra e pequenos detritos di-
Naturais, especialmente nos núcleos mais po- versos.
pulosos. Por êles é possível controlar a di- Salvo o caso de certos resíduos indus-
gestão dos lôdos, evitando os incômo::los do triais que devem ter tratamento especial, o
mau cheiro, a proliferação de insetos, sendo, problema do lixo, em geral, pode ser enca-
também, possível o barateamento do cus- rado sob os três aspectos seguintes: Coleta,
teio das instalações pelo aproveitamento de Transporte e Destino
gás pobre e adubo, além de que as insta!n- A Coleta comeca nos domicílios, casa•
cões depuradoras podem ser feitas mais per- comerciais, estabelecimentos industriais e nas
to das cidades, ocupando áreas menores. ruas.
Qualquer que seja o método escolhido,
Os recipientes que recebem o lixo do-
deverá ter flexibilidade suficiente para aten-
miciliar e comercial devem ser fechados. pa-
der a sobtecargas decorrentes do possível de-
ra evitar exalacões e ajuntamento de môscas
senvolvimento local.
e outros inset,;~; os recipientes dos resídt~os
Do exposto se conclui que são necessá-
industriais variam conforme a natureza des-
rios conhecimentos especializados e certo cri-
tes resíduos.
tério na escolha do sistema mais convenien-
O servico de Coleta nas ruas consta
te determinando quando e até que ponto
d~ve ser feito o t;atamen1 o com o mínimo essencialment~ de varredura, capina, limpez3
de ralos, bôcas de lôbo e caixas de areia e,
possível de dispêndio, sem prejuízo, porém,
ainda, raspagem de terra, que é juntada em
das condições sanitát ias
caixas especiais construídas nas esquinas, ou
O projeto de esgotos deverá abranger
em montículos a serem removidos sem de-
as várias áreas de esgotamento em que a ci-
mora.
dade se dividirá de acôrdo com a topografia,
preverá a rêde e o esgotamento das zonas Vários sistemas de recipientes têm sido
futuras de exnansão e dará os detalhes das imaginados e postos à venda, todos éles vi-
obras essenciais (usinas, esL\çÕes elevatórias, sando a impedir a vista e as exalacões elo
coletores, tratamento, etc ) . lixo, mas, ainda por muito temPo, será di-
Assim, só a engenheiros especializados fícil conseguir a adoção. E>ntre nós, de reci-
deve ser entregue o serviço de projeto e exe- pientes de tino tão anerfeicoado.
cução de uma rêde de esgotos. A questão do Trans1Jorte 1JOde ser en-
carada sob os dois aspectos seguintes: es-
De grande importância é a manutenção colha adequada de veículo e critério na de-
e o custeio das instala~ões projetadas Quan- terminacão dos trajetos.
to mais simples o maneio, sem sacrifício da
Os .veículos devem, de modo get·al, sa-
eficiência, tanto mais garantido é o funcio-
tisfazer às seguintes condicões: fácil carva
namento da instalação.
e descarga e menor exposicão nossível do li-
Para a~ instalacões de tr8t'lm€nto ele e~­ xo coletado, a fim de evitar os inconvenientes
gotos domésticos, a. manutenção e o custeio i á apontados. O tipo de tra,ão mais econô-
devem estar E>rn limite compatível com as mico depende, até certo vonto, das distâncias
possibilidades financeiras dos proprietários. que elevem ser percorridas.
Os métodos de contrôle devem ser os Na limoeza das ruas o sistema de t1·ans-
mais simples que fôr possível, sem prejuízo porte nor veanenas carrocinhas empurradas a
da segurança, e o aproveitamento dos sub- mão baldeando-se o lixo, em determinados
produtos deve ser organizado de forma a tor- pontos para ve'culos de maior capacidade,
nar mais econômico o custeio dos serviços que levarão o lixo ao ponto de descarga, é
68 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

método que geralmente dá bons resultados e inconveniente sob os aspectos da higiene


pela comodidade e economia da operação . e da estética .
Quando o local de despejo não está A alimentação de porcos, com lixo, exi-
muito longe do centro, o tempo de carga é ge não só uma cuidadosa triagem prévia,
muito maior que o tempo de transporte. como a vacinação dos suínos para evitar epi-
Nestes casos, a tração animal é mais vanta- zootias . É processo que só deve ser empre-
josa do que a automotora, pois o dispêndio gado em casos especiais .
de combustível se eleva muito com paradas
e partidas freqüentes . *
Os veículos de tração animal são, tam- * *
bém, de custo muito inferior ao do automo- Qualquer núcleo de população que atin-
tor e a sua conservação é, também, conside- ja dete1minado desenvolvimento necessita
ràvelmente menor. da instalação de Matadouro, pois, não só a
No interior, ou nos pequenos centros, a carne é artigo de primeira necessidade na
tração animal oferece, geralmente, maiores alimentação, como, por outro lado, se trata
vantagens. de indústria rendosa.
Nos grandes centros, no entanto, o veí- Sua instalação exige certos cuidados hi-
culo automotor é preferível, não só pelo giênicos, pois é, pela sua natureza, estabele-
tempo que economiza nos transportes, como cimento que manipula um artigo que diz res-
também por ser mais higiênico e de mais peito de perto à saúde da população.
fácil manejo. A carne que vai ser entregue ao consu-
As condições locais determinarão quais mo deve ser inspecionada para garantia de
os tipos de veículos mais convenientes ao Heu bom estado higiênico . Éste serviço só
transporte do lixo . poderá ser eficientemente exercido por pro-
Quanto aos trajetos, devem ser cuidado- fissional diplomado ou por pessoa devidamen-
samente estudados, não só para facilitar a te habilitada por conhecimentos adquiridos
coleta geral, como para diminuir os percursos em grandes matadouros. Os estabelecimentos
com os veículos vazios. de certo volume de produção têm necessida-
O destino a ser dado ao lixo varia mui- de de serviço médico-veterinário e de bom
to com as particularidades locais: topogra- laboratório de análise e pesquisas.
fia, recursos da cidade, etc. Os matadouros devem ficar localizados
Cinco são os principais fins que se po- longe do centro urbano, dispor de água em
dem dar ao lixo: Incineração, Atêrro, Ferti- abundância, ter o chão perfeitamente imper-
lizante, Submersão e Alimentação de Porcos. meabilizado e dispor de bom sistema de es-
A Incineração é, sob o aspecto sanitá- gotos para os seus detritos. Tôdas as salas e
rio, o melhor sistema, sendo aplicável a qual- dependências devem ser bem insoladas e ven-
quer espécie de lixo . Em alguns casos, po- tiladas, assim como os estábulos e currais
derá êste ser aproveitado como combustível anexos.
em caldeiras de produção de vapor, o que, A limpeza e desinfeção devem ser fei-
entretanto, raramente é econômico. tas com cuidado, de forma a garantir as me-
lhores condições higiênicas possíveis.
O empilhamento em Atêrro é processo
Os projetos e a construção de matadou-
deficiente pelo lado higiênico, mesmo quan-
ros das cidades de razoável populacão só de-
do recoberto o lixo por camada de terra;
vem ser executados sob a direção de profis-
mas, em lugares em que haja falta de mate-
sionais competentes no assunto.
rial para terrapleno, poderá ser utilizado com
A instalação de matadouros-frigoríficos
vantagens econômicas, apesar da morosidade
é, geralmente, realização que deve ser deixa-
do processo e da instabilidade do terreno re-
da a cargo da iniciativa particular, pela com-
sultante.
plexidade comercial de sua explor.acão. As
O aproveitamento como Fertilizante ofe- Municipalidades devem, no entanto,· quando
rece duas modalidades: utilizacão "in natu-
se ofereça oportunidade, procurar facilitar a
ra" e fabricação de adubos po; fermentação instalação de tal indústria no Município,
do lixo . O primeiro é pouco higiênico e de quando convenha aos interêsses da coletivi-
medíocres resultados; o segundo é moroso e
dade.
pràticamente inaplicável acima de certo vo-
lume de lixo, pela grande área necessária.
Em lugares, porém, de terras cansadas e
quantidade de despejo não muito grande, A instalação de Mercado nos centros ur-
tal processo oferece muitas vantagens. banos, mesmo os de pequena importância, é
O processo de Submersão, muito usado iniciativa que, em geral, traz vantagens à
em cidades situadas à beira-mar ou à margem comunidade, pela oportunidade que oferece
de rios ou lagos de grande volume d'água, aos produtores e consumidores de negociarem
apresenta sérios inconvenientes, a não ser em sem intermediários e, portanto, em melhores
rios muito caudalosos e com as margens de condições de preço .
jtisante desabitadas. Doutra forma, em vir- A tendência de se estabelecerem nos mer-
tude da putrefação do lixo, haverá poluição cados firmas comerciais deve ser combatida
das águas e, como conseqüência, dissemina- eficazmente, permitindo-se, no entanto, que
ção de moléstias e, em certos casos, até des- estas se localizem nas cercanias.
truição dos peixes, por causa do esgotamento O mercado deve ficar situado em local
do oxigênio contido na água. Por melhor de acesso fácil aos produtores e consumido-
dissolução e oxidação que haja, não será pos- res, quase sempre próximo ao centro comer-
. sível evitar o depósito de detritos nas mar- cial, devendo ter espaço coberto suficiente
gens de jusante, o que é sempre arriscado para a localização dos vendedores, e fora,
AmvnNISTRAÇÃO E URBANISMO 69

lugar para estacionamento dos respectivos vencionem inicialmente tais serviços, com o
veículos e montadas (quando fôr o caso) . fim de despertar a iniciativa particular. Só
Nas cidades a beira-mar ou a beira-rio, deve em casos especiais devem as prefeituras exe-
ser considerada a possibilidade de acesso ma- cutar o serviço por administração.
rítimo ou fluvial.
Os problemas de insolação, ventilação, *
água e limpeza devem ser encarados com cui-
dado especial, a fim de serem garantidas Dentre os serviços de utilidade pública,
boas condições higiênicas. o de Eletricidade ocupa lugar de destaque,
Ao ser projetado um mercado, é con- juntamente com o de águas e o de esgotos.
veniente estudar um plano econômico-finan- Nos tempos progressistas que correm,
ceiro para a sua manutencão e conservação. não se pode admitir que qualquer aglomera-
a fim de se não sobrecar;egar o orçamé'nto ção urbana que atinja certo grau de desen-
municipal; em certos casos poderá até ser volvimento, não disponha de energia elétrica,
fonte de renda. pelo menos para iluminação pública e parti-
Em determinadas circunstâncias, espe- cular, para aquecimento e outros usos domi-
cialmente no interior, o mercado poderá cons- ciliares e como fôrça motriz para a indústria.
tituir um dos elementos de desenvolvimen- Os Municípios que não tiverem possi-
to do núcleo urbano, agindo como centro de bilidade de oferecer, a preço razoável, farta
convergência dos negócios das circunvizi- quantidade de luz e fôrça elétrica, não po-
nhanças. derão ter a pretensão de atingir grande de-
senvolvimento industrial.
Infelizmente, porém, a maioria dos nos-
* * sos Municípios não dispõe de recursos para
À medida que um centro urbano se ex- atacar o problema de forma conveniente, fi.
pande e aumenta o seu movimento industrial
cando na contingência de esperar que o Go-
e comeJ cial, vai-se fazendo sentir a necessi-
vêrno Federal ou Estadual organize e exe-
dade de transporte mais rápido e fácil das cute as grandes centrais elétricas, única so-
massas humanas, que precisam deslocar-se lução para o fornecimento de energia elétrica
de um ponto a outro, no desempenho de suas
em abundância e a baixo preço.
obrigações, ou a passeio
Contudo, na impossibilidade de uma so-
Assin1, aos poucos, vai-se tornando ne~
lução ótima, devem as Municipalidades pro-
cessária a organização dos Transportes Urba-
curar uma solução satisfatória, embora não
nos coletivos
ideal.
Êstes transportes são geralmente execu- Em alguns casos, a energia poderá ser
tados por carros-automóveis (ônibus) ou car- fornecida por companhia particular que já
ros elétricos, podendo êstes ser sôbre trilhos tenha serviço organizado em cídades próxi-
(bondes), ou não ( "trolley-buses"), sendo mas; em outros casos, por usinas menores
que êste Último sistema, que é mais econô- localizadas no Município e exploradas pela
mico do que o de bondes, exige ruas muito própria Municipalidade ou por emprêsa con.
bem navimentadas. cessionária .
Econômicamente falando e a partir de De qualquer forma, porém, três são as
certo volume de transporte, o bonde ou o condições principais para que se tenha um
"trol!ev-bus" é preferível ao ônibus comum, servico satisfatório: continuidade de For-
pois oferece transporte mais barato e não necir;lento, Constância de Voltagem e Preço
depende, geralmente, de combustível impor- Conveniente.
tado para o seu funcionamento.
Quanto ao tipo de usina, poderão ser
A instalacão de um servico de bondes
hidro-elétricas ou têrmo-elétricas. Às primei-
ou de "trollev-bus". é, porém; 1nuito mais
ras deve ser dada pYeferência, sempre que
difícil e complexa do que de um serviço de possível, por serem, em geral, de custeio
ônibus, não só pelo capital necessário, como mais econômico, embora as despesas de ins-
pelo grande corpo de funcionários especiali- talação sejam muito maiores. As segundas
zados que exige para garantia de um bom poderão ser a vapor, motor Diesel ou de gás
funcionamento. pobre. Destas últimas, o tipo mais conve-
Por essas razões, a implantação de um niente varia conforme a região e só um es-
serviço de bondes, ou de "trolley-buses", só se tudo das condições locais poderá decidir
justifica quando as distâncias a serem per- Em alguns casos poderá até ser aproveitado
corridas e o volume de passageiros a trans- o lixo da cidade como combustível auxiliar
portar atingem certos valores. Quando a energia é produzida a distân-
Abaixo dêstes, não se justifica a organi- cia do centro consumidor, a energia elétrica
zação de uma companhia de bondes, devendo é transportada por meio de linhas de trans-
o problema ser resolvido pelos ônibus, embo- missão de alta voltagem, até estações trans-
ra o preço das passagens tenha de ser mais formadoras situadas em pontos conveniente-
caro. mente escolhidos, e, daí, então, distribuída
Num caso ou noutro, porém, a distri- aos consumidores em baixa tensão. Se, po-
buição dos meios de transporte, e o respec- rém, as usinas estiverem muito próximas do
tivo preço, não podem ser deixados a crité- centro, a distribuição poderá ser feita dire-
rio exclusivo das emprêsas, devendo ser, ao tamente em voltagem baixa. Para as indús-
contrário, cuidadosamente coordenados e re- trias o fornecimento é feito, quase sempre,
gulados pela Municipalidade, em defesa do diretamente da rêde primária, fazendo cada
interêsse público. qual a transformacão que mais lhe convém.
Em alguns casos será interessante que Com referência à iluminação pública,
as Municipalidades criem facilidades ou sub- são usados os mais variados tipos de postes,
70 REVISTA BHASILEIIIA DOS MuNICÍPIOS

de madeira, de ferro, ou de concreto, com embora menos cômodos e limpos. Nestes ca-
um ou mais pontos de luz. Os postes de sos, entretanto, a energia elétrica é, muitas
madeira não se recomendam pela pouca du- vêzes, mais conveniente.
rabilidade e pelas despesas de conservação * ::: ...
que originam, além de que já custam caro
O serviço de telefones está no Brasil
em muitos pontos do Brasil; os de ferro têm
entregue, na maioria dos casos, a companhias
contra si o alto preço inicial e a despesa de
particulares bem organizadas, que, possuindo
pinturas periódicas; os de concreto têm a
larga rêde instalada, facilitam as comunica-
seu favor a grande durabilidade, a conserva-
ções interurbanas.
ção pràticamente nula e a relativa facilidade
de fabricação local, sendo ainda de notar-se A não ser em casos muito especiais, não
a exigência, no País, de fábricas especiali- há, geralmente, vantagem em montar serviço
zadas, que produzem postes de concreto ar- telefônico urbano isolado, nas zonas de in-
tísticos e de excelente qualidade. fluência das companhias existentes. Em todo
O tipo de lâmpadas geralmente usado caso, adotada que seja a solução isolada, não
é o incandescente . podem as grandes emprêsas telefônicas re-
Quanto à distribuição dos pontos de luz cusar o tráfego mútuo com as suas linhas
nas ruas, tanto nos bairros residenciais, como para o serviço interurbano.
comerciais e industriais, deve ser feita de A grande maioria das nossas prefeituras
modo que se obtenha uma iluminação uni- uão está em condições de manter um tal ser-
forme o velho método de colocar somente
o viço.
pontos de luz nas esquinas e nos meios dos
quarteirões deve ser abandonado.
A iluminação das praças e jardins pode
ser executada de forma que permita em dias O Servico Funerário compreende em
de festa, sem instalações suplementares, geral três partes:
maior intensidade de iluminação do que a a) Pertences para Velório e Confecção
dos dias comuns. de Caixões
Para os repuxos, chafarizes e estátuas, b) Tranportes de Cadáveres
podem, também, ser estudados sistemas que c) Cemitérios
os embelezem e realcem.
Tal como nos demais servicos de utili- A Confecção de Caixões é geralmente
dade pública, é indispensável organizar bons privilégio de uma instituição de caridade,
serviços de conservação e manutenção, a fim bem assim o aluguel de Pertences para V e-
de poder ser garantido um perfeito forneci- Iório. Há, contudo, localidades pobres que não
mento de energia à cidade e, ao mesmo tem- comportam a organização do serviço por essa
po, oferecer um bom servico de assistência forma, cabendo à Municipalidade mantê-lo.
a todos os consumidores. o
O Transpot te de Cadáveres deve ser fei-
Semelhantemente aos casos da água e de to em carros especiais, que podem ser à tra-
esgotos, é indispensável que os estudos, pro- cão animal ou a motor. Nos centros mais
jetos e a execucão das obras só sejam le- populosos é, geralmente, serviço incluído no
vados a efeito por profissional competente privilégio acima referido; nos menores, po-
e especializado no assunto. rém, compete à Municipalidade provê-lo.
A instalacão do servico de eletricidade À Municipalidade ou à instituição de
tem de ser pr~cedida da ~onfecção da carta caridade concessionária do serviço, cabe as-
cadastral da cidade e da coleta de dados segurar, gratuitamente, o fornecimento de
estatísticos e demográficos, tal como já foi
caixões e o transporte de cadáveres de indi-
mencionado anteriormente, a fim de se po- gentes.
der ajuizar da potência mínima a ser insta- Os Cemitérios, do mesmo modo que os
lada e prever logicamente um certo período
serviços anteriores, devem ser administrados
de crescimento da cidade e, consequêntemen-
pelas Municipalidades ou por associações
te, a data a partir da qual se deverá tratar oias ou de caridade.
da ampliação do fornecimento. - Além do registro e da realização dos
Luz e fôrca são dois serviços perfeita- enterramentos, as administrações dos cemi-
mente financiáveis, sendo, pois, aplicável ao térios têm obrigação de cuidar de uma série
caso o que ficou dito para os serviços de de outros problemas da necrópole, que, na
águas e esgotos. maioria dos casos, são inteiramente deixados
Qualquer ampliação tem de ser prece- de lado
dida de um levantamento completo da rêde
Assim, por exemplo, precisam organizar
existente, sua capacidade máxima e estado. os planos de enterramento, de forma que se
utilize bem a área do cemitério, podendo
obter dos ricos, pelo direito de serem enter-
rados em quadras consideradas nobres, con-
Muito poucas cidades no Brasil, tal co- tribuições que cubram o serviço prestado aos
mo na América do Norte, estão em condi- pobres. Além disso, deverão cuidar da ne-
ções de manter um bom serviço de gás, nem crópole de forma que se mantenha com apa-
o seu fornecimento pode ser considerado co- rência condigna e em boas condições de con-
mo de absoluta necessidade para o público. servação. Os problemas mais comuns a cuidar
Geralmente a sua instalação só é econô- são: Defesa contra a Erosão, Drenagem, Ar-
micamente possível nos centros mais populo- borização, Muros, Caminhos, etc.
sos e adiantados, onde há dificuldade de ob- A localizacão de novos cemitérios deve
tenção de outros combustíveis mais baratos, ser levada em consideração durante a ela-
o
Am.HNISTRAÇÃO E URBANISMO 71

boração do Plano Diretor, devendo-se sem- cio e da Indústria, que se sentiram despro-
pre conservar convenientemente os antigos, tegidos contra os azares do fogo. Funda-
embora não estejam mais em uso; só em ram-se então várias sociedades, que inesti-
casos extremos deverão ser removidos e, em máveis serviços prestaram às respectivas co-
nenhuma hipótese, deixados ao abandono. munidades.
Posteriormente, em virtude das dificul-
dades que tais sociedades tiveram de enfren-
tar, os poderes públicos foram chamando a
si a responsabilidade de tão útil e benemé-
Além dos Servicos de Utilidade Públi-
rito serviço .
ca acima referidos, há outros de menor im-
portância ou que só existem em reduzido As cidades modernas que já atingiram
certo desenvolvimento não devem deixar de
número de localidades, e que, portanto, não
podem ser considerados como gerais, estando manter um corpo de bombeiros, pois, com
tal medida, não só protegem, como fazem
alguns dêles sob o contrôle do Estado ou do
Govêrno Federal, embora tenham importân- baixar as taxas de seguros, o que, em últi-
cia decisiva para o progresso do Município. ma análise, redunda em barateamento das
Neste caso estão, por exemplo, as fon- 1nercadorias .
tes hidro-minerais, as estações balneárias de Para a organização de tal serviço é pru-
cura, as instalações portuárias, centrais ferro- dente recorrer à experiência das corporações
viárias, serviços de parques nacionais, gran- das grandes cidades que tenham vários anos
des centrais hidro-elétricas, etc. de existência e que possam ceder instrutores
Em tais casos, compete às Municipali- habilitados, que formarão o primeiro núcleo
dades cooperar com os demais poderes ad- de pessoal especializado no Município, ao
ministrativos no sentido de facilitar a exe- mesmo tempo que darão tôda a orientacão
cução de melhoramentos ou planos que, de e assistência técnica na aquisição da ap;re-
modo direto ou indireto, possam contribuir lhagem indispensável.
para o progresso do Município, As cidades que não comportarem a ma-
nutenção de um corpo permanente poderão
SEGURANCA - Os servicos de seguranca com habilidade recorrer a uma solucão transi-
de uma cidad~ abrangem, d~ modo geral, ~s tória, que consistirá na aquisição ~de apare-
seguintes setores: lhagem simples e eficiente, que será mane-
a) Polícia. jada, nas ocasiões necessárias, por um grupo
b) Extincão de Incêndios. de voluntários, dirigido por elemento que te-
c) Tráfego. nha estagiado em boa c oi poração.
A instalação de um serviço nesses mol-
PoLÍCIA - No Brasil, o serviço de Polí- des deve ser precedida de uma campanha
cia está afeto geralmente ao poder estadual, bem orientada no sentido de constituir título
tendo poucas cidades (algumas capitais) um honorífico na localidade o pertencer ao grupo
corpo especial, mantido pela Municipalidade, de bombeiros voluntários.
e encarregado da segurança pública da cidade As companhias de seguros e o Instituto
A maioria dos Municípios não dispõe, mes- de Resseguros do Brasil poderão prestar gran-
Jno, de recursos para manter um corpo espe- de auxílio na instalacão do Servico de Ex-
cializado dessa natureza. tinção de Incêndios. > >

As cadeias, reformatórios, penitenciárias, Antes de qualquer iniciativa neste sen-


colônias penais, são estaduais ou federais. tido, é indispensável, porém, que na locali.
EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS - Um serviço dade haja, em quantidade suficiente, água
de segurança ainda pouco difundido no Bra- para o fim que se tem em vista.
sil, e que é essencialmente uma atribuição TRÁFEGO - À medida que uma cidade
municipal, é o de Extinção de Incêndios, progride, o seu movimento de pedestres e veí-
executado nas principais cidades pelos cha- culos cresce, surgindo então sérios problemas
mados corpos de bombeiros. de Tráfego, que devem ser solucionados.
À medida que uma aglomeração urbana Só após cuidadoso estudo das condicões
se desenvolve, e o comércio e as indústrias locais, em que seja considerado o volun{e e
se multiplicam, crescem, em conseqüência, direção do tráfego, a possibilidade de cria-
as probabilidades de incêndios. Daí a neces- cão de espaços para estacionamento, os diver-
sidade de proteger-se a comunidade contra sos tipos de meios de transporte e suas quan-
os crescentes azares do fogo, que tem acarre- tidades relativas, a afluência dos pedestres
tado através do tempo grandes perdas de nas ruas, é que poderá ser organizado um
vidas e materiais . plano de tráfego.
Dois processos se empregam para tal Êste terá por fim determinar a direção
fim: o Preventivo e o Abortivo. de circulação dos veículos nas ruas, os luga-
O primeiro consiste em desenvolver uma res de estacionamento permitido ou proibido,
campanha educativa, mostrando as causa~ a sinalização dos cruzamentos, as velocidades
mais comuns de incêndios e as suas tremen- máximas e mínimas de tráfego, os itinerá-
das conseqüências. t ios dos transportes coletivos e respectivos
O segundo importa na organização de um pontos de parada, as travessias de pedestres
grupo de homens especializados e treinados, e vários outros problemas de menor impor-
dispondo de material adequado ao combate tância.
de incêndios. Qualquer espécie de serviço que não
As primeiras iniciativas para orzanização seja fiscalizado, não será eficiente. Assim, é
de corpo de bombeiros partiram do Comér- indispensável que, depois de pôsto em vigor
72 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

o plano de tráfego da cidade, seja a sua exe- carne, vegetais, etc.), como a verificação das
cucão convenientemente fiscalizada, insti- condições higiênicas e de salubridade dos ser-
tui~do-se a imposição de multas aos faltosos. vicos de águas, esgotos, lixo, estabelecimentos
O Servico de Tráfego deverá, também, pti'blicos, etc., e, às vêzes, o contrôle do uso
manter o registro e a matrícula de todos os de certos medicamentos.
veículos existentes no Município, de acôrdo Os servicos de Profilaxia têm por obje-
com a legislação em vigor. tivo o estab~lecimento de medidas de pre-
vencão e a difusão de ensinamentos que evi-
SAÚDE PÚBLICA - O bom estado de tem" ou reduzam a propagação de certas mo-
saúde de uma aglomeração humana reflete-se léstias, especialmente malária, tuberculose,
em geral sôbre tôdas as suas atividades. peste, lepra, doenças venéreas, tifo e tôdas
Nenhum achacado é capaz de realizações as epidemias .
vultosas; será sempre um medíocre, quando Juntamente com os serviços de Profi-
não um vencido . laxia, é de tôda conveniência proceder à Edu-
Conseqüentemente, uma população de cação Sanitária da população, por meio de
doentes não poderá progredir conveniente- jornais, rádio, cartazes, publicações, confe-
mente rências, cinema, etc. A divulgação de conhe-
Importante, pois, para qualquer admi- cimentos dessa natureza prestará à comuni-
nistração, o problema de Saúde Pública. dade inestimáveis serviços, pelas armas que
Os Municípios que julgarem deficiente lhe fornece para combater e se prevenir con-
a ação estadual, e que dispuserem de re- tra as doencas mais freqüentes . Exprimindo
cursos para tanto, poderão manter indepen- os benefício; decorrentes da educação sanitá-
dentemente dos do Estado, ou, o que será ria, um grande médico ~orte-am~ricano as-
melhor, em cooperação, alguns dos serviços sim se expressou: "Se fosse posstvel trans-
de saúde pública julgados mais necessários mitir ao povo os conhecimentos atuais da
ao bem-estar da população. Ciência, a vida dos homens das gerações vin-
Qualquer administração que pretenda douras poderia ser provàvelmente acrescida
instalar um serviço, especialmente se se tra- de dez anos".
tar de saúde da população, precisa ter sem- A fim de manter a comunidade em boas
pre presente que a simples montagem e ins- condicões de saúde e capaz de produzir efi-
talação material pouco ou nada valem, se cient.;mente para o progresso do Município,
não houver verba para pagar a pessoal ca- é indispensável que a população possa dispor
paz e para custear as despesas de manuten- de Serviços Clínicos eficientes, aptos a aten-
ção.
der aos doentes, especialmente os de me-
Aliás, entre nós, há exemplos de pom- nores posses. Quando há recursos financei-
posas instalações, que em pouco tempo se ros suficientes, deve-se cogitar do forneci-
tornam inúteis, pela falta de meios para mento de remédios juntamente com a receita
funcionar. Simples conseqüências, no mais ou, pelo menos, da sua venda a preços aces-
das vêzes, da volúpia de inaugurar novos síveis.
serviços, para fazer merecimento junto às Dentre as atividades sanitárias de maior
autoridades superiores ou para ganhar calcu- importância para o futuro das aglomerações
lado prestígio na opinião pública, visando a humanas, ressalta pelo seu valor a Assistên-
objetivos nem sempre recomendáveis. cia à Maternidade e à Infância. No Brasil,
O fato real é que a manutenção eficien- então, onde o Índice de mortalidade infantil
te de qualquer serviço é, geralmente, um mis- é alarmante, e a escassez da população um
ter ingrato e que não se presta tanto a im- dos mais sérios entraves ao progresso, mais
pressionante propaganda como uma inaugu- necessário se totna tal serviço.
ração qualquer, embora modesta e de vida É indispensável zelar pelas gerações fu-
efêmera.
turas desde a concepcão até a adolescência
O bom administrador, porém, deve ter dos futuros cidadãos. "'Importa à administra-
o desinterêsse e o altruísmo de agir de acôr- cão pública cuidar das mães, ministrando-lhes
do com o real interêsse público e não com ~nsinamentos e cuidados médicos, não só du-
o interêsse próprio, especialmente se se tra- rante a gestação, como no parto, puerpério
tar da saúde do povo. e lactação, e orientá-las nos cuidados com os
Vários e múltiplos são os aspectos sob filhos, suprindo-se as deficiências de alimen-
os quais podem ser encarados os problemas tacão e medicamentos, principalmente quan-
de saúde pública. Os principais, no âmbito do" derivadas da pobreza dos pais.
da administração municipal, são os seguintes: Nenhum país poderá progredir e ser
a) Contrôle Sanitário. forte sem cuidar convenientemente da saúde
b) Profilaxia. de seus filhos.
c) Educacão Sanitária. A instalacão e manutenção de Hospitais
d) Serviç~s Clínicos. nas sedes m~nicipais, sejam êles custeados
e) Assistência à Maternidade e à In- pelo govêrno ou por organizações particula-
fância. res, devem constituÍ! preocupação constante
i) Hospitais. das administrações.
g) Socorros Urgentes. As Municipalidades que não dispuserem
h) Laboratório de Análises. de recursos suficientes devem recorrer às
i) Serviços Odontológicos. autoridades estaduais ou federais, cooperando
j) Registros e Estatística. no que estiver ao seu alcance para facilitar
aquela realização.
O Contrôle Sanitário abrange não só os Sem hospitais, não será possível proce-
serviços de inspeção de alimentos (leite, der com segurança a certas intervenções ci-
ADMINISTRAÇÃO E URBANIS:IdO 73

rúrgicas, nem tratar de determinadas molés- secundário. O ensino superior, salvo nos Mu-
tias, especialmente as contagiosas. Um hos- nicípios das grandes capitais, deve ser dei-
pital em funcionamento representa eficiente xado à competência dos Governos Federal
proteção para tôda a população. Na organi- e Estaduais. Além do ensino propriamente
zação dos serviços hospitalares é preciso não dito, outras iniciativas auxiliares podem tam-
esquecer que as classes menos bafejadas pela bém ser tomadas pela Municipalidade.
fortuna são, em geral, as que têm mais ne- A atividade educacional da prefeitura
cessidade de tal assistência e que os ricos e deve, pois, abranger várias modalidades, co-
remediados, em troca de luxo e confôrto, po- mo sejam a criação de Escolas Públicas, di-
dem contribuir para a manutenção de leitos fusão da Educação Física, a organização de
gratuitos para os indigentes. Jardins Recreativos, ou, ainda, instalação de
Desde que a aglomeração urbana atinja Bibliotecas e Museus.
certo grau de desenvolvimento, a organização O Ensino Primário feito nas Escolas
de um serviço de Socorros Urgentes anexo Públicas municipais, não tem, no Brasil,
ao Hospital será de real utilidade para a orientação uniforme, variando de método e
população, pois esta poderá dispor, a qual- sistema conforme a zona, os recursos dispo-
quer hora do dia ou da noite, e prontamente, níveis ou o preparo e interêsse dos respon-
de médico e recursos. Muitas vidas poderão sáveis.
assim ser salvas Quanto à amplitude que Nas Escolas Públicas, o ensino deveria
tais serviços devam ter, somente as condi- ser ministrado exclusivamente por professô-
cães locais e os recursos disponíveis é que res diplomados. Infelizmente, porém, a maio-
~ determinam. ria dos Municípios não possui situação fi-
Como auxiliar indispensável de todos os nanceira que permita manter razoável corpo
serviços de saúde pública, o Laboratório de de educadores competentes.
Análises tem importante missão a cumprir, Muitas vêzes, os vencimentos oferecidos
não só no estabelecimento de diagnósticos, quase não compensam as despesas de manu-
como na análise de alimentos, remédios, etc , tenção individual, só convindo, excepcional-
e bem assim nas pesquisas de tôda natureza. mente, às normalistas que por acaso já re-
Complementarmente, pode fabricar vacinas, sidam na localidade e que aí tenham outros
soros, antitoxinas, etc. interêsses.
Todavia, um Laboratório de Análises só Assim sendo, o ensino terá de ser entre-
será realmente útil se os seus trabalhos inspi- gue a professôras práticas ou improvisadas.
rarem confian,a, para o que deve dispor de Nesta hipótese, será de tôda conveniência
pessoal habilitado e consciencioso, de apare- manter um serviço de contrôle, orientação
lhamento adequado e do material indispen- e fiscalização do ensino, a fim de que se pos-
sável. sam colhêr resultados satisfatórios.
Concomitantemente com a assistência Os Municípios que de todo não dispu-
médica, e especialmente dedicado às classes serem de recursos, devem apelar para o Es-
pobres, é de tôda a conveniência a manuten- tado, a União, ou, ainda, para as instituições
cão de um Servico Odontológico, pois está particulares.
~omprovado que vários males graves têm sua O ensino deve ser preferencialmente
origem em focos de infecção dentária. orientado no sentido de ministrar conheci-
Não será possível julgar eficientemente mentos que despe! tem o interêsse dos alu-
do estado sanitário de qualquer aglomeraçã'J nos pelo desenvolvimento comuna!, focali-
humana, sem manter um bem organizado ser- zando especialmente as possibilidades reais
viço de Registros e Estatística. de progresso do Município, com a indicação
Ao Estado compete, entre nós, a orga- dos meios de utilizá-Ias.
nização dos registros civis (casamentos, nas- Assim, o ensino primário pode ser mi-
cimentos, mortes, etc.), mas, além dêstes, nistrado, conforme o caso, por simples es-
os vários servicos que têm por finalidade colas primárias, por Escolas Rurais, de Ofí-
zelar pela saúd~ da população não podem cios Manuais, Agropecuárias, Colônias, Patro-
deixar de registrar todos os elementos ne- natos Agrícolas, etc.
cessários à determinacão dos índices sani- A Educação Secundária poderá sê-lo por
tários e à elaboracão" das estatísticas que Escolas Técnicas, Ginásios, Escolas Normais,
possam orientar co~ segurança as autorida- etc.
des encarregadas de tais serviços .
Sempre que possível, será conveniente
Êsses são os pontos principais a serem obrigar os alunos à prática da Educação Fí-
considerados, comportando cada um dêles
sica, podendo-se, muitas vêzes, lançar mão
subdivisões e especializações, cujo desenvol-
desta para despertar-lhes o interêsse pela
vimento depende das condições e necessida-
escola.
des locais, e, bem assim, dos recursos dis-
poníveis. Os "play-grounds" bem dirigidos, por
exemplo, são ótimos centros para desenvol-
EDUCACÃO - A Educação é um dos ele- vimento de cultura física.
mentos bási~os para o progt:esso de qualquer Ê bem fácil despe1 tar o interêsse da
coletividade. mocidade pela prática dos esportes. Esta
No Brasil, as diretrizes gerais da edu- deve, no entanto, ser orientada por pessoa
cação nacional são fixadas pela União. capaz, a fim de prevenir os males decorren-
Ao Município cabe parcela importante tes da prática exagerada ou defeituosa. Um
na alfabetização dos munícipes, cumprindo- simples campo de futebol pode ser, às vêzes,
-lhe difundir empenhadamente o ensino pri- o ponto de partida de futuras praças de es-
mário, e, quando possível, o profissional e a porte, que possuam campos de ginástica, vo-
74 H.EVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

leibol, bola ao cêsto, tênis, tiro, piscinas, às vêzes estiola ou faz sucumbir a sinicia-
pistas de atletismo, área de saltos, lança- tivas particulares.
mentos, etc. Qualquer aumento de renda que se ba-
Os Jardins Recreativos são centros de seie em tais meios pode! á ser prejudicial ao
distração que podem servir, não só para di- progresso da comunidade.
vertir, como para instruir. O prefeito consciente deverá, pois, preo-
A organização de Aquários, Jardins Zoo- cupar-se, além dos serviços normais da ad-
lógicos e Botânicos, são empreendimentos ministração, em desenvolver as fôrças eco-
que merecem o apoio das Municipalidades. nômicas do Município, que, em última aná-
De início, podem ser reunidos somente lise, dependem dos recursos existentes na
os espécimens regionais, ampliando-se aos região.
poucos as coleções, de forma que forneçam A primeira providência a tomar será,
elementos de estudo aos interessados, e de então, proceder a um levantamento de to-
instrução ao público em geral. dos os recursos naturais do Município, abran-
Dentre as atividades educacionais auxi- gendo os reinos animal (animais de valor
liares, deve-se destacar especialmente a Bi- comercial, couros, peles, pescado, caça, etc.) ,
blioteca Municipal, pois grande é o concurso vegetal (madeiras, plantas medicinais, se-
que pode prestar à elevação cultural do meio, mentes oleagionosas, vegetais para indústria
além de poder constituir-se em centro cole- extrativa, etc.) e mineral (minas, jazidas,
cionador de documentos especialmente úteis águas medicinais, etc.) , acompanhado de um
a estudos regionais. concomitante estudo do meio físico (topogra-
A Biblioteca não é de difícil organização, fia, clima, solo, energia hidráulica, vias na-
principalmente se ficar a cargo de funcioná- vegáveis, meios de comunicação, etc.).
rio zeloso 6) paciente. Muitos livros podem De posse dêsses elementos, será possí-
ser obtidos por doação. A escolha dos seto- vel julgar das possibilidades de fomentar o
res bibliográficos a desenvolver deve merecer desenvolvimento de indústrias extrativas, da
especial atenção, a fim de manter e ampliar agricultura ou da instalação de indústrias
o interêsse dos consulentes. Um ambiente manufatureiras correlatas.
simples, confortável e silencioso convida à Concomitantemente deve ser considera-
leitura. Para a instalação de Bibliotecas po- do o elemento humano da região, bem como
dem as prefeituras municipais recorrer ao a possibilidade do estabelecimento de cor-
Instituto Nacional do Livro, dependência do rente imigratória conveniente.
Ministério da Educação, que lhes ministra- A seguir, deve ser pormenorizadamente
rá ensinamentos e fornecerá várias obras. estudado o importantíssimo problema da cir-
Outra atividade de muito interêsse são culação das riquezas, que depende de um
os Museus. Podem dedicar-se a coleção e bem elaborado sistema de vias de comuni-
exposição de trabalhos de arte ou objetos de cação, que permita o fácil e econômico es-
valor. coamento da produção para os centros co-
A organização de um Museu é custosa, merciais, de forma que possa ser oferecida a
requer longo tempo para seu desenvolvi" preços compensadores para o produtor e con-
menta e exige a especialização de pessoal. venientes ao consumidor.
Apesar disso, os prefeitos não devem afastar De nada vale desenvolver a produção, se
tal empreendimento de suas cogitações, pois esta não puder ser utilizada. Muito comum
uma boa coleção, seja artística, histórica, ou no Brasil tem sido a política de fomentar de-
científica, é semp1e de grande valor educa- sordenadamente a produção de certo elemen-
cional. to que esteja na moda, não prevendo os
O conceito de "boa colecão" varia de meios de transporte, nem as possibilidades
localidade para localidade e t;mbém com a de mercado. Em conseqüência, o produto se
especialidade escolhida. deteriora nas fazendas ou à margem das es-
Um dos pontos de partida para a orga- tradas, o que traz prejuízos desanimadores,
nização de Museus, pelas nossas prefeituras, quando não funestros, ao produtor, ao mesmo
pode ser a reunião de objetos de uso carac- tempo que vibra mais um golpe desastroso
teristicamente regional ou dos que se refiram na economia regional.
a acontecimentos históricos locais, passados A possibilidade de financiamento deve
e contemporâneos. também ser considerada, a fim de permitir
A direção do museu deve procurar ob- o aproveitamento das riquezas potenciais.
ter o máximo de donativos, fazendo aquisi- Estudadas as possibilidades econômicas
ções só em casos muito especiais e após da região e os meios de aproveitá-las, o ad-
acurado estudo e cuidadosa avaliação. Atin- ministrador terá de elaborar um plano de
gido certo desenvolvimento, será possível aeão equilibrado e prático, promovendo a
pleitear e obter o auxílio do Govêrno Esta- obtenção de capitais, fomentando e auxilian-
dual ou Federal. do as iniciativas particulares e procurando
obter dos Governos Estadual e Federal o
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO apoio indispensável à sua execucão
DO MUNICÍPIO No caso de indústrias, o problema da
energia não pode deixar, também, de mere-
O fator econômico é geralmente despre- cer carinhoso estudo, pois, sem fôrça motriz
zado pelos nossos administradores, que pre- barata, dificilmente haverá indústria com-
ferem resolver todos os seus problemas fi- pensadora.
nanceiros por meio de empréstimos ou do Para melhor desenvolver certas fontes
aumento de tributos, sistema êste que tem de produção, será, na maioria dos casos, con-
sido funesto, pois não só desestimula, como veniente fomentar e facilitar a criação de
ADMINISTRAÇÃO E URBANISMO 75

sociedades cooperativas, que, quando bem de atender as aspirações da coletividade e


orientadas, defendem melhor os interêsses colhêr elementos para orientação da Pro-
coletivos. paganda, ao mesmo tempo que desperta nos
Sem o capital necessário, sem mão de munícipes o interêsse pelos problemas locais,
obra conveniente, sem energia adequada, sem dando-lhes a impressão de colaboradores da
transportes econômicos e sem mercado con- administração .
sumidor, não será possível aproveitar corn- Um bom serviço de Propaganda deve,
pensadorarnente e desenvolver qualquer fon- pois, visar, sempre, ao desenvolvimento re-
te de riqueza . gional, trabalhando em prol da execução de
Complexo é, pois, o problema do desen- todo e qualquer empreendimento que con-
volvimento econômico de um Município e, corra para a melhoria das condições de vida
na maioria dos casos, não poderá ser con- da comunidade, pela preparação do ambiente
venientemente estudado sem levar em con- indispensável à sua realização.
sideração as possibilidades regionais e, em
alguns casos, mesmo, a orientação econômi-
ca do País.
Além das funções administrativa, técnica
e econômica do prefeito, a que atrás nos
AÇÃO SOCIAL referimos, há outra que nem sempre é levada
em consideração e que, apesar de não ser
Entre outros, pode esta fazer-se sentir
fundamental como aquelas, é, no entanto, de
sob êstes dois aspectos:
grande utilidade, pelas facilidades que pode
a) Propaganda . criar e pelos obstáculos que pode vencer, em
b) Influência social do prefeito. virtude do ambiente favorável decorrente de
Um fator de real importância, para o sua perfeita utilização. É a Função Social.
sucesso de qualquer empreendimento, é a Quanto menor é o Município e mais
Propaganda bem orientada. modestos os seus recursos, tanto mais impor-
Entre nós, é comum entender-se por tante se torna a Função Social do prefeito,
Propaganda o enaltecimento das qualidades não só pela manutenção de relações com as
pessoais do administrador, desvirtuando-se a autoridades federais e estaduais, como pela
finalidade e desmoralizando-se um elemento ação direta que é possível exercer sôbre os
de real valor para o sucesso da administração. rnunícipes, seja despertando o interêsse pelas
A principal e lógica finalidade da Pro- causas da administração, seja promovendo
paganda é mostrar à população as vantagens comemorações cívicas, educativas ou artís-
que lhe advirão da realização de determi- ticas, seja ainda, apaziguando lutas e dissen-
nada obra ou da adocão de determinadas ções locais, prejudiciais ao progresso da co-
medidas de caráter ad~inistrativo, para evi- munidade.
tar ou atenuar prováveis resistências oriun- Nos centros mais populosos, a ação so-
das da natural desconfiança com que são cial torna, em geral, aspecto bem diverso do
recebidos os novos empreendimentos. dos pequenos Municípios, exercendo-se mais
Assim, qualquer obra de vulto ou Ini- no sentido de cultivar relações com pessoas
ciativa que exija a modificação de hábitos que ocupem posições de destaque na socie-
da população, ou o sacrifício, embora pas- dade e na administração, a fim de obter
sageiro, de qualquer comodidade, deve ser facilidade na solução dos problemas muni-
precedida de Propaganda eficiente e bem cipais
orientada, capaz de despertar o interêsse do
É claro que as ligações assim feitas não
público pela sua realização ou mostrar-lhe
devem ser utilizadas em benefício p!Óprio,
as vantagens que poderão advir para a co-
mas, precipuamente, em benefício da admi-
letividade, após a execução do empreendi-
mento. nistração pública.
É de tôda conveniência trazer a popu- Múltiplas e variadas são as formas sob
lacão informada do andamento das obras e as quais é possível agir no setor social As
da"s possíveis dificuldades surgidas durante condicões de vida dos Municípios, especial-
a sua execução ou, ainda, da exata situação ment~ dos pequenos, colocam os responsáveis
dos negócios municipais. pelas administrações locais numa pos1çao
Tanto quanto possível, a Propaganda singular, de vital importância para a vida da
deve ser impessoal, sob pena de se tornar comunidade.
contraproducente. Os seus meios podem ser Uma das primeiras preocupações do pre-
os mais variados - iornais, rádio, cartazes, feito deve ser identificar-se com o meio que
publicações, conferências, cinema, exposições, vai administrar e onde vai viver, a fim de
etc. - devendo, no entanto, quaisquer que bem conhecer e cuidadosamente selecionar
sejam os meios empregados, estar sempre ao os elementos com que poderá contar para
nível da compreensão daqueles a quem se auxiliá-lo em sua árdua tarefa. Dessa escolha
destina dependerá em grande parte o sucesso da
Como auxiliar da Propaganda e como administra cão.
meio, também, de contrôle dos serviços, ou Acons~lhável será, então, solicitar e en-
como termômetro da opinião pública, é de carecer a cooperação leal de tôdas as facções
todo interêsse que a administração mantenha locais, porventura existentes, e, sobrepondo-se
um Servico de Reclarnacões e de Recebi- às dissenções, congregá-las para trabalharem
mento de" Sugestões. P~r meio destas, o harmônicamente e em benefício comum.
administrador poderá corrigir falhas, promo- Obtido êsse apoio, estará o administrador
ver melhoramentos, estudar a possibilidade em condições de trabalhar sem encontrar
76 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

apreciáveis resistências passivas e ativas, res- coordenando elementos do Comércio, da In-


tando-lhe agir com justiça, energia, dedica- dústria e da Agricultura, será possível orga-
ção, acêrto e desprendimento, de forma a nizar associações de beneficência que ampa-
granjear a confiança, a admiração e a sim- rem as classes pobres, não só fornecendo
patia dos seus concidadãos . abrigo aos desvalidos como assistência médica
Dessa ação inicial, diplomática e psi- aos indigentes. Com a contribuição dos par-
cológica, dependerá o sucesso da influência ticulares e o auxílio de subvenções, poderá
social do prefeito sôbre os munícipes. Em ser garantida a manutenção de instituições
alguns casos, é necessário precedê-la de atos dessa natureza. Muitas cidades do Brasil
que concorram para a preparação do meio; possuem já a sua Santa Casa de Misericórdia,
em outros, porém, deverão ser concomitantes. que é o protótipo de tais instituições.
Cada ambiente terá solução peculiar. Além de tôdas essas iniciativas, que,
As condicões locais de vida indicarão, na verdade, quase só aproveitam aos mora-
por sua vez, a; diretrizes a seguir para obten- dores da sede municipal ou das sedes distri-
ção ao desenvolvimento social da comuni- tais, o prefeito pode desenvolver uma ação
dade. muito proveitosa entre os moradores da zona
Assim, por exemplo, promovendo ini- rural, por meio de excursões ou visitas perió-
cialmente a disputa de provas esportivas, dicas.
com a instituição de prêmios, será possível Estas podem ser aproveitadas para levar
conseguir o cultivo dos esportes da prefe- aos fazendeiros informacões ou conselhos
rência local, possibilitando, de futuro, com- úteis à melhoria das condições de vida local,
petições interdistritais ou intermunicipais, seja para a construção de casas e dependên-
que incentivem, entre os munícipes, o desen- cias higiênicas, seja para a adoção de me-
volvimento dêsses e outros esportes, o que, didas de salubridade (fossas séticas, etc.),
além de benefício da recreação, constituirá seja ainda, para o aperfeiçoamento dos mé-
um poderoso fator de coesão. todos de plantio, colheita ou aprimoramento
Êsse poderá ser, às vêzes, o ponto de do rebanho, assistência aos trabalhadores,
partida para organização de uma associação etc.
com fins esportivos, compreendendo, tamqém,
A promocão de solenidades cívicas nas
um centro que proporcionará distração às datas h-istóric;s e de festas regionais e o
famílias dos associados, com a promoção de apoio a comemorações religiosas, aproveitan-
reuniões dançantes, musicais, educativas, li-
do as devoções locais, será um meio para
terárias, etc.
aproximar os munícipes, unindo-os em be-
Em algumas localidades, a aqmstçao, nefício dos interêsses comuns.
pela prefeitura, de um bom aparelho receptor
de rádio, poderá proporcionar aos munícipes No setor da produção, a influência so-
horas agradáveis de reunião, fazendo com cial da autoridade municipal pode, também,
que se sintam mais próximos dos grandes fazer-se sentir pela propaganda e a promoção
centros donde se irradiam a cultura e o dos meios indispensáveis ao estabelecimento
progresso. Nas zonas fronteiricas, especial- de sociedades cooperativas. Tais sociedades
mente, a escolha de program;s adequados facilitam aos produtores, não só o capital
poderá contribuir para o fortalecimento da para o desenvolvimento de suas culturas e
unidade brasileira. indústrias, como os meios de transporte e a
À sombra dessas reuniões podem ser for- melhor coloca<:ão da produção.
necidas informações úteis aos -produtores da O sucesso da Ação Social do prefeito
região, bem como ministrados ensinamentos no Município está, porém, intimamente li-
que concorram para a melhoria das condições gado à sua ação junto às autoridades esta-
de vida das populações urbana e rural duais, federais e religiosas. Dessa forma,
A organização de conjuntos musicais que será imprescindível que o administrador mu-
periodicamente dêem exibições públicas, é, nicipal procure, sem subserviência, formar
também, uma iniciativa que merece ser con- ambiente favorável junto a tôdas as autori-
siderada, pelo concurso que pode prestar às dades que possam ser úteis à execução do
comemorações cívicas e religiosas e ao desen- seu programa de trabalho e ao progresso do
volvimento do espírito associativo da comu- Município.
nidade, a par do interêsse que desperta pelo Êstes são, em síntese, alguns aspectos
cultivo da música. da complexa e multiforme influência social
Na esfera da caridade, grande pode ser que o prefeito pode desenvolver em benefício
também a influência social do prefeito, pois, da sua administração.
Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho
DOMINGOS jOSÉ NOGUEIRA ]AGUARIBE FILHO

UEM se abalance a pesquisar em suas origens a história do municipalismo no Brasil,

Q como sisterna de normas e pdncípios tendentes a assentaz a vida comunal brasileira


em sólidas bases, há de, forçosamente, deilontar-se com essa figura máxima de bata-
lhador incansável das prerrogativas municipais que se chamou DOMINGOS JosÉ NoGUEIRA
]AGUARIBE FILHO, nascido no Estado do Cemá, a 2 de novembro de 1848, filho do
Visconde de ]a[Juaribe, Senador do Impélio e Ministro da Guerra no Gabinete Rio Bnm-
co, e de Dona CLODES SANTIAGO DE ALENCAR JAGUARIBE
Obedecendo aos impulsos naturais do seu espít i to essencialmente humanitário, ma-
tziculou-se na Faculdade de lYledicina do Rio de Janeiro, tendo, em 1874, concluído o
curso médico, no qual obteve nota distinta. A tese de doutoramento que então apresen ..
tou - ({Aclimatamento das raças sob o ponto de vista da colonização do Brasil" -
revelava, já, no jovem médico, aquêles dotes de inteligência que se iriân1 aiizmat, em
extensão e p1 ofundidade, ab avés de tôda a sua existência voltada paz a as mais 110bres
causas São Paulo, onde fixaza 1esidência, após a fornwtura, se1ia a azena propícia para•
os f11émdes embates de sua vida..
Abolicionista ardotoso, fotmou, desde logo, ao lado de JosÉ DO PATROCÍNIO, ANTO-
NIO BENTO e outros que, no Btasil, lideravatn a campanha pela tedenção dos negros, não
sen1 antes, num gesto conseqiiente, haver libe1tado todos os seus esctavos Un1 dos tnaz-
cos salientes de sua atividade em p1 o! do abolicionisn10 foi o livt o Os He1 deiros de Cara-
murn, 1omance histódco que tem como tema cenilal a Iibertaçiio dos escravos, tu~duzido
em Roma, pm a o italiano, pelo j01 na! Fanfulla, à guisa de prêmio aos seus assinantes.
Republicano convicto e desassombrado, conta~se que, encontt ando-se um dia, em Pe-
il Ópolis, cotn o Imperador Pedro II, que acabava de reg1 essar da Europa, foi chamado
po1 Sua Majestade
- Como viio os 1epublicanos em São Paulo? petguntou-lhe o ln1peiad01
- Majestade, êles ct er:cent diàt lamente
- Pois olhe, retJ ucou-lhe D Pedro II, se ett não fôsse Impe1 ador se1 ia republicano
Ao que DOMINGOS ]AGUARIBE tespondeu:
- Isto prova que Vossa J1.1ajestade bnpetial pensa con1 a maio1ia da nação .
Cessado o tnovimento abolicionista, com o ren1ate feliz da Lei de 13 de maio de
1888, aquela inteligência pode1osa se dizige a outto nobtc e amplo objetivo, qual seja.
o da autonomia dos Municípios. Tanto quanto é dado saber, a DOMINGOS ]AGUARIBE
pode ser avoca.da a glózia, enquanto niio se detrwnstre o cont1 á r i o, de te1 sido o pio-
neiro do municipalismo no Brasil, em sua exp1essão ainda atualíssinw da autonomia mu-
nicipal Dedicado, corpo e alrna, à nova campanlw, esct e v eu e publicou numerosos t1 a-
balhos de ptopatJanda em favor dos Municípios; 1ealizou confetências e promoveu, em
companl1ia de ouil os partid!u i os da causa, atos pâblicos de esclarecimento das idéias mu-
nicipalÍstas Pma o con1bt1tc cn1 que se empenhara, tornava-se necessÚ1Ío, entletanto,, utn
veículo expedito, capaz de estabelecei com o grande público uma cor 1 ente recÍp1 oca de
compreensão Foi assim que, vencendo o ceticismo de uns e a indifez ença de ou ti os, lan-
çou, etn 1899, o diário O Município, guia c orientador da campanha autonomista.
A obra de maior vulto de DoMINGOS ]AGUARIBE é O Município e a República, em
três volumes, na qual 1euniu, além de alguns de seus trabalhos já ofe1 ecidos antez iot mente
à publicidade, inclusive o seu inte1 cssantíssimo Catecistno Municipal, wna série de capí-
tulos novos

As idéias que s01vÍlam de lastro à sua ptodigiosa atividade doutrináda podern sm assim
resumidas: O sistetn<J. federativo brasileizo, inauf1wado com a República, tem o seu comple~
n1ento lógico na autonomia tnunicip.1l O Município, base da organização social, é o Estado
em ponto pequeno O nwlhm sisterna eleiiotal se1 á aquêie que tiver como [andamento
o govê11w municipal, fazendo-se uma só eleição de ttês em três anos- a eleição municipal
Os vez e adores setiam os eleitores dos p1 esidentes da República e dos Estados, realizando-se
as eleiçõc.c; das Câmaras um ano antes do têtmo dos mandatos presidenciais Cada Muni-
cípio cle!Jet ia um dos vet eadores dentre os eleitos, o qual set ia o repz esentante do povo
no Congresso do Estado, onde deveria funcionar unw só Câmara Reunidos todos os
eleitos na Capital, escolherian1 detlire si oito, sendo tt ês pm a 1 cp1 esentm em os Estados
e cinco os Municípios ou o povo, nwdificando-se, assim, o Senado e a Câmara da União,
nos quais todos os Estados terian1 1ept esentaçiio igual.

A exaltação que faz da viela municipal tumsbmda, por vêzes, en1 manifestações lídcas
Sàmente ela, a seu ver, poderia clwtnar a si as atividades dispe1sas, as energias perdidas
em ilusórias defesas de princípios O ideal dos revolucionários de 89 - esczevia - não
foi tealizado e os benefícios da Revolução Ftancesa foram sonegados, cumprindo ao povo
alargar a. esfeu1 do govêrno concenttado nas mãos dos déspotas e fazer que a denwcracia
tenha sólidas raízes em todos os Municípios.

A mataria dos problemas postos em foco pelo autm de O Município e a República


revestetn-se da 1náxiina atualidade, pe11nanecendo, tnuitos dêles, na ordem do dia das admi~
nistrações públicas do Brasil, e só em pm te alguns tiveram encaminhada a sua solução
80 REviSTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

Via de regra, as idéias agitadas por DOMINGOS ]AGUARIBE estão estreitamente vinculadas
à autonomia municipal, como, por exemplo, as que dizem respeito ao desenvolvimento das
rendas municipais, reservado ao Município o direito de dispor das mesmas; ao direito que
deve assistir às comunas de elegerem suas próprias autoridades, inclusive os magistrados
e a polícia local; à educação popular; à criação de escolas de agricultura prática; à orga~
nização, nos Municípios, de depósitos de máquinas agrícolas; à abolição do impôsto de
exportação; à criação de jornais agrícolas destinados a fornecer orientação técnica aos
laVradores. Outras, porém, transcendem a própria órbita dos interêsses exclusivamente
municipais, identificando-se com as aspirações gerais de progresso do povo brasileiro.
Gesto que define perfeitamente a personalidade de DOMINGOS JAGUARIBE é o que
se prende à sua passagem pelo Congresso Estadual de São Paulo. Sutpreendido com a
inclusão do seu nome na chapa dos candidatos, conforme declarou em carta dirigida ao
Presidente da Assembléia dos Deputados, p1 ocurou os amigos e tornou pública a renÚnw
cia que fazia à sua candidatura. Tendo sido eleito, apesar dessa declaração, procurou
manter~se à alturà do mandato que lhe conferira o eleitorado, colaborando na elabora~
ção da carta constitucional do Estado.
Instalados os trabalhos da Assembléia Legislativa, fôra DoMINGOS ]AGUARIBE eleito
para compor a comissão especial encarregada de proceder à revisão do ensino superior,
tendo imediatamente apresentado um projeto de escola agrícola e veterinária, destinada
a preencher a sensível lacuna que representava a inexistência de tais estudos no ensino
profissional paulista Incompreensivelmente, foi logo desen~adeada guerra ao projeto,
indo o mesmo para a Comissão de Fazenda sem qualquer discussão. Desgostoso com o
ato de seus colegas de comissão, pediu demissão, negada, aliás, por unanimiadde.
Embota desanimado, voltou a apresentar novo projeto, dessa vez objetivando a cria-
ção de um registro para marcas de gado e a introdução de reprodutores em três zonas
criadoras do Estado, a fim de melhorar a qualidade do rebanho existente Todavia, como
da vez anterior, foi o projeto rejeitado se1n qualquer discussão
Convencido da inutilidade de seus esforços, resignou ao mandato, recolhendo
amarga experiência, que só serviria para fortalecer a sua instintiva má vontade contra
os políticos profissionais.
De sua bibliografia sô!Jre assuntos municipais constam: Catecismo Municipal, propa~
ganda em favor da autonomia dos Municípios, 1.a edição, São Paulo, 1896; O Muni-
cípio e a República, 1898; Propaganda em favor do Município, 1895; Conferências em
prol da autonomia dos Municípios, opúsculo que enfeixa quatro palestras realizadas, res-
pectivamente, na capital do Ceará, em 1897, na capital paulista, em 1899, em Rio Claro
e São José do Rio Pardo, as duas últimas em 1899; La Commune, base de gouvernement,
Paris, 1908; e Ecos da propaganda em prol da autonomia dos Municípios, 1914.
O espírito eclético, universalista de DOMINGOS ]AGUARIBE levava-o freqüentemente a
incursionar com êxito em outros domínios, tendo escrito e publicado, em diferentes épo-
cas, interessantes trabalhos, tais como Reflexões sôbre a colonização do Brasil, editado em
Paris pelos Srs. Garraux & Irmãos; Meios práticos de colonizar, folheto, 1883; Organiza-
ção do trabalho, 1884, folheto que trata dos aspectos sociais da questão do trabalho no
Btasil; Arte de formar homens de bem, editado em São Paulo em 1884 e traduzido para o
francês, em Bruxelas., pelo Dr J. NEAVE; O Sul de São Paulo, coleção de cartas pu-
blicadas em 1886 pelo Correio Paulistano; Homens e Idéias no Brasil, 1889; A canali-
zação do Rio São Francisco para o Ceará, 1887, folheto com planos, projetos e discursos
pronunciados sôbre o assunto; Máximas e Pensamentos, 1897; Revista útil, três volu~
mes, 1892/1894; Mudança da Capital Federal para Campos do Jordão. 1897; Orígens
Republicanas do Brasil, 1895; Influence de l'esclavage et de la liberté, Bruxelas, 1893;
Psychologie de l'alcoolique, 1910; La radiation des effluves humaines, 1907; Le Brésil
Antique, Atlantide, iladuzido e editado pela usocieté Academique" de Palis, com prólogo
do sábio cartógrafo BARÃO DE TEFFÉ, 1913,· Instituto Psico-Fisiológico Brasileiro, 1908;
Cartas de Londres, 1902; Memória apresentada ao 1.° Congresso de Geografia da Ca-
pital Federal; Discursos de abertura e encerramento do 2 ° Congresso de Geografia; Me-
mória apresentada ao Congresso de Lavradores de Amparo; Conferência realizada em
Buenos Aires no 3 ° Congresso Internacional, sôbre a cura dos alcoólicos pelo hipno~
tismo e sugestão; O Veneno Moderno, estudo sôhre o alcoolismo, contendo mais de cin~
qüenta ilusilações; As Bases da Moral, estudo de psicologia fisiológica, dedicado a Dom
JoÃo NERY, Bispo de Campinas,· Crônica do País de Atlantide, dois volumes, São Paulo,
1897; Campos do Jordão, folheto descritivo do clima daquela localidade paulista; Terras
e propriedades do Dr. Jaguaribe, acompanhado de um relatório do Engenheiro TEODORO
SAMPAIO; A Fé, Sexto Sentido; O Império dos Incas no Peru e no México; O plantio da
amoreira no Ceará, como início de sua riqueza industrial e como causa modificadora do
clima, 1918,· e La verité sur 1a valorization du café au Brésil, 1918.
Em 1908, fundou em São Paulo o Instituto Psico-Fisiológico Brasileiro,, sucursal da
instituição do mesmo nome em Paris e da qual era sócio correspondente. Era ainda mem-
bto da URoyal Geographical Society oi London" e da asociety oi Psychical Research"
de Londres
A 14 de novembro de 1926, falecia em S. Vicente, Estado de São Paulo, DOMINGOS
JosÉ NOGUEIRA ]AGUARIBE FILHO, cujo nome ficaria definitivamente associ~1do ao mo~
vimento em prol da autonomia municipal no Brasil.

O PAUPERISMO DOS MUNICÍPIOS
BRASILEIROS
Dois assuntos, os mais importantes, São marcos centenários na história de
procurarei tratar ràpidamente, como convém, São Paulo. De lá partiram as grandes mon-
para não cansar a atenção dos ilustres co- ções, seguindo os bandeirantes que gizavam
legas - o pauperismo dos Municípios e o o mapa do Brasil . Erigida foi minha terra
êxodo das populações rurais. natal em Meca do republicanismo, mercê
Outras e mais autorizadas vozes deve- da gloriosa Convenção de 1873. Todos os
riam ser ouvidas ao .tratar-se de tão magno hinos de louvor já foram entoados para
assunto, como êste que me traz à tribuna glória dessas velhas terras. Suas populações
parlamentar, tal a complexidade e tão gran- disso se orgulham e cultuam com devota-
de se me afigura o problema dos Municípios. mento os brasões que, os tempos idos, ainda
Se me abalan- se viam plantados
cei a expô-lo perante no alto dos solares
a egrégia Assem- das Câmaras Muni-
Campanha Municipalista encontrou no
bléia Constituinte,
eu o fiz tão somente
em obediência aos
A Sr. NovELLI JÚNIOR, hoje Vice-Gover-
nadar do Estado de São Paulo, um dos
cipais
Elas, porém, a
exemplo de outras
compromissos assu- seus mais ardorosos hatalhad01es. muitas Municipali-
midos durante a Quando ainda Deputado Federal, s dades - e acredito
campanha eleitoral Excia. pronunciou, na Assembléia Constituit1.- seja a grande maio-
e, mais ainda, por te, a 8 de abril de 1946, incisivo discurso ria - não podem
ser decididamente a respeito do pauperismo dos Municípios bra- permanecer imutá-
um homem do inte- si/eiras. Procedente e conhecedor de uma das veis no tempo e no
rior, a êle dedicando mais velhas 1egiões de São Paulo (ltu, Pôt- espaço, a ouvir as
todo o meu interêsse to Feliz, Capivari, Indaiatuba, ltapetininga e lôas declamatórias
e por êle me baten- Sorocaba), o ilustre homem público observou dos homens públi-
do em todos os se- ua liberdade teórica na miséria real" em que cos, principalmente
tores vivem as comunas do interior, cada vez mais às vésperas das elei-
Expondo tais pobres, cada vez mais esquecidas Daí, o seu ções, quando se es-
problemas, - e êles discurso no Parlamento, discurso êsse que for- gota todo um rosário
se resumem em dois mula advertências muito sé1 ias e constitui um de adjetivações e de
grandes capítulos: exame muito objetivo dum aspecto sombrio da promessas
miséria e êxodo do realidade nacional Precisam viver.
interior, - ver-me- Mais que isso: ne-
-ei na contingência cessitam do milagre
de descer a análise da ressurreição . E
mais profunda, tentando trazer à superfície clamam, e pedem, e suplicam aos poderes
as razões de ser de tão graves anomalias superiores lhes seja dado um pouco de água
que, de modo acentuado, vêm atingindo as potável, mais leitos para seus doentes, mais
células matrizes da nacionalidade. escolas para seus filhos, mais estradas para
Não pretendo fazer obra de crítica de- escoamento da produção. Numa palavra: o
molidora, nem fixar-me neste ou naquele direito de viver.
período de govêrno, pois o mal é muito
antigo e por sôbre êle passaram várias gera- Falar dêstes Municípios do interior é
ções políticas sem solução satisfatória. atingir o próprio Brasil em tôda sua essência,
Tal declaração preliminar eu a faço no nas suas múltiplas facetas; é tratar do Brasil
propósito de evitar ser classificado entre os esquecido, sofredor e silencioso, conservador
imitadores da mulher de Ló - corno bem e cristão, ignorado e mal interpretado.
salientou um dos nossos ilustres colegas - Mas é êsse Brasil que desejamos forta-
que, de costas voltadas para a realidade lecer e salvar do depauperamento que o vem
presente, mergulham no passado, sem se
corroendo desde a abolição da escravatura
aperceber que o mundo caminha, as revo-
luções se sucedem e os pósteros pedirão Certos vícios de nossa formação municipal
conta dos nossos atos. são mais antigos que a República, mas o
período republicano tem sido, paradoxalmente,
Venho de urna das mais velhas regiões
de São Paulo. A só enumeração de suas infenso ao Município. Digo paradoxalmente,
cidades basta para comprová-lo~ Itu, Pôrto porque a República trazia entre os ideais de
Feliz, Capivari, Indaiatuba, Itapetininga e sua legenda o federalismo, que é, em última
Sorocaba. análise, a organização autônoma das diversas

R.BM.-6
82 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

regwes do País e de suas células matri- do o Estado. O Município de Salto, distante


zes, os Municípios. cem quilômetros da capital, pequeno núcleo
Entretanto, na prática, o que se viu industrial, apresentou no ano findo um to-
foi para os Municípios a liberdade teórica tal de arrecadacão estadual e federal de
na miséria real, de onde resultou o empo- mais ou menos -oito milhões de cruzeiros,
brecimento alarmante de nossas comunas do em face de uma arrecadação municipal de
interior. apenas trezentos e sessenta mil cruzeiros . ..
E' com esta minguada e irrisória quantia
Valorizar, pois, os Municípios, acudin- que o heróico prefeito terá que fazer face
do aos seus apelos, deve constituir a preo- a despesas inúmeras, num Município recor-
cupação primordial dos homens públicos tado de estradas, com muitas pontes e pon-
que têm sôbre seus ombros a tarefa hon- tilhões, com uma população proletária a
rosa de representar o povo na atual Cons- pedir auxílios, com uma infinidade de gran-
tituinte, para organizar a Nação. des problemas e uma pequena e miserável
Nossa formação social e política é receita anual.
afligida, desde o início, por numerosas A célula do organismo nacional, tão
tendências contrárias, se não negativas. festejada nos tratados do nosso direito pÚ-
Na fase colonial, a política econômica blico e tão solicitada nas horas dúbias dos
se caracterizava pelo estilo explorador e pleitos eleitorais, é, na prática, roída até o
sugador de matérias primas, canalizadas cerne pela concorrência dos poderes fiscais
através de uma rêde primária de transpor- superiores.
tes, ligando apressadamente as cidades prin- Mas, não somente o fisco conserva o
cipais aos velhos portos do litoral, sem a caráter e a feicão anti-ruralista entre nós.
menor preocupação com o mercado interno. O próprio ensi~o, vestido das galas das ca-
Êsse complexo de origem ainda persiste, pitais, não tem, em grande parte, produzido
em grande parte, apesar do surto industrial os frutos desejados, mercê da sua inadap-
iniciado depois da República, notadamente tação ao meio ambiente e ao homem do
depois da primeira grande guerra mundial, interior.
e particularmente em São Paulo. Necessitamos de escolas de tipo regio-
Não há negar que a nossa engrenagem nal, adequadas às necessidades e caracterís-
fiscal, pedagógica, assistencial, militar e as ticas de cada zona a servir. Escolas de
outras manifestaçÕes da atividade organiza- preocupação mineralógica nas terras de mi-
da do Estado pe;manecem, com raras e hon- neração, de finalidade piscicultora nas mar-
rosas exceções, orientadas para o engrande- gens dos grandes rios, de objetivos agrários
cimento e brilho das capitais, em detrimen- ou pecuários, conforme destinadas a campos
to do progresso do interior. de cultivo ou pastoris, de propósitos profis-
sionais, adequadas, sempre e sempre, à na-
Seria necessário, a exemplo do magní-
tureza das atividades mais destacadas em
fico ALBERTo TôRRES, inventariarmos nova-
cada região .
mente as errôneas e alarmantes diretivas de Persiste em nossa organização escolar
nossa formação social, melhor diria de nossa o vêso lamentável da escola única alfabeti-
deformação social. zadora, formadora de cultura literária, ao
Talvez encontrássemos solução para os invés de enveredar por um dinâmico pro-
dois magnos problemas do Município por grama de escolas profissionais .
mim anteriormente referidos: a miséria e o O resultado desastroso é que elas, co-
êxodo das populações interiores, e de cujas mo existem, desarraigam os meninos do seu
causas passarei a falar resumidamente para meio, cortando cerc_e a empírica adaptação
não fatigar a atenção dos Srs. Constituintes. que sua família ia conseguindo às condi-
Proclama-se amiudadamente, repetida- ções mesológicas, aumentando a legião dos
mente, o primado do Município como cé- desajustados e a população flutuante que
lula da nacionalidade. Foi êle consagrado desagua na burocracia ou nas atividades
em nossas Constituiçi)es, e é, sem dúvida, mais ou menos parasitárias dos grandes cen-
o grande e atraente tema de escolha dos tros, concorrendo, assim, para o êxodo das
nossos maiores e melhores cultores do Di- populações do interior.
reito. Não raro, êsse divórcio com o ambiente
A verdade, porém, a constrangedora do interior parte dos próprios professôres
verdade é que na tríplice ordem de cap- em virtude da falta das escolas normais
tação dos impostos, as nossas comunas têm rurais.
vivido sempre numa inferioridade gritante, Quem quer que conheça um pouco a
revoltante, relativamente à proteção desfru- lei psicológica da formação dos hábitos pes-
tada pelos serviços estaduais e federais. soais não ignora o fatal bovarysmo, tão
Pode-se mesmo afirmar que a quase bem lembrado e batizado por OLIVEIRA VIA-
totalidade das possibilidades fiscais do in- NA, que há de atacar estudantes acostuma-
terior se escoa para os cofres do Estado e dos na fase preparatória a certos confortos
' da Federação, ficando apenas, em regra ge- e tentações do asfalto, quando hajam de
ral, 8% para os Municípios. Que gênio exercer o seu magistério no interior.
administrativo poderá fazer algo com êsses Vão considerar-se exilados e contagiar
exíguos 8%? Da minha velha região de São com o seu desinterêsse, se não hostilidade ao
Paulo desejo citar, entre outros, um exem- meio, os corpos discentes cujos olhos lhes
plo elucidativo, e que se repete com maio- cumpria, precisamente, abrir para as possi-
res ou menores inflexões em todos os Mu- bilidades, vantagens, recursos, belezas e re-
nicípios da vizinhança, e certamente de to- formas necessárias da vida sertaneja .
Ü MUNICÍPIO NO pARLAMENTO 83

No que respeita aos serviços de assis- ao contacto do campo, e vai engrossar a


tência não é menos alarmante a situação legião dos arraizados ao asfalto.
das comunas do interior. Salvo honrosas São elementos perdidos para a lavoura,
exceções, e estas quase sempre vivendo da já tão desfalcada de braços, pelo surto avas-
caridade particular, periclitando entre um salador de nosso parque industrial, de tudo
"deficit" permanente e um donativo fortuito, resultando a desastrosa queda na produção
o interior vive na perene angústia de falta brasileira de gêneros alimentícios, que é um
de leitos para os seus doentes. Não raro dos aspectos já trágicos da economia nacio-
deparamos, em nossa vida de médico da nal.
roça, infelizes coestaduanos que caminha- Sou inteiramente favorável aos Tiros de
vam algumas léguas em busca de um teto Guerra sediados, pelo menos, nas cidades
onde pudessem morrer como cristãos, já que chaves de cada região, mas dentro de seu
os poderes públicos municipais não tinham âmbito sócio-físico, em pontos de concen-
podido, pelas suas deficientes rendas, aten- tracão similares às zonas originárias do ser-
dê-los como brasileiros dignos de melhor tão- e favorecendo, de preferência, os ho-
sorte. mens do campo.
Há necessidade urgente de hospitais Tenho a impressão de que os Tiros fo-
regionais, modestos mas vastos, servindo às ram suprimidos totalmente; apenas subsis-
populações doentes e tristes e, ao mesmo tem para aquêles candidatos, se não me fa-
tempo, servindo de fontes de pesquisa e es- lha a memória, classificados nas Categorias
tudo das endemias características de cada B e C da nova lei militar, que, doravante,
zona do País . convoca todo cidadão brasileiro, sem sor-
Há necessidade urgente de dar a essas teio.
cidades do interior uma rêde de água e es- Tenho a impressão de que o foram;
gotos, a fim de evitar, pela contaminação porque, há pouco tempo, recebi, de Casa
dos poços, seja a população um esplêndido Branca, Estado de São Paulo, um apêlo
caldo de cultura para a p10pagação do tifo, aflitivo, para o restabelecimento do Tiro de
do paratifo, das disenterias e de todos os Guerra naquela cidade, onde não há corpo
outros males que afligem essa pobre gente de tropa.
tão decantada na sua legenda de bravura, Acresce que havia uma falha, pmque
mas abandonada quase dos poderes públicos os convocados da cidade de Itu, minha ter-
municipais, acorrentados à miséria dos or- ra natal, onde está sediado o 4. 0 Regimento
çamentos. de Artilharia Montada, eram enviados, qua-
Há necessidade urgente de centros de se todos, para Mato Grosso, deslocando-se
puericultura, onde se prepare o Brasil de os homens de um lugar onde existe corpo
amanhã, colônias de férias, centros de saú- de tropa, para outra região .
de, trabalhos intensos de saneamento rural. Devo declarar à egrégia Assembléia
Há necessidade urgente de vias de Constituinte que, em recente boletim do
transportes, artérias vitais para a circulação Exército, o S\'. Ministro da Guerra manda-
das riquezas. No Município de Capivari, va licenciar, com seis meses de caserna, os
em São 'Paulo, um dos grandes centros pro- convocados da zona rural, pelas razões que
dutores de açúcar, há para trezentos qui- venho de expôr, dando-nos, assim, a im-
lômetros de estradas municipais a verba pressão confortadora de que o problema,
incrível de quarenta e um mil cruzeiros. sob êste aspecto, caminha para definitiva
O inte1 ior paulista vê-se às vésperas de solução.
uma das maiores colheitas de cereais de Por muito tempo se tem feito a crítica
que já houve notícia. Surgiu o clamor dos da incapacidade das administrações munici-
prefeitos ante o péssimo estado das estra- pais para gerir os interêsses das comunas. Di-
das municipais. O poder público estadual zia-se que os Prefeitos e as Câmaras Munici-
correu em socorro, distribuindo verbas es- pais, dominados pela feroz politicagem do
cassas, procurando sanar de algum modo interior, não mereciam crédito para deter-
essas deficiências inevitáveis. Transforma- minar o emprêgo das dotações orçamentárias.
se, assim, o Prefeito em pobre pedinte a Não participo, de todo em todo, dessa
perambular pelos palácios, estendendo, sú- acusação. Não é possível formar uma equi-
plice, a mão, suportando tudo e todos, por- pe de administradores municipais sem lhes
que a opinião pública de sua terra tem darmos os recursos, como não é possível
olhos para ver as melhorias, sem se aperce- a marcha para o Oeste, arrancando-se tôdas
ber da tragédia dos orçamentos miseráveis as rendas do sertão.
Quanto à instrução militar, penso que Os Departamentos das Municipalidades
devemos estudar meios de ela fazer-se sem podem prestar, e já vêm prestando, rele-
arrancar a mocidade de seu ambiente nativo vantes serviços, mau grado a rigidez buro-
O êxodo das populações rurais também crática e o vício inicial da malfadada dis-
se acentua pela chamada dos 1·apazes ao tribuicão da6 rendas, que reputo um dos
cumprimento do dever militar nas capitais mais -urgentes problemas da organização
e nas grandes cidades. Bem avalio o alcance nacional.
patriótico dêsse serviço, sua benemerência, Em futuro próximo, quando por sôbre
seu caráter sagrado, sua necessidade inadiá- todo o País pairar a sombra augusta dos prin-
vel para a defesa nacional. cípios constitucionais e a Carta Magna lhe
Mas também os habitua aos estilos de ditar as verdadeiras diretrizes democráticas,
vida das capitais, mostrando a experiência já então, orientados, apenas orientados, pe-
que a maioria dos moços não mais regressf! los Departamentos das Municipalidades, os
84 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

Municípios poderão jogar de si a pecha in- brasileiro. Procure-se evitar a evasão das
famante de incapacidade política e adminis- rendas por uma melhor aparelhagem fiscal.
trativa, evitando, para todo o sempre, seja Faça-se uma revisão de impostos. Do que
ela um dos pretextos para novas investidas há necessidade, e essa é inadiável, é de
no terreno de sua autonomia. melhor e mais equitativa distribuição das
Exposto, assim, em largas pinceladas rendas públicas. Procuremos aproximar-nos
o quadro aflitivo dos Municípios do interior, dos métodos aplicados nos Estados Unidos
devo confessar que o fiz constrangido, sem da América do Norte e na própria Inglaterra,
pessimismo, certo de encontrar uma solu- onde os Municípios gozam de muito maior
ção definitiva, e com a preocupação única proteção. E chegaremos à conclusão de que
de bem cumprir meu mandato, deputado nunca menos de 30°/o da arrecadação total
eleito que fui por uma das mais velhas zo- da Nação deveriam ser destinados aos Muni-
nas da Sorocabana, esperançoso de encon- cípios.
trar eco entre os ilustrados colegas que, Cessaria óe vez essa humilhante pere-
melhor e mais aprofundadamente, conhecem grinação, a que já aludi, dos homens do
o palpitante problema. interior e dos seus dedicados Prefeitos, sa-
Há que encontrar corretivo para tan- cola à mão, subindo as escadarias dos pa-
tos males. Somente uma nova discriminação lácios, pedindo aos poderosos o direito de
de rendas, a meu ver, sanaria os erros que se sobreviver.
vêm acumulando.
Entrego à meditação dos meus ilustres
Porque todos êsses problemas partem
companheiros da Assembléia Constituinte, e
da premissa: a miséria dos Municípios. Cor-
mais de perto, aos designados na feitura do
rigida esta, tôda a seqüência dos males esta-
anteprojeto para o capítulo referente a tão
ria, senão corrigida, certamente muito me-
magno assunto, estas impressões de um ho-
lhorada.
mem do interior, e que do interior traz êste
Já ouvi alhures ser criticado alguém apêlo de misericórdia .
que, desta tribuna, debateu tão angustiante
problema, apresentando idêntica solução. Os Municípios do interior do Brasil
Alcunharam-no homem de boa fé . Não im- precisam fugir da penúria. Confiam em que
porta. Será, talvez, necessário apelar para os eleitos do povo, à legenda de autonomia,
um novo Sermão da Montanha, em que o tão decantada e tão necessária, acrescentem
Mestre qualifique de bemaventurados os outra também ambicionada: a de sua relativa
homens de boa fé. Eu me bendigo, s:e independência econômica, que somente se
entre êstes fôr incluído, por tentar solucio- alcançará por uma distribuição mais equi-
nar uma questão das mais urgentes e gra- tativa das rendas públicas em que sejam
ves para a Nacão. êles - os Municípios - contemplados na
Não reput~ a solução utópica. Modi- proporção das suas legítimas necessidades e
fique-se, se necessário, o sistema tributário aspirações .
O PROBLEMA DO MUNICÍPIO
NO BRASIL ATUAL
SUMARIO : I - Como o problema se apresenta li - Os têrrnos do ptoblema.
III - A equação do problema. IV A solução do ptoblema. V Conclusão.

Como o problema A evolução da humani- Mas a longa, dolorosa e sublime tragé-


se apresenta dade, desde os mais re- dia humana vai-se desenvolvendo através
motos tempos que a his- das eras. O sôpro divino está nela e tôda
tória alcança, tem esta característica essen- a história não é mais do que a lenta mas
cial - a socialização crescente do homem, progressiva transformação da convtvencia
cada vez mais e melhor integrando-o no social, invertendo-lhe os valores, o signifi-
serviço da coletividade e condicionando a cado, os processos e os fins.
vida social à livre Os milênios de
e mais perfeita ex- luta, de experiên-
pansão da persona- cias, de sacrifícios,
lidade humana sob M outubro de 1934, na cidade de Ponte não passaram em
a influência dos sen-
timentos de justiça,
E Nova, Minas Gerais, por ocasião da: Se-
mana Ruralista Brasileira, promovida pe-
vão. Na família, a
vitória do altruísmo
altruísmo e coope- la Sociedade dos Amigos de Alberto Tôrres, o já se pode conside-
ração. Sr. M A. TEIXEIRA DE FREITAS pronunciou, rar quase completa.
No alvorecer da acêrca do tema uo problema do Município no A sociedade familial
civilização, o homem Brasil atual", uma confet ência que, como aque~ não é mais um mero
era o inimigo do las advertências de ALBERTO TôRRES, a res .. patrimônio do chefe.
homem homo peito da in01 ganização nacional, para loAo se O mútuo amparo, o
hominis lupus. Ne- incluiria entre os estudos mais incisivos e mais bem-estar, a har-
nhuma cooperação profundos da realidade brasileira. moniosa convivência
livremente consenti- Nada obstante os 14 anos decorridos, a.'!l dos seus membros
da: ou o estado de em fácil e protegida
afirmações, os conceitos e as conclusões da con-
guerra, de antago- expansão das perso-
ferência permanecem atuais, atualíssimos, ao
nismo radical, ou, n'alidades, é o ideal
menos essencialmente: ao problema do Mu ..
de um lado, o do- hodierno da vida
nicípio, eis, pois_, o problema por e:Jl.celência,
mínio absoluto e, do doméstica, e ao che-
o mai01 problema do Brasil, o problema-sín-
outro, a subordina- fe incumbe prover
tese de todos os nossos problemas". a plena realização
ção servil. De qual-
quer forma, a nega- Incluindo êsse trabalho em seu primeiro dêsse ideal, esque-
ção dos sentimentos número, a REVISTA BRASILEIRA DOS MU· cido de si, todo ao
NICiPIOS o faz para reencaminhá-lo ao exa~ serviço de cada um
de altruísmo e ver-
dadeira fraternida- me dos estudiosos, e sob a inspiração duma e de todos no pe-
de. Para quase to- política municipalista sadia, construtiva, ade- queno grupo que di-
dos, a submissão quada às necessidades do orgl':lnismo nacional rige. Há natural-
forçada; para alguns, mente exceções, re-
a prepotência sem sultantes das contin-
freios. gentes imperfeições
Mesmo no seio da família - um é o da natureza do homem. Mas aquêle alto
chefe, o senhor, o tirano; todos os mais, seus tipo de solidariedade humana tem hoje exis-
servos, sua propriedade. E desde que a fa- tência normal. E a imperfeição que lhe é
mília deixa de ser a única forma de organi- ainda inerente resulta, em regra, da impos-
zação da vida social, quando surgem distintos sibilidade de a família bastar-se a si própria
na sua vida íntima, mantendo ainda vestígios
dela os agrupamentos econômico-políticos,
das velhas injustiças sociais na distinção,
que mais tarde, por sua vez, dão lugar a dois muitas vêzes ainda inatenuada pelo espírito
planos diferentes de atividades sociais, ainda cristão, entre os que são servidos e os que
aí perdura aquela situação. Emprêsas e Es- servem, sem reciprocidade.
tados, agrupamentos econômicos e agrupa- No plano econômico, a evolução está
mentos políticos, têm um chefe, um senhor, ainda a meio caminho. Apesar das expe-
que tudo delibera, só ouvindo seu arbítrio, riências e dos esforços, mais ou menos cons-
trutivos, mais ou menos tranqüilos, que se
seus interêsses, seus apetites, suas paixões,
vão processando no mundo inteiro; apesar
e que dispõe soberanamente da liberdade e das serenas e inspiradas palavras dos últi-
até da vida dos que se lhe subordinam. mos chefes da Igreja Católica, - os di-
86 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

rigentes de emprêsas, por si ou pelos seus às gradações e cambiantes do absolutismo


prepostos, ainda são os donos, os árbitros real.
quase supremos de tôdas as atividades que Os centros urbanísticos tendem em
lhes estão subordinadas. Êles são servidos todo o mundo a formas tentaculares de
e não servem. Enriquecem-se a si e empo- vampirismo das coletividades que as contin-
brecem quanto podem aos que se lhes su- gências sociais, econômicas ou políticas os
bordinam, não mais pela violência ou pelo chamaram a liderar. As capitais e as sedes
direito de propriedade, mas por não menos de governos regionais e locais substituem-se
imperiosas contingências de dependência às comunidades a que deveriam servir, fa-
econômica. zendo-se servir por estas. Tôdas as ativi-
Entretanto, a humanização das relações dades dos corpos sociais ficam sujeitas às
entre patrões e operários, entre o capital e impostçoes dos núcleos centrais, condicio-
o trabalho, é um problema que já entrou nadas por estas sob todos os pontos de vista,
no campo de consciência de quase todos não ao sabor dos interêsses gerais, mas para
os povos. E o seu progressivo solucionamen- o fim quase exclusivo de interêsses parti-
to é um imperativo categórico da época em cularistas . E mesmo nesses centros, tudo
é movimentado e conduzido não ainda para
que vivemos . Cada dia se lhe assinala, se
o bem-estar da generalidade dos cidadãos
não uma conquista definitiva, uma expe-
riência proveitosa. E, tão grande é a fôrça que os formam, mas para manter o predo-
dos sentimentos generosos que inspiram es- mínio, e satisfazer as exigências de confôr-
to, da insignificante minoria que forma
sas conquistas, sem embargo dos erros e das
violências com que em regra hesitantemen- as elites dirigentes, na política, na adminis-
tração, na indústria, no comércio, na arte,
te se processam, que já vemos muitos che-
fes, dirigentes ou capitalistas, irem espon · etc. Elites que tudo orientam sob a inspira-
cão de um epicurismo egoísta e estreito,
tâneamente além delas, dando às suas ati-
vidades o caráter social, tanto em sentido ~orno se lhes coubesse a livre disposição
amplo, nos preços e características dos pro- das possibilidades e dos destinos da comu-
dutos e serviços que exploram, como em nidade.
sentido restrito, pela aplicação dos benefí- Foi assim em todos os tempos. E as-
cios dessa exploração em proveito de quan- sim ainda é, contemporâneamente, em todo
tos com êles colaboram. o mundo. E as exceções, bem poucas infe-
lizmente, que a civilização hodierna nos ofe-
Como quer que seja, no entanto, muito rece, servem apenas para dar maior relêvo
longe ainda estamos, embora já tenhamos ao quadro escuro que a êsse aspecto se ob-
caminhado bastante, daquele estágio final serva em tôda parte e fazer sentir melhor
em que a personalidade humana, usando a o trabalho formidável que a verdadeira ci-
propriedade, só sinta atingida a plenitude vilização terá ainda de executar, para inver-
do seu destino na valorização dessa pro- ter êsse jôgo de valores sociais, essa relati-
priedade pelo coeficiente dos seus predica- vidade de situações, de forma que as po-
dos individuais ao servico da comunidade derosas metrópoles se tt ansformem em gran-
social e como meio de beneficiar ao grupo des usinas de servicos racionalizados em be-
maior ou menor de associados que a sua nefício da coletividade, deixando de ser os
habilidade de chefe consiga co-vincular. centros monstruosos de parasitismo, de com-
Mas, no terreno político, se num certo pressão, de desigualdades sociais, de revol-
sentido se pode considerar quase vitoriosa tante espoliação das massas, como têm sido
também a concepção social das funções de até agora em virtude da ausência do espí-
mando, que não mais exprimem a posse de rito de fratetnidade, de cooperação, de ser-
um patrimônio "sui generis" abrangendo tudo viço e até de sacrifício, com que tôdas as
e todos na coletividade dirigida, em outro funções sociais devem ser cristãmente exer-
sentido ensaia a humanidade apenas os pri- cidas.
meiros passos. Com efeito, está pràtica- Mas se o quadro que a sociedade in-
mente desaparecida a figura do soberano ternacional nos apresenta ainda é neste par-
que dispõe a seu talante dos bens, da liber- ticular nada auspicioso, que diremos do que
dade e da vida dos súditos. Os povos não acontece no Brasil?
têm mais um senhor. O chefe, rei, presi- Entre nós, êsse aspecto negativo da ci-
dente, ou que outro nome tenha, não é um vilização carrega-se de côres verdadeira-
proprietário da coisa pública, o dono do mente sombrias.
SEU POVO, mas apenas o principal agente,
o principal servidor da comunidade política. O País é uma vasta feitoria que a sua
Por outro lado, porém, depara-se-nos, aindo, metrópole explora pelos processos coloniais
o predomínio da velha concepção sob uma os mais retrógrados. Se a despesa federal
forma mascarada, é certo, atenuada se qui- já em 1932 era de 2 859 669 contos de
serem, mas eivada do tnesmo êrro das pri- réis, empregavam-se na Capital e quase ex-
mitivas sociedades e fecunda de malefícios clusivamente para a Capital, 2 465 728
Não temos mais, é fato, um soberano, uma contos, ou 86,22%. E os 393 941 contos
família, uma casta proprietária e domina- restantes, ou 13,22%, gastos fora da Capi-
dora da coletividade, manobrando-a ao sabor tal, não eram mais a bem dizer que despe-
exclusivo do seu arbítrio e dos seus interês- sas de ocupação e de exploração.
ses. Mas temos em substituição o absolutis- Bem prevejo que me contradigam, ale-
mo urbanista mancomunado com o absolu- gando que estas despesas são as absoluta-
tismo classista, nas suas variadas cambiantes mente indispensáveis despesas da naciona-
e gradações, bem paralelas, bem análogas lidade, despesas para manter a integridade
DocuMENTos HisTÓRicos 87

da Pátria e fomentar o seu desenvolvimento. afinal, na realidade, ela quase que só dá


Mas não é rigorosamente exato. ao País a segurança militar e a representa-
Que faz o Govêrno Federal em benefí- ção internacional, é evidentemente excessi-
cio da comunhão nacional? vo - e resulta certamente da inversão de
Presta-<lhe assistência médico-social? valores políticos a que temos aludido - o
Não. As despesas com essa espécie de assis- quinhão leonino que ela retira da economia
tência orçam por 107 765 contos, ou ape- coletiva. Ê a conclusão que se impõe ao
nas 3,75% das despesas totais, e dêsse dis- considerar-se que os dispêndios públicos
pêndio nada menos de 92,60% beneficiam brasileiros subiram em 1932 a 4 659 773
exclusivamente a Capital Federal. contos, dos quais, como já vimos, 2 859 669
Faz alguma coisa o Govêrno Central contos, ou 61,37%, cabem à União, e ape-
pelo desenvolvimento da economia nacio- nas 1 235 971 (orçamento)', ou 26,52%,
nal? Pràticamente, coisa alguma. A despesa aos Estados, e 564 133 contos, ou 12,11%,
federal com o fomento da produção - fo- aos Municípios.
mento, aliás de eficácia duvidosa, porque Mas o grande mal de nossa organização
de natureza predominantemente burocrática política e de nossa mentalidade social não
e urbanística - montou em 1932 a 36 535 tem esta única manifestação. Ao lado do
contos apenas, ou pouco mais de um cen- polvo gigante, outros men01es existem, e
tésimo, isto é, 1,28% dos gastos totais. em dois planos diferentes. Porque o que se
Desenvolve a União uma larga políti- verifica en1 larga escala no plano federal,
ca de educação popular? De maneira nenhu- vamos encontrar em escala menor, mas com
ma. Dos seus dispêndios de finalidade cul- igual intensidade, no plano estadual e no
tural, que sobem a 61 079 contos, e são de plano municipal.
benefício muito discutivelmente popular, Na capital de cada Estado e na cidade
somente a pequena quota de 38,57% en- ou vila que encabeça cada Município não
contra emprêgo fora da Capital da Repú- se encontra, em regra, o centro que com-
blica. plete a organização social e política da res-
Todavia, - dir-me-ão - o Govêrno pectiva circunscrição, mas um agi upamento
Federal desenvolve a navegação, mantém que se substitui pràticamente à coletividade
e alarga uma dispendiosa rêde ferroviária, a cujo serviço devera estar, concentrando
custeia um extenso e oneroso serviço pos- etn si todos os poderes, todos os recursos,
tal-telegráfico. Tais serviços, porém, não se todos os valores para os empregar segundo
fazem com um sentido de justiça social, em a própria conveniência, na sua quase tota-
razão da necessidade dêles para a incorpo- lidade em servicos ou simulacros de servi-
ração, à comunhão nacional, das infelizes ços de caráter local, e, na pequena parte
populações que lhe vivem quase inteira- destinada ao corpo social, não objetivando
mente estranhas, no mais doloroso dos aban- essencialmente o benefício dêste, mas o
donos. Êles se desenvolvem, primeiro, como simples estabelecimento das condições in-
recurso necessário para manter o colonia- dispensáveis a que o tenha na situação de
lismo do Brasil em relacão ao centro do Go- dependência, de vassalagem, que melhor
vêrno, e, depois, em ra'zão tão somente do permita a sua exploração sob todos os pon-
grau de influência econômica e política das tos de vista - o social, o econômico e o
1 egiões beneficiadas, o que quer dizer, em político.
1 azão dos fatôres, precisamente, que podem E assim o quadro político brasileiro,
pesar na conservacão do atual estado de considerado em seu conjunto, apresenta-nos
coisas. Logo, essa" obra de política econô- êste desolador panorama . As metrópoles -
mica não tem essencialmente um caráter e aqui compreendidas tôdas as sedes de go-
nacional espontâneo, não é uma obra de vêrno - em vez de estarem ao servico da
assistência social informada por princípios comunhão social, em vez de integrarem: har-
de justiça ou de eqüidade, mas obedece mônicamente os sistemas de fôrças de pro-
ainda aos imperativos do predomínio e da pulsão do corpo político, em vez de irra-
exploração que a metrópole exerce sôbre diarem as energias poderosas, que a soli-
o País. dariedade política permite nelas criar, em
E eis aí como as chamadas despesas benefício de tôda a coletividade, assegu-
nacionais só são nacionais porque se fazem rando-lhe o bem-estar, o progresso e a fe-
com o fruto do mais ingrato e mais duro licidade sob a inspiração dos mais altos pa-
labor de 40 milhões de cidadãos, nada ou drões de cultura, de justiça e de razão; as
quase nada representando como auxílio para metrópoles, dizia, são, ao inverso, centros
a sua comunidade social, mas servindo ape- de absorção insaciável e cada vez maior
nas ao desenvolvimento faustoso e parasitá- das energias, dos valores, dos recursos es-
rio de uma grande metrópole, cujos interês- pontâneos da comunidade. Êsse centripe-
ses e cuja vontade predominam incontras- tismo, resultante fatal do grande êrro me-
tàvelmente sôbre a vontade e os interêsses dular da estrutura política do País, perturba
dos dezenove restantes vigésimos do co1 po assim e vicia fundamentalmente todo o me-
social. tabolismo, tôdas as condições funcionais do
Outra réplica talvez se levante: a organismo nacional. O corpo social, em vez
União não presta tal assistência porque, da composição orgânica que devera ter, em
num Estado Federado como o é o Brasil, vez das equilibradas correntes de fôrças vi-
não é isso da sua competência, pois que a tais que lhe deviam assegurar a normalida-
tarefa cabe aos Estados. de, a euforia e as condições de florescimen-
Mas se à União cabe tão pouco dos to e ascensão na escala dos verdadeiros va-
ônus que incumbem ao Estado moderno, se lores de civilização, é, ao (:ontrário, um
88 REVISTA BRASILEIHA DOS MUNicÍPIOS

conglomerado anômalo - social, econômica infelicita a nacionalidade. E se volvemos as


e pollticamente falando. vistas em sentido inverso, depararemos a
Não se desenvolvendo as metrópoles diferenciação cada vez mais profunda entre
como conseqüência natural e harmoniosa de os que dominam e os que são dominados,
uma plena-vida da coletividade, e não lhe entre os que usufruem e os que produzem,
constituindo as grandes usinas das energias entre os espoliadores e os espoliados, e nessa
sociais, econômicas e políticas que o estado diferenciação, por isso que acompanhada da
de saúde do corpo social exige, mas forma- seleção que assinalamos, acentuando-se pe-
ções artificiais, teratológicas e parasitárias, rigosíssimos focos de antagonismo e luta,
a reservar para si tôda a seiva da coletivi- de compressão de um lado e de reação do
dade que exploram, resulta daí que somente outro.
nelas se oferecem possibilidades de bem- Essa migração, que teria um alto valor
estar, de civilização, de êxito pessoal. E de civilização se as metrópoles se organi-
assim, nas zonas rurais abandonadas e atô- zassem sob padrões racionalizados e cons-
nicas, espoliadas pelo fisco mais exigente, tituindo os grandes dínamos de fôrça pro-
desmandado e vesgo, das três máquinas go- pulsora a ser distribuída eqüitativamente
vernamentais metropolitanas, todos os ele- por todo o corpo social, mas que, pelas suas
mentos sociais que se sentirem constritos na causas e pelos seus processos e conseqüên-
expansão das suas possibilidades, ou desvia- cias, se transforma no exaurimento funesto
dos na normalidade social, mas tiverem um do potencial humano positivo na vida rural
quase nada de iniciativa, coragem, ou ambi- para a elevação do potencial negativo na
ção, só alimentam um ideal - ganhar a vida urbanizada do País, tal migração que
cidade. Donde a dupla corrente de perma- é, assim, um mal sem compensação, ou
nente drenagem de elementos humanos do melhor, somado a outro maior, tem ainda
campo para a cidade, - uma no nível su- uma contrapartida que, longe de atenuar-
perior, outra no nível inferior, pelas quais -lhe os perniciosos efeitos, os agrava vio-
vão confluindo nas metrópoles a espuma e lentamente . É a migração da riqueza. Um
a vasa da mal organizada sociedade rural. movimento contínuo vai deslocando a ri-
Os elementos da primeira corrente, mais in- queza do País para as metrópoles, através
teligentes, com capacidade de auto-forma- de uma canalização elevatória semelhante
ção, incorporam-se às classes dominantes. à que assinalamos no afluxo e na filtragem
Os outro,;;, os desadaptados sociais, conti- do elemento humano. Desloca-se a riqueza,
nuam como tal, com a situação talvez agra- acompanhando os egressos da vida agrária;
vada, assimilados pelas classes dominadas. desloca-se, ainda, quando, dificultosamente
Mas se os primeiros, por êsse deslocamento, formada na labuta agrícola, vai à procura
não enriquecem a coletividade, por isso que de mais segura e mais fácil colocação, in-
o meio mal orgànizado não lhes oferece vertendo-se em imóveis e emprêsas urbanas,
possibilidade de triunfar com proveito co- ou seja em forma que só interessa às ci-
letivo através de úteis realizações, obrigan- dades e nenhum reflexo útil exerce sôbre
do-os a se incorporar simplesmente à gran- a vida rural; desloca-se, mais, no caudal
de massa parasitária na burocracia, na ati- inexorável do fisco tríplice, cujas rendas
vidade artificial ou desvirtuada da indús- vão sustentar as obras suntuárias, o parasi-
tria, do comércio, do ensino, etc , tão pouco tismo, os apetites crescentes das metrópo-
os segundos, que não encontram meios de les incontentáveis.
reajustamento e redenção da mísera situa- E por isso mesmo que é assim, cada
ção originária. Quer dizer: os melhores va- vez mais se depaupera, se anemia, se imo-
lores positivos deslocam-se, trocando de si- biliza na rotina e na passividade, a econo-
nal, e os mais perigosos elementos negati- mia rural da Nação. E porque assim acon-
vos, urbanizam-se, mantendo ou agravando tece, cada vez mais se deslocam os valores
o seu potencial de negatividade social. humanos que a vida rural não pode ajustar
Mas uma nova filtragem, nesse mesmo e prender ao seu misérrimo ambiente. E
duplo sentido, e com as mesmas caracterÍs· em consequencia, os centros urbanos des-
ticas, estabelece-se a seguir, carreando para tarte artificialmente hipertrofiados, sem a
as capitais estaduais os que, na vida local, função social normal que a civilização lhes
permanecem insatisfeitos ou repelidos e, su- atribui, empregam improdutivamente ho-
ficientemente audazes e ambiciosos, aventu- mens e riquezas que absorvem, sentem cada
ram, afinal, em nível mais alto, o ajusta- vez mais forte a fome dos recursos que não
mento social, que lhes escapa, das suas des- podem produzir, e vão buscar êsses recur-
bitoladas personalidades. Vão assim as me- sos, pois que não lhes resta outro meio, não
trópoles estaduais recebendo por sua vez estimulando as fontes de produção, mas
afluxos constantes, e também de dupla sig- exaurindo-lhes as parcas reservas e agra-
nificação, das metrópoles municipais. E de- vando-lhes a penúria e a inópia, que por
las, numa terceira filtragem, originam-se no- sua vez motivam novo êxodo de homens
vas correntes que vão ter à metrópole e de riqueza.
federal. Triste, desolador, apavorante círculo
Vê-se por aí que, à medida que pene- vicioso êste .
tramos em profundidade na organização so- A economia federal, expressão suprema
cial brasileira, vamos encontrando um am- e a mais fiel dêsse gravíssimo estado pa-
biente socialmente mais rarefeito, mais tológico, já revela êste quadro. A sua arre-
apático, mais apagado, mais estagnado, cadação geral, na importância de 1 695 555
menos capaz de qualquer iniciativa ou contos, esgota-se no custeio da segurança
reação salvadora da profunda diátese que pública e do serviço das dívidas, que lhe
DocuMENTOS HisTómcos 89
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absorve 94,90%. Só se essa arrecadação equilíbrio, já vai fazendo ouvir ameaçadora-


fôsse mais de duas vêzes o que é, sobraria mente.
alguma coisa para, não deixando de atender Mas, senhores, ou a Nação desperta pa-
a todo o atual orçamento das despesas fe- ra a plena consciência desta tremenda diátese
derais e sem sacar sôbre o futuro nem que lhe mina surdamente as fontes de vida
sacrificar reservas já bem mesquinhas, fa- e lhe destroi aos poucos os liames de sua
zer-se alguma coisa em amparo à coletivi- unidade, ou os momentos calamitosos não
dade nas formas de assistência à saúde, à tardarão a chegar. Quem semeia ventos co-
economia e à educação. Vivemos, assim, lhe tempestades. . O mal-estar vai ganhan-
numa teimosia e inconsciência de loucos, a do tôdas as camadas sociais. Mesmo que
gastar não reprodutivamente quase o dôb1o não se saiba o que se deve co1rigir, vai-se
do que arrecadamos, onerando cada vez implantando em todos os espíritos a convic-
mais as debilitadas fontes da receita, cujos ção de que é preciso um grande abalo, uma
recursos anuais, só em dez anos ( 1923-1932) radical mudança de rumo na vida nacional.
foram elevados de 1 200 000 contos a qua- Uma tentativa fizemos, cautelosa, prudente,
se 1 700 000 ou de 41%, na sua expressão conservadora, e nada se conseguiu. E todos
total, e de 876 000 para 1 252 000, ou de vão concluir que tudo continuou tão mal
43%, n_o que diz respeito sàmente à renda quanto antes, porque a medicina não foi bas-
dos impostos. Majorou-se ainda a dívida pú- tante enérgica. Mas então essa terapêutica
blica a tal ponto que, naquele mesmo perío- de choque há de tender a direções novas .
do, passou, em sua expressão flutuante, de Além do que, pela sua violência, romperá o
cêrca de meio milhão de contos para mais estado de equilíbrio em que social e politi-
de um milhão, e, quanto aos compromissos camente nos mantivemos até agora, e fará
consolidados, subiu, internamente, de dois surdir de improviso as fôrças ocultas que os
para três milhões de contos, e externamen- nossos euos estão inconscientemente acumu-
te, se teve uma pequena redução na parte lando. E um impulso de dissociação insopi-
expressa em francos e libras, na parte em tável nos surpreenderá, visando a afastar a
dólares passou de quase setenta milhões a ordem atual, procurando os antípodas da es-
cento e quarenta e cinco milhões. Enquanto truturação vigente, na simplista preocupação
isso, como reverso da medalha, e conseqüen- das tentativas empíricas. Se a ordem atual
temente à desorganização da economia na- está fundada, politicamente, na grande uni-
cional, a importação passou de quase 51 dade brasileira e, socialmente, na organização
milhões e meio de esterlinos em 1923 a capitalista, mais provável será que a subver-
pouco mais de 28 milhões em 1932, isto é, são se oriente na destruicão das duas condi-
quase a m~tade, e a exportação desceu de cionantes fundamentais d~ organização vigen-
73 milhões e fração, naquele ano, para um te. E quem poderá prever o caos que daí
pouco menos de 36 milhões, ou abaixo da resultará? Quem poderá avaliar, numa solu-
metade, dez anos depois. E se assim se ção brusca de continuidade, até onde che-
passam as coisas na economia federal, re- gará o entrechoque das fôrças elementares
fletindo bem o que vai pela economia nacio- desencadeadas de todos os quadrantes sociais,
nal considerada em globo, um juízo mais no seio de uma comunidade já tão combalida
preciso poderemos formar quanto à situação nas suas energias vitais?
desta se atentarmos em que as receitas pÚ- Esta prefiguração é de fazer tremer.
blicas (da União, Estados e Municípios), É de causar horror.
no decênio de 1923-32, montaram a 321/z Mas então, brasileiros, que nos cumpre
milhÕes de contos, representando quase 40% fazer? Cruzar os braços, aceitando, como
do valor de tôda a circulacão comercial do fatalidade, o que os nossos erros prepararam?
País expressa nas correntes -internas e exter- Ganhar tempo com paliativos? Ou ir corajo-
nas de importação e exportação, as quais samente ao encontro das conseqüências da-
subiram apenas, naquele período, a 87% queles erros e oferecer desde já drenas
milhões de contos; não obstante o que, to- apropriados às fôrças de reação que se con-
davia, as ditas receitas foram excedidas em densam e nos ameaçam?
cêrca de 41!2 milhões de contos, ou precisa- Esta última, evidentemente, a atitude
mente 14%, pelas despesas públicas. que se impõe. Mas por infelicidade nossa,
Essas coisas passam-se sob os olhos de a consciência do perigo ainda não está bas-
todos, e a ninguém mais comovem. Como tante generalizada, nem bastante clara na
a parte sacrificada da nacionalidade não mentalidade das nossas elites dirigentes, para
tem quase consciência da sua desgraça e que possamos obter delas todo o conjunto
muito menos das suas causas; e como nem das medidas essenciais para o novo nortea-
sequer, se consciente fôra, teria meio de ex- mento da vida nacional. Prova disso a falta
primir o seu clamor e de exibir a sua des- de ambiente para que a Revolução de 30
graça; e como, aumentando embora essa si- pudesse tentar o reajustamento mais essen-
lenciosa desgraça, ainda temos podido ir cial na estrutura política da Federação, a sa-
contornando as nossas dificuldades imediatas, ber, o da redistiÍbuição do território pelas
as dificuldades da vida metropolitana inde- unidades políticas, firmando a União federa-
bitamente identificada com a vida nacional, tiva na equivalência de possibilidades e no
olhamos para tudo com otimismo impertur- sentimento de iustira
bável, damos a cidadania brasileira à divin- Em conseqüência, eis que, como único
dade e pouco se nos dá dos prenúncios da recurso ainda possível para que se faça tran-
catástrofe que se aproxima, nem nos intimi- qüilamente pela evolução o que mui perigo-
damos com os surdos 1umores que o arca- samente a revolução se prepara para tentar,
bouço da nacionalidade, violentado em seu se nos depara o de procurarmos estabelecer
90 REVISTA BRASILEIHA DOS MUNICÍPIOS

fundamentalmente, como ponto de partida penetrar a intimidade do tecido social no seu


para tôda a reconstrução que imperativos ine- metabolismo celular, valerá sempre por ex-
lutáveis nos impõem, a inversão da mentali- citações passageiras, a motivar hipertrofias
dade que até agora inspirou tôda a vida na- deformadoras e outros distúrbios, sem nunca
cional. trazer a expansão harmoniosa do conjunto,
O Brasil rural não é um feudo do Bra- o seu pleno estado de euforia. Ao passo que,
sil urbano. Não lhe é tampouco uma espécie normalizada a vida cecular, restaurada a
de colônia, de possessão, a ser amparada e saúde dos tecidos e dos órgãos elementares,
administrada o quantum satis para que a sua tudo mais sofrerá o influxo salutar, e o or-
exploração seja possível mais fàcilmente. ganismo caminhará seguramente para o nor-
Brasil urbano e Brasil rural devem integrar- mal estado de higidez.
-se, estrutural e orgânicamente, numa sim- Portanto, senhores, em última análise,
biose ou, melhor, monobiose perfeita, em que a complexa morbidez do corpo brasileiro, os
as funções respectivas se diferenciem har- apavorantes desequilíbrios patológicos que
mônicamente, mas em dependência recípro- êle nos apresenta, as crises, os colapsos que
ca, para formar o grande e verdadeiro orga- o intranqüilizam constantemente e o desvi-
nismo nacional. Êste não se poderá restringir talizam em alarmante escala, têm a sua ra-
a uma congérie de urbanizações insuladas zão de ser primordial na doença, na atrofia,
(urbes), mas há de consistir na harmoniosa na atonia, no depauperamento do Município.
estruturação dos Municípios-cidades ( civita- O problema do Município, eis, pois, o pro-
tes), no sentido sociológico do têrmo, supe- blema por excelência, o maior problema do
rior solidarização político-social dos dois pla- Brasil, o problema-síntese de todos os nossos
nos - o urbanístico e o rural, que polarizam problemas.
necessàriamente a comunhão pátria - a CI- E está feito o diagnóstico da grande
VITAS MAGNA da República. diátese brasileira, que não é somente uma
As metrópoles não são, não devem ser, conseqüência da grande crise mundial, mas
não podem ser monstros insaciáveis a devo- sim e sobretudo um distúrbio funcional da
rar a nacionalidade . São, sim, os centros de maior gravidade. Entretanto, se o mal está
pensamento, de coordenação e de propulsão caracterizado de um modo essencial, e conve-
da vida coletiva, a cujo serviço, portanto, nientemente localizado, cumpre ver os seus
estão, como as usinas das fôrcas sociais de sintomas locais, e determinar-lhe as causas
que aquêle precisa dispor, m,as só podem imediatas, a fim de que, removendo-as
surgir nas concentrações urbanas. E o que hàbilmente, se chegue mais depressa e mais
deve ligar o Brasil-indústria ao Brasil-lavou- eficientemente à eliminação da causa pri-
ra, o Brasil-urbanístico ao Brasil-agrário, o mária que procuramos deixar nitidamente
Brasil-metrópole ao Brasil-fazEmda, o Bra- fixada
sil-govêrno ao Brasil-povo, não há de ser um Os têt•mos A autonomia municipal em
sistema de tentáculos constritores, aneste- do problema cuja prática madrugamos, não
siantes e sugadores, mas a irradiação de um correspondeu nunca aos seus
sistema de comunicações e colaboração orgâ- fins. Nem podia corresponder. No seio da
nicas - nervos, músculos, vasos e Órgãos velha civilização em que surgiu, floresceu e
diversos, com o concurso dos quais se esta- definitivamente se implantou, foi o comuna-
beleca a unidade de vida, a solidariedade de lismo o fruto amadurecido de uma longa
interêsse e o câmbio dos diferenciados ele- evolução social e política. Em condições
mentos e impulsos orgânicos que a cada um radicalmente diferentes êle se implantou en-
compete elaborar ou veicular em proveito tre nós. E a dispersão demográfica, a in-
próprio e comum, em reciprocidade harmo- cultura popular, as dificuldades de comuni-
niosa. cações, o rudimentarismo da organização po-
Portanto, a bandeira, o lema, que aquelR lítica e o regime social em que vivíamos,
nova mentalidade deve invocar há de ser deturparam fundamentalmente a instituição,
êste - que alguém já levantou: - "rumo tornando-a imprópria a assegurar o bem-es-
a oeste". O que vale dizer, ao Brasil interior, tar e o progresso das coletividades comunais
ao Brasil esquecido, ao Brasil combalido, e transformando-a as mais das vêzes em ins-
ao Brasil espoliado, numa palavra, ao "Bra- trumento de prepotência, de compressão, de
sil-Município". Quer isto significar que um desonestidades e de espoliação do povo.
pensamento, um sentido, um propósito cen- Em primeiro lugar, em virtude da men-
tral deve inspirar e orientar tôda a ação go- talidade que já assinalamos como fonte pri-
vernamental brasileira - o da interiorização mária da permanente crise brasileira, oriun-
das fôrças de progresso, o da incorporação da do fato de o Brasil se ter limitado, em
ao Brasil-nuclear, ao Brasil-atlântico, ao comêço, aos pequenos agrupamentos que fo-
Brasil-intramuros, do Brasil-difuso, do Bra- ram as feitorias, vilas e cidades do alvorecer
sil-sertanejo, do Brasil-extramuros; mas par- da sua história, a comuna sempre foi apenas
tindo-se exatamente dos fundamentos estru- a sede municipal. Os recursos da comuni-
turais do corpo social, do seu tecido celular, dade comuna! se destinavam todos ou quase
da organizacão elementar em que começou todos ao benefício da sede, nunca se pen-
a fatal diss~ciação que é a grande diátese sando nos interêsses e necessidades da zona
da vida nacional, - do Município enfim. rural. E daí o contínuo movimento migra-
Porque tudo que se queira fazer pelo pro- tório a que já aludimos, retirando ao inte-
gresso do Brasil objetivando primàriamente, rior as suas fôrças vivas .
e simplesmente, as superestruturas do seu A esta primeira condição desfavorável
sistema orgânico, os Estados e a União, - segue-se a falta de técnica administrativa.
sem cogitar-se do arcabouço interno, sem Entregue o Govêrno Municipal, em condi-
DocuMENTOS HisTÓRicos 91

ções a que os vícios conhecidos da nossa or- bre as finanças do seu Município não soube
ganização social e política sempre deram dizer mais do que isto: que arrecadava e
cunho de franco absolutismo, embora com gastava "uns trinta contos". Numa outra Mu-
exceções mais ou menos numerosas, a vida nicipalidade, prêsa a oneroso contrato com
municipal brasileira teve como mentores e uma emprêsa de eletricidade a que fazia
árbitros dos seus destinos homens que não vultosos pagamentos mensalmente, não foi
podiam, na generalidade dos casos, organizar encontrado vestígio do respectivo instrumen-
e dirigir eficientemente uma verdadeira ad- to jurídico. Municípios em que não há ar-
ministração. Indo obviamente ter às mãos quivo, são inúmeros. E não têm conta os
dos espíritos mais alertados, de mais larga que não conservam sequer a sua coleção de
visão, alimentando por isso mesmo aspira- leis.
ções mais altas, só em casos bem raros de Mas se por êsses fatôres negativos a ad-
invulgar devotamento à causa pública e es-
ministração local em boa parte do quadro
pírito de sacrifício, conseguem ter os nossos
Municípios como administradores um CAN- comuna! brasileiro não passa de pura apa-
TÍDIO DRUMMOND. Porque se as aspirações e rência, quase inerte, quando não é uma
ambições dos chefes chamados à direção mu- organização funesta sob todos os pontos de
nicipal eram limitadas à vida local, êsses ho- vista, por uma outra circunstância tem ela
mens, para vencer em tão acanhado meio, de ser inteiramente inepta a qualquer atua-
sendo êles honestos, tinham que' se dedicar ção eficiente em benefício da coletividade.
com tôdas as energias às suas atividades pro- É a inópia de recursos . Mesmo não se le-
fissionais - comércio, lavoura, medicina, vando em conta a freqüente desonestidade
etc., não podendo fatalmente entregar-se à dos agentes administrativos, em regra livres
função de govêrno com o devotamento e de qualquer contrôle ou peia, dadas a igno-
o exclusivismo com que, somente, se podem
rância do meio, a licença do regime de ar-
contrabalancar as desfavoráveis condicões do
bítrio que impera, e a falta de qualquer coi-
meio municipal; e, não lhes sobrand~· escrú-
pulos, claro é que só podiam fazer do go- sa que se pareça com opinião pública, nas
vêrno o instrumento de espoliação da co- regiões mais atrasadas - nada de eficiente,
munidade em proveito próprio, de seus fa- concluir-se-á ainda assim, pode tentar um
miliares e de suas clientelas . govêrno local em matéria de verdadeira ad-
Junte-se a isto a freqüente inexperiên- ministração comuna!, tal a deficiência de
cia dos homens chamados à governança da recursos. Não incluídos os relativamente pou-
comuna. A administração tem a sua técnica, cos centros que possuímos com uma economia
tem os seus problemas. Não se improvisa um razoável, os Municípios brasileiros dispõem
administrador, nem muito menos uma boa de rendas ridículas, que só podem servir e só
máquina administrativa. Donde o predomí- servem para manter o simulacro de aparêlho
nio do empirismo, da rotina, da desordem, administrativo, mais uma forma do parasi-
do arbítrio, na administração da grande maio- tismo que infesta e dessora o organismo na-
ria das comunas brasileiras. Na mais dolo- cional. Em 1912, dentre 986 Municípios
rosa experiência, tenho encontrado em tôda informantes, arrecadaram importâncias que
parte do Brasil, Municípios sem a mais leve não ultrapassavam dois contos de réis, nada
organização administrativa e onde os ser- menos de 46, a começar de um Município
ventuários municipais são de uma ignorân- do Ceará, cuja receita foi precisamente de
cia e de um atraso que raiam pelo inacredi- 242$110. Não foram além de 20 contos as
tável. Os homens do meio local mais inteli- arrecadações de 538 comunas. E receitas
gentes, quando não emigram, procuram na- excedentes de 200 contos anuais, ou seja, um
turalmente meios de vida mais rendosos do mínimo, aliás bastante baixo, para se custear
que os modestíssimos cargos de uma inten- uma administração comuna! por mais mo-
dência ou prefeitura municipal. De modo desta que ela seja, só conseguiram coletá-las
que os corpos de funcionários que organizam 88 das circunscrições abrangidas pela esta-
e fazem funcionar a máquina administrativa tística. E hoje? Sem embargo da moeda des-
municipal são em regra, ainda que com bas- valorizada que temos, estavam abaixo
tantes exceções, compostos de pessoas incul- do modestíssimo limite de 100 contos anuais,
tas, sem qualquer noção de administração, nada menos de 784 dos 1 365 Municípios
contabilidade, etc., que apenas mantêm e existentes em 1932, dos quais 125 ainda ar-
não podem mesmo senão manter um simu- recadavam menos de 20 contos. E esta si-
lacro de aparêlho dirigente, onde domina o tuação de penúria vai-se agravando cada dia,
abandono, o arbítrio, a desordem, o espírito com o constante desdobramento do quadro
rotineiro, enfim, tôdas as condições nega- municipal.
tivas da eficiência. Temos, portanto, um grande número de
Municípios tenho encontrado sem vestí- Municípios, quando não de área insignifi-
gios de uma escrita qualquer. De um Pre- cante, de população muito reduzida, e, con-
feito Municipal, a quem um agente de esta- seqüentemente, de economia debilitada e
tística pedia os dados das financas muni- rendas ridículas, que coisa alguma, absolu-
cipais ou ao menos que o deixasse.. examinar tamente nada podem fazer em favor do bem-
o livro-caixa das arrecadações do Município, -estar e da defesa dos interêsses das respec-
foi ouvido como resposta, acompanhada de tivas populações, parasitados apenas por um
um sorriso de bonhomia, que a caixa do Mu- enxame de sinecuristas - humílimos, é ver-
nicípio eram "os bolsos das suas calças" e dade, mas nefastos - com o rótulo de fun-
que sendo êle um homem honesto não pre- cionalismo municipal, preço que pagam pelo
cisava de "complicações". Êsse prefeito, sô- luxo do "self-government". "Noblesse oblige."
92 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

E, pois, fora de uma pequena limpeza -social no Distrito Federal e à polícia sani-
de ruas - quando não são os gericos que tária dos portos. A colaboração do Govêrno
a fazem. . ; de uns poucos lampiões de ilu- Federal com os Estados para lançar o ser-
minação pública, que se apagam por econo- viço de profilaxia rural, mal instituída e
mia nas noites de luar; da conservação de mal regulada, tornou-se de tal forma inefi-
algumas pontes e caminhos, da abertura de ciente que foi suprimida.
um ou outro poço, ou da instalação de uma E no tocante ao fomento econômico, te-
pequena e rudimentar rêde de abastecimen- mos querido fazê-lo à distância, por uma vas-
to d'água, e pouco mais, muito pouco mais, ta burocracia pretendidamente agrária mas
nenhum benefício outro recebem as popu- essencialmente urbanística. E assim, se ex-
lações municipais, em grande parte do Bra- cetuarmos a atuação, em limitada escala, de
sil, dos respectivos e autônom.os governos alguns poucos centros de trabalho e fomento
E as parcas rendas de que êstes podem dis- agrícola (fazendas-modêlo, campos de de-
por, das sobras que a desonestidade deixa, monstração e de cooperação, postos de mon-
são poucas naturalmente para o custeio do ta, etc.), a lavom·a e a pecuária têm sido
"serviço eleitoral" - a coisa mais importan- favorecidas pela União apenas com uma re-
te da vida municipal, porque por meio dêle duzida distribuição - mas de tão compli-
é que se obtêm as boas graças dos poderes cada e demorada, pràticamente inútil - de
superiores, i,sto é, algumas sinecuras para a sementes, mudas, adubos, inseticidas e al-
clientela e as nomeações camarárias para os guns artigos mais. O auxílio direto, sem
cargos estaduais de natureza local, cujos entravantes formalidades burocráticas, tanto
titulares se transformam assim em susten- em serviços técnicos, de estímulo, de defesa
táculos das situações municipais. ou de demonstração, como no fornecimento
E essa triste vida é que vai vivendo de materiais e na criação de facilidades de
em nossos esquecidos sertões o municipalis- tôda espécie à produção e à exportação dos
mo brasileiro. A ignorância, os abusos, os produtos, êste nunca foi prestado à lavoura.
erros, a improbidade, a falta de iniciativa,
E os Estados? A atuação estadual não é
o desprêzo do interêsse público, que o de-
essencialmente diferente da do Govêrno Fe-
turpam e inutilizam, não têm, não podem
deral. Um pouco mais próxima, um pouco
ter corretivos . A opinião pública inexiste .
mais desdobrada, mas insignificante, pràtica-
Todo o aparêlho do govêrno estadual no
mente inexistente em grande maioria das
Município, quando não submisso - e mui co- Unidades da União, no que respeita ao fo-
mumente desservindo à causa pública - às mento agrícola e à assistência médico-social,
situações municipais, deixa-se ficar alheio aos para só ter apreciável significação, em todos
verdadeiros interêsses da comunidade. O go- êles, quanto à ação educativa. Mas esta
vêrno estadual, empenhado em manter as
mesma, tanto em extensão e em profundi-
situações locais que lhe são politicamente
dade, quanto em qualidade, não é ainda um
fiéis, acastela-se no respeito à autonomia mu-
centésimo do que devera ser, e não tem a
nicipal para permanecer surdo ao clamor
capacidade necessária para tirar o País da
público quando êste se levanta. Mas não
humilhante situação em que se achou até
hesita em mudar uma situação municipal
hoje entre as nações mais incultas do mun-
que lhe seja infensa, por maior que seja a
do. Além do que, essa restrita e insuficiente
arbitrariedade, ou por melhor que seja o go-
ação educativa ainda se ressente da profunda
vêmo adversário. E com isto ttido, só se
injustiça social que informa, como vimos,
vêem fatôres negativos naquele aspecto da
tôda a ação do Poder Público no Brasil, pois
vida nacional em qu~ lhe deveriam residir que se dirige principalmente às populações
as fontes de energia sadia e renovadora. urbanas e, ainda aí, é incapaz de suprir as
Onde cumpriria estar o fulcro da nacionali ·
deficiências de alimentação, de vestuário e
dade, o rijo cerne da nossa organização social,
de saúde que impossibilitam as classes so-
econômica e política, a fonte primária da
ciais mais modestas de tirar todo o proveito
saúde coletiva, encontra-se um conglomerado
da assistência escolar oferecida, por isso que
amorfo sem consistência nem vitalidade, ou
essa assistência está organizada em moldes
um foco de perigosa infecção, a preparar
alheios às necessidades e realidades do meio
surdamente um estado septicêmico generali-
brasileiro .
zado.
A assistência social - em matéria de De modo geral, a maior parte da po-
educação, de saúde, de fomento às atividades pulação das grandes metrópoles brasileiras
produtoras, assistência que devia ser o obje- (capitais da União e dos Estados) e a quase
tivo precípuo dos governos locais, e não res- totalidade da chamada população interior,
tritamente às populações urbanas, mas a nesta compreendida tôda a população rural,
tôda a coletividade, essa assistência fica re- estão inteiramente desamoaradas dos bene-
legada às cogitações dos demais planos go- fícios da civilização, e até mesmo urivadas
vernamentais. Fazem-na êstes? Vejamos. de uma rudimentar organização social, per-
Em matéria de educação popular prà- manecendo duplamente esmagadas, pela mi-
uriamente dita, nada pràticamente realiza a séria física e duras condições de vida em um
União. A sua única atuação, que tem algum meio ingrato sem a defesa da inteligência
significado neste particular, consiste no sub- esclarecida, e pela inexorável, crescente e
vencionamento de umas tantas escolas de insaciável exploração de uma máquina gover-
nacionalização de filhos de imigrantes nas namental organizada em antagonismo com
zonas coloniais dos três Estados meridionais. os mais elementares princípios de solidarie-
Pelo que diz respeito à saúde pública, dade, justiça social e, até mesmo, humani-
a ação federal limita-se à assistência médico- dade.
DocuMENTOS HrsTÓmcos 93
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As gambiarras da nossa falsa civilização duras provas das incertezas e violências de


nos ocultam aos olhos a intimidade do uma tremenda subversão social e política.
quadro de miséria, de sofrimento e de re- Mas eu confio, devemos todos confiar
volta, que, mesmo em nossas capitais, essa no gênio construtivo da nossa raça e nas suas
situação mantém e agrava . E na vida inte- qualidades de inteligência e, sobretudo, de
rior, êsse doloroso espetáculo de milhões de sentimento. Se o Brasil coletivamente quiser
criaturas embrutecidas, vergadas ao pêso de fazer um ato de consciência, procurando ver
morbidezas incontáveis, sem um amparo, claro, no báratro em que se desorientam nes-
sem um confôrto, vivendo em pocilgas se- ta hora os seus destinos; se êle quiser fazer
gundo o mais baixo teor de vida imaginável, um ato de contrição, reconhecendo os erros
e trabalhando de sol a sol para colhêr um que as contingências do seu passado o fize-
mísero salário que mal lhes mata a fome, ram cometer até hoje; se êle quiser fazer,
tal a inferioridade do alimento utilizado, finalmente, um ato de propósito, empregan-
êsse espetáculo já não nos fere a sensibili- do tôda sua vontade a redimir a nacionali-
dade embotada, porque nisso tudo vemos o dade da funesta servidão em que jaz entor-
quadro normal da vida campesina no Brasil, pecida, - êle encontrará certamente o seu
algo como que uma fatalidade cósmica con- norte, a sua luminosa estrêla, sem imergir
tra a qual nada há que fazer, nada vale ten- nas sombras e nas rudes provas do desmem-
tar. Êsse é o fadário dos homens do campo bramento ou da guerra social.
- gado para o trabalho, para a exploração E, mercê de Deus, não é difícil tracar
e para o sofrimento. Se assim sempre foi, o rumo por onde essa caminhada de red;n-
que assim continui sempre a ser, pois que ção se terá de iniciar. O que deixamos visto
tudo isto de tão velho e de tão imutável na para trás nos dá clara intuição do roteiro
ordem natural das coisas, parece estar tam- que se impõe: que se inverta a mentalidade
bém na ordem providencial, que nos deu que nos dominou até o presente, e passemos
complacente e amiga essa infindável teoria a ser, os homens da cidade, não os déspotas,
de servos da gleba para sustentar os "brasi- os espolíadores implacáveis dos homens do
leiros", os homens privilegiados das metrópo- campo, mas os seus servidores diligentes,
les, os que fazemos a "civilização" do leais e altruístas; e que todos os esforços
Brasil . . E continuemos a tratar as coi- que nesse novo estado de ânimo e a essa
sas e a gente da "roça" com a supe- nova luz pudermos e quisermos empregar
rior indiferença que a sua distância e o em benefício do Brasil interior, do Brasil
seu atraso nos mereceram até hoje. E rural, do Brasil que os homens até hoje es-
como o pedirem as nossas imediatas e queceram, se encaminhem, se dirijam, con-
tão exigentes necessidades, pouco se nos virjam para a instituição do municipalismo
dando, por exemplo, que a lavoura cafeeira que nos convém, o qual, êle, só, é capaz de
produza penosamente ao pêso de exorbitantes realizar a generosa renovação que se impõe.
impostos e mantendo em exploração sob o Mas como?
engôdo dos preços artificialmente elevados, Claro que, se se trata de realizar pela
velhas plantações em zonas que vantajosa- evolução o que a revolução não nos deu nem
mente se poderiam dedicar a outras culturas, no-lo daria sem extremados riscos e doloro-
nem tão pouco que essa produção haja sido sas provações, não poderíamos pensar, em
tôda ela beneficiada e transportada, e que nosso generoso propósito, na substituição
afinal se tenha tornado preciso destruí-Ia na brusca e radical da ordem vigente. Esta tem
quantidade assombrosa de 30 000 000 de que ser, não substituída "ex-abrupto", mas
sacas, sem atender ao doloroso prejuízo da renovada e transformada por um trabalho
economia mundial, e em detrimento, afinal, prudente e esclarecido de sucessivas adapta-
da própria economia brasileira como prêmio ções e transigências .
e estímulo aos países cafeicultores nosso5 De tudo que ficou dito, quais as falhas
concorrentes .. mestras a corrigir? Como corrigi-Ias? Ou me-
lhor, como encaminhar as coisas para que se
Pungente irrisão!
corrijam aos poucos, sem antagonismos vio-
Mas será possível, brasileiros que me lentos com os hábitos e os preconceitos ar-
ouvis, homens de inteligência e coração que raigados em nossa mentalidade social e po-
sois, dizei-me, será possível que isto conti- lítica?
nue, que tal monstruosidade, que essa defei- Tentemos colocar em equação êsse pro-
tuosa organização social e econômica se pro- blema à luz da experiência brasileira, à luz
longue e permaneça indefinidamente? das realidades nossas.
Não; bem vêdes que isto não pode, não
deve, não há de continuar. Bem sentis que A equação As falhas mestras a que alu-
isto não continuará, ainda quando o queiram do problema dimos assim se podem resu-
todos os que tudo têm ganho com tal estado mir: I - o meio comunal
de coisas . Primeiro, porque tôda essa misé- não oferece condições nem para formar ad-
ria que a realidade brasileira encobre há de ministradores municipais, nem mesmo para
ser afinal compreendida pelas nossas classes conseguir que os homens mais inteligentes
dirigentes, e do seio delas mesmas há de e mais ativos dirijam, com a necessária de-
sair a espontânea reação salvadora. E segun- dicação e sem sacrifício da causa pública, o
do, porque se essa reação construtiva não govêrno e a administração do Município;
vier, virá forçosamente a reação destrutiva, li - dada a ignorância, o atraso e a
a das fôrças sopitadas, comprimidas, que ex- pobreza dos meios rurais, os negócios pú-
plodirão um dia, para renovar, para mudar, blicos municipais em tais meios correm sem
seja como fôr, ainda sem fins precisos, nas a vigilância de uma opinião pública, que,
94 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNicÍPIOS

entretanto, em nosso regime de autonomia Terá êle solução? Que digam a êsse
municipal, devera fornecer o untco contrôle respeito a última palavra os sociólogos, os
possível da boa ordem do govêrno e admi- juristas e os estadistas. Mas não consideraria
nistração locais; cumprida a minha missão nesta tribuna sem
tentar uma demonstração de que pelo menos
III - essas mesmas condições reduzem
uma solução constitucional, evolutiva, nor-
os Municípios à maior penúria de recursos
e lhes tiram a possibilidade de dispor de um mal se nos depara .
eficiente corpo de servidores, donde a con- Procuremos estabelecer a equação.
tingência de não possuírem em regra senão Tem sido alvitrado que as chefias das
uma aparência de administração, com defi- administracões mumctpais sejam exercidas
ciências inacreditáveis, e de não poderem por prefeitos de nomeaçãú dos governos es-
realizar nenhum programa de significação taduais. Poderia, assim, ser formado um cor-
em matéria de assistência social e econômi- po de administradores municipais de carrei-
ca às respectivas populações, nem mesmo ra, devidamente especializados. Mas, embo-
qualquer empreendimento ou melhoramento ra com a brilhante contradita de acatados
de certo vulto; juristas, temos sustentado que semelhante
IV - pela influência perniciosa dos go- recurso contraria o princípio constitucional
vernos centrais, dada a defeituosa organiza- da autonomia municipal, do "self-government"
ção vigente, são ainda os escassos recursos Iocalista.
municipais desviados em grande parte para Logo, se se quiser, como tudo demonstra
fins eleitorais, porque a organização e o se- ser indispensável, que as administrações lo-
guro manejo do eleitorado são o único meio cais sejam chefiadas por administradores es-
de que dispõem os chefes municipais para pecializados, precisa-se encontrar um meio
se recomendar às promoções políticas, e cons- de assegurar essa providência sem ferir os
tituem o único ponto de apoio de que se melindres dessa autonomia, que hoje, como
podem utilizar os Municípios para pleitear quer que seja, já representa entre nós, de
alguns dos poucos benefícios que a adminis- fato, uma tradição respeitável.
tração estadual lhes pode dar;
Na impossibilidade de criar em cada
V - os insignificantes recursos que o Município uma opinião pública alerta e es-
Município, a União e o Estado podem re- clarecida a acompanhar de perto a vida ad-
servar para a obra de assistência às popu- ministrativa e governamental da comuna, e
lações de cada circunscrição comuna!, por nenhuma influência podendo ter a opinião
isso que empregados dispersivamente e sem pública das metrópoles estaduais sôbre a
unidade de acão nem de critérios, não pres- vida íntima das Municipalidades, a não ser
tam sequer o; pequenos benefícios que o séu em casos muito raros e muito graves, já se
vulto permitiria se fôssem utilizados solidá- tem pensado em controlar a administração
ria e racionalizadamente; municipal pela intervenção de Tribunais de
VI - pelo reduzido prestígio social, eco- Contas Estaduais. Mas essa providência,
nômico e político dos Municípios, e pelo iso- além de chocar também o princípio autono-
lamento em que vivem, nenhuma influência mista, teria significação restrita e resultaria
podem êles ter sôbre os planos superiores de inócua pela impossibilidade de uma fiscali-
govêrno, que se orientam exclusivamente pela zação eficaz, a qual só poderia resultar de
mentalidade das grandes metrópoles, sem uma acão mais direta sôbre a intimidade da
nenhum influxo dos interêsses e aspirações admini;tracão comuna! e que decorresse ao
da vida municipal, a qual permanece, assim, mesmo te~po da própria vontade da comu-
à margem da vida da nacionalidade, dela nidade local, isto é, do princípio de autono-
excluída a bem dizer; mia do Município.
VII - dada a extensão do País, o limi- À inaptidão dos corpos governativos
tado número das organizações políticas su- municipais para uma boa prática administra-
periores - as Unidades Federativas, e a tiva e sobretudo para os trabalhos técnicos
grande distância ou as difíceis comunicações que exigem as obras e serviços municipais
entre os centros diretores da administração - água, luz, esgotos, cadastros, estradas, etc.
federal e estadual e os seus órgãos de ação - tem-se procurado opor o corretivo das re-
local, ficam todos aquêles serviços da União partições estaduais de administração muni-
e dos Estados que poderiam beneficiar a cipal, ao tipo da que o Estado de São Paulo
vida comuna!, mal dirigidos, ineficientes ou delineou e em boa hora realizou. A medida
com reduzido rendimento, contribuindo para foi imitada em várias unidades da União e
a estagnação daquêle plano da vida nacional tem apresentado resultados magníficos. Te-
e o amesquinhamento do já tão reduzido nho para mim, porém, que o êxito dessa ten·
amparo dos governos centrais às populações tativa resultou em grande parte da depen-
do interior. dência estreita dos governos centrais em que
Contornar essas dificuldades dentro da os governos municipais ficaram durante o
nossa vigente estrutura política, sem ferir os período revolucionário. Restabelecido o re-
seus princípios e sem provocar choques pre- gime de plena autonomia comuna! vai ser
judiciais, para inverter as condições atuais difícil que se mantenha a eficiência das
da vida municipal e dar-lhes o dinamismo, o atuais repartições regionais que estão pràti-
impulso e a verdadeira finalidade social, camente orientando e controlando as admi-
econômica e política, eis, pois, em tôda a sua nistrações locais em tôdas as suas atividades.
impressionante nitidez, o "problema do Mu- E se, de fato, convém manter essa conquista
nicípio" neste angustiante momento da vida da organização nacional, cumpre adaptá-la à
nacional. nova ordem política, conservando a sua fina-
DocuMENTOS HISTÓRicos 95

!idade e desdobrando cada vez mais a sua so, precisa ser resolvido com profunda sabe-
ação, mas de modo que fique a instituição doria política.
informada pelo próprio princípio da autono- À primeira vista o problema é inabor-
mia localista . dável, porque duas dificuldades fundamen-
O desvio dos dinheiros municipais para tais se nos deparam .
fins políticos resulta, como vimos, do fato Não bastaria evidentemente um acôrdo
de serem catgos políticos os da direção da entre as entidades governamentais em pre-
administração comuna! e da circunstância, sença no intuito de repartirem entre si os
ainda, de êsses postos constituírem escala para setores de assistência. Esta divisão seria di-
a carreira política dos chefes locais. O mal fícil de fazer, e a ação a pôr em prática
assume proporções assombrosas, que bem se se desnivelaria, redundando tudo em desar-
deixam avaliar por êste fato. Pude verificar ticulação e desigualdades vitandas. Tampou-
em certo Município que cêrca de vinte esco- co se poderia recorrer a uma distribuição
las para cujo custeio se destinavam recursos geográfica, como um ilustre educacionista
orçamentários, só existiam na lei da despesa, já pensou que se pudesse praticar no terre-
sendo a respectiva verba aplicada na manu- no da educação, atribuindo-se a esferas go-
tenção de outros tantos cabos eleitorais com vernamentais distintas, por exemplo, a obra
o rótulo de "professôres". Ora, se pràtica- de assistência urbana, a distrital e a rural.
mente os cargos de prefeito não dão nenhu- Difícil a distinção a estabelecer e pràtica-
ma vantagem aos políticos que os exercem, mente impossível a unidade e organicidade da
a não ser a do prestígio pessoal, ou, mais atuação a ser exercida. Não seria praticável
exatamente, a da possibilidade de preparar também a abstenção de duas das entidades
e encaminhar a conquista dos postos da po- governamentais em presença, exoneradas dos
lítica estadual nas lutas em que a posse de seus deveres de assistência social pela sim-
um eleitorado é o elemento decisivo, ne- ples subvenção à terceira delas, que então
nhuma forma haverá de coibir o abuso en- tomaria a si tôda a responsabilidade da as-
quanto aquela investidura tiver caráter ele- sistência a ser realizada. Pam essa atividade
tivo. Pois que, no regime atual, só a con- exclusivista não estariam indicados nem a
quistam os que possuem eleitorado, e êstes, União nem os Estados, cuja ação se teria de
tendo-a conquistado, dela se servem princi- exercer muito à distância, em condições di-
palmente para recompensar o seu eleitorado, fíceis e de nenhuma ou problemática eficiên-
para ampliá-lo e bem manobrá-lo. Mas qual- cia. E os Municípios, que a poderiam exer-
quer mudança nesse sentido só será viável citar com maior percepção das exigências do
se encontrada uma fórmula que se concilie meio e através de uma ação mais direta, não
também com a autonomia municipal. dispõem de elementos técnicos e administra-
A dispersão dos pouquíssimos esforços e tivos nem para criar nem para manter ser-
recursos que a União, os Estados e os Mu- viços da envergadura dos que são necessá-
nicípios destinam à obra de assistência social rios. Além do que, entregue tal obra ao ar-
das populações do interior, é uma conse- bítrio e às iniciativas dos Municípios, ela
qüência da diferenciacão dos planos governa. ultrapassaria o adequado ajustamento às
mentais da nossa estr~tura política. Enquan- condicionantes locais, para perder progressi-
to tal dispersão perdurar, serão insolúveis os vamente todo o seu sentido nacional e a sua
problemas daquela assistência, porque, da- articulação com os planos superiores da polí-
das as fontes de renda e as responsabilida- tica de amparo social, ou bioeconômico-
des financeiras atribuídas a cada uma das -cultural, que não pode ficar nunca circuns-
nossas esferas políticas, nenhuma delas, por crita ao âmbito localista, devendo necessà-
mais que o quisesse, poderia praticar aquela riamente prender-se às demais esferas gover-
desdobrada e multifotme assistência em têr- nativas.
mos de atender aos reclamos da situação bra- Se é preciso, portanto, que haja unida-
sileira e aos imperativos de humanidade e de de orgânica no aparêlho executor das ativi-
justiça social. Mas com os mesmos recursos dades governamentais de assistência educa-
que a êsse fim já se reservam atualmente, ou tiva, econômica e sanitária; se é preciso que
com um reduzido acréscimo dêles, se a men- êsse aparêlho exerça uma atividade a mais
talidade brasileira inverter a sua polaridade penetrante e a mais extensa possível, inte-
segundo a fórmula fundamental que deixa- riorizando-se ao máximo em todo o territó-
mos assinalada e que deve caracterizar a fase rio nacional; se é preciso que essa atuação,
reconstrutiva a que os destinos nacionais em seus desdobramentos primários e mais
nos chamam, já poderá o País realizar obra elementares, se ajuste às exigências de cada
notável, ela só capaz de transmudar, em âmbito municipal, mas sem perder o con-
poucos anos, o desolador panorama que a vi- tacto, a articulação e a unidade de fins em
da da nacionalidade nos oferece neste mo- relação aos seus desdobramentos de níveis
mento, nas mais radiosas pet·spectivas de mais altos e objetivos mais complexos e
prosperidade e felicidade social. E com tan- mais compreensivos; se é preciso que essa
to maior êxito e melhor rendimento quanto atuação utilize, conglobando-os, todos os
mais feliz a fórmula pela qual aquêles es- recursos de que a nacionalidade, pelos seus
forços e aquêles recursos forem enfeixados três planos de ação governamental, puder
e repartidos, solidarizando-se e interpene- dispor; se é assim, concluiremos então que a
trando-se não só as atividades provenientes obra de assistência sanitária, econômica e
das distintas esferas governamentais em pre- educativa deve ser exercida por um vasto
sença, mas ainda as que visarem os diferen- e complexo sistema de Órgãos, diferenciada-
tes setores da assistência social. Se o obje- mente instituídos e distribuídos, que se pos-
tivo é sedutor, entretanto, além de imperio- sam revestir de todos aquêles característicos
96 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

verificados indispensáveis, e sejam mantidos uma decisiva influência nos concílios do go-
conjugadamente pela União, Estados e Mu- vêrno dos Estados e da República, levan-
nicípios, com unidade de esquema estrutu- do-lhes o influxo das aspirações e dos inte-
ral e unidade de direção, sem embargo de rêsses da vida comuna!, que é o plano pri-
colaborarem adequadamente nessa direção as mário, sim, mas o plano mais essencial, mais
três ordens governamentais co-interessadas. profundo, mais genuíno, da vida nacional.
Essa conclusão, todavia, não resolve De que resulta a fraqueza da vida mu-
tôda a questão, porque outra dificuldade nicipal em relação à vida estadual, e conse-
se apresenta. Não é fato que a nova Carta qüentemente, em face da vida nacional, se
Política obriga a União e os Municípios a em verdade ela é tão extensa, afinal, e
gastarem das suas "receitas de impostos" tão compreensiva do corpo social, quanto as
10% e os Estados 20%, somente com a ins- duas outras? Eis a resposta. Primeiro, da
trução? Não é fato também que todos os ra- sua exagerada divisão e do isolamento
mos de govêrno estão onerados com incríveis entre os respectivos centros; segundo, da
compromissos financeiros de que não se po- sua pobreza econômica e cultural; e ter-
derão libertar tão cedo, sejam quais forem ceiro, da escassez de ponderáveis valores re-
os seus esforços? Como então poderiam êsses presentativos, escassez essa decorrente como
governos, em tais condições, cumprir, além vimos, de complexos fatôres sociais, 'econô-
daqueles, a nova obrigação constitucional de micos e políticos. Favorece êste estado de
que muitos estão ainda tão distantes, e a coisas o fato de constituir a autonomia mu-
mais disso, reservar recursos para estabele- nicipal a conquista máxima da vida localista
cer ou desenvolver convenientemente as ou- e o pórtico do prestígio político e social para
tras duas modalidades de assistência - a os chefes de cada vilarejo. Mas se os des-
de fomento econômico e a médico-social? membramentos dos Municípios ficaram sen-
Uma solução prática parece à primeira do a constante ambição dos elementos ligados
vista impossível. Mas não o será, desde que aos distritos mais prósperos em cada circuns-
utilizada uma feliz circunstância. A assistên- crição comuna!, por outro lado constituíram
cia educacional está intimamente ligada às também um recurso dos governos centrais,
outras duas modalidades referidas. A obra ora para premiar ou para punir atitudes e
de educação, hoje, tende cada vez mais a in- campanhas, ora ainda para acomodar dissí-
tegrar o ser humano sob todos os pontos de dios e lutas entre dois grupos do mesmo Mu-
vista, preparando-o para a vida com o con- nicípio quando ambos ligados à situacão es-
veniente desenvolvimento do espírito e do tadual. E êste movimento de cissip~ridade
sentimento, com a consolidação da saúde e contínua no quadro municipal, sem nenhuma
com o treinamento e enriquecimento de tô- dependência dos fatôres sociais e econômicos
das as suas aptidões realizadoras em função que deveriam ser os únicos a influir no des~
de seu meio e de seu destino social. Isto quer dobramento comuna!, criou e agrava dia a
dizer - uma obra educativa bem planejada, dia, como já vimos, essa situação de penú-
sem exorbitar da sua legítima finalidade, e ria, apagada e apática, da vida municipal.
talvez apenas restritamente enriquecida de E essa situação não a poderiam hoje modi-
certos elementos mais especializados, já exe- ficar os próprios Municípios entregues a si
cutará concomitantemente em larga escala o mesmos, pois que não teriam mais fôrca e
programa das duas outras modalidades de prestígio para isso. Tanto menos qu~nto
assistência. Por outro lado, quase todos os essa estreita vida local é, as mais das vêzes
serviços de fomento econômico e de assis- eriçada de rivalidades entre as circunscri~
tência médico-sanitária, nos seus desenvolvi- ções vizinhas, que assim não podem experi-
mentos primários em relação direta com as mentar, espontâneamente, sequer a fôrça das
massas populares, já têm, ou podem e de- coligações regionais. Nem tentariam modifi-
vem ter uma concomitante finalidade edu- ?á-la, tampouco, os governos estaduais, por
cativa, de forma que poderão no todo ou em Isso que nessa fragmentariedade, nessa fra-
parte ser custeados pelos recursos reservados queza e nessa falta de solidariedade encon-
pela Carta Política para a educação. E, as- tram o "optimum" de facilidades ao absoluto
sim, se um vasto plano coordenador - e domínio da organização municipal.
neste restrito sentido, unificador - das ati- E a conclusão de tais fatos é que o úni-
vidades do poder público que visarem à trí- co corretivo a tão grande defeito da nossa
plice assistência às populações, viesse a ser organização, que alheia da grande vida na-
estabelecido, tais atividades, além de conse- cional uma das fôrças a lhe deverem cons-
guirem um rendimento maior pela sua inter- tituir o ternário básico, só poderá provir de
penetracão e mútuo concurso, se barateariam dispositivos das novas Constituicões esta-
sensivelmente e poderiam ser custeadas glo- duais, que determinem a articulação, a soli-
balmente pelas contribuições já previstas darização de grupos de Municípios, tomando
para a educação, com um pequeno acréscimo por base suas afinidades geográficas e eco-
digamos de uma quota correspondente, para nômicas, - e segundo um critério geral de
cada ramo do govêrno, a 5°/o das respectivas área, que é fácil de fixar e garante a equiva-
rendas de imoostos. lência de possibilidades, - em superorga-
Assim v~rificadas as diretivas segundo nismos localistas, capazes de dar expressão
as quais se removeriam as dificuldades da ]Jolítica superior e eficaz à vida comuna! do
auarta grande falha essencial da atual orga- País.
nizacão municipal, cumpre-nos ver como tam- Finalmente, quanto à sétima das falhas
bém se poderia sanar a quinta. Esta é a da retro enumeradas, resultante do deficiente
impotência dos Municípios para exercer, co- contrôle e estímulo sob que funcionam os
mo lhes cumpre na ordem normal do regime, Órgãos federais e estaduais de ação executiva
DocuMENTos HisTómcos 97

nos Municípios, percebemos, fàcilmente, que ção propriamente municipal. E estabelecido


o remédio estará na regionalização ou sub- assim, no departamento, o círculo fundamen-
-regionalização sistemática da administração tal, equilibrado, estável e cheio de vitalidade,
federal e estadual, estabelecendo centros in- da autonomia localista, pouco importaria
termediários, de coordenação, contrôle e dis- que as unidades comunais se reduzissem em
tribuição, entre as repartições-chefes de cada extensão e em recursos pela divisão, pois que
serviço e os Órgãos locais afetos à sua exe- para lhes suprir a fraqueza teriam ao seu
cução. serviço a fôrça do consórcio departamental.
A soln~ão O que quer dizer que a tendência à frag-
Os resultados dessa análise e
do problema mentação, no quadro municipal, em vez ele
as conclusões a que temos ser um mal, a anulação do municipalismo, o
chegado não nos bastam ain-
apagamento da influência que ao espírito lo-
da. Percebemos já que o nosso problema
calista compete exercer na vida nacional,
tem solução e apreendemos com bastante ni-
passaria a ser um bem, por isso que contri-
tidez as realizações que carecemos de levar
buiria para difundir, para interiorizar, para
a efeito. Mas precisamos agora ir um pouco
ruralizar, cada vez mais penetrantemente,
além; articulando as soluções parciais obti-
as fôrças de civilização cujos impulsos, sem-
das, num esquema geral de medidas que
pre de alto potencial, partissem das sedes
consubstancie o plano fundamental da ação
renovadora que se impõe ao País para dina- departamentais, ou nelas se apoiassem, mul-
mizar e reerguer as populações rurais. Tanto tiplicando utilmente os centros de ação ad-
vale dizer para socializar integralmente a ministrativa direta e de formacão cívica da
comunidade, através da constituição e elo
comunidade nacional. Socialização que só se
funcionamento dos novos conselhos munici-
poderá realizar através de um municipalismo
pais.
saneado, condicionado aos seus fins e às exi-
gências da vida brasileira. II - Formar-se-iam nos departamentos,
Mas aquí uma grata surpresa se nos com elementos selecionados nos Municípios,
depara. Como tôdas as soluções racionais na escala de funções dos vários serviços ad-
evolutivas, com raízes na história e na ex- ministrativos e técnicos, os funcionários es-
periência, a que procuramos apresenta-se de pecializados que devessem servir à testa das
extrema simplicidade. Quando talvez vos administrações municipais.
preparáveis para examinar um plano con- III - O Govêrno departamental, como
substanciado em grande número de itens, eu principal expressão da autonomia municipal,
vos coloco sob os olhos simplesmente isto: e tanto no seu Órgão executivo, digamos o
a renovação de que o Brasil carece há de Prefeito Departamental, quanto no Órgão le-
conseguir-se essencialmente por duas únicas gislativo, o Conselho Departamental, teria
medidas: - o agrupamento das comunas origem no voto dos Conselhos Municipais,
para constituírem os departamentos, como cabendo ainda a estes, numa segunda mani-
entidades intermediárias entre a organização festacão de autonomia localista, fiscalizar as
estadual e a municipal, e o estabelecimento atividades dos Intendentes, ou administrado-
por meio de uma ou várias Convencões Inte- res municipais, delegados do Govêrno De-
radministrativas, entre a União, o; Estados partamental, aprovar a sua nomeação, pedir
e os Municípios, dos grandes sistemas nacio- a sua retirada, propor medidas ao Conselho
nais que, respeitado o princípio fundamental Departamental, fiscalizar, colaborando com
da recíproca autonomia, instituam, com base os órgãos de direção respectivos, os serviços
na colaboracão harmônica e contratualmente - mantidos coletivamente pela União, Es-
firmada, a ~ecessária unidade, virtualidade e tados e Departamentos - que nos Municí-
compreensividade dos serviços públicos de pios prestassem a tríplice assistência - edu-
assistência educativa, econômica e médico- cativa, econômica e médico-social - às res-
-social à comunhão pátria . pectivas populações .
Ides ver como neste binário se contém IV - Enfeixados na economia do Go-
tôda a solução do problema que nos propu- vêrno do Departamento recursos apreciáveis
semos. da economia das respectivas circunscricões
Pela criação dos departamentos, super- municipais, mas não retirados elas rendas des-
-organismos municipais, informados essen- tas e sim do atual campo tributário do Es-
cialmente pelo princípio do "self-govern- tado, o financiamento elas obras de vulto, a
ment", isto é, da autonomia localista, esta- serem distribuídas equitativamente pelos Mu-
riam conseguidos os seguintes fins: nicípios associados, ficaria tanto mais facili-
I - Os Municípios se solidarizariam tado quanto o crédito da nova entidade es-
numa espécie de associação, ou federação taria na razão das fôtças daquela economia
primária, a que transfeririam uma pequena e tenderia a crescer em função dêsses mes-
parcela da sua atual autonomia, e isto cons- mos melhoramentos, em virtude elo conse-
tituiria nada menos que uma manifestação qüente enriquecimento da coletividade de-·
dessa mesma autonomia, estabelecendo as- partamental.
sim um aparêlho governamental destinado V - A influência departamental, alicei·-
a centralizar, racionalizar, padronizar, inten- çada em sólidos fundamentos sociais, econô-
sificar e financiar os serviços estritamente micos e políticos, far-se-ia sentir sensivel-
municipais, ficando tudo que fôsse prepara- mente no meneio da vida nacional, cujo ter-
ção, direção superior, abastecimento de re- nário de fôrças promotivas ficaria assim in-
cursos, realizações novas, a cargo dos órgãos tegrado, na mais completa realização da for-
técnicos departamentais, e tudo que consis- ma federativo-republicana que o Brasil ado-
tisse em conservação, a cargo ela administra- tou para a sua organização política.

R.B.M - 7
98 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

VI - A regionalização dos serviços es- programa, asseguraria ela os seguintes re-


taduais e federais já então fortemente suge- sultados.
rida e mesmo solicitada, pela divisão depar- Em primeiro lugar. Pela forma conven-
tamental, integraria e racionalizaria nas se- cional estabelecer-se-ia o único meio pelo
des departamentais as condições de vida qual, respeitadas as autonomias em presen-
capazes de transformá-las nos verdadeiros ça, e precisamente em decorrência delas, os
núcleos urbanísticos de que o Brasil precisa três planos governamentais se poderiam inte-
e sem cuja proximidade, ou melhor, sem gralmente solidarizar para uma obra comum,
cuja existência no seu interior, em rêde de em convergência orgânica e efetiva de dire-
malhas uniformes e apertadas, a vida rural trizes e de atividades executivas. De fato,
brasileira não se pode organizar e sanear por êste adequado regime, instituído por li-
convenientemente, articulando-se orgânica- vre vinculacão contratual, é que unicamente
mente às demais formas da vida coletiva da se poderia~ diferenciar racionalmente os
nacionalidade. campos de competência da União, Estados
VII - Melhorada e impulsionada, em e Municípios, segundo as "funções" mais
todos os sentidos, a vida dos Municípios in- próprias a cada qual, na economia do sistema
tegrados no sistema departamental, já agora instituendo, postas de lado as artificiais e
em contacto próximo com um centro de civi- inoperantes diferenciações que visam ao pa-
lização, mas não por êle explorada e dessan- ralelismo e à interindependência, seja em
grada, mas melhorada e amparada fortemen- têrmos das modalidades ou grau da assistên-
te, o êxodo rural se atenuaria logo, por isso cia, seja sob critérios territoriais. Vale isto
que o ambiente agrário começaria a oferecer dizer que à União se reservaria, quer a insti-
em escala crescente as mais brilhantes pos- tuição das condições nacionais mais propícias
sibilidades de êxito às inteligências e aos às atividades do sistema, quer a criação das
temperamentos capazes de uma atividade facilidades - e são inúmeras - ao seu al-
mais esclarecida, mais larga, mais audaciosa. cance, para a atuação dos diferentes Órgãos
VIII - Os adiantados centros culturais executivos; quer a criação e manutenção da-
e econômicos, em que ràpidamente se trans- queles grandes aparelhos, institutos ou servi-
formariam as sedes departamentais, teriam ços oficiais de grande custo exigidos pelo
meios de formar e reter, com brilhantes pers- plano a executar, e que devessem ser capazes
pectivas de êxito social e econômico, os va- de servir aos fins nacionais de tôda a obra
lores humanos capazes de criar a adiantada projetada; quer, ainda, a aquisição em larga
civilização interior de que tanto carecemos escala e a distribuição regional dos materiais
e sem a qual, ou o Brasil desaparecerá, ou padronizados de tôda espécie, que os ser-
vegetará sempre caudatário entre os povos viços reclamassem; quer, finalmente, o con-
guieiros da humanidade, êle, nação indubi- trôle superior, por adequada ordenação na-
tàvelmente predestinada para os mais desta- cional, do sistema pôsto a funcionar. Aos
cados postos de vanguarda . Estados, por sua vez, poderiam atribuir-se
IX - A existência dos ditos centros a administração dos subsistemas regionais
atrairia também a interiorizacão das unida- e a instituição, custeio e fiscalização admi-
des do Exército, provocando "com isso uma nistrativa das agências e Órgãos executivos
distribuição mais equitativa da vultosa cir- sistemàticamente distribuídos por todos os
culação de riqueza que elas provocam e pos- Municípios, e em medida e condições ca-
sibilitando ao próprio Exército o desempe- pazes de satisfazer integralmente às necessi-
nho da sua missão educativa, quiçá em co- dades dos respectivos corpos sociais. E, aos
laboração íntima com os sistemas gerais que Municípios, por fim, ficaria, pelos órgãos da
concomitantemente se instituíssem para o sua autonomia, além da criação das vanta-
ataque frontal aos três grandes males da or- gens e do concurso ao alcance da sua órbita
ganização brasileira: a incultura, o rudimen- governamental, o contrôle social das ativida-
tarismo da economia rural e a doença. des do sistema, fazendo-lhe ressaltar as fa-
X - O escoamento das rendas locais lhas, deficiências e irregularidades quaisquer,
para fins eleitorais teria um freio poderoso, em representação aos competentes centros
primeiro na separação entre a política e a de direção. De maneira que, sob as vistas e
administracão na vida municipal e, depois, as exigências dos agentes mais diretos da
no mútuo ~ontrôle que Municípios e depar- própria vontade e sentimento popular, as
tamentos exerceriam, já não falando da in- atividades do sistema estariam permanen-
fluência da opinião pública que se iria or- temente ajustadas aos seus fins, ou seja, às
ganizando rápidamente nas sedes departa- necessidades de tôda a comunhão social. Mas
mentais. Ao que se pode juntar a elevação além dessa organicidade do sistema assisten-
da mentalidade das populações pelo intenso cial a instituir, ocorreria ainda a possibili-
trabalho das fôrcas de civilizacão que sôbre dade, que de nenhuma outra forma se con-
elas, convergent; e simultânea~ente, viriam seguiria, de dar à obra a realizar alcance
exercer-se, em grau ainda nunca atingido verdadeiramente nacional. Não somente pela
mesmo nos pontos mais adiantados do País. unidade a informar a sua complexidade e di-
Isto quanto à organização departamental ferenciação inevitáveis, mas ainda e, sobre-
Pelo que toca à solidarização convencio- tudo, pelo fato de instituir a comunhão dos
nal das três esferas governamentais para o recursos financeiros e permitir a sua distri-
fim da assistência social de que as popula- buição equitativa, em função das reais ne-
ções brasileiras têm estado até agora quase cessidades dó corpo social considerado como
totalmente privadas, vemos que, completan- um grande todo. O que quer dizer, não mais
do harmônicamente os objetivos a alcançar em condições de manter e agravar os desni-
pelo primeiro têrmo do binário do nosso velamentos e as desigualdades entre regiões
DocuMENTOS HisTÓRicos 99

ou classes, mas de contrabater e corngtr rà- e, portanto, o recurso urgentíssimo, para exe-
pidamente todos êsses fatôres de deforma- cutar-se a verdadeira estruturação da nacio-
cão da nacionalidade nalidade. Porque, social e politicamente, é
" Em segundo lugar. Se já ficou eviden- êsse, ainda, o recurso salvador. Tão defeituo-
ciado que os consórcios convencionais são o samente diferenciada está a massa demográ-
único meio para se conseguir a solução dese- fica brasileira, que ela não tem nem pode ter
jada, tanto sob o ponto de vista jurídico a consciência da sua unidade social e po-
como sob o ponto de vista técnico, para in- lítica. Socialmente, predominam o espírito
tegrar-se a vida nacional pela interiori- e sentimento de classe, quando não o de
zação, pela municipalização, pela ruralização grupo, o de clientela ou mesmo apenas o de
dos serviços de assistência educativa, econô- família. E politicamente, prevalecem os
mica e sanitária, fôrça 'é concluir também particularismos regionalistas ou localistas .
que somente segundo tal diretiva se poderá Num e noutro caso, uma dissociação profun-
conseguir o financiamento da obra formidá- da, antagonismos radicais, impercepção das
vel a executar. Esta não requer somente, possibilidades excelsas, e mesmo premente
para atingir o potencial de eficiência que se necessidade, da gravitação harmoniosa de
faz mister, a multiplicação das atuais agên- todos os agrupamentos sociais e políticos em
cias daquelas modalidades de assistência. círculos concêntricos, tendente à formação das
Preciso é também que tais agências sejam grandes pátrias conscientes dos seus destinos
remodeladas, vitalizadas, equipadas, para que~ nacionais e humanos. Conjugados, no en-
se corrijam suas extensas e profundas defi- tanto, por um adequado sistema de víncu-
ciências atuais. Preciso é ainda que a sua los contratuais, os três grandes aparelhos
ação seja suplementada por inúmeras formas governamentais, para realizar, sob a inspi-
de atuação assistencial, exigindo centros e ração dos mais altos e generosos ideais de
meios de ação de novos tipos. Ê preciso solidariedade humana, a grande obra de res-
ainda que se organizem grandes institutos gate dos velhos erros que infelicitam e a-
que observem, investiguem e elaborem os mesquinham a nossa gente, ter-se-ia então
métodos e a técnica, e padronizem, adquiram êste maravilhoso resultado - a comunhão
ou preparem e distribuam os materiais que nacional integrada na plenitude da sua cons-
melhor convenha ao Brasil aplicar na obra ciência cívica. Primeiro, pela rápida ascen-
de valorização social que deve empreender, são dos seus valores, mentais e morais; se-
tendo em vista a racionalizacão e a eficiên- gundo, pela percepção das possibilidades e
cia dos esforcas a empregar- e as condicio- belezas da solidariedade social; e terceiro,
nantes inelutáveis do meio telúrico e huma- pela compreensão da interdependência e da
no. Ora, isso nunca poderiam fazer isolad<:l- cooperação efetiva das três ordens governa-
mente as anêmicas financas das nossas três tivas, que deixariam de constituir, como até
ordens governamentais. Mas a cooperação, agora, uma humilhante escala de subordina-
a solidariedade, a união, enfim, faz das três ção, compressão e espoliação, para aparece-
fraquezas uma grande fôrça . As quotas de rem na plenitude dos seus destinos políti-
que a Federação, os Estados e os Municípios cos, como as fôrcas necessárias, eficazes, har-
poderiam dispor para a obra social que te- mônicamente colaboradoras e conjuntamen-
mos em vista, digamos, em relacão às suas te promotoras do bem público. E se atra-
"rendas de impostoR". 15% para a União vés dêsse: objetivo panorama da unidade
e os Municípios e 25% para os Estados, ou nacional o povo chegaria ràpidamente, por
seia, aproximadamente. cousa de uns 500 sem dúvida, à consciência dos seus destinos
mil contos, já permitiriam que se lanrasse sociais e políticos, por outro lado, a prática
a fundo. em direcão a todos os seus obieti- da cooperação e a aproximacão, nos supre-
vos essenciais e com a característica de ge- mos concílios da nacionalidade, das três or-
neralidade aue a iustica soei"!! exige. a trí- dens de govêrno, dariam a estas o senti-
nlice assistência às pooulR('Ões bt"P~llAira~ mento mais vivo dos seus deveres, a cons-
Tanto mais quanto o concurso da iniciati- ctencia da sua mútua mas harmônica auto-
va particular e da filantronia, mercê de nomia, da sua igual dignidade, ao mesmo
Deus, não no-Jo faltaria. E tanto mais tempo que a mais exata e mais perfeita
quanto, ainda, a unidade de plano - de apreensão das necessidades do corpo social,
plano, que não de atuacão - acrescida à das suas aspirações e dos imperativos dos des-
padronizacão, deve acarr~tar um custo sensi- tinos nacionais
velmente baixo. Ocorrendo, mais, a melhoria Conclusão Senhores, vamos concluir. O
de rendimentos e, por conseguinte, novo ba- quadro da realidade brasilei-
rateamento daquelas atividades inteligente- ra, que procuramos fixar, é sem dúvida som-
mente orientadas para múltiplo efeito, gra- brio. O panorama que contemplamos do
ças à convergência e à solidariedade das três ponto de observação a que subimos, nos ofe-
fundamentais modalidades que as devem rece perspectivas penosas. Nêle podem vis-
constituir. E mercê, ainda, do concurso de lumbrar-se, é verdade, clareiras inundadas
outras fôrças sociais, como, por exemplo, o de luz, oasis fecundos, alguns vales risonhos.
das classes armadas, que pode chegar a ter, Mas como tivemos o intuito apenas de acen-
se esclarecida e patrioticamente estabelecido, tuar as linhas gerais, não era nossa preocu-
um alcance deveras inestimável. pação deter o olhar sôbre êsses sítios de
Em terceiro lugar, finalmente. Não é exceção. Bem sabemos o que a civilização
só jurídica e tecnicamente, não é só finan- brasileira tem conquistado. Aqui e ali, rea-
ceiramente, que a solidarização convencional lizações admiráveis, na esfera federal, no
das três ordens governamentais constitui u plano estadual, no círculo municipal. Os as-
recurso necessário, o único recurso possível, pectos sombrios oferecem, mercê de Deus,
100 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
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algumas soluções de continuidade. Mas to- obstante qualquer êrro parcial de visão,
mado o Brasil em seu conjunto, o quadro que nossas conclusões estarão essencialmente
procuramos ver sem vidros de aumento não exatas.
inspira otimismo. E, se não justifica desânimo, E se assim é, valha-me esta oportuni-
sacode o nosso patriotismo. dade única na minha vida, em que me sinto
Sentimos bem que o Brasil é de fato no mais íntimo contacto com as fôrcas de
o "país a organizar" de que nos falou FIDÉLIS reconstrução do Brasil, com a sua r~nova­
REIS, sob inspiração evidente de ALBERTO dora mentalidade ruralista, com a sua vida
TÔRRES. E organizar o Brasil é a tarefa ur- comuna!, para dirigir, a vós, que me dais a
gente, áspera, difícil, a que intimoratamente, honra de ouvir, e a todos os brasileiros a
resolutamente, d!:modadamente, com tôdas as que possa chegar a minha voz, graças à res-
energias da inteligência e do coração, todos sonância maravilhosa dêste ambiente, um
os brasileiros nos devemos dedicar. Eis vibrante, veemente e desesperado apêlo.
porque, ao grande esfôrço nesse sentido, que Concidadãos! Façamos o Brasil de ~ma­
são as patrióticas jornadas ruralistas da So- nhã, o Brasil feliz de todos os brasileiros,
ciedade dos Amigos de Alberto Tôrres, jul- um Brasil orgulho da América, diadema da
guei que se poderia juntar a mais modesta humanidade. Não nos falta a matéria prima
das contribuições - êste mal ataviado es- -- riquezas naturais e riquezas humanas. O
tudo. A minha fraca visada, por me faltar que nos falta apenas é "organização". Orga-
a envergadura de sociólogo, jurista e esta- nização social, organização econômica, orga··
dista, que o tema assoberbante exigia, não nização política. Mas sobretudo organização
lhe pôde assinalar seguramente tôdas as do Brasil-Município, do Brasil-rural.
características. É possível mesmo que me Trabalhemos sem desfalecimentos, lute-
tenha eu equivocado em mais de um ponto mos sem tréguas para conquistar essa orga-
Mas, por seguro, não estarão essencialmente nização. Façamos, Brasileiros,· façamos o
erradas as conclusões a que chegamos. O nosso Brasil, antes que seja tarde. . . antes
quadro é tão objetivo, tão nítido que, não que o Brasil se desfaça
EST'ADO DE ALAGOAS
DIVISÃO administrativa atual dos Es- O Estado de Alagoas teve três pontos

A tados do Brasil resulta da fragmenta-


ção, ou do desmembramento a que, no
decurso dos séculos, ou mesmo dos anos,
iniciais, todos de 1636: Marechal Deodoro
(Ex-Alagoas), Pôrto Calvo e Penedo, que se
mantiveram territorialmente Íntegros duran-
foram submetidas as unidades municipais ori- te 128 anos. Somente em 1764 se verificaria
ginárias. o primeiro parcelamento, com a criação do
Município de Atalaia, saído, por cissipari-
Os focos tmctats de povoamento, ou de
dade, do de Alagoas. Entre 1801 e 1850,
colonização, em grande maioria situados na criaram-se 10 Municípios; de 1851 a 1900,
faixa atlântica, deram margem, em virtude outros 17; de 1901 a 1947, os cinco restantes.
do seu adensamento demográfico, à criação Do Município de Marechal Deodoro,
e desenvolvimento de povoações satélites, sairiam 17; do de Pôrto Calvo, 5; do do
que, por sua vez, e pela mesma razão, ad~ Penedo, 11.
quiriram autonomia e se tornaram centro on O esquema seguinte evidencia a evolu-
sol de localidades perifét icas. ção municipal do Estado.

EVOLUç,\o ~JUNJr!PAL DE ALAGOAS


( ~luriei (I H/2
União dos Palmares (1831) l
(Ex-União) \ São José da Lago (1876)

Assembléia (!S:ll) QueLrangulo (1872)


Atalaia (1764) (Ex-Viçosa)

Palmeira dos Índios ( 1835 l

Conceição do Paraíba (1882)


(Ex-Capela)

Marechal Deodoro (1G3G) Anadia (1801) Limoeiro de Anadia (1882)


f A1a1liraca (192ül

(Ex-Alagoas) (Ex-Linwei1o)
;vraeeió (1815)
l Junqu('iln (1047)*
Hio Largo (18301
São l\ligucl dos CanJpos
(1832)
~faugualm (1857)
(IGx-Pihnl
('oruripc nsnn)
Pôrto uas Pedras (1815) Passo de Camarag;ibc (l.S5;2J S<lo Luís do QuiLundc
1la~agogi (1875)
P&rto Calvo (1G3G)
Colônia-I~eopold.ina
(1001) (l';x-Leo]>Oldiua)
J l'ão de Açúcar (1854) 1Imcchal F'lmiano
7\lata Graudc (1Kl7) (1887) (Bx-PiranhaN)
l Água Btauca
I
(11175)
Traipu (18351 Santana do Jpanema (1875)
Belo illonte (1047)"
Penedo (lü30) J São B~az (1D47)'"
Pôrto llcal do Colégio

l (1876)
l'iassalmssu (1882)
Igreja Nova (1800)

* Ctiado :Mtmicívio em Hl03, foi sucessivalllcnk suprimido em lfl32, restaurado em 1\135. supriruido em 1038 c rc'::ltaurado pela
Constituição Estadual ele 1U47.

**Criado Município em 1886, foi succssivamcuto suprimido em 18\13, 1cstaurado em 1895, Sllllfilllido P!H J\J32, scmlo o Iespcelivo
território anexado ao Município de Püo de Açúcar; restaurado em 1935, SUinimido e111 1038. mJcxando-.:w-lhc o território a TraiDII, e
restaurado pcl.a Constituição Estadual de 194.7

*** Ctiado :Município em 1889, com território desmembrado do de Pôrto Real do Colégio, foi sucessivamente suprintido em
1932, restaurado em 1935 o suprimido em l 038, sendo o território anexado ao :Município de Arapiraca c depois ao de Trai pu, do flUal
foi desmembrado, como idunieípio, Jlela Coustituição Estadual de 1947
-
~
A CONSTITUIÇAO FEDERAL E O :t\1UNICIPIO
ção de tais impostos e, à medida que ela se efe~

T ÉCNICOS e políticos patrícios vêm-se,


de há muito, empenhando no sentido
de imprimir novas e seguras diretrizes
à política municipalista brasileira, de maneira
tuar, entregarãv vinte por cento aos Municípios
onde se tiver realizado a cobrança."
De referência, ainda, à cobrança de im-
a possibilitar o revigoramento dos organismos postos, estabelece a Constituição, em seu
comunais e propulsionar o seu desenvolvi- Artigo 29:
mento Graças a êsses esforços, as providên-
o
"Além da renda que lhes é atribuída por
fôrça dos parágrafos 2. 0 e 4. 0 do art. 15, e dos 1.mw
cias tendentes a promover e estimular a postos que, no todo ou em parte, lhes forem trans-
recuperação das células municipais brasilei- feridos pelo Estado, pertencem aos Municípios os
ras, enfraquecidas pela política de exauri- impostos:
mento, longamente praticada pela União e - predial e territorial urbano;
pelos Estados, da maior parte dos recursos II - de licença;
III - de indústria e profissões;
que àquelas deviam pertencer, vão-se suce- IV - sôbre diversões públicas;
dendo aos poucos, à medida que mais com- V - sôbre atos de sua economia -ou assuntos
preendidos se tornam os objetivos, do mais de sua competência."
alto interêsse nacional, do programa de pro- A Constituicão Federal dispõe, também,
teção ao Município o em seu Artigo 3o, sôbre a competência do
A Constituição Federal, promulgada a Município para cobrar:
18 de setembro de 1946, já atribui maiores "I - contribuição de melhoria, quande se
recursos aos Municípios Conforme estabe-
o
verificar valorização do hnóvel, em conseqüência
de obras públicas;
lece em seu Artigo 15, item III, compete à II - taxas;
União decretar impostos sôbre "produção, III - quaisquer outras rendas que possam
comércio, distribuição e consumo, e bem as- provir do exercício de suas atribuições e da utiliza-
sim importação e exportação de lubrifican- ção de seus bens e serviços.
tes e de combustíveis líquidos ou gasosos de "Parágrafo único - A contribuição de melho-
ria não poderá ser exigida em limites superiores
qualquer origem ou natureza, estendendo-se à despesa realizada, nem ao acréscimo de valor
êsse regime, no que fôr aplicável, aos mi- que da obra decorrer para o imóvel beneficiado "
nerais do País e à energia elétrica" Entre-
o
Visando ainda à proteção aos Municí-
tanto, da renda resultante dessa tributação, pios, a Carta brasileira estabelece, em seu
que terá a forma de impôsto único, a incidir Artigo 23, o seguinte:
sôbre cada espécie de produto, "sessenta por
"Os Estados não intervirão nos Municípios se-
cento no mínimo serão entregues aos Esta- não para lhes regularizar as finanças, quando:
dos, ao Distrito Federal e aos JIA:unicípios, I - se verificar impontualidade no serviço de
proporcionalmente à sua superfície, popula- empréstimo garantido pelo Estado;
ção, consumo e produção, nos têrmos e para II - deixarem de pagar, por dois anos conse-
cutivos, a sua dívida fundadan.
os fins estabelecidos em lei federal" (Ar-
tigo 15, parágrafo 2o0 ) o O Artigo 24 da Constituição Brasileira
diz:
No mesmo Artigo, parágrafo 4o 0 , dispõe
"É permitido ao Estado a criação do órgão de
a Constituição: assistência técnica aos Municpios. "
"A União entregará aos Municípios, excluídos
os das capitais, dez por cento do total que arre- Dispondo sôbre a autonomia dos Muni-
cadar do impôsto de que trata o n ° IV, feita a
distribuição em partes iguais e aplicando-se. pelo cípios, estabelece, em seu Artigo 28:
menos, metade da in1portância en1 benefício de "A autonomia dos Municípios será assegurada:
ordem rural " I - pela eleição do prefeito e dos vereadores;
II - pela administração própria, no que con~
Deve-se esclarecer que o impôsto de que cerne ao seu peculiar interêsse e, especialmente,
trata o item IV do artigo referido é o de a) - à decretação e arrecadação dos tribu-
renda e proventos de qualquer natureza o tos de sua competência e à aplicação das suas ren-
das;
O Artigo 20 determina: b) - à organização dos serviços públicos lo-
"Quando a arrecadação estadual de in1postos, cais
salvo a do impôsto de exportação, exceder, em § 1. -
0 Poderão se e nomeados pelos gover-
Município que não seja o da capita1, o total das nadores dos Estados ou dos Territórios os pre-
rendas locais de qualquer natureza, o Estado dar- feitos das capitais, bem como os dos Municípios
lhe-á anualmente trinta por cento do excesso arre- onde houver estâncias hidt ominerais naturais, quan-
cadado" do beneficiadas pelo Estado ou pela União
§ 2. 0 - Serão nomeados pelos governadores
O Artigo 21 dispõe: dos Estados ou dos Territórios os prefeitos dos
"A União e os Estados poderão decretar ou~ Municípios que a lei federal, mediante parecer do
tros tributos além dos que lhes são atribuídos por Conselho de Segurança Nacional, declarar bases
esta Constituição, mas o impôsto federal excluirá ou portos militares de excepcional importância para
o estadual idêntico. Os Estados farão a arrecada- a defesa externa do País "

O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
E ESTATÍS1~ICA E O MUNICÍPIO
acompanhem acidentes geográficos fàcilmente iden-

E M face da sua estruturação orgânica que


resulta da cooperação harmoniosa das
três órbitas políticas da Federação, si-
tuadas em condições de paridade, incumbiria
tificáveis e fiquem também evitadas as linhas até
agora usadas segundo variáveis divisas de terras
de determinados proprietários;
c) sistematização da nomenclatura de ma-
ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- neira a ficarem definitivamente suprimidas tanto a
identidade de designação entre circunscrições da
tica promover, de maneira intensiva e efe- mesma categoria, quanto a diversidade de toponi-
tiva, a reabilitação e a valorização do mu- mia entre as circunscrições administrativas e judi-
nicipalismo construtivo e consciente, sôbre o ciárias e as respectivas sedes;
qual se há de consolidar, e expandir, com d) superposição sistemática da divisão judi-
sentido perfeitamente definido, o nosso or- ciária à divisão administrativa, de forma que, por
um lado, haja u1na só divisão distrital para fins
ganismo social. tanto administrativos como judiciários e, por outro
Predeterminado, assim, o objetivo ib- lado, os têrmos e comarcas tenham sempre por se-
de a sede municipal que lhes der o nome, e com-
geano, seria mister investigar a realidade preendam integralmente, respeitados os respectivos
municipal, não só em relacão à sua fisiono- lhnites, um ou mais Municípios;
mia geográfica, como no ;oncernente à sua e) atribuição da categoria e foros de cidade
dinâmica, com a mensuração das fôrças de- e vila segundo critérios especificas claramente fixa-
mográficas, sociais, econômicas, culturais, ad- dos em lei;
ministrativas e políticas que atuam na área f) unificação dos âmbitos territoriais das uni-
comuna!. dades administrativas e judiciárias, de modo que a
área de cada uma delas seja um todo, ficando as-
Pôsto seja bastante vulgarizado e sobre- sim suprimidos os casos de extraterritorialidade de-
maneira fértil o documentário nacional espe- correntes das chamadas Hfazendas encravadas" e
os casos anômalos de circunscrições formadas de
cífico, vale registrar, ainda aqui, a existên- duas inferiores não contíguas;
cia das exdruxulidades da divisão territo- g) definição exata da constituição territorial
rial brasileira, anteriormente à atividade de das novas entidades administrativas criadas ( dis-
sistematização, de racionalidade, exercida pe- tritos e Municípios), indicando-se sempre as cir-
cunscrições distritais preexistentes que lhes houve~
lo Instituto, graças à qual "desapareceram rem cedido território, e descrevendo-se os respecti-
as anomalias, as incoerências, as aberrações, vos limites de forma a ficarem nitidamente desta-
os casos teratológicos do parcelamento terri- cados os trechos correspondentes a cada um dos
torial da República, no que interessa à di- distritos confrontantes
visão judiciária e administrativa. Não mais
limites imprecisos ou indefinidos, conforma- Fixadas, dessarte, as bases de sistema-
ções absurdas, toponímias confusas, catego- tização e de racionalidade dos quadros ter-
rias sem expressão ou de significação va- titoriais do País, trataram os Órgãos delibe-
riável, nem circunscricões acéfalas ou sedes rativos do Instituto, em oportunidades múl-
fora de suas circun;crições. Acabaram-se, tiplas, e com evidente persistência, da prá-
também, os casos de Município envolvido tica daqueles princípios informadores da
por outro, bem assim, de modo geral, as política de divisão territorial.
ocorrências de unidades formadas por dois O Decreto-lei n. 0 311, de 2 de marco de
ou mais trechos de território não contí- 1938, conseqüente à sugestão da Resolução
guo" n. 0 26, de 15 de dezembro de 1937, da
A Convenção Nacional de Estatística, Junta Executiva Central do Conselho Na-
em 1936, inscreveu o compromisso dos Go- cional de Estatística, e consubstanciando dis-
vernos Federados, de encaminharem, com a posições orgânicas da mais profunda signi-
assistência do Instituto, as providências le- ficação, assinalou "a discriminação racional
gislativas, ou administrativas, que tivessem do território; limites verificáveis e verifica-
por fim racionalizar a divisão dos respectivos dos; categorias definidas e hierárquicas;
territórios, tendendo a conseguir, além de identidade de nomes entre as circunscricões
outros objetivos, que os entendimentos a e suas sedes; delimitação expressa e, segun-
êsse respeito estabelecessem como necessá- do critério uniforme, das áreas urbanas e
rios ou vantajosos, os seguintes, considerados suburbanas das cidades e vilas; correspon-
essenciais: dência e articulação entre os quadros admi-
a) uniformidade de data para a revisão do nistrativos e judiciários; univocidade de no-
quadro territorial, em todo o País, de modo que menclatura entre as várias icategorias de
tenha ela lugar, para fins da sua boa fundamenta~ circunscrições territoriais; e simplificação e
ção e regular periodicidade, logo após a divulga- espírito de sistema nas designações toponí.
ção dos resultados dos recenseamentos gerais ou
regionais, ou seja nos anos de milésimo dois e sete; micas": eis as principais realidades alcan-
b) precisão e racionalidade dos limites cir- çadas, segundo as palavras do Embaixador
cunscricionais a estabelecer, de 1nodo que êstes JOSÉ CARLOS DE MACEDO SOARES, Presidente
104 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
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do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- colmeias produtivas, no seio da federação


tística. ibgeana, mas, essencialmente, órgãos respon-
Determinada a inalterabilidade da divi- sáveis, em grande parte, pelo desenvolvimen-
são territorial do País, no qüinqüênio 1939/ to cultural dos Municípios.
/1943, permitiu êsse período se estabeleces- Os Convênios Nacionais de Estatística
sem necessários ajustamentos, bem assim se Municipal permitem ao Instituto intensifi-
estudassem interpretações e se apurassem car o seu programa de assistência direta e
elementos capazes de imprimir sistemática constante às Agências Municipais, que serão
melhor e racionalidade maior ao quadro ter- condignamente instaladas e conduzidas por
ritorial que haveria de vigorar no qüinqüênio funcionários selecionados, bem remunerados,
1944/1948, tratado já, com cuidados espe- e com encargos, paralelamente aos requeri-
ciais, o aspecto toponímico, observada a dos pelas campanhas estatísticas, que nem
eliminação das duplicatas de nomes, a re- sempre poderiam ser levados avante somen-
dução de nomes extensos, a eliminação (sem- te com recursos municipais, como, por exem-
pre que possível, mas resguardados impe- plo, a instalação de bibliotecas públicas, de
rativos de tradição e da vontade popular, arquivos, de museus, de exposições de pro-
assim como homenagens legítimas) de no- dutos locais, além da publicidade pertinente
mes estrangeiros e de pessoas vivas, e a às possibilidades e às realidades do Muni-
preferência a nomes indígenas, na substitui- cípio.
ção dos preexistentes necessàriamente mo- É de mister medir bem o alcance dessa
dificáveis. empreitada, com o sentir a existência, em
Graças, dessarte, aos esforços do Insti- cada Município brasileiro, de Agências as-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística, sim dotadas materialmente e com os obje-
isto é, do Conselho Nacional de Geografia tivos expostos! Em Municípios, e muitos.
e do Conselho Nacional de Estatística, o em que êntram, pela primeira vez, a máqui-
Brasil, pela primeira vez em sua história, e na de escrever ou de somar, o mimeógrafo,
após a experiência do qüinqüênio 1939/1943, os arquivos de aço, etc.!
poderia exibir, no período seguinte, um qua- A vida municipal, nos seus aspectos
dro territorial bem delimitado, se não tecni- físicos, demográficos, econômicos, soctats,
camente perfeito, pelo menos nitidamente culturais, administrativos e políticos, consti-
verificado e verificável, com os seus 1 669 tui, desde a fundação do Instituto, objeto de
mapas mumctpais elaborados conforme a centenas de renovadas pesquisas, ora agru-
diretivas prudentes de padronização . padas nos cadernos A, B, C e D, ora atra-
Já então se solenizava, por proposta do vés de inquéritos especiais. Mercê dos re-
Instituto, em meio a expressivo ritual, o sultados dessas investigações, tem sido pos-
"Dia do Município" (instituído pelo De- sível ao Instituto exercer ampliada publici-
creto-lei n. 0 846, de 9 de novembro de dade em tôrno de aspectos dos Municípios
1938), a 1. 0 de janeiro do ano em que se brasileiros, bem assim formular ponde-
inicia a vigência do novo quadro territo- rações, ou sugestões, ou indicações, a res-
rial (anos de milésimo 4 e 9) . peito de problemas básicos da nacionalidade.
Como complemento a essas investiga-
ções, cuja periodicidade varia do mês ao
ano, o Instituto prescreveu a elaboração de
Não se circunscreveu, entretanto, ao monografias estatístico-descritivas de cada
estudo e à fixação dos quadros territoriais, Município, muitas das quais, já impressas e
muito embora o vulto dessa obra, a contri- fartamente divulgadas no País e no estran-
buição do Instituto à reabilitação, ao revi- geiro, põem de manifesto a evolução muni-
goramento, à expansão do movimento mu- cipal, fazendo-o com riqueza de documen-
nicipalista. Sua atividade, noutros setores, tação e de pormenorização .
vem sendo, também, expressiva. Bem se
Ainda sob êsse aspecto, vem sendo inin-
poderá afirmar que o Instituto marcha com
terrupta e desvelada a atenção do Instituto
o pensamento voltado para a grandeza do
referentemente ao movimento municipalista.
Município, que é, aliás, considerado uni-
dade, ou base, nas investigações estatísticas.
Preocupado, largo tempo, com os ser-
viços municipais de Estatística, cuja eficiên-
cia se impõe, como fundamento mesmo de Vale assinalar, ao menos com intenção
tôda a Estatística Nacional, coube ao Ins- simplesmente informativa, as principais Re-
tituto, em amiudadas emergências, a promo- soluções aprovadas pelo Instituto, através
ção ou execução de medidas referentes à de seus Órgãos deliberativos, e referentes ao
melhoria das condições de trabalho dessas Município, excluídas naturalmente as de
repartições, de sorte a torná-las não apenas cunho estrito de levantamentos estatísticos:
INQUÉRITOS E REPORTAGENS 10.5

1 - DO CONSELHO NACIONAL DE ESTATÍSTICA


a) Assembléia-Geral

RESOLUÇÃO
EMENTA
No I Data

1- 29-XJH31l Estabelece o plano do registro regular da divisão territorial e o da orgauização do Atlas Uorográfieo Muni(:ipal
do Brasil

13 30-XIH3G Regula a atuaçito do Instituto, no sentido do obter a llllhlicação regular, pelos Esbdo.s c Território tio Acre,
do" Anuário Municipal de Legislação e Administração"

19 30-XII-936 Regula a filiação, ao Instituto, dos serviços de instituições priva<las c dos mantidos pelos Goveruos Municipais.

22 30-XIH31l Prescrevo aos Órgãos do Instituto esforços 1lc propaganda em vrol da criação, em cada Município, da biblio-
teca, museu e arquivo municipais
43 14-VII-937 Aprova urn padrão para as leis de úriação das Agências 1vfunicipais de Estatística
57 17-VII-937 Provê à imediata elaboração, segundo o plano que estabelece, de monografias est<ttístico-descritivas mmlicipais
59 17-VIH:l7 Sugere aos Governos Regionais a conveniência do cumprimento imediato das Cláusulas XIV e XV da Con-
venção Nacional de Estatística, com a uniformização, desde logo, do critério para a concessão dos foros de
"cidade" o "vila" aos aglomerados urbanos dos respectivos territórios
98 10-VII-938 Provê à orgauiímção técnica das Agências Municipais de Estatística
108 19-VII-938 Sugêrc um padrão para os Decretos-leis regionais, assentando normas preliminares à nova divisão territorial
llO 19-VII-938 Consigna pronunciamentos diversos, fazendo ponderações c sugestões aos Governos 1-funicipais.
144 22-VII-939 Sugere aos Governos Federados a expedição de Decreto-lei que regule a criação das Agências Municipais de
Estatística, por parte das Prefeituras que ainda o não fizeram
149 22-VIl-939 Estabelece novas disposições sôbre a atuação do Instituto, no sentido àc obter-se a publicação do'' Anuário 11 u-
nicipal de Legislação e Administração".
155 22-VII-939 .Manifesta o intcrêsse do Instituto pelo projeto relativo ao cadastro dos bens patrimoniais da União, dos Estados
e dos ~vluuicípios '-
163 5 -VII-941 Louva as campanhas empreendidas pelo Conselho Nacional de Geografia c põe em rclêvo sua significação, evi-
dcnciamlo particularidades municipais.
185 19-VII-941 Aplaude a convocação das Conferências Nacionais de EJucação e Haúdc, formub um voto sôbre o regime de
cooperação intcradministrativa, e faz ponderações c sugestões quanto à assistência educacional e l!Uanto ú
atlsistência médico-social nos Municípios
1U5 1
22-Vll-941 Apresenta congratulações ao Instituto Nacional do Livro, })('la Campanha das Bibliotecas 1\funicitJ<Üs, c asse~
gura-lhe a solidariedade do Conselho Nacional de Estatística
197 23-VII-941 Enrarece a atcnçãu dos Agentes Municipais de Estatística para certos aspectos da situação de suas tegiões, IP-
eomcndando-lhrs a elaboração de resenhas informativas nwnsais
207 24-\'II-941 .Manif('sta o aphuso do Conselho às sugestões formuladas pela reuni<to rlos P1efcitus 11unieipais do Eshulo do
Espírito Santo
217 24-Vll 941 Recmuenlla aos órg<los filiados ao Instituto a mais ampla colaboração rom as administrações muJJÍcipais
238 4-Vfl-942 Exprime os agradecimentos do Cousrlho ao II Congresso Intcramcri<:ano de Municípios
2·10 4-Vll--942 Exprime o louvor da Assembléia-Geral ao Conselho Nacional ele Geografia, rcs~alta a illlJ)OrUlucia de algumaf;
de suas atividades e formula sugestões sôbrc a revisão do quadro territorial da Hepública
257 8-\'ll -0•12 Consigna UJH Jlronuneiamcuto sôbre as Secvõcs rle Estatíslil·a 11ilitar c os C:ouvênios ~acionais d11 Estatística
Municipal
2G4 9-Vll-942 Her:omcnda o forneeimeuto, aos Ptdcitos Municipais, de inforrua~:õcs estatísticas para os seus relatótios

280 19-VIl-045 Consigna o apoio do Instituto a mcUirlas em prol d:t cdmuçJ:o uacional, c d[t outr,ls pnwirlêmia':l
283 23 -VII- 045 Expressa os agradecimentos do Conselho aos servidores Hlllllicipais de F.statístiea
2\J'i' 23-VII-945 Adota. a divisão regional do Brasil, estabelecida IdO Conselho Nacional llC ncografia, c tlá outras providôucias.
314 17-Vll-946 Recomenda providêtwias para a elahoraçfio das mouog::afias estatístico-desr:ritivas previstas ua Resolução 11 ° 57.
3Hl 18-Vll-941l Sugere a elaboração, pelos órglíos regionais, do ementário de legisb.yüo acêtca da vida judiciária, administra-
tiva. c ccle~üástica de cada 1\.funicípin brasileiro
324 20-VII-9·16 Dispõe sôbrc u apoio do Conselho ao movimento lllUHicipJ.list1, c <lú. outras providêndas
334 25-VJH41l PrPst.a homenagem à Assembléia Nacional Constituinte, e formula votos c ponderações
338 25-Vll-04G Hccomenda sejam lançadas as "Sinopses Municipais", e autoriza a publicação da ~'Revisb B1asileira do-; ~fu-
llicípios''
339 25-VII-946 Recomenda a orgauizaçüo imediata do "Anu{uio Municipal de Legislaç:w c Adwinistração"
343 21l-VIH46 Resume as sugestões da observação estatística sôbrc a multiplicação e interiorização dos centros metropolitanos
348 26-VII-94() Formula sugestões acêrca das atividades das Associações Rurais, criadas pelo Decreto-lei n ° 7 449, de 9 de
abril do 1945
106 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

1 -DO CONSELHO NACIONAL DE ESTATíSTICA

b) ]unta Executiva Central

RESOLUÇÃO
EMENTA
N.o Data
-- -~---

26 15-XII-937 Sugere ao Govêrno Federal a decretação de disposições orgânicas relativas à divisão administrativa e judiciária
do território nacional.

36 14-III-938 Aprova o modêlo para a publicação das nominatas das circunscrições administrativas e judiciárias, previstas
no Artigo 18 do Decreto-lei no 311, de 2 de março corrente, e sugere um padrão para os Decretos regionais a
que alude a mesma disposição legal.
47 8-VI-938 Propõe a prorrogação, até 31 de dezembro, do prazo fixado no Artigo 16, § 1°, do Decreto-lei no 311;
de 2 de março de 1938
109 20-III-941 Formula um pronunciamento sôbre a monografia "O Município de Niterói"
130 24-IV-942 Formula instruções para a execução dos Convênios Nacionais de Estatística lviunicipal
131 15-V-942 Dispõe sôbre a participação do Instituto nos Convênios Nacionais de Estatística Municipal
186 3-VIII-944 Aprova o regulamento da arrecadação das contribuições para a Caixa Nacional de Estatística Municipal, c dá
outras providências

190 18-VJIT-944 Dispõe sôbre a execução dos Convênios Nacionais de Estatística :Municipal
196 18-VIII-944 Cria as Inspetorias Regionais das Agências Municipais de Estatística, e dá-lhes regimeuto
216 7-VI-945 Ratifica instruções da Secretaria-Geral do Instituto, para a execução dos Convênios Nacionais de Estatística
Municipal.
243 29-V-946 Cria, na Secretaria-Geral do Instituto, o Quadro das Agências Municipais de Estatística, e dá outras provi-
dências
254 17-X-946 Dispõe sôbre o pessoal das Agências Municipais de Estatístira

2 ~ DO CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA


a) Assembléia-Ge1·al

RESOLUÇÃO
EMENTA
No I Data
- ~~--- --------~---------

15-VII-937 Hegub a constituição e o funcionamento do Corpo de Informantes Niunicipais

14 17-VII-937 Prescreve, como empreendimento fundamental do Conselho Nacional de Geogwfia, a atualização da Carta
Geográfica do Brasil

29 20-VII-938 Recomenda aos Governos Rcgiouais promovam cooperação direta entre as administrações municipais e a regional
para a exe~ução dos mapas nmnidpais e das plantas das S{';dcs muni~i:pais e distritais, determinada pelo De~
ereto-lei no 311, de 2 de março de 1938

39 20-VII-938 Dispõe sôhrc a execução dos trabalhos de caráter geográfico, preparatórios do Recenseamento Geral da Repú-
blica, em 1940, fixados pelo Decreto-lei n. 0 237, de 2 de fevereiro de 1938.

41 6-VII-939 Exprimo congratulações aos Chefes dos Governos da União e das Unidades Federadas, pC'la assinatura das leis
gerais fixaudo a divisão territorial do País e pela comemoração nacional do "Dia do Município", a 1 o de ja-
neiro do ano eorrP;nte.

57 21-VII-939 Dispõe sôbrc o estudo de um plano de elaboração de monografias corográficas municipais

58 21-VII-939 Dispõe sôhre a realização de inc;uéritos junto aos Diretórios Municipais, destinados a coleta de elementos para
a elaboração do Dicionário Geográfico e Toponímico c da Coletânea do Efcmérides Brasileiras

60 22-VII-939 Estabelece normas para o recebimento, aprovação e exposição dos mapas municipais que as Prefeituras apre-
sentarão até 31 de dezembro do corrente ano, em obediência ao Decreto-lei u o 311.

77 17-VII-941 Estabelece as normas a que deverá obedecer & divisão regional das Unidades Federadas Brasileiras, para fins
práticos, 11ropõc um <!Uadt o básico de divisão c dá outras providências.

79 18-VII-9H Provê ao preparo !le um guia de observação geográfica para a distribuiçiio aos Diretórios Municipais de Oco~
grafia.

88 21-VII-941 Institui o concurso anual rlc monografias referentes a aspectos da geografia municipal, como uma contribuição
do Conselho aos Congressos Brasileiros de Geografia

104 26-VII-941 Atribui ao Diretório Central a realização de estudos sôbre a divisão de ovos 11unicípios e sôbre os penmctros
urbanos das vilas e cidades dentro da faixa de fronteira
l!O 3-VII-942 Baixa as instruções para a realização, em 1943, do concnrso anual de monografias de aspectos geográficos mu-
nicipais
llR I 6-VII-942 Baixa instruções e recomendações acêrca da revisão dos quadros municipais c distritais, a processar-se em 1943.
INQUÉRITOS E REPORTAGENS 107

2 - DO CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA

a) Assembléia-Geral

RESOLUÇÃO
EMENTA
N. 0 Data
1 - - - - - ----------- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
128 10-VII-942 Formula congratulações ao Conselho Nacional de Estatística pela unificação dos Serviços Municipais de Esta-
tística, e apresenta sugestões
143 13-VII-945 Estabelece a divisão regional do País, mediante agrupamento dos Municípios brasileiros, e dá providências para
a generalização do seu uso.
147 17-VII-945 Baixa as instruções para o concurso de monografias de aspectos municipais, relativo a 1946.
179 10-VII-946 Provê à publicação de esquemas informativos sôbrc os Municípios brasileiros
182 12-VII-946 Baixa disposições sôbre o concurso anual de informações sôbrc aspectos geográficos municipais, de 1947.
200 24-VII-946 Dispõe sôbre o 1cvantamento das plantas das cidades e vilas brasileiras, como contribuição cartográfica ao censo
de 1950

h) Diretório Central

RESOLUÇÃO

Estabelece, nos tênnos do Decreto-lei no 311, os re~1uisitos mínimos a que os mapas municipais devem satis~
fazer, c as instruções gerais para a fixação das zonas urbanas e suburbanas das sedes municipais e distritais.

Assenta o padrão previsto na Resoluyão no 108, do Conselho Nacional de Estatística, para as leis regionms exe-
cutórias do Deerctu-lci 11 o 311

18 23-XII-938 Dispõe sôbre a colaboração do Conselho na realização dos festejos do "Dia do Município", na Capital Federal.

22 3-I-939 Dispõe sôbre o empreendimento da campanha de levantamento das coordenadas geográficas das sedes municipais

24 18-I-939 Promove a prorrogação do prazo estipulado pelo Artigo 13 do Decreto-lei no 311, para a apresentação dos ma-
pas municrpms

50 3-X-939 Baixa as instruções técnicas c admi11istrativas para a rampauha de levantamento mtensrvo das coordenadas
geográficas das SC'dcs municipais

12U 4-I-943 Altera os prazos do concurso de monografias de aspectos lllUnicipais, de HJ43

129 3-V 943 Promove medidas rcfcrcntN; à revisão qüinqüenal-territorial


141 10-lX-943 Fixa normas para a revisão adlllinistrativa e judiciária do País
144 18-X-943 Baixa instruções para os trabalhos de fixação da nova divisão territorial do Brasil, a entrar em vigor a 1 o de
janeiro de 1044
168 18-X-944 Promove a IH or rogação do prazo para a entrega dos novos mapas municipais
179 18-I-945 Promove a prorrogaç.ã? d?s prazos para a revisão dos nomes das estações ferroviárias c para a apresentação dos
novos mapas mumcrpa1s
184 26-lJI-945 Baixa a classificação, em julgamento final, das monografias Jc aspectos municipais do concurso de 1943
190 18-V-945 Fixa as normas de recebimento c aprovaç:to dos m1pas municip::tis que as Prefeitutas C3bío obrigadas a apre-
sentar no eoncnte ano

considerando que, em obediência a uma decisão


da VI Conferência Internacional Americana, foi
cdada, por ocasião elo Primeiro Congresso de Muni-
cípios, a Comissão Pan-Americana de Municípios;
O apoio do Conselho Nacional de Esta-
tística ao movimento municipalista constituiu considerando que, graças não só a un1 impulso
objeto de Resolução especial da Assembléia- idealista de estudiosos devotados aos problemas de
govêrno local no Brasil, como também à política
-Geral: Resolução n. 0 324, de 20 de julho de boa vizinhança que ora caracteriza as relações
de 1946, nos seguintes têrmos: entre os povos americanos, foi fundada, nesta ca-
pital, a Associação Brasileira de Municípios, órgão
"A Assembléia-Geral do Conselho Nacional de
daquela Cmnissão;
Estatística, usando das suas atribuições, e
considerando o profundo e patriótico interêsse considerando que, pelos seus elevados objeti-
que o Conselho tem dispensado ao reerguimento vos e suas afinidades com os ideais preconizados
e ao progresso da vida do Município brasileiro; pelo Instituto, no sentido da valorização econômica
108 REVISTA BRASILEIRA DOS J\1 UNICÍPIOS
-------------------------------- ------ -----

e social dos núcleos demográficos no interior, me- estatísticos, além do que são prontamente atendi~
rece a A. B M o efetivo apoio do sistema esta- dos os pedidos relativos a discriminações municipais,
tístico; formulados por pessoas físicas ou jurídicas inte-
considerando que, ao instalar-se a Comissão ressadas no estudo dos problemas do Município;
N acionai Organizadora da Associação Brasileira de considerando, todavia, que essa divulgação, pc~
Municípios, pronunciou o seu Presidente, Senhor la importância de que se reveste, deve ser feita
RAFAEL XAVIER, notável conferência sôbre o tema através de um órgão que se dedique inteiran1ente
"A Organização Nacional e o Município"; à publicação de estudos e estatísticas com discri-
considerando que essa conferência é um subs- tninações municipais, quer para melhor atendimento
tancioso estudo sôbre o desajustamento orgânico res- da obrigação assumida, quer pela necessidade de
ponsável pela hipertrofia dos centros metropolita- facilitar ao público o conhecimento dos diversos
nos e pelo deperecimento econômico e cultural do aspectos da vida municipal, revelados pelas elabora~
interior, constituindo, também, excelente afirmação ções estatísticas,
da amplitude e superior valia dos elementos esta-
tísticos disponíveis; RESOLVE:
considerando que êsse estudo, peta sua objeti~ Art. 1 o - Fica recomendado à Secretaria-Ge~
vidade e segurança na configuração dos problemas ral do Instituto promova o lançamento, com a bre-
expostos, alcançou a mais larga repercussão; vidade possível, das Sinopses de Estatística Mu~
considerando que o autor de "A Organização nicipal, observado o disposto no Decreto-lei n. 0
Nacional e o Município", expressiva figura de técni- 4 181, de 16 de março de 1942, e na cláusula
co em estatística e administração, está ligado ao nona dos Convênios Nacionais de Estatística
Instituto por altos e relevantes serviços e é credor Art 2.o - O Conselho, em face de se tor-
da admiração e reconhecimento do Conselho, nar necessária maior divulgação dos assuntos mu-
nicipais, autoriza a Secretaria-Geral a adotar as
RESOLVE: providências que couberem, no sentido de ser publi-
cada uma "Revista dos Municípios", de periodici~
Art. 1. 0 - Fica expressamente consignado o dade a ser fixada.
interêsse do Instituto pelo movimento municipalista, § 1 o - A publicação a que se refere o pre-
assim compreendido o conjunto de esforços que vi- sente Artigo será planejada de modo que se esta-
sem ao reerguimento e ao progresso da vida do beleça a divulgação, em suas páginas, de estudos,
Município brasileiro, em todos os seus aspectos. ensaios, monografias, etc sôbre Municípios brasi~
Art. 2.o - A Assembléia manifesta o regozijo leiros ou aspectos da vida municipal, além de uma
do Conselho N acionai de Estatística por motivo secção permanente etn que figurem quadros, tabe-
da fundação da Associação Brasileira de Municípios, las e gráficos referentes aos resultados numéricos
com os melhores votos pela realização dos altos dos levantan1entos a que procedam os Órgãos es-
objetivos que a animam. tatísticos
§ 2° - Nesse plano serão também previstas
Art. 3. 0 - O Conselho recomenda à Presi-
dência do Instituto e a todos os órgãos deliberativos secções subsidiárias destinadas à educação e cul~
e executivos do sistema estatístico nacional que tura popular
dispensem à Associação Brasileira de Municípios o Art 3 o - Para a divulgação da "Revista
dos Municípios", a Secretaria-Geral do Instituto
apoio e a cooperação compatíveis com as finalidades
técnicas e culturais da entidade, no sentido de entrará em entendimentos com a Associação Bra-
sileira dos Municípios, de n1aneira a ser estabele~
revitalizar as células municipais.
cida a mais íntitna colaboração dessa entidade para
Art. 4.o - A Assembléia rende efusiva home- o "desideratum" previsto."
nagem ao Senhor RAFAEL XAVIER pela realização,
com fundamento nos dados estatísticos fornecidos
pelo sistema do Instituto, de amplo e penetrante Merece transcrita, também, a Resolucão
estudo dos problemas do País, na conferência sob n. 0 334, da Assembléia-Geral, a respeito" de
o título "A Organização N acionai e o Município", ponderações formuladas à Assembléia Na-
que é anexada à presente Resolução "
cional Constituinte:
Através de sua Resolução n. 0 338, de "A Assen1bléia-Geral do Conselho Nacional de
25 de julho de 1946, a Assembléia-Geral Estatística, usando das suas atribuições, e
considerando que está reunida presenten1ente
do Conselho Nacional de Estatística reco- a Assembléia Nacional Constituinte, convocada, me~
mendou o lancamento das Sinopses Munici- diante livre escolha do eleitorado, a 2 de dezen1bro
pais e autoriz~u a publicação da REVISTA de 1945, para dar ao Brasil uma nova Carta Cons-
titucional;
BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS. É o se- considerando que a Assen1bléia Constituinte es-
guinte o texto da referida Resolução: tá finnada no propósito de assegurar à Nação Bra-
sileira un1a Carta Política que atenda às aspirações
"A Assembléia-Geral do Conselho Nacional de do povo e corresponda aos interêsses de nossa evo-
Estatística, usando das suas atribuições, e lução social;
considerando que, pelo disposto no Artigo 11 considerando que a missão confiada à Assem-
do Decreto-lei no 4 181, de 16 de 1narço de 1942, hléia Nacional Constituinte tnerece o respeito, o
ficou incluída, entre as obrigações a serem. assu- apoio e a colaboração de todos os brasileiros;
midas pelo Instituto, a de publicar anualmente uma considerando que, entre as emendas apresenta-
Sinopse de Estatística Municipal, o que, em face das ao Projeto elaborado pela Comissão de Consti~
dos Convênios Nacionais de Estatística Municipal, tuição, figuratn algumas que tratam de temas coin~
posteriormente celebrados, passou a constituir ex- cidentes com os objetivos de reorganização nacio-
presso compromisso da entidade, nos têrmos da nal que tên1 sido focalizados em Resoluções dêste
alínea c do item I, da cláusula nona; Conselho;
considerando que êsse compromisso ainda não considerando que essas emendas se referem,
foi satisfeito, convindo, porém, apressar o seu cum- particularmente, ao princípio de cooperação inter-
primento, inclusive porque estão sendo observadas governan1ental, ao agrupamento de Municípios, e à
tôdas as de1nais obrigações assumidas pelos pactuan- sistematização dos quadros territoriais - adtninis-
tes dos Convênios; trativos e judiciários - do País,
considerando ainda que, por fôrça do mesmo RESOLVE:
Decreto-lei n. 0 4 181, e de comprmnisso igualmente
assumido nos Convênios, ficou o Instituto com a Art. 1. 0 - O Conselho N aciona! de Estatís-
obrigação de manter um serviço público de infm- tica expressa as suas mais altas homenagens de
mações sôbre o Município; respeito e aprêço à Assembléia Nacional Consti-
considerando que, en1 parte, esta obrigação tuinte, ora reunida, e formula votos por que se
vem sendo atendida pela ampla divulgação que corôe de completo êxito a tarefa, que lhe está
têm tido, nas páginas da Revista Brasileira de Es~ cometida, de assegurar ao Brasil uma Constituição
tatística e em comunicados distribuídos à imprensa baseada em princípios democráticos e que propicie
pela Secretaria-Geral do Instituto, todos os assun~ à Na cão Brasileira diretrizes consentâneas com os
tos referentes à vida municipal, cmn base nos re- fundaffientos de sua formação histórica e os ·inte~
sultados numéricos oferecidos pelos levantamentos rêsses de seu progresso social e cultural.
lNQUÉIIITOS E REPORTAGENS 109

Art. 2. 0 - O Conselho exprime o voto por técnico-administrativo, superintendi-


que possam merecer especial interêsse dos repre~ do pelo respectivo Presidente.
sentantes da Nação os princípios que se fixarem § 3. 0 - À Superintendência Inter-
em emendas ao projeto constitucional, nos seguin- municipal competirá a coordenação
tes têrmos: das administrações municipais, ca-
bendo-lhe, ainda, na forma das re-
I - Quanto aos "sistemas nacionais" de coo- soluções do Conselho, quer a exe-
peração intergovernamental, originálios cução dos serviços de interêsse co-
de convenções políticas: mum dos Municípios associados,
quer a realização ou implantação
Emenda n. 0 2 161 (Para incluir-se técnica dos novos serviços ou em-
nas "Disposições Diversas" do Pro- prêsas".
jeto).
"O princípio de cooperação intergo- III - Quanto à sistematização dos quadros
vernamental é fundamento hábil territoriais - ad1ninistrativos e judi-
para instituir sistemas nacionais de ciários:
atividades ou serviços comuns às Emenda n. 0 3 617 (Para incluir-
diferentes órbitas do Poder Públi- se nas "Disposições Diversas" do
co Os sistemas já instituídos, ou Projeto).
que se instituírem, baseados nesse "Nos atos de divisão territorial -
princípio, reger-se-ão pelo respecti- administrativa e judiciária - pre-
vo estatuto orgânico estabelecido em valecerão, sem prejuízo da compe-
forma convencional". tência privativa de que decorram,
II - Quanto à divisão regional dos Estados as normas orgânicas, de sistematiza-
e criação das Uniões Municipais: ção nacional, previstas em lei fe-
Emenda n. 0 2 830 (Para acresceu~ deral".
ta r-se ao Artigo 125 do Projeto).
"§ 1. o - Por dispositivo das Cons- Art. 3.o - O Conselho considera ainda que,
tituições Estaduais, o regime muni- à luz das observações estatísticas sôbre as condi-
pai poderá admitir o agrupamento ções fundamentais da vida nacional, é digna de
ou consórcio dos Municípios, sob a atenção de todos os brasileiros, e, especialmente,
forma de divisão regional dos superiores Poderes da República, a possibili-
§ 2.o - O Govêrno Intermunici- dade de ser autorizada a interiorização da Capital
pal será exercido pelo Conselho de do País, de modo que as fôrças do progresso se
Prefeitos, cujas resoluções terão por irradiem equitativamente em benefício de tôda a
órgão executivo um departan1ento Nação"

BELO 1-IORIZONTE EM CINQÜENTA


ANOS DE PROGRESSO
Comemorou-se, com grandes solenidades, Várias localidades haviam sido apontadas,
em dezembro do ano findo, a passagem ao longo dos anos, como as que melhor se
do cinqüentenário da fundação de Belo Ho- prestariam à transformação em sede do Go-
rizonte. vêrno Regional, entre as quais Várzea do
Inaugurada como cidade a 12 de de- Marçal, Barra de Jequitibá, Juiz de Fora
zembro de 1897, a capital do Estado mon- e Barbacena.
tanhês, através dêsses cinqü:enta anos de Os adeptos da transferência da capital
vida, teve incomum desenvolvimento. Cons- encontravam sempre, como era natural, forte
truída especialmente, segundo o plano tra- resistência de parte dos ouropretanos que,
çado por engenheiros de visão, para ser a com razão, não queriam ver a sua cidade
sede do govêmo de Minas Gerais, Belo Ho- perder os privilégios de que gozava como
rizonte, com o seu crescimento acelerado nos centro político-administrativo do Estado.
últimos anos, passou a figurar entre as mais Somente no início do período republicano
importantes cidades brasileiras . a corrente favorável à mudança conseguiu
fortalecer-se e agitar, com resultados positi-
As primeiras idéias de mudança da vos, a questão da transferência da capital
capital Até essa época, todavia, ainda não se pen-
A idéia de mudança da capital do Es- sara em construir nova capital, mas apenas
tado, para local previamente escolhido, que em tnudar-se a sede do Govêrno para uma
melhor atendesse ao interêsse da coletivi- cidade, já existente, que se situasse mais
dade mineira, parece ter sido aventada, pela próxima do centro de gravidade geográfico
primeira vez, pelos Inconfidentes Mineiros, do Estado. Foi a 25 de maio de 1890 que
em 1789. essa idéia surgiu, veiculada pelo Coueio
Durante o Império, em várias ocasiões, do Povo, que noticiou a existência de um
a idéia voltou a ser agitada pelo presidente p10jeto de edificação da nova capital nas
Marechal ANDRÉA, pelo deputado Padre margens do Rio das Velhas. Muitas loca-
AGOSTINHO PARAÍSo, na Assembléia Provin- lidades, então, surgiram como credenciadas
cial Mineira, e por muitas outras ilustres à escolha, aí incluído o arraial de Belo Ho-
figuras da política mineira. Não era o sítio rizonte.
de Belo Horizonte, no entanto, lembrado Entre os mais ardorosos adeptos da mu-
para nêle vir a ter sede a Capital de Minas. dança da capital para o sítio de Belo Ho-
110 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

rizonte, estava AUGUSTO DE LIMA, que, meras "bandeiras", grandes e pequenas em-
nomeado Governador Provisório do Estado, brenharam-se, por êsse tempo, nos s~rtões
pelo General DEODORO DA FONSECA, assinou mineiros, entre as quais a do paulista JoÃo
decreto transferindo a sede do Govêrno Es- LEITE DA SILVA 0RTIZ, que descobriu as
tadual para aquêle arraial, onde se consti- terras onde se encontra, no momento, a ca-
tuiria uma cidade, mas pouco depois, anulou pital do Estado montanhês.
o decreto, que ainda não havia sido publicado, ORTIZ, partindo de São Paulo, em 1701,
encaminhando a solução do caso ao Congres- veio acampar no vale do Ribeirão Grande
so Constituinte, prestes a reunir-se. ao pé da Serra de Congonhas (hoje Serr~
A 7 de julho de 1891, o Congresso do Curral), estabelecendo-se aí com a fa-
Constituinte (Câmara e Senado reunidos) zenda a que denominou de Cercado, em
aprovou um substitutivo, do Deputado ADAL- cujas terras fêz roças, plantações e cuidou
BERTO FERRAZ, ao Artigo 121 da Constitui- da criação de gado .
ção que se elaborava e relativo à mudança Em 1711, ORTIZ obteve, em seu favor
da capital. O substitutivo, aprovado por Carta de Sesmaria das terras limitadas pela~
trinta e cinco contra trinta e quatro votos, e Serras do Curral, do Jaborema, do Jatobá
também em terceira discussão, na sessão se- do Jos~-Vieira, do Pangareis, do Taquaril:
guinte, estabelecia: a) a mudança da capital; do Navw, do Rola-Moça e da Mutuca. Nessa
b) a reunião das duas Câmaras, após o en- época, começou a formar-se o arraial de
cerramento da primeira sessão ordinária, pa- Curral del-Rei, assim chamado porque aí se
ra a escolha dos locais a serem estudados por encurralava, depois de contado à margem
uma comissão a nomear-se; c) a designação, do riacho Contagem, para pagar tributos ré-
pelas duas Câmaras reunidas em Congresso, gios em Sabará, o gado procedente dos ser-
na segunda sessão ordinária, do local para a tões do São Francisco e da Bahia . ORTIZ
construção da nova capital, tendo em vista os logo mandou construir uma capela na po-
estudos efetuados, fazendo essa lei parte da voação que nascia - a capela da Boa Via-
Constituição; d) a regulamentacão do modo gem. Em 1718, Curral del-Rei foi elevado
de ser efetuada a construção, ~om a subse- à categoria de freguesia. Nesse mesmo ano,
qüente votação dos meios para a mudança, casava-se o seu fundador, na capitania de
em quatro anos improrrogáveis. O substituti- São Paulo, com D. ISABEL BUENO, filha de
vo do Deputado ADALBERTO FERRAZ consti · BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, uma das
tuiu o Artigo 13 das Disposições Transitórias grandes figuras da história do bandeirismo.
da Constituição do Estado, promulgada a 15 O fundador de Curral del-Rei vendeu as pro-
de junho de 1891. priedades em 1722, para ir descobrir lavras
auríferas em Goiás, vindo a falecer no Re-
A 13 de dezembro de 1893, sob o go-
cife, pouco tempo depois, a 9 de dezembro
vêrno de AFONSO PENA, após longas e acalo-
radas discussões parlamentares, o sítio de Be- de 1730.
lo Horizonte foi definitivamente escolhido Desenvolvia-se a povoação aos poucos.
para Mme aa nova cap1ta!. Pela Lei n. 0 3, Em 1808, fazia-se em Curral del-Rei a pri-
promulgada a 17 de dezembro de 1893, adi- meira tentativa industrial, com o estabeleci-
cional à Constituição, ficou estabelecido que mento de uma fundição de ferro e bronze; e,
a cidade a ser construída se denominaria em 1814, criava-se a sua primeira escola pú-
Minas, devendo a mudança da sede do Go- blica. A sede da freguesia, por êsse tempo,
vêrno estadual realizar-se dentro de quatro contava com 231 fogos e 1 801 habitantes.
anos, improrrogàvelmente. Com as capelas filiais de Sete Lagoas, Con-
tagem, Santa Quitéria, Buritis, Capela Nova
Origens históricas de Belo Horizonte do Betim, Piedade do Paraopeba, Brumado,
À sedução do ouro e da riqueza deve Itatiaiaçu, Mateus Leme, Neves, Aranha e Rio
o Brasil a sua atual extensão territorial. Não Manso, perfazia a população de oito mil
fôssem os bandeirantes, que se embrenharam almas. Em conseqüência, entretanto, de cons-
pelo sertão indevassado, dilatando as nossas tantes desmembramentos, a população da fre-
fronteiras para muito além da linha esta- guesia de Curral del-Rei foi decrescendo. Em
belecida pelo tratado de Tordesilhas, o Bra- 1877, contava com a metade de sua antiga
sil talvez fôsse, hoje, apenas a faixa litorânea população e, em 1883, com, apenas, 2 650
dominada pela colonização portuguêsa. Aos habitantes. Apesar disso, a povoação pros-
bandeirantes paulistas, em suas arrancadas perava. Uma fábrica de tecidos de algodão,
pelo sertão, deve-se a criação de grande nú- com 36 fusos e 6 teares, já estava funcio-
mero das atuais cidades mineiras, em vir- nando. Outra fundição de ferro e bronze
tude de, quando em busca dos campos ge- foi fundada no lugar denominado Cardoso
rais, irem plantando pequenas povoações à e o Serviço Postal continuava suas ativida~
passagem das "bandeiras". Desde 1669, as des, iniciadas que foram em 1881.
notícias correntes sôbre fabulosas riquezas Em 1889, logo após a proclamação da
existentes nas Minas atraíram grande número República, o Clube Republicano, então fun-
de aventureiros para as terras hoje perten- dado, cogitou da mudança do nome do ar-
centes ao Estado de Minas Gerais. MANUEL raial. Várias denominações foram propostas,
BORBA GATO descobriu; nessa segunda me- entre as quais a de Belo Horizonte, apresen-
tade do século XVII, as riquíssimas minas tada pelo capitão JosÉ CARLOS VAZ DE
de ouro de Sabarabuçu. Espalhando-se, rà- MELO. 'Por decreto de 12 de abril de 1890,
pidamente, a notíc~ do descobrimento, ve- o lugarejo passou a denominar-se Belo Hori-
rificou-se a invasão do território mineiro por zonte. Contava a povoação, nessa época, com
grupos de aventureiros de diferentes espécies, cêrca de quatro mil habitantes, 172 casas,
que o percorreram em tôdas as direções. Inú- duas escolas públicas, dezesseis estabeleci-
INQUÉRITOS E REPORTAGENS lll

mentos comerciais, oito ruas, dois largos, o Orfanato Santo Antônio, para servir de
duas capelas e uma igreja, trinta e uma fa- cemitério provisório, sendo nêle feitos se-
zendas de cultura e criação, oito olarias, duas pultamentos até 1897.
caieiras, quarenta fábricas de farinha de Com o início dos trabalhos de edifica-
mandioca, oito curtumes de barbatimão, de- cão da nova capital, os belo-horizontinos, se,
zesseis engenhos de açúcar e várias pedreiras por um lado, se achavam contentes porque
de granito e calcáreo. Possuía grandes cul- viam realizar-se antigo sonho, começaram,
turas de mandioca e de cana de açúcar, de outro, a inquietar-se, temendo pela sorte
pequenas plantações de cafeeiros e videiras, de suas propriedades, pois, para a consecu-
bons pomares e criação de gado. Sua rua ção do grande empreendirri":nto da constru-
principal era a Marechal Deodoro, antiga Ção da Capital, era necessário fôsse desapro-
rua do Saco. priada tôda a área destinada a receber a
Era êsse o aspecto geral de Belo Hori- sede do Govêrno Regional, isto é, todos os
zonte, quando para lá se dirigiram os técni- terrenos, prédios e benfeito:das do distrito
cos encarregados de determinar o melhor lu- de Belo Horizonte.
gar para a construção da nova capital mi-
neira. Por Decreto baixado a 5 de junho de
1895, pelo Presidente do Estado, sob o nú-
mero 716, a povoação, que pertencia ao Mu-
A construção da nova cidade nicípio de Sabará, foi desligada, tornando-se
independente e administrada pelo Enge-
Promulgada a Lei n. 0 3, adicional à nheiro-Chefe da Comissão Construtora. Por
Constituição do Estado, a qual determinava outro Decreto, 776, assinado a 30 de agôsto,
fôsse construída em Belo Horizonte, dentro autorizava-se a desapropriação, amigável ou
de quatro anos improrrogáveis, a nova sede judicial, de tôda a área constante da planta
do Govêrno Regional de Minas Gerais, o n. 0 2 do Relatório da Comissão de Estudos
Presidente AFONSO PENA, pouco depois, das localidades indicadas para sede da ca-
criou a respectiva Comissão Construtora, no- pital do Estado, que já havia sido aprovada
meando para chefiá-la o Engenheiro AARÃO pelo govêrno, pelo Decreto n. 0 712, de 14
REIS. Êste, depois de escolher os seus auxi- de maio dêsse ano. Esperava-se grande re-
liares, se dirigiu para Belo Horizonte, ali sistência dos belo-horizontinos às desapro-
instalando os trabalhos de construção da nova priações. A área desligada do Município de
capital a 1.0 de março de 1894, em meio a Sabará era de 19 200 000 metros quadrados
grande regozijo popular . A população cres- A habilidade do Sr. AARÃO REIS soube con-
cia ràpidamente com a afluência de operá- tornar tôdas as dificuldades e, assim, sem
rios que para ali se dirigiam, a fim de tornai muitos embaraços, desapropriaram-se as 430
parte nos trabalhos de edificação da nova propriedades existentes no arraial. Os pro-
cidade, e de comerciantes e profissionais de prietários receberam indenizações em dinhei-
várias atividades. O quadro do pessoal da ro e em lotes na cidade que se construía.
Comissão Construtora, segundo o Decreto 680, As desapropriações custaram ao Estado Cr$
era composto de 194 funcionários, e, com 841 666 36 variando as indenizações pagas
êle, o Engenheiro AARÃO REIS iniciou os
trabalhos preliminares de construção, sendo
entre C;S J5 000,00 (fazenda do Barreiro)
e Cr$ 25 00 (cada uma das casinhas do Ca-
batida, a 5 de março, à margem do Ribeirão pim e Lagoinha) . Houve, então, o êxodo
dos Arrudas, antigo Ribeirão Grande, a pri- da população para outras terras e ~ara as
meira estaca de exploração do ramal Férreo adjacências do distrito de Belo Honzonte.
O arraial, por êsse tempo, era bastante E os trabalhos de construção se aceleraram.
pobre. Havia, somente, um hotel, de pro-
O plano de edificação da nova capital
priedade do Sr. ANTÔNIO JoAQUIM DA SIL-
compreendia a construção de vários templos,
VEIRA, onde se hospedavam os funcionários
para substituir os existentes, que seriam de-
da Comissão Construtora. Todavia, a partir
molidos. Entretanto, para que não se demo-
da instalacão dos trabalhos de edificação da
lisse a Matriz da Boa Viagem, - templo
nova capital, começaram a surgir novos ho-
tradicional da povoação, - fizeram-se modi-
téis e estabelecimentos comerciais melhor
ficacões na planta da cidade, de maneira que
abastecidos. O traçado do ramal férreo, pela
aqu~la igreja ficasse ocupando o centro de
margem esquerda do Arrudas, .iá havia sido
uma praça.
aprovado pelo govêrno. Em agôsto de 1894,
a Comissão Construtora firmava contrato A 19 de agôsto de 1894, estando para
com à Estrada de Ferro Central do Brasil, terminar o govêrno do Conselheiro AFONSO
com referência ao entroncamento do Ramal PENA e já eleito o seu sucessor, o Sr. CRIS-
no sítio dos Arrudas. A estação que estava PIM JACQUES BIAS FORTES, os dois presi-
sendo construída pela firma "Edwards, Ca- dentes - o ainda em exercício e o eleito -
marate & Soucasseaux", seria denominada fizeram uma visita às obras de construção
General Carneiro, lancando-se a pedra funda- da nova capital mineira. Chegaram na tarde
mental no primeiro dia de fevereiro do ano de 19 de agôsto, ficando na localidade até
seguinte, data em que se inaugurava o ser- o dia 21. Nesse dia, o Engenheiro-Chefe ofe-
viço telegráfico do arraial receu-lhes um almôço de despedida, durante
Belo Horizonte, por essa época, não o qual usaram da palavra o chefe da Comis-
tinha ainda um cemitério, realizando-se os são Construtora, e os dois presidentes, que
sepultamentos no terreno em frente à capela expressaram satisfação pelo bom andamento
da Boa Viagem. O chefe da Comissão Cons- dos trabalhos de construção da cidade.
trutora mandou, então, reservar e fechar uma Alguns dias depois, a 27 do mesmo mês,
área de terreno, no local onde hoje se situa membros da Comissão Construtora funda-
112 HEVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

ram a biblioteca denominada "Sociedade Li- Foi um dia festivo para a florescente po-
terária Belo Horizonte", hoje Biblioteca Mu- voação.
nicipal, e o "Museu Paula Oliveira". Por -O abastecimento de água do arraial era
êsse tempo, foi impresso o 1. 0 fascículo da deficiente e, para atender às necessidades
Revista Geral dos Trabalhos da Comissão da população que aumentava cont1nuamente,
Construtora, destinada a registrar os acon- a Comissão mandou instalar uma rêde de
tecimentos e os documentos históricos de distribuição provisória, com 29 torneiras e
Belo Horizonte. 15 chafarizes públicos. Por êsse tempo, foi
Terminado o período administrativo do designado subdelegado de Polícia de Belo
Conselheiro AFONSO PENA, assumiu a Presi- Horizonte o Capitão ANTÔNIO LOPES DE
dência do Estado, a 7 de setembro de 1894, OLIVEIRA, removido de Sabará e com 10
o Sr. CRISPIM ]ACQUES BIAS FoRTES, que praças às suas ordens. Também nessa época
escolheu para Secretário da Agricultura, Co- apareceram os primeiros jornais de Belo
mércio e Obras Públicas do seu govêrno o Horizonte, todos .de vida relativamente efê-
Sr. FRANCISCO SÁ. mera. O primeiro a surgir foi o Bélo Hori-
A planta geral da cidade, desenhada sob zonte, semanário fundado pelo Padre FRAN-
CISCO MARTINS DIAS, publicado a 7 de se-
a orientação dos Srs. AARÃO REIS e AMÉRI-
ca MACEDO, ficou concluída a 23 de março tembro de 1895. Quatro outros jornais cir-
de 1895 e foi aprovada pelo Decreto 817, cularam no arraial durante o período de
de 19 de abril do mesmo ano. Pelo Decreto construcão da nova cidade.
818, do mesmo dia, ficou determinada a At~ o ano de 1895, o arraial não con-
construção de casas para os funcionários pú- tava com nenhuma casa de diversões. Nesse
blicos. ano, porém, foi construído um barracão à
rua de Sabará, nêle se instalando o "Teatro
Mercê de divergências surgidas entre o Provisório", no qual se apresentaram várias
Engenheiro-Chefe e o Secretário da Agri- companhias. No ano seguinte, fêz grande
cultura, Comércio e Obras Públicas, o Sr. êxito na localidade o primeiro fonógrafo
AARÃO REIS exonerou-se, a 20 de maio, da aparecido em Belo Horizonte .
chefia da Comissão Construtora, sendo no- 0 Sr. FRANCISCO BICALHO, procurando
meado para substituí-lo o Sr. FRANCISCO DE resolver o problema dos transportes dentro
PAULA BICALHO, que se empossou a 22 do da área da futura cidade, autorizado pelo
mesmo mês. govêrno, mandou construir uma rêde de
Durante o primeiro período de edifi- viação urbana de 26 937 metros de extensão,
cação da nova capital, nenhuma casa, rua para servir à pedreira do "Calcáreo", no
ou avenida estava definitivamente construí- Acaba-Mundo, passando pela rua Espírito
da, pois não se passou dos trabalhos de cál- Santo e pela praça da Liberdade; as pedrei-
culos e projetos. ras da "Viação" e "Lagoinha", no bairro dêsse
O novo Engenheiro-Chefe, logo depois nome, passando pela Avenida Afonso Pena;
da posse, reorganizou a Comissão Constru- a pedreira do "Morro das Pedras", passando
tora e deu outra distribuição ao pessoal con- pelo Barro Preto; e pedreira do "Carapuça",
tratado. no Cardoso; o Quartel do 1.0 Batalhão, pas-
O Ramal Férreo, iniciado na adminis- sando pela Avenida Afonso Pena; e os lu-
tração do Sr. AARÃO REIS, já estava quase gares denominados Caracará e Reservatório.
concluído, e a 25 de julho de 1895 a Co- Nesse ramal férreo urbano, trafegaram seis
missão firmou contrato com a diretoria da locomotivas do Estado e uma particular, de
Estrada de Ferro Central do Brasil, pelo propriedade do CONDE DE SANTA MARINHA.
qual esta se comprometeu a fornecer-lhe três No início das obras de edificação da
locomotivas, quinze vagões, vinte vagões- nova capital mineira, o arraial de Belo Ho-
-gôndolas e quinze plataformas, devendo o rizonte possuía duas escolas públicas, uma
material, que passaria a ser propriedade da para o sexo masculino e outra para o femi-
referida ferrovia, ser usado no transporte de nino. A 1. 0 de outubro de 1896, foi ali fun-
cargas para Belo Horizonte, deduzidos dos dado o primeiro colégio particular - O "Co-
fretes cobrados pela Estrada 20% em favor légio Cassão", pelas Senhorinhas LEOPOLDI-
da Comissão Construtora, para indenização NA e ROMUALDA CASSÃO. Pouco depois, ins-
do preço do citado material, que foi enco- talou-se o "Colégio Progresso", dirigido pelas
mendado na Europa. A 26 de julho chegava ProfessÔras D. JÚLIA VIEIRA DA FONSECA
à povoação, pela primeira vez, a locomotiva e Srta. MARGARIDA FONSECA. No ano se-
"Belo Horizonte". A inauguração solene do guinte, a 1. 0 de fevereiro, o Padre FRANCIS-
ramal realizou-se a 7 de setembro daquele co MARTINS DIAS fundava o "Colégio da
ano, quando se festejava o primeito aniver- Imaculada", dirigido pela Professôra D. MA-
sário de administração do Presidente BIAS RIA OLIVIERI. Anexa a êste, dois anos depois,
FORTES. Nesse mesmo dia, foram lançadas funcionou uma Escola Normal.
as pedras fundamentais dos edifícios públi- As primeiras práticas desportivas foram
cos da capital em construção. Dois trens es- iniciadas no arraial pelo "Clube 17 de De-
peciais, vindos de Ouro Preto e do Rio de zembro", - fundado por moços da Comissão
Janeiro, chegaram ao arraial, conduzindo o Construtora - que realizou alguns exercí-
Presidente BIAS FoRTES, Secretários, Minis- cios de tm f e em pista improvisada. Apare-
tros, parlamentares, magistrados e convida- ceu, também, por êsse tempo, a primeira
dos. Houve missa campal e banquete no fu- bicicleta em Belo Horizonte, sendo o seu
turo parque da cidade e, à noite, concêrto proprietário o Sr. FERNANDO ESQUERDO, nas-
no Escritório Central da Comissão, fazendo- cendo, daí, o gôsto pelo ciclismo, ràpidamen-
-se ouvir vários musicistas de Ouro Preto. te desenvolvido na capital em construção
lNQUÉRlTOS E REPORTAGENS 113

Várias sociedades beneficentes começaram - na antiga e na nova capital. Na primei-


a aparecer, entre as quais as que congrega- ra, erguia-se para os céus o triste côro das
vam os elementos das colônias italiana e es- lamentações. Na segunda, o ruído alviça-
panhola existentes no arraial. reiro das vésperas de festas .
A 8 de fevereiro de 1896, foi inaugura-
da a primeira casa particular, construída O custo de construção da cidade
dentro dos planos de edificação da capital, Quando o Congresso Mineiro votou a
na Avenida Amazonas, entre a rua Tupinam- Lei n. 0 3, adicional à Constituição do Estado,
bás e a Avenida Afonso Pena, de proprie- que determinou a construção, no arraial de
dade do Sr. CARLOS MONTE VERDE. SurgÍ- Belo Horizonte, de uma cidade para servir
ram depois muitas outras casas, nas zonas de sede do Govêrno Regional, dentro de qua-
urbana e suburbana, e apareceram as pri- tro anos improrrogáveis, muitos não acredi-
meiras bandas musicais, farmácias, cerveja- tavam na exeqüibilidade do empreendimento
rias, casas de ferragens, carpintarias e mar- em prazo tão curto. Entretanto, enfrentan-
cenarias e os primeiros carros de praça e do as maiores dificuldades, lutando contra
carrocinhas para distribuição de pães. obstáculos de tôda a espécie, puderam os en-
O palácio presidencial, construído na genheiros da Comissão Construtora, à custa
Praça da Liberdade, foi iniciado a 25 de de ingentes esforços e de muito sacrifício,
novembro de 1895, e ainda não estava con- concluir a edificação da nova capital alguns
cluído quando se realizou a inauguraçãq da dias antes de se esgotar o prazo estabelecido
cidade. As várias Secretarias também fo- pela Carta Política do Estado.
ram construídas na Fraca da Liberdade . A O arraial era bastante pobre e não dis-
construção do prédio do Ginásio Mineiro punha dos menores recursos. Tudo ainda
foi iniciada em março de 1897 e concluída estava por fazer em Belo Horizonte. A pri-
em 1898 Ao invés do ginásio, foi nêle ins- meira fase de construção da cidade, que se
talado o Fôro. Reformado mais tarde, prolongou de março de 1894 a maio de 1895,
passou a ser a sede da Escola Normal, hoje foi quase exclusivamente dedicada ao pla-
Instituto de Educação. nejamento das obras a serem realizadas.
A construção das casas para funcionários Até maio de 1897, haviam sido votados
públicos, prevista na planta geral da cidade, três créditos, no valor total de Cr$ ....
foi iniciada em meiados de 1895. Em junho 25 000 000,00, para as obras de construção
de 1897 estavam concluídas as obras para o da cidade. Tinham sido gastos, dêsses cré-
abastecimento de água da capital. O servi- ditos, até essa ocasião, Cr$ 17 515 873,70,
ço de canalização e esgotos ficou concluído havendo, portanto, o saldo de Cr$ ..... .
pouco antes da inauguração da nova cidade. 7 484 126,40. Em princípios de 1897, o Es-
A povoação ainda não contava com ilu- tado contraiu um empréstimo com o Banco
minação de qualquer espécie. Aproveitando de Paris e Países Baixos, que deixou o re-
uma queda d'água do Arrudas, com capaci- sultado líquido de Cr$ 27 515 019,30, gas-
dade para 150 cavalos-vapor, o Engenheiro- tos na terminação das obras da capital e em
-Chefe da Comissão Construtora contratou auxílios à viação férrea, de acôrdo com o
com a Companhia Mineira de Eletricidade disposto pela Lei n. 0 187.
de Juiz de Fora as instalações elétricas ne- Desde o início dos trabalhos de cons-
cessárias, pelo sistema Westinghouse, e man- trução, até a inauguração da cidade, o Te-
dou construir a reprêsa do Freitas. A 11 de souro do Estado despendeu, nesse empreen-
dezembro de 1897, um dia antes da insta- dimento, cêrca de 33 milhões de cruzeiros
lação da nova capital, foi inaugurada a ilu- Até 15 de maio de 1899, o custo da capital
minação da cidade entre grandes festejos po- m::mtava em Cr$ 36 301 940,10. Dessa épo-
pulares. ca até o ano de 1926, o Tesouro do Estado
gastou mais alguns milhões de cruzeiros e111
Belo Horizonte, então, já era comarca. obras e serviços realizados posteriormente à
Pela Lei mineira n. 0 223, promulgada em se-
inauguração da cidade. Computando-se os
tembro de 1897, ficava criada na cidade de gastos efetuados pela União, em edificios e
Minas uma comarca de 4.a entrância, com obras federais, e o que despenderam os par-
a denominação de "Belo Horizonte", insta-
ticulares na construção de prédios e monta-
lada a 21 de março de 1898, no edifício
gem de fábricas, o custo da nova capital,
construído para ser sede do Ginásio Mineiro.
até aquêle ano, se eleva a cêrca de 250 mi-
A primeira repartição pública instalada lhões de cruzeiros .
em a nova cidade foi a Coletoria Estadual,
A mudança da capital, que se iniciou
conjuntamente com a Caixa Econômica, lo-
a 10 de agôsto de 1897, com a instalação
calizada provisoriamente no prédio da Co-
da Coletoria Estadual e da Caixa Econômi-
missão Construtora, no dia 10 de agôsto de
ca no prédio que servia de sede à Comissão
1897. E o primeiro dos Poderes Públicos
Construtora, e se intensificou no período
que se transferiu para a cidade de Minas foi
compreendido entre os meses de setembro
o Judiciário, representado pelo Tribunal de
e dezembro dêsse ano, custou ao Tesouro
Relação, que se instalou a 1 ° de setembro,
Mineiro a importância de Cr$ 34 937,40.
em uma sala da Secretaria do Interior. Tô-
da a mudança da capital se foi fazendo de
Inauguração oficial da nova capital
setembro a dezembro daquele ano, só per-
manecendo em Ouro Preto a Imprensa Ofi- Às vésperas da instalação solene da ca-
cial, cujo prédio, na nova sede do govêrno, pital, em sua nova sede, Belo Horizonte
ainda não se achava concluído. Foi êsse um apresentava movimento e animação jamais
período de intensa agitação nas duas cidades verificados anteriormente . Grande entusias-

R :P M.- 8
114 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

mo reinava entre os seus habitantes e a po- ao pavilhão central, assinou o Decreto n.o
pulação crescia diàriamente, de forma im- 1 085, que inaugurou oricialmente a nova
prevista, com as levas de pessoas que che- sede do Govêrno Mineiro . Depois de refe-
gavam para se incorporar, desde os primeiros rendado pelos Secretários do Estado, 0 De-
momentos, à vida da nova capital. Os hotéis creto foi lido, em voz alta, para o povo, pelo
da cidade tornaram-se, de repente, insufi- Sr. EsTÊVÃO LOBO, oficial de Gabinete da
cientes para abrigar os inúmeros forasteiros, Presidência. Foi dada, nesse momento, uma
seduzidos talvez pelas possibilidades que ofe- salva de 21 tiros, e três bandas de música
recia a nova sede do Govêrno do Estado . executaram o hino nacional. A multidão
A Comissão encarregada dos festejos aclamava delirantemente os três Poderes do
inaugurais, constituída de elementos de tô- Govêrno, o Conselheiro AFONSO PENA e as
das as classes da sociedade belo-horizontina, principais figuras que haviam concorrido
cuidava, entusiàsticamente, da ornamentação para a construção da nova capital. Nesse
da cidade e de todos os preparativos para as momento, uma chuva de pétalas de flôres
solenidades do grande dia que se aproximava. caiu sôbre a cabeça do Presidente BIAS
Belo Horizonte, nessa ocasião, contava FORTES. Vários oradores discursaram, enal-
já com cêrca de dez mil almas. tecendo o acontecimento e os seus realizado-
Dois grandes arcos triunfais foram ar- res. Em seguida, realizou-se o "Te-Deum",
mados, um na Praça da Liberdade e outro fazendo-se ouvir uma orquestra de Ouro
na Praça da Estação. As casas das ruas prin- Preto.
cipais apresentavam-se enfeitadas de flôre~ Fatigado pela viagem e pela caminhada
e folhagens a pé pelas ruas da cidade, o Presidente BIAS
A 11 de dezembro, à tarde, inaugurou-se FORTES e sua família recolheram-se ao Pa-
a luz elétrica da cidade Com enorme ansie- lácio Presidencial, terminando assim a so-
dade e forte expectativa, a população se re- lenidade inaugural da cidade de Minas O
colheu para aguardar o dia seguinte . povo, porém, continuou pelas ruas até altas
Ao alvorecer do dia 12 de dezembro de horas da noite, festejando o acontecimento.
1897, os habitantes de Belo Horizonte foram Os festejos inaugurais ainda prosseguiram
despertados por uma salva de 21 tiros, pelos no dia seguinte, com manifestações de aprêço
sons vibrantes do hino nacional e das mar- ao Presidente BIAS FORTES e à Comissão
chas triunfais tocadas por duas bandas de Construtora .
música. 0 Engenheiro FRANCISCO BICALHO apre-
Às 5 horas da madrugada, partiram de sentou, nesse dia, o seu pedido de exonera-
Barbacena, com destino à nova capital, o ção da chefia da Comissão Construtora, no
Presidente BIAS FoRTES e sua grande comi- que foi seguido pelos seus auxiliares ime-
tiva. Um trem especial partiu de Belo Ho- diatos. Sàmente pelo Decreto 1 099, de 3
rizonte às 11 horas, levando numerosa cara- de janeiro de 1898, foi extinta a Comissão,
vana ao encontro do Presidente do Estado passando os serviços a ela atinen{es à Se-
e dos seus auxiliares e convidados. cretaria de Agricultura, Comércio e Obras
Ao meio dia chegou à estação de Gene- Públicas.
ral Carneiro o comboio presidencial, recebi- Várias homenagens receberam ainda o
do ao som do hino nacional e entre ruidosas Sr. FRANCISCO BICALHO e seus auxiliares no
aclamações populares. As locomotivas "Be- decorrer dos meses de dezembro e janeiro
lo Horizonte" e "Ouro Preto" conduziram do ano seguinte A 2 de janeiro, o Presidente
a grande composição de treze carros que BIAS FORTES ofereceu, no Palácio Presiden-
partira de General Carneiro às 13,15 horas. cial, um grande banquete aos membros da
Às 14 horas, chegavam a Belo Horizonte o Comissão Construtora, durante o qual dis-
Presidente CRISPIM }ACQUES BIAS FORTES cursaram diversos oradores, exaltando a o-
e sua comitiva e os membros da Comiss;;o bra realizada.
que se dirigiram ao encontro do trem presi- A criação da Prefeitura Municipal
dencial O povo delirou de contentamento e
entusiasmo. Cêrca de oito mil pessoas. aglo- A Prefeitura Municipal da cidade de
meradas na Estacão de Minas e adiacências. Minas foi criada poucos dias depois da inau-
prorromperam e~ aclamacões ao Presirlent<o> gurarão da nova sede do Govê~no Mineiro,
do Estado, aos membros da Comissão Cons- isto é, a 26 de dezembro de 1897, pelo De-
trutora, aos Secretários do Govêrno e a tôdas creto n. 0 1 088 Nesse mesmo rlia. era
as pessoas ele destaque que haviam contri- nomeado seu primeiro Prefeito o Sr ADI\L-
buído para a mudança da capit31 Na Praça BERTO DIAS FERRAZ DA Luz, antigo Chefe
da Estação, formou-se o grande cortejo, que da Divisão dos Serviços Municipais da ex-
seguiu a pé pela Avenida Amazonas, rua <inta Comissão Construtora A instala~ão da
Espírito Santo, Avenida Afonso Pena, rua Prefeitura realizou-se a 3 rle ianeiro de, 1893,
da Bahia, rua Gua.iaiaras e Avenida da Li- no roeRmo dia em QPe foi "ssinado n decreto
berdade, e chegou à Praça da Liberdade. de extinção da Comissão Construtora da ci-
Em frente ao Palácio Presidencial esta- dade
vam armados o pavilhão central, em forma Os primeiros atos da administracão do
de zimbório, destinado à assinatura do decre- Prefeito de Minas visaram à organizacão dos
to inaugural e os pavilhões construídos para servico' municipais e o fornecimento' de ta-
os convidados e para as bandas de música belas ele pesos e medidas às casas comerciais
O Presidente BrAS FORTES, de posse da ca- No dia 4, o Sr. ADALBERTO DlAS FERRAZ D<\
neta de ouro e do tinteiro de prata ofere- Luz determinou fôsse iniciarlo o reP"istro de
cidos pela população, especialmente para óbitos no cemitério definitivo. mais tarde
aquela solenidade, pouco depois de chegar denominado cemitério de Bonfim Pelo De-
lNQUÉHITOS E REPOHT AGENS 115

ereto n. 0 1 113, de 16 de março daquele Pangaréis, do Taquaril, do Navio, do Rola-


ano, foi aprovado o regulamento do impôsto -1V1oça e da Mutuca. A área do Município
de indústrias e profissões. O Prefeito, então, é, atualmente, de 194 milhões de metros
ordenou fôsse feito o primeiro lançamento quadrados.
de impostos do Município. A cidade de Mi- Belo Horizonte limita-se a oeste com
nas contava, por ocasião da inauguração ofi- os Municípios de Betim e Pedro Leopoldo,
cial da nova sede do Govêrno do Estado, começando na serra do Curral, no ponto de-
com 500 casas residenciais, comerciais e in- nominado serra da Piedade, no entronca-
dustriais, além dos prédios em que se insta- mento com a serra do Jatobá, junto à Var-
laram as Secretarias e os serviços públicos. gem da Caveira; segue pela cumiada da serra
Impulsionada pela iniciativa particular do J atobá e pelo espigão divisor dos ribei-
e oficial, a cidade crescia ràpidamente nos rões Jatobá e Ibirité, passando pelo Tunel
seus primeiros tempos de vida. Autorizadas de J atobá, até atingir o Alto da Lagoa Sê-
pelo Govêrno, várias firmas particulares de- ca; continua pelo divisor entre o ribeirão de
ram início à construção de vilas populares, Jatobá e o córrego da Ferrugem, passando
constituídas de grupos de pequénas casas pelos morros Vermelho e Grande até o ponto
para alugueres a baixo preço A primeira a fronteiro à cabeceira do afluente do ribeirão
surgir foi a Vila Bressane, construída nas dos Arrudas, que tem sua foz nas proximida-
ruas Grão Mogol e Alfenas. des do quilômetro 624 da Estrada de Ferro
Em 1898, foi elaborado e decretado o Central do Brasil; desce por êste afluente
primeiro orçamento da receita e despesa dB até o ribeirão do J atobá, pelo qual segue
Prefeitura de Minas, para o ano seguinte, até a foz do córrego do Barreiro; sobe por
no montante de Cr$ 500 500,00. O orça- êste até a linha férrea da Central do Brasil;
mento para 1947, ano do cinqüentenário da continua por esta linha até o ribeirão dos
cidade, atingiu a importância de Cr$ Arrudas, pelo qual sobe até a foz do cór-
70 293 000,00. rego da Ferrugem; sobe por êste córrego
Os primeiros calçamentos a paralelepí- até o ponto mais próximo do quilômetro 889
pedos da cidade foram iniciados em 1899. da linha férrea da Rêde Mineira de Viacão·
Durante a administracão do Prefeito FLÁVIO segue em reta até êste ponto; continua peh~
DOS SANTOS, iniciara'm-se os trabalhos de via férrea até o córrego dos Carneims, descen-
pavimentação das vias públicas a macadame do por êste até o córreço da Água Branca, pe-
betuminoso e asfalto. lo qual segue até a grota do Desbarrancado;
0 ~refeito 0TACÍLIO NEGRÃO DE LIMA, sobe pelo Desbarrancado e pelo espigão en-
que, no momento atual, ocupa pela segunda tre os córregos dos Carneiros e do Sebastião
vez a Prefeitura da cidade, durante o pe- até o alto fronteiro ao córrego das Taiobas;
ríodo de sua primeira administração, que se continua por espigões, contorna as cabecei-
extendeu de 8 de abril de 1935 a 18 de ras do córrego dos Coqueiros e segue pelo
abril de 1938, pavimentou grande parte da Alto de João Gomes, divisor de águas dos cór-
cidade e dos subúrbios, sendo sua obr.,; com- regos da Ressaca e João Gomes, até defrontar
pletada, alguns anos mais tarde, pelo Sr. a cabeceira do córrego da Luzia; continua pe-
JUSCELINO KUBITSCHECK DE OLIVEIRA. lo divisor da vertente da margem direita do
Em 1901, o Congresso Mineiro restabe- córrego da Luzia até atingir êste córrego,
leceu como nome da cidade a antiga deno- na confluência do seu afluente da margem
minação de Belo Horizonte, que fôra dada esquerda, que vem da Barroca, junto ao Açu-
ao arraial em 1890, em substituição ao de de dos Campos; desce pelo córrego da Luzia
Curral del-Rei. Até essa época, a capital mi- até sua foz, no ribeirão do Cabral; atraves-
neira, em obediência à Lei n. 0 3, de dezem- sando êste ribeirão, sobe o espigão fronteiro
bro de 1893, denominava-se Minas, apesar de e continua pelos contrafortes do morro do
muito poucos se referirem a ela sob essa Confisco, até o ponto fronteiro à cabeceira
denominação. do córrego que passa no sítio do Tenente
Em setembro de 1902, inaugurava-se no Castorino; desce por êste córrego até a sEn
Município da capital o serviço de bondes foz, no córrego de Muniz ou Braúnas; atra-
elétricos, com quatro carros, sendo aprovei- vessando êste último, sobe os espigões fron-
tadas para isso as linhas do extinto ramal teiros e continua pelo divisor da vertente da
férreo urbano do tempo da construção da margem esquerda do córrego da Água Funda
cidade ou Cangorra até o Alto da Mamoneira, al-
Com o desenvolvimento crescente da ca- cancando o alto do Siqueira, defronte à c~J­
pital, apareceram os primeiros teatros, cine- beceira do córrego Olhos Dágua; aí termi-
mas, hosuitais e jornais de vida mais dura- nam os limites com o Município de Betim
doura Entre êstes, o Minas Gerais, que e começam os com o de Pedro Leopoldo;
foi publicado na cidade de Minas em junho da cabeceira do córrego Olhos Dágua, no
de 1898, e que continua circulando presen- divisor de águas dos ribeirões da Pamoulha
temente como órgão oficial do Estado. e das Areias, segue a linha divisora ~té t1
entroncamento com o divisor de águas do
Situação física da capital mineira córrego do Izidoro e ribeirão da Pampulha,
defronte à cabeceira do córrego que passa
O Município de Belo Horizonte está si-
no moinho de José Alfredo.
tuado a 19°55'57" de latitude sul e a Limita-se ao norte com o de Santa Lu-
43°56'32" de longitude oeste do meridiano 7ia, começando no entroncamento do divisor
de Greenwich, num vale de altitude média rle ágvas -dos ribeirões da Pampulha e das
de 836 metros, entre as serras do Curral, do Areias. no seu entroncamento com o divisor
Jaborema, do Jatobá, do José Vieira, do de águas do córrego do Izidoro e ribeirão
116 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

da Pampulha; segue pelo divisor da vertente O recenseamento geral de 1900 atri-


da margem esquerda do ribeirão Bitácula buiu-lhe 13 472 habitantes. Em 1907, a
ou Pampulha, até o ponto fronteiro à ponte nova capital do Estado montanhês já con-
da Pampulha, na rodovia Belo Horizonte - tava com 20 913 habitantes. Em 1910, a
Venda Nova; atinge o ribeirão da Pampu- população havia ascendido a 35 000 indiví-
lha nessa ponte, e desce por êle até a foz duos, em 1912, já atingia a 40 256 habi-
de seu afluente da margem direita, junto à tantes, e, em 1920, 55 563 almas. Cinco
ponte da rodovia entre Matadouro e Onça, anos depois, em 1925, a população foi esti-
subindo êste córrego até sua cabeceira; daí mada em 81 596 indivíduos. Em 1928, atin-
segue pelos espigões, contornando as cabe- gia 101 283 habitantes. Em relação aos
ceiras do córrego do Barreiro, até o alto pró- dez mil habitantes que possuía a cidade,
ximo do Portão de Pedra . quando da sua inauguração, o crescimento
Os limites municipais de Belo Horizon- populacional, de 1897 a 1928, foi de
te, a leste, com o Município de Sabará, co- 912,83%. Em 1931, foi estimada para Belo
meçam no alto próximo do Portão de Pedra, Horizonte a população de 125 720 habitan-
fronteiro às cabeceiras do córrego do Bar- tes. Em 1935, ascendera a 167 712 almas.
reiro; a linha segue por espigões, contornan- O recenseamento geral de 1940 atingiu,
do as cabeceiras do córrego do Malheiro, na capital do grande Estado mediterrâneo,
passando pelo espigão das cabeceiras do cór- a 211 377 habitantes. Em relação ao recen-
rego do Açude e alcançando as cabeceiras seamento de 1900, o crescimento de popu-
Ido córrego que passa no Cachorro Magro, lação verificado foi de 1 469%. A densi-
~pelo qual desce até a sua foz, no ribeirão dade demográfica do Município de Belo Ho-
<dos Arrudas; desce por êste córrego até a rizonte, segundo êsse recenseamento, era de
foz do córrego do Olaria, pelo qual sobe 952 habitantes por quilômetro quadrado.
até a sua nascente, próximo ao quilômetro Em 1944, a população da capital mi-
11 da rodovia de Belo Horizonte a Sabará neira, segundo estimativa feita em 31 de
e Nova Lima; dêste ponto alcança a cumiada dezembro dêsse ano, era de 230 668 indiví-
da serra do Curral, no trecho em que se deno- duos. Finalmente, por ocasião dos festejo&
mina serra do Taquaril; e segue pela cumia- comemorativos do cinqüentenário de sua
da desta serra até o marco "CT". fundação, Belo Horizonte estava com uma
Ao sul, Belo Horizonte limita-se com os população estimada em 293 420 habitantes.
Municípios de Nova Lima e Brumadinho.
A situação cultural da capital mineira
Com o primeiro, a linha limítrofe, partindo
do marco "CT" da serra do Taquaril, se- É bastante expressivo o desenvolvimento
gue pela cumiada da serra do Curral, pas- alcançado pela capital mineira no setor do
sando pelos trechos denominados Taquaril, ensino. A instrução primária foi iniciada na
Pico, Serra, Ponta, Rabelo, Água Quente, cidade pelos Colégios "Cassão", "Progresso",
Mutuca, José Vieira, até o entroncamento e da "Imaculada Conceição" e por duas es-
com a serra da Moeda, no "Marco 17", no colas públicas existentes à época da inaugu-
lugar denominado "Varginha"; com o segun- ração da capital. A instrução secundária teve
do, partindo da extremidade da serra da início com o Externato do Ginásio Mineiro,
Moeda, ao norte, no ponto denominado "Var- transferido de Ouro Prêto para a nova cidade
ginha", no entroncamento com a serra do em 1899. Um ano antes, em 1898, inicia-
Curral, em frente às cabeceiras dos ribeirões va-se o ensino normal em Belo Horizonte
da Mutuca e Barreiro, segue pelo espigão através da Escola Normal Livre, fundada
daquela serra, na distância de mil e quinhen- pelo Padre FRANCISCO MARTINS DIAS.
tos metros. até o ponto em que se denomina O ensino profissional surgiu na cidade
serra da Piedade, no entroncamento com a logo após a inauguração da nova capital,
serra do Jatobá, junto à Vargem da Caveira. ministrado pela Escola Operária, fundada
O clima de Belo Horizonte é dos mais pelo Coronel JÚLIO CESAR PINTO COELHO.
saudávPis, sendo mesmo considerado superior Somente em 1911 tiveram início os cur-
ao de Campos de J ordão. Sna temperatura sos de Comércio e de Estudos Econômicos
média é de 16,8° C (62,2° F), no seu mês em B<~lo Horizonte, com a fundação do Ins-
mais frio, Olle é iulho, e ne 22.3° C (72.1° tituto Comercial João Pinheiro. O ensino
F) no ~Pn mês mais quente, ane é fevoreiro. de música iniciara-se anos antes, em 1901,
P"mmente a temperatura de•ce além rle através da Escola Livre de Música, fundada
fi° C, P'> inv<erno. e sobe a mflis rle 30° C, pelo Professor FRANCISCO JOSÉ FLÔRES,
nn verão ne clima temnerarlo e sflt'n. a Pouco tempo depois de inaugurada a
Cl'l,-,ihl mineira é constantemente ventilarla nova capital do Estado montanhês, em 1898,
por Cl"'\rrPPtP'! alíseas que sopram, em geral, foi para aí transferida a Faculdade Livre
na direcão NE. de Direito, que funcionava em Ouro Prêto,
tendo, assim, início o ensino superior em
O crescimento da pooulação belo-horizontina Belo Horizonte.
Atualmente a capital mineira possui
A popularão da cauital mineira teve grande número de escolas de nível primário,
crescimento bastante rápido, mercê das con- secundário, superior, técnico e profissional
dirões de seu clima e das suas prÓprias po~­ Em 1945, contava o Município com 131 es·
sibilidades de crescimento e progresso. Por tabelecimentos de ensino primário geral, nos
ocasião de sua instalação oficial, em 12 de quais a matrícula geral era de 37 364 alu
dezembro de 1897, Belo Horizonte contava nos e a efetiva de 30 617; concluíram curso,
com uma população de oito a dez mil habi- nesses estabelecimentos, no ano em referên-
tantes. cia, 4 948 alunos. Nesse mesmo ano, era
NoTiCIAS E CoMENTÁRios 117

de trinta e nove o número de estabeleci- que em 1939 era de 161,81, baixou para
mentos de ensino secundário, com matrícula 99,89 em 1947.
geral de 8 210 alunos e efetiva de 7 742.
O ensino superior contava, no referido ano, Belo Horizonte como Município produtor
com vinte e cinco cmsos, nos quais se acha-
O Município de Belo Horizonte, quanto
vam matriculados 1 786 alunos; concluíram
curso, nesse ano, 369 alunos. à produção agrícola, pecuária e industrial,
No setor do ensino pedagógico, existiam vem acusando contínuo crescimento nos últi-
em Belo Horizonte, em 1945, onze estabe- mos anos.
lecimentos de ensino, com o corpo discente O volume da produção agrícola da ca-
de 993 alunos. Os ensinos comercial e artís- pital do Estado montanhês, segundo os prin-
tico contavam, cada qual, com dezenove es- cipais produtos, inclui alho, batatinha, mi-
tabelecimentos, nos quais estavam matricu- lho, algodão em caroço, feijão, cana de açú-
lados 2 259 e 234 alunos, respectivamente. car, mandioca, cebola, batata doce, arroz
O ensino profissional era ministrado por treze (em casca), amendoim, tomate e uva, dentre
estabelecimentos, a 727 alunos. Nesse ano, os produtos principais.
existia somente um estabelecimento de en- A produção de couros e peles, no Mu-
sino doméstico na capital mineira, sendo seu nicípio, no ano em aprêço, foi de 942 619
corpo discente de 153 alunos. quilogramas, no valor de Cr$ 2 546 616,00.
Podemos assinalar ainda, no mesmo ano, Foram abatidas, nesse ano, nos matadouros
a existência, em Belo Horizonte, de seis de Belo Horizonte, 78 426 cabeças de gado,
cursos não especificados de ensino, nos quais sendo 58 540 de bovinos, 17 652 de suínos,
se achavam matriculados 49 836 alunos. 971 de ovinos e 1 263 de caprinos, que
Os vinte e cinco cursos de ensino supe- corresponderam a 12 992 667 quilogramas
rior existentes na capital mineira fazem par- de carne, no valor de Cr$ 59 920 773,00.
te da Universidade de Minas Gerais. A produção da indústria extrativa mi-
Em 1944, existiam na capital mineira neral de Belo Horizonte, em 1945, segundo
cinqüenta e duas bibliotecas públicas, semi- os principais produtos, foi de 67 799 tone-
públicas ou particulares ladas de areia e pedras para construção, no
A imprensa belo-horizontina contava, valor de Cr$ 2 303 389,00; 109 quilogra-
nesse ano, com trinta e dois periódicos mas de estanho, no valor de Cr$ 3 705,00;
Além disso, pode-se assinalar ainda, em Be- 3 384 345 quilogramas de gusa, no valor de
lo Horizonte, a existência de várias estações CrS 4 399 649,00; 12 121 toneladas de mi-
de radiodifusão e de diversas ínstituicões nério de ferro, que montaram em Cr$
culturais, entre elas o Instituto Históric;, a 245 754,00; 80 979 unidades de manilhas,
Academia de Ciências e a Academia de Le- "tees", junções, cruzetas, etc., no valor de
tras CrS 449 246,00; 2 000 milheiros de telhas,
A assistência médico-sanitária no valor de Cr$ 1 994 063,00; 14 861 mi-
lheiros de tijolos comuns, que importaram
No setor da assistência médico-sanitá- em Cr$ 3 996 869,00; 6 milheiros de tijolos
ria, Belo Horizonte apresenta desenvolvi- refratários, no valor de CrS 12 000,00; velas
mento realmente significativo Em 1945, a para filtros no valor de Cr$ 48 520,00; ou-
capital mineira possuía cinqüenta e quatro tros artefatos de barro que montaram em
estabelecimentos de assistência, compreen- Cr$ 127 910,00; e 500 296 quilogramas de
dendo hospitais, clínicas, ambulatórios e ou- óleo de caroço de algodão, no valor de Cr$
tros de caráter oficial. 2 775 533,00.
Nos seus vinte e um hospitais, existiam
3 023 leitos, sendo 1 003 em hospitais ge-
rais, 83 nas maternidades, 67 nos hospitais Uma das mais belas cidades do Brasil
para crianças, 534 nos para doentes mentais
e nervosos, 833 nos para tuberculosos e 200 Na passagem do cinqüentenário da fun-
em hospitais sem especificação. dação de Belo Horizonte, essa cidade, tra-
Nas clínicas gerais de Belo Horizonte, çada e construída segundo plano preestabe-
existiam quatorze leitos, nas de otorrinola- lecido para servir de sede ao govêrno do
ringologia, dezessete e em outras, sem espe- grande Estado montanhês, apresenta todos
cificação, vinte e três. os elementos de progresso e de confôrto so-
Em 1946, os hospitais belo-horizontinos cial necessários a uma grande capital.
admitiram 25 957 doentes. Os seus ambu- Através dêsses cinqüenta anos de cres-
latórios, nesse mesmo ano, atenderam a 271 cimento ininterrupto, durante os quais os
mil doentes Isso sem contar, por falta de belo-horizontinos tudo fizeram para o en-
dados exatos, os doentes admitidos em três grandecimento de sua terra, a capital mi-
de seus hospitais. neira, do antigo e insignificante povoado de
Segundo dados fornecidos pela Divisão Curral del-Rei, sem água, sem esgotos, sem
de Demografia e Educacão Sanitária do De- iluminação de qualquer natureza, povoado
partamento Estadual de Saúde de Minas Ge- apenas por alguns mil habitantes, transfor-
rais, cresce atualmente o índice vital em mou-se numa das mais belas e civilizadas
Belo Horizonte, diminuindo, por outro lado, cidades do Brasil, - centro de cêrca de
a mortalidade infantil. 300 mil almas, de alto nível cultural, que
O Índice vital, na capital mineira, que atua como poderoso foco irradiador de pro-
era de 146 em 1938, subiu para 212 no ano gresso sôbre tôda a grande área circunvizi-
passado. O índice de mortalidade infantil, nha.

OS MUNICÍPIOS E A MENSAGEM
PRESIDENCIAL
O abrir-se a sessão legislativa de 1948, Para a sua elaboração ponderada e ser~na,

A a 15 de março, o General EuRICO GAS·


PAR DUTRA, Presidente da República,
enviou Mensagem ao Congresso Nacional sô-
encontraiS ambientes políticos em que se fazem
sentir os primeiros efeitos do entendimento inter-
partidário, que teve cotno seu propósito primacial,
precisamente, o propiciar-vos, e ao Govêrno, a tran-
bre a situação do País e as atividades do qüilidade imprescindível para o prosseguimento de
uma obra inadiável de recuperação política e eco-
Govêrno Federal, no decurso do ano anterior. nômica.
Nesse longo trabalho de exposição da Certo da dedicação com que vos empenhais
situação brasileira e das providências toma- nas vossas tarefas, congratulo-me convosco, pelo
das pelo Govêrno da União, o Chefe do início de mais uma etapa legislativa, cujos frutos
a opinião nacional aguarda com expectativa conw
Executivo fêz ponderações relativas à polí- fiante
tica econômico-financeira a ser observada Tanto no âmbao político, quanto no econômi-
durante o ano em curso, conclamando os par- co-financeiro, foi sensível o terreno conquistado no
lamentares de todos os partidos a um es- transcurso dêste ano de trabalho
fôrço conjunto que possibilite a solução dos
Saldo orçamentário
grandes problemas nacionais
Em certo trecho da Mensagem, o Pre- De acôrdo com as conte1s que, em detalhe, vos
sidente da República assinala a importância serão oportunamente remetid !ls, a execução orça-
do revigoramento dos Municípios para o en- mentária, no exercício passado, encerrou-se com um
saldo de 460 milhões de cruzeiros O esfôrço de-
grandecimento do País, focalizando as novas mandado, para que se chegasse a êsse resultado,
diretrizes da política municipalista, determi- pode ser avaliado, atentando-se à circunstância de
nadas pelo refôrço às finanças dêsses orga- que a absorção do últin10 aumento de vencimentos,
nismos básicos da estrutura nacional, decor- concedido aos servidores federais, determinara, ape-
nas no ano anterior, "deficit" sem precedentes de
rente de dispositivo constitucional que lhes 2 bilhões e 600 milhões de cruzeiros Se aproxi-
atribui parte do impôsto de renda arrecada- mo essas duas cifras, é mais com o propósito de
do pela União. Acentua, também, os be- prevenir-vos contra qualquer tendência a um oti-
mismo que não se justifica. Precisamos, ainda, con-
nefícios que advirão para o País em função solidar o que já foi obtido, indubitàvelmente com
da revitalização dos Municípios e do estí- o sacrifício de muitas iniciativas e atividades, pro-
mulo que será dado às populações rurais bra- veitosas para o País, mas que nos vimos na contin-
sileiras com a aplicacão de metade dêsse re- gência de reduzir ou suprimir Os recursos do erá-
rio federal crescem em proporções muito menores
fôrço, segundo ainda o que estabelece a do que as suas necessidades, excluída qualquer som-
Constituição da República, em iniciativas em bra de largueza ou veleidade suntuáda na apre-
favor do homem dos campos. A fim de que ciação que delas se faça
seja fielmente cumprido êsse mandamento
Paralisação das emissões
constitucional, lembra a possibilidade de
serem utilizadas, para fiscalizar a sua exe- Essa execução orçamentária estrita nos permi-
cucão, e sem desvirtuamento de suas atri- tiu estancar o fluxo emissionista, de que o País pa-
buições normais, as delegacões do Trihunal decia há muitos anos Com exceção de 100 mi-
lhões de cruzeiros, emitidos em dezembro passa-
de Contas, junto às Delegacias Fiscais do do, para atender sobretudo às necessidades de nu-
Tesouro Nacional, e o sistema do Instituto merário que se acentuam nessa época do ano, nada
Brasileiro de Geografia e Estatística. foi lançado à circulação nos outros onze meses Em
31 de dezembro, o montante em circulação era
É o seguinte o texto da introdução à mesmo inferior ao de um ano antes Concorreu
Mensagem presidencial enviada ao Congresso para êsse resultado o alívio da pressão exercida,
no sentido inflacionista, pelo constante excesso das
Nacional por ocasião da abertura dos traba- exportações sôbre as importações. Ainda aí, no en-
lhos legislativos de 1948: tanto, uma palavra de cautela: não desapareceu,
de todo, a necessidade do financiamento da nossa
uPela segunda vez e em cumprimento a pre- produção exportável Como acentuei em discurso
ceito constitucional, venho dar-vos conta da situa- pronunciado no último dia do ano, a venda em moe-
ção do País e solicitar as providências julgadas da arbitrável de tudo o que exportamos só pode-
convenientes à boa marcha dos negócios públicos rá ser obtida através de medidas de ordem inter-
Desejo expressar a esperança, compartilhada nacional, escapando, em boa parte, à nossa alçada.
pela Nação, de que a sessão legislativa de 1948, Por outro lado, não podemos nos ausentar de mer-
ora iniciada, será de grande proveito para o bom cados que se recompõem, e sempre mantiveran1,
ordenamento da nossa vida legal e para a adminis- com o Brasil, intercâmbio grande e mUtuamente
tração federal proveitoso É de esperar que a reconstrução dos
Tendes em mãos grande cópia de projetos, países talados pela guerra e o seu restabelecimento
indo de leis complementares da Constituição a prow econômico e político façam sentir, progressivamente,
vidências de caráter administrativo, todos de rele- os seus benéficos efeitos
vante significância para a completa estruturação do
regime e para o trato das questões que importam Poupança de recursos
à vida nacional, tanto as de interêsse imediato
quanto as que equacionam, a longo prazo, os nos- Contudo, conheceis os obstáculos deliberada
sos problemas fundamentais e artificialmente opostos a êsse processo de recupe-
NoTÍCIAs E CoMENTÁRios 119

ração, para os quais contingência infeliz de pendentes, também os quer harmônicos; nem por
que também não estamos imunes ~ concorreu a terem definidas a sua jurisdição territorial e com..
cumplicidade de nacionais de cada um dos países petência administrativa, deixam a solidariedade e a
interessados É êste apenas um aspecto da disputa cooperação entre as unidades de govêrno de ser
que se trava entre os que desejam a normalidade inerentes à Federação e condição da própria exis~
e visam à paz, para todos os povos e com tôdas tência nacional.
as nações, e os que, com apoio em um movimento
aparentemente internacional, se propõem a estabe- Ação moderadora do Govêrno federal
lecer a supremacia e o domínio incontrastável de
uma delas, Não poderemos, ainda que o queiramos, Todavia, nenhum estatuto político será mais
fugir às vicissitudes de uma vida internacional que sábio nas suas disposições, do que o faça a sabe~
se caracteriza pelo abuso e pela incerteza Elas nos daria da coletividade que por êle se rege e, do
atingem na nossa economia e nos ameaçam pelo mesmo passo, lhe infunde vida e vigor. Na pers ...
simples fato da nossa posição geográfica Temos, pectiva dos meses transcorridos, pode dizer-se que
pois, o dever de colocar no primeiro plano das a experiência dessas relações, entre governos e en~
nossas cogitações a preservação do nosso País, tal tre poderes, depõe a favor da maturidade política
como o recebemos dos que vieram antes de nós: da Nação As exceções havidas, longe de infirmar)
uno e senhor dos seus destinos, disposto à colabo- vêm dar apoio a essa assertiva, pois os desajusta~
ração, no plano internacional, e até a aceitar as mentes ocorridos acabam por se resolver, sem
restrições daí decorrentes, mas reservando-se agora, necessidade do recurso aos meios facultados pela
como sempre o fêz, a apreciação e deliberação no Constituição, para assegurar a primazia dos seUs
que concerne aos seus interêsses. princípios e a do interêsse nacional Graças à pre~
Peço considereis estas palavras como uma ad- sença e à atuação suasória de representantes do
vertência, para nosso próprio uso: devemos pou- Govêrno federal, puderam ser removidas as difi~
par severamente os nossos recursos - orçamentários culdades que se manifestaram em Alagoas, entre
e oriundos do comércio exterior - para aplicá-los, o Poder Judiciário e o Executivo, e entre êste e o
preferentemente, no que concorra para fortalecer o Legislativo, no Piauí Os bons ofícios assim inter~
Brasil - econômica, política e militarmente - , postos, por duas vêzes no último Estado, foram
incluindo-se nesse conceito tudo o que sirva para bem recebidos e reconhecidas a imparcialidade e a
aumentar o bem-estar do seu povo e estreitar, en- correção com que se houveram aquêles enviados
tre nós, os lian1es da solidariedade social Mais recentemente, foi deliberada a ida de um ob . .
servador a Goiás, o que se fêz, não só com o assen-.
Colaboração interpartidária timento, mas por solicitação dos interessados É
em virtude da eqüidistância sempre mantida, com
Foi para servir a êsse intento que me empe- respeito ao objeto mesmo das diferenças surgidas,
nhei, no ano findo, com a mesma sinceridade e ou em relação às parcialidades políticas nelas em~
pertinácia com que o faço desde que a Nação me penhadas, que tem podido o Govêrno federal exer~
concedeu a honra insigne da sua escolha - em cer tal ação moderadora Reveste-a de autoridade
alcançar uma base para a colaboração dos partidos moral a certeza - que já deve ter penetrado todos
democráticos e nacionais, em tôrno do superior ob- os espíritos - de que a move o propósito umco
jetivo da preservação nacional e do encaminhamento de conciliar todos os brasileiros e de que a guia,
dos problemas que dizem de perto com a vida do invariàvelrnente, o respeito à lei
nosso povo. Logrando obtê-la, graças à compreen-
são e ao espírito patriótico dos líderes dos maiores Preeminência da Constituição Federal
partidos, desejo exprimir a convicção de que ao
povo brasileiro caberá a colheita dos seus frutos E foi êsse mesmo respeito, aliado ao dever de
Não me moveram, quando busquei êsse entendi- assegurar a preeminência da Constituição Federal,
mento, propósitos egoísticos: convém, mesmo, que que ditou as palavras que proferi em Pôrto Alegre,
se mantenha vivaz a crítica aos atos do Govêrno maio passado, quando parecia ganhar corpo, em al-
É ela necessária para que melhor se aperceba das guns Estados, a tendência de estruturar os poderes,
necessidades do País e das reações da opinião pú- nas respectivas Constituições, em bases diversas das
blica, podendo assim retificar o seu curso, sempre prescritas pelo Estatuto da União Era um as~
se haja êle desviado do objetivo constante do maior pecto extremo daquele problema de relações entre
bem para o maior número Tinha em vista, a par os poderes, pois se olvidava que o delicado equi-.
dos maiores riscos que advêm, hoje em dia, da líbrio e as interrelações, da essência do regime,
convivência internacional, a circunstância, de geral consagrados e resguardados na Constituição Fede-
assentimento, de estar o Brasil atravessando período ral, não podem, nem devem ser alterados ao sa-.
de transição: econômicamente, para atingir a nível bar de conveniências ocasionais. As tentativas fei ..
de maior produtividade e diferenciação nas suas tas nesse sentido podiam ainda acarretar, potencial-
atividades; politicamente, para reatar e aprimorar mente, a revisão, à sua revelia, do pronunciamen-.
uma tradição secular de govêrno constitucional to do eleitorado 1 por ocasião do pleito para a es . .
colha dos governadores - a que nenhum candidato
Relações entre Governos e entre Poderes concorreu, nem o povo o escolheu, com outra pre~
sunção que não fôsse a de se indicar o concidadão
Êsse reatamento, ademais, faz-se em bases bem que, por prazo predeterminado, deveria efetivamen~
diversas e mais amplas do que as anteriormente te ficar à frente do Govêrno
vigorantes, quando, se não havia o partido único
- pois as oposições foram uma constante da vida Missão histórica do Supren1o Tribunal Federal
republicana - , poderia afirmar-se, sem fazer vio-
lência à realidade, a existência do "govêrno único", Trazida a controvérsia ao julgamento do Egré~
tal o complexo de interêsses recíprocos que se for- gio Supremo Tribunal Federal, restabeleceu êle,
mara entre os detentores dos postos de mando, pela unanimidade dos votos dos seus juízes, a su-
nos vários níveis de govêrno. Dai ter procurado, premacia da Constituição Federal e a unidade do
na primeira Mensagem que vos dirigi, despertar a regime, em todo o País Não se poderiam superes..
atenção do País para a experiência, inédita entre timar os benefícios causados à estabilidade da or..
nós, da coexistência de governos de diversa pro- dem jurídica e os conflitos evitados por essa de-
cedência partidária, na União, nos Estados e nos cisão, em que aquela Côrte exerceu a sua elevada
Municípios Criava-se, assim, um problema de re- função de arbitramento constitucional Nesse, co-
lações entre os governos das diversas unidades que, mo em outros casos da mesma natureza, não foi
em todos os graus, compõem a fisionomia política preciso levar às últimas conseqüências o processo,
da Nação Essa diversidade podia atingir ainda previsto na Constituição, para assegurar a obser-
- questão que abordarei, mais adiante, sob outro vância dos princípios constitucionais da União. O
prisma - os poderes eletivos da mesma unidade geral acatamento aos arestos proferidos constituiu~se,
de govêrno, dando surgimento a segundo aspecto, da parte de todos, em demonstrações de cultura
comum na origem, daquele problema de relações, política, que colocam em elevado plano os pro-
desta vez entre poderes constitucionais Nessas cessos de govêrno em nosso País ;
condições novas, o acôrdo interpartidário pode e Não foi diverso o proceder do Govêrno Fede~
deve ter utn efeito: o de educar para a convivência ral, quando lhe foi diretamente submetida, pelo
e para a colaboração, no sentido em que as im- então Interventor em Pernambuco, hipótese ver-
põem o bem comum, os mandamentos constitucio- sando dispositivos da Constituição Estadual, em vés ..
nais e a natureza mesma do regime democrático peras de ser promulgada Tratava-se da passagem
e federativo Êste, se estrutura os poderes inde- do govêmo, por êsse seu delegado, ao Presidente da
120 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

Assembléia Legislativa, na qualidade de substituto pamentos instáveis", o que sucede, por não terem,
do Governador e enquanto êste não era diplomado freqüentemente, os chamados partidos majoritários
Deferindo o seu conhecimento à mais alta autori- maioria própria, que lhes permita governar. Bem
dade judiciária do País, comuniquei ao Interventor se pode imaginar como isso se converte, sobretudo
que, após o seu pronunciamento, deveria "transmi- nas comunidades de opinião menos esclarecida ou
tir o Govêrno a quem ( fôr) por ela reconhecido n1enos vigilante, em motivo de corrupção política,
com os atributos legais para assumi-lo" E assim custeada, em última análise, pelos contribuintes
se fêz, funcionando normalmente o mecanismo do Pedindo a atenção do País e dos seus homens pú-
regime. blicos para os males da pulverização partidária e
para a necessidade de organização da vida polí-
Legislação eleitoral tica, quero acentuar que não venho formulando jul-
gamentos pessoais, mas simplesmente recordando
Requer êle, no entanto, ajustamentos que lhe lições de uma experiência de validade universal,
permitam, em certos casos, mais expedito e eficaz monótona na regularidade dos seus desastrosos re-
funcionamento. O ensejo parece o apropriado, por sultados.
exemplo, para uma completa revisão da legislação
eleitoral, expurgando-a dos senões que possibilitam Municipalismo
a fraude e favorecem a chicana É forçoso elimi-
nar do cenário nacional o espetáculo pouco edifi- Nenhum aspecto da obra de organização na-
cante do inconformismo eleitoral tentando a revisão cional sobreleva, no entanto, ao revigoramento neM
judiciária dos pleitos ou a procrastinação dos seus cessário do municipalismo. Estimaram-no, com sa-
resultados A repressão dos crimes eleitorais, por bedoria, os Constituintes de 1946, quando faculta-
outro lado, vem sendo obstada, desde a promul- ratn ao Município recursos mais amplos para o
gação da Constituição, pela falta de lei que re- desempenho das suas tarefas de unidade de govêrno,
gule o seu processo, bem como indique os órgãos a mais próxima do povo, assegurando, ao mesmo
que, dentro da Justiça Eleitoral, dêles devam co- tempo, a sua autonomia. Já no corrente ano e
nhecer (Constituição, Art. 119, n. 0 VII). Enca- na sua integridade, a partir de 1949, ser-lhes-á en~
reço ao Congresso a sua urgente votação para que tregue a parte do impôsto de renda que lhes foi
a Lei não continue a ser desmoralizada pela falta atribuída pela Constituição. Metade da impor-
de punição aos que a transgridem Contamos já tância recebida deverá ser aplicada, por fôrça do
com a experiência de três eleições sucessivas e só próprio mandamento constitucional, em benefícios
em 1950 haverá novo chamamento generalizado às de ordem rutal, cláusula cujo sentido cumpre seja
urnas Amortecidas as paixões dos últimos pleitos fixado na lei completnentar, ora em elaboracão Es-
e enquanto não se iniciam as campanhas para o se- tabelecida, como foi, uma restrição - d~ ordem
guinte, pode o legislador dedicar-se, com o auxilio constitucional - à livre disposição do que fôr en-
dos entendidos e natural apêlo à experiência da tregue pela União a c~da Município, - parece-me
Justiça Eleitoral, à tarefa de dotar o País de um ter o Congresso autoridade para fazer fiscalizar o
sistema eleitoral sensível à vontade popular e ca· seu cumprimento Para êsse fim, lembro a possi-
paz de apurá-la com rapidez e exatidão. Também bilidade de serem utilizados, sem desvirtuamento das
neste caso, é de tôda conveniência a sua elaboração suas atribuições normais, as delegações do Tribunal
no mais breve prazo, pois nas eleições isoladas, de Contas, junto às Delegacias Fiscais do Tesouro
acaso a realizar antes de 1950, poderiam os seus N acionai, e o sistema do Instituto Brasileiro de
dispositivos sofrer a prova da experiência Geografia e Estatística.

Partidos políticos Reforma da vida municipal

Não se limitam, porém, à matéria eleitoral as O refôrço trazido pela Constituição às finanH
necessidades de organização da vida pública brasi- ças municipais corresponde à mesma ordem de
leira. É preciso conquistar para os partidos o preocupações que determinaram a reserva constiM
mesmo conteúdo democrático que pelo voto secre- tucional de percentagens da renda da União, para
to se infundiu ao processo eleitoral Já na mi- a valorização econômica de determinadas áreas do
nha primeira Mensagem ânua, assinalei mister aca- território brasileiro. Representa um esfôrço pela
bar com o monopólio do uso das legendas partidá- organização nacional, causa, como nenhuma outra,
rias, a impedir a renovação de quadros e a inccm- digna de inspirar o entusiasmo das novas gerações
tivar o renitente personalismo que se manifesta Que elas comecem dedicando-se à reforma da vida
em agrupamentos políticos. Êsse personalismo, pe- municipal, tirando-lhe o estéril e mesquinho cará-
lo testemunho uniforme dos fatos, faz-se respon- ter de disputas facciosas. Concitem-se os homens
sável pe'las divisões e subdivisões dos partidos e ditos prestigiosos a medir a sua influência pelos
pela sua proliferação. Há legendas a que dificil- serviços prestados à coletividade e não pelo grau de
mente se poderia emprestar outro caráter, e cujo impunidade que cerque os seus abusos. Ajam as
valor, poB.ticamente, é da mesma natureza do que autoridades municipais na persuasão de que todos
se atribui, na vida comercial, a rr.arcas e nomes os seus Municípios têm o mesmo direito aos seus
nela utilizados. Cabe à lei reprimir formações ar- cuidados Seja assegurada a igualdade dos con-
tificiais e coibir-lhes o surgimento, n1as, do mesmo tribuintes perante o fisco, tanto para pagar o devi-
passo, assegurar expressão às correntes dentro dos do, como para não lhes ser exigido o indevido
partidos, sujeitos todos à regra da maioria Justifi- Tenham as autoridades policiais como seu primeiro
cam-se tais medidas, não só pelo papel legalmente dever garantir o exercício dos poderes municipais
desempenhado pelos partidos, mas ainda pelas con- - sen1 considerações de partido - bem como a
seqüências advindas da demasia de legendas dispu- segurança, a liberdade e a propriedade dos seus
tando a preferência pública e concorrendo para a jurisdicionados, não importando se "correligionários"
confusão do eleitorado. ou "adversários".
Tendo em mente o problema, antes versado, No dia em que êsses objetivos estiverem atin-
das relações entre os poderes, foi que recentemente gidos, as energias libertadas para a iniciativa, a
pleiteei, em Curitiba, uma lei eleitoral, um estatuto atividade criadora e o trabalho - em todo o Bra-
de partidos, que pusessem o povo brasileiro "a sil - constituirão, só por si, a melhor garantia do
salvo dos sobressaltos oriundos da fragmentação das nosso progresso. Convoco os homens públicos dês-
representações nos corpos legislativos, e do para- te País, sobretudo os at"uais administradores esta-
doxo de as mesmas eleições originarem Executivos duais, para que nos empenhemos todos na obra da
e Legislativos de diferentes parcia'lidades, encon- reforma da vida municipal, ponto de partida para
trando-se governos locais na dependência de agru- a organização nacional".
NoTiCIAs E CoMENTÁRios 121

-
ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE MUNICIPIOS
~

A necessidade de despertar a consciência Em Assembléia geral realizada a 15 de


municipalista brasileira estava a exigir a maio de 1946, foram aprovados os seguintes
criação de um Órgão que, colocado acima Estatutos Provisórios da A . B . M. :
de interêsses políticos ou mesmo de obje-
tivos imediatistas, pudesse polarizar a boa CAPíTULO I
vontade de quantos, entre nós, embora sen-
DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MUNICí-
tindo o drama da vida municipal, ainda não
PIOS E SEUS FINS
haviam encontrado o instrumento adequado
ao estudo e ao encaminhamento de sugestões Art. 1. 0 - A Associação Brasileira de Muni-
e medidas práticas destinadas a revitalizar ctp10S é uma sociedade civil, de âmbito nacional,
as células fundamentais da comunidade na- destinada ao estudo e elaboração de soluções para
os problemas municipais, operando num regime de
cional. estreita articulação e íntima cooperação com as Mu ..
nicipalidades e quaisquer entidades federais ou es-
Êsse órgão é, precisamente, a Associa- taduais.
ção Brasileira de Municípios, instalada há
pouco mais de dois anos, em obediência à Art 2 ° - São objetivos específicos da Asso-
ciação Brasileira de Municípios:
Resolução n. 0 7 da Comissão Pan-Americana
a) estudar, permanentemente, a organização,
de Cooperação Intermunicipal, criada pelo o funcionamento, as condições e métodos de traba-
1.° Congresso Pan-Americano de Municípios, lho dos Municípios brasilehos, visando ao seu me-
conforme Recomendação Especial da VI lhor rendimento;
b) promover o maior intercâmbio possível
Conferência Internacional Americana, con- entre os Municípios e com ê'les colaborar no plane-
venções às quais o Brasil aderiu. jamento, orientação, assistência técnica e implan-
tação de quaisquer modificações ou refonnas admi-
Entidade eminentemente técnica, com nistrativas;
objetivos superiormente orientados, conta a c) receber, estudar e difundir sugestões sô-
A . B . M . , em seus corpos dirigentes provi- bre assuntos de administração municipal, promo-
vendo, para tal fim, em colaboração com os Órgãos
sórios, expressivas figuras da intelectualidade federais e estaduais - por meio de palestras, do-
patrícia. Integram o seu Conselho Diretor cumentário, congressos, publicações, etc. - am-
os Srs. NOVELLI JÚNIOR, FERNANDES TÁVO- pla difusão de ensinamentos sôbre os princípios, os
RA e ARAUJO CAVALCANTI, presidente, vi-
problemas e a técnica de administração 1nunicipal;
d) prestar aos Municípios completa e efetiva
ce-presidente e secretário-geral, respectiva- assistência;
mente, e, na qualidade de membros, os Srs. e) realizar os objetivos de cooperação expos-
General JUAREZ TÁVORA, NovAIS FILHO, tos nos Estatutos da Comissão Pan-Americana de
Cooperação Intermunicipal, nas formas recomenda-
TEIXEIRA LEITE, JoÃO CLEOFAS, GOFFREDO das e ratificadas pelos Congressos Pan-Americanos de
TELLES, JOSÉ JOFFILY, COSTA PÔRTO, SA- Municípios e pela VI Conferência Internacional
TURNINO DE BRITO, CELESTINO BASÍLIO, Americana.
JUNQUEIRA AYRES, GASTÃO GLICÉRIO DE
GOUVEIA REIS, LUÍS PAULO DO AMARAL CAPíTULO II
PINTO, TOMAZ POMPEU DE ACIOLY BORGES, DA ORGANIZAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASI-
AFONSO ALMIRO DA COSTA JÚNIOR, EDUAR- LEIRA DE MUNICíPIOS
DO DUVIVIER, TEMÍSTOCLES CAVALCANTI, CA-
FÉ FILHO, ALCEDO COUTINHO, LUÍS VIANA, a) Dos memb1os ou sócios.
LUÍS CAMILO DE OLIVEIRA, GERCINO MALA- Art 3. o - São n1embros ou sócios naturais da
Associação Brasileira de Municípios quaisquer Muni-
GUETA PONTES, FRANCISCO PEREIRA DA SIL- cípios que solicitem, por escrito, a sua inscrição nos
VA e WELLINGTON BRANDÃO. quadros da Associação.
Formam a Comissão Executiva da A Art. 4. 0 - Além dos membros ou sócios na-
B. M os Srs. HoRÁCIO LAFER, presidente; turais a que se refere o artigo anterior, a Associação
será composta de sócios coletivos, sócios individuais
ALIOMAR BALEEIRO, vice-presidente; M. A e entidades associadas
TEIXEIRA DE FREITAS, 2. 0 vice-presidente; § único - São consideradas associadas as en-
PAULO SARAZATE, 1.0 secretário; ENEDINO tidades ou organizações oficiais que adiram à
DE CARVALHO, 2. 0 secretário; OSÓRIO NU- A B.M.
NES, secretário-executivo; e RAFAEL XAVIER, Art. 5. 0 - Poderão ser sócios coletivos da
tesoureiro . A. B. M as associações técnicas, institutos de en-
sino ou pesquisas, órgãos de publicações técnicas
A Comissão de Propaganda e Organiza- ou quaisquer sociedades civis ou cotnerciais que
desejem colaborar na consecução dos objetivos co-
ção das Associações Regionais de Municí- limados pela A. B M.
pios é integrada pelos Srs. LAURO MONTE-
NEGRO, presidente; AGOSTINHO MONTEIRO, Art 6. 0 Poderão ser sócios individuais da
A.B.M.:
vice-presidente; JoÃO DE MESQUITA LARA, Técnicos de administração, economistas libe-
1 ° secretário; RAFAEL XAVIER, secretário- rais, professôres, servidores públicos, industriais
executivo, e na qualidade de membros, pelos comerciantes e fazendeiros ou quaisquer pessoas in-
Srs. 0CÉLIO DE MEDEIROS, JosÉ LINS DO RÊGO, teressadas no assunto cujo estudo e solução cons-
tituem objetivo da A.B.M.
JOAQUIM EMILIANO DE ARAUJO PEREIRA,
MÁRIO GOMES, DJACIR MENEZES, ARISTEU Art. 7. 0 - A admissão de sócios, quer cole-
tivos quer individuais, far-se-á mediante proposta
GONÇALVES LEITE, MANUEL DIÉGUES JÚ- de sócio da A. B. M , devidamente aprovada pelo
NIOR, RUBENS DO AMARAL SOARES, ALICE Conselho Diretor.
TIBIRIÇÁ, SEBASTIÃO VEIGA, EPAMINONDAS § único - A A B M. poderá ter, outrossim,
MAJ?'I'INS. IVES DE OLIVEIRA, JoSÉ AUGUSTO sócios honorários e correspondentes no estrangeiro,
conforme proposta do Conselho Diretor.
DE MEDEIROS, JoSÉ VICENTE MARTINS, b) Do Conselho Diretor e da Comissão Exe-
PAULO BELACHE e ÁLVARO BASTOS. cutiva.
122 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

Art 8 ° - A A B. M será dirigida por um socws a fim de que os mesmos conheçam, discu~
Conselho Diretor e pe'la Comissão Executiva tam, aprovem ou rejeitem os atos baixados pelo
Conselho Diretor e por uma Comissão Executiva
Art. 9. 0 - O Conselho Diretor será composto
de sócios, em número de 2 7, eleitos em escrutínio § 1. 0 - As reuniões gerais da A. B. M. terão
secreto pela Assembléia Geral da A. B M e terá lugar em data e local prêviamen te escolhidos pela
o mandato de um ano, sob a direção de um presi~ Comissão Executiva.
dente, dois vice-ditos e um secretário~geral. § 2. 0 - As eleições para o Conselho Diretor
far-se-ão nessas reuniões, que constituem assembléias
Art 10 - Compete ao Conselho Diretor: gerais da Associação.
a) a aprovação do orçamento anual e do
plano de trabalho elaborado pela Comissão Exe- § 3. 0 - As decisões serão tomadas pela maio~
cutiva; ria dos sócios que se encontrem em situação regu-
b) julgar o relatório anual de seu presidente;
lar. Caso não haja número será convocada nova
c) ju1gar as contas anuais apresentadas pelo com parecer .
tesoureiro; reunião que deliberará com o número de sócios que
d) julgar o relatório anual apresentado pelo
secretário-executivo; Art 22 - Cabe ao Conselho Diretor, em co-
laboração com a Secretaria-Geral e a Comissão
e) eleger e empassar a Comissão Executiva; Executiva, a preparação e a organização dessas
f) aprovar o regimento interno da Secretaria
Executiva Pernamente, assim como o das Comissões reuniões
Especiais.
Art. 23 - Além de suas reuniões gerais a
Art. 11 - A Con1issão Executiva será eleita A B. M. promoverá convenções ou congressos
pelo Conselho Diretor dentre os membros da anuais de administração 1ocal; sessões especiai5\ de
A.B M. estudosj conferências, debates, cursos especiais no
§ único - Compor-se-á a Comissão Executiva Brasil e no estrangeiro, mesas redondas, etc. Não
de um presidente, dois vice-ditos, dois secretários, só na sede, corno em quaisquer outros locsis, na
um secretário-executivo e um tesoureiro Capital do País e nos Municípios
Art. 12 - Os cargos de secretário-executivo CAPíTULO IV
e tesoureiro são remunerados e serão de livre esco-
lha e confiança da Comissão Executiva DAS PUBLICAÇÕES DA ASSOCIAÇÃO BRASI-
Art 13 - Cabe ao presidente da Comissão LEIRA DE MUNICíPIOS
Executiva:
a) a direção executiva da A. B M. ; Art 24 - A A B M publicará:
b) a sua representação em juízo e fora dêste; a) estudos, conferências, ensaios, plaquetas,
c) a autorização de quaisquer despesas orça- livros e folhetos de interêsse para as Mu nicipali-
mentárias e eventuais; dades;
d) a nomeação e deslocação dos funcionários b) os anais das reuniões;
necessários aos serviços da A B M , 1nediante pro-
posta do secretário-executivo c) uma Revista Brasileira de Administração
§ único - Os membros da Comissão Executiva Municipal
terão as atribuições correspondentes à designação
de seus cargos
CAPíTULO V
Art 14 - Quer os membros do Conselho Di-
retor, quer os da Comissão Executiva, poderão ser DOS RECURSOS FINANCEIROS
reeleitos
Art 25 Os recursos financeiros fi~rão consM
Art 15 - O Conselho Diretor reunir-se-á, or
dinàriamente, pelo menos uma vez por mês e, ex- tituídos por:
traordinàriamente, sempre que seja convocado por a) quotas especiais anuais dos Municípios
seu presidente ou pelo menos por um têrço de
seus membros. associados;
b) contribuições dos sócios coletivos:
.t\rt 16 - A Comissão Executiva reunir-se-á,
ordinàriamente, uma vez por semana e, extraordi- c) contribuição dos sócios individuP.is;
nàriamente, sempre que convocada por seu presi- d) subvenções e auxílios de qualqu~r espécie;
dente e) doações;
c) Da Secretaria Executiva.
f) juros do capital formado;
Art. 17 - Integrando a Comissão Executiva, g) renda proveniente das p:..il-licações da
terá a A. B. M. uma Secretaria Executiva Per- Associação.
manente.
Art 18 - À Secretaria Executiva Perma.. § 1. 0 - As quotas a que se refere a alínea a)
nente compete todo o serviço de correspondência; serão atribuídas pe'los Municípios membros à A.
de organização de fichário; de estatística; de pub1i- B M. na seguinte base:
cidade; de coordenação de estudos e resultados; de Municípios de renda anual a.té cem mil cru-
preparo e distribuição das publicações da Associa- zeiros - quinhentos cruzeiros;
ção; de biblioteca especializada da A. B M , assim Municípios de renda anual de cem mil a du-
como de todos os demais serviços de administração zentos mil cruzeiros - mil cruzeiros;
geral da entidade. Municípios de renda anual de duzentos mil a
quinhentos mil cruzeiros - dois mil cruzeiros;
Art. 19 - O Secretário-Executivo terá para Municípios de renda anual de quinhentos mil
auxiliá-lo os funcionários e os técnicos que forem a um milhão de cruzeiros - três mil cruz&iros;
necessários Municípios de renda anual de um milhão a dez
d) Das Comissões Especiais. mi'lhões de cruzeiros - cinco mil cruzeiros;
Municípios de renda anual de dez milhões a
Art. 20 - O Presidente do Conselho Dire- cem milhões de cruzeiros - vinte mil cruzeiros;
tor, mediante proposta do mesmo Conselho, designa- Municípios de renda anual acima de cem mi~
rá as Comissões Especiais necessárias à concretiza- lhões de cruzeiros - cinqüenta mil cruzeiros.
ção das finalidades visadas pela Associação.
§ único - As decisões a serem tomadas pelas § 2. 0 - Das quotas a que se refere a alínea a)
Comissões Especiais sê-lo-ão na base da maioria de será deduzida a parte que se destina à Comissão
votos dos presentes em cada sessão Pau-Americana de Cooperação Intermunicipal.
CAPíTULO III Art. 26 - Os sócios coletivos pagarão uma
anuidade de Cr$ 1 200,00 (mil e duzentos c~u­
DAS REUNiõES GERAIS DA ASSOCIAÇÃO zeiros).
BRASILEIRA DE MUNICíPIOS
Art 2 7 - Os sócios individuais pagarão uma
Art. 21 - A Associação Brasileira de Muni .. anuidade de Cr$ 120,00 (cento e vinte cruzeiros),
cípios promoverá reuniões gerais de todos os seus divisível por trimestre ou semestre.
NoTÍcrAs E Col\IENTÁmos 12.3

CAPíTULO VI Art. 30 - Os soctos não respondem, nem


particular nem soHdàriamente, pelos atos pratica-
Art 28 - A Associação Brasileira de Municí- dos pela Diretoria .
pios terá a sua sede no Rio de Janeiro e funcionará Art 31 - As disposições dêstes Estatutos
vigorarão até à realização do Primeiro Congresso
em íntima articulação com as Associações Regio- Nacional de Municípios, que os reformará.
nais de Munidpios e com as entidades congêneres Art 32 - Em caso de dissolução da Asso-
dos países americanos. ciação Brasileira de Municípios - que sOmente se
poderá verificar por votação de dois têrços de só-
Art. 29 - As Associações Regionais de Mu- cios quites, em assembléia-geral - o patrimônio
nicípios manterão representantes seus, devidamente da sociedade será entregue ao Instituto Brasileiro
credenciados, junto ao Conselho Diretor da A B M de Geografia e Estatística"

PRIMEIRA REUNIAO SEMESTRAL


DE PREFEITOS FLUMINENSES
-
Convocada por iniciativa da Secretaria dade de expor os modernos processos e as
de Agricultura, Indústria e Comércio do Es- vantagens decorrentes da inseminação arti-
tado do Rio de Janeiro, realizou-se, em Ni- ficial para o apuramento dos rebanhos.
terói, na segunda quinzena de fevereiro do Presidida pelo Sr. Ministro da Agricul-
ano em cu""so, a I Reunião Semestral de Pre- tura, realizou-se uma sessão no auditório da
feitos Fluminenses, à qual compareceram os Universidade. Manifestou S. Excia. a satis-
chefes dos Executivos Municipais, autorida- fação em receber no auditório da Universi-
des estaduais e federais, além de destacados dade Rural os Prefeitos fluminenses. Fala-
elementos do mundo social e político do Es- ram ainda o Reitor da Universidade, Pro-
tado fessor ARTUR TÔRRES FILHO, e o Secretário
Sob a presidência do Secretário da Agri- da Agricultura do Estado do Rio, Sr. ED-
cultura, Sr. EDGARD TEIXEIRA LEITE, foram GARD TEIXEIRA LEITE.
abertos os trabalhos da I Reunião, tendo Prosseguindo nas vis i tas, os congressis-
aquêle auxiliar do Govêrno fluminense pro- tas percorreram diversos departamentos, en-
nunciado importante discurso. tre os quais o de Química, Biologia e Ser-
Após a primeira sessão plenária e em viço Médico, Fitopatologia, Ecologia e Ex-
cumprimento ao programa elaborado pela perimentação Agrícolas, onde foram feitas
Secretaria de Agricultura, realizaram os CO!l- demonstrações sôbre os problemas dos solos
gressistas uma visita à Universidade Rural. da Baixada Fluminense. Em tôdas as de-
no quilômetro 4 7 da Estrada Rio - São pendências visitadas, os professôres da E.N.A.
Paulo, sendo, ali, recebidos pelos Srs V AL- e E. N. V fizeram explanações, esclarecen-
DEMAR RAYTHE DE QUEIROZ E SILVA, Diretor do os visitantes sôbre os trabalhos ali rea-
do Centro Nacional de Estudos e Pesquisas Iízados. Em nome dos congressistas, falou
Agronômicas; ARTUR TÔRRES FILHO, Reitor o Sr. JosÉ MARIA DE BRITO, Prefeito de Ita-
da Universidade Rural; HONÓRIO MONTEIRO guaí, Município em que está localizada a
FILHO, Diretor da Escola Nacional de Agro- Universidade Rural, agradecendo ao Diretor
nomia; SINEAS GUIMARÃES, Diretor dos Cur- do C N E P A. e serviços dependentes a
sos de Especializacão e Extensão; BARCELO;~ oportunidade de entrar em contacto com seu
FAGUNDES. do Ser,_;ico Nacional de 'Pesquisas aparelhamento, a serviço da agricultura na-
Agronômicas, além -de outros professôres e cional.
alunos, entre os quais o representante do
Centro Acadêmico da Escola Nacional de
Agronomia A seguir, foram os visitantes
convidados a percorrer os campos experi- Na primeira sessão plenária, realizada
mentais da Escola, tendo ensejo de presen- no dia 19, sob a presidência do Sr. Secre-
ciar interessantes demonstracões com equi- tário da Agricultura, e contando ainda com
pamento motorizado da Escola de Agrono- a presença dos Deuutados HIPÓLITO PÔRTO
mia Técnicos ria E~cola " da Secretaria de e VASCONCELLOS TÔRRES, foram aprovadas as
Agricultura do Estado do Rio prestaram ao> seguintes moções a serem apresentadas ao
congressistas tôdas as informações solicita- Sr. Pre"idente da República e ao Congresso
das. Nacional:
Terminara esta primeira parte da vi- "1 a ~ Encampação da Leopoldina com a uti-
sita, quando chegou à sede da Escola o Sr lização de parte dos créditos brasileiros congelados
DANIEL DE CARVALHO, Ministro da Agricul- na Inglaterra.
tura, acompanhado de seu gabinete e do Sr. 2 ,a - Reversão para o Estflrlo das quotas do
rcwanescente do Departamento Nacional do Café,
Ministro ARGEU GUIMARÃES, chefe do cere- a fim de serem aplicadas em benefício da lavoura
monial do Itamarati, representando o Sr. cafeeira
RAUL FERNANDES. 3 a - Indicação no sentido de aue o Govêrno
Federal faça funcionar as usinas de álcool de man-
Reunidos aos recém-chegados, saíram os dioca de São Fidélis, Macaé, Itaperuna e Pôrto
congressistas a percorrer as dependências da das Caixas, em Itaboraí
Escola de Veterinária, visitando o Pôsto de 4.a - Caso da Tipiti (usina de álcool e ami-
do de mandioca em São João da Barra)
Inseminação Artificial, cujo diretor, Profes- s.n - Prolon~amento do ramal ferroviário de
sor JOÃO FERREIRA BARRETO, teve oportuni- Bom Jesus do ltabapoana ao pôrto de São João
124 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNicÍPIOS

da Barra (trecho de 60 km entre Santo Eduardo A Comissão de Crédito Agrícola levou


e Barra do Itabapoana). ainda ao plenário a seguinte resolução, apro-
6.• - Ligação férrea de S. Pedro d'Aideia a
Rio Dourado (ramal de 50 km, Estrada de Ferro vada por aclamação:
Maricá).
7n - Ligação rodoviária direta entre Teresó- "A Comissão de Crédito Agrícdla recomenda à
polis e o Distrito Federal, via Magé. t.n Reunião dos Prefeitos do Estado do Rio que se
8 a - Ligação da Rio-Bahia com a União e oficie à Comissão de Agricultura da Assembléia
Indústria e Rio-São Paulo, estabelecida com a Legislativa a inclusão, na reforma judiciária em es-
construção de pequeno trecho, dentro do Município tudo, de um dispositivo que obrigue os serventuá-
de Tt es Rios, em Bem posta rios de justiça ao fornecimento gratuito de certidões
9.a - Reversão para o Estado das Usinas do para prova na Carteira Agrícola de qualquer banco,
Departamento Nacional de Café. bem como a dispensa de selos e taxas ou quais-
10.• - Entrega de 10% da taxa de energia quer emolumentos aos lavradores proprietários de
elétrica, arrecadada pelo Govêrno Federal, aos Mu- sítios cujas áreas totais não ultrapassem de dez
nicípios (proposição apresentada pelo Prefeito de alqueires".
Carmo, onde está localizada a uSina de Pombos)
11. a - Conclusão das obras da Baixada Flu- O ato de encerramento dos trabalhos da
minense, notadamente de Saquarema.
12.a - Criação de laboratórios para fabrica- I Reunião Semestral de Prefeitos Fluminen-
ção de vacinas contra as viroses, no Município de ses realizou-se no salão de conferências da
Campos. (Utilização de parte da verba de 12 mi- Secretaria de Agricultura, presentes todos os
lhões de cruzeiros para o combate à peste suína ) congressistas e numerosas autoridades. Com-
13.a - Reforma da ponte pêncil que liga o
Estado do Rio ao de Minas, em Sapucaia, por onde puseram a mesa o Sr. Coronel EDMUNDO
é escoada a produção de vasta zona. MACEDO SOARES E SILVA, Governador do
14 a - Crédito Agrícola, por intermédio da Estado do Rio, e o Sr. JoÃo GUIMARÃES,
criação do Banco Central Rural, Bancos Regionais
e Cooperativas de Crédito, além da distribuição Vice-Governador; todo o secretariado do Go-
do crédito pelas Cooperativas de Produção". vêrno Fluminense, Desembargadores AGENOR
RABELO, presidente do Tribunal de Justiça,
Nessa mesma sessão, a Comissão de Cré- e o Sr. FERREIRA PINTO, do Tribunal Regio-
dito Agrícola, constituída pelos Srs. CELSO nal Eleitoral; Senador SÁ TINOCO, Deputa-
PEÇANHA, que a ela presidiu; JoÃo DE Sou- do Federal SÍLVIO BASTOS TAVARES e De-
ZA FARIA, representando o Prefeito de Cam- putados Estaduais HÉLIO DE MACEDO SoA-
buci; MILNE RIBEIRO, JoÃo DE DEUS AN- RES E SILVA, MÁRIO GUIMARÃES, ALBERTO
DRADE e MANOEL FERREIRA PAES, Prefeitos TÔRRES, TOGO DE BARROS, HIPÓLITO PÔRTO
de Macaé, ltaboraí e Campos, respectiva- e o Prefeito de Niterói, Comandante CELSO
mente, apresentou a seguinte resolução, como APRÍGIO GUIMARÃES.
resultado dos trabalhos por êstes realizados:
Nessa última reunião plenátia, foram
"Comissão de Crédito Agrícola - Problema votadas as resolucões das Comissões de En-
amplo e que demanda solução imediata, somos de sino Rural, Contabilidade Agrícola, Fomento
parecer que sua solução estará no seguinte:
e Defesa da Produção Animal e de Meca-
1 ° - Criação do Banco Rural Central;
nização da Lavoura, sendo aprovadas as se-
2. 0 - Nos Estados, criação de Bancos Regio-
nais de Auxílio à Lavoura; guintes:
3 ° - Fundação de Cooperativas de Crédito e 1 - Ensino Rural - Aprovadas as conclu-
criação de Secções de Crédito nas Cooperativas de sões para entrega, à Divisão especializada, do con-
Produção. trôle do ensino rural, e que as esco1as situadas na
O Banco Central funcionará como elemento de zona rural sejam adaptadas para o ensino das ati-
suprimento dos Bancos Regionais, sem interferir em vidades agrícolas Foi ainda aprovada a conclusão
sua estrutura, organização e funcionamento. sôbre a criação de turmas de ensino ambulante:
Os Bancos Regionais suprirão de crédito as devidamente equipadas e mais a fundação de "cen-
Cooperativas de Crédito e Secção de Crédito das tros sociais", por iniciativa da Secretaria de Agri-
Cooperativa& de Produção, sem que interfiram na cultura
vida econômica-administrativa dessas sociedades
Objetiva-se estabelecer que, embora agindo in- 2 - Contabilidade Ag1íco!a - Foram apro-
terdependentemente, tais organizações se conduzirão vadas as seguintes conclusões: a - Adoção de dois
dentro dos diplomas legais que regem suas vidas tipos de Contabilidade, atendendo à capacidade dos
Os saldos da liquidação das autm·quias e órgãos agricultores e fazendeiros; b - Expansão da Con-
paraestatais serão distribuídos pelos Bancos Regio- tabilidade por intern1édio de Serviço Especializado
nais de Crédito, considerada a distribuição, em da Secretaria de Agricultura e co1n a colaboração
proporção à contribuição de cada Estado, para tais efetiva das Prefeituras, que forneciam um auxiliar,
Órgãos. para a assistência técnica "in loco"
Os juros máximos serão de 5%, na base do 3 - Fomento e Defesa da Produção Animal
prazo de safras Quando se tratar de instalações - Aprovadas unânimemente as conclusões do item
de montagens para produção, o prazo mínimo será III do Temário, onde são indicadas medidas do
de 5 anos, aos juros de 4o/0 ao ano Para aquisi- maior alcance para a defesa do rebanho do Es-
ção de pequenas e médias propriedade, o prazo de tado, inclusive redução de 50% no custo dos pro-
empréstimo será de 10 anos, com juros de 6%. àut<R. biológicos, criação de serviços e postos de
inseminação artificial, pôsto de tnonta, instalação de
O Banco Rura1 Central será uma organização laboratórios para soros, vacinas e imunigenos. Cam-
especial para empréstimo rápido, fugindo completa- panha contra a tuberculose e pela sanidade, com
mente aos moldes dos existentes, que se destinam exames prévios dos produtos e subprodutos de ori-
tão sOmente ao fomento da produção agropecuária gem animal.
e da industrialização dos produtos agrícolas
4 - Comissão de Mecanização da Lavoura
Entre as sugestões levadas ontem ao plenário Foram aprovadas conclusões do maior alcance no
pela Comissão de Crédito Agrícola, na sessão rea~ sentido de intensificar o uso da máquina nas la-
lizada com a presença do representante do Sr voutas, não sendo desprezada a tração animal, para
Presidente da República, tôdas aprovadas, destaca- os pontos onde se recomenda"
se a relativa ao seguro agropecuário, que está
assim redigida: I - Tôdas as operações de cré-
dito agrícola, para culturas permanentes ou adven- Em nome dos Prefeitos Fluminenses,
tícias, serão seguidas do competente seguro. II - discursou o Sr. JOSÉ DE CARVALHO JANNOTTI,
Nas operações para a pecuária será seguido o mes- chefe do executivo de Teresópolis, o qual
mo critério 111 - A lei estabelecerá as bases para
a proposição em aprêço e a forma de serem feitos dirigiu uma saudação ao Sr. Governador
os seguros" . EDMUNDO MACEDO SOARES E SILVA.
NoTÍCIAS E CoMENTÁRios 125

Logo após, o Sr. EDGARD TEIXEIRA mental que a política relativa a essa distri-
LEITE deu a palavra ao Sr. Coronel EDMUN- buição seja completamente modificada. Re-
DO MACEDO SOARES E SILVA, que proferiu fere, a propósito, que o Sr. RAFAEL XAVIER,
substancioso discurso no qual focalizou os ao estudar o problema da redistribuição das
mais importantes problemas com que se de- rendas municipais, demonstrou que apenas
fronta a administração fluminense. 11,75% dessas rendas cabem aos Municípios,
Finalmente, discursou o Sr. EDGARD absorvendo os Estados e a União os 88,25%
TEIXEIRA LEITE, congratulando-se com os restantes. Excluído o Distrito Federal, cêrca
congressistas pelo êxito dos trabalhos da I da metade da arrecadação municipal pro-
Reunião Semestral de Prefeitos Fluminenses. vém das capitais. Isso significa que 1 552
Municípios do interior têm, para o trato de
Sob os auspícios da Federação do Co-
seus problemas, pouco mais da metade do
mércio Varejista do Estado do Rio, reali-
que dispõem as capitais das vinte e uma
zou-se, na sede dessa agremiação de classe,
Unidades Federadas. Em outros têrmos:
em Niterói, uma sessão solene em home-
excluídos os Municípios das capitais, sobra,
nagem aos prefeitos municipais participan-
para os restantes, no conjunto das arrecada-
tes da Reunião. Presidiu aos trabalhos o
ções nacionais, a insignificante parcela de
Governador EDMUNDO MACEDO SOARES E
SILVA, tendo constituído a mesa os Srs. 6,9%.
JoÃO DAUDT DE OLIVEIRA, presidente da Prosseguindo nesta ordem de idéias,
Confederação Nacional de Comércio, da As- acentuou que inútil, porque fictícia, será tôda
sociação Comercial do Rio de Janeiro e da autonomia política que se quiser dar ao Mu-
Federação de Comércio Atacadista do Rio nicípio, se, ao lado dos dispositivos consti-
de Janeiro; ADELINO CÂMARA PINTO, presi- tucionais que asseguram essa autonomia, não
dente da Associação Comercial; JuvENAL DE se alinharem medidas que propiciem o desen-
QUEIROZ VIEIRA, Secretário das Finanças; volvimf"nto de suas fontes de riquezas e que
V ASCO BARCELOS, Secretário de Educação permitam uma forte estruturação da vida
e Saúde; Desembargador FERREIRA PINTO, comuna!.
presidente do Tribunal Eleitoral; EDGARD
Discursou, finalmente, o Sr. JUVENAL
TEIXEIRA LEITE, secretário da Agricultura;
DE QUEIROZ, Secretário das Finanças, o qual
e NEWTON GUERRA, presidente da Câmara
discorreu sôbre a situação geral do País, a
Municipal de Niterói.
situação financeira do Estado do Rio de Ja-
Dada a palavra ao Sr. EDUARDO LUÍS neiro e a política financeira do govêrno.
GoMES, presidente da Federacão do Comér-
cio Varejista do Estado do Rio, teve êste Encerrando a sessão, o Governador ED-
oportunidade de esclarecer ao plenário o sen- MUNDO MACEDO SOARES E SILVA declarou
tido daquela sessão. Falou, a seguir, o Sr. ser da mais alta importância o apoio das
JoÃO DAUDT DE OLIVEIRA, que, depois de classes conservadoras a uma reunião como
uma série de considerações sôbre o signifi- a que acabava de congregar os prefeitos flu-
cado da mesa redonda que reuniu, na ca- minenses para a discussão dos problemas
pital fluminense, os administradores muni- que dizem respeito às administrações munici-
cipais, aludiu ao "grave problema da distri- pais, prometendo, ao mesmo tempo, tudo
buição das rendas arrecadadas no território fazer para que a terra fluminense volte às
nacional". Declarou ser imperioso e funda- culminâncias em que já estêve no passado.

O RESTABELECIMENTO
DO MUNICIPALISMO
Realizou-se, a 27 de março, na cidade do Chefe do Executivo pela vida municipal
fluminense de Sapucaia, a solenidade de brasileira. Referiu-se o orador ao apêlo feito
inauguração do busto do Presidente EURICO pelo Presidente da República aos homens
GASPAR DUTRA, mandado erigir pelo povo e públicos do País, em Mensagem dirigida ao
pela Câmara Municipal daquela comuna em Congresso Nacional, para que o ajudassem
homenagem ao primeiro magistrado da Nação. no "restabelecimento do municipalismo, no
que êle tem de emulacão direta e fecunda
Representando o Presidente da Repú- no servico da coletivid.ade" e enalteceu as
blica, discursou, na ocasião, o Sr. CARLOS Ro- iniciativ,;'s do Govêrno Federal em favor do
BERTO DE AGUIAR MOREIRA, que agradeceu, revigoramento do interior e da valorizacão
em seu nome, a sinceridade e espontaneidade do trabalho rural em funcão da assistên~ia
daquela homenagem, e acentuou o aprêço eficaz às células comunais ~brasileiras.
126 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS
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A IMPORTÂNCIA DOS HORTOS


FLORESTAIS
O Engenheiro-Agrônomo GERALDO Gou- caminhamento dos problemas agrícolas refe-
LART DA SILVEIRA, professor da Escola de rentes à fruticultura, horticultura, jardina-
Horticultura Venceslau Belo, desta Capital, gem, etc., e da orientação adequada do agri-
mantida pela Sociedade Nacional de Agri- cultor sôbre os cuidados do plantio, aprovei-
cultura, apresentou à Primeira Reunião Se- tamento racional do solo, enfim, sôbre tôdas
mestral dos Prefeitos Fluminenses, realizada as questões rurais que careçam de esclare-
em Niterói na segunda quinzena de fevereiro cimento.
dêste ano, interessante trabalho relativo às Aos Hortos Municipais, ainda, com-
finalidades e à importância dos Hortos Muni- petiria ministrar cursos práticos e rápidos
cipais para o fomento à produção agrícola das sôbre os vários assuntos e atividades agríco-
comunas do Estado do Rio de Janeiro. Acen- las, bem como promover campanhas que
tua o referido técnico as vantagens que ad- visem ao reerguimento da economia rural,
viriam, para a lavoura, da criação de grande tais como as de reflorestamento, exploração
número de Hortos Municipais, incumbidos racional das florestas, formação e restaura-
não apenas do fomento ao reflorestamento e ção de pomares, combate à erosão, recupera-
da distribuição, aos lavradores, de mudas e ção da fertilidade do solo, instalacão de hor-
sementes selecionadas, mas, também, do en- tas, combate à saúve, etc. -

MANIFESTO DA ASSOCIAÇAO BRASILEIRA


DE MUNICÍPIOS
-
Aos Deputados das Câmaras Estaduais, .5. Na realidade, nunca os problemas
a Associacão Brasileira de Municípios enviou municipais do Brasil foram tão bem debati-
o seguint~ Manifesto: dos como na Assembléia Constituinte de
"A A. B. M., por seus representantes 1946, através da palavra autorizada de ilus-
abaixo assinados, dirige a V. Excia. o presente tres constituintes, alguns dos quais funda-
Manifesto, esperando congregar todos os mu- dores e membros da A B M.
nicipalistas do Brasil, independentemente de 6. Tais debates, inspirados sempre nos
credos e ideologias políticas, a serviço de interêsses dos Municípios, culminaram na
uma cruzada de revitalizacão das entidades promulgação da mais municipalista das Cons-
comunais em todos os Est;dos e Territórios. tituições até agora vigorantes no Brasil, ten-
2. No primeiro Congresso de Municí- do em vista as seguintes bases:
pios, realizado na capital de Cuba em 1938, a) restabelecimento e ampliação da autono-
foi criada, conforme acôrdo da VI Conferên- mia dos Municípios;
cia Internacional Americana, a Comissão b) revigoramento das finanças municipais,
Pan-Americana de Cooperação Intermunici- pela revisão da competência tributária e melhor
política da redistribuição de rendas;
pal, a que hoje se filia a A. B M. c) participação efetiva dos Municípios na re-
democratização do País:
3. Trata-se, portanto, de um Órgão de-
d) reaparelhamento dos Municípios para mais
vidamente integrado no sistema da boa-vi- eficiente desempenho do papel que lhes incumbe
zinhança continental, apoiado pelo Govêrno na formação nacional, como centros de riqueza, pro-
da República e por grande número de Pre- gresso e cultura.
feituras do País, e que tem em vista enca-
beçar um sistema nacional de associações de 7. Mas, a despeito das conquistas ob-
defesa e estudos dos interêsses e problemas tidas no texto da Constituição de 18 de se-
das comunas brasileiras. tembro de 1946, a tarefa máxima da revi-
talização dos Municípios brasileiros depende
4. Instituída em momento decisivo da ainda de uma histórica obra de complemen-
vida política do País, quando os constituin-
tação, a ser levada a efeito, em primeiro lu-
tes brasileiros se reuniam para a histórica
gar, pelas Assembléias Constituintes dos Es-
tarefa da elaboração de nossa carta constitu-
cional, a A B M-. chamou a si a responsa- tados, e, em segundo lugar, pelas Câmaras
bilidade de colaborar com os representantes de Vereadores.
do povo, à margem dos partidos, no debate 8. Sem dúvida, compete aos nobres le-
dos problemas comunais, começando por de- gisladores estaduais a missão de dispor tec-
fender, entre outras reivindicações locais, a nicamente, nas Constituições e nas leis or-
tese da revisão da competência tributária, no gânicas que vão elaborar, sôbre a melhor apli-
sentido de revigorar as finanças dos Muni- cação dos princípios já con,sagrados na Carta
cípios. Magna da República.
INQUÉRITOS E REPORTAGENS 127

9. Assim é que a A.B.M. dirige a V. sistema de descentralização, capaz de fixar


Excia. o presente Manifesto, num veemente as populações do interior no meio que lhes
apêlo ao patriotismo, ao espírito público e convém e, desenvolvendo ao máximo a cons-
ao devotamento dos Srs. Deputados às Cons- ciência municipalista que hoje renasce, eri-
tituintes Estaduais, para que todos os esfor- gi-las em colunas mestras da nossa economia,
cas, independentemente de partidos, se con- da nossa cultura e da nossa civilização, em
juguem unissonamente, na defesa dos inte- caráter permanente e evolutivo.
rêsses dos Municípios do Brasil, onde de fa- 13. Na certeza de que V. Excia. com-
to residem as soluções de todos os nossos preenderá, como municipalista convicto, o
problemas de base. significado dêste Manifesto, rogamos aceitar
10. Proporcionados maiores recursos fi- a colaboração da A. B. M., para cujo pro-
nanceiros ao Município, principalmente ao grama encarecemos a necessidade do apoio
âmbito rural, resta agora uma sábia política de todos os que têm hoje a tarefa histórica
estadual de definição de encargos, visando da reconstitucionalização e redemocratização
ao alargamento de ação dos executivos locais dos Estados e dos Municípios.
e à prestação de maiores serviços às popula-
HORACIO LAFER, Presidente da Comis-
ções do interior, sempre vítimas de um sis-
são Executiva; NOVELLI JÚNIOR, Presidente
tema de centralização que tanto enfraqueceu
do Conselho Diretor; LAURO MONTENEGRO,
e anquilosou a vida municipal do Brasil.
Presidente da Comissão de Propaganda e Or-
11 Mais recursos e, conseqüentemen- ganização; ALIOMAR BALEEIRO, THEMISTO-
te, mais encargos constituem, por isto mes- CLES CAVALCANTI, M. A. TEIXEIRA DE FREI-
mo, seguros fatôres da transformação dos TAS, 0SORIO NUNES, JUAREZ TÁVORA, ED-
Municípios em organizações operantes e não GARD TEIXEIRA LEITE, ARAUJO CAVALCAN-
apenas células políticas de exclusivo valor TI, SATURNINO DE BRITO, AFONSO ALMIRO
eleitoral. DA C. JUNIOR, AGOSTINHO MONTEIRO, CE-
12. Com isso, Senhor Deputado, será LESTINO BASILEO, JoÃo DE MESQUITA LARA,
possível implantar, no Brasil, um adequado 0CÉLIO DE MEDEIROS, RAFAEL XAVillR

-
ASSOCIAÇAO PERNAMBUCANA
DE MUNICÍPIOS
A Associacão Pernambucana de Muni- criação de uma Biblioteca especializada, no
cípios, fundad; em 11 de junho de 1946, Recife, sôbre assuntos de municipalismo;
apresentou, em fevereiro dêste ano, o seu criação de um Órgão (revista ou boletim)
primeiro relatório à Associação Brasileira de para propaganda das finalidades da Associa-
Municípios, à qual é filiada. ção e publicação do material de expediente,
Trata-se de trabalho sucinto, "destinado e criação de bibliotecas municipais nas ci-
mais a acertar normas de trabalho e a su- dades do interior, a fim de estear, nesses
gerir conselhos", como assinala o presidente núcleos urbanos, as futuras associações dos
da organização. Na da obstante, pode-se veri- Amigos do Município
ficar, por sua leitura, que muito já realizou A parte financeira da Associação tam-
a A . P . M nesse pouco mais de um semes- bém não foi descurada, já estando em prá-
tre de existência. Através do rádio e da tica o plano elaborado, que prevê, entre ou-
imprensa, levou a efeito vasta propaganda tras coisas, a instituição de duas categorias
dos fins da Associação, estabeleceu intenso de sócios, a expedição de diplomas aos mes-
intercâmbio com as diversas Prefeituras do mos, e a instalação de Delegacia da Associa-
Estado e intercedeu, junto aos representan- ção em cada Município
tes pe1nambucanos na Assembléia Nacional,
Até fevereiro do corrente ano, data do
em prol da revitalização do Município, no
Relatório, já se encontravam em funciona-
que alcançou pleno êxito
mento a Delegacia de Moreno, e criadas as
A criação de Órgãos comunais, com os
dos Municípios de Vitória e Timbaúba.
mesmos fins da Associação, em cada Muni-
cípio pernambucano, sob a denominação de A respeito, merece referência a resolu-
Associação dos Amigos do Município, foi cão da A. P. M no sentido de a escolha do
outro objetivo que logo procurou concretizar. Secretário das Delegacias recair sempre nos
Outras deliberacões de vulto tomou ain- Agentes Municipais de Estatística.
da a Associação, coffi:o sejam o estudo do pro- A A P M já contava, à época do rela-
blema financeiro dos Municípios em face da tório em questão, o expressivo número de
reforma introduzida pela nova Constituição; 45 sócios
e V«<.a Ru'Ui,L

VIVEIROS FLORESTAIS PERMANENTES


NOS MUNICÍPIOS
W. DUARTE DE BARROS
(Engenheiro-Agrônomo do Serviço Florestal)

A sólidos indícios de que toma base meros. Alguns dêles, de amplitude generali-

H no País um movimento municipalista.


Procuram alguns elementos de elite
da intelectualidade brasileira - em grande
zada às Municipalidades do Brasil, citam-se
com prioridade graças ao caráter nacional:
- vias de comunicação, alimentação, saúde
maioria oriundos do interior, do sertão do e higiene, educação das populações 1·urais,
Brasil - demonstrar as impropriedades da produção agrícola, exploração do solo e con-
política econômica, administrativa, financei- servação das fontes de bens da natureza.
ra e social, até agora entre nós produzida. Como de particularidade essencial, des-
Independentemente da atividade dêsses in- taco, pela importância, o problema da manu-
telectuais, grupados na Associação Brasileira tenção dos recursos naturais em geral. A
de Municípios, todos nós sentimos, princi- caça, a pesca, as nascentes d'água, as flores-
palmente os que habitam no interior, mais tas, o solo e o subsolo, constituem precio-
diretamente vinculados à gleba - no senti- sos capitais, de alta importância para a vida.
do amplo e forte de porção e "habitat'' rural Sua conservação forma tema da mais elevada
- que o progresso do País deve ter alicer- política moderna em todos os países cultos
ces na organização do Município e no tra- ou civilizados do mundo. Temos que consi-
balho definitivo que a sociedade nêle rea- derá-los, apoiando-nos no exemplo de outras
liza. nações e situando-os como problema basilar
Em todos os momentos da vida brasi- de nossa terra.
leira, tivemos autênticos municipalistas que Independentemente, como fonte de ri-
procuraram, como fórmula de progresso, in- queza, ou, socialmente, no papel de fator-
dicar à Nação a importância da vida muni- -equilíbrio da natureza, a floresta tem que ser
cipal para a forma estrutural da política que considerada como o mais precioso dos bens
mais conviria ao Brasil realizar. Com efeito, naturais, pois de sua existência, de sua ex-
a Municipalidade deveria, de há muito, cons- ploração e da forma de sua reorganização
tituir o fundo de crédito do Estado e o nú- dependem não só a água, o solo, o clima,
cleo inconfundível do trabalho de aprovei- como, acentuadamente, a vida humana. A
tamento dos bens da terra, de melhoria cres- exploração de madeiras, o intenso extrati-
cente das condições de vida do homem rural, vismo a que se têm submetido diferentes
de positiva unidade social, uma vez que dela terras e a maneira deficiente de trabalhar
tudo provém e é ela quem assegura a estabi- as matas, determinam em todo o mundo
lidade nacional. gravíssima questão de economia pública.
Somente afastando o País das influên- A exploração dos produtos e dos sub-
cias de princípios a nós alheios e livrando-se produtos florestais, o plantio e o replantio
os nossos homens públicos do irremediável de conjuntos florestais homogêneos, interes-
e fatal transplante - sem exame, sem adap- sam profundamente ao Município. Melhor
tação e, portanto, com diminuta possibili- que os Estados, aproximados com maior ri-
dade, tais as injunções do meio - de novas gor da região, no que concerne à maneira
e adventícias normas, será possível conceder de interpretar as necessidades do interior,
ao Município brasileiro progressiva autono- as Municipalidades aparelhadas concorrerão
mia, facultando-lhe o fator de necessário para a solução de problemas complexos, co-
trabalho. mo a questão das matas e do reflorestamen-
Assegurada à comuna efetiva personali- to. Elas poderão, com maior segurança, ga-
dade, grande parte dos problemas gerais, mal rantir a existência do mínimo florestal esta-
percebidos na administração estadual e ra- belecido em Lei e fixar o método mais ade-
rl.ssimamente auscultados na órbita do Govêr- quado de reorganização do patrimônio des-
no federal, atingirá posição relevante. Caberá truído, reformando-o racionalmente em fun-
ao Govêrno municipal enfrentá-los, dando- ção das utilidades atuais e futuras.
lhes soluções de fundamentos práticos, cujos Encarado assim tão fundamental pro-
resultados satisfaçam aos anseios do povo, blema da Nação, sente-se a necessidade da
descrente de fórmulas que circunstâncias di- existência de um núcleo municipal que rea-
versas apresentaram através de prolongado lize, como órgão coordenador, a tarefa de
período de espera. Êsses problemas são inú- fomento florestal. Centro basilar de incre-
HEVISTA BnASILElHA nos 1\luNrCÍPIOS 129

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H B M -9
130 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

mentação de plantios e exploração de matas, getais de porte arbóreo (tratando-se de


pode vir a ser o que chamamos propriamente floresta) e terras perdidas pela intensidade
viveiro florestal permanente no Município. do trabalho rural. Essas terras, que o lavra-
Instituído em modêlo único, variável dor empobreceu ou inutilizou, podem ser
apenas quanto à área, a localização, quali- recuperadas, e um dos processos de recon-
dade e quantidade da produção - fatôres quista de tais solos é o florestamento ou o
que precisam ser considerados em relação à reflorestamento, conforme seja o caso.
superfície e às disponibilidades orçamentá- De modo geral, porém, o lavrador não
rias municipais, ao lado do maior ou do me- está em condição de, econômicamente, rea-
nor grau de desmatamento sofrido, - o tipo lizar êsse serviço. É obra de tempo, que
de viveiro sugerido terá como finalidade tem de ser feita à luz de árduo trabalho
precípua a produção e a distribuição de mu- planejado e apoiado em conhecimentos de
das. Fará essencialmente fomento florestal diversos ramos técnicos, como engenharia,
intenso no Município, apoiando seu trabalho agronomia e silvicultura. Pela importância
nos dados que a técnica silvícola indicar do capital empregado, ou a empregar, na
pelos experimentos e observações que os emprêsa, só o poder público pode intervir
Hortos Florestais federais ou estaduais e executar o serviço de reconquista de solos
apontarem. De instalação singela, devem re- inutilizados em áreas consideráveis, sendo
fletir a melhor organização, de tal forma tal trabalho chamado obra de salvação pÚ-
que influam poderosamente na mentalidade blica. Convém acentuar que há solos menos
do lavrador, sobretudo demonstrando o ren- férteis, cuja lavourização não mais se torna
dimento da floresta. aconselhável, que podem e devem ser cober-
A instalação do viveiro florestal per- tos por florestas. Tirar-se-ão dois proveitos
manente tem que ser bem cuidada. Prefe- reflorestando-os: a floresta com suas utilida-
rentemente, será feita por Engenheiro-Agrô- des, e o enriquecimento da terra, pela re-
nomo, ou por Silvicultor. Levar-se-ão em serva de umidade e de material orgânico
conta, como indispensável na escolha do que aquela lhe proporcionará.
local: a) acesso fácil; b) proximidade direta A interferência dos governos em obras
de vias públicas ferroviária ou rodoviária; de salvação pública é solicitada quando a
c) abundância de água (se possível um pe- extensão do serviço se torna tão grande que
queno curso fluvial); d) topografia mista só a administração pública pode intervir para
de morros e várzeas, sendo estas em propor- resguardar ou recuperar áreas cujo estado
ção de 2 partes e aquela de 1 parte; e) ter- afeta a vida das coletividades. Do ponto de
renos de boa constituição (tanto quanto pos- vista de efeito do trabalho agrícola sôbre
sível gordos, frescos, de consistência media- nossas terras, não tivemos no Brasil casos
'lla, profundos, não úmidos) . daquela natureza, mas estamos na iminência
Todos os fatôres apontados concorrem de tê-los, de tal maneira se tem acentuado
seguramente para o êxito dêsse trabalho. A o desapreço pela nossa reserva natural, nota·
topografia acidentada, mista, conforme suge- damente quanto a solo e floresta.
rimos, dará meio para que se demonstre a A área neeessária aos serviços do Vi-
utilidade da terra agrária em função da to- veiro Florestal Permanente do Município
pografia, pois os terrenos com mais de 3o/o deve estar em função da superfície dêste. Não
de aclive reclamam cuidados específicos para será porém inferior a 72 600,00 m2 ou 7,26
aproveitamento. Certas lavouras como o al- hectares (um alqueire e meio de 48 400
godão e milho - precisam ser feitas com m2), pois esta superfície é suficiente para
aprofundada atenção, quando realizadas em uma produção de 250 000 mudas envivei-
grandes áreas que apresentem desníveis de radas, e 1 000 000 de mudas acondiciona-
0,5%. A proximidade de via pública dispen- das em caixas para remessa a agricultores.
sa justificativa, bem como a necessidade de O terreno do viveiro tem que ser totalmente
água em abundância. Quanto à qualidade da cercado e dividido de acôrdo com o que
terra é questão também importante. Muita deve nêle ser produzido. Esclmeço melhor
propaganda sôbre o reflorestamento diz que a questão, apresentando uma sugestão grá-
o lavrador deve reflorestar suas terras más, fica para uma dessas unidades de reflores-
empobrecidas e até mesmo consideradas per- tamento.
didas, incutindo-lhes princípio falho, profun- Em pequeno trabalho que escrevi para
damente errôneo. Isso pode provocar o des- o Boletim do Ministério da Agricultura (de-
crédito dos órgãos oficiais interessados em zembro de 1943), focalizando a questão da
serviços florestais, como conseqüência do criação de Parques Florestais municipais,
fracasso que o reflorestamento feito à base tive ocasião de demonstrar a necessidade da
de capital pequeno e fraco, sôbre terrenos formação dessas reservas. Assevero, agora,
em alto grau de danificação, tem que deter- que o viveiro florestal permanente, será,
minar. Como todos os demais empreendi- preferencialmente, estabelecido em área con-
mentos agrários, o plantio das florestas re- tígua ao terreno do Parque, com isso melhor
clama bons solos; há espécies florestais que se atendendo às suas finalidades, em relação
requerem para viver, como condição funda- com os recursos orçamentários municipais e
mental, a existência de determinados fatôres dando-se uma só direção aos dois Órgãos da
físicos, químicos, climáticos e biológicos, sem comuna de objetivos próximos.
os quais não prosperam. A função essencial do viveiro perma-
Os terrenos ruins podem ser de duas nente é incentivar o trabalho de refloresta-
origens: terrenos de constituição geológica mento, produzindo e distribuindo tanto se-
naturalmente imprópria para a vida ele ve- mentes como mudas por sistema de venda
VmA RuRAL 131

PDOJ<ETO D<E umA p(EQGOLA

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132 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

à base do custo de produção. Outras atri- antigas construções coloniais do interior do


buições paralelas poderão ser dadas ao vi- País. O pequeno edifício onde funcionará a
veiro permanente: a) esclarecimento do pú- administração do viveiro florestal poderá ser
blico quanto à utilidade da floresta; b) fis- coberto de telha-canal feita a mão, tendo as
calização municipal das leis de caça e flo- paredes de tijolo, sendo assoalhado, forrado
resta; c) manutenção de estatística florestal e dotado das instalações necessárias de luz,
municipal; d) colaboração nos plantios siste- água, esgôto e telefone - se possível.
máticos de florestas de rendimento quanto O galpão será construído com a mesma
a sementes, mudas, tipos de plantios; e) fo- linha da pequena sede de serviço, tendo
mento florestal; f) coleta e remessa de ma- como dependências fechadas: o depósito de
terial para estudo de plantas municipais a material e a garagem. Êstes dois compar-
Institutos interessados; g) incentivo à jardi- timentos devem, preferentemente, ter o piso
nagem e à arboricultura ornamental; h) com- cimentado. A outra parte do galpão pode e
bate às formigas; i) manutenção de museu deve ser aberta, com piso de chão comum,

PPOJ~TO D(E um (ESTUFim

tESCALA 1: 2 5'

P<tP .SPtECTIVA

COPTIE
TRAn..SVER5QL

municipal florestal; j) demonstrações práti- pois nela deverá ser realizado o serviço de
cas de atividades florestais; I) emprêgo de ve- repicagem e embalagem das mudas. Tratan-
getais do Município no plantio florestal. do-se de um galpão, e para baratear o seu
custo, sugerimos o emprêgo de telhas tipo
O viveiro florestal permanente deve
Eternit, que dispensam caibros, ripas, e
possuir: a) pequena sede de serviços, com
prego, sendo sua colocação de mão de obra
sala de escritório, sala para museu, cozinha
insignificante.
e WC.; b) galpão para depósito de ferra-
mentas, com garagem e sala de repicagem A sementeira deve ser construída por
anexas; c) ripados, estufins, canteiros, tan- tantos canteiros quantos forem necessários
ques para irrigação; d) sementeira, viveiros, para o serviço de produção de mudas, que
talhões para demonstração de .cultura e ren- está em relação com a área do viveiro e com
dimento florestais. a procura de plantas. Os canteiros preferen-
temente serão construídos de tijolos com
As construções serão feitas tôdas com junta tomada de massa de cimento. A me-
muita singeleza e tanto quanto possível lhor dimensão é de 3,00m x 0,90 m (largura
guardarão as linhas, no tocante à sede, das incluídos os tijolos), tendo um espaçamento
VIDA RunAL 133

PPOJCETO DE un
TAnOU<E
pç::jpA IPPI<GAÇRO

CORT~
LonGJTUDJnRL

de O,SOm entre cada um e de 1,50m nas ruas. poenta e com profundidade média de 1 a 2
A mais conveniente direcão é Leste-Oeste. metros. A água deve ser abundante para as
A terra existente na áre; destinada a cada regas.
canteiro tem que ser removida e substituída
No terreno do viveiro, as plantas têm
por terra própria, especialmente preparada
que ser dispostas em linhas igualmente dis-
pelo viveirista; uma boa mistura para se-
tantes umas das outras (de O, 7 5 a 1,00 m) .
menteira pode ser obtida de uma combina-
ção de terra vegetal gorda, areia e terra Se o terreno tiver aclive superior a 0,5%,
será melhor fazer a plantação em sentido
comum, na razão de 2 : 1 : 1, em quanti-
transversal à inclinação, em pequenas ban-
dade suficiente para encher o vazio de
quetas. Isto evitará qualquer surto de erosão,
0,30m do canteiro. Ao preparar a cava será
contribuindo para melhor retenção d'água e
indispensável observar que ela não esteja
para que os amanhos façam reduzidíssimas as
praguejada com pequenos vegetais como a
tiririca ou margaridinha de flor amarela. perdas de soío
Costuma-se tratar a terra da sementeira, a Entre as plantas, nas filas, a distância
fim de livrá-Ia de pragas ou de doenças, de pé a pé será tal que se considere: 1)
submetendo-a a temperatura elevada em desenvolvimento mais ou menos rápido da
chapa de ferro colocada sôbre o fogo. planta; 2) feitio e crescimento do sistema
Os vivehos - Cada espécie vegetal, radicular; 3) porte da planta em relação
depois de germinada na sementeira, reclama com o tempo que terá de vida no viveiro.
tratamento específico. Há, todavia, provi- Éstes são 9s fatôres reguladores da distância
dências gerais que podem ser desde já men- que é necessário existir entre plantas, notan-
cionadas como indispensáveis em qualquer do-se que nunca menos de 0,40 m se dará
viveiro. nesse espaçamento.
Depois que a semente ge1 mina, há ne- Estufins e ripado - Os estufins -
cessidade de ser repicada, transplantada a como indica o nome - são pequenas estu-
~evem planta. Ela deve ser mudada para fas, cujas paredes ficam a pouca altura do
caixa, cestinho ou viveiro, conforme seja o chão (O,SOm), dotados de cobertura de vi-
caso melhor aconselhado. Há espécies flo- draca móvel e nos quais haja condição para
restais - notadamente as de sementes cu!Úvos de plantas mais exigentes na pri-
grandes, que hão de ser plantadas no local meira fase da vida. Embora de utilidade
onde viverão em definitivo. limitada, são os estufins indispensáveis no
O viveiro é a área destinada a receber viveiro florestal permanente, principalmente
certas espécies vegetais que, transplantadas se nêle pudermos produzir mudas de plantas
da sementeira, encontrarão nêle condições ornamentais de constituição delicada. Con-
propícias para bom desenvolvimento. É área forme a natureza da espécie vegetal que nê-
para estágio onde as plantas aguardam o les deverá viver, o fundo dos estufins poderá
momento melhor para serem retiradas e ser de terriço ou de areia com pedregulho
plantadas em terreno definitivamente a elas Geralmente, os vegetais, em estágio nos es-
destinado. A terra portanto deve ser nêle tufins, são plantados em vasos que ficam
boa, fresca sem ser úmida, solta sem ser semi-enterrados.
134 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

Os ripados, cujo tamanho varia com as tais, - desde o custo da semente, lavra,
necessidades do viveiro, são de todo preci- preparo e cuidado com o solo, desbaste,
sos nos trabalhos que naquele se realizam. derrama, corte, plantio e replantio, combate
Certas semeaduras em caixas, repicagem, a pragas e doenças - levadas a efeito nos
embalagens para plantio e expedição, a aco- talhões, o viveiro balanceará, como do-
modação dos vegetais recém-saídos para cai- cumento demonstrativo, o custo e o lucro
xas ou cestos, necessitam da existência do que a cultura florestal proporciona.
ripado, onde se encontram condições ate- Dessa pequena reserva econômica po-
nuadas de luz, vento e temperatura. Sua cons- derá retirar renda considerável. O Govêrno
trução é facílima, podendo ser feita com municipal obterá do plantio de rendimento
colunas de pedra, de tijolo ou de madeira, do viveiro florestal, materiais para muitos
ou uma combinação artística de dois ou três dos seus serviços: postes, caibros, moirões,
dêsses materiais. Usa-se cobri-los com ripas vigas, pranchões, ripas, indispensáveis às
de madeira de lei ou com bambus (de dura- pequenas e inúmeras obras que tôdas as
ção curta) separados de 5 a 8 centímetros. comunas realizam. Peças para escoramento
As colunas de alvenaria, de pedra ou mesmo de obras de concreto, cruzetas para linhas
de certas madeiras incorruptíveis, têm vaa- de telefone e de luz, cabos para ferramentas,
tagem de maior durabilidade e embora se- tudo poderá ser retirado da cultura florestal
jam de custo inicial mais elevado tornam-se que o viveiro permanente necessita possuir.
baratíssimas com o tempo. Posteriormente, com o produto da venda da
Com a finalidade principal de oferecer lenha conseguida da operação da derrama-
às plantas condições artificializadas de cli- gem, ou de qualquer produto, mais tarde,
ma, êstes ripados são em muitos lugares quando o maciço apresentar-se em condições
recobertos por plantas trepadeiras que não de ser operado, o viveiro terá renda para se
obstruem de todo a penetração da luz solar, manter sem onerar o orçamento da Muni-
refrescando suficientemente o interior do cipalidade. Os plantios que se farão nos
ripado que, também, às vêzes, têm suas talhões deverão obedecer às prescrições que
partes laterais guarnecidas com ripas. Os a Silvicultura determina, podendo os Órgãos
ripados deverão ser colocados entre as se- florestais federais ou estaduais elucidar no
menteiras e os viveiros, em postçao que momento a direção do viveiro sôbre o rumo
favoreça quanto ao sol violento e aos ventos da plantação.
fortes ou frios.
Museu - Com o objetivo de ilustrar,
Talhões - Para atenderem integral- puramente com caráter educativo, existirá
mente às suas finalidades, os viveiros flo- junto ao viveiro, como parte de sua organi-
restais pemanentes nos Municípios deverão zação, um museu de elementos da natureza
dispor de uma área complementar de 1 ou 2 preferentemente interessado na parte flores-
alqueires nos quais façam, com o caráter tal. Nêle serão reunidos f0tografias, gráficos,
duplo de demonstração e de renda, plantios desenhos, partes de árvores ou de plantas
de maciços florestais para exploração eco- úteis do Município. Fôlhas, cascas, raízes,
nômica ou industrial. Com elementos incon- frutos, pedaço de lenho, anomalias curiosas,
testáveis, fornecidos pelas operações flores- pragas encontradas nas matas do Município,

DPOJ€TO D€ um OIDADO
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Decção R Secç.:io B

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VmA RuRAL 135

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CESCALA 1:'100

tudo deve aí ser reunido para documentário base do trabalho que mais urgência e prio-
e ilustração do público. Servit á também o ridade em execução requer no País - o
museu como atrativo do povo, a quem pode plantio de maciços florestais em todo o in-
a administração do viveiro, aproveitando o terior. Funcionando como órgão fomentador,
interêsse da visita, acorrer indicando a uti- êsses viveiros terão função esclarecedora e
lidade do campo florestal do Município e orientadora junto ao meio lavourista interes-
demonstrando a finalidade, a vantagem e o sado em plantio florestal. Poderão indicar
lucro que oferecem as florestas de rendi- que a floresta plantada é tão importante e
mento. tão valiosa para a economia ela propriedade
rural de cada um como o é para o País todo,
Além de sua direta utilidade, como
sendo tarefa de elevado valor plantar matas
órgão de fomento no Iviunicípio, o viveiro
homogêneas para expio! ação econômica. Não
florestal permanente pode concorrer para o
só pelo que proporciona em renda, como
embelezamento de ruas, praças, alamedas e
estradas, podendo êle próprio ser um recanto pelas melhorias das condições ela natureza,
tão apreciável como a mais remunerativa
aprazível do Município, cujas cercanias des-
das tarefas rurais, o plantio florestal neces-
pidas de florestas tenham perdido a graça
que todos nós tanto apreciamos. sita ser cogitado e incentivado. Esta será,
precipuamente, a base do trabalho que de-
Os viveiros florestais permanentes nos vem as Municipalidades atribuir aos viveiros
Municípios constituem, pois, a meu ver, a florestais permanentes.
O JUUNICíPIO (Sua conceituação histórica e tervenção e da centralização levada ao mais
jurídico-constitucional) - Ivo d' Aquino - alto grau.
Imprensa Oficial do F:stado -
polis.
Flot·iauó-
*
Concorrendo à cadeira de Direito Pú-
blico e Constitucional da Faculdade de
No povoar ou colonizar a tetra brasi-
Santa Catarina, o Sr. Ivo D' AQUINO se apre-
leira, Portugal a considerou, simplesmente,
sentou a julgamento com a tese "O Muni-
sob o aspecto de um prolongamento naturai
ctpto: sua conceituação histórica e jurídi-
do reino, donde o transfundir-lhe, sem quais-
co-constitucional".
quer restrições, ou modificativas, nada obs-
tante às discrepâncias evidentes de natu- Servido por aprofundada cultura de
reza e espaço, a mesma estrutura e o mesmo Direito Constitucional e por uma inteligên-
sentido da civilização portuguêsa, com as cia lúcida e brilhante, o A., socorrido tam-
suas singularidades sociais, as suas peculia- bém por preciosa bibliografia, realizou obra
ridades políticas e os singelos objetivos da original e de mérito indiscutível, que se
sua dinâmica econômica. credencia a posição de relêvo na literaturã
brasileira que trata da matéria.
Por isso mesmo, o municipalismo bra-
sileiro é, da sua instituição até alguns anos Iniciando seu trabalho com o estudo
depois da Independência, o municipalismo minucioso do Município romano, examina
português, resultante do conceito romano, o medieval, o anglo-saxão, o modetno, o
alterado, na configuração e no conteúdo pela português e o brasileiro, demorando-se em
influência visigótica, bem assim bárbara e expor e interpretar as diferentes Constitui-
sarracena. cães do 'País no referente ao assunto
" Analisando os limites de "descentrali-
As ordenações Manuelinas e Filipinas,
zacão" e "autonomia'', expende conceito
sucessivamente, não permitiram o abrasilei-
do~trinário de alta relevância.
ramento do Município no Brasil, fenômeno
Obra, sem dúvida, indispensável aos
que sàmente seria possibilitado pela Cons-
estudiosos do municipalismo.
tituição do Império e pela Lei de 1.0 de
outubro dP 1824 Daí para cá, até aos RJWRGANIZAÇAO JIIUNICII' AL - Océlio <le
nossos dias, o municipalismo indígena evo- l\Iedeit·os - Irmãos Pongetti - Rio de
lui de maneira original, ora em derrota à Janeit·o, 1946.
autonomia ampla, ora remando à centrali-
zação, parcial ou integral, conforme à época É paradoxal, não há dúvida, que tendo
e à mentalidade política dirigente do País. ido à guerra contra ideologias que negavam,
A Constituinte de 1891, movida pela pràticamente, todos os princípios da econo-
idéia federativa, tornaria questão fechada mia liberal, inclusive o da livre competi-
a autonomia municipal, não raras as indi- ção, estejam os governos democráticos, pre-
cações no sentido duma amplitude dilatada midos por uma herança tão calamitosa -
de poderes, de soberania O verbo de Rur a crise em que a humanidade ora se deba-
agitaria: "Não há Estado sem Municipali- te - , na contingência de interferir aberta-
dades. Não pode existir matéria vivente sem mente na ordem econômica, evitando, pelo
vida orgânica Não se pode imaginar exis- equilíbrio das reivindicações, um desajusta-
tência de povo constituído, existência de mento social ainda maior e de conseqüên-
Estado, sem vida municipal. Vida que não cias talvez imprevisíveis. Sem prejuízo de
é própria, vida que seja de empréstimo, sua filosofia política, vai o Estado moderno,
vida que não fôr livre, não é vida. Viver sob a influência dos acontecimentos, abando-
do alheio, viver por outrem, viver sujeito nando a sua posição de mero vigilante, a
à ação estranha, não se chama viver, senão que havia sido relegado por teorias econô-
fermentar e apodrecer." micas hoje passíveis de restrições.
A Constituicão de 1934, considerando Exultam simpatizantes e remanescen-
preceito fundarn"ental, "princípio constitu- tes do credo vencido, que não percebem,
cional", a autonomia do Município, daria nessa mudança de atitude, senão o fascismo
margem a controvérsias calorosas de inter- renascente de suas próprias cinzas, mais
pretação entre os constitucionalistas. A Cat- revigorado em suas doutrinas absorventes e
ta em referência "rompeu a clausura, em expansionistas. Por outro lado, rejubilam
que estava encerrado o Município, dentro os extremistas da esquerda, para quem essa
do Estado, para pô-lo em contacto com tôda nova orientacão política, já defendida, no
a Nação, socializando-o no organismo na- entanto, por .homens e partidos tradicional-
cional e reclamando-lhe a colaboração, a mente conservadores, representa um passo
par da União e do Estado, para a solução na direção do socialismo integral.
de problemas sociais".
No âmbito dos chamados serviços pú-
Já a Constituição de 1937 transforma- blicos, aliás, há muito se observa a interfe-
ria radicalmente o organismo político do rência do Estado, que a princípio se re-
Brasil, especialmente com a prática da in- servou o monopólio de alguns, corno, entre
BIBLIOGRAFIA 137

nós, o dos correios e telégrafos, admitin- pelo A. ao Chefe do Executivo dessa Uni-
do-se que o mesmo venha a ocorrer com as dade Federada e um estudo intitulado "A,;
estradas de ferro, serviços de águas e esgo- três fases da vida municipal", pub'licado
tos, etc. À velha praxe das concessões, mui- anteriormente na imprensa de Fortaleza.
tos especialistas do direito administrativo No memorial, o Sr. J. COLOMBO DE
já preferem o sistema da nacionalização, SOUSA, utilizando linguagem objetiva, faz
estatitização ou municipalização, cujas van- apoiar em cifras de forte eloqüência a pre-
tagens são evidentes, antes de tudo porque cariedade da posição dos Municípios, quan-
defende a economia nacional contra a in- to à distribuição das rendas, até o advento
filtração de poderosos trustes internacio- da atual Constituição do Estado que, acom-
nais. panhando as linhas essenciais da Cm ta F e
Reintegrado o País num regime consti- dera! de 1946, veio ao encontro dos inte·
tucional de caráter mais ou menos estáveL rêsses dos Municípios, proporcionando-lhes
seria natural que êste e outros problemas meios materiais de atender às prementes ne-
voltassem à atencão de alguns espílitos es- cessidades locais. Nesse documento, o Sr.
clarecidos, de pa; com a discutida questão J. COLOMBO DE SOUSA apresenta o p10jeto
da autonomia municipal. Ao Sr. OCÉLIO DE de organização, no Estado, de um Departa-
MEDEIROS sobram razões para afirmar que mento de Assistência Municipal, destinado
esta carecerá de conteúdo se não coincidir a assegurar aos Municípios a assistência
com um novo surto municipalista, caracte- técnica imprescindível à racional aplicação
rizado por uma partilha tributária mais e- das rendas acrescidas pelos dispositivos
quitativa, pela municipalização dos serviços constitucionais.
públicos de interêsse local, por reformas A monografia se encontra enriquecida
completas nas emperradas administrações de oportunos dados sôbre o vulto das arre-
comunais, etc. - assuntos que tiveram aco- cadações de todos os Municípios do inte-
lhida em seu livro intitulado Reorganização rior do Ceará, com a respectiva discrimi-
Municipal, de atualidade indiscutível. O A. nação
porém, vai mais longe: preconiza a forma-
POLíTICA DO l\IUNICíPIO - Orlando M.
ção de administradores municipais e a ins-
Carvalho - Livraria Agir Editôra - Rio
tituição de cursos especiais, cujos progra-
de Janeiro, 1946.
mas teve o cuidado de elaborar, valendo-se,
para isso, de sua experiência no Departa- Em conhecido volume da Coleção Bra-
mento Administrativo do Servico Público. siliana, que tem o título Problemas Funda-
No último capítulo, aprecia~ a situação mentais do Município, o Professor 0RLAN·
do Município no Direito Novo, confronta DO M. CARVALHO já teve o ensejo de ven-
os dispositivos constitucionais referentes aos tilar quase todos os problemas das nossas
Municípios, critica o regime municipal na administracões comunais, cuja complexida-
vigência do Estado de fato, estuda o pro- de atual é o resultado de lenta evolucão
blema da reparticão de competências e tece histórica, que o A. expõe agora neste volu-
uma série de co~siderações quanto à posi- me, remontando às origens lusitana, espa-
ção do Município Brasileiro em face da re- nhola e até às instituições de Roma antiga.
democratizacão do País. O ensaio Política do Município foi ela-
Não ap.enas pelos problemas que expõe borado com base, principalmente, na for-
e analisa, mas em parte pelas soluções que macão das Municipalidades mineiras - o
sugere, esta obra do Sr. OcÉLIO DE MEDEI- qu~ não impede possa o leitor conhecer, de
ROS merece o aprêço da nova geração de modo geral, os rumos da política municipa ·
municipalistas brasileiros lista brasileira sob os diversos regimes o
cartas constitucionais - e compreende os
REARIJ,ITAÇiiO I~ l'ROSPKRIDADI~ DOS
seguintes capítulos: o Conselho português,
l\IUNICli"PIOS J. Colombo de Sousa as Câmaras Coloniais, a experiência holan-
Imp1•ensa Oficial - Fot"taleza, 1947.
desa, as Câmaras Municipais no Império,
Professor da Escola Preparatória de a solução da Primeira República, a centra-
Fortaleza, da Faculdade Católica de Filo- lizacão ditatorial de 1930 a 1934, o "inter-
sofia e da Faculdade de Ciências Econômi- mezzo" constitucional de 1934 a 1937, a
ressurreição da tutela, a ditadura econômica
cas do Ceará, o Sr. J. CoLOMBO DE SousA,
nada obstante sua atividade intensa, como e política dos prefeitos municipais e o in-
terêsse político atual do Município do in-
se vê, no magistério, é um estudioso e ar-
guto observador das realidades nacionais, no terior
plano da vida municipal. Antigo funcioná- O RIO DE JANl~IRO liUPlnUAL - Adolfo
rio do Departamento Municipal do seu Es- l\lorales de los Rios T•'ilho - Editôm A
tado, havendo igualmente exercido, duran- Noite - Rio de Janeiro, 1946.
te algum tempo, os cargos de Prefeito dos
Municípios do Crato e de Quixadá, teve Ao proceder a pesquisas com o fim de
ensejo o Sr. CoLOMBO DE SousA de reco- coletar elementos que serviriam ao seu li-
lher, nessas opo1 tunidades, ampla experiên- vro Grandiean de Montigny e a Evolução
cia acêrca das limitações e óbices que tanto da Arte Brasi!Pha, o Sr. ADOLFO MORALES
vêm contribuindo para tornar tanto, quanto DE LOS Rros FILHO viu-se necessàriamente
não inteiramente nulo, o desenvolvimento obligado a estudar o ambiente social, eco-
e o progresso de nossas zonas rurais. nômico, uolítico, administrativo e urbanís-
O trabalho em epígrafe, que diz res- tico do Rio de .T aneiro, no período compre-
peito à situação dos Municípios do interior endido entre 1808 e 1850 Continuando os
do Ceará, inclui um Memorial apresentado estudos, as pesquisas, posteriormente à pu
138 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

blicação daquela notável obra, o A. decidiu, calor de um momento, que desperta recor-
face à excelência da documentação reunida, dações, umas sentimentais, bucólicas, outras
organizar novo trabalho, também de fôlego prazenteiras, alegres; algumas tristes, dolo-
e, como o primeiro, cheio de atrativos e de rosas como o suplício dos prisioneiros de
méritos indiscutíveis. Surgiu, daí, O Rio de 1840; e até entusiastas, como êsse sonho da
janeiro Imperial, que é a história do "Mu- República dos Pastos Bons".
nicípio Neutro, ou da Côrte". Em apêndice, o trabalho inclui quatro
O simples fato da referência à "his- peças de raro valor histórico: o capítulo do
tória" dum Município, ainda que êsse Mu- Dicionário Histórico e Geográfico, de CE-
nicípio seja a Capital Federal, poderá mo- SAR MARQUES, referente ao Município de
tivar reservas, ou, quando pouco, sugerir Pastos Bons; o capítulo de O Estado do
seja acolhida, de jeito menos caloroso, ou lVlaranhão em 1866, do Professor RIBEIRO
menos cordial, a obra evidenciada. DO AMARAL; o Parecer da Comissão de
É que vige ainda a idéia de que "his- Constituição da Câmara dos Deputados, li-
tória" sinonimiza, sem variantes, sucessão do na sessão de 29 de maio de 1829, no
rígida e monótona de datas e pessoas e lu- qual se alude a uma proclamação de caráter
gares . Se, em verdade, a história não pode republicano, lançada em Pastos Bons, no
prescindir do material humano, das con- ano anterior; e a Descrição do Território de
dições mesológicas e do fator tempo, ca- Pastos Bons, nos Sertões do Maranhão, es-
be-lhe, por outro lado, expor e interpretar crita em 1819, por FRANCISCO DE PAULA
as inter-relações respectivas, donde a dinâ- RIBEIRO.
mica da sociedade. "Sem que se estabele- POVOADOS - Departamento Estadual de
ça a correlacão entre os acontecimentos e se Estatística - Bahia - 1Hi7.
forme a seqüência nas apreciações, não é
possível escrever história que, além de cro- Interessante monografia sôbre os po-
nológica, sejà filosófica, social, econômica voados da Bahia foi publicada, no ano pas-
e política": é êsse o pensamento do A. e sado, pelo Departamento Estadual de Es-
sua diretriz na elaboracão da obra ora co- tatística baiano Nesse trabalho, que foi
mentada, que, sem co~prometer a unidade elaborado pela Divisão de Estatística Fi-
de conjunto, se desdobra em capítulos es- siográfica e Social daquele Órgão regional
pecializados: a cidade, o complemento ur- do sistema estatístico nacional, os 1 419 po-
bano, toponímia, trabalho, a sociedade, a voados do Estado são caracterizados, de acôr-
instrução, a divulgação do saber e das idéias, do com as condições estipuladas pelo Institu-
cultos e crencas . to Brasileiro de Geografia e Estatística, como
O A., c~m habilidade que metece re- grupos mínimos de dez moradias, relativamen-
levada, intercala, de onde em onde, e a te próximas, contando, cada um, pelo me-
fim de quebrar a inevitável aridez de cer- nos, um estabelecimento comercial. Os po-
tas exposições, episódios curiosos: os tipos voados se acham relacionados em ordem al-
populares dantanho, a linguagem saborosa fabética, segundo os Distritos e Municípios
das flores e das ervas e raizes, os "gargare- a que pertencem. Também em ordem alfa-
jos" an1orosos, os espirros, os anúncios es- bética e nor zonas fisiográficas, figuram os
drúxulos. Daí, sem dúvida, o interêsse cres- Município-s baianos com sua população es-
cente com que se lê tôda a obra, que é útil, timada em 1946 e com os seus respectivos
amena e extraordinàriamente preciosa na números de Distritos e povoados.
sua documentação. Os povoados baianos são relacionados
ainda segundo o número de moradias, po-
1\IUNICíPIOS 1\IARANUENSES: PASTOS BONS pulacão aproximada, número de escolas e
Clodoahlo Cardoso - Servi~:o Gráfico distância em quilômetros das respectivas se-
do I R G E. - Rio, 1947. des distrital e municiual.
Inspirado na Resolução n. 0 57, da As- A população total dos 1 419 povoados
sembléia Geral do Conselho Nacional de era, em 1946, de 353 833 habitantes, ele-
Estatística, o Departamento Estadual de vando-se o número de moradias a 80 632,
Estatística, do Maranhão, vem promovendo e o de escolas a 776.
a elaboração e a divulgação de monogra- JUUNICíPIO DE SÃO SEBASTIÃO DO PA-
fias estatístico-descritivas municipais, tanto RAíSO - Nntícia Uistórico-Corográfica e
quanto possível circunstanciadas. Recente- Estatística - José B1•az l'Tavcs - Scrvi~o
mente, fêz publicar a de Pastos Bons, de Gráfico do I B G.E Rio, 1947
autoria do Sr. CLODOALDO CARDOSO, Secre-
tário do Diretório Regional de Geografia. O conhecimento, por parte dos nossos
Pastos Bons, com seus dois séculos de governantes, das verdadeiras condições exis-
existência, nascido de uma das 120 fazendas tenciais dos Munic;ípios brasileiro~, é da
de gado que, em 17 40, se disseminaram no maior importância para a revelação dos
sul do Maranhão, tem expressão ponderável problemas e das possibilidades nacionais
na história regional: em 1828, seu povo ali- Sàmente tendo diante de si um perfeito
mentava o sonho de tornar-se independente levantamento dos elementos reais que equa-
do resto do Império, proclamando-se então cionam a vida dos Municípios, que são as
a República dos Pastos Bons. Viveu, de- células da Nação, podem os técnicos do
pois, momentos de importância por ocasião Govêrno encaminhar o solucionamento dos
da "Balaiada". E foi a sede do govêrno civil problemas de âmbito nacional. Para êsse
de todo o sul do Maranhão . · conhecimento contribuem, sem dúvida, efi-
Hoje, nas palavras do Sr. CLODOALDO cazmente, as monografias municipais, que,
CARDOSO, "existe quase esquecido. Tem o de tempos para cá, vêm sendo publicadas
BIBLIOGRAFIA 139

em maior número, e que focalizam com de julho de 1931, em evidência expressiva


objetividade os aspectos vitais dos Muni- de prosperidade. Colonizada por alemães
cípios brasileiros. ( 40%) e italianos (30%), principalmente
Uma dessas monografias, de grande in- seguidos de poloneses (10%) e nacionais
terêsse para quantos se preocupam com as ( 20%), Santa Rosa tem na agricultura o
questões que afetam a vida nacional e bus- seu fundamento econômico: milho, feijão,
cam, na exatidão dos números, a imagem fumo e linho, notadamente. E, também, a
sem retoques da realidade brasileira, é a que suinocultura, pois, como afirma . com muito
escreveu o Sr. JosÉ BRAZ NAVES, Agente Mu- sabor o caboclo, "quem planta milho, plan-
nicipal de Estatística em São Sebastião do ta banha".
Paraíso, sôbre êsse JIA:unicípio do sudoeste O A. examina, em capítulo interessan-
de Minas. te, o problema dos quistos raciais em Santa
O trabalho, além de trazer sucinta no- Rosa, onde, da mesma forma que noutros
tícia histórica sôbre o Município, focaliza pontos do Rio Grande e de Santa Catarina,
os aspectos mais importantes da atividade colonos alemães tentm·am resistir à amalga-
municipal, esclarecendo-os através de inú- mação etna-social. A certa altura, afirma:
meros quadros comparativos. " verificou-se sempre uma grande e
Fixando os volumes e valores da pro- séria reação contra as escolas nacionais ins-
dução da indústria extrativa, agrícola, pe- taladas depois. E pode-se dizer que, até há
cuária e manufatureira, os meios de trans- bem pouco, êsse fato se verificava contra
portes e comunicações, o movimento de ar- a criação de escolas e manutenção de pro-
recadação de impostos municipais, os salá- fessôres por todos os pontos de colonização,
rios profissionais e os preços dos gêneros no Estado".
alimentícios, o número de logradouros pú- Diz o A., afinal, que "o presente tra-
blicos dos distritos e da cidade, o número balho é resultante de um aproveitamento,
de unidades escolares e de alunos matricu- mas constitui ensaio para outro, mais nm-
lados, o de nascimentos e mortes, e outros plo e com diferente distribuição de ma-
elementos da dinâmica do Município, êsses téria".
quadros representam, objetivamente, as ati-
vidades de São Sebastião do Paraíso em l{EVIS'.I'A DE lHRRI'l'O l\HJNICIPAL, Vol.
todos os setores, revelando-nos as suas fôr- II, Ano I - Salvador, Bahia, 1946.
ças propulsoras de progresso, as suas pos-
sibilidades e as suas deficiências. Em notável discurso, ao ter início c
A excelente monografia do Sr. JosÉ ano letivo de 1945, na cidade do Salvador,
BRAZ NAVES traz ainda grande número de apontou ilustre professor de direito, apoia-
fotografias dos aspectos mais interessan- do na linguagem insofismável das estatís-
tes da cidade, da sua atividade agrícola ticas, a situação de penúria a que chegaram
e pecuana, e um gráfico da curva de cres- os Municípios baianos, devida, como se sa-
cimento da arrecadação municipal em con- be, à desigual partilha das rendas tributá-
fronto com a diminuição da dívida passiva lias:
do Município "Entre nós, aqui na Bahia, em 1939,
dos nossos 151 Municípios 83 não arreca-
1\IUNICíPIO DE SANTA ROSA - Vicente daram receita superior a cem contos, dezesseis
Cardoso - Oficinas Gráficas da Liv1•aria não chegaram a quarenta contos e, dêstes
do Globo - Pô1·to Aleg1'e, 1947. dezesseis, uns ficaram em vinte contos e
outros não atingiram quinze contos, - isto
No plano do Recenseamento Geral de
1940, ficou prevista a elaboracão de mono- é - , tiveram receita inferior à de qualquer
grafias histórico-corográficas d~s Municípios homem de modesta capacidade produtiva".
brasileiros, segundo elementos obtidos atra- Com êsse quadro tão alarmante, aquêle
vés de circunstanciado questionário, cujo Estado teria mesmo, aos primeiros acenos
preenchimento foi confiado, de maneira ge- de uma nova ordem constitucional, de for-
ral, pelas Prefeituras Municipais, a pessoas mar na vanguarda do movimento que pro-
conhecedoras da evolução comuna!, ou a es- cura assegurar às nossas comunidades lo-
pecialistas, ou a técnicos. cais melhores condições de vida e progresso.
Não raros Municípios adotaram a polí- À luta pela autonomia municipal, vitoriosa,
tica de ampliar a idéia originária, isto é, o por fim, no texto da constituição vigente,
simples 1esponder ao questionário, para pro- deverá seguir-se, por certo, a discussão dos
moverem, com a cooperação de intelectuais problemas que representam aspirações le-
credenciados, a feitura de monografias com- gítimas dos Municípios rurais brasileiros e
pletas, algumas das quais vêm sendo publi- cuia solução vem a ser o complemento na-
cadas tmal claquela importante prerrogativa po-
Inclui-se entre os segundos o Município lítica
de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, cuja Ante os horizontes que se descortinam,
monografia, elaboradn pelo Senhor VICENTE os temas de urbanismo, saúde pública, edu-
CARDOSO, é, agora, dada à publicidade, de- cação, administração, etc , tendem a empol-
pois de haver sido tratada com vagar, dan- gar · mais os nossos técnicos e especialistas,
do lugar a desdobramentos e atualizacão. pelas maiores possibilidades de aplicação
Gràficamente muito bem apresent~do, prática e objetiva. Aumenta, assim, o nú-
e ilustrado com plantas e mapas, o traba- nlero de estudiosos dessas questões, ao
lho estuda com muita segurança a evolução mesmo tempo que surgem órgãos publici-
da colônia de Santa Rosa, que, criada em tários para a defesa dos abandonados interês-
1915, se transformaria em Município a 1.0 ses regionais .
140 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

Do próprio Estado da Bahia nos chega intitulada La Barraca, teria apresentado o


o Vol. li, Ano I, da Revista de Direito lavrador valenciano como sanguinário e her-
Municipal, cuja matéria, distribuída por deiro da paixão moura pelas armas de fogo,
cinco secções - Doutrina, Administração, um pesquisador espanhol contemporâneo, o
Urbanismo, Jurisprudência e Legislação - , Sr. J. MANUEL CASAS TORRES, em recente
compreende o seguinte: Importância do Po- monografia sôbre as habitações e os núcleos
der Municipal e sua função democrática, do de população rural da região de Valença,
mencionado professor de direito, Dr. LA- explicou o fato à luz da geografia humana,
FAIETE 'PONDÉ; Considerações sôbre um pla- assinalando a escassez dos materiais de cons-
no de combate às sêcas, pelo Engenheiro trução e a conseqüente fragilidade das mo-
AMÉRICO FURTADO DE SIMAS FILHO; Insta- radias, que uma notável dispersão, dado o
lação da Associação dos Municípios da Ba- regime de pequenos latifúndios, torna ain-
hia; Divisão regional do Estado da Bahia, da mais vulnerável à sanha dos salteadores
pelo Arquiteto JosÉ N. ALLIONI; Município noturnos.
de Itabuna (histórico, finanças, economia, Assim como a vida local ou regional
indústrias, escolas, serviços públicos, etc.); apresenta matizes próprios, a administração
Instruções para elaboração das propostas or- das comunas deve revestir-se de certas pe-
çamentárias pelas prefeituras do interior do culiaridades, que não se 'enquadram nas
Estado; Município de Paripiranga - inau- grandes sínteses estatísticas ou descritivas
guração da luz elétrica; Geografia Urbana de um país. Daí o alcance de uma publica-
- palestra do Professor FÁBIO DE MACEDO ção no gênero desta que nos manda o "Ins-
SOARES. I tituto de Estudios de Administración Local".
Seguem-se pareceres, sentenças, decre- Estudios y Estadisticas de la Vida Lo-
tos-leis, a Constituição Federal de 1946, etc. cal de Espaiia abrange questões territoriais,
Dirige a Revista de Direito Municipal comércio, ensino, educação, saúde pública,
o Sr. IVES DE OLIVEIRA. transportes, comunicações, etc.

ESTUDIOS Y ESTADISTICAS DE LA VIDA REVISTA Dlc lNFORlliACióN llnJNICIPAJ,


J,OCAL DE ESPANA, tomos I, 11, IH e - H. Conscjo Deliberante de Ia Ciudad
IV - lnipi'e-nta y Litog1·afia Juan Bravo de Buenos Aires - Buenos Aires, Argen-
- l\Iadi·id, 1946. tina, 1947.

Nas confederacões ou federações de Dedicada ao estudo dos problemas re-


antigas cidades liv;es, que se uniam por lacionados à capital argentina, a Revista
interêsses políticos e economicos, aliados, de Información Municipal inclui num só
quase sempre, às afinidades raciais, de lín- volume os números 75 a 78, corresponden-
gua e de crença religiosa, teve início a for- tes ao ano de 1947, divulgando, além de
mação das nacionalidades e, simultâneamen- variada matéria, o plano qüinqüenal do go-
te, a decadência do poder municipal, com vêrno de Buenos Aires (1947-1951).
a transferência de alguns problemas de go- Êsse plano, que será custeado através
vêrno para âmbito mais geral e complexo. dum empréstimo de trezentos milhões de pe-
Nem por isso deixaria a vida local de sos, compreende obras de grande expressão, de
apresentar seus matizes próprios, porque o urbanismo, abastecimento, saúde pública,
Município, e de modo especial a cidade, é higiene, cultura e assistência social, diversas
o resultado da lenta identificacão de um No setor urbanista, há fortes preocupações
aglomerado humano com deter~inado am- relativamente à formação de "espaços ver-
biente geográfico, não desprezada a in- des", pois Buenos Aires possui apenas 3o/0
fluência dos imperativos históricos, que se de sua área destinada a esta finalidade, e
manifestam, muitas vêzes, na localização da à organização de praças subterrâneas para
sede municipal, por motivos de ordem po- estacionamento de veículos
lítica ou estratégica. As realizacões projetadas no setor de
Se, de um lado, o homem altera a pai- abastecimento dizem respeito à construção
sagem confinante, utilizando, para sua adap- de mercados, enquanto as de saúde pública,
tação, todos os recursos da técnica, por ou- à construção do Sanatório Municipal, de
tro lado o clima, a natureza do solo, o re- hospitais e de institutos odontológicos. No
lêvo, o sistema hidrográfico, a posição, etc., setor de higiene, contam-se remodelacões de
imprimem à comunidade local característi- usinas e de cemitérios E, no setor de cul-
cas diferenciais bem definidas, que ela man- tura e assistência social, sobrelevam a cons-
tém a despeito de uma tendência mundial trução e reconstrução de colônias de férias,
para a estandartização dos hábitos, costumes ampliacão do Teatro Colon e construcão do
e tipos de edificacão. asilo le mendigos. ,
A região, qu.;' imortalizou tantas obras Não se limita a Revista, porém, a di-
literárias, pela fidelidade e colorido com vulgar o "plan dei Gobierno edilicio", mas
que a retrataram alguns escritores, é tema insere, ainda, estudos de política urbanista
sobremodo empolgante para as modernas e informações concernentes à comunidade
investigações geográficas e sociológicas. E portenha.
literatos, geógrafos e sociólogos como que V ale referência especial o magnífico
se completam na fixação dos seus aspectos trabalho acêrca da história das ruas de
mais originais . Buenos Aires, elaborado por determinação
Reportando-se, por exemplo, ao famoso da Comissão Revisora de Nomenclatura Ur-
escritor BLASCO IBAí'IEZ, que, em sua novela bana.
A REFORMA MUNICIPAL
.NA CONS1'ITUIÇAO DE 1946 -
I - Influência das causas da reconstitucio- a entrega do Poder ao Judiciário, realizando
nalização do País na restauração municipal uma obra de readaptaçáo das instituições, e
poupando, assim, aos legisladores, outros
ASSEMBLÉIA Nacional Constituinte maiores esforços.

A de 1946 se reuniu, após oito anos de


suspensão de direitos representativos,
num momento em que a política internacio-
É evidente que essa orientação da As-
sembléia, inspirada num clima de recuperação
de direitos e restauração de liberdades, não
nal se orientava pelos influxos do Direito poderia deixar de se refletir, bàsicamente,
Novo, que é o direito dos vencedores, No na reorganização municipal, não só para pre-
caso particular do Brasil, onde a situação venir vícios históricos, como, também, para
interna se tumultuava pelas competições par- favorecer o revigoramento do interior e, con-
tidárias e pela desorganização econômica, seqüentemente, fixar redutos de ideal demo-
que já atingia fontes vitais, como o comércio crático nas instituições básicas da organização
cafeeiro, aquêles influxos possuíam caráter nacional.
nitidamente anglo-saxão, favorecendo, por No Título I - Da organização Federal,
isto mesmo, na luta contra o poder pessoal, Capítulo I, das Disposições Preliminares -
a restauração dos princípios democráticos, a Nação readquiriu a sua feição federativa,
principalmente o direito de reunião e repre- dispondo o Artigo 1. 0 que "Os Estados Unidos
sentação, Por outro lado, após tão longo do Brasil mantêm, sob o regime representa-
período de suspensão de atividades parlamen- tivo, a Federação e a República". Isto é,
tares, os constituintes tiveram presente no Estados Federados - cada um a se reger
espírito a lição do golpe de Estado de 10 de "pela Constituição e leis que adotar", obser-
novembro de 1937 e, por isto, seus trabalhos vados, porém, os princípios estabelecidos
só voderiarn orientar-se num sentido de pre- (Artigo 18) - constituem a Federação e a
venir o Legislativo contra futuras eventua- República, numa União que compreende ain-
lidades de igual natureza. da o Distrito Federal e os Territórios (Artigo
Ora, entre a necessidade de conciliar 1.0, § 1,0) .
essa orientação com a imperiosidade de um Se os Estados recuperaram, dêsse modo,
Executivo dentro do espírito da época, os a sua antiga importância, conforme aconteceu
meios mais aconselháveis seriam o de favo- quando as Províncias do Império se elevaram
recer o desenvolvimento das idéias democrá- a Estados co-soberanos na República (Dec.
ticas, em todo o País, pela reimposição de n. 0 1, de 15-11-89, Arts. 2 e 3), seria acon-
um sistema político-administrativo capaz de selhável consultar a experiência anterior, com
destruir os resíduos da organização anterior. os fatos que determinaram a revisão do
A êsse respeito, em "Reorganização Muni- federalismo.
cipal", já havia sido apresentada uma fórmu- Na realidade, nesses períodos de revisão,
la: "Na realidade, do unitarismo para a os Municípios passaram a viver sob a pressão
descentralização, por menos obtusa que seja dos Estados, possuindo uma simples autono-
esta, o processo implica: a) desconcentração mia política sem conteúdo. Haveria, dêsse
do poder político; h) descentralização do modo, regressão aos sistemas anteriores, se os
sistema administrativo; c) retração do Exe- constituintes não houvessem previsto os meios
cutivo às justas proporções, dentro de um capazes de prevenir essas nocivas influências.
sistema de harmonia de poderes coordenados; Tais meios podem ser assim definidos:
d) recupemção, por parte dos Estados, de
sua legítima competência, pela constituição a) fortalecimento do legislativo ( Cap.
de seus poderes legais". II, Seção IV, Art. 65 e seus itens; Art 66 e
seus itens; etc.) sem prejuízo do Executivo
Aí estão configurados, realmente, dentro (Cap. III, Seção II, Art. 87 e seus itens;
de um critério apartidário, os princípios fun- Secão III, etc. ) , funcionando independente e
damentais que inspiraram a histórica tarefa ha;mônicamente;
de testauracão dos constituintes de 1946, na h) revigoração dos Estados, pelo resta-
elaboração "de um diploma em que muitos belecimento integral de sua competência de
dispositivos, já consagrados pelas constitui- autogovêrno, ou melhor, de suas "prenoga-
ções anteriores, inclusive a de 10 de no- tivas", mas com enfraquecimento tributário
vembro, passaram a ter realidade de fato. em favor dos Municípios, sôbre os quais não
Enquanto a Assembléia discutia o novo poderão exercer seu antigo poder de contrôle.
Estatuto, o Executivo, ainda favorecido pela O Govêrno Federal poderá intervir nos Es-
bculdade de emitir decretos-leis, foi, desde tados para assegurar a observância do ptin-
142 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

cípio da autonomia municipal (Título I, Cap. V - a União entregará aos Municípios


I, Art. 7. 0 , VII, e); do interior, isto é, excluídos os das capitais,
c) restabelecimento integral da autono- 10% do total que arrecadar do impôsto de
mia dos Municípios e seu fortalecimento eco- renda ou provento de qualquer natureza (Art.
nômico, pela revisão do sistema tributário, 15, IV), feita a distribuição em partes iguais
com prejuízo para os Estados. e aplicando-se, pelo menos, metade da im-
portância em benefícios de ordem rural. Na
A Constituição de 1946, dêsse modo,
tributação da renda ou proventos de qualquer
voltou ao federalismo de portas amplas, mas
natureza, de que trata o Art. 15, IV, não se
procurou imunizar a União contra o restabe-
compreendem os atos jurídicos ou os seus
lecimento dos erros de funcionamento que daí
instrumentos, quando forem partes a União,
podem decorrer. É a mais municipalista das
os Estados e os Municípios ou quando incluí-
nossas Constituições, até agora promulgadas
dos na competência tributária estabelecida
ou outorgadas, e, nesse sentido, instituiu um
nos Artigos 19 a 29 (Art. 15, VI, § 5. 0 );
sistema capaz éle transformar os Municípios
VI- os Estados darão anualmente 30%,
no que nunca puderam ser no Brasil, isto é,
aos Municípios do interior, do excesso da
centros não apenas políticos, mas também
arrecadação estadual de impostos, salvo a do
econômicos, fortalecidos pelo seu novo poder
impôsto de exportação, quando aquela arre-
tributário. É o que se verificará, a seguir,
cadação exceder, "em Municípios que não
ressaltando-se, no texto, os dispositivos que
seja o da capital", o total das rendas locais
dizem respeito mais de perto aos Municípios.
de qualquer natureza (Art. 20);
VII - outros tributos, além dos que
li - Os dispositivos de maior inte:rêsse para
forem atribuídos à União e aos Estados, po-
os Municípios, conforme a análise da Cons-
derão ser pelos mesmos decretados, observan-
tituição
do-se, porém, que o impôsto federal excluirá
o estadual idêntico. Os Estados farão a ar-
Se bem que êsse estudo não possa ser
recadação e, à medida que esta se fôr efe-
feito isoladamente, senão a par com disposi-
tuando, deverão entregar 20% do produto à
tivos referentes à estrutura do próprio Estado,
União e 40% aos Municípios onde se realizar
isto é, da própria Federação, o agrupamento
a cobrança (Art. 21);
aqui feito tem o intuito de melhor documen-
tar as considerações anteriores sôbre o espírito VIII - os Estados e Municípios legisla-
municipalista da Constituição vigente. rão sôbre o processo de fiscalização de sua
administração financeira, principalmente no
Veja-se, por exemplo, o Título I, Da
que diz respeito à execução orçamentária, na
Organização Federal, onde a matéria referente
forma estabelecida pelas Constituições esta-
aos Municípios poderia constituir uma Secção
duais (Art. 22);
especial do texto, no qual se fundiriam os
dispositivos esparsos. IX - os Municípios só sofrerão inter-
Pelo Título I, Da Organização Federal, venção estadual para regularização de suas
Capítulo I, Disposições preliminares, observa- finanças (Art. 23);
se inicialmente: X - a intervenção estadual nos Muni-
I - o Govêrno Federal intervirá nos cípios se verificará q~ando houver impontua-
Estados para proibir a reeleição de Governa- lidade no serviço de empréstimo garantido
dores e Prefeitos para o período imediato pelo Estado (Art. 23, I) ou quando os
(Art. 7. 0 , VII, d); Municípios deixarem de pagar, por dois anos
consecutivos, a sua dívida fundada (Art.
I! - intervirá também pata assegurar a 23, II);
observância do princípio da autonomia muni- XI - os Estados poderão criar órgãos
cipal (Artigo 7.0 , VII, e); de assistência técnica aos Municípios
III - a União entregará aos Estados, (Art. 24);
ao Distrito Federal e aos Municípios - pro- XII - à União, aos Estados, ao Distrito
porcionalmente à sua superfície, população, Federal e aos Municípios é vedado estabele-
consumo e produção, nos têrmos e para os cer limitações ao tráfego de qualquer natu-
fins estabelecidos em lei federal - a per- reza, por meio de tributos interestaduais ou
centagem de 60% da renda dos impostos, intermunicipais, ressalvada a cobrança de
que lhe compete decretar, sôbre "produção, taxas, inclusive pedágio, destinadas exclusi-
comércio, distribuição e consumo, e bem as- vamente à indenização das despesas de cons-
sim importação e exportação de lubrificantes trução, conservação e melhoramento de es-
e de combustíveis líquidos ou gasosos de tradas (Art. 27);
qualquer origem ou natureza, estendendo-se XIII- a.autonomia cos Municípios será
êsse regime, no que fôr aplicável, aos mine- assegurada ( A1 t. 28) pela eleição dos Prefei-
rais do País e à energia elétrica" (Art. 15, VI, tos e vereadores (Art. 28, I); pela adnünis-
§ 2. 0 ); a tributação terá a forma de impôsto tração própria, no que concerne ao seu pe-
único, que incidirá sôbre cada espécie de culiar interêsse (Art. 28, II) e especialmente
produto; à decretacão e arrecadacão dos tributos de
IV - a União poderá tributar a renda sua comp~tência e à apli~ação de suas rendas
das obrigações da dívida pública estadual ou (Art. 28, II, a); e à organização dos serviços
municipal, bem como os agentes dos Estados locais (Art. 28, II, b);
e dos Municípios, mas não em limites supe- XIV - os Governadores dos Estados e
riores aos que fixar para as suas obrigações Territórios poderão nomear os Prefeitos das
e proventos de seus agentes (Art. 15, VI, capitais, bem como os dos Municípios onde
§ 3.0); houver estâncias hidrominerais naturais, quan-
ATRAVÉS DAS REVISTAS 143

do benefiçiadas pelo Estado ou pela União XXIII - os Municípios aplicarão nunca


(Art. 28, § 1. 0 ) ; menos de 20% da renda resultante de im-
XV - os Governadores dos Estados e postos na manutencão e desenvolvimento do
Municípios nomearão os Prefeitos dos Muni- ensino, do mesmo ~odo que os Estados e o
CÍpios que a lei federal julgar de especial Distrito Federal, enquanto a União aplicará
interêsse da defesa nacional, conforme pare- 10% (Título VI, da Família, da Educacão e
cer do Conselho de Segurança Nacional (Art. da Cultura, Capítulo 11, Da Educação -e da
28, § 2. 0 ) ; Cultura, Art. 169);
XVI - além dos impostos que, no todo XXIV - os Municípios, do mesmo modo
ou em parte, foram transferidos pelo Estado que os Estados, podem ter símbolos próprios
aos Municípios (Art. 29), pertencem a êstes (Título IX, Disposições Gerais, Art. 195).
o predial e territorial urbano (Art. 29, I);
Vê-se, por aí, numa ligeira síntese, a
de licença (Art. 29, II); de indústrias e pro-
constituição do Direito Municipal Brasileiro,
fissões (Art. 29, III); sôbre diversões públicas
dentro das linhas gerais da Carta Magna em
(Art. 29, IV); sôbre atos de sua economia
vigor, na qual sobressaem, com certo sentido
ou assuntos de sua competência (Art. 29, V);
revolucionário, os dispositivos que visam a
XVII - aos lViunicípios, do mesmo
fortalecer a economia dos Municípios do inte-
modo que à União, aos Estados e ao Distrito
rior, pelo alargamento de sua competência
Federal, compete cobrar contribuicão de me-
tributária.
lhoria, quando se verificar valo~izacão do
imóvel em conseqüência de obras pt'iblicas;
taxas; quaisquer outras rendas que possam III - A autonomia dos Municípios pela
provir do exercício de suas atribuicões e da administração própria no que concerne ao
utilização de seus bens e serviços (Art. 30, I, seu peculiar interêsse e organização dos ser-
li, 111) . Não poderá ser exigida a contri- viços públicos locais.
buição de melhoria em limites superiores à
despesa realizada, nem ao acréscimo de valor O Direito Público moderno, mesmo nos
que da obra decorrer para o imóvel bene- Estados Federais de organização mais elás-
ficiado (Art. 30, Parágrafo único); tica, reviu a doutrina dos lVIunicípios Con-
seqüentemente, daquelas velhas instituições
XVIII - aos Municípios, do mesmo romanas e medievais, que tanto inspiraram a
modo que aos Estados, ao Distrito Federal retórica dos legisladores e publicistas român-
e à União, é vedado criar distincões entre ticos, restam apenas as tradições. As cidades-
brasileiros ou preferências em fav~r de uns estado não comportam mais lugar no tempo.
contra outros Estados ou Municípios; esta-
belecer ou subvencionar cultos religiosos ou Não se pode compreender, assim, o Mu-
embaraçar-ihes os exercícios; ter relação do ntctplO Moderno - mesmo admitindo-se
aliança ou dependência com qualquer culto a sua anterioridade ao Estado - dentro de
ou igreja, se::n prejuízo da colaboração recí- um ponto de vista exclusivamente jusnatura-
proca em prol do interêsse coletivo, recusar lista, pelo qual se lhes atribuiriam direitos
fé aos documentos públicos; lançar impostos naturais, inatos. Essa anterioridade, que se
sôbre bens, rendas e serviços públicos con- comprova na evolução municipal do Brasil,
cedidos; ainda sôbre templos de qualquer foi aqui admitida, nas páginas da formacão
culto, bens e serviços de partidos políticos, colonial, apenas em seu significado hi~tórfco.
instituições de educacão e de assistência so- Realmente, aceitar o Município com diteitos
cial, desde que suas -rendas sejam aplicadas subjetivos próprios, não como Órgãos estatais,
integralmente no País para os respectivos fins; mas como sêres independentes, seria tão fora
finalmente, sôbre papel destinado exclusiva- de época auanto admitir a abstração do indi-
mente à impressão de jornais, periódicos e víduo humano fora da sociedade, conforme a
livros (Art. 31, de I a V, a, b, c. Veja-se o teoria do direito natural individualista.
Parágrafo Único sôbre os serviços públicos e Dentro da doutrina jusnaturalista, os
a isenção tributária); Município:J possuiriam limites absolutos e
XIX - os Municípios, do mesmo modo sagrados, não oodendo o Estado aventurar-se
que os Estados e o Distrito Federal, não a invadir-lhes -os raios de ação próprios, do
poderão estabelecer diferenca tributária em mesmo modo que não poderia chegar aos sa-
razão da procedência, entre bens de qualquer grados direitos naturais do homem isolado.
natureza (Art. 32); Na estrutura jurídica do Estado, o Mu-
XX - aos Municípios, do mesmo modo nicípio Moderno obedece a uma ordem de
que aos Estados, é defeso contrair empréstimo comportamento e ação, ajustando-se, no todo,
externo sem prévia autorizacão do Senado como uma esfera de poder, uma órbita de
Federal (Art. 33); - competência, mas não como entidade co-
XXI - os litígios entre Estados estran- -soberana, um Estado no Estado. É certo
geiros e a União, os Estados, o Distrito Fe- que resulta de condições naturais, de adensa-
deral e os Municípios serão processados e mentos humanos, com problemas peculiares e
julgados originàriamente pelo Supremo Tri- características próprias. Mas, também é certo
bunal Federal (Cap. IV, Do Poder Judiciá- que a sua criação é um problema de técnica,
rio, Seccão II, Art. 1 O1); uma emanação vertical do Direito Positivo.
XXII - a autoridade municipal admi- Entretanto, a negação do jusnaturalismo
nistrará os cemitérios, que terão caráter se- não implica a adoção sistemática de uma
cular (Título IV, Da Declaração dos Direitos, doutrina capaz de levar a compreensão da
Cap. II, Dos direitos e garantias individuais, existência municipal a extremos de técnica,
Art. 141, § lO. o); para admitir os Municípios apenas como pe-
144 P.EVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

ças do organismo estatal, sem nenhum direito, Resulta, daí, uma ampla competência le-
sem nenhuma vitalidade própria. É conve- gislativa municipal. No uso dessa compe-
niente, a êsse respeito, lembrar as lições de tência, os Municípios criarão seus próprios
]ELLINEK: "Os Municípios, como o Estado, órgãos e os administrarão com seus próprios
têm um território, súditos e um poder inde- recursos, tendo em vista os seus peculiares
pendente. Mas se distinguem do Estado por· interêsses.
que os Municípios não possuem um lmperium Para isto, a Constituição Federal previu
originário, senão o do próprio Estado. Todo os necessários meios financeiros, pela adoção
lmperium de um Município é derivado". de um sistema tributário que chegará a en-
"Possuem, como tôda associação, direitos que fraquecer os próprios Estados.
por sua natureza não ultrapassam os limites Dentro dessa técnica, os legisladores
da liberdade de associação privada reconhe- constituintes de 46 tiveram em vista propor-
cida pelo Estado. Gozam, nesse sentido, do cionar aos Munidpios possibilidades, :recur-
direito de instituir Órgãos próprios; de nomear sos, direitos e garantias que jamais tiveram,
seus servidores; de administrar seus bens; de colocando-os a salvo dos tentáculos corrupto-
governar os assuntos locais" ... res dos governos estaduais, mas sem prejudi-
A revisão do conceito do Município im- car a ação regeneradora dêstes, em casos
plicou, também, a revisão do conceito de extremos, conforme o Art. 23, 5 e II, do Tí-
autonomia, que se distingue da descentrali- tulo I.
zação, pois enquanto esta é compreendida em Os Municípios, portanto, vão-se subme-
sentido administrativo, aquela o é em sentido ter a um grande teste, não só de democracia,
político. O Município, por isto, supõe um mas, também, de capacidade de organização,
govêrno e não apenas administração, com sob a assistência técnica dos Estados-mem-
certo poder executivo, legislativo e, algumas bros, através de seus órgãos.
vêzes, em certos países, judiciário. Um go- Não quer isto dizer que os Municípios se
vêrno regulado dentro de um sistema de projetarão num plano superior aos Estados-
competências definidas. Município sem au- membros. Houve prudência constitucional,
tonomia, compreendida esta como poder de quando se assegurou a autonomia municipal
autogovêrno, não seria Município, mas sim "pela administração própria", isto é, pelo
uma entidade dotada de capacidade apenas exercício da auto-administração, e pela "or-
de auto-administração, isto é, mera autar- ganização dos serviços públicos locais".
quia territorial. Levada a extremo, pelos governos muni-
Na Constituição de 1946, o Município cipais, a compreensão dêsses princípios, po-
readquiriu a plenitude de sua importância e derá surgir, oportunamente, da parte do Par-
uma feição perfeitamente ajustada à natureza lamento, uma "lei de definição de encargos",
federativo-republicana dos Estados Unidos do porque os Estados não se conformarão com
Brasil Sua organização não foi relegada ex- uma posição contemplativa ou meramente
clusivamente à competência estadual, como supervisara da ação executiva municipal.
quando da primeira constituição republicana, Não se conformarão em serem apenas plane-
em que o Art. 68, Título terceiro, se notabi- jadores, enquanto os Municípios serão exe-
lizou pela sua vacuidade, visto que dispôs, cutores. Mas, o bom êxito da experiência,
apenas, sôbre a organização dos Estados, de isto é, da declaração da maioridade municipal,
forma que fique assegurada a autonomia dos dependerá de entendimento, de equilíbrio
Municípios "em tudo quanto respeite ao seu funcional, de cooperação.
peculiar interêsse" . A Constituição, com êsses dispositivos,
teve em vista beneficiar os Municípios do
Seguiram os legisladores constituintes a interior, historicamente vítimas dos tentáculos
mesma orientação discriminativa da Consti- estaduais, geradores de oligarquias e de sis-
tuição de 1824 e da de 1934, conservando os temas de tutela política que tanto compro-
princípios que sobreviveram na Carta de meteram o êxito do federalismo no Brasil.
1937. Tudo poderia ser fundido num só dis- A sangria municipal, a estagnação do interior,
positivo, mas a discriminação adotada cons- o desfalque de suas reservas humanas, a pre-
tituiu mera questão de técnica constitucional. cariedade de seus serviços - tudo isso tem
Não se dispôs, propriamente, sôbre a orga- sido causado pelo sistema de centralizacão
nização dos Municípios, mas sim, sôbre a estadual que remonta ao Ato de 12 de agô~to
assegmação da autonomia Nesse processo, de 1834.
porém, está consubstanciada a organização Vejamos, a seguir, um outro aspecto da
municipal, que promana do exercício de uma organização municipal, que parte de baixo
autonomia quase definida. para cima, isto é, o aspecto eletivo, de onde
Nas Constituições de 1934 e 1937, os emana a legítima autoridade dos dirigentes
Artigos 13 e 26 são do mesmo teor. Na Cons- dos negócios municipais.
tituição de 1946, porém, a técnica foi substi-
tuída pela compreensão da organização muni- IV - A nova Constituição e a efetividade
cipal como resultante do exercício de uma municipal
autonomia definida. A "administração pró-
pria" e "da organização dos serviços públicos O problema da eletividade, no Brasil,
locais", isto é, fundindo-se as duas proposi- possui profundas raízes históricas, constituin-
ções, a organização administrativa-governa- do, por isso mesmo, um princípio de Direito
mental dos Municípios e parte do exercício de Municipal cuja justificação costumeira re-
uma autonomia que a próplia Constituição monta às mais recuadas fontes jurídicas da
Federal discriminou. organização colonial.
ATHAVÉS DAS REVISTAS 145

A evolução política do País se processou, esta", está taxativamente assegurada no seu


de certo modo, através das grandes lutas elei- Título I, da Organização Federal, Cap. I,
torais, em que o povo, a despeito da inte- Art. 13, I.
gração do País no Reino Unido, sempre foi Na Carta de 10 de novembro, porém,
reivindicar o direito do autogovêrno, firmado conquanto os Municípios passassem a fun-
inicialmente no princípio da maioria e, mais cionar como órgãos constituintes do colégio
tarde, sob as idéias de independência e fe- eleitoral do Presidente da República, o prin-
deralismo, no princípio da nacionalidade, que cípio da eletividade sofreu restrições, pela
sagrou, com a Revolução Francesa, o advento contradição entre a eleição dos vereadores,
dos Estados Nacionais. pelo sufrágio direto, e a livre nomeação, pelo
Na convocação dos "homens bons", para Governador do Estado, dos Prefeitos (Da
a formação dos primeiros Municípios de tipo Organização Federal, Art. 26, a, combinado
manoelino, já se processava, de certo modo, com o Art. 27) . O Artigo 27, disse-o PONTES
a eleição direta dos chefes executivos muni- DE MIRANDA, "significa: as constituicões es-
cipais, porquanto a presidência do Conselho taduais não podem fazer eleitos os Prefeitos
recaía num dos vereadores de mais votos, Municipais; não ofende o preceito constitu-
eleitos pelos burgueses. Desde o advento das cional federal o texto da constituicão estadual
Vilas, pelo desenvolvimento das Feitorias e que exigir se faça a escolha, de;;tre pessoas
Capitanias, até a fundação da primeira cidade, indicadas por comissão instituída de acôrdo
o princípio eletivo informa tôda a estrutura com a lei, ou nomeada livremente, pelo Go-
da organização do govêrno local. A política vernador do Estado-membro. Viola-o a indi-
da Côrte, nesse sentido, consistia em fomentar, cação de um só nome" ( op. cit. pág. 600) .
o mais possível, a vitalidade dêsses Conse- Tal sugestão, porém, não passou de ex-
lhos, para assim mais espraiar o seu poder pediente jurídico para justificar a contradição.
no território tão vasto e tão diverso, e onde O princípio histórico rejeitado pelo legislador
as C2pitanias já representavam os primeiros de 3 7 - tendo em vista fortalecer o Exe-
focos de desagregacão. Assim foi até a In- cutivo Estadual - deu lugar à vigência do
dependência . - sistema instituído pelo Decreto-lei n. 0 1 202,
cuja aplicação foi tão nociva à vida admi-
Não foi com outro sentido que se fêz a
nistrativa dos Municípios, por haver consa-
Proclamacão assinada no Paco das Côrtes,
grado o favolitismo e o nepotismo, males
aos 13 de-julho de 1821, em q{;_e, sob o temor
piores que os acarretados pelo livre pronun-
do separatismo, se apelava para o poder de
ciamento dos munícipes.
congregação dos Municípios. . . "É preciso,
Os Governadores, transformados em se-
contudo, que vossos deputados venham com-
nhores dos Estados, readquiririam, conforme
pletar o quadro da representação nacional
se verificou com os Interventores, a mesma
para auxiliar as côrtes em suas laboriosas ta-
personalidade colonial dos antigos donos das
refas e tomar nas suas delibetações as partes
Capitanias.
que devem ter". . . "Um meio se oferece
muito pronto, de certo, para remediar em Apesar das justificáveis restrições, no
grande parte vossos males; é que o Govêrno que diz respeito aos Municípios das capitais,
de vossas províncias, regulado de nwdo que bem como os de onde houver estâncias hidro-
vosso estado tão imperiosamente exige, seja minerais e os de especial interêsse da defesa
entregue a homens probos e verdadeiramente nacional, na conformidade do Art. 28, §§ 1.0
constitucionais, que plantem entre vós êste e 2. 0 , Título I e Cap I - a Constituicão de
venturoso sistema, debaixo do plano de mo- 1946 restaurou, em tôda a sua realidade his-
deração e suavidade que se tem seguido com tórica, o princípio da eletividade de vereado-
tanta energia" ... res e Prefeitos. É o que dispõe o Art. 28, I,
no qual se conservou o espírito do citado
Na Constituição de 1824 - ajustado a
um govêrno monárquico hereditário, consti- Art 13, I, da Constituição de 1934. As cons-
tucional e representativo - o princípio da tituições estaduais, caso fôsse vantajoso, po-
eletividade municipal se "naturalizou", por deriam dispor sôbre a eleição dos prefeitos
assim dizer, no Art. 168, Título VII, Capítulo pela Câmara dos Vereadores .
II, que dispunha sôbre a eleicão dos verea- Se a eleição de prefeitos e vereadores,
dores, entre os quais o de maior número de na forma constitucional, poderá promover,
votos seria o presidente da Câmara. por erros do processo eleitoral ou atrasada
Na Constituição Provisória da República, formação democrática, o restabelecimento dos
segundo a qual poderiam ser eleitores e ele- mesmos vícios que destruíram o parlamen-
gíveis até os estrangeiros residentes o prin- tarismo do Império e as primeiras bases da
cípio consagrou-se no Título III, Ar~. 67, 2. 0 • organização republicana, isto não importa
Na Constituição de 24 de fevereiro, em nenhuma condenação à vantagem do princípio
que os Estados eram quase soberanos, o prin- da eletividade municipal, verdadeiro corolário
cípio está implícito no Título III, Do Muni- da autonomia dos Municípios. Está na alcada
cípio, Art. 68, baseando-se aí algumas leis de poder dos Estados, através de suas -leis
estaduais de grande significação democrática, orgânicas, e no pleno poder dos Municípios,
como a Lei paulista n. 0 16, de 13 de novem- através de seu funcionamento político, evitar
bro de 1891. o restabelecimento daqueles vícios e conciliar
Na Constituição de 1934, voltou-se à os interêsses da política com os da Adminis-
técnica discriminativa da Constituicão de tração
1824, e, dentro dessa técnica, a "eleÚvidade Desde o Império que os Municípios po-
do prefeito e dos vereadores da Câmara dem ser assim politicamente retratados, con-
Municipal, podendo aquêle ser eleito por forme a observação de DoMINGOS ]AGUARIBE,

R B.M -lO
146 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNiciPIOS

feita no limiar da República: " ... O curso foi facultada aos Estados, embora o funcio-
da nossa civilização foi sempre seguido pelas namento de alguns Departamentos, no refe-
águas governamentais, como um rio cujas rido período, fornecesse argumentos em con-
barreiras eram opostas, mas separadas só para trário. Pondo de parte, porém, o lado nefasto
conter as águas. Os dois partidos, Liberal e da experiência, não podemos deixar de admi-
Conservador, corriam no álveo, com o impulso tir que, na realidade, órgãos de assistência
que vinha do poder". (O Município e a Re- técnica e contrôle financeiro dos Municípios,
pública - pág. 153) . conforme o diploma em vigor, são agora mais
Na reestruturação municipal, poderiam necessários do que antes, tendo em vista,
constituir matéria das leis orgânicas estaduais sobretudo, a nova posição que os Municípios
várias medidas preventivas daqueles vícios, virão a tomar, na estrutura dos Estados, em
como sejam, por exemplo: virtude das possibilidades de considerável
a) a Câmara dos Vereadores funcionaria elevação de suas rendas, que a revisão tri-
junto aos prefeitos como um colégio de cola- butária lhes proporcionou.
boração legislativa, consultiva, deliberativa e O êxito dêsses órgãos, porém, seja qual
administrativa, votada ao tratamento dos fôr a sua estrutura, depende da política a
problemas municipais; seguir e, conseqüentemente, de seu sistema
b) tal colégio teria as suas funções gru- de direção. Podem constituir Departamentos,
padas em setores - como sejam educação e ou Serviços, sendo que esta última designação
saúde, engenharia e obras, organização e fo- melhor os caracterizaria, do ponto de vista
mento da produção, segurança e guarda, etc. da estrutura da organização, por serem tipi-
- competindo a orientação de cada setor a camente serviços auxiliares, de coordenação
um vereador devidamente designado; horizontal Não importa êsse problema. Po-
dem até constituir Comissões ou Conselhos.
c) os governos municipais tolerariam,
O que importa é que sua direção não seja
nos Municípios de maior renda, a presença
confiada a amadores ou políticos profissionais,
de um assistente de administração municipal,
interessados no poder político dos Municípios,
nomeado pelo Estado, e que seria o "city-
e sim a técnicos, capazes de imptimir aos
manager", isto é, o "gerente" dos negócios
mesmos uma orientação eminentemente ge-
exclusivamente administrativos dos Municí-
rencial e, na medida do possível, quase com-
pios, em articulação com os órgãos de assis-
pletamente a política.
tência técnica dos Municípios, que é permi-
tido aos Estado criar. (Veja a êsse respei- É preciso reconhecer-se, sem nenhum
to Reorganização Municipal - capítulo IV, desprêzo à política - porque esta comanda
págs. 127/140). o próprio Govêrno - que as Municipalidades
Infelizmente, os grandes vícios da eleti- constituem, presentemente, problemas mais
vidade, que tanto comprometeram o regime de "management" que de política, no sentido
democrático no Brasil, levando até mesmo à vulgar.
falência a primeira experiência federativa, Por outro lado, a orientação a seguir
não resultam desta ou daquela organização, pelos órgãos de tal natureza - com a enorme
porque não são problemas técnicos, e sim responsabilidade de prestar assistência técnica
morais, resultantes de apressada preparação a Municípios, êstes com poderes executivo e
democrática e utilização do poder em bene- legislativo constituídos, embora rudimentar-
fício de castas e oligarquias de tôda espécie. mente - não poderia ser também um tipo
de orientação sem nenhum sal político, por-
que tais Órgãos se situarão entre os Governos
V - Diretivas para o funcionamento dos
órgãos de assistência técnica aos Municípios. dos Estados e os Municípios, integrando a
administração daqueles e servindo aos inte-
rêsses de ambos. Mas, seu caráter técnico,
Na Constituicão de 1934, facultou-se
princípios intangíveis e natureza supervisara
aos Estados a criaÇão de um órgão de assis-
tência técnica à administração municipal e poderiam exprimir-se até mesmo em sua es-
fiscalização de suas finanças, conforme dis- trutura e nomenclatura, quer constituíssem
punha o § 3. 0 do Art. 13, Título e Cap. I. Departamentos ou Serviços, quer Comissões
Êste dispositivo, que não sobreviveu na Carta ou Conselhos.
de 1937 - talvez porque o legislador o Adotando-se, por exemplo, em matéria
julgasse matéria de lei ordinária - renasceu de estrutma, o tipo departamental, tais órgãos,
na Constituição vigente, conforme estatui o em qualquer Estado, não poderiam deixar
Art. 24, Título e Cap. I. de conter funções como as que definiriam as
Mas, conquanto o diploma anterior hou- seguintes subdivisões, além de outras que
vesse silenciado a êsse respeito, os órgãos de cada Estado exigisse:
assistência às Municipalidades, criados por a) Conselho Técnico - órgão colegial
efeito do disposto na Constituição de 34, con- de colaboração e consulta, constituído de en-
tinuaram a funcionar em alguns Estados on- genheiros, agrônomos e outros técnicos, com
de existiam durante todo o período interven- o fim de auxiliar o chefe executivo e os Pre-
cionista do Estado de fato, com suas fina- feitos no estudo dos problemas municipais,
lidades perfeitamente integradas no sistema fornecendo sugestões e discutindo assuntos de
de contrôle do regime. interêsse vital, relacionados com o Estado e
Os legisladores constituintes de 1946, os Municípios, além de traçar planos em todos
restaurando aquêle dispodtivo da Constitui- os setores da administração local;
ção de 1934, certamente compreenderam a b) Divisão Técnica- à qual competiria
utilidade, em princípio, do órgão cuja criação planejar ou colaborar na projetação dos pla-
ATRAVÉS DAS REVJSTAS 147

nos diretores, fiscalizando a sua execução; es- capitais os orçamentos dos mais afastados
tudar projetos de obras; opinar sôbre conces- Municípios, e até mesmo a dispor sôbre suas
sões, arrendamentos, municipalizações e con- despesas domésticas, com o que geralmente
tratos em geral, etc.; lhes comprometiam as verbas.
c) Divisão de Orçamento e Contabili- Trata-se, sim, de Órgãos indispensáveis,
dade, com a competência de opinar sôbre os em ptincípio, e que seriam imprescindíveis
orçamentos municipais, procurando coordenar na orientação dos planos estaduais de govêr-
a ação dos Municípios com a do Estado; fis- no, para vitalizar a economia local e pro-
calizar a execução do Código Tributário e mover a melhoria das condições dos Muni-
aplicação das despesas municipais; organizar cípios, além de fortalecê-los econômica e
a contabilidade dos Municípios, orientar a administrativamente.
ação financeira das Prefeituras, com pesqui- Os Estados da Federação, com a nova
sas de previsão e estimativa, etc.; Carta Magna, não ficaram mais naquele
d) Divisão de Treinamento e Orientacão plano subordinador em que os situou o velho
com as funções precípuas de plane}ar, Ato Adicional, com sua lei interpretativa.
organizar e administrar cursos de administra- Na sua e~trutura administrativa e política,
ção municipal; orientar candidatos em está- os Municípios passaram a constituir verda-
gios de treinamento nas Prefeituras e Servicos deiros auto-relevos, com importância tanto
Municipais; manter bibliotecas nos Mu~i­ política quanto financeira.
cípios, etc. Mas, em virtude da reforma, ainda con-
tinuou de pé o histórico problema de dis-
Tratando-se de sugestões, e não de lei tinção entre os "serviços de peculiar interêsse
orgânica ou regimento, a discriminação acima dos Municípios" e os dos Estados, embora
não constitui, de todo, uma definição de
interpretações modernas, não reconhecendo
competência funcional dos Órgãos fundamen- separações estanques, engloben1 todos os ser-
tais dos Departamentos de Assistência Técnica
vicos dentro de um critério nacional. Real-
aos IVfunicípios, mas, sim, linhas gerais que m;nte, os "peculiares interêsses" dos Municí-
devem presidir às diretivas de funcionamento
pios também o são dos Estados e, em última
dos mesmos. É evidente que tais funções
análise, da União. Mas, se há regime federa-
não poderiam ser desempenhadas por Depar-
tivo, baseado na descentralização, impõe-se a
tamentos sem suficiente amplitude orgânica
separação de competência e, conseqüente-
e meios necessários, principalmente pessoal
mente, na análise dos problemas nacionais, o
apto, máquinas e materiais apropriados. Mas, grupamento dos "peculiares interêsses de cada
os próprios Municípios, tão interessados quan-
um". Aí está, porém, um problema mais
to os Estados em sua eficiência, poderiam
técnico que jurídico .
colaborar para a execução dêsse programa de
assistência técnica, mediante quotas propor- A atuação dos órgãos de assistência mu-
cionais às rendas de cada um, conforme acor- nicipal, nesse sentido, poderá ser básica, daí
dos a serem estabelecidos. dependendo o êxito do funcionamento consti-
tucional dos sistemas de relações entre os Es-
Não esqueçamos que, nos Estados Uni-
tados e os Municípios. Além de tudo, o
dos, os "gerentes" ("city managers") muni-
momento é de grandes planos a longo prazo,
cipais percebem geralmente mais que os pre-
nos setores de saúde, educação, obras, viação,
feitos, e os Órgãos de pesquisas e treinamento
etc. Não se poderá retirar dos Governos es-
municipais consomem verbas consideráveis.
taduais a competência de traçar êsses planos,
Embora não haja, no Btasil, recursos igualá-
abrangendo todo o território estadual, no qual
veis aos dos Estados Unidos, os Municípios
os Municípios existem. Mas, também não se
não poderão fechar o seu campo de coopera-
poderão excluir os Municípios da participação
ção a um movimento em que êles próprios
na execução dêsses planos, dentro dos seus
seriam os mais beneficiados.
limites. Daí a política: planejamento esta-
Além do mais, não se trataria, no caso, dual e execução municipal, ou melhor, cen-
de Departamentos exclusivamente de con- tralização da orientação e descentralização
trôle, usurpadores de funções peculiarmente parcial da execução .
das Prefeituras e hipertrofiados por erros de
direção, conforme se observou com os ante- (ÜCÉLIO DE MEDEIROS, da Associação
riores, durante o Estado de fato, os quais Brasileira de Municípios - "In" Revista do
chegaram, muitas vêzes, até a elaborar nas Serviço Público.)

DIS'fRIBUIÇAO DA POPULAÇAO- -
BRASILEIRA, SEGUNDO O DOMICÍLIO
BSERVADORES do processo evolutivo da juntamente às rendas buscadas ao interior.

O civilização brasileira têm assinalado,


e não sem freqüência, a característica
do apêgo às cidades por parte das nossas
Haveriam olhos estranhos de julgar o Bra-
sil, através do crescimento vertical de uma
ou de duas de suas cidades ...
populações rurais, que se não estabilizariam A economia nacional, por sua vez, se
à gleba, mas viveriam flutuando, por fôrça, dinamizaria em função de necessidades ex-
êsse nomadismo ou êsse amor à "urbs", de ternas, sem quaisquer preocupações com as
contingências hereditárias e de imperativos possibilidades do mercado interno. Pro-
sociais. duzindo-se para exportar, em todos êsses
Se, em verdade, é acentuado o fenô- séculos, do pau-brasil aos tecidos ou ao
meno da polarização urbana, nem por isso algodão, evitar-se-ia a interiorização, o alar-
se haverá de atribuí-lo à conta duma pe- gamento do espaço econômico, agravando-se
culiaridade ingênita, tanto que, de modo então, mais e mais, o desequilíbrio estrutu-
geral, existe, e bem definido, nas massas ral e funcional da sociedade brasileira.
humanas do interior brasileiro, o amor à
terra, da qual somente se afastam sob pres-
são: fatalidade mesológica ou penúria eco-
nômica, quase sempre. Vivendo embora à Revelam apurações do censo nacional
margem de atenções ou benefícios sociais, de 1940 que a população brasileira da épo-
entregues à própria sorte, quando não pre- ca, segundo a situação dos domicílios, se
judicadas nos seus elementares direitos de distribuía da maneira seguinte: 69% na
:·econhecimento de existência, têm elas to- zona rural e 31% em zonas urbanas ou,
lerado, até limites dificilmente suportáveis, melhor dito, urbanizadas, isto é, na área
a situação de desassistência, de agruras, de urbana e suburbana de cidades e vilas, don-
esquecimento. de pràticamente, a proporção de um mora-
dor urbano para dois rurais. Proporção que
A marcha para as cidades deixa, dessar-
assim se expressa, relativamente a cada re-
te, de ser uma causa, uma reminiscência
gião fisiográfica do País: 2 6 no Norte, 3.4
inafastável, que passaria pelas hemoglobi-
no Nordeste, 2.0 no Este, 1.7 no Sul e 3 6
nas de cada geração, a fim de ser posta
no Centro-Oeste.
nos justos têrmos de efeito. Por isso mesmo,
nas regiões do País onéle a tributação à ter- Ao revés daquela condição de "essen-
ra e à produção se não tornou excessiva, cialmente agricola", o Brasil apresentava,
onde se rasgaram estradas ou se abriram segundo se vê, ao menos em certas regiões,
escolas, onde se facilitaram as atividades forte concentracão urbana, como é o caso
econômicas e se promoveram medidas assis- do Sul, especialmente, determinada pelo
tenciais, aí a estabilidade demográfica se sentido industrial da respectiva dinâmica
mantém. econômica, precipuamente.
A comparação dos resultados censitários
O "rumo às cidades" vem-se contra-
de 1920 e 1940 evidencia, de maneira sa-
,J20ndo, mercê da efetividade dum dinamis-
liente, o incremento citadino. No vintênio
mo intenso, ao setor oposto, do "rumo ao
nomeado, a população, por exemplo, dos
oeste", e decorre mesmo de imprevidências,
Municípios do interior (excluídos os das
de incompreensões, de desorientações, pre-
capitais) experimentou o aumento de
sentes a qualquer instante da vida nacional,
27,58%. Já nos Municípios das capitais, o
conduzida no mesmo sentido geográfico do
acréscimo atingiu 88,53% Merece eluci-
povoamento luso, cuja penetração territo-
dado, a respeito, que esta última expressão
rial coincidia com o raio de alcance da bri-
se elevava pràticamente a 100%, à vista
sa marítima.
de haverem sido considerados "Municípios
A civilizacão brasileira nasceu e cres- do interior" comunas que, não obstante a di-
ceu sob a infÍuência atlântica, sempre de ferenciação administrativa, constituem, so-
costas para o interior e de olhos interessa- cial e econômicamente, simples prolonga-
dos no modêlo europeu e, mais recentemen- mentos da Capital. É o caso, para exem-
te. no americano do norte. A administracão plificar, de Jaboatão e Olinda, em Pernam-
pública fomentou a expansão social da -re- buco; de Rio Largo e Marechal Deodoro,
gião litorânea, onde provocou e estimulou em Alagoas; de Laranjeiras ·e Santo Amm o,
a urbanização, chegando mesmo ao recurso em Sergipe; de Santa Rita, na Paraíba; de
extremo dos empréstimos externos para apli- São Gonçalo, no Estado do Rio; de Santo
cá-los no embelezamento de cidades, con- André, em São Paulo; de São José dos
EsTATÍsucA MuNICIPAL 149

Pinhais, no Paraná; de São José, em Santa seamento assinalaria a existência, no País,


Catarina; de Canoas e Guaíba, no Rio Gran- de apenas 41 cidades, ou 2,6% com popula-
de do Sul; de Nova Lima e Sabará, em ção superior a 25 mil habitantes. Em 21
Minas, além de algumas outras cidades e cidades, tão só, com população além de
vilas. 50 mil pessoas, incluídas ali dezesseis capitais,
Não se pretenderá explicar, certamen- bem assim as cinco outras cidades: Juiz de
te, êsse incremento ponderável nas capitais, Fora, Campos, Campinas, Santo André, San-
à luz exclusiva do argumento de vitalidade tos e Pelotas .
demográfica, mas, necessàriamente, como
conseqüência, acima de tudo, de razões exo-
genéticas, entre as quais o afluxo de popu-
lações interiores, que é o fator de relevân- Essas realidades numéricas devem estar
cia maior. presentes, e em primeiro plano, no exame
Eis aí, à face de números, o fenômeno da dos atuais padecimentos econômicos, e desa-
polarização, há pouco evidenciado, isto é, justamentos sociais e embaraços adminis-
o abandono humano da área rural, social- trativos que atormentam a vida nacional.
mente abandonada, em concomitância à ação O desequilíbrio de funcionamento decorre
de convergência para as cidades regionais do desequilíbrio de estrutura, de inorgani-
maiores; destas, em segunda fase, para as zação, da excessiva concentração de efetivos
capitais, e destas, a movimentação final humanos em pontos fortemente excêntricos
para as duas maiores metrópoles brasileiras, e incapazes, por si sós, geogràficamente, de
ou para grandes capitais regionais, quais realizar a função civilizadora, de estimular
Recife, Belo Horizonte e Pôrto Alegre. a tonicidade, de aproveitar as virtualidades
da hinterlândia.
Por ocasião do censo nacional de 1940,
Não há negar que o problema funda-
contavam-se, no País, 1 574 cidades, donde,
mental do País reside na ocupação huma-
em média, uma cidade em cada 5 371 qui-
na, inteligente e ativa, do meio físico, mer-
lômetros quadrados do território Essa mé-
cê, inicialmente, do estabelecimento, em
dia, tendo-se em vista as condições geográ-
pontos tecnicamente indicados, sob a inspi-
ficas do Brasil, poderia parecer auspiciosa-
ração de conveniências ou exigências geo-
mente satisfatória. Em verdade, porém, às
gráficas, cidades, e legítimas cidades, com
1 574 sedes de Município, em absoluta maio-
objetivos definidos de civilização, vale dizer,
ria, lhes faltavam os requisitos mínimos de
de núcleos orientados e difusmes da cul-
"cidades", segundo a conceituação socioló-
tura e do progresso . Êsses núcleos, ou
gica, ou sejam entidades de expressão so-
cial, econômica, demográfica e política, isto êsses focos, ou essas células se responsabi-
é, centros urbanos dotados dum teor de lizariam, em virtude do seu aparelhamento
confôrto compatível ao grau de civilização social e do seu mecanismo administrativo,
da atualidade. pela expansão econômica da área periférica,
permitindo, assim, se promovesse, com se-
Das 1 574 cidades, 1 265, ou 80,4%, gurança, o incremento e a valorização das
apresentavam população inferior a cinco mil energias agrárias. Essas cidades, centrais de
habitantes: a rigor, simples e pequenos aglo- civilização, provocada simultâneamente a
merados humanos, onde o confôrto mate- deflação populacional das atuais metrópoles
rial chegava, de quando em quando, levado litorâneas, possibilitariam ao Brasil a indis-
pelos ambulantes: do mascate ao dentista pensável juxtaposição das suas fronteiras po-
e ao médico. Apáticas, desassistidas, sem líticas às sócio-econômicas: juxtaposição
estímulo, essas sedes municipais não se be- que não significa apenas um índice de
neficiavam dos seus próprios rendimentos, desenvolvimento, mas, em essência, um im-
tanto que absorvidos pela União e pelo Es- perativo de sobrevivência.
tado em virtude da incômoda discriminacão
de rendas vigente até 1946, e que conf.;ria
a parte do leão ao cofre nacional e ao re-
gional.
Discriminam-se, a seguir, os efetivos
O sentido litorâneo da vida nacional, demográficos do País, segundo o censo de
anteriormente descrito, não permitiria o flo- 1940 e a situação dos domicílios, através
rescimento de cidades interiores O recen- dos Municípios e distritos.
150 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNiciPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setemb1·o de 1940)
ESTADOS UNIDOS DO BRASIL
População de fato, seg-undo as Reg-iões Fisiográficas e Unidades da Federação,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


DOS DOMICILIOS
REGIÕES FISIOGRÁFICAS E População
UNIDADES DA FEDERAÇÃO de
fato Quadro I Quadro Quadro
urbano ,-~bur~ - -rural
---

BRASIL 41 236 315 9 189 995 3 692 454 21J 353 866

Norte 1 462 420 321 758 8~ 034 1 056 628

Acre. 79 768 9 751 4 387 65 630


Amazonas 438 008 72 652 32 137 333 219
Pará .. 944 044 239 355 47 510 657 779

Nordeste 9 973 642 1 246 318 1 031 0431 1 696 271


i

Maranhão 1 235 169 Jl5 817 69 735 1 049 617


Piauí .. 817 601 62 431 61 766 693 404
Ceará . 2 091 032 274 796 200 232 1 616 004
Rio Grande do Norte 768 018 105 000 59 248 603 770
Paraíba 1 422 282 194 668 116 734 1 JIO 880
Pernambuco 2 688 240 373 606 414 202 1 900 432
Alagoas 951 300 120 000 109 126 722 174

Este• .. ; . .. 15 625 953 3 517 770 1 649 836 10 458 347

Sergipe 542 326 115 750 50 491 376 085


Bahia. 3 918 112 736 2!6 201 325 2 980 541
Minas Gerais 6 736 410 1 173 165 519 875 5 043 376
Espírito Santo . 750 107 112 270 44 738 593 099
Rio de Janeiro 1 847 857 563 542 129 659 1 154 656
Distrito Federal 1 764 141 815 479 703 531 245 131

Sul ... 12 915 621 3 903 737 857 116 8 154 768

São Paulo 7 180 316 2 686 887 481 224 4 012 205
Paraná ... 1 236 276 213 590 90 949 931 737
Santa Catarina 1 178 340 207 954 45 763 924 623
Rio Grande do Sul 3 320 689 795 306 239 180 2 286 203

Cenlro·06sle 1 258 679 200 412 70 425 987 842

Goiás ... 826 414 111 448 30 6621 684 304


Mato Grosso 432 265 88 964 39 7631 303 538

• Foram aor..,ccntadas aos totais da Região Este 66 994 pessoas, das quais I 318 no Quadro Urbano, 217 no Suburbano e 65 459
no Rural, resultados êsses correspondentes à Região da Serra. dos Aimorés, território em litígiO entre os Estados de Minas Gerais e Es"
pírito Santo.
EsTA'IÍsncA MuNICIPAL 151

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(1." de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE ALAGOAS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


Popula~ão DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------------- ~------ ------ ------- ------ -------
ESTADO 951 300 120 000 109 126 722 174

Água_ Branca . : 21 325 3 200 1 301 16 824


1 Agua Branca . 15 406 669 384 14 353
2 Pedra 5 919 2 531 917 2 471

2. Anadia . ... 52 740 2 471 1 210 49 059


3 Anadia 21 434 1 341 66S 19 425
4. Mar Vermelho 17 454 274 234 16 946
5. Tanque d' Arca 13 852 856 308 12 688

3 Arapiraca 25 514 2 646 946 21 922


6 Arapiraca 12 274 1 680 763 9 831
7. Caraíba 2 048 93 13 1 942
8. Lagoa da Canoa 3 108 362 96 2 650
9. Mucambo 8 084 511 74 7 499

4. Atalaia . 35 630 1 159 303 34 168


10. Atalaia 35 630 1 159 303 34 168

5 Capela 31 037 4 031 1 004 26 002


11 Capela 14 496 2 759 573 11 164
12 Cajueico 8 114 1 183 345 6 586
13. Santa Efigênia 8 427 89 86 8 252

6. Coruripe 15 108 1 954 1 459 11 695


14 Coruripe 13 027 1 787 1 240 10 000
15 Poxim 2 081 167 219 1 695

Igreja Nova . 18 632 1 816 1 090 15 726


16 Igt·oja Nova 13 831 1 465 935 11 431
17. Salomé 4 801 351 155 4 295

8. lepoldina 16 056 962 578 14 516


18 Leopoldina 16 056 962 578 14 516

9 limoeiro 31 965 1 540 969 29 456


19. Limoeiro 10 422 701 200 9 521
20. Canabrava 11 100 292 460 10 34.8
~1. Junqueiro 10 443 547 309 9 587

10 MACEIÓ 90 253 25 935 54 110 10 208


22. l\Iacoió .... 90 253 25 935 54 110 10 208

11. Maragogi 11 706 979 971 9 756


23. Maragogi 6 737 534 554 5 649
24. Barra Grande 3 044 252 219 2 573
25 Japaratuba 1 925 193 198 1 534

12. Marechal Deodoro .... 11 840 2 156 2 362 7 322


26 Marechal Deodoro 11 840 2 156 2 362 7 322

13. Marechal Floriano ... 3 017 1 003 243 1771


27. l\Iarechal Floriano .. 2 158 695 185 1 278
28. Entremontes .. 859 308 58 493
14. Mata Grande . . . 21 871 1 326 507 20 038
29. Mata Grande. . 21 871 1 326 507 20 038
152 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNiclPIOS

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O <le setembro <le 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e res11ectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE ALAGOAS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

15. Murici ..... 36 082 2 185 2 576 31 321


30. Murici . 23 990 1 667 2 129 20 194
31. Branquinha 9 741 291 230 9 220
32. Floriano ... 2 351 227 217 1 907

16 Palmeira dos Índios . 51 912 3 666 3 456 44 790


33. Palmeira dos Indios 21 518 3 037 2 396 16 085
34. Cacimbinhas .. 9 273 316 50 o 8 451
35. Caldeirões de Cima 8 951 170 97 8 684
36. Olhos d'Água do Acioli 12 170 H3 45'1 11 570

17. Pão de Açúcar . 20 497 2 274 925 17 298


37. Pão de Açúcat· 15 05fi 2 052 857 12 147
38. Alecrim . 5 441 222 68 5 151

18. Passo de Camarag1be 25 316 2 632 2 242 20 442


39 Passo de Camaragibe 6 609 1 288 522 4 799
40. :i\Iatriz de Camaragibe 6 623 999 1 445 4 179
41. Urucu 12 084 345 275 11 464

19. Penedo 19 496 9 536 3 115 6 845


42. Penedo 19 496 9 536 3 115 6 845

20 Piassabussu 7 315 2 497 683 4 135


43 Piassabussu 7 315 2 497 683 4 135

21. Pilar 11 676 4 919 815 5 942


44 Pilar. 11 676 4 919 815 5 942

22. Pôr! o Calvo 22 755 1 996 1 350 19 409


45 Pôrto Calvo 10 023 1 063 1 071 7 889
46. Jacuípe 6 341 483 125 5 733
47. Jundiá 6 391 450 154 5 'i87
I
23. Pôrto de Pedras 9 861 3 094 ! 1 980 4 787
48. Pôrto de Pedras ... 4 884 1 327 500 3 057
49. São Miguel dos Milagres 1 743 841 386 516
50. Tatuamunha 3 234 926 1 094 1 214

24. Pôrto Real do Colégio 13 285 1 093 1 214 10 978


51. Pôrto Real do Colégio 13 285 1 093 1 214 10 978

25. Quebrangulo .. 27 581 2 407 2 876 22 298


52 Quebrangulo 20 605 785 2 743 17 077
53. Paulo Jacinto 6 976 1 622 133 5 221

26. Rio Largo . 22 821 6 134 5 304 11 383


54. Rio Largo 17 67fi 4 411 4 351 8 914
55. Coqueiro Sêco. 1 815 80<1 659 352
56 Santa Luzia do No!te 3 330 919 294 2 117

27. Santana do Ipanema. 50 246 2 858 1 309 46 079


57. Santana do I panema 31 372 1 910 360 29 102
58. Maravilha . 4 334 261 158 3 915
59. Poço das Trincheiras 8 290 286 276 7 728
60. Sertãozinho 6 250 401 515 5 334
152 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e resiJectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE ALAGOAS

DISTRIBUIÇÃO PElA SITUAÇÃO


População DOS DOMICiLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rurai
----------------------- ------- ------- ~------ ---

15. Murici . 36 082 2 185 2 576 31 321


30. Murici. 23 990 1 667 2 129 20 194
31. Branquinha 9 741 291 230 9 220
32. Floriano ... 2 351 227 217 1 907

16. Palmeira dos Índios 51 912 3 SGG 3 456 44 790


33. Palmeira dos Indios 21 518 3 037 2 396 16 085
34 Cacimbinhas 9 273 316 506 8 451
35 Caldeirões de Cima 8 951 170 97 8 684
36. Olhos d'Água do Acioli 12 170 H3 457 11 570

17. Pão de Açúcar 20 497 2 274 925 17 298


37. Pão de Açúcar 15 05G 2 052 857 12 147
38. Alecrim ... 5 441 222 68 5 151

18 Passo de Camarag!be 25 316 2632 2 242 20 442


39. Passo de Camaragibe 6 609 1 288 522 4 799
40. Matriz de Camaragilie 6 623 999 1 445 4 179
41 Urucu 12 084 345 275 11 464

19. Penedo 19 49G 9 536 3115 6 845


42. Penedo 19 496 9 536 3 115 6 845

20 Piassabussu 7 315 2 497 683 4 135


43. Piassabussu 7 315 2 497 683 4 135

21. Pilar 11 676 4 919 815 5 942


44. Pilar. 11 676 4 919 815 5942

22 Pôrto Calvo 22 755 1 996 1 350 19 409


45.
46.
Pôrto Calvo
Jacuípe
10 023
6 341
1 063
483
1 071
125
I 7 889
5 733
47. Jundiá 6 391 450 154 5 í87

23. Pôrto de Pedras 9 861 3 o94 I 1 980 4 787


48. Pôrto de Pedras 4 884 1 327 500 3 057
49. São Miguel dos Milagres 1 743 841 386 516
50 Tatuam unha 3 234 926 1 094 1 214

24. Pôrto Real do Colégio 13 285 1 093 1 214 10 978


51. Pôrto Real do Colégio 13 285 1 093 1 214 10 978

25. Quebrangulo .. 27 581 2 407 2 876 22 298


52. Quebrangulo 20 605 785 2 743 17 077
53. Paulo Jacinto 6 976 1 622 133 5 221

26. Rio largo 22 821 6 134 5 304 11 383


54. llio Lmgo 17 676 4 411 4 351 8 914
55 Coqueil o Sêco 1 815 804 659 352
56. Santa Luzia do No!te 3 330 919 294 2 117

27. Santana do lpanema 50 246 2 858 1 309 46 079


57. Santana do I panema 31 372 1 910 360 29 102
58. Maravilha. 4 334 261 158 3 915
59. Poço das Trincheiras 8 290 286 276 7 728
60 Sertãozinho 6 250 401 515 5 334
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 153

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva disti·ibuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE ALAGOAS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------------- ------- - - - - - - -------- - - - - - -------

28. São José da Laje 38 070 5 233 S04 32 033


61. São José da Laje 18 R06 3 712 656 14 438
62 Piquete 19 264 1 521 148 17 595

29 São Luís do Quilunde 24 091 3 322 2 309 18 460


63. São Luís do Quitunde 8 155 1 033 1 613 5 509
64. Barra de Santo Antônio Grande 3 349 1 295 416 1 638
65 Flecheiras 12 587 994 280 11 313

30 São Miguel dos Campos . 30 414 2 872 3 495 24 047


66. São Miguel dos Campos 16 995 1 257 2 580 13 148
67. Barra de São Miguel 1 841 235 531 1 075
68. Bôca da Mata. 7 242 524 89 6 629
69. Campo Alegre 4 336 856 285 3 195

31 Trai pu 31 196 3 145 914 27 137


70. Traipu 7 57\l 1 412 210 5 957
71. Belo Horizonte 8 866 494 207 8 165
72 Belo Monte 7 067 326 166 6 575
73. São Braz 7 68<1 913 331 I 6 440

32 União 60 657 4 440 3 129 ' 53 088


74 União . .. 18 383 2 973 3 129 12 281
75. Bana do Canhoto 17 803 662 - 17 141
76. l\Iunclaú-Mirim 14 957 599 - 14 358
77. Munguba. 95H 206 - 9 308

33 Viçosa .. .. 61 335 4 519 3 577 53 239


78. Viçosa 21 651 3 63G 3 01B 14 999
79 Anel 10 774 162 68 10 544
80 Chã Prêra 14 421 362 263 13 7Y6
81. Pindoba G'·ancle 14 489 359 230 13 900

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO AMAZONAS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro I Quadro Quadro
urbano suburbana rural
- -~------ ----- ~- ---------- ---- - - - - - - - - - - - - - - -

ESTADO 438 008 72 652 32 137 333 219


1. Barcelos 5 608 232 335 5 041
1 Barcelos 5 608 232 335 5 041

2. Barreirinha 7 635 229 97 7 309


2. Barreirinha 3 039 229 9'1 2 713
3. Ariaú.. . 913 913
4. Freguesia do Andirá 2 700 2 700
5. Pedras 983 983
154 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOs

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembro de 1940)
Po}mlação de fato, segundo os Municípios e Distl'itos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO AMAZONAS

DISTRIBUIÇÃO PELA, SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------
3. Benjamin Constanl ... 9 260 1 045 212 8 003
6. Benjamin Constant 5 820 808 191 4 821
7. Remate de Males 3 440 237 21 3 182

4. Boa Vista 10 509 1 159 239 9 111


8. Boa Vista .. 5 248 1 159 239 3 850
9. Caracaraí 610 - - 610
10. Murupu .. 4 651 - - 4 651

5. Bôca do Acre.; .. 13 444 1 236 210 11 998


11. Bôca do Acre 9 905 889 210 8 806
12. Floriano Peixoto 3 539 347 - 3 192

6. Borba ... 14 556 804 468 13 284


13. Borba 6 883 804 468 5 611
14. Axinim 2 563 -- -- 2 563
15 Canomã 3 001 - - 3 001
16. Foz do Aripuanã 1 571 - - 1 571
17. Samaúma .. 538 -- - 538

7. Canut~ma 15 005 698 281 14 026


18. Canutama .. 7 394 299 281 6 814
19. Bôca do Tapauá 7 611 399 - 7 212

8 Carauari 12 322 407 77 11 838


20 Carauari 12 322 407 77 11 838

9 Coa ri .. 13 384 944 499 11 941


21 Comi 13 384 944 499 11 941

10 Codajaz 10 702 1 373 294 9 035


22. Codajaz 3 932 808 I 294 2 830
23 Anamã 4 971 147 -- 4 824
24 Anori 1 790 418 - 1 381

11. Fonte Boa 10 653 727 51 9 875


25. Fonte Boa 10 653 727 51 9 875

12. Humaitá 12 386 743 93 11 550


26. Hnmaitá 6 807 666 93 6 048
27. Calama 5 579 77 - 5 502

13 llacoaliara ... 23 924 1 333 3 408 19 183


28. Itacoatiara 7 015 1 333 3 408 2 274
29 Amatari 4 666 - --- 4 666
30 Ambrósio Airce 3 488 - - 3 488
31. Murutinga . 8 755 - - 8 755

14 ltapiranga. 3 200 - 3 024


32 Itapi1anga 1 387 1161
176 - 1 211
33. Silves .. 1 813 - - 1 813

15. João Pessoa 16 389 653 442 15 294


34 João Pessoa 16 389 653 442 15 294

16. Lábrea . 19 279 473 683 18 123


35. Lábrea .. 19 279 473 683 18 123
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 155

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distl'itos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO AMAZONAS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro I Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----------------- ------ ------~------ ------
17. Manacapm u 23 048 1 303 359 21 386
36. Manacapuru g 962 1 046 339 8 577
37. Beruri 6 257 162 18 6 077
38 Caapiranga 6 829 95 2 6 732
18 MANAUS 106 399 47 401 20 036 38 962
39. Manaus .. 75 765 47 055 19 799 8 911
40. Airão 2 685 91 74 2 520
41. Carei10 27 949 255 163 27 531
19 Manicoré 16 899 1 074 459 15 366
42. Manicoré 16 899 1 074 459 15 366
20. Mauós 14 497 1 084 290 13 123
43 :rvraués 14 497 084 290 13 123
21 Moura 3 024 186 184 2 654
44. Moura 1 280 186 184 910
45 Carvoeiro 1 061 1 061
46. Ilha do Catümani 683 683
22. Parin!ins• 15 100 2 101 1 286 11 713
47. Parintins 11 679 2 019 1 200 8 460
48. Ilha das Co tias 3 ~.21 82 86 3 253

23. Pôrto Velho 8 316 2 260 888 5 168


49 Pôrto Velho. 8 316 2 260 888 5 168
I
24. São Gabriel 13 182 1 122 12 060
50 São Gab1 iel 1 995 433 1 562
51. Jauretê 6 074 520 5554
52. Santa Isabel 2 235 131 2 104
53 São Felipe 2 878 38 2 840

25 São Paulo de Olivença 13 698 1 630 748 11 320


54 São Paulo de Olivença 3 534 565 474 2 495
55 Amataurá 2 777 287 66 2 424
56. Santa Rita do Weil 4 130 126 82 3 922
57. Santo Antônio do Içá 1 158 265 54 839
58 Tonantins. 2 099 387 72 1 64.0
28 Tefé 15 657 1 600 368 13 689
59. Tefé 4 300 1 2R3 368 2 649
60. Caiçma 5 104 315 4 789
61. l\Iaraã 6 ~33 2 6 251
27 llrucará 2 493 372 I 2 121
62 Urucará 2 493 3721 2 121

18 Urucurituba 1 439 130 7 022


63 Urucurituba 7 439
2871
287 130 7 022

.* Na população de fato do Município de Parintins não se incluem os resultados de paite do quadro rural do 2.0 Distrito, por
extraviO d~ respectivo material, constituído de 1 461 boletins de coleta, os quais, de acôrdo com os instrumentos de contrôle, consignavam
7 469 habitantesJ... como população recenseada.
OBSERVAÇAO -A falta de registro de população na scrle do Distrito resulta ou de niio ter sido feita pela Prefeitura Municipal a
oportuna delimitação dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição das divisas, ou ainda de terem os respectivos habi-
tantes sido incluídos em outro quadro, por não apresentar a localidade as características do núcleo populacional.
156 REVISTA BRASILEIRA DOS :tv!UNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distl'ibuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICIUOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
Quadro 1 Quadro
fato Quadro
urbano suburbano rural
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ------1--------------

ESTADO . 3 918 112 736 246 201 325 2 980 541

1. Afonso Pena 27 261 1 619 363 25 279


I. Afonso Pena 11 014 1 330 209 9 475
2. Comércio ... 6154 112 117 5 925
3 Rio da Dona 10 093 177 37 9 879

2. Alagoinhas 37 827 12 276 3 336 22 215


4. Alagoinhas 15 301 10 327 2 990 1 984
5 Aracás 5 955 111 21 5 823
6 Ara~m·i 5 621 969 283 4 369
7. Igreja Nova .. 9 132 493 21 8 618
8. Riacho da Guia 1 818 376 21 1 421

3. Alcobaça. 23 580 1 661 702 21 217


9. Alcobaça 7 566 1 105 435 6 026
10. Itanhaém 16 OH 556 267 15 191

4. Amargosa 28 566 4 723 466 23 377


11. Amargosa 11 713 3 798 466 7 449
12. Corrente 6 540 146 6 394
13 Corta J\I ão 4 606 263 4 343
14. Diógenes Sampaio 1 770 115 1 655
15. Tartaruga 3 937 <101 3 536

5. Anchieta . 30 106 2 962 296 26 848


16. Anchieta. 6 140 581 5 559
17. Abaíra 5 318 571 4 747
18. Cabrália 3 695 108 98 3 489
19 Catulés 3 430 471 44 ?, 915
20. Guarani . 3 !í51 500 45 3 OOG
21. Ipiranga 3 890 137 I 37 3 716
22. Palmares 4 082 594 I 72 3 4Hi

Andara i .. 14 378 4 796 I 2 017 ., 565


23. Andaraí 5 248 2 650 1 594 1 004
24. Igatu 2 389 942 378 1 069
25. Iguaçu. 2 257 453 16 1 7il8
16. Piranhas 4 48'1 751 29 3 704

7. Angical 22 741 1 398 293 21 050


27 Angical 14 215 889 72 13 254
28. Brejo Velho 4 542 258 106 4 178
29. Santa Helena 3 984 251 115 3 618

Aratuípe 6 141 1 762 417 3 962


30. Aratuípe 5 093 891 417 3 785
31. l\Iaragogipinho 1 048 871 177

9 Areia 20 264 1 863 481 17 920


32. Areia . 9 095 1 612 481 7 002
33. Baixinha 7 064 55 7 009
34. Engenheiro Franca 4 105 196 3 909

1O. Baixa Grande .. 9 509 891 75 8 543


35. Baixa Grande 9 509 891 75 8 543
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 157

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição 1>ela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
~-~~~~----~-~~----~~- ~--~~ -~~- -~~- -~--~

11. Barra 25 388 3 734 1 403 20 251


36 Barra 9 817 2 680 1 385 5 752
37. Buruti 4 754 321 4 433
38 Icatu 5 621 488 18 5 115
39 Igaraí 5 196 245 4 951
12 Barra da Estiva .... 21 830 1 857 1 163 18 810
40. Barra da Estiva 6 294 650 106 5 538
41. Iracema 3 587 295 566 2 726
42. Jequi 8 703 255 103 8 345
43 . J ussia pe 3 246 657 388 2201

13 Barreiras. 32 183 5 339 982 25 862


4_4. Barreiras 12 388 3 560 584 8 244
45 Barrocas 1 486 63 1 423
46 Boa S01 te 3 360 321 151 2 888
47 Catão 5 302 22\l 31 5 042
48 São Desidério 3 635 652 51 2 932
49. Sítio Grande 3 089 307 86 2 696
50. Várzeas 2 923 207 79 2 637
14. Belmonte 27 580 5 381 2 768 19 431
51. Belmonte . 7 983 3 565 2 572 1 846
52. Bôca do Córrego 8 912 245 33 8 634
53 Itamarati 7 710 1 335 104 6 271
54. Mugiquiçaba 2 975 236 59 2 680
15 Boa Nova . 49 646 3 976 454 45 216
55. Boa Nova 9 268 966 454 7 848
56. Doa Esperança 6 241 98 ü 143
57. Caj àzeira . . . . 3 944 381 3 563
58 Campo Grande o 168 806 5 362
59. Imbuíra 3 520 497 3 023
60. Itagibá 14 452 996 13 456
61 Japomilim 6 053 232 5 821
16. Bom Jesus da Lapa 13 627 2 561 789 10 277
62. Bom Jesus da Lapa 10 237 1 718 612 7 907
63. Sítio do Mato . 3 390 843 177 2 370
17 Bom Sucesso .. 18 660 931 272 17 407
64 Bom Sucesso 8 393 550 236 7 607
65 Ibipitanga 4 888 185 27 4 676
66 R(•médios 5 379 246 9 5 124
18 Bonfim .. 26 886 6 493 1 420 18 973
67. Bonfim 21 998 5 836 J 377 14 785
68. Carrapichel 4 888 657 43 4 188
19. Brejões. 10 968 1 214 302 9 452
69 Brejões 8 481 72f\ 200 7 553
70. Veados 2 487 486 102 1 899
20. Brotas 21 070 3 345 659 17 066
71 Brotas 9 042 922 8 120
72. Barra do Mendes 2 778 686 451 1 641
73. J01·dão. 4 095 886 208 3 001
74. Morpar:í 1 746 663 1 083
75. Saudável 3 409 188 3 221
158 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNicÍPIOS

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DO MICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----------------~ --- ------ -------1------------

21. Brumado. 26 275 1 412 1 321 23 542


76. Brumado 9 378 618 427 8 333
77. Aracatu 7 108 336 90 6 682
78. Cristais 2 910 80 117 2 713
79. Haquaraí 3 153 211 330 2 612
80. Ubiraçaba 3 726 167 357 3 202
22. Cachoeira 26 966 9 400 2 657 14 909
81 Cachoeira 15 355 7 801 2 573 4 981
82. Belém 2 425 308 62 2 055
83 Iguape g 186 1 291 22 7 873
23. Caculé 18 195 1 664 632 15 899
84. Caculé 6 339 1 086 26fi 4 988
85. Ibiassucê 5 149 276 210 4 663
86. Ibitira 2 759 49 56 2 654
87. Rio do Antônio . 3 948 253 I 101 3 594
24 Caim. 4 948 2 866 1 906
88. Cairu 1 919 1 228 1761
5 686
89. Galeão 669 446 43 180
90. Gamboa 1 398 721 27 650
91. Velha Boipeba 962 471 101 390
25. Caiteté 33 848 4 350 741 28 757
92. Caiteté 13 200 2 440 397 10 363
93. Bonito 4 553 871 225 3 457
94 Brejinho 3 218 396 2 822
95. Caldeiras 4 116 334 119 3 663
96 Lagoa Real 4 772 225 4 547
97. Maniaçu 3 989 84 3 905
26. Camamu 22 312 2 612 289 19 411
97. Camamu 8 551 1 752 152 6 647
99 Cruzeiro do Sul 2 160 332 57 1 771
100. Ibirapitanga 9 146 227 64 8 855
101. Igrapiúna 2 455 301 16 2 138
27. Camassari . 11 188 893 1 917 8 378
102. Camassari 3 690 320 1 099 2 271
103. Abrantes 2 797 258 157 2 382
104. Monte Gordo 4 701 315 661 3 725
28 Campo Formoso .. 35 776 3 096 431 32 249
105 Campo Formoso 27 828 2 165 160 25 503
106. Pindobaçu .. 7 948 931 271 6 746
29. Canavieiras 36 064 4 273 4 269 27 522
107. Canavieiras 8 813 2 179 3 408 3 226
108. Jacarandá 5 291 585 389 4 317
109. Mascote 5 451 516 190 4 745
llO. Natal 3 140 567 22 2 551
111. Ouricana 4 323 172 260 3 891
ll2. Vargito 9 046 254 8 792
30. Capivari 6 656 752 294 5 610
ll3. Capivari 6 656 752 294 5 610
31. Caravelas . . . 14 550 2 467 89 11 994
ll4. Caravelas 6 437 2 066 89 4 282
115. Juerana 8 113 401 7 712
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 159

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PElA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fzto Quadro Quadro Quadro
urt.ano suburbano tural
- - - - - - - - - ----- -- - - ---------- - - - - - --------- -------- ~~----

32. Carinhanha 19 985 3 044 113 16 828


llô. Carinhanha .. 7 439 I 241 26 6 172
117 Côcos 7 IOO 882 33 6 185
118 Iuiú I 469 233 - 1 236
119 Malhada 2 027 484 54 1 489
120 Parateca I 950 204 - 1 746
33. Casa NOV3 23 641 3 698 299 19 644
121 Casa Nova 7 343 1 030 66 6 247
122 Bem Bom 2 f\95 516 125 2 054
123. Luís Viana 5 356 49 - 5 307
124. Pau a Pique 2 526 957 - 1 569
125. Sobradinho 5 721 1 141j 108 4 467
34 Castro Alves 39 301 7 326 569 31 406
126 Castro Alves . 9 520 6 639 569 2 312
127 Argoim 4 035 335 - 3 700
128. Coração de J esns 4 476 182 - 4 294
129. Sítio do Meio 10 490 I21 1 - 10 369
130 Surnru 6 839 29 -- 6 810
131 Taholéiro 3 941 20 - 3 921
35. Catu 17 222 1 995 1 370 13 857
132 Catu 7 817 1 636 1 200 4 981
133 Bela Flor 5 770 18\l 66 5 515
134 Sítio Novo 3 635 170 104 3 361
36. Xique-Xique . 19 563 4 810 934 13 819
135. Xique-Xique 5 039 2111 408 2 520
I36. Central .. 3 147 730 106 2 311
137. Ibiacema 4 6n2 339 51 4 272
138. Marrecas 2 423 463 110 1 850
139. Tiririca 1 766 430 186 1 150
140. Uibaí 2 52fi 737 73 1 716
37. Cícero Dantas 22 930 2 007 128 20 795
141. Cícero Dantas 15 504 957 86 14 461
142. Antas 7 426 1 050 42 6 334
38. Cipó 12 810 1 394 507 10 909
143. Cipó 2 489 853 330 1 306
144. Amparo 5 654 321 107 5 226
145. Heliópolis 4 667 220 70 4 377
39 Conceição da Feira. ... 9 731 1 822 258 7 651
146. Conceição da Feira 9 731 1 822 258 7 651
40. Conceição do Coité .. 26 141 1 404 228 24 509
147. Conceição do Co ité 18 410 867 228 17 315
148. Valente 7 731 537 - 7 194
I
41. Conde .. .. ... .. 13 841 1 248 ' 1 484 11 109
149. Conde ... 13 841 1 248 1 484 11 109
42. Condeúba .. . 53 569 3 092 1 075 49 402
150. Condeúba .. 9 376 958 211 8 207
151. Caraíbas 4 570 287 49 4 234
152. Cordeiros 5 672 460 235 4 977
153. Peripá 6 720 427 176 6 117
I 54. Santa Rosa .. 6 875 150 2I2 fi 513
155. São João . 11 220 352 44 . 10 824
156. Tremedal ... 9 136 458 148 I 8 530
160 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAI\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setemb1·o de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIO$
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------------------------- ---------------

43. Conquista 74 443 11 276 608 62 559


157. Conquista 20 162 7 267 415 12 480
158. Angicos . 5 258 332 4 926
159 Barra da Choça 4 439 750 3 689
160 Belo Campo . 4 873 367 4 506
161. Coquinhos 8 498 178 8 320

162. J oan6polis 7 683 396 84 7 203


163. José Gonçalves 3 890 322 3 568
164 Monte Verde 4 244 308 3 936
165 PArto de Santa Cruz 4 938 253 4 685
166. São Paulo 10 458 1 103 109 9 246

44 Coração de Maria .. 19 499 668 150 18 681


167. Coração de Malia 11 387 590 113 10 684
168. São Simão 8 112 78 37 7 997

45. Correnlina 19 202 1 382 259 17 561


169. Corrcntina 19 202 1 382 259 17 561

46 Cotegipe 14 754 1 987 409 12 358


170 Cotegipe 4 684 595 128 3 961
171. Campo Largo 782 237 31 514
172. Cariparé . . . 2 894 152 18 2 724
173 Jupaguá 1 854 275 45 l 534
174. Riachão das Neves il 383 363 120 2 900
175. São José 1 157 365 67 725

47. Cruz das Almas 28 255 5 116 856 22 283


176. Cmz das Almas 19 336 3 927 372 15 037
177. Baixa do Palmeira 5 537 465 186 4 886
178. Sapé ... 3 382 724 208 2 360

48 Curaçá 21 331 1 839 45 19 447


179. Curaçá 4 091 873 45 3 J73
1RO Barro Vermelho 3 053 290 2 763
181 Chorroch6 . 5 021 360 4 661
182 Ibó .. 5 923 66 5 857
183. Patamuté 3 243 250 2 993

49. Djalma Dutra 25 178 3 215 1 174 20 789


184 Djalma Dutra 12 092 1 899 1 097 9 096
185. Itabira .. 3 978 657 77 3 244
186. Pindorama 9 108 659 8 449

50 Encruzilhada 40 630 2 079 594 37 957


187. Encruzilhada 6 983 711 387 5 885
188. Campinas .. 5 137 191 4 946
189. Macarani 13 977 814 207 12 956
190. Ribeirão do Salto J4 533 363 14 170

51. Entre Rios . . . 18 137 1 738 241 16 158


191. Entre Rios 5 163 812 115 4 236
192. Cambuís. 4 075 112 33 3 930
193. Divina Pastôra 3 032 470 60 2 502
194. Pondé 3 575 26 3 549
195. Subaúma 2 292 318 33 1 941
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 161

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
falo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----

52. Esplanada 18 490 3 642 1 600 13 248


196 Esplanada . 6 135 1 834 1 093 3 208
197. Cajueiro 7 707 1 491 96 6 120
198. l'alame .... 4 648 317 411 3 920

53. Euclides da Cunha ... 16 340 979 268 15 093


199. Euclides da Ctmba . 14 464 638 171 13 655
200. Canudos . .... 1 876 341 97 1 438

54. Feira de Santana ...... 83 268 14 063 5 687 63 518


201 Feira de Santana 18 796 9 150 4 981 4 665
202 Almas 5 819 718 116 4 985
203 Bom Despacho . .. 7 949 168 38 7 743
204 Humildes 8 183 669 116 7 398
205 Ipuaçu 6 930 122 10 6 798
206 Itacuruçá 4 807 842 156 3 809
207 Mm ia Quitéria .. 11 153 208 14 10 931
208 Santa Bárbara 11 312 942 155 10 215
209. São Vicente 3 726 204 68 3454
210. Tanquinho 4 593 1 040 33 3 520

55. Geremoabo 18 263 2 107 1 279 14 877


211 Geremoabo 9 956 1 103 863 7 990
212 Bebedouro 2 957 370 167 2 420
213. Canché 1 096 63 20 1 013
214. SmTa Negra 4 254 571 229 3454

56. Glória 14 572 1 619 790 12 163


215 Glória 8 779 786 172 7 821
216 Macururé 2 743 148 432 2 144
217. Rodelas 3 050 685 167 2 198

57. Guanambi . 22 811 1 281 347 21 183


218 Guanambi. 4 108 1 154 347 2 607
219. Ceraima . 7911 - - 7 911
220 Itaguaçu 9 628 127 - 9 501
221. Mucambo 1 164 - - 1 164

58. Ilhéus 113 269 26 773 6 653 79 843


222. Ilhéus 15 807 14 603 963 241
223 Água Preta 9 198 1 805 837 6 556
224. Aritaguá 6 730 277 14 6 439
225. Banco Central 5 604 296 379 4 929
226. Castelo Novo 4 306 391 47 3 868
227 Guaraci .. 14 046 1 722 l 336 10 988
228. Itapitanga .. 9 081 656 20 8 405
229. Japu 3 338 50 26 3 262
230. Morro Redondo 4 142 107 84 3 951
231. Olivença .. 3 202 242 40 2 920
232 Pimenteira 4 093 150 60 3 883
233 Pit·angi 11 142 3 270 1 025 6 847
234. Pontal 6 875 2 863 1 322 2 690
235 Primavera . 4 808 45 ~ 258 4 505
236. Rio do Braço 4 729 167 ~ 165 4 397
237. União Queitnad a 6 168 129 77 5 962

R.B.M. -11
162 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburtano rural

59. lnhambupe.... . . . . ................. . 35 069 3 327 1 152 30 590


238. Inhambupe .. 16 304 1 981 604 13 719
239. Aporá ..... . 4 346 695 178 3 473
240. Itamira . . . . . . 6 440 278 145 6 017
241. Sátiro Dias 7 979 373 225 7 381
60. lpirã . . . . . ... 35 431 1 480 455 33 496
242. Ipirá . . . . . . 19 890 1 024 414 18 452
243. Pintadas .... 3 561 72 8 3 481
244. Sena Preta . 11 980 384 33 11 563
61. lrará . . . . . . . . 47 673 3 183 805 43 685
245. Irará . lO 496 1 182 342 8 972
246. Água Fria .. . 13 257 367 90 12 800
247. Bento Simões ... . 4 271 172 61 4 038
248. O uriçangas . . . . . 7 924 680 196 7 048
249. Pedrão . 7 122 635 78 6 409
250. Santan6polis .. 4 603 147 38 4 418
62. lrecê . . . ... 17 428 1 474 285 15 669
251. 1·ecê . . . . 8 104 631 206 7 267
252. América Dourada 3 317 483 1 2 833
253. Rochedo ... 6 007 360 78 5 569
63. Itaberaba 34 845 3 756 813 30 276
254. Itaberaba .... 15 230 2 042 658 12 530
255. Boa Vista . 8 721 676 155 7 890
256. Ibiquera .. 10 894 1 038 9 856
64. ltabuna 96 879 19 365 8 185 69 329
257 Itahuna 20 265 9 931 5 781 4 553
258. Ferradas 9 289 688 219 8 382
259. Itapuí 14 284 1 274 19 12 991
260 Itaúna . . . 6 958 2 070 340 4 548
261. Jussari 5 150 510 38 4 602
262. Macuco ... 12 861 2 128 346 10 387
263. Palestina 28 072 2 764 1 442 23 866
65. ltacaré .... 22 701 1 754 670 20 277
264. Itacaré .. 8 408 1 270 379 6 759
265. Itaipava 7 949 314 227 7 408
266. Poço Central 6 344 170 64 6 110
66. llambé 28 413 3 391 25 022
267. Itambé 13 330 2 203 11 127
268. Itatinga 15 083 1 188 13 895
67. ltaparica . . . 19 378 4 808 1 812 12 758
269 Ita parica 4 969 1 329 796 2 844
270. Caixa Pregos 1 434 526 66 842
271. Mar Grande 2 915 416 268 2 231
272. Salinas 4 205 1 037 315 2 853
273. São Lourenço 2 111 951 230 930
274. Vera Cruz 3 744 549 137 3 058
68. ltapicuru . 26 008 1 873 821 23 314
275 Itapicuru 5 519 410 114 4 995
276. Crisópolis 9 045 501 179 8 365
277. Nova Olinda 5 471 609 391 4 471
278. Sambaíba ..... 5 973 353 137 5 483
EsTATisncA MuNICIPAL 163

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-. -----
69. ltapira 12 141 1 983 337 9 821
279. Itapira 8 292 1 876 305 6 lll
280. Itajaí 3 849 107 32 3 710
70. ltaquara 8 940 993 780 7 167
281. Itaquara 8 940 993 780 7 167
71. ltiruçu .. 5 740 693 572 4 475
282. Itiruçu 5 740 693 572 4 475
72 ltiúba 15 833 1 715 202 13 916
283. It.iúba 15 833 1 715 202 13 916

73. ltuaçu .. 24 603 2 691 746 21 166


284. Ituaçu 9 732 1 126 228 8 378
285. Caraibuna 5 643 1 236 185 4 222
286. Laços 4 061 143 318 3 600
287. Sussuarana 5 167 186 15 4 966

74. Jacaraci . 19 156 1 098 388 17 670


288 Jacaraci 8 850 525 103 8 222
289. Tabajara 6 496 300 226 5 970
290. Tamandaré 3 810 273 59 3 478

75. Jacobina 51 693 5 573 975 45 145


291. Jacobina 28 634 3 830 559 24 245
292 Caém 6 429 805 374 5 250
293. Itapeipu 14 719 441 31 14 247
294. Serra Azul . 1 911 497 11 1 403

76. Jaguaquara .. 19 925 1 982 1 237 16 706


295. Jaguaquara 9 047 1 743 1 237 6 067
296 Ipiúna 10 878 239 - 10 639
77. Jaguarari 11 724 1 377 184 10 163
297. Jaguarari. .. 11 724 1377 184 10 163

78 Jaguaripe 10 390 2 521 1 281 6 588


298. Jaguaripe 2 759 618 531 1 610
299. Jacuruna 737 340 - 397
300. Novo Horizonte 1 871 605 247 1 019
301. Palma 3 429 97 145 3 187
302. Pirajuia ... 1 594 861 358 375

79. Jandaíra 5 122 1 312 490 3 320


303 Jandaíra 1 548 494 161 893
304 Abadia .. 1 629 359 149 1 121
305 Itanhi .. 1 170 316 107 747
306 Mangue Sêco 775 143 73 559

ao Jiquié 84 237 9 845 8 441 65 951


307. Jiquié 26 257 5 818 7 450 12 989
308. Aiquara 7 403 748 - G 655
309. Baixão 3 295 468 - 2 827
310. Boaçu 4 354 383 - 3 971
311. Itagi 15 5991 989 645 13 965
312. Itajuru 5 812 284 - 5 528
313. Jitaúna 21 517 1 155 346 20 016
164 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNiciPios

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

81. Jiquiriçã 7 713 506 482 6 725


314. Jiquiriçá 7 713 506 482 6 725
82. Juàzeiro .... 25 523 4 286 7 545 13 692
315 Juàzeiro. 13 782 3 623 7 208 2 951
316 Itamotinga 3 940 266 28 3 646
317. Junco . 4 165 68 55 4 042
318. Jurema 2 873 255 173 2 445
319. Massamca 763 74 81 608
83. Laje .. 11 565 897 437 10 231
320. Laje 5 666 793 437 4 436
321. Capão 1 820 39 - 1 781
322. Engenheiro Pontes ... 4 079 65 - 4 014
84. Lençóis 10 796 4 611 514 5 671
323. Lençóis 4 596 3 517 116 963
324 Afrânio Peixoto 3 410 769 249 2 392
325. Wagner. 2 790 325 149 2 316
85. Livramento ... 20 198 1 222 146 18 830
3?6. Livramento 6 469 768 51 5 650
327. Curralinho 4 879 222 60 4 597
328. Iguatemi 5 820 115 35 5 670
329. Itanagé 3 030 117 - 2 913
86. Macaúbas . 39 124 2 722 1 045 35 357
330 Macaúbas 12 333 1 374 194 10 765
331 Assunção 4 968 350 189 4 429
332 Betânia 5 421 256 249 4 916
333. Caturama 5 722 377 26 5 319
334. Monte Belo. 7 177 173 51 6 953
335. Santa Rita . 3 503 192 336 2 975
87. Maracãs. 31 259 2 739 369 28 151
336. Maracás 16 909 1 147 67 15 695
337. Juraci 2 253 220 55 1 978
338. Tamburi ... 1 355 463 92 800
339 Três Morros 5 203 554 41 4 608
340. Vista Alegre ... 5 539 355 114 5 070
88. Maragogipe ..... .. 35 095 10 375 2 329 22 391
341. Macagogipe 10 697 6 754 1 835 2 108
342. Capanema ... 7 714 212 - 7 502
343 Coqueiros 4 733 2 092 23 2 618
344. Guapira .. 4 817 27 74 4 716
345. Nagé 3 291 726 245 2 320
346. São Roque 3 843 564 152 3 127
89. Maraú .. 11 205 1 096 2 137 7972
347. Maraú . 4454 736 132 3 586
348. Água Branca 4 234 164 1 269 2 801
349. Piabanha .. 2 517 196 736 1 585
.90. Mata de São João. .... 16 672 2 457 3 091 11 124
350. Mata de São João . 8 151 1 494 2 029 4 628
351. Amado Bahia ... 2 194 512 444 1 238
352. Açu da Tôrre . . . 4 305 155 458 3 692
353. Itana gra ....... 2 022 296 160 1 566
ESTATÍSTICA MUNICIPAL 165

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(1.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
tato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

91. Monte Alegre 19 429 1 499 50 17 880


354. Monte Alegre 19 429 1 499 50 17 880
92. Monte Alto 7 197 1 424 243 5 530
355. Monte Alto 3 667 712 103 2 852
356 Laranjeiras 1 704 371 120 1 213
357. Parreiras 1 826 341 20 1 465
93 Monte Santo 25 445 1 146 1 132 23 167
358 Monte Santo 17 283 806 385 16 092
359 Cansanção 8 162 340 747 7 075
94 Morro do Chapéu . 33 529 3 219 40 30 270
360. Morro do Chapéu 6 265 1 161 26 5 078
361. Bela Vista 3 409 927 - 2 482
362. Dias Coelho ... 1 790 370 14 1 406
363. Miranda 10 898 244 - 10 654
364. Riachão do Utinga 7 500 172 - 7 328
365. Ventura 3 667 345 - 3 322
95. Mucugê 16 377 2 995 554 12 828
366 Mucugê 4 659 2 311 554 1 794
367. Guiné 2 553 306 - 2 247
368. Igaraçu 5 4-'!6 217 - 5 229
369 João Correia 3 719 161 - 3 558
96. Mucuri 7 703 1 144 94 6 465
370 Mucuri 1 298 414 - 884
371. Aimorés . 1 702 112 90 1 500
372. Helvécia . 2 084 221 - 1 863
373 Riacho Doce 1 427 20 - 1 407
374 Viçosa 1 192 377 4 811
97 Mundo Novo 38 282 6 132 1 005 31 145
375 Mundo Novo 11 952 1 790 573 9 589
376. Alto Bonito 2 310 191 - 2 119
377. França 3 538 568 78 2 892
378. Ibiaporã 3 567 550 76 2 941
379 In daí 3 796 365 39 3 392
380 largo 2 999 414 196 2 389
381 Piritiba 5 901 1 697 - 4 204
382. Tapiramutá 4 219 557 43 3 619
98. Muriliba 28 135 6 621 1 756 19 758
383 l\Iuritiba 10 657 5 699 1 396 3 562
384. Cabeças . 5 318 578 281 4 459
385. Geolândia 4 589 226 48 4 3!5
386. Itaporã 7 571 118 31 7 422
99 Mutuípe 11 128 991 231 9 906
387. Mutuípe 11 128 991 231 9 906
100. Nazaré 24 332 8 476 6 406 9 450
388. Nazaré 17 976 7 513 5 869 4 594
389. Muniz Foneira 2 559 736 293 1 530
390 Onha 3 797 227 244 3 326
101. Nilo Peçanha 12 508 729 441 11 338
391 Nilo Peçanha 3 739 729 441 2 569
392. Indaüí 8 769 - - 8 769
166 REVISTA BRASILEIRA nos MuNicfPros

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----

102. Oliveira dos Brejinhos . 14 422 1 984 698 11 740


393. Oliveira dos Brejinhos .. 5 822 1 020 483 4 319
394. Bom Sossêgo . 4 538 510 117 3 911
395. Brejo Grande. . . 2 575 307 98 2 170
396. Quixaba .... 1 487 147 - 1 340

103. Palmeiras ..... 9 469 2 700 414 6 355


397. Palmeiras 9 469 2 700 414 6 355

104. Paramirim ...... 24 546 1 487 393 22 666


398. Paramirim ... 6 504 712 343 5 449
399. Água Quente. 8 393 348 - 8 045
400. Canabravinha. 3 113 95 - 3 018
401. Ibiajara .... 6 536 332 50 6 154

105 Paripiranga.... . 20 297 1 597 2 327 16 373


402. Pari piranga 18 184 1 324 2 216 14 644
403. Adustina .. 2 113 273 111 1 729

106 Pilão Arcado . . . . 13 266 1 297 474 11 495


404. Pilão Arcado. . . 5 186 1 011 15 4 160
405 Brejo da Serra . 7 077 123 305 6 649
406. Saldanha .. 1 003 163 154 686

107. Poções. ... 84 395 6 352 1 848 76 195


407. :foções ... 18 038 1 750 862 15 426
408. Agua Bela. 3 273 155 - 3 118
409 Campos Sales . 9 175 595 - 8 580
410. Ibicui ... 15 176 1 811 249 13 116
411. Ibitupã .. 5 541 640 - 4 901
412. Iguaí 16 626 831 737 15 058
413. Nova Canaã 12 685 405 - 12 280
414. Vista Nova 3 881 165 - 3 716

108. Pojuca. 10 009 1 746 1 120 7 143


415 Pojuca 6 284 1 540 1 120 3 624
416. Miranga 3 725 206 - 3 519

109. Pombal 15 932 1 324 269 14 339


417. Pombal 8 806 900 254 7 652
418. Mirandela. 7 126 424 15 6 687

110. Pôrto Seguro 16 313 2 646 1 673 11 994


419. Pôrto Segm·o .. 2 556 1 380 737 439
420. Buranhém .. 9 495 984 452 8 059
421. Trancoso 3 357 94 395 2 868
422. Vale Verde 905 188 89 628

111. Prado 16 623 1 956 503 14 164


423. Prado ... 2 157 1 267 143 747
424. Cumlll'uxatiba 911 163 134 614
425 Escondido 2 782 242 133 2 407
426. Jiquitaia ... 5 368 - - 5 368
427. Trindade .. 5 405 284 93 5 028

112. Queimadas 10 109 1 254 416 8 439


428. Queimadas ... 10 109 1 254 416 8 439
EsTATisTICA MuNICIPAL 167

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
lato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

113. Remanso ... ... ... .. 18 211 1 928 I 434 14 849


429. Remanso ... .. 10 083 1 616 1 434 7 033
430. Campo Alegre. .. 5 083 287 - 4 796
431. Poços .. ..... 3 045 25 - 3 020

114. Riachão do Jacuípe .... 27 694 2 044 - 25 650


432. Riachão do J aculpe ... 16 107 865 - 15 242
433. Candeal. .. . .... ... .. 3 084 659 - 2 425
434. Gavião 5 519 260 - 5 259
435. Ichu .... ..... 2 984 260 - 2 724

115. Riacho de Santana ... 20 619 1 250 193 19 176


436. Riacho de Santana 17 079 1 014 150 15 915
437. Matina ... 3 540 236 43 3 261

116. Rio Branco .. 16 105 2 628 531 12 946


438. Rio Branco . 11 146 1 622 433 9 091
439. Jardin6polis 4 959 1 006 98 3 855

117. Rio de Contas 14 728 2 295 785 11 648


440. Rio de Contas 3 000 1 083 130 1 787
441. Gravatá 3 289 364 133 2 792
442. Marcolino Moura 4 084 369 382 3 333
443 Palmital. 4 355 479 140 3 736

118. Rio Novo.;. 33 653 6 007 525 27 121


444. Rio Novo . 16 353 3 281 525 12 547
445. Barra do Rocha . . . 7 232 912 - 6 320
446. Dois Irmãos . 2754 876 - 1 878
447. Tesouras 7 314 938 - 6 376

119. Rio Prêlo 16 725 2 142 761 13 822


448. Rio Prêto .. 6 961 1 032 424 5 505
449. Formosa . 6 670 995 90 5 585
450. Mansidão 3 094 115 247 2 732

120. Rio Real .. -


11 241 1 818 411 9 012
451. Rio Real 11 241 1 818 411 9 012

21. Rui Barbosa . . . . . 25 327 3 156 1 075 21 096


452. Rui Barbosa . . 15 005 1 865 980 12 160
453. Lajediuho 3 195 430 22 2 743
454. MoJTo das Flores ... 3 339 396 73 2 870
455. Paraíso ..... 3 788 465 - 3 323
22. SALVADOR ....... 290 443 256 705 33 738 -
456. Salvador ... 290 443 256 705 33 738 -

23. Santa Cruz Cabrália .. 5417 536 52 4 829


457. Santa Cruz Cabrália . 5 417 536 52 4 829

24 Santa Inês .... 17 983 2 876 801 14 306


458. Sánta Inês .. 12 127 2254 605 9 268
459. Igatiquira 4 345 431 128 3 786
460. Lagoa Queimada .. 1 511 191 68 1 252

25. Santa Luzia ..•........ ....... ... 7 270 887 1 006 5 377
461. Santa Luzia . . . . . ........ 7 270 887 1 006 5 377
168 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

1260 Santa Maria 21 822 2 503 - 19 319


462 Santà Maria .. 3 340 1 685 - 1 655
463 Inhaúmas 8 637 211 - 8 426
4640 Rio Alegre 6 274 381 - 5 893
4650 São Pedro 3 571 226 - 3 345
127 Santanao 23 868 2 915 995 19 958
4660 Santana 16 992 1 841 605 14 546
4670 Penamar 4 572 732 88 3 752
468 Pôrto Novo 2 304 342 302 1 660
1280 Santarém o 21 012 2 349 721 17 942
4690 Santarém 5 871 1 492 573 3 806
4700 Gandu 15 141 857 148 14 136
1290 Santa Teresinha 30 460 1 101 993 28 366
471. Santa Teresinha 12 676 135 247 12 294
4720 João Amaro 1 787 237 188 1 362
473 Lajeado Alto o 3 026 181 173 2 672
4740 Monte Cruzeiro 4 806 130 69 4 607
4750 Paraguaçu 3 876 289 289 3 298
476 Sousa Peixoto 4 289 129 27 4 133
1300 Santo Amaro 106 303 15 635 6 859 83 809
4770 Santo Amaro 42 581 9 005 1 924 31 652
4780 Aliança 4264 878 532 2 854
4790 Bom Jardim 10 741 771 480 9 490
4800 Buracica 1 801 453 57 1 291
481 Campinhos o o 4077 456 42 3 579
482 Jaçu 3 766 177 122 3 467
4830 Lapa 10 717 814 534 9 369
484 Lustosa 5 464 331 347 4 786
4850 Rio Fundo 10 043 316 126 9 601
4860 São Bento 4 702 551 1 459 2 692
4870 Saubara 8 147 1 883 1 236 5 028
131. Santo Antônio de Jesus 26 466 5 086 3 965 17 415
488 Santo Antônio de Jesus o o 20 726 4 561 3 957 12 208
489 Vargem Grande 5 740 525 8 5 207
1320 Santo Estêvão 26 242 1 040 94 25 108
490 Santo Estêvão o 14 585 950 94 13 541
491. Patos 11 657 90 - 11 567
133 Santo Inácio 15 880 5 073 - 10 807
492 Santo Inácio 2 509 643 - 1 866
493 Gentio do Ouro 5 552 2 821 - 2 731
4940 Ibipeba 00
o 3 346 581 - 2 765
4950 Ibitunane 1 821 161 - 1 660
496 Iguitu 853 340 -- 513
4970 Itajubaquara 1 799 527 - 1 272
1340 São Filipe .. o 25 917 1 136 650 24 131
4980 São Filipe 000 12 800 751 362 11 687
499 Dom Macedo Costa 7 193 260 34 6 899
5000 São Benedito .. 5 924 125 254 5 545
135 São Félix 000 14 851 4 972 1 681 8 198
501. São Félix 000 7 971 4 924 1 635 1 468
5020 Outeiro Redondo 6 880 48 46 6 271
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 169

RECENSEAI\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍP lOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

136. São Franci sco 14 157 3 461 1 354 9 342


503 São Francisco 4 390 953 489 2 948
504. Colôni a 712 230 10 472
505 Madre de Deus 2 212 1 043 408 761
506 Monte Recôncavo 2 208 365 144 1 699
507. Senhor dos Passos 1 536 794 100 642
508 Socorr o ... 3 099 76 203 2 820
137 São Gonça lo 31 431 1 934 1 211 28 286
509. São Gonçalo 10 262 1 934 1 211 7 117
510. Afligid os 4 910 - - 4910
.111 Mercês 5 511 - - 5511
512 Ubcrlândia 10 748 - - 10 748
138 São Migue I 11 573 a63 246 10 464
513. São Miguel 11 573 863 246 10 464
139. São Sebast ião 20 303 3 340 1 004 15 959
514. São Sebastião 12 942 1 608 183 11 151
5!5. Cinco Rios 3 870 966 343 2 561
516. Jacuíp e 3 491 766 478 2 247
140. Saúde 17 684 2 027 393 15 264
517. Saúde 11 926 1 196 321 10 409
518. Riachu elo 5 758 831 72 4 855
141. Seabra 30 982 2 418 636 27 928
519. Seabra 8 621 676 147 7 798
520. Jatobá 4 340 517 159 36 664
521 João P essoa 10 876 527 49 10 300
522 Parnaí ba .. 4 641 590 156 3 895
523 Várzea do Caldas 2 504 108 125 2 271
142 Sento Sé 12 568 1 691 463 10 414
524 Sento Sé 985 549 137 299
525. Améric o Alves 3 012 230 11 2 771
526 Boqucirão 1 850 346 132 1 372
527 Cajuí 1 750 191 84 1 475
528. Lagoa 1 666 281 94 1 291
529. Ouro nranco 3 305 94 5 3 206
143. Serrinha . 45 842 3 028 1 225 41 589
530 Seninh a 25 240 2 022 743 22 475
531 Araci : 7 356 342 112 6 902
532 Beretin gas 7 317 346 192 6 779
533. Lamarão 5 929 318 178 5 433
144. Soure 7 902 984 - 6 918
534 Soure 7 902 984 - 6 918
145 Taperoá. 8 995 1 651 879 6 465
535. Tapero á 8 308 1 297 546 6 465
536 Camw ugi 687 354 333 -
146. Tucano 20 472 1 596 479 18 397
537. Tucan o 13 912 1 492 256 12 164
538 Triunfo 6 560 104 223 6 233

147. Uauã . 10 024 676 213 9 135


539. Uauá 10 024 676 213 9 135
170 REVISTA BRASILEIRA nos MuNidPros

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA BAHIA
DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO
População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

148. Una ...... .. 9 287 497 274 8 516


540. Una ... 4 781 239 148 4 394
541. Xapuri. .. 4 506 258 126 4 122
149. Urandi.. 15 123 1 042 262 13 819
542 Urandi. .. 6 526 459 153 5 914
543. Gameleira .. .. 4 428 289 45 4 094
544. Piedade . ... 2 348 175 31 2142
545. Umburanas ... 1 821 119 33 1 669
150. Valença ...... 29 442 4 911 5 204 19 327
546. Valença . .. 14 043 4 630 5 006 4 407
547. Guerém .. 7 016 72 52 6 892
548. Maricoabo .... 3 484 150 95 3 239
549. Serra Grande .. 4 899 59 51 4 789

OBSEEVAÇÃO- A falta de registro de população na sede de Distrito resulta ou de não ter sido feita pela Prefeitura Municipal
a oportuna delimitação dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição das divisas, ou ainda de terem os respectivos ha~
bitantcs sido incluídos em outro quadro, por não apresentar a localidade as características de núcleo populacional.

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA
DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO
População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

ESTADO . 2 091 032 274 796 200 232 1 616 004


1. Acaraú 39 134 1 910 2 851 34 373
1. Acaraú ... 8 652 928 1 493 6 231
2. Aranaú ... 5 230 147 145 4 938
3. Bela Cruz .... 7 426 283 482 6 661
4. Itarema .... . . 12 045 188 588 11 269
5. J ericoacoara 5 781 364 143 5 274
2. Afonso Pena ..... 27 540 1 745 868 24 927
6. Afonso Pena. 14 185 1 463 796 11 926
7. Quincoê 7 144 72 29 7 043
8. Truçu .. 6 211 210 43 5 958
3. Aquiraz 20 429 973 991 18 465
9 Aquiraz 4 650 519 477 3 654
10. Eusébio .. 3 728 65 73 3 590
11. Iguape .. 7 295 341 318 6 636
12. Serpa .. 4 756 48 123 4 585
4. Aracali . ... 29 045 3 757 4 900 20 388
13. Aracati ... 14 592 2 626 4 105 7 861
14. Areias . 2 597 138 43 2 416
15. Cabreiro . ······ 2 967 168 155 2 644
16 Caiçara. ... 3 554 366 280 2 908
17 Fortim 3 524 342 219 2 963
18. Mata Fresca 1 791 117 98 1 576
19. Tibau• ..... ... 20 - - 20
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 171

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--~

5 Aracoiaba .. 18 706 1 890 2 073 14m


20 Aracoiaba .. 7 808 851 1 442 5 515
21. Jm·ema. 3 312 106 277 2 929
22. São Sebastião. 4 493 735 255 30 503
23 Vazantes 3 093 198 99 2 796
6. Araripe \, 10 701 1 812 274 8 615
24. Araripe . 4 434 602 274 3 558
; 25.. Brejinho 2 021 702 - 1 319
26. Xiquc-Xique. 4 246 508 - 3 738
7 Assa ré 19 444 1 859 325 17 260
27 Assaré 6 641 1 152 299 5 190
28 Amaro 6 837 336 - 6 501
29. Araras 1 747 73 - 1 674
30 Tanafas 4 219 298 26 3 895
8 Aurora 20 084 1 345 1 555 17 184
31 Aurora 14 104 939 1 007 12 158
32 Boa Esperança 2 971 276 187 2 508
33 Ingàzeiras 3 009 130 361 2 518
9. Baixio . 13 414 1 590 586 11 238
34 Baixio 3 191 485 146 2 560
35. Alagoinha 3 325 587 319 2 419
36 Felizmdo 2 504 102 44 2 358
37. Ummi 4 394 416 77 3 901
10 Barbalha ... 22 138 3 365 134 18 639
38 Barbalha 16 637 3 280 116 13 241
39. Farias 5 501 85 18 5 398
11 Baturité 29 981 4 268 2 852 22 861
40. Baturité 15 170 3 315 1 932 9 923
41. Caio Prado 2 085 213 270 1 602
42. Capistrano . 7 266 460 464 6 342
43. Itaíma 5 460 280 186 4 994
12 Boa Viagem . 22 469 789 331 21 349
44. Boa Viagem 12 027 536 183 11 308
45. Olinda ... .. 4 997 193 126 4 678
46. Socorro .... 5 445 60 22 5 363
13. Brejo Santo . 22 785 2 233 393 20 159
47. Brejo Santo 13 833 1 580 174 12 079
48. Porteiras . 8 952 653 219 8 080
14. Cachoeira 14 987 680 374 13 933
49. Cachoeira 2 890 218 131 2 541
50 Cangati 876 27 20 829
51. Carnaubinha . 1 576 107 126 1 343
52. Flores Novas 1 895 6 40 1 849
53 Milhã 2 072 132 4 1 936
54. Pasta 961 49 47 865
55. São Bernardo 4 717 141 6 4 570
15. Camocim 27 641 3 838 6 074 17 739
56 Camocim 13 321 2 858 4 787 5 676
57. Almas** 2 768 - - 2 768
58. Barroquinha 5 043 126 108 4 809
59. Chaval .. 4 165 675 934 2 556
60. Guriú ... 2 344 179 235 1 930
172 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

16. Campo Grande 15 693 829 778 14 086


61. Campo Grande 9 190 573 674 7 943
62. Croatá. 3 426 167 104 3 155
63. Espinho 3 077 89 - 2 988
J
17. Campos Sales 15 000 (355 1 225 12 420
64. Campos Sales 5 407 803 543 4 061
65. Itaipu 3 509 230 90 3'189
66. Salitre 2 794 86 358 2 350
67. São Domingos 3 290 236 234 2 820

18. Canindé . 34 754 3 147 238 31 369


68. Canindé 16 015 2 321 140 13 554
69. Campos Belos 1 858 223 45 1 590
70 Caridade 3 868 298 4 3 566
71. Jato há 5 110 19 - 5 091
72. Saldanha 4 158 159 49 3 950
73. Targinos 3 745 127 - 3 618

19. Cariré .. 14 405 918 382 13 105


74. Cariré . 5 553 626 265 4 662
75. Arariús 3 656 60 20 3 576
76. Guimarães 5 196 232 97 4 867

20 Cascavel 47 475 3 485 2 498 41 492


77 Cascavel 11 298 2 015 486 8 797
78 Bananeiras 5 087 300 166 4 621
79 Barrinha 3 173 83 472 2 618
80. Beberibe 4 422 260 538 3 624
81. Cruzeiro 5 589 85 34 5 470
82 J acarecoara 4 427 166 476 3 785
83 Palmares 5 072 191 169 4 712
84. Paripneiras 3 603 134 46 3 423
85. Pitombeiras 2 127 91 16 2 020
86. Sucatinga 2 677 160 95 2 422

21. Cedro 15 364 1 504 2 350 11 510


87. Cedro 9 822 1 343 2 282 6 197
88. Várzea 5 542 161 68 5 313

22. Cratefis . 28 636 4 105 1 505 23 026


89. Crateús 10 429 3 626 1 243 5 560
90. Chaves .. 10 930 42 47 10 841
91 Ibiapaba 1 503 206 119 1 178
92 Oiticica 176 40 25 111
93. Poti ... 4 412 166 47 4 199
94 Tucuns 1 186 25 24 1 137

23. Crato 40 282 5 157 7 410 27 715


95 Crato ... 18 223 4 506 6 727 6 990
96. Buriti. .. 4 789 195 343 4 251
97. Dom Quintino 4 440 81 88 4 271
98. Lameiro 6 586 299 242 6 045
99. Santa Fé 6 244 76 10 6 158
ESTATÍSTICA MUNICIPAL 173

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------
24 FORTALEZA .. 180 185 87 852 58 092 34 241
100 Fortaleza 149 029 83 980 56 921 8 128
101. Antônio Bezerra 5 186 565 - 4 621
102 Messejana 10 171 1 547 643 7 981
103. Mondubim 4 623 378 - 4 245
104. Porangaba 11 176 1 382 528 9 266

25. Frade ... .. 11 907 504 139 11 264


105 Frade . ... 5 259 314 90 4 855
106. Poço Comprido .. 3 550 53 24 3 473
107. Santa Rosa. 3 098 137 25 2 936

26. Granja .. 33 603 3 221 3 168 27 214


108. Granja .. 7 798 l 580 1 695 4 523
109 Coreaú 2 773 58 33 2 682
llO. Martinópole 3 177 686 570 1 921
lll. Paràzinho 4 307 278 185 3 844
112. Pessoa Anta 5 188 45 - 5 143
113. Riachão . 4 508 376 427 3 705
114. Timonha 1 690 65 119 1 506
115. Ubatuba 4 162 133 139 3 890

27. Guarani .. 15 543 1 125 848 13 570


116. Guarani . 5 319 668 526 4 125
117. Chorozinho 3 017 158 48 2 811
118. Horizonte 5 108 176 110 4 822
119. Itaipaba 2 099 123 164 1 812

28. lbiapina ..... 14 952 1 337 576 13 039


120. Ibiapina 9 137 850 272 8 015
121. Gameleira 654 34 19 601
122. Mucambo .. 5 101 453 285 4 423

29. lcó ...... .. 29 042 5 118 1 405 22 519


123. Icó ... 8 612 2 371 673 5 568
124. Âgua Fria 2 541 283 85 2 173
125. Bonfim 3 725 47 124 3 554
126. Conceição .. 1 398 129 60 1 209
127. Icozinho 2 989 136 215 2 638
128. Lima Campos 3 567 1 062 112 2 393
129. Orós .. 4 000 1 001 121 2 878
130. Pedrinhas 2 210 89 15 2 106

30. lguatu .... 34 699 4 883 5 176 24 640


131. Iguatu. 7 379 3 215 4 034 130
132. Alencar 5 876 526 142 5 208
133. Bom Jesus . 8 825 239 422 8 164
13<1. Qnixoá .. 6 119 348 329 5 442
135. Sussuarana 6 500 555 249 5 696

31. Independência .. 27 235 1 209 531 25 495


136. Independência .. 4 291 456 152 3 683
137. Bom Princípio .. 2 262 100 - 2 162
138. Coutinho. 5 884 161 96 5 627
139. Novo Oriente 8 975 347 265 8 363
140. Vertente ........ .... .. 5 823 145 18 5 660
174 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNicfPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

32. lpu. 30 014 3 718 1 962 24 334


141. Ipu 19 270 3 351 1 523 14 396
142 Irajá 3 530 55 61 3 414
143. Pires Ferreira 4 355 145 346 3 861
144. Santo Isidro 2 859 167 32 2 660

33. lpueiras 23 581 1 612 1 937 20 032


145 Ipueiras 7 235 649 750 5 836
146 Charito 2 094 284 120 1 690
147 Formosa 4 304 270 872 3 162
148. Gázea 2 575 218 49 2 308
149. Macambira. 1 480 38 81 1 361
150. Mororó 5 893 153 65 5 675

34. ltapipoca 49 328 2 636 1 857 44 835


151. Itapipoca 15 466 1 559 1 068 12 839
152 Assunção 6 391 139 214 6 038
153. Cruxati 4 473 27 65 4 381
154 Imperatriz 6 451 155 89 6 207
155. Ir arai . 3 626 146 177 3 303
156 Lagoa 4 251 66 27 '1 158
157 São Bento 4 872 440 217 4 215
158 Timbaúba 3 798 104 3 694

35 J aguaribe .. 13 331 1 963 548 10 820


159 J aguaribe 5 878 1 050 354 4 474
160. Boa Vista 3 949 207 68 3 674
161 Joaquim Távora 2 112 559 126 1 427
162. Nova Floresta . 1 392 147 1 245

36. Jardim 18 391 2 523 59 15 809


163 .Tatdim 13 824 2 195 23 11 606
164. Macapá 4 567 328 36 4 203

37 J uàzeiro 38 145 4 416 19 739 13 990


165 . J uàzeiro 30 715 4 002 19 488 7 225
166. Marrocos 3 794 176 170 3 448
167. Padte Cícero 3 636 238 81 3 317

38. Lavras 23 778 2 028 1 629 20 121


168 Lavras 7 288 644 1 269 5 375
169 Arrojado 2 461 195 2 266
170 l\Iangabeü as 6 073 361 78 5 634
171 Ouro Branco 2 133 313 84 1 736
172 Riacho Fundo 2 023 135 64 I 824
173 Rosário 3 800 380 134 3 286

39. Limoeiro 28 140 2 830 1 586 23 724


174 Limoeito 12 567 1 771 1 183 9 613
175. Alto Santo 6 645 296 85 6 264
176 Bica 1 085 86 199 800
177 São João 4 110 329 94 3 697
178. Taboleü·o 3 733 358 % 3 350
EsTATiSTICA MuNiciPAL 175

RECENSEA~IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicilios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-·--·-------------- ------------------------

40. Maranguape. 39 212 4 403 4 073 30 736


179. Maranguape .. 7 474 2 339 2 416 2 719
180. Gado 1 059 66 69 924
181. Jubaia 4 651 214 275 4162
182. Lajedo 5 395 351 167 4 887
183. Maracanaú 7 662 631 556 6 475
18·! Palmeiras . 2 948 445 181 2 322
185. Focinhos 1 883 122 163 1 598
186. Tabatinga 3 809 147 176 3 486
187. Tanques 4 331 98 70 4 163

41. Maria Pereira .... 20 240 1 477 168 18 595


188 Maria Pereira 10 518 1 226 81 9 211
189. Camaúbas . 5 405 70 63 5 272
190. Catolé ..... 4 317 181 24 4 112

42 Massapê .. 23 394 2 198 3 280 17 916


191. Massapê .. 9 435 1 425 2 476 5 534
192. Alcântaras 8 635 234 389 8 012
193. Mirim .. 1 232 129 36 1 067
194. Remédios 1 418 161 128 1 129
195 Senador Sá 2 674 249 251 2 174

43. Mauriti . 18 427 1 868 673 15 886


196. Mauriti 7 510 1 286 475 5 749
197. Coité 2 054 136 39 1 879
198. EspÍlito Santo . 1 592 136 36 1 420
199. São Félix 2 630 184 66 2 380
200. Umburanas 2 288 68 50 2 170
201. Vcra Cruz 2 353 58 7 2 288

44. Milagres ... 24 300 2 524 701 21 075


202 Milagres .. 12 227 1 312 294 10 621
203. Barro. 3 553 396 107 3 050
204 Cuncas 2 301 47 111 2 143
205. Pedro Segundo 3 798 359 108 3 331
206. Podimirim . 2 421 410 81 1 930

45. Missão Velha .. 22 907 1 712 2873 18 322


207. Missão Velha . 11 756 1 194 2 701 7 861
208. Goianinha 4 399 362 172 3 865
209. Missão Nova 5 251 112 5 139
210. Quimami 1 501 44 1 457

46. Morada Novt 21 413 785 j 1)79 19 549


211. Morada Nova 11 178 440 774 9 964
212. Areia Branca 2 949 94 54 2 801
213 Boa Água 1 273 41 55 1 177
214. Livramento 3 520 61 126 3 333
215. Pirangi .... 2 493 149 70 2 274

47. Nova Russas ..... 24 428 1 365 1 689 21 374


216. Nova Russas. 12 231 857 1 449 9 925
217. Águas Belas. . . 5 562 154 69 5 339
218. Canabrava 6 635 354 171 6 110
176 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----
48. Pacatuba 18 523 2 22() 3 ()56 13 247
219. Pacatuba 3 863 733 990 2 140
220 Água Verde 3 078 518 !59 2 401
221 Guaiúba 3 463 583 892 1 988
222. Monguba 2 822 119 196 2 507
223 Pavuna I 651 77 48 1 526
224 Pedreiras 2 031 55 389 1 587
225 Tôrres 1 615 135 382 1 098

49 Pacoli 27 385 2 5()7 635 24 243


226 Pacoti .. 8 050 905 188 6 957
227 Guaramiranga 2 994 510 126 2 358
228 1\Iulungu 6 491 433 245 5 813
229 Pernamlmquinho 2 196 105 34 2 057
230 Santos Dumont 7 654 554 42 7 058

50. Palma 18 84() 1 27() 1 151 16 419


231. Palma 8 866 662 360 7 844
232. Araquém. 3 106 104 64 2 938
233. Frecheirinhas 5 778 374 573 4 831
234. Ubaúna 1 090 130 154 806

51. Pedra Branca . 15 689 657 846 14 186


235. Ped1 a Branca 10 897 627 811 9 459
236 Tróia 4 792 30 35 4 727

52 Pentecoste 22 258 937 524 20 797


237 Pentecoste 8 570 314 156 8 100
238 General Sampaio 2 551 439 232 1 880
239 Jacu 6 703 175 136 6 392
240 Matias 4 434 9 - 4 425

53. Pereira . 17 927 1 564 180 16 183


241. Pereiro 6 682 858 180 5 644
242. Bom Jardim 2 479 102 - 2 377
243. Ipiranga 2 774 334 - 2 440
244. Iracema 5 992 270 - 5 722

54 Quixadá 46 478 3 919 3 123 39 436


245 Quixadá 12 030 2 500 2 642 6 888
246. Água Boa I 774 34 94 1 646
247 Barra 2 639 38 - 2 601
248 Caiçarinha 2 322 28 - 2 294
249 Chorá 4 152 299 96 3 757
250 Custódio 2 780 239 59 2 482
251 Estêvão 1 308 222 50 1 036
252 Floriano 1 336 249 90 997
253 Junro 7 159 133 21 7 005
254 Laranjeiras 1 118 60 31 1 027
255 São Luís 7 491 47 9 7 435
256 Tapuiara. 2 369 70 31 2 268

55. Quixará 12 83() 1 316 711 10 803


257. Quixará 8 783 740 348 7 695
258. Ingá I 599 300 189 1 110
259. Q. uincuncá . 2 448 276 174 1 998
EsTATÍSTICA MuNICIPaL 177

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----
56. Quixeramobim ...... 36 260 2 412 1 160 32 688
260. Quixeramobim 7 954 1 600 825 5 529
261. Algodões . 4 220 156 66 3 998
262. Belém. .. 4 784 164 - 4 620
263 Castro 2 411 77 150 2 184
264. Lacerda 6 092 109 65 5 918
265. Madalena .. .. 3 257 49 16 3 192
266 Pirabibu . .. 3 821 58 24 3 729
267. Uruquê .. 3 721 199 14 3 508
57. Redenção .. 26 212 3 322 1 530 21 360
268. Redenção ....... 4 821 961 521 3 339
269. Acarape .. 4 986 1 157 589 3 240
270. Antônio Diogo .. .. 2 004 472 420 1 112
271. Barreira . 7 561 201 - 7 360
272 São Gerardo 2 877 328 - 2 549
273 Sen·inha. .. 3 963 203 - 3 760
58. Russas •. ... .. 24 247 2 895 1 428 19 924
274. Russas 11 880 2 340 1 179 8 361
275. Baixa Branca .. 270 13 - 257
276. Bixopá .. 1 513 76 5 1 432
277. Bonhu 2 271 63 23 2 185
278 Palhano . 2 475 238 151 2 086
279. Quixeré 5 838 165 70 5 603
59. Saboeiro .. 16 834 1 055 431 15 348
280. SaLoeiro .. 6 547 473 212 5 862
281. Bebedouro ... .. 5 490 339 201 4 950
282. Catarina .. 4 797 243 18 5 536
60 Santa Cruz .. 16 125 1 253 965 13 907
283. Santa Cruz. 8 285 962 715 6 608
284. Sinimbu .. 2 316 200 250 1 866
285. Varjota ... 5 524 91 - 5 433
61. Santana .. ····· .. 23 516 3 265 2 328 17 923
286. Santana . 7 657 1 054 701 5 902
287. Estreito 2 987 400 314 2 273
288. Marco 3 094 1 025 628 1 441
289. Mon·inho 5 136 538 425 4 173
290. Mutambeiras 3 044 140 200 2 704
291. Panacauí ... 1 598 108 60 1 430
62. Santan6pole . . .. ... 17 478 2 327 462 14 689
292 Santanópole .. ... 4 985 980 462 3 543
293. Boa Saúde . .. 4 498 372 - 4 126
294. Brejo Grande ... .. 2 976 408 - 2 568
295. Nova Olinda. .. . . 5 019 567 - 4 452
63. Santa Quiléria .... 23 359 2 170 212 20 977
296. Santa Quitéria ... .. 8 433 I 324 43 7 066
297. Caj àzeiras. . . . . ... 3 970 207 73 3 690
298. Catunda 4 101 75 14 4 012
299. Rntre Rios . .... . .. .. . 2 34f\ 315 52 1 979
300. Trapiá .. 4 509 249 30 4 230
64. São Benedito .. .. 34 101 3 315 1 898 28 888
301. São Benedito .... . . ...
. 11 776 1 423 833 9 520
302. Carnaubal. ••... 6 176 691 213 5 272
···············
R.B.M. -12
178 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo as Regiões Fisiográficas e Unidades da Federação,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

303 Curunhu 5 266 392 372 4 502


304 Graça 9 293 484 359 8 450
305 Pacujáo 1 590 325 121 1 144
650 São Francisco 22 957 2 281 1 327 19 349
3060 São Francisco 6 592 1 250 495 4 847
3070 Cruz 2 714 199 118 2 397
308 Irauçuba 1 860 264 151 1 445
3090 ,Juá 1 688 68 130 1 490
310 Missi 2 103 122 107 1 874
311 Retiro 3 051 85 41 2 925
3120 São Miguci 2 633 166 166 2 301
3130 Tejuçuoca 2 316 127 119 2 070
660 São Gonçalo 39 401 5 701 585 33 115
3140 São Gonçalo 3 042 1 162 62 1 818
3150 Mundaú 4 935 735 113 4 087
316 ParacUlu 7 273 858 68 6 347
317 Pecém 4 579 533 57 3 989
318 Serrote 2 937 373 34 2 530
319 Siupé 1 549 168 45 1 336
320 TigJe 6 782 710 49 6 023
321 Trairi 7 107 937 96 6 074
3220 Umarituha 1 197 225 61 911
670 São Mateus 25 422 2 375 610 22 437
3230 São Mateus 5 789 758 67 4 964
324 Cai pu 5 180 125 218 4 837
3?50 Canafístula 6 182 35 88 6 059
326 Cariús 8 271 1 457 237 6 577
670 São Pedro 19 093 1 679 140 17 274
3270 São Pedro 9 132 1 088 46 7 998
3280 Granjeiro 5 879 518 60 5 301
3290 Santos 4 082 73 34 3 975
680 Senador Pompeu 20 181 2 346 2 342 15 493
3300 Senador Pompeu 12 764 1 928 1 742 9 094
331. :tviiguel Calmon 4 724 255 271 4 198
332 Piquet Carneiro 2 693 163 329 2 201
70 Sobral oo 56 067 8 043 8 493 39 531
3330 Sobral 18 086 5 224 8 309 4 553
3340 Caracará 1 120 49 87 984
3350 Forquilha 4 919 670 - 4 249
336 Jaibaras 8 513 354 - 8 159
337 Jmodão 5 034 172 - 4 862
3380 Meruoca 13 364 892 - 12 472
339 Patriarca 1 889 244 - 1 645
340 Santa Maria 1 758 180 - 1 578
341 Santo Antônio 1 384 258 97 1 029
71. Soure 30 082 1 707 2 015 26 360
3420 Soure 14 345 1 343 1 774 11 228
343 Cauípe 2 931 32 28 2 871
344 Primavera 3 606 65 31 3 510
345 fiítios Novos 1 885 93 60 1 732
346 Taquara 2 487 130 97 2 260
3470 Tucunduba 4 828 44 25 4 759
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 179

UECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO CEARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
Quadro
fato Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-- ------ -----
72 Tamboril . 16 614 1 683 433 14 498
348. Tamboril 7 500 634 200 6 666
349. Holanda 2 040 49 56 1 935
350. Monsenhor Tabosa 4 265 639 106 3 520
351 Pageú 1 299 99 36 1 164
352. Pinheiro 1 510 262 35 1 213
73. Tauá 29 088 2 245 944 25 899
353. Tauá 4 6<19 1 320 533 2 796
354 Arneiroz 2 304 114 21 2 169
355. Barra Nova 994 26 20 948
356. Cachooirinha G 754 364 137 6 253
357 Carrapatoiras 2 902 29 49 2 824
358 Co coei 1 875 66 13 I 796
359 Flores 4 168 134 - 4 034
360. l\Imrecas 1 500 46 122 1 332
361 Marroás 2 524 7l 13 2 440
362. Nova Cruz 1 418 75 36 1 307
74 Tianguá 16 802 1 876 1 871 13 055
363 Tianguá 9 664 1 024 1 172 7 468
364. Palmeirinha 769 237 201 331
365 Pitanga 1 866 312 276 1 278
366 Santa Luzia 852 11!) 128 609
367 Uberaba 3 651 188 94 3 369
75. Ubajara 15 207 1 463 181 13 563
368. Ubajara 10 068 1 084 181 8 803
369. Araticum 5 139 379 - 4 760
76 União 19 324 3 273 1 295 14 756
370. União 11 508 1 578 585 9 345
371. Borges 1 673 192 261 1 220
372. Giqui 2272 384 132 1 756
373 Itaiçaba 3 871 1 119 317 2 435
77. Uruburetama 23 411 3 587 1 969 17 855
374. Uruburetama 9 180 1 506 533 7 141
375. Curu 3 818 976 468 2 374
376 Natividade 2 779 97 69 2 613
377. Riachuelo 3 990 477 458 3 055
378. Tururu 3 M4 531 4A1 2 672
78. Várzea Alegre 20 383 2 277 754 17 352
379. Várzea AI egre 11 211 1 926 569 8 716
380. Extlema 2 837 90 72 2 675
381 Fortuna 1 923 37 33 1 853
382. Riacho Verde 1 414 90 53 1 271
383. São Caetano 2 998 134 27 2 837
79 Viçosa 22 636 1 995 1 888 18 753
384. Viçosa 7 6!J7 844 1 155 5 698
385 General Tib: l cio 5 745 381 220 5 144
386 Lamhedomo 4 837 102 4 456
387 Padre Vieiw 2 609 2791
107 66 2 436
388. Quatigaba . 1 748 384 34.5 1 019

* A falta. de registro de populacão wt sede do Distrito indica que não foram encontrados habitantes na localidade.
** Incluída no quadro rural a população da sede do Distrito1 em virtude de estar sujeita a deslocamentos motivados pela for·
mação de dunas.
180 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo as Pretorias e Circunscrições,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
DISTRITO FEDERAL

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
PRETO RIAS E CIRCUNSCRIÇÕES de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------
DISTRITO FEDERAL .. 1 764 141 815 479 703 531 245 131
1.• Pretoria .. 18 509 18 509 - -
1. Candelária 1 812 1 812 - -
2. São José .. 9 256 9 256 - -
3. Ajurla 7 441 7 441 - -

2.• Pretoria• .... 97 943 75 008 22 935 -


4. Sãó Domingos 7 498 7 498 - -
5. Sacramento 7 858 7 858 - -
6 Ilhas ... 22 935 - 22 935 -
7. Santa Rita 15 987 15 987 - -
8. Gamboa .. 38 791 38 791 - --

3.• Pretoria .. .. ... 95 633 95 633 - -


9. Santo Antônio 32 903 32 903 - -
10. Santana 20 290 20 290 - -
11. Espírito Santo 42 440 42 440 - -

4.• Pretoria. .. 307 921 301 959 - 5 962


12. Santa Teresa 61 476 61 394 - 82
13. Glória 61 728 61 728 - -
14. Lagoa ... 54 992 54 992 - -
15. Copacabana. 74 133 74 133 - -
16. Gávea ... 55 592 49 712 - 5 880

5.• Pretoria ... 259 918 253 386 - 6 532


17. Engenho Velho 37 796 37 796 - -
18. Rio Comprido 61 957 61 957 - -
19. Tijuca ••• o 64 499 57 967 - 6 532
20. Andaraf . 95 666 95 666 - -

6.• Pretoria .. 218 300 70 984 147 316 -


21. Engenho Novo 78 631 - 78 631 -
22. Méier 68 685 -- 68 685 -
23. São Cristóvão. 70 984 70 984 - -

7.• Pretoria ..... .. .. 604 705 - 533 280 71 425


24. Piedade ... ... 84 269 - 84 269 -
25. Penha . .. 95 359 - 95 359 -
26. Irajá ... ... .. ....... 77 905 - 77 905 -
27. Pavuna ..... ... .. 56 173 - 56 173 -
28. Madureira .. 111 333 - 111 333 -
29 Anchieta .. .. 35 891 - 35 891 -
30. J acarepaguá .. 71 425 - - 71 425
31. Inhaüma . .. .. 72 350 - 72 350 -

3.• Pretoria. . ... .. ... ..... 161 212 - - 161 212


32. Campo Grande .. .. . .. 35 035 - - 35 035
33. Guaratiba ...... .. 14 644 - - 14 644
34. Santa Cruz .... 21 146 - - 21 146
35. Realengo ... ..... 90 387 - - 90 387

• No total e no quadro urbano da 2 a Pretoria foram incluídas 4 874 pessoas, correspondentes às tripulações dos navios de guerra
e aos tripulantes c passageiros dos navios mercantes c outras embarcações surtos no pôrto do Hio de Janeiro na data do Recenseamento,
bem como ao pessoal e passageiros dos trens que se destinavam ao Distrito Federal naquela mesma data
EsTATÍSTICA MuNiciPAL 181

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO ESPíRITO SANTO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----
ESTADO ..... 750 107 112 270 44 738 593 099

1. Afonso Cláudio ...... .. . .. '


33 430 2 001 375 31 054
1. Afonso Cláudio ... l
7 186 948 178 6 060'
2. Boa Sorte .. ... 4 468 78 76 4 314
3. Bom Jesus ..... 2 815 124 - 2 691
4. Brejaúba . ... 3 777 62 - 3 715
5. Laranja da Terra 3 381 255 51 3 075
6. Rio do Peixe. 3 777 102 35 3 640
7. São Domingos .. 3 104 14 2 3 088
8. Serra Pelada . 2 684 395 33 2 256
9. Taquaral. 2 238 23 - 2 215

2. Alegre 62 378 5 799 3 183 53 396


10. Alegre .. 18 242 2 808 1 965 13 469
11. Cafó. 3 375 216 30 3 129
12. Caparaó 8 667 189 21 8 457
13. Celina 4 269 913 148 3 208
14. Lambari 5 838 440 53 5 345
15. Liberdade 3 004 229 69 2 706
16. Reeve 5 343 212 84 5 047
17. Santa Angélica 4 061 211 65 3 785
18 Vala do Sousa 9 579 581 748 8 250

3. Alfredo Chaves . . . 10 468 968 465 9 035


19. Alfredo Chaves 5 223 885 186 4 152
20. Matilde 2 160 32 181 1 947
21. São João 1 692 26 59 1 607
22 São Marcos 1 393 25 39 1 329

4. Anchieta 9 841 1 531 73 8 237


23. Anchieta .. 5 475 1 364 73 4 038
24. Iriritiba 2 346 10 - 2 336
25. Jabaquara . 2 020 157 - 1 863

5. Baixo Guandu 18 371 2 091 374 15 906


26 Baixo Guandu 4 797 1 482 221 3 094
27. Afonso Pena 5 066 262 78 4 726
28. Mascarenhas 8 508 3•17 75 8 086

6. Cachoeira de ltapemirim 72 834 10 634 11 002 51 198


29 Cachoeiro de Itapemirim 36 599 8 852 9 960 17 787
30. Conduru . 5 815 397 225 5 193
31. Floresta . 2 816 147 130 2 539
32 Pacotuba. 6 536 261 87 6 188
33. São Felipe 10 790 439 349 10 002
34. Vargem Alta 4 230 360 190 3 680
35. Virgínia 6 048 178 61 5 809

7. Cachoeira de Santa Leopoldina 17 031 963 438 15 630


36 Cachoeiro de Santa Leopoldina 3 294 850 390 2054
37. Djalma Coutinho .. 2 785 11 48 2 726
38 Jequitibá 6 395 24 - 6371
39. Mangara! 4 557 78 - 4 479
182 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO ESPíRITO SANTO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----~

8. Cariarica 15 228 3 669 446 11 113


40. Cariacica 8 784 999 446 7 339
41. Itaquari 6 444 2 670 3 774

9. Castelo 33 171 3 558 1 269 28 344


42. Castelo 12 513 2 723 751 9 039
43. Conceição do Ca8telo 12 761 422 188 12 151
44 Santo And1é 7 897 413 330 7 154

10. Colaiina• 66 263 6 362 401 59 500


45. Co latina 24 320 3 805 108 2o 407
46. Alto llio Novo*' 3 292 ;3 292
47. Baunilha 6 483 217 94 6 172
48. Laje 4 619 659 199 3 761
49. Linhares . 6 028 733 5 295
50. Mutum 3 912 181 3 731
51 Regência 1 663 203 1 460
52. Santa Luzia 15 946 564 15 382

11. Conceição da Barra• 5 327 1 283 85 3 959


53 Conceição da Barra 4 479 1 120 85 3 274
54. Itaúnas 848 163 685

12 Domingos Martins 16 718 831 176 15 711


55 Domingos Martins 5 097 .'512 4 585
56. Araguaia 2 494 91 125 2 278
57. Pedreiras 3 080 36 3 044
58. Santa Isahel 1 799 120 51 1 628
59. Sapucaia 4 248 72 4 176

13 Espírito Santo 17 054 5 531 7 433 4 090


60. Fspírito Santo 7 772 3 210 2 431 2 131
61. Argolas 7 740 2 084 4 955 701
62. Jucu 1 542 237 47 1 258

14. Fundão 8 630 1 113 81 7 436


63. FundJo 4 935 63Z 72 4 231
64. Timhuí 2 674 481 2 193
65. Três Barras** 1 021 9 1 012

15. Guarapari 11 256 1 214 500 g 542


66. Gumapari 7 982 1 135 500 6 347
67. Sagrada Família 459 62 397
68. Todos os Santos 2 815 17 2 798

16. lconha 10 797 1 354 269 9 174


69 Iconha 8 781 464 207 8 llO
70. Pi:tma 2 016 890 62 1 064

17. ltaguaçu 17 313 1 327 392 15 594


71. Itaguaçu 5154 674 117 4 363
72. Figueira 6 368 494 179 5 695
73. Santana do Queira Deus 2 184 42 32 2 110
74. São Francisco 3 607 117 64 3 426
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 183

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e res11ectiva distribuição }Jela situação dos domicílios
ESTADO DO ESPíRITO SANTO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICIUOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- - - - - - - - - · - - - - - - - - - - - - - ---- - ----· - - - - - - 1 - - - - - - 1 - - - - - -

18. ltapemirim 27 992 2 094 718 25 180


75 Itapemirim 19 509 2 003 718 16 788
76. Barra do Itabapoana 6 027 49 5 978
77. Frade . 2 456 42 2 414

19 João Pessoa. 49 813 5 892 1 375 42 546


78. João Pessoa 13 447 2 941 617 9 889
79 Barra Alegre 3 332 205 31 3 096
80 Boa Vista 5 124 1 228 538 3 358
81 Conceição do Muqui 6 644 169 20 6 455
82 Dona América 1 720 96 48 1 576
83 Ponte de Itabapoana 4 832 522 4 310
84. Santo Antônio do lVIuqui 1 231 163 1 068
85 São José das Tôrres 5 '149 219 47 5 483
86 São Pedro de Itabapoana 7 734 349 74 7311

20 Muniz Freire 20 933 1 150 449 19 334


87. Muniz Freire 8 798 700 176 7 922
88 Conceição do No r te 4777 2]0 98 4 469
89 Itaipava 5 658 139 115 5 404
90 Vieira Machado 1 700 101 60 1 539

21 Pau Gigante 14 593 1 752 1 092 11 749


91 Pau Gigante 2 164 555 140 1 469
92 Acioli 4 515 437 73 4 005
93 João Neiva 4 995 648 833 3 514
94. Pendanga 2 919 112 46 2 761

22 Rio Novo 8 144 1 038 274 6 832


95 Rio Novo 6 515 999 233 5 283
96. Rodeio 1 629 39 41 1 549

23 Rio Pardo 20 004 1 198 410 18 396


97. Rio Pardo 7 211 603 215 6 393
98. Cachoeüa 2 655 215 106 2 334
99 Rosá1io 4 976 131 66 4 779
100 Santana 5 162 249 23 4 890

24 Santa Cruz 15 990 745 164 15 081


101 Santa Cruz 5 497 376 82 5 039
102 Riacho 7 309 216 82 7 011
103 Ribeilão 3 184 153 3 031

25 Santa Teresa 22 179 i 061 167 20 951


104. Santa Te1esa 4 821 705 167 3 949
105. Alto Santa Maria do Rio Doce 4 285 24 4 261
106. Santa Júlia 5 136 14 5 122
107. São João de Petrópolis . 4 032 203 3 829
108. Vinte e Cinco de Julho 3 905 115 3 790

26. São João do Muqui 17 676 2 622 749 14 305


109. São João do Muqui 14 681 2 538 749 11 394
110. São Gabriel 2 995 84 2 911
184 REVISTA BRASILEIRA nos MuNicfPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO ESPíRITO SANTO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

27. São José do Calçado 16 973 3 208 840 12 925


111. São José do Calçado . 5 845 1 165 350 4 330
112. Alto Calçado ... 3 462 145 70 3 247
113. Barro do Calçado 1 507 9 5 1 493
114. Bom Jesus do Norte 4 713 1 794 406 2 513
115. Palmital .... . .. 1 446 95 9 1 342
28. São Mateus• .. .... 24 250 2 895 364 20 991
116. São Mateus .. 13 876 2 443 295 11 138
117. Barra de São Francisco - - - -
118. Nova Venécia ... .. 10 374 452 69 9 853
29. Serra .... 6 415 1 741 396 4 278
119. Serra ... 3 416 I 295 144 1 977
120. Itapocu .... 1 820 28 77 1 715
121. Nova Almeida 1 179 418 175 586
30. Siqueira Campos 26 162 3 236 1 368 21 558
122. Siqueira Campos .. 11 506 2 650 1 178 7 678
123. Rio Prêto 4 017 447 112 3 458
124. São Lourenço ... 8 744 88 48 8 608
125. São Pedro de Rates .. 1 895 51 30 1 814
31. Viana ... 7 661 362 13 7 286
126. Viana 4 960 248 5 4 707
127. Araçatiba 2 701 114 8 2 579

32. VITÓRIA 45 212 33 047 9 397 2 768


128 Vitória 42 246 32 865 g 233 148
129 Carapina .. .. 2 173 59 164 1 950
130. Queimado ... ... . ... 793 123 - 670

* Não está incluída, nos Municípios de Colatina, Conceição da Barra e São Mateus (compreendido todo o Distrito da Barra de
São Francisco) a população da parte em litígio entre os Estados do Espírito Santo e Minas Gerais e que constituiu) para fins ccmsitú.rios
e foi recenseada em separado, a "Região da Serra dos Aimorés".
•• A falta de registro de população na sede do Distrito indica que não foram encontrados habitantes na localidade.

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE GOlAS

DISTRIBUIÇÃO PELA ,SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---- -
ESTADO .. ····· 826 414 111 448 30 662 684 304
1. Anápolis.: :. 39 148 9 486 1 288 28 374
1. Anápolis .. 23 959 7 362 729 15 868
2. Aracati 3 502 338 71 3 093
3. Capoeirão ... 2 952 304 17 2 631
4. Ner6polis ... 4 758 I 114 112 3 532
5. Nova Veneza .. 3 977 368 359 3 250
EsTATfsTICA MuNICIPAL 185

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE GOlAS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

2. Anicuns 15 156 1 528 724 12 904


6. Anicuns 11 721 677 658 10 386
7. Nazário. ... 3 435 851 66 2 518

3. Arraias 13 505 1 436 225 11 844


8. An·aias 7 047 860 141 6 046
9. Campos Belos 3 795 366 59 3 370
10. Chapéu .. 2 663 210 25 2 428

4. Bela Vista 8 195 1 240 230 6 725


11. Bela Vista 8 195 1 240 230 6 725

5. Boa Vista ..... 29 398 2 492 1 662 25 244


12. Boa Vista 12 412 1 067 1 321 10 024
13. Babaç.ulândia 6 241 650 158 5 433
"
14. Diamantina 5 000 116 37 4 907
15 Filadélfia .. 5 685 659 146 4 880

6. Bonfim 21 358 3 119 617 17 622


16. Bonfim " 14 497 1 604 71 12 822
17. Leopoldo de Bulhões 4 441 758 135 3 548
18. Vianópolis . .. . . 2 420 757 411 1 252

7. Buriti Alegre 7 225 1 378 1 056 4 791


19. Bm·iti Alegre . 7 225 1 378 1 056 4 791

8. Caldas Novas 10 882 1 211 132 9 539


20 Caldas Novas 7 034 987 95 5 952
21. Marzagão . 3 848 224 37 3 587

9. Campo Formoso 10 610 883 119 9 608


22 Campo Formoso 10 610 883 119 9 608
o. Catalão 28 011 3 366 1 207 23 438
23 Catalão 23 236 3 152 1 128 18 956
24 Santo Antônio do Rio Verde 4 775 214 79 4 482
1. Cavalcante 7 630 705 113 6 812
25. Cavalcante 1 878 278 - 1 600
26. Cafelândia 1 362 100 88 1 174
27. Nova Roma .... 2 375 234 25 2 116
28. Veadeiros 2 015 93 - 1 922
2. Corumbá ... 17 144 722 264 16 158
29. Corumbá 17 144 722 264 16 158
3. Corumbaíba 10 041 748 800 8 493
30. Corumbaíba 10 0-11 748 800 8 493
4. Crístalina .. 4 263 1 229 110 2 924
31. Cristalina 4 263 1 229 110 2 924
5. Dianópolis 6 336 683 112 5 541
32. Dianópolis.. . 4 658 432 112 4 114
33. Conceição do Norte. 1 678 251 - 1 427
6. Formosa 16 886 2 053 829 14 004
34. Formosa 14 665 1 672 829 12 164
35. São João da Aliança 2 221 381 - 1 840
186 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE GOlAS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----~ - -----
17. Goiandira 10 265 2 130 817 7 318
36. Goiandila 5 214 970 817 3 427
37. Cummi 3 004 706 - 2 298
38. Nova Aurora 2 047 454 - 1 593

18. GOIÂNIA 48 166 15 017 3 872 29 277


39. Goiânia 26 065 12 005 2 938 11 122
40. Hidrolândia 5 299 495 240 4 564
41 Ribeirão 5 609 779 122 4 708
42. São Geraldo 1 455 315 42 1 098
43. Trindade 9 738 1 423 530 7 785

19 Goiatuba 11 122 320 677 10 125


44. Goiatuba 11 122 320 677 10 125

20 Goiás 44 250 7 898 213 36 139


45 Goiás 7 818 5 710 195 1 913
46 Bandeirante 458 !59 - 299
47 Buenolândia 2 243 76 -- 2 167
48 Davinópolis 420 117 18 285
49. Itajubá .. 2 141 383 - 1 758
50. Leopoldina 3 122 613 - 2 509
51. Macaúba 792 45 - N7
.~2 Mossamedes 12 317 551 - 11 766
53. Ouro Fino 11 176 56 - 11 120
54 Registro do Araguaia 1 263 153 - 1 110
55 Santa Rita de Antas 2 500 35 - 2 465

21 lnhumas 12 320 1 750 254 10 316


55. Inhumas 12 320 1 750 254 10 316

2. lpameri 25 625 7 107 1 396 17 122


57 Ipameri 15 164 6371 821 7 972
58 Campo Alegre 3 929 131 - 3 798
59 Cavalheiro 2 300 151 76 2 073
60. Urutaí 4 232 454 499 3 279

3. ltuberaí 17 890 1 051 1 146 15 693


61 Itaberaí 14 697 771 717 13 209
62 Cruzeiro do Sul 3 193 280 429 2 484
24 Jaraguá. 23 227 2 278 371 20 578
63. Jaraguá 14 030 1 402 75 12 553
64. l'etrolina 6 786 448 255 6 083
65. São Francisco das Chagas 2 411 428 41 1 942
5. Jataí 22 793 2 640 184 19 969
66. Jataí 9 212 2 292 146 6 774
67. Caçu 4 052 285 12 3 755
68. Pimenta 6 011 43 26 5 942
69. Serra do Cafezal 3 518 20 - 3 498
6. Mineiros 6 322 1 492 914 3 916
70. Mineiros 5 115 1 274 577 3 264
71. Santa Rita do Araguaia 1 207 218 337 652
27 Morrinhos 21 755 1 153 2 010 18 592
72 Mon·inhos . 21 755 1 153 2 010 18 592
ESTATÍSTICA MUNICIPAL 187

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE GOlAS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-~~---

28. Natividade 10 673 994 354 9 325


73. Natividade 5 278 726 78 4 474
74. Almas 3 471 224 276 2 971
75 Entre Rios 1 924 44 - 1 880
29 Palma . 4 701 343 97 4 261
76 Palma 4 701 343 97 4 261
30 Palmeiras 15 126 1 725 223 13 178
77. Palmeiras 9 957 1 194 33 8 730
78. Água Limpa 3 126 346 12\ 2 656
79. AlegJete . 2 043 185 66 1 792
31 Paraíma ... 13 314 899 116 12 299
80. Paraúna 7 715 512 116 7 086
81 Cachoeira 5 599 386 - 5 213
32 Pedro Afonso 31 226 2 170 427 28 629
82 Pedro Afonso 5 586 1 055 188 4 343
83. Boa Sorte . 6 751 184 2c1 6 543
84 Itacajá 6 539 165 66 6 308
85 P1imavera 2 422 73 59 2 290
86 Santanópolis 6 214 104 8 6 102
87. Tocantínia 3 714 589 82 3 043
33 Peixe 4 982 440 178 4 364
88 Peixe 4 982 440 178 4 364
34 Pilar 7 763 622 - 7 141
89 Pilar 3 827 206 - 3 621
90 Cri xás 2 020 206 - 1 814
91 Floresta 1 916 210 - 1 706
35 Pirenópolis 15 622 1 284 795 13 543
92 Pirenópolis 14 694 1 170 678 12 84.6
93 Lagolándia 928 114 117 697
36. Pires do Rio 14 728 3 083 464 11 181
94 Pires do Rio 9 077 2 086 361 6 630
95. Cristianópolis 1 937 458 26 1 453
96. Santa Cruz 3 714 539 77 3 098
37 Planaltina 7 081 961 259 5 861
97. Planaltina 7 081 961 259 5 861
38. Ponlzlina 10 480 1 035 249 9 196
98. Pontalina 10 480 1 035 249 9 196
39. Pôrto Nacional 20 794 1 996 232 18 566
99 Pôrto Nacionai 5 226 1 395 46 3 785
100 Brejinho 7 208 151 53 7 004
101 Carmo 2 092 217 10 1 865
102 Pedra de Amolar 950 - - 950
103 Ponte Alta 4 59? 150 87 4 355
104. São Félix 726 83 36 607
40. Posse 11 384 1 420 137 9 827
105 Posse 6 194 739 33 5 422
106 Iracema 2 152 229 - 1 923
107 Riachão 3 038 452 104 2 482
188 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE GOlAS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

41. Pouso Alto .. 15 544 1 883 206 13 455


108. Pouso Alto 12 187 1 503 206 10 478
109. SmTania .. .. 3 357 380 - 2 977

42. Rio Bonito ...•. .. 13 065 2 363 307 10 395


110. Rio Bonito .. 8 306 1 230 46 7 030
lll. Baliza 3 447 985 105 2 357
112. Bom Jardim 1 312 148 156 1 008

43. Rio Verde. .. 31 377 3 043 2 819 25 515


113 Rio Verde . 15 977 2 328 2 448 11 201
114. Cachoeira Alta 4 031 221 - 3 810
115. Montividiu . . 1 775 137 55 1 583
116. Quirin6polis . 9 594 357 316 8 921

44. Santa Luzia. 17 249 1 259 295 15 695


117 Santa Luzia .. 17 249 1 259 295 15 695

45 Santa Maria do Araguaia ... 22 156 1 751 275 20 130


118. Santa Maria do Araguaia 5 343 493 - 4 850
119. Couto Magalhães .. 3 407 102 16 3 289
120 Miracema ...... .. 4 122 589 149 3 384
121. Pau Darco .... ... 440 238 16 186
122. Tupi rama 8 844 329 94 8 421

46. Santana 9 043 1 445 243 7 355


123. Santana .. 3 453 685 135 2 633
124. Amaro Leite .. ... 2 128 180 103 1 845
125. Descoberto .. .. 3 462 580 5 2 877

47. Santa Rita do Paranaiba .... 16 186 1 587 877 13 722


126. Santa Rita do Paranaíba 13 637 1 354 7H 11 509
127. Divinópolis .... .. 2 549 233 103 2 213

48. São Domingos ..... .. . 8 404 1 164 110 7 130


128. São Domingos 4 828 645 21 4 162
129. Galheiro .. 1 912 333 23 1 556
130. Guarani.. .. 1 664 186 66 1 412

49. São José do Tocantins .. 8 160 640 10 7 510


131 São José do Tocantins . 4 279 523 10 3 746
132. Muquém .. 1 400 9 - 1 391
133. Traíras 2 481 108 - 2 373

50. São Vicente .. 9 764 1 242 327 8 195


134. São Vicente . . . . ... 6 643 365 244 6 034
135. Santo Antônio da Cachoeira. . . 3 121 877 83 2 161

51. Sitio da Abadia ... '' .. 7 208 843 187 6 178


136. Sítio da Abadia ... 2 749 499 99 2 151
137. Flores ... 1 471 193 23 1 255
138. Santa Catarina ... 2 988 151 65 2 772

52. Taguatinga ... 10 861 2 141 133 8 587


139. Taguatinga 8 615 1 535 27 7 053
140. Aurora .... .. •• 4000000 2 246 606 106 1 534
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 189

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.n de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO MARANHÃO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

ESTADO ...... 1 235 169 115 817 69 735 1 049 617

1. Alcântara ... .. 11 079 1 433 409 9 237


1. Alcântara .... 7 334 1 091 267 5 976
2. São João de Côrtes . 3 745 342 142 3 261

2. Anajatuba ... 12 969 909 228 11 832


3. Anajatuba 12 969 909 228 11 832

3. Araioses . . . 23 528 473 2 528 20 527


4. Araioses 23 528 473 2 528 20 527

4. Arari . 10 959 2 907 1 112 6 940


5. Arari 10 959 2 907 1 112 6 940

5. Axixã 6 738 320 872 5 546


6. Axixá. 6 738 320 872 5 546

6 Bacabal .. .. 40 415 3 096 1 066 36 253


7. Bacabal. ... 40 415 3 096 I 066 36 253

7. Baixo Mearim ... 19 881 958 287 18 636


8. Baixo Mearim 19 881 958 287 18 636

8. Barão de Grajaú .. 7 876 462 329 7 085


9. Barão de Grajaú 7 876 462 329 7 085

9. Barra do Corda . .. . .. 35 496 1 782 1 215 32 499


10 Barra do Corda .. 20 124 1 443 636 18 045
11. Curador ........ .. .... 15 372 339 579 14 454

10. Barreirinhas . . . . •. 13 258 660 630 11 968


12. Barreirinhas .. 13 258 660 630 11 968

11. Benedito Leite . . . ... 6 752 167 175 6 410


13. Benedito Leite 6 752 167 175 6 410

12. Bequimão ... 11 574 504 123 10 947


14. Bequimão .... .. 11 574 504 123 10 947

13. Brejo ... ... 19 855 1 797 1 114 16 944


15. Brejo . .. 19 855 1 797 1 114 16 944

14. Buriti.. ... . . . .. 13 353 586 810 11 957


16. Buriti. .. ... 13 351 586 810 11 957

15. Buriti Bravo 9 254 596 430 8 228


17. Buriti Bravo .. 9254 596 430 8 228

16. Cajapió .. .. . ... .. .. 7 372 430 466 6 476


18. Cajapi6 .... ... .. 7 372 430 466 6 476

17 Carolina .... ..... .. .. 19 677 2 622 737 16 318


19. Carolina ............. ..... ... 19 677 2 622 737 16 318
190 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO MARANHÃO

DISTRIBUI ÇAO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

18 Carutapera 8 794 1 202 623 6 969


20. Carutapcra 4 599 686 447 3 466
21. Luís Domingiles 4 195 516 176 3 503

19 Caxias . 77 874 2 610 4 432 70 832


22. Caxias 77 874 2 610 4 432 70 832

20 Chapadinha 18 586 707 257 17 622


23. Chapadinha 18 586 707 257 17 622

21. Co dó 38 164 2 276 1 129 34 759


24. Codó 38 164 2 276 1 129 34 759

22. Coelho Neto 13 672 584 57 13 031


25. Coelho Neto 13 672 584 57 13 031

23. Coro atá 29 524 2 874 578 26 072


26. Coro atá 29 524 2 874 578 26 072

24 Cururupu 28 956 886 2 081 25 989


27 Cururupu 28 956 886 2 081 25 989

25 Flores . 17 188 1 558 379 15 251


28. Flmes 17 188 1 558 379 15 251

26. Grajaú 27 335 1 102 1 361 24 872


29. Grajaú. 27 335 1 102 1 361 24 872

27 Guimarães 22 824 484 782 21 558


30. Guimarães 22 824 484 782 21 558

28. Humberto de Campos 15 936 1 737 242 13 957


31. Humberto de Campos 5 685 605 219 4 861
32 Primeira Cruz 10 251 1 132 23 9 096

29. lcatu 8 478 703 95 7 680


33. Icatu 6 130 277 82 5771
34. Itapera 2 348 426 13 1 909

30 Imperatriz 9 331 1 002 176 8 153


35. Imperatriz 9 331 1 002 176 8 153

31 ltapecuru- Mirim 27 475 1 013 812 25 650


36. Itapecuru-1\íirim 27 475 1 013 812 25 650

32. Loreto 20 477 1 997 266 18 214


37 Loreto 5 600 593 16 4 991
38. São Felix de Balsas 4 638 314 24 4 300
39. São Raimundo da l\Iangabeira 10 239 1 090 226 8 923

33 Maca pá 9178 914 676 7 588


40. Macapá 9 178 914 676 7 588
ESTATÍSTICA MuNICIPAL 191

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembl'O de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distl·ibuição lJela situação dos domicílios
ESTADO DO MARANHÃO
~

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----- ------ ----- ------

34. Mirador .. 18 579 481 335 17 763


41 Mirador 18 579 481 335 17 763

35. Monção 3 064 464 434 2 16G


42 Monção 3 064 464 434 2 166

36. Monte Alegre .. 7 996 414 313 7 269


43 Monte Aleg1e 7 996 414 313 7 269

37. Morros 7 591 1 180 318 6 093


44. Monos 7 591 1 180 318 6 093

38 Nova Iorque 5 544 517 586 4 441


45. Nova Iorque 5 544 517 586 4 441

39. Passagem Franca 16 060 328 391 15 341


46. Passagem Franca 16 060 328 391 15 341

40. Pastos Bons 17 113 681 1 019 15 413


47 Pastos Bons 17 113 681 1 019 15 413

41 Pedreiras 43 129 2 078 2 682 38 369


48. Perheiras 43 129 2 078 2 682 38 369

42 Penalva. 12 621 1 645 583 10 393


49 Penalva 12 621 1 645 583 10 393

43 Picos 27 674 1 423 1 243 25 008


50 Picos 27 674 1 423 1 243 25 008

44. Pinheiro 29 638 2 008 1 748 25 882


51 Pinheiro 29 638 2 008 1 74S 25 S82

45 Pôrto Franco 8 926 559 215 8 152


52. Pô1 to Franco 8 926 559 215 8 152

46. Riachão 14 517 1 006 198 13 313


53. Riachão 14 517 ] 006 198 13 313

47 Rosário 20 113 2 770 1 310 16 033


54 Rosário 20 113 2 770 1310 16 033

48 Santz Helena . 6 135 41 150 5 944


55 Santa Helena 6 135 41 150 5 944

49 Santa Quitéria .. 8 507 831 236 7 440


56. Santa Quitéria 8 507 831 236 7 440

50. Santo Antônio de Balsas 12 900 1 797 368 10 735


57. Santo Antônio de Balsas 12 900 1 797 368 10 735
192 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAliiENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO MARANHÃO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
·.r~-~:..
I
51. São Bento 21 806 2 598 f 2 056 17 152
58 São Bento ... .. 21 806 2 598 2 056 17 152

52. São Bernardo .. 15 800 953 870 13 977


59. São Bernardo 10 377 415 334 9 628
60. Magalhães de Almeida 5 423 538 536 4 349

53. São Francisco .. 10 055 392 177 9 486


61. São Francisco .. 10 055 392 177 9 486

54. São João dos Patos .. 11 123 785 567 9771


62 São João dos Patos . ] ] 123 785 567 9 771

55. São José dos Matões 26 294 503 1 004 24 7B7


63. São José dos Matões 26 294 503 1 004 24 787

56. SÃO LUÍS 85 583 42 347 18 619 24 617


64. São Luís 74 675 41 467 17 268 15 940
65. São José de Ribamar 10 908 880 1 351 8 677

57. São Luís Gonzaga 20 478 664 68 19 746


66 São Luís Gonzaga 20 478 664 68 19 746

58 São Pedro 9 964 793 332 8 839


67 São Pedro 9 964 793 332 8 839

59. São Vicente Ferrer 23 609 842 198 22 569


68 São Vicente Ferrer 23 609 842 198 22 569

60. Turiaçu 20 263 1 491 1 393 17 379


69. Turiaçu .. 13 779 375 636 12 768
70 Cândido Mendes 3 073 312 178 2 583
71. Presidente Vargas . 3 411 804 579 2 028

61. Tutóia ... 17 314 1 524 994 14 796


72. Tntóia 17 314 1 524 994 14 796

62 Urbano Santos 7 822 626 207 6 989


73 Urbano Santos 7 822 626 207 6 989

63. Vargem Grande • 21 946 808 489 20 649


74 Vargem Grande 19 075 506 253 18 316
75 São Benedito 2 871 302 236 2 333

64. Viana 29 061 1 500 3 750 23 811


76 Viana 23 568 1 048 2 612 19 908
77 Ma tinha 5 493 452 1 138 3 903

65 Vitória do Alto Parnaíba ... 10 116 417 405 9 294


78 Vitória do Alto Parnaíba 10 116 417 405 9 294
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 193

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASil.


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MATO GROSSO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----------------- ----- ----- ------ -----

ESTADO 432 265 88 964 39 763 303 538


1. Alto Araguaia 10 363 1 474 1 135 7 754
1 Alto Araguaia 1 774 407 130 1 237
2. Jtiquira 3 897 530 479 2 888
3. Ribeirãozinho 1 200 107 - 1 093
4 São Vicente 3 492 430 526 2 536
2 Alto Madeira 5 788 58 3 5727
5 Alto l\1adeira 716 58 3 655
6. Ariquemes 1 826 - - 1 826
7 Tahajara 3 246 - - 3 2•16
3 Aquidauana 20 949 5 807 1 256 13 886
8. Aquidauana 13 056 4 876 897 '1 283
9 Corguinho 1 988 >144 - 1 544
10 Palmeiras 2 705 127 - 2 578
11 Taunay 3 200 360 359 2 481
4 Araguaia na 3 202 718 111 2 373
12 Araguaiana 1 361 402 27 932
13 BaJra do Garças 1 538 240 41 1 257
14 Coca linho 303 76 43 184
5 Bela Vista 13 775 2 463 3 403 7 909
15 Bela Vista 11 036 2 463 3 178 5 395
16. Caracol 2 739 - 225 2 514
6 Cáceres 17 603 4 175 1 091 12 337
17 Cáceres 15 268 3 825 870 10 573
18 Barra do Bugres 2 335 350 221 1 764
7 Campo Grande 49 629 16 915 7 564 25 150
19 Campo G1 ande 35 170 15 607 7 447 12 116
20 Jaraf(uari 7 484 378 42 7 064
21 Rio Pardo 1 983 527 53 1 403
22. Rochedo 2 138 275 22 1 841
23 Tmenos 2 854 128 -- 2 726
8 Corumbá 29 521 10 252 7 210 12 059
24 Corumbá 17 786 7 931 5 388 4 467
25 Albuque1 que 1 585 241 159 1 185
26. Amolar 406 137 31 238
27 Ladálio 2 930 1 342 1 235 353
28 l\Iercedes 2 416 138 77 2 201
29 Pôrto Esperan(,'a l 515 415 310 790
30 Santa Hosa 2 883 48 10 2 825
9 CUIABÁ 54 394 13 891 8 942 31 561
31. Cuia]Já 19 Gü.'í 10 192 8 GG9 804
32. Alcg10te 4 677 500 - 4177
33 B10tas 5 615 500 198 4 917
34 Chapada 8 614 277 75 8 262
35 C'axipó da Ponte 5 735 474 - 5 261
36 Caxipó do Ouro 1 057 49 - 1 008
37 (iuia '1 495 321 -~
'1 174
38 l'assagom ela Conccic;iío ii94 287 - 307
39 Várzea Grande 3 942 1 291 - 2 651
10 Diamantino 5 430 803 100 4 527
40. Diamantino 2 798 644 - 2 154
41 Pontezinha 2 632 159 100 2 3'13

R B M. -13
194 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAl\1ENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MATO GROSSO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------- ------ -----
11. Dourados 14 985 852 969 13 164
42. Dourados 8 682 852 969 6 861
43. Santa Luzia. 6 303 6 303

12. Entre Rios 8 375 972 416 6 987


44. Entre Rios 6 317 972 416 4 929
45. Ivinhema 2 058 2 058

13. Guajará Mirim 6 101 1 743 234 4 124


46 Guajará Mirim 2 890 1 072 234 1 584
47. Costa Marques 1 704 93 1 611
48. Generoso Ponce 624 240 384
49. Presidente Marques 883 338 545

14. Herculânea 11 203 1 505 85 9 613


50. Herculânea 3 525 599 85 2 841
51 Camapuã 3 687 296 3 391
52 Rio Verde 3 991 610 3 381

15 Lajeado 16 481 3 812 531 12 138


53 Lajeado 5 013 1 776 531 2 706
54 Alcantilado 1 536 500 1 036
55 Baliza 2 905 455 2 450
56. Cassununga 4 089 303 3 786
57. Tesouro. 2 938 778 2 160

16 Livramento 10 475 1 170 23 9 282


58. Livramento 9 555 1 040 23 8 492
59. Pirizal 920 130 790

17. Maracaju 5 160 888 471 3 801


60. l\Iaracaju 3 620 756 255 2 609
61. Vista Alegre 1 540 132 216 1 192

18. Mato Grosso 3 272 470 2 802


62.
63
Mato Grosso ..
São José
] 196
2 076
_470[ 726
2 076

19. Miranda 10 622 1 450 415 8 757


Miranda
64. 7 561 1 228 317 6 016
Bonito
65. 3 061 222 98 2 741
20. Nioaque 4 757 612 350 3 795
66 Nioaque 4 757 612 350 3 795
21. Paranaíba 14 105 1 028 367 12 710
67 Paranaíba 7 831 494 367 6 970
68.Aparecida do Taboado 1 919 534 1 385
69 Car;ela 2 332 2 332
70 São Pedro 2 023 2 023
22. Poconé . 16 313 1 875 438 14 000
71. Poconé 15 435 1 790 345 13 300
72. Rio Alegre 878 85 93 700
23. Ponta Porã 32 996 4 717 2 067 26 212
73. Ponta Porã 8 861 3 027 1 453 4 381
74 Antônio João 3 424 421 3 003
75. Cabeceira do Apa 3 375 310 3 065
76. Lagunita 5 911 473 5 438
77. Patrimônio União . 11 425 486 614 10 325
EsTATÍSTICA :tvlUNICIPAL 195

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembi'O de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MATO GROSSO

DISTRIBUIÇÃO PELJi SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
falo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- ------ -~--- -~--- -----
24 Pôrto Murlinho . 7 185 2 041 232 4 912
78. Pôrto Murtinho 7 185 2 041 232 4 912
25 Poxoréu. 14 779 1 658 504 12 617
79. Poxoréu 11 213 1354 308 9 551
80. Coronel Ponce. 720 237 143 340
81. Ponte de Pedra 1 041 10 28 1 003
82. Rondonópolis .. 1 805 57 25 1 723
26 Rosário Oeste 14 086 1 660 277 12 149
83. Rosário Oeste 5 127 1 459 125 3 543
8-1 Araras 3 877 94 55 3 728
85. Nobres 5 082 107 97 4 878
27. Santo Antônio 15 338 1 382 32 13 924
86. Santo Antônio 5 375 964 - 4411
87 Joselândia 3 727 - -- 3 727
88 Melgaço 6 236 418 32 5 786
28 Três Lagoas 15 378 4 573 1 537 9 268
89. '_!'rês Lagoas 6 034 3 770 1 384 880
90. Agua Cla1a 2 119 466 - 1 653
91. Alto Sucuriú 1 403 - -- 1 403
92 Chavantina 2 045 147 - 1 898
93. Garcias 2214 190 153 1 871
94. Véstia 1 563 - - 1 563

OBSERVAÇÃO- A falta de registro de população na sede de Distrito resulta ou de não ter sido feita pela Prefeitura Municipal
a oportuna delimitação dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição das divisas, ou ainda de terem os respectivos haLí~
tantes sido incluídos em outro quadro 1 por não apresentar a localidade as características de núcleo populacional.

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e 1·espectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------------------~ ------~- -~---- -----------
ESTADO 6 736 416 1 173 165 519 875 5 043 376
Abacté 36 671 4 039 1 722 30 910
1. Abaeté 18 709 2 632 1 190 14 887
2 Biquinhas 6 248 207 53 5 988
3 Morada Nova 6 425 936 450 5 039
4. Paineiras 5 289 264 29 4 996

2. Abre Campo 19 312 3 087 90 16 135


5. Abre Campo 8 277 1 747 17 6 513
6. Itaporanga 3 339 392 2 947
7 Pedra Bonita 3 478 354 3 124
8 Santo Antônio 4 218 594 73 3 551
196 HEVISTA BRASILEIRA DOS 11'1UNICÍPIOS

RECENSEAl'!IENTO GEitAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- --- -- ---- - -- ----- - - - - - - - - - -- -- - - - - ------ ------

3 Águas Belas 35 107 3 576 150 31 381


9 Águas Belas 7 746 853 55 6 838
10 Norte . 11 162 1 054 31 10 077
11 l'ampã 4 589 665 29 3 895
12 Rio Negro 6 978 448 14 6 516
13 Umburanas 4 632 556 21 4 055

4. Aimorés . 36 529 4 055 428 32 046


14 Aimorés 12 497 3 518 335 8 644
15 Alto Capim 5 695 130 23 5 542
16 I'enha do Capim 14 100 251 49 13 800
17. Tabaúna 4 237 156 21 4 060

5 Aiuruoca 14 890 2 119 305 12 466


18 Aiwuoca 7 432 1 144 96 6 192
19 Cmvalhos 3 623 510 141 2972
20 Senanos 3 835 465 68 3 302

6 Além Paraíba 24 619 9 253 1 222 14 144


21 Além I'a1·aíba 15 562 8 620 978 5 964
22 Angustura 5 2RO 398 144 4 708
23 Aventweiro 3 807 235 100 3 472

7 Alienas 17 835 3 111 4 824 9 900


24 Alienas 16 120 2 679 4 743 8 698
25. Ball'anco Alto 1 715 432 81 1 202

8 Alpinópolis 9 864 1 391 973 7 500


26 AlpinópoJis 7 591 1 029 844 5 718
27. São J osó da Ball'a 2 273 362 129 1 782

9 Alto Rio Doce 20 276 2 035 300 17 941


28 Alto Rio Doce 9 125 1 212 37 I 7 876
29 Abreus 3 041 196 50 I 2 795
30 Cipotânea 4 826 428 JB9 4 229
31 São Domingos 3 28<1 199 44 3 041
10 Alvinópolis 13 411 2 753 468 10 190
32 Alvinópolis 6 548 2 020 192 4 330
33 Fonseca 3 090 <163 46 3 181
34. l\Iajor Ezequiel 3 173 264 230 2 679
11. Andradas 16 305 2 547 235 13 523
35 Anrlradas 12 746 2 205 141 10 400
36. Grama 3 559 342 94 3 123
12 Andrelândia 17 235 3 262 264 13 709
37. And1 elfmdia 9 721 2 101 179 7 381
38 A1antes 4 406 471 56 3 879
39 Cianita 3 108 630 29 2 449
13. Antônio Dias 16 083 1 743 1 215 13 125
40 Antônio Dias v 378 806 ' 47 8 525
<11 Hematita 1 166 141 (]fi 959
42 Coronel Fab1 iciano 3 791 434 983 2 374
43. Timóteo 1 7<18 362 119 1 267
14 Araguari 35 218 11 797 5 024 18 397
44. Araglmri 27 414 ]] 128 4 846 11 440
45. Amanhece 4 013 386 115 3 512
46. Piracaíba 3 791 283 63 3 445
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 197

RECENSEAJ\ll<JNTO GERAL DO BRASIL


(1." de setemb1·o de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEl~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

15 Arari 9 673 1 871 230 7572


47. Arari 9 673 1 871 230 7 572
16 Araçuaí 66 905 8 322 1 892 56 691
48 Araçuaí 15 798 3 37D 738 11 681
49. Coral 9 003 603 28 8372
50 Gravatâ 5 7ôO 884 118 4 758
51 Itaporé 6 873 537 824 5 512
52. Itinga 8 279 070 130 7 179
53 Lula 3 734 253 6 3 475
54. Pontal 4 244 83 4 lü!
55. Santana do Araçuaí 5 603 727 4 828
56 São Domingos rio A1 açuaí 7 611 886 f) 725
17. Araxá 14 679 6 729 3 311 4 639
57 Araxá 14 67!1 6 72!1 3 311 4 f>39
1B. Arceburgo B 090 1 840 ' 203 6 047
58 Arceburg o 8 090 1 840 203 6 047
19 Arcos 18 987 2 953 1 069 14 965
59 Arcos 13 306 2 324 541 lO 441
60 Pôrto Real 5 681 629 528 4 524
20 A1eado 7 966 1 364 1 046 5 556
61. A1eado 7 066 1 364 1 046 5 556
21 Aslolfo Dutra 9 993 1 831 274 7 888
62 Aetolfo Dut1 a 7 363 1 401i 274 :i 683
63 Dona Eus6bia 2 630 425 2 205
22 llaependi 21 212 3 305 578 17 329
M Bacpenrli 11 482 1 R77 431 9 IH
fi5 Encruzilhada 5 211 1 176 139 3 896
6fi Rã o Tomé das Lch as 4 519 252 8 4 259
23 llambuí 25 822 2 383 888 22 551
67. l3amhuí 22 115 2 120 klO ]l)185
68 l\Ierlcil os 3 707 21>3 78 3 366
24 Barbacena 72 5b5 15 950 i 10 626 46 009
69 Bm hacena 25 5()[) 11 090 i 8 148 G 327
70 Destêll o elo 1\leio 4 1'17 46\1 54 3 651
71 Jbertioga 3 703 fHll 428 2 li65
72 Livramento 5 242 651 118 4 470
73 Padre llritn 1 4SO 24:2 83 1 l.'i:)
H Hcmôdios 7 323 543 232 fi 518
7!í Hcssaquinlta 6 37G \JG\ 1 2fl7 ;) 110
7fi 8ítio !I IHiS 852 13~ 7 084
77 Tbll os 3 911 315 Rfl a 511J
78 Tug(u i o :i 7HI 201i 84 5 ·1GO
25 Bana longa 15 381 1 617 246 13 518
79 Bana Longa 1!í 381 1 Gl'í 241i 13 ii18
26 llElO HORIZONTE 211 377 55 561 i 121 443 34 373
80 Belo Ilorizon(p 211 3Ti 55 5ol 121 443 :34 373
27. Belo Vale 12 389 1 711 320 10 358
81 Belo \'ale 5 134 9'15 •JS 4 111
82 C:ôco 1 031 124 !)() R:i7
83 l\I oecla 3 261 461 ~(i 2 70-l
84 Ran(ana do Paraopeha 2 96:3 151 12:1 2 686
198 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

28. Betim . 19 930 5 907 1 376 12 647


85. Betim. 10 838 2 469 304 8 065
86. Campanha 1 376 295 383 698
87. Contagem 3 462 907 260 2 295
88. Ibiritê . 1 452 546 302 604
89. Neves 2 802 1 690 127 985
29. Bias Fortes 12 840 1 324 218 11 298
90. Dias Fortes 5 423 673 86 4 664
91. Campolide 2 369 193 29 2 147
92. Ibitipoca 2372 243 100 2 029
93. Rosário 2 676 215 3 2 458

30. Bicas 9 191 2 933 1 911 4 347


94. Bicas 7 238 2 477 1 689 3 072
95 Pequeri . 1 953 456 222 1 275

31 Boa Esperança .. 23 924 4 829 852 18 243


96. Boa Esperança 11 815 3 017 514 8 284
97. Coqueiral 5 896 662 241 4 993
98. Ilicínia . 6 213 1 150 97 4 966

32. Bocaiúva 32 431 3 410 1 462 27 559


99. Bocaiúva 20 158 2 055 950 17 153
100. Barreiros. 4 464 431 303 3 730
101. Olhos d'Água 3 135 210 25 2 900
102. Santa Clara . 2 388 457 88 1 843
103. Ten·a Branca 2 286 257 96 1 933

33. Bom Despacho 22 166 4 227 2 261 15 678


104. Bom Despacho 16 257 3 621 1 956 10 680
105, Araújos. 3 136 271 120 2 745
106. Moema 2 773 335 185 2 253

34. Bom Jardim 7 022 1 280 140 5 602


107. Bom Jardim 5 088 1 140 128 3 820
108. Taboão .. 1 934 140 12 1 782

35. Bom Sucesso 21 160 4 765 2 060 14 335


109 Bom Sucesso 9 081 2 527 857 5 697
11 O. Ibi turuna 2 620 724 249 1 647
111. Macaia 2 724 296 360 2 068
112 São Tiago. 6 735 1 218 594 4 923
36. Bonfim 22 731 2 620 461 19 650
113 Bonfim 4 235 1 176 42 3 017
114. Campo Alegre 3 167 199 69 2 899
115. Dom Silvório do Bonfim 4 771 663 154 3954
116. Piedade dos Gerais 5 340 441 50 4 849
117. Hio Manso. 5 218 141 146 4 931
37. Borda da Mata ... 13 174 2173 939 10 062
118. Borda da Mata 9 045 1 946 817 6 282
119. Tocos do Mogi 4 129 227 122 3 780
38. Botelhos ... 12 322 2 410 735 9 177
120. Botelhos 9 783 1 918 559 7 306
121. Palmeiral 2 539 492 176 1 871
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 199

RECENSEAl\lENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---~----~~-------~

39. Brasília 55 846 3 700 819 51 321


122. Brasília . ... 14 495 1 355 341 12 799
123. Campo Redondo . 5 267 352 98 4 817
124. Fernão Dias . 4 716 389 73 4 254
125. lbiracatu .... 4 688 337 49 4 302
126. Santo Antônio da Boa Vista . 11 022 273 88 10 661
127 São João da Ponte 8 333 491 146 7 696
128. Ubaí 7 325 503 24 6 798

40. Brasópolis . 21 599 3 373 561 17 665


129 Brasópolis 13 230 2 641 534 10 055
130. Candelá1ia 2 655 282 18 2 355
131. Piranguinho 5 714 450 9 5 255

41 Brumadinho 10 836 1 511 272 9 053


132. Brumadinho .... 4 659 816 74 3 769
133. Aranha 1 468 236 66 1 166
134. Piedade do Paraor;eba 2 927 266 78 2 583
135. São José do Paraopeba 1 782 193 54 1 535

42. Bueno Brandão 9 831 956 230 8 645


136. Bueno Brandão. 9 831 956 230 8 645

43 Buenópolis 13 366 2 774 593 9 999


137. Buenópolis 3 634 1 204 393 2 037
138. Augusto de Lima 3 535 415 78 3 042
139 Curimataí 2 997 261 70 2 666
140 Joaquim Felício 3 200 894 52 2 254

44. Cabo Verde 14 482 1 906 392 12 184


141 Cabo Verde 14 482 1 906 392 12 184

45. Cachoeiras .. 10 313 794 338 9 181


142. Cachoeiras 7 301 660 275 6 426
143 Itaim 2 952 134 63 2 755

46. Cae!é 20 872 5 478 866 14 428


144 Caeté 6 420 4 159 527 1 734
145 Antônio dos Santos 1 447 40 7 1 400
146 Morro Vermelho ; 1 307 640 66 601
147. Penha ... 792 38 31 723
148. Roças Novas ... 1 759 106 124 1 529
149. Taquaraçu 4 884 444 46 4 394
150 Uni5o 4 203 51 65 4 147

47. Camanducaia 19 133 1 649 322 17 162


151. Camanducaia 15 202 1 281 129 13 792
152. Munhoz .. 3 931 368 193 3 370

48 Cambui ... 22 981 2 414 293 20 274


153 Cambuí 11 458 1 739 131 9 588
154 Bom Jesus do Córrego 6 241 391 91 5 759
155. Bom Retiro .. 5 282 284 71 4 927

49. Cambuquira 7 691 2 896 668 4 127


156. Cambuquira 7 691 2 896 668 4 127

50 Campanha 12 993 2 679 2 659 7 655


157. Campanha. 7 237 2 179 2 276 2 782
158 Ponte Alta 5 756 500 383 4 873
200 REVISTA BnASILEIHA Dos MuNICÍPIOs

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍliOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato auadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------ - - - - - - -
-----~-----------~---

51 Campeslre . 17 483 1 304


--- ------------

167
1- --------

16 012
159. Campestre 17 483 1 304 167 16 012

52. Campina Verde 18 844 1 475 440 16 929


160. Campina Verde 8 187 1 022 139 I 7 026
161 Santa Rosa 6 969 198 143 6 628
162. São Fl ancisco de Sales 3 688 255 158 3 275

53 Campo Belo 28 679 4 815 4 906 18 958


163 Campo Belo 1\J 050 3 592 3 502 11 956
164 Cristais 7 214 607 734 5 873
IG5. Santana do Jacaró 2 41r> 616 fi70 1 129

54 Campo Formoso 5 182 375 745 4 062


166. Campo Formoso 5 182 :m; 7·!5 '1 062
55 Campos Gerais 21 698 3 851 386 : 17 461
167 Campos Gerais 13 631 2 109 292 11 230
168 Campo do 1\ício 6 532 1 441 81 5 010
169 Cóll'cgo do Ow o 1 .'í35 301 13 1 221

56 Candeias 12 880 1 465 908 10 507


170 Can1ieias 12 880 1 465 goq 10 507
57 Capelinha 28 617 2 105 i 55 26 457
171 ~'apelinha 12 fí.'í~ 1 G46 G 10 YOG
172 Agua Boa 16 059 459 ·Hl 15 551
58 Capetinga 6 449 1 134 171 5 144
173 Canetinga 4 3()6 U2,q 79 3 35\1
174 Cnianazes 2 of;3 2()() 92 1 78C.
59 Caramlai 16 G22 2 226 i 237 14 459
175 Carandaí. 8 O.J7 1 nGs 1 188 G 791
176 Olhos d'Agua '1 !108 771i i ~l 1 3 701
177 CmanaílJa 4 :lG7 382 lfl 1 3 967
60 Carangola 46 166 9 969 3C!J I 34 889
178 Carangola 20 247 7 773 985 ! 11 489
17!l AI voraria 8 S70 314 8 556
180 Fmia Lemos G 380 1 312 7ií '1 993
181. Silo F1 ancisco do Glrí1 ia 10 G69 248 9 851
570 I
61 Caratinga 66 696 5 135 I 3 501 58 010
182 C'm at.inga 19 021 2 1316 2 17ii 14 230
183 Bom .Jesus do Galho 19 ü3fl 1 Uií!l (i.32 17 948
184 Entre Fôlhas 10 Oll7 J22 332 9 :)43
185 Imbé 3 :iOii 24f\ Jllf, 3 154
18f\ Santo Antônio do i\lanhuaçu 8 7!17 1!lli \li s 510
187. Fbapman~a 5Ci'3fi (j.lfi 11iG 4 825
62 Carlos Chagas' 29 431 2 179 I 991 26 261
188 Carlos Chagas 11 347 1 347 ; 30--1- 96%
189 Indiana 7 508 423 . li~2 6 403
190 J're~ir!ente Pena 10 576 40\l [) lO 162
63 Cal mo da Cachoeira 8 638 753 830 7 055
Hll Cmmo da Cachoeila 7 339 581 5ó9 G 199
HJ2 São Ben(o 1 299 172 271 Siíli
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 201

RECENSEAJUEN'l'O GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setemb1•o de 1940)
População de fato, seg-undo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
~--------~ - ----------- --- - ----- --------- ---- - - - - - - - - - - ---- ---

64 Carmo da Mata 9 327 1 958 1 156 6 213


193. Carmo da l\Iata y 327 1 958 1 rsr, 6 213

65 Carmo do Paranaíba 21 888 1 541 1 458 18 889


194 Carmo do Pm anaíba 14 380 1 541 1 458 11 390
195 Quintinos"' 7 499 7 499

66 Carmo do Rio Claro 22 992 4 379 1 311 17 302


196 Calmo do Hio Clal o 13 402 2422 Ti! lU 209
197 Conceição da 1\ pm ecida 7 74.'í 1 617 4~10 5 638
198 Itaci 1 84.5 340 50 1 '!55

67 Cássia 1o 947 2 391 1í1 7 445


199 Cássia 10 947 2 391 1 111 7 41tJ

68 Cataguazes 29 134 9 353 1 885 17 891


200 Cataguazes 14 615 7 490 1 482 5 643
201. Cataguarino 2 564 m 70 :l 321
202 Itamarati 3067 41l 2 fi56
203. Santana de Cataguazes 4 174 620 333 3 221
20,! Sereno 2 5fi8 233 2 335
205. Vista Alegre 2 14G 431 1 715
69 Caxambu 6 827 5 110 756 961
206 Caxamlm 6 827 5 110 75G 961
70 Cláudio 11 738 1 804 609 9 325
207. Cláudio 8 000 1 50.'í 529 5 975
208 Hamemh<' 3 729 2DU 80 3 3:i0
71 Conceição 42 839 5 904 1 482 35 453
20U. Conceição 8 SliO 2 765 211 j 884
210. Bwjaúha 3 0011 2:)5 \l\J a 252
211. C'ongonhas do :\oi lc 2 !í4(i 313 81 2 14V
212 Cón egos 2 100 252 2S 1 820
:2: j Costa Sena 2 880 2!11 2 :3S9
214 Fechados 3 371 H li? 3 230
215 Itamhé 4 152 212 12·1 :l 816
210 J\Iorro do J'ilm •1 00,1 (i70 22\J 3 I \15
217 PassalJ,;m 2 231 310 49 I 872
218 Santo Antôuio elo :\o r te 1 (i1'l 131 Hi\1 1 313
219. Santo Antônio do Rio Abaixo 3 081 31!1 !'li ~ ii711
220 São Sebastião do Hio l'10to 4 2/ii 31 ~l 2111i 3 757
72 Conreição das Alagoas 11 502 738 1 211 9 493
221 C:onccição das Alagoas 9 742 40S 9:l2 ' s 312
222 Domados 1 7GO 210 ! 33U 1 181
73. Conceição do Rio Verde 6 IG3 2 2QO · 284 4 189
223 Concei,:ão elo l{io \'cHie G 7fi3 2 2!1(1 2:H 4 1S\l
14 Congonhas do Gampo 5572 2 837 252 2 483
224 Congonhas do Campo 5 OI~ 2 611 220 2 182
225. Lobo Leite 5S9 221i 32 301
75 Conquista 13 169 2 534 717 9 918
226 (~onquista 6 675 1 977 512 4 186
227 Guaxima 2 000 2'2!1 \!4 1 677
228. Jubaí 4 '1H± ~28 111 4 055
202 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setemb•·o de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---------------------- ------------------------
76. Conselheiro Lafaiete ... 42 859 15 629 2 670 24 560
229. Conselheiro Lafaiete. . 21 898 12 788 1 564 7 546
230. Alto Maranhão ... 1 647 314 173 1 160
231 Catas Altas da Noruega 2 835 637 42 2 156
232. Cristiano Otoni. 2 580 466 230 1 884
233. Itaverava 6 140 395 471 5 274
234. Morro do Chapéu 4 745 699 59 3 987
235 Santo Amaro 3 014 330 131 2 553

77 Conselheiro Pena• .. 46 329 3 366 1 347 41 616


236 Conselheiro Pena 7 944 1 396 597 5 951
237. Aldeia 9 424 263 238 8 923
238 Barra do Cuieté 3 643 755 264 2 624
239 Bom Jesus do Mantena
240. Floresta . 5 208 166 103 4 939
241. Penha do Norte 8 682 384 34 8 264
242. São Tomé 11 428 402 111 10 915

78 Coração de Jesus 31 440 2 993 234 28 213


243 Cm ação de Jesus 23 366 1 671 202 21 493
244 Ibiai . 2 910 264 20 2 626
245. J equi taí . 5 164 1 058 12 4 094

79. Cordisburgo . . 17 158 1 318 1 263 14 577


246. Cordisburgo 2 601 582 732 1 287
247. Lagoa 5 704 267 277 5 160
2·18. 'Il aíras 8 853 469 254 8 130
80 Corinlo 22 737 6 711 814 15 212
249. Cminto 11 695 4 387 660 6 648
250 Andrequicé 3 661 248 14 3 399
251 Contria 2 547 521 18 2 008
252 Nossa Senhora da Glória 2 561 583 17 1 961
253 Santo Hipólito 2 273 972 105 1 196

81. Coromandel 20 719 2 273 603 17 903


254 Coromandel 14 503 1 470 483 12 550
255 Abadia dos Dourados 6 276 803 120 5 353
82 Cristino ... 11 678 2 142 319 9217
256. Cristina .. 11 678 2 142 319 9 217
83 Curvelo 44 855 7 138 5 285 32 432
257. Curvelo 12 028 3 857 4 052 4 119
258. Almas 3 789 394 208 3 187
259. Ipiranga 4 317 1 133 279 2 905
260. Morro da Garça . 3 121 276 375 2 470
261. Paraúna 6 158 239 65 5 854
~6?.. Piedade do Bagre 7 686 889 86 6 711
263 Santa Rita do Cedro 3 711 185 43 3 483
264. Silva Jardim. 4 045 165 177 3 703

84 Delfim Moreira 10 073 626 315 9 132


265. Delfim Moreira 10 073 626 315 9 132

85 Delfinópolis . 12 199 1 866 1 958 8 375


266. Delfinópolis 4 294 815 820 2 659
267. Babilônia . .. 2 797 99 426 2272
268. São João Batista do Glória 5 108 952 712 3 444
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 203

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----------~~~----- - - - - --~-~- - - - - - - - 1 - - - - - -

86. Diamantina 49 540 11 395 6 700 31 445


269 Diamantina 10 254 6 227 3 436 591
270. Campinas 3 243 156 29 3 058
271. Conselheiro Mata .. 4 789 108 215 4 466
272. Couto de Magalhães 1 273 511 196 566
273. Datas . . 3 046 735 354 1 957
274. Extração 1 517 524 43 950
275. Felisberto Caldeira 4 707 300 318 4 089
276. Gouveia 6 809 412 1 078 5 319
277. Guinda 1 521 170 166 1 185
278 Inhaí 986 329 259 398
279 Mendanha . . 609 497 63 49
280 Mercês de Diamantina 6 241 329 56 5 856
281. São João da Chapada 3 100 796 280 2 024
282. Tijucal 1 445 301 207 937

87. Divino 21 273 1 980 160 19 133


283. Divino 16 732 1 730 148 14 854
284 Arrozal 4 541 250 12 4 279

88. Divinópolis 23 416 6 439 3 450 13 527


285 Divinópolis :: 17 217 6 300 3 293 7 624
286 Santo Antônio dos Campos 6 199 139 157 5 903

89. Divisa Nova 5 083 675 603 3 805


287 Divisa Nova 5 083 675 603 3 805

90. Dom Joaquim 18 765 2 916 997 14 852


288. Dom Joaquim 6 280 1 710 275 4 295
289 Gororós 1 752 205 37 1 510
290 Senhora do Pôrto 7 472 685 478 6 309
291. Viamão 3 261 316 207 2 738

91 Dom Silvério 14 639 3 614 51 10 974


292. Dom Silvério 4 676 2 210 2 466
293 Rio Doce 4 258 1 027 3 231
294. Sem Peixe 5 705 377 51 5 277
92. Dores de Campos 5 975 3 219 440 2 316
295 Dores de Campos 3 814 1 972 261 1 581
296 Barroso 2 161 1 247 179 735

93 Dores do Indaiá 24 569 3 318 3 786 17 465


297. Dores do In dai á 13 041 2 477 2 900 7 664
298 Estrêla do Indaiá 6 924 420 457 6 047
299 Quartel Geral 4 604 421 429 3 754
94 Elói Mendes . 14 356 2 602 116 11 638
300 Elói Mendes 14 356 2 602 1Hi 11 638
95 Erval 19 037 2 092 344 16 601
301. Erva! 13 891 1 684 272 11 935
302. Araporanga 5 146 408 72 4 666

96. Espera Feliz .. 17 395 2 995 57 14 343


303. Espera Feliz 7 902 1 710 57 6 135
304. Caiana .. 4 457 557 3 900
305 Caparaó 5 036 728 4 308
204 REVISTA BnASILEIRA DOS :MuNICÍPIOS

RECI,NSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de

-----------~~-~ ~-- ~ ~~ ~ ~--,:~-- --~~;__!_~~~~~- -~~~--


97. Espinosa 13 919 1 081 994 11 844
306 Espinosa 6 978 848 155 5 975
307 Itamirim 2 016 66 91 1 859
308 Illamonas 4 925 167 748 4 010

98. Estrêla do Sul 17 531 1 825 842 14 854


309. Estzêla do Sul 7 818 872 674 6272
310 Cascalho Rieo 5 353 637 111 4 605
311. Grupiara 4 360 3li\ 57 3 987

99 Extrema 12 174 1 030 145 10 999


312. Extrema 7 523 634 112 6. 777
313 Toledo 4 651 396 33 4 222

100 Fenos 25 247 2 085 902 I 22 260


314 Ferros 8 778 1 335 341 7 102
315 Cubas 3 292 162 118 3 012
316 Ferrei! os 2 651 191 157 2 300
31'7 Itauninha 3 343 42 69 3 232
318 Santa Rita do Rio do Peixe 2 929 99 45 2 785
319 Sete Cachoeiras 4 254 253 172 3 829

101 Formiga 36 100 9 302 1 756 25 042


320 Formiga 28 836 7 509 1 501 19 826
321. Pains 7 264 1 793 255 5 216
102. Fortaleza 17 650 3 573 1 309 12 768
322 Foz taleza 11 492 2 933 994 7 .~65
323. Cachoeira do l'ageú 6 158 640 315 5 203

103 Francisco Sá 23 41 g 156 221 22 042


324. Francisco flü 23 419 15fi 221 22 0+2

104 Francisco Sales 9 974 1 754 687 7 533


32.'í Fz ancisco Sales 3 587 1 073 28!) 2 225
326 Andradina 2 417 412 328 1 677
327 Carrancas 3 970 269 70 3 631

105 Frutal 23 045 2 167 1 473 19 405


328 Fzntal 12 292 1 188 918 10 186
329 Comenclador Gomes 3 473 2li3 188 3 022
330 Esplanada 1 lí59 30!) 179 1 071
331 Lajeado 5 721 407 188 5 126
106 Gimirim 14 875 2 426 187 12 262
332 Gimil'im 12 98\l 2 241 ]()~ I 10 586
333 Paiolinho 1 886 18:i 25 I 1 G7ü
107 Glória 17 331 1 811 265 15 255
334 Ulória 13 881 1 H2 265 11 841
335 Santo Antônio do Glól ia 3 480 G\J 3 411
108 Gove1 na dor Valadares 38 340 6 516 660 31 164
336. Govmnador Valadares 22 53ii 5 249 485 lG 802
337 Brojaubinha 7 070 219 68 fi 783
338 Chonim 3 JG7 399 23 2 745
339 )/aqne 2 681 93 4!i 2 543
340 Silo Félix 2 886 556 39 2 291
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 205

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os l\'IunicÍ}Jios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

109 Grão Mogol 30 172 1 173 243 28 756


341. Grão Mogol 12 880 688 158 12 034
342. Cristália 7 819 176 41 7 602
343. Itacambira 7 534 209 39 7 286
344 Santo André 1 939 100 5 1 834

110 Guanhães 41 149 4 339 866 35 944


345 Guanhães 9 600 2 064 381 7 155
346. Bratinas de Guanhães 7 716 406 37 7 273
347 Dores de Guanhãcs 7 014 351 272 6 391
348 Farias .3 425 191 58 3 176
349 J equitibá de Guanhães 5 657 417 83 5 157
350 Sapucaia de Guanhães 2 169 397 1 772
351. Travessão 5 568 513 35 5 020

111 Guapé 19 801 2872 400 16 529


352. Guapó 9 848 1 399 249 8 ?00
353 Araúna 1 861 263 50 1 548
354. Capitólio 8 092 1 210 101 6 781

112 Guaranésia 20 521 4 839 284 15 398


355 Gum anrsia 16 510 4277 176 12 057
356 São Ped10 da União 4 011 562 108 3 341

113 Guarani . 9 379 1 871 371 7 137


357 Guarani 9 379 1 871 371 7 137

114. G11arará 6 393 1 182 193 5 018


358 Guarará 3 458 873 152 2 433
359 Maripá 2 935 309 41 2 585

115 Guaxu~é 18 857 a 348 215 10 294


360 Guaxupó 18 857 8 348 215 10 294

116 Guia lopes 12 726 1 011 195 11 520


361 Guia Lopes 7 935 U03 183 6 849
362 Serra da Canastra 4 791 108 12 4 671

117. Guiricema 17 219 1 074 1 033 15 112


363. Guiricema 8 08G 641 1 033 26 412
364. Tuiutinga 5 434 250 5 184
365 Vilas-Boas 3 699 183 3 516

118 !biã 19 151 4 277 1717 13 157


366 Ibiá 8 185 :J 691 ] 338 4 156
367 Argcnita 3 059 236 136 2 687
368 Campos Altos 2 636 763 6 1 867
3il0 l'lat.inha 2 961 ,127 211 2 323
370 To bati 2310 1fl0 26 2 124

119 lbiraci 14 035 2 006 1 172 1o 857


371 Ibiraci 7 205 l 233 774 5 1\)9
372 Garimpo das Canoas 6 829 773 398 5 658

120 lndianópolis 4 904 646 166 4 092


.373. Indianópulis 4 904 646 166 4 092
206 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNicfPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburtano rural
---
121 lnhapim 42 173 1 073 1 211 39 889
374. Inhapim 22 941 720 729 21 492
375. Novo Horizonte 4 249 79 111 4 059
376. Santo Estêvão 11 796 197 254 11 345
377. Veadinho 3 187 77 117 2 993

122 lpanema 35 796 2 338 515 32 943


378. Ipanema 18 495 1 734 231 16 530
379 Passagem 5 746 195 106 5 445
380. Pocrane 7 827 175 75 7 577
381 Taparuba 3 728 234 103 3 391

123. ltabira 28 803 4 200 2 054 22 549


382 Itabira 11 492 2 943 1 742 6 807
383. Aliança 5 430 260 157 5 013
384 Santa Maria de Itabira 6 717 797 125 5 795
385 Senhora do Carmo . 5 164 200 30 4 934

124 ltabirito to 199 5 147 296 4 756


386. Itabirito 6 846 4 698 220 1 928
387. E ação 1 367 293 - 1 074
388. Rio das Pedras 1 092 133 52 907
389 São Gonçalo do ]\,fonte 894 23 24 847

125 ltajubá 33 004 3 244 11 948 17 812


390. Jtajubá 27 017 3 060 11 644 12 313
391. Pilanguçu 5 987 184 304 5 499

126 ltamarandiba 27 377 2 504 928 23 945


392 Itamarandiba 11 376 1 416 444 9 516
393. Barreiras 5 884 526 221 5 137
394 Lorena 5 010 418 129 4 463
395. Penha de França 5 107 144 134 4 829

127. ltambacuri* 51 685 3 111 731 47 843


396. Itambacuri 8 004 1 700 608 5 696
397 Frei Gaspar 7 273 232 45 6 996
398. Frei Serafim 7 673 249 12 7 412
399. Igreja Nova 7 430 287 15 7 128
400 São Fidélis 8 977 358 36 8 583
401 São Pe(ilo 12 328 285 1b 12 028

128. ltamonte 10 056 1 039 170 8 847


402. Itamonte 7 238 754 141 6 343
403. Alagoa 2 818 285 29 2 504

129 ftannantlu 6 280 2 511 149 3 620


404. Itanhandn 6 280 2 511 149 3 620

130 ltapecerica 34 953 3 788 2 596 28 569


405. Itapecerica 14 183 2 476 1 743 9964
406. Camacho 4 586 203 200 4 183
407. Marilândia 3 787 369 492 2 926
408 Pedra do Indaiá 5 887 587 99 5 201
409. São Sebastião do Curral 6510 153 62 6 295
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 207

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(t.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distdtos,
e res}Jectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-- --------~~~----- ----~~ ------------- -~~---

131 ltaúna 33 002 4 368 3 394 25 240


410. Itaúna 14 882 3 084 1 951 9 847
411. Carmo do Cajuru 6 632 553 696 5 383
412. Itaguara 6 572 461 499 5 612
413. Itatiaiuçu 4 916 270 248 4 398
132. ltuiutaba 35 052 1 536 2 820 30 696
414. Ituiutaba 26 449 1 424 2 578 22 447
415. Santa Vitó1ia 8 603 112 242 8 249
133 Jaboticatubas 24 874 1 330 512 23 032
416 J aboticatubas 11 976 735 283 lO 958
417 Balrlim 9 254 475 197 8 582
418. Riacho Fundo 3 644 120 32 3 492
134 Jacuí 10 900 1 133 461 9 306
419. Jacuí 7 717 711 188 6 818
420. Santa Cruz das Areias 3 183 422 273 2 488
135 Jacutinga 17 803 3 225 498 14 080
421. J acutinga 14 908 2 914 444 11 550
422. Albertina 2 895 311 54 2 530
136. Januária 44 664 7 252 1 052 36 360
423. Januária . 13664 5 290 457 7 917
424. Brejo do Amparo 9841 548 74 9 219
425. Cônego Marinho . 7087 50 110 6 927
426. Itacarambi 3157 669 227 2 261
427. Levinópolis 5428 95 89 5 244
428 Missões 3493 220 95 3 178
429. Pedras de Maria da Cruz 1 994 380 1 614
137. J equeri 20 639 2 195 697 17 747
430 Jeqümi 8 343 1 494 369 6 480
431. Grota . 3 883 308 115 3 460
432 Piscamba 4 427 200 177 4 050
433 São Vicente do Grama 3 986 193 36 3 757
138. Jequitinhonha 37 223 5 854 1 800 29 569
434. Jequitinhonha 11 006 2 273 1 339 7 394
435. Barracão 9 134 693 97 8 344
436. Felizburgo 4 601 451 18 4 132
437. Joaima 8 819 1 960 291 6 568
438 São Pedro do Jequitinhonha 3 G63 477 55 3 131
139. João Pinheiro 12 213 1 293 146 10 774
439 João Pinheil o 6 895 948 105 5 842
440. Canabrava 1 401 118 1 283
441. Catinga 1 398 163 41 1 194
442. Veredas 2 519 64 2 455
140. João Ribeiro 21 460 2 841 2 075 16 544
443 João Ribeiro 5 861 1 200 766 3 898
444 Camapuã 2 428 546 139 1 743
445. Destên·o de Entre Rios 3 303 361 107 2 835
446 Lagoinha 2 920 77 198 2 645
447. 8ão Braz do Suaçuí 2 317 448 805 1 064
448. São Sebastião do Gil 3 045 119 22 2 904
449 Serra do Camapuã ... 1 583 90 38 ' 1 455
208 REVISTA BnASILEIHA Dos MuNICÍPIOs

RECENSEAMENTO GERAL DO BUASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição 11ela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro I Quadro Quadro
urbano suburbano rural
~~--~--~---------------- -~----- ---------------------

141. Juiz de Fora 104 172 66 721 6 816 30 635


450. Juiz de Fora 81 325 64 626 6 223 lO 476
45I Chácara 3 711 445 23 3 243
452. Paula Lima 4 197 319 136 3 742
453. Pôrto das Flores 1 151 277 25 849
454 São Francisco de Paula . 5 562 326 212 5 024
455 Sarandi 2 841 173 14 2 654
456 Três Ilhas . 2 416 286 35 2 09.'í
457 Vargcm Grande . 2 969 269 148 2 552

142 Lagoa da Prata 6 044 1 427 762 3 855


458 Lagoa da Pwta 6 044 I 427 762 3 855
143 Lagoa Dourada 9 257 1 768 739 6 750
459 Lagoa Domada 7 234 1 382 572 5 280
460 Casa Grande 2 023 386 I67 I 470

144 Lagoa Santa 6 838 2 515 152 4 171


461 Lagoa Santa 6 838 2 515 I 52 4 171
145 Lajinha: 22 813 1 160 201 21 452
462 Lajinha 14 070 770 163 13 137
463 Chalé. 8 743 390 38 8 315

146. Lambari 11 954 5 209 229 6 516


464 Lambari 11 954 5 209 229 6 516
147 Laranjal 6 806 656 49 6 101
465 Lm anjal 5 606 547 49 5 010
466. São João da Sa pu caia 1 200 109 1 091
148 lavras 42 187 6 247 10 244 25 696
467 Lavras 23 211 4 851 6 224 12 136
468. Ijaci 3 193 90 379 2 724
469. Ingaí 2 078 51 256 1 771
470 Itumirim 3 437 352 4ô1 2 624
471 Itutinga 2 796 198 319 2 279
472 Luminálias 3 993 196 4Hi 3 381
473 Ribeirão Vermelho 3 479 509 2 189 781
149 Leopoldina 40 710 8 190 2 195 30 325
474 Leopoldina 14 861 5 949 1 312 7 600
475 Argiri ta 4 904 369 316 4 219
476 rampa Limpo 2 763 239 2 524
477. Piacatuba 5 123 565 119 4 439
478 Providôncia 5 43•1 402 128 4 904
470 Santa Isabel 3 703 238 130 3 335
480 Tehas 3 922 428 190 3 304
150 Liberdade 15 514 1 178 665 13 671
481. Liberdade 6 988 ,103 624 5 961
482. Bocaina ií 039 399 26 4 614
'183 Passa Vinte 3 487 37G 15 3 096
151 Lima Duarte 19 078 2 938 939 15 201
•184 I,ima Duarte g 383 1 909 591 6 880
485 Conceição tia Ibitipoca 1 791 167 118 1 fl06
486. Olmia 2 321 180 133 2 008
487. Pedro Teixeira 1 906 217 23 1 ()()6
•188 Santana de Gurambéu 1 401 148 48 1 295
'189. São Domingos da Bocaina 2 186 317 23 1 846
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 209

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---~-------------- ------- ~---~-- - - - - - - ---------
152. Luz 19 866 2 599 1 504 15 763
490. Luz 10 958 1 742 1 083 8 133
491. Córrego Danta 6 707 559 178 5 970
492. Esteios 2 201 298 243 1 660
153 Machado 22 892 3 859 2 379 16 654
493 Machado 18 804 3 488 2 010 13 306
494. Cana do Reino 2 252 195 224 1 833
495 Douradinho 1 836 176 145 1 515

154 Malacacheta 36 260 2 218 149 33 893


496 Malacacheta . 18 435 1 516 64 16 855
497 Novilhona 5 507 94 28 5 385
498 Setubinha 7 470 370 22 7 078
499 T1indade 4 848 238 35 4 575

155 Manga 18 541 2 262 399 15 880


500 l'vianga 3 588 1 055 143 2 390
501. Inhumas 7 241 250 126 6 865
502 Matias Cardoso 2 408 617 26 1 765
503 São Sebastião dos Poçõee 5 304 340 104 4 860

156 Manhuaçu 50 327 6 716 996 42 615


504 Manhuaçu 16 789 4 300 794 11 695
505 Alegria 4 211 333 - 3 878
.'506 Luisburgo 4 221 448 - 3773
507 Santana do Manhuaçu 8 524 315 63 8 146
508 São João do Manhuaçu 3 772 266 - 3 506
509 Rão Sebastião do Sacramento 5 399 324 139 4 936
510 São Simão 7 411 730 - 6 681

157 Manhumirim 27 501 5 923 172 21 406


511. Manhumirim 14 629 4 412 60 10 157
512 Durandé 6 154 249 3 5 902
513 Presidente Soares 6 718 1 262 109 5 347
158. Mar de Espanha 19 861 3 374 639 15 848
514. Mar de Espanha 7 540 2 320 226 4 994
515 Chiador 4 008 175 127 3 706
516 Engenho Novo 907 107 27 773
517 Monte Verde 3 208 249 73 2 886
518 Penha Longa 1 957 330 151 1 476
519 Saudade 2 241 193 35 2 013
159 Maria da Fé 8 096 938 814 6 344
520 Maria da Fé 8 096 938 814 6 344
160 Mariana 31 020 8 944 4 027 18 049
521. Mmiana . 6 596 3 757 I 467 1 372
522 Araiaca 2 860 905 324 1 631
523 Cachoeira do Brumado 2 456 540 239 1 677
524 Camargos 788 2!!í -- 573
525 Cláudio :rvianuel 2 589 286 269 2 034
526 Diogo de Vasconcelos 5 197 493 - 4 704
527 Furquim 4 110 444 426 3 240
528 Mainart 1 449 267 161 1 021
529 Passagem de Mariana 2 528 1 298 1 016 214
530 Santa Rita Durão 695 250 19 426
531. São Caetano 1 752 489 106 1 157

REM -14
210 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--~~-

161. Martinho Campos 9 124 577 1 230 7317


532 Martinho Campos 9 124 577 1 230 7 317

162. Mateus Leme ........ 11 165 1 321 420 9 424


533. Mateus Leme . . . ... .. 4 953 785 138 4 030
534. Iga1apé 3 845 418 145 3 282
535. Smra Azul 2 367 118 137 2 112

163 Matias Barbosa .. 12 005 1 763 1 094 9 148


536. Matias Barbosa 5 090 1 273 658 3 159
537 Santana do Deserto 3 506 150 128 3 228
538. São Pedro de Alcântara 3 409 340 308 2 761

164 Matipó 19 567 2 721 487 16 359


539 Matipó 8 112 1 360 308 6 444
540 Santa Helena 5 007 618 51 4 338
541. Santa Marga1 ida .. 6 448 743 128 5 577

165 Medina .. 22 405 2 064 901 19 440


542 Medina 9 487 885 694 7 908
543 Comercinho 8 124 850 93 7 181
544. Itaobim 4 794 329 114 4 351

166 Mercês 13 925 1 704 628 11 593


545. Mercês 13 925 1 704 628 11 593

67. Mesquita ... 21 750 1 703 284 19 763


546 Mesquita 10 514 826 57 9 631
547 Joanésia
····· 5 880 58~ 168 5 129
548 Santana do Paraíso 5 356 29:1 59 5 003

68 Minas Novas 54 492 3 256 730 50 506


549. Minas No v as 12 45lJ 1 014 327 11 109
550 Berilo .. 10 377 290 145 9 942
551 Caiçma 2 117 116 29 1 972
552 Chapada g 028 6?4 7 8 397
553 Sucuriú 8 582 275 132 8 175
55'1. Tmmalina ... 6 137 824 82 5 231
555 Ve1edinha 5 801 113 8 5 680

69 Miraí 16 580 2 425 776 13 379


556 Miraí 9 160 2 161 656 6 343
557 Dores da Vitória 7 420 264 120 7 036

70 Monte Alegre .. 16 193 1 795 1 272 13 126


558. Monte Alegre 13 083 1 028 907 11 148
559 Canápolis 3 110 767 365 1 978

71 Monte Azul 15 148 1 893 407 12 848


560 Monte Azul .. . .. 7 010 932 238 5 840
561. Gamelcilas 3 224 67 30 3 127
562 Mato Verde 3 519 866 121 2 532
563. São João do Bonito 1 395 28 18 1 349

72 Monte Belo .. 13 874 1 418 694 11 762


564. I\ionte Belo 8 718 800 495 7 423
565. Tuiuti ... ... . . ... 5 156 618 199 4 339
EsTATisTrcA MuNICIPAL 211

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quad1o Quadro
urbano suburbano rural
--------------~--- - - - - - -------------1-----
173. Monte Carmelo 21 973 3 269 1 363 17 341
566 Monte Carmelo . 12 007 2 000 790 9 217
567. Doradoquara 3 723 466 135 3 122
568. Itaí 3 873 226 80 3 567
569. Romaria 2 370 577 358 1 435
174. Monte Santo . 20 714 3 463 850 16 401
570. J:vlonte Santo 20 714 3 463 850 16 401
175. Monte Sião 11 215 1 012 78 10 125
571. Monte Sião 11 215 1 012 78 10 125
176 Montes Claros . 61 532 7 807 7 509 46 216
572. Montes Claros 29 082 6 507 7 261 15 31<1
573 Dela Vista 19 941 520 84 19 337
574 JuramoLto 7 896 420 125 7 351
575. III orrinbos 4 613 360 39 4 214
177 Muriaé 48 547 9 284 3 955 35 308
576. liiuriaó 19 075 6 017 3 154 9 904-
57'7. Boa Família . 4 892 269 297 4 326
578. Bom Jesus da Cachoeila Aleg1e 2 736 180 2 556
579. ltamuri 4 640 480 71 4 089
580. Patrocínio do Mmiaé 7 008 1 794 368 4 846
581. Pi1 apanema 4 260 143 45 4 072
582. Rosário da Limeila 5 936 401 20 5 515
178 IVIutum 32 379 2 393 503 29 483
583. l\Iutum 16 9!9 1 918 135 14 866
584 Centenálio 4 292 185 70 4 037
585 Humaitá 2 805 90 40 2 666
586 Ocidente 4 118 80 160 3 878
587. Roseira! 4 245 120 89 4 036
179 Muzambinho 24 862 4 695 248 19 919
588 M ur.ambinho 17 994 4 3!5 246 13 433
589. Juruma 6 868 380 2 6 486
180. Nepomuceno . 18 559 3 102 15 457
590 Nepomuceno 18 559 3 102 15 457
181. Nova l.ima 29 714 15 203 6 634 7877
591 Nova Lima 21 713 13 499 2 822 5 392
592 Raposos 4 500 1 059 3 091 350
5U3 Rio Acima 3 50! 645 721 2 135
182. Nova Ponte 7 077 836 506 5 735
594 Nova Ponte 7 077 836 506 5 735
183 Nova Resende 13 407 1 514 441 11 452
595 Nova Ile~ende 10 321 1 330 315 8 676
596. Bom Jesus da Penha 3 C86 184 126 2 776
184. Oliveira 29 688 5 796 4 272 19 620
597. Oliveira 12 807 3 150 3 480 G 177
598 .Japão 9 079 1 586 133 7 360
599 São Francisco de O liveiJ a 5 29.5 615 566 4 114
600. São João Batista 2 507 4.45 93 1 969
212 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNicÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------ - - - - - - - - ----------- - - - - - - - - - - - - -

185. Ouro Fino 30 478 5 653 1 780 23 045


601. Ouro Fino 26 755 5 474 1 675 19 606
602. Crisólia 3 723 179 105 3 439

186 Ouro Prêto 27 890 12 543 2 115 13 232


603. Ouro Prêto 11 193 8 350 469 2 374
604. Amarante 1 223 404 143 676
605. Antônio Pereira 685 340 83 262
606. Cachoeira do Campo 2 433 975 459 999
607. Casa B1anca 952 451 319 182
608 Omo Branco 2 749 625 151 1 973
609. Santa Rita de Ouro Prêto 3 640 242 201 3 197
610. Santo Antônio do Leite 1 307 575 123 609
611 São Bartolomeu 1 514 223 45 1 246
612. São .Julião 2 194 358 122 1 714

187. Palma 21 694 3788 690 17 216


613 Palma 6 222 1 546 447 4 229
614. Cachoeira Alegre 5 436 506 10 4 920
615. Cisneiros .. 2 580 631 43 1 906
616 Itapiruçu 3 610 267 24 3 319
617. Morro Alto. 3 846 838 166 2 842

188 Paracatu 40 936 4 554 814 35 568


618. Paracatu 15 868 3 632 655 11 581
619. Garapuava 3 119 9 4 3 106
620 Guarda-Mor 5 336 113 14 5 209
621. Lajes 2 642 108 31 2 503
622. Una[ 11 932 540 91 11 301
623 Vazante . 2 039 152 19 1 868

189 Parã de Minas 33 169 3 859 6 650 22 660


624 Pará de Minas 15 227 2 794 3 916 8 517
625. Florestal .. 4 115 251 725 3 139
626. Igaratinga . 5 581 182 454 4 945
627. São Gonçalo do Pará 5 623 436 1 246 3 941
628. São .J osó da Varginha 2 623 196 309 2 118
190 Paraguaçu . 13 602 2 907 480 10 207
629. Paraguaçu 8 252 1 975 359 5 918
630. Fama 3 985 779 105 3 101
631. Para mirim 1 365 153 24 1 188
191 Paraisópolis 24 945 5 422 1 070 18 453
632 Paraisópo!is 10 779 3 677 865 6 237
633. Capivari 3 994 593 - 3 401
634. Conceição dos Ouros 5 457 746 205 4 506
635 Gonçalves 4 715 406 - 4 309
192 Paraopeba 10 411 1 302 2 148 6 961
636. Paraopeba 8 851 883 2 024 5 944
637 Araçá . 1 560 419 124 1 017
193 Parreiras 24 046 4 135 1 234 18 677
638 Parreiras 10 312 2 186 550 7 576
639. Ibitiura 3 454 611 338 2 505
640. Ipuiur a ... 3 235 518 68 2 649
641. Santa Rita de Caldas 7 045 820 278 5 947
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 213
-----------------------------

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
falo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

194. Passa Quatro 8 709 3 061 895 4 752


642. Passa Quatro 8 709 3 061 896 4 752

195 Passa Tempo 13 371 1 801 987 10 583


643. Passa Tempo 6 972 1 260 663 5 049
644 Rio do Peixe 6 399 541 324 5 534

1S6 Passos 29 554 4 656 6 680 18 218


645 Passos 29 554 4 656 6 680 18 218

197 Patos 53 233 7 578 2 405 43 250


616 Patos 23 104 5 597 1 346 16 161
647 Lagoa Formosa 11 993 622 355 11 016
648 Chumbo 10 562 111 249 10 202
649. Guimarães 2 656 578 160 1 918
650 Santana de Patos 4 918 670 295 ! 3 953

198 Patrocínio 29 098 4 160 3 356 21 582


651 Patrocínio 16 852 3 500 2 578 10 774
652. Cruzeiro da Fortaleza 4 277 261 307 3 709
653 Falhados 5 392 148 198 5 046
654 Swa do Salitre 2577 251 273 2 053

199 Peçanha 61 236 5 165 1 527 54 544


655 Peçanha 13 562 1 879 499 11 184
656 Coroac·i 8 524 1 316 32 7 176
657 Fôlha Larga 6 588 391 6 197
658 Ramalhete 12 612 485 444 11 683
659 Santa Teresa do Bonito 2 844 212 280 2 352
660 São José do Jacuri 11 233 359 272 10 602
661 São Pedt o do Suaçuí 5 873 523 5 350

200 Pedra Branca 12 682 1 902 233 10 547


662 Pedra Branca 8 993 1 07() 233 7 684
663 São José do Alegre. 3 689 826 2 863

201. Pedro Leopoldo 17 821 7 336 1 321 9 164


66,1 Pedro Leopoldo 6 131 2 \!78 358 2 795
665 Capim Branco 2 655 700 77 1 878
666 l'viatozinhos 4 645 1 520 413 2 712
667 l'rudente de J\Iorais 1 445 58,1 76 1 785
668 Sumidouro 1 537 1 050 307 180
669 Vera Cruz 1 408 504 90 814

202 Pequí 7 960 1 519 ' 704 5 737


670 l'equi 3 397 1 058 169 2 170
671 Jagum una 4 563 461 535 3 567

203 Perdizes 13 094 494 125 12 475


672. Perdizes 13 094 494 125 12 475

204. Perdões 12 904 3 203 580 9 121


673. l'ordõos 9 908 2 147 310 7 121
674 Cana Verde 2 996 756 240 2 000
214 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERA!S

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMI,CÍUOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
111 bano sub UI bano
--~----1
I rural
_______

205 Piranga .. 44 243 4 289 402 39 552


675 Piranga . 7 844 1 661 35 6 148
676. Calambau 7 552 529 59 6 964
677. Guaraciaba. 10 287 512 70 9 705
678. Pinheiros . 3 700 256 128 3 316
679 Piraguara 3 480 413 45 3 022
680. Pôrto Seguro 9 074 749 10 8 315
681. Santo Antônio do Pirapetinga 2 306 169 55 2 082

206. Pirapetinga . 7 653 1 308 101 6 244


682. Pirapetinga 7 653 1 308 101 6 244

207. Pilapora 22 560 6 804 2 632 13 124


683 Pirap01 a 10 817 5 185 2 180 3 452
684 Buritizeiro '1 719 867 200 3 652
685. Guaicuí 2 115 182 30 1 903
686. Lassancc 4 909 570 222 4 117

208 Pitangui .. 33 711 5 270 3 197 25 244


687. Pitangui . 10 177 2 680 1 804 5 693
288. Cercado . .
689. Conceição do Pará
5
5
623
259 655
460 I 624
103
4
4
344
696
690 Leandro Ferreira 4 350 358 131 3 861
691. Maravilhas 3 433 487 144 2 802
692. Papagaios 4 869 630 391 3 848

209 Piüi 21 373 6 436 955 13 982


693. Piüi . 12 597 4 512 375 7710
694. Perobas 2 974 507 138 2 329
695 Pimenta 40ôl 991 361 2 709
696 Santo Hiiál io 1 741 426 81 1 234

21 O Poços de Caldas . 19 872 12 462 1 289 6 121


G97. Poços de Caldas 19 872 12 462 1 289 6 121
211. Pomba 24 528 4 165 1 294 19 069
698. Pomba l1 064 2 297 1 028 7 739
699. Pila··,ba . 4 606 765 266 3 575
700. Silveiras 3 293 347 2 946
701. Tabolciro 5 565 756 4 809
212 Pompeu . 12 560 786 1 575 10 199
702. Pompeu . 12 560 '786 1 575 10 199
213 Ponte Nova 63 471 16 750 566 46 155
703 Ponte Nova 29 559 11 157 550 17 852
7M. Amparo da Serra 7 461 1 036 6 425
705 ÜJ atórios . 4 088 884 3 204
706 Piedade da Ponte Nova 3 818 820 2 998
707 Santa Cruz do Escalvado 12 027 2 180 16 9 831
708. Urucânia. 6 518 673 5 845
214 Porteilinha 20 686 1 427 352 18 907
709 Porteirinha 11 149 904 176 10 069
710 Gorutuba 2 922 7G 21 1 2 825
711. Riacho dos Machados 6 615 447 155 I 6 013
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 215

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
lato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

215. Poté . . . . 24 250 2 775 171 21 304


712. Poté . . . . 9 914 1 209 54 8 651
713. Ladainha 11 944 1 120 92 10 732
714. Valão .. 2 392 446 25 1 921

216. Pouso Alegre ....... .. 34 924 7 265 5 749 21 910


715 Pouso Alegre ..... 19 752 6 575 5 007 8 170
716 Congonbal .. 7 541 461 335 6 745
717. Estiva 7 631 229 407 6 995

217. Pouso Alto 8 384 1 587 413 6 384


718. Pouso Alto. ... 7 076 1 318 140 5 618
719. Santana do Capivari . 1 308 269 273 766

218 Prados . 7 757 1 390 799 5 568


720. Prados .. 5 251 1 054 509 3 688
721. São Francisco Xavier . 2 506 336 290 1 880

219. Prata .. 14 073 2 587 1 335 10 151


722. Prata .... 10 692 2 033 937 7 722
723 Jmdim ... .. 2272 151 258 1 863
724. Patrimônio 1 109 403 140 566

220 Presidente Olegário 23 408 1 164 633 21 611


725 P1 esidente Olegário 12 478 1 044 40g 11 025
726 lagamar 2 936 20 55 2 861
727. Ponte Filme . 7 994 100 169 7 725

221 Presidente Vargas. 11 158 3 124 358 7 676


728 Presidente Vargas 11 158 3 124 358 7 676

222 Raul Soares 31 330 4 603 1 273 25 454


729 Raul Soares 17 291 3 283 825 13 183
730. Bicuíba 4 129 310 55 3 764
731 Vermelho Novo .. 6 334 542 306 5 486
732 Vc1melho Velho 3 576 468 87 3 021

223. Recreio 9 687 2 401 1 089 6 197


733. Recreio 4 780 2 041 796 1 943
734. Conceição da Boa Vista 3 044 249 190 2 605
735. São Joaquim. 1 863 111 103 1 649

224. Resende Costa . 8 429 1 380 843 6 206


736. Hesendo Costa 8 429 1 380 843 6 206

225 Resplendor 43 124 1 173 994 40 957


737. Hesplomlor . 13 427 782 849 11 796
738. Bom Jesus . 12 824 81 89 12 654
739. Em e 11 283 81 45 11 157
740. Itueta ... .. 5 590 229 11 5 350

226. Rio Branco .. 39 867 5 776 2 913 31 178


741. Rio Branco ... 21 027 3 613 2 913 14 501
742. São Geraldo ... .... 11 191 1 531 - 9 660
743. São José do Barroso . 7 649 632 - 7 017
216 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembl'o de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------- ------------------ ------ ------------------
227. Rio Casca 24 456 4 261 2 355 17 840
744 Rio Casca 8 016 2 230 640 5 146
745. J mumirim 4 660 343 234 4 083
746. Santo Antônio do Grama 5 167 719 651 3 797
747. São Pedro dos Ferros 6 613 969 830 481<1

228. Rio Espera 11 882 1 370 282 10 230


748 Rio Espera 8 532 1 048 172 7 312
749 Lamim 3 350 322 110 2 918

229. Rio Novo 20 960 4 889 520 15 551


750 Rio Novo 7 317 2 585 175 4 557
751 Água Limpa 4 078 486 3 .592
752. Goianá 3 742 755 96 2 891
753. Piau 5 823 1 063 249 4 511

230 Rio Paranaíba 14 401 989 759 12 653


754. Rio Paranaíba 9 971 670 404 8 897
755. Arapuá 4 430 319 355 3 756

231. Rio Pardo 50 680 2 247 301 48 132


756 Rio Pardo 16 550 1 150 56 15 344
757. Água Quente 8 525 236 11 8 278
758. Coqueiros 9 099 297 8 802
759 São João do Paraíso 16 506 564 234 15 708

232 Rio Piracicaba 16 527 2 020 103 14 404


760 Rio Pil acicaba 16 527 2 020 103 14 404

233. Rio Prêto 16 733 1 986 1 484 13 263


761 Rio Prêto 5 655 918 609 '1 128
762 Boqueirão 1 92.5 87 1 838
763 Santa Bárbara do Monte Verde 2 688 345 33 2 310
764 Santa Rita do Jacntirga 4 314 583 810 2 921
765 São Sebastião do Barreado 2 ].51 53 32 2 066
234. Rio Vermelho 18 303 1177 569 16 557
766 Rio Vmmelho 13 804 725 569 12 510
767. Mãe dos Homens 4 499 452 4 047

235 Sabará 11 060 6 553 2 708 1 799


76R Sabará 8 354 5 297 2 291 766
769 Cuiabá 686 91 220 375
770 Marzagão . 2 020 1 165 197 ü58

236 Sabinópolis 17 012 1 802 866 14 344


771 Sabinópolis 6 733 793 623 5 317
772. Euxenita 3 197 214 37 2 946
773. Paulistas 5 178 663 206 4 309
774. Quilombo 1 904 132 1 772

237 Sacramento 23 219 2 337 1 943 18 939


775 Sacramento 16 406 2 165 1 877 12 364
776. Desemboque 4 701 23 53 4 ()25
777. Tapira 2 112 149 13 1 950
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 217

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----~------------------- - - ----------- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

238 Salinas 48 154 4 273 262 43 619


778. Salinas 28 814 2 518 95 26 201
779 Águas Vermelhas 7 083 340 95 6 648
780 Amparo do Sítio 3 656 88 3 568
781 Santa Cruz de Salinas 3 578 212 23 3 343
782. Taiobeiras 5 023 1 115 49 3 859

239 Santa Bárbara 29 742 7 979 2 255 19 508


783 Santa Bárbara 3 938 2 443 295 1 200
784 Barra Feliz 998 407 89 502
785 Bom Jesus do Amparo 3 760 573 77 3 110
786. Brumado 1 41.'í 291 389 735
787 Catas Altas 3 078 497 98 2 483
788. Cocais 1 983 488 165 1 330
789 Conceição do Rio Acima 830 364 241 225
790 Florália 3 814 587 101 3 126
791. Morro Grande 4 189 1 492 793 1 904
792 São Gonçalo do Rio Abaixo 5 737 837 7 4 893

240 Santa Catarina 10 046 961 440 8 645


793. Santa Catarina 6 858 639 366 5 853
794 Conceição das Pedras 3 188 322 74 2 792

241 Santa Juliana 9 417 856 50 8 511


795 Santa Juliana 9 417 856 50 8 511

242 Santa luzia 18 321 5 326 1 498 11 497


796 Santa Luzia 7 736 2 576 . 968 4 192
797 Lapa 1 853 260 19 1 574
798 Venda Nova 3 814 1 128 364 2 322
799 Vespasiano 4 918 1 362 147 3 409

243 Santa Maria do Suaçui 31 484 2 031 1 416 28 037


800 Santa Maria do Suaçuí 6 617 933 726 4 958
801. Cristalina 3 933 292 ll7 3 524
802. Poaia 6 571 202 347 6 022
803 São Sebastião do l'vlaranhão 14 363 604 226 13 533

244 Santa Quitéria 10 850 1 860 547 8 443


804 Santa Quitéria 9 498 1 567 93 7 838
805 Melo Viana 1 352 293 454 605

245 Santa Rita do Sapucaí 23 576 5 801 709 17 066


806. Santa Rita do Sapucaí 16 345 4 475 709 11 161
807 Cmeaçu 4 403 849 3 551
808 São Sebastião da Bela Vista 2 828 477 2 351

246. Santo Antônio do Amparo 7 421 1 727 222 5 472


8C9 Santo Antônio do Amparo 7 421 1 727 222 5 472

247. Santo Antônio do Monte 20 318 2 356 801 17 161


810. Santo Antônio do Monte 15 37-1 2 052 464 12 858
811. Saúde ..... . 4 944 304 337 4 303
218 REVISTA BRASILEIHA nos MuNICÍPIOs

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição 11ela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------
248. Santos Dumont.... . .. .... 29 880 8 163 6 405 15 312
812. Santos Dumont ....... 16 544 5 657 5 728 5 159
813 Belmonte ...... 3 097 659 40 2 398
814. Conceição do Formoso . 2 742 245 109 2 388
815. Dores do Paraibuna .. 1 374 217 298 859
816. Eubanque ..... 2 951 781 158 2 012
817. São J cão da Serra . . .... ... 3 172 604 72 2 496

249 São Domingos do Prata . 32 441 4 332 193 21 916


818. São Domingos do Prata 7 891 1 260 5 6 626
819. Dionísio ..... 4 922 777 8 4 137
820 Goiaba! .. 6 318 581 27 5 710
821. Ilhéus do Prata 2 434 130 -- 2 304
822. Jaguaraçu . 1 852 474 - 1 378
823 l'vlarlié1 ia 4 285 475 105 3 705
824. Santana do Alfió 2 245 311 16 1 918
825 Vargem Alegre 2 494 324 32 2 138
250 São Francisco ... 25 835 2 015 956 22 864
826. São Francisco . 7 907 1 718 672 5 517
827. Conceição da Vargem 3 330 89 125 3 116
828. l\Iorro .. . . 7 417 51 78 7 288
829. Serra das Araras 3099 73 54 2 972
830 Urucuia .... 4 082 84 27 3 971
251 São Gonçalo do Sapucaí 22 880 1 996 3 742 17 142
831. São Gonçalo do Sapucaí .. 12 181 1 115 2 674 8 392
832 Hcliodora 4 005 400 273 3 332
833 Paredes do Sapucaí 2 038 157 556 1 325
834. lletiro 4 656 324 239 4 093

252 São Gotardo 22 766 2 143 662 19 961


835 São Gotmdo 17 40'1 1 687 527 15 190
836. Funchal 3 941 199 37 3 705
837. São J m ânimo dos Poções .. 1 421 257 98 1 066
253 São João Del Rei .. 45 335 19 783 7 081 18 471
838. São João Del Rei 24 815 16 750 5 801 2 264
839. Caburu 1 417 141 175 1 101
840. Conceição da Barra 3 363 485 194 2 684
841 Nazaré 3 702 638 220 2 844
842. Onça .. 2 336 222 - 2 114
843. Rio das Mortes 1 991 634 88 1 269
844 Ranta Rita do Rio Abaixo 3 951 434 479 3 038
845 São Miguel 1 871 371 - 1 500
846 São Sebastião da Vitória 1 889 108 124 1 657
254. São João Evangelista ... 21 064 1 781 1 193 18 090
847 São João Evangelista 7 069 1 094 726 5 249
848. Coluna 6 525 414 337 5 774
849. São Sebastião dos Pintos 7 470 273 130 7 06'7
255 São João Nepomuceno 22 685 7 247 495 14 943
850. São João Nepomuceno 9 802 5 428 451 3 923
851. Carlos Alves . .. 2 760 193 - 2 567
852. Descoberto 4 017 625 - 3 392
853. Ituí 1 504 101 44 l 359
854 Rochedo .. 2 412 633 - 1 779
855. Taruaçu ... .. 2 190 267 - 1 923
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 219

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro I Quadro
urbano suburbano , rural
----~------------- ------ ------:------1-----~-

256 São Lourenço . . B 875 5 900 1 347 1 628


856. São Lourenço 8 875 5 900 1 347 1 628

257. São Manuel 15 809 1 112 333 14 364


857. São Manuel 11 095 1 007 260 9 828
858. Pinhotiba 4 714 105 73 4 536

258. São Romão 15 198 1 609 90 13 499


859 São Romão 3 843 959 3 2 881
860. Atinos 2 990 51 6 2 933
861. Duritis 2 282 170 2 112
862 Capão Hedomlo. 1 465 265 5 1 195
863 Fmmoso 2 318 83 53 3 182
864 J oanópolis . . 1 300 81 23 1 196

25fl São Sebastião do Paraíso 28 815 7 786 4 710 16 259


865. São Sebastião do Paraíso 22 536 5 279 4 334 12 873
8G6 Guarrlinha 2 328 695 142 1 491
867. Pra!ápolis 3 951 1 812 24.4 1 895

260 São Tomaz de Aquino 8 742 1 094 37 6 811


868 São T omaz de Aquina 8 742 1 894 37 o 811
261 Sapucaí· Mirim 3 798 321 103 3 374
869. Sapucaí-i\Iirim 3 978 321 103 3 374

262. Senador Firmino 18 604 1 638 545 16 421


8'10. 8enador Firmino 6 099 726 545 4 828
871 Draz Pires 4 937 410 4 527
872. Dmes do Turvo 'l 568 502 7 060
263 Sen a Negra. 6 576 500 31 o 5 766
873. Serra Nogta 6 576 500 310 [j 766

264 Serrania 6 006 1 51 o 229 4 267


8'14 Serrania .. 6 006 1 510 229 4 267

265 Sêno ... 26 660 3 412 1 360 21 888


87.5. Sêtro .. 9 764 1 993 783 6 988
876. Uapanhoacanga .. 2 673 224 37 2 412
877. i\!ilho Verde 2 072 235 22 1 815
878 Santo Antônio rio Itamb6 8 886 234 135 8 517
879 Santo Antônio do Rio do Peixe 2 3<i!i 390 291 1 664
880. São Gonçalo do Rio das Pedras 920 336 92 492

266 Sete lagoas 37 061 6 716 6 313 24 032


881 flete Lagoas 14 586 5 017 5 520 4 049
882. Duriti 2 684 30G 153 2 225
883. Fm tuna .. 3 162 333 194 2 635
884. Inhaúma . 7 241 444 319 6 478
885 J cquitibá 9 388 616 127 8 645

267 Silvestre Ferraz 11 681 2 480 308 8 893


886 Silvestre Fen az R 157 1 901 290 6 263
887. Dom ViçoRo 3 224 576 18 2 630
220 REVISTA BRASILEIHA DOS MUNicÍPIOS

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios;. 1
ESTADO DE MINAS GERAIS

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População , DOS DOMICILIOS
de

~ __r::~- ~~~~- -~I_ su~~~~~~~ ~~~~~--


MUNICÍPIOS E DISTRITOS

---

2680 Silvianópolis o 14 126 1 855 122 12 149


888 o Silvian6polis 8510 1 563 97 6 850
889 Dourado 5 616 292 25 5 299

269 o Soledade 5 953 1 720 407 3 826


8900 Soledade 5 953 1 720 407 3 826

270 Tarumirim 53 185 2 497 292 50 396


8910 Tarumirim 28 539 1 083 34 27 422
892 Cachoeirinha 8 155 713 129 7 313
893 Itanhomi 16 491 701 129 15 661

271 Teixeiras 15 499 1 641 1 306 12 552


894 o Teixeiras 8 634 981 6 569
8950 Pedra do Anta 6 865 1 0841
557 325 5 983

272 Teófilo Otoni 85 254 11 430 3 029 70 795


8960 Teófilo Otoni 41 664 9 192 2 776 29 696
897 Itaipé 11 463 332 71 11 060
898 Jardinópolis 14 116 464 99 13 553
899 o Marambainha 4 864 360 6 4 498
9000 Pavão 13 147 1 082 77 11 988

273 Tiradentes 3 444 956 242 2 246


901 Ti1adentes 3 444 956 242 . 2 246

2740 Tiros 28 085 I 270 1 100 25 715


9020 Tiros 13 644 845 837 11 962
903 o CanasLrão 4 392 97 134 4 161
904 Canoas 1 846 !Oi l 739
905 São Gonçalo do Abaeté 8 203 221 129 7 853

275 Tombos 14 706 2 622 88 11 996


906 Tombos 12 139 2 440 64 9 635
907 o Ped1 a Dourada 2 567 182 24 2 361

276 o Três Corações 18 248 6 541 600 11 107


908 o Três Co1 ações 18 248 6 541 600 11 107

277 Três Pontas 22 817 2 204 3 912 16 701


909 Três Pontas 15 5o'í5 1 816 3 300 10 439
910 Pontalete 2 879 181 160 2 538
9110 Santana da Vargem 4 383 207 452 3 724

278 Tupaciguara 15 989 1 704 1 635 12 650


9120 Tupaciguara 13 863 1 553 1 494 10 816
913 o Arapm ã 2 126 151 141 1 834
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 221

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de Setembro de 1940)
ESTADO DE MINAS GERAIS
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------------------ --~~---- ------ ------ -----

279. Ubá 57 349 11 178 4 232 41 939


914 UM 23 837 7 849 3 062 12 926
915 Divino de Ubá 6 896 726 88 6 082
916 Rodeiro . 7 980 398 150 7 432
917 Sapé 9 429 1 215 358 7 856
918 Tocantins 9 207 990 574 7 643

280 Uberaba 58 984 22 541 8 718 27 725


919 Uberaba 58 984 22 541 8 718 27 725

281. Uberlândia 42 179 15 477 6 646 20 056


920. Ubmlândia 33 846 15 192 6 338 12 316
921. Martinópolis 5 507 187 135 5 185
922. Santa Maria 2 826 98 173 2 555

282. Vargiilha. 20 379 10 144 810 9 425


923. Varginha 20 379 10 144 810 9 425

283. Veríssimo 6 279 504 452 5 323


924. Ve1íssimo 6 279 504 452 5 323

284 Viçosa 39 031 7 835 2 532 28 664


925. Viçosa 17 777 4 644 l 682 11 451
926 Cajuri 3 722 738 75 2 909
927. Canaã 6 070 362 48 5 660
928 Coimbra 4 642 1 203 350 3 089
929 São Miguel do Anta 6 820 888 377 5 555

285. Vigia 66 772 7 666 2 175 56 931


930 Vigia 9 840 2 293 310 7 237
931 Bandeira 6 944 480 271 6 193
932. Jacinto 18 102 913 475 16 714
933 Palestina 9 036 1 688 130 7 218
934 Pedra Grande 7 178 196 135 6 847
935 Rubim 8 195 1 448 417 6 330
936. Salto Grande 7477 ô48 437 6 392

286 Virgínia 7 539 907 - 6 632


937. Virgínia 7 539 907 - 6 632

287 Virginópolis 22 930 2 456 1 886 18 588


938 Virginópolis 7 643 1 433 496 5 714
939 Divino de Virginópolis 5 808 781 1 158 3 869
940 Gonzaga 9 479 242 232 9 005

288 Volta Grande 11 028 1 516 469 9 043


941. Volta Grande 3 566 638 309 2 619
942 Água Viva 1 484 123 25 1 336
943 Estrtla 3 990 571 68 3 351
944 São Luís 1 988 184 67 1 737

* Não está incluída, nos Municípios de Carlos Chagas, Conselheiro Pena (compreendido todo o Distrito de Bom Jesus do Man•
tena) e Itambacuri, a popula(Jão da parte em litígio entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e que constituiu, para fins censi-
tários, tendo sido recenseada em separado, a "Hegião da Serra dos Aimorés".
** A falta de registro de população na sede do Distrito indica que não foram encontrados habitantes na localidade
222 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

~ECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
falo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----

ESTADO 944 644 239 355 47 510 657 779

1. Abaeté 26 914 I 2 296 941 23 677


1. Abaoté 23 363 2 !59 895 20 309
2. Beja. 3 551 137 46 3 368

2. Acará 17 891 226 38 17 627


3 Acará . 10 642 226 38 10 378
I I_ I 4. Guajará-Mili~ 5 380 5 380
5 Itapicuru . I 869 I 869

3. Aluá. 8 762' 664 125 7 973


6. Afuá 8 762 664 125 7 973

4. Alenquer 14 858 ·. 2 783 782 11 293


7. Alenquer 12 518 2 4JO 391 9 717
8 Curuá 2 340 373 391 I 576

5. Almeirim . 50 61 1' 451 167 4 443


9 Almeirim 2 318 56 63 2 199
10 Arumanduba 2 743 395 104 2 244

G. Alta mira 6 428( 1 442 371 4 615


11. Altamira. 4 883 1 202 371 3 310
12 Novo Horizonte 1 545 240 I 305

7. Amapá .. 6 374 342 102 5 930


13. Amapá 6 374 342 102 5 930

8. Jl.najaz 6 086 83 281 5 722


14. Anajaz ······ .. 6 086 83 281 5 722

9. Bzião 5 458 1 647 386 3 425


15 Baião 2 245 814 377 1 054
16 Ale obaça I 738 620 I 118
17. Joana Peres 1 475 213 9 1 253

10. BELÉM 206 331 163 210 13 946 29 175


18 Belém 169 351 153 203 11 470 4 768
19 Aicaraú I 463 I 463
20 Ananindeua 3 695 461 3 234
21 Barcarena. 4 6nO 191 4 469
22 Benfica ..... I 721 426 1 295
23. Conrle 1 :143 104 61 I 118
24 Engenho Araci I 708 89 I 619
25 l\1osquPiro 7 752 I 6.'í9 857 5 236
26 Pinheiro 13 674 6 524 1 558 5 592
27 Val de Cães . 9M 4\l3 471

11. Bragança .. 48 205' 4 774 2 002 41 429


28. Bragança 12 2!2 3 075 677 8 460
29 Almôço I 955 97 37 1 821
30 Benjamim Constant 4 639 40 32 4 567
31 Caratateua . . 4 562 277 178 4 107
32 Emhoraí 5 338 ]]() 135 5 087
33. Nova Mocajuba 2 9\l8 268 208 2 522
EsTATfsncA MuNICIPAL 223
-----------------------------------------------------------
RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL
(l,O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARÁ

DISTRIBUIÇÃO PEl~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICIUOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

34 Piaba~ 1 595 161 49 1 385


35 Recife 2 062 116 74 1 872
36 Tracuateua 7 643 407 302 6 934
37. Urumajó o o 5 201 217 310 4 674

12. Breves 25 998 ~ 646 211 25 141


38. Breves 3 348 346 211 2 791
39 Antônio Lemos 15 290 300 - 14 990
40 Itiquara 7 360 - ~-

7 360

13. Cachoeira 6 410' 1 547 2 4 861


41. Cachoeira 6410 1 547 2 4 861

14. Cametá 39 988' 3 612 583 35 793


42 Cametá 11 288 2 485 474 8 329
43 Carapajó 3 844 '133 7 3 404
44 Cm uçambaba 3 471 81 28 3 362
45. Janua Coeli 7 677 54 15 7 608
46. Juaba g 195 354 20 8 821
47 São Benedito 4 513 205 39 4 269

15 Capanema . 22 077 2 391 3 053 16 633


48 Capanema 11 171 1 237 1 857 8 077
49. Mirasselvas 00 1 771 258 113 1 400
50 P1imavera . 3 058 437 497 2 124
51. Quatipuru 3 773 274 236 3 263
53 Tauari 2 304 185 350 1 769

16. Castanha! 19 745 2 393 485 16 867


53 Castanha! 8 600 1 399 381 6 820
54. Anhangá 5 727 539 42 5 146
55 Apeú 1 671 365 54 1 252
56 Inhangapi 3 747 90 8 3 649

17. Chaves 13 749 330 133 13 2BG


57 Chaves 12 141 285 121 11 735
58. São Sebastião de Viçosa 1 608 45 12 1 551

18. Conceição de Araguaia 4 715 1 295 19 3 401


59 Conceição de Araguaia o o 3 075 1 061 13 2 001
60 Santa Maria das Barreiras . . . 1 640 23,1 6 1 400

19. Curralinho ' 5 840' 480 165 5 195


61 Curralinho 3 002 180 88 2 734
62 Piriá o o o 00 2 838 300 77 2 461

2o. Curuçá 000 13 513' 2 611 429 10 473


63 Cmuçá 4 557 1 757 212 2 588
64. Lauro Sorlré 1 826 181 44 1 601
65 Ponta do Ramos 2 425 157 28 2 240
66 Santa Luzia 3 021 371 93 2 557
67. Terra Alta 1 684 145 52 1 487

21. Faro 6 187 645 742 4 BOO


68 Faro 1 782 372 472 938
69. Terra Santa .. o o 000 4 405 273 270 3 862
224 REVISTA BRASILEIRA Dos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARÁ

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


Popularão DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

22 Gurupá 7 081! 282 77 6 722


70 Gurupá 6 159 178 77 5 904
71. Carrazedo 922 104 818

23. lgarapé-Açu 29 661' 3 363 1 881 24 417


72. Igarapé-Açu 12 003 1 042 963 9 998
73 Nova Timboteua 4 093 727 412 2954
74 Peixe-Boi . 8 964 485 347 8 132
75 São Luís 2 681 928 54 1 699
76. Timboteua 1 920 181 105 1 634

24 lgarapé-Miri 14 966" 862 160 13 944


77. Igarapé-Miri 3 545 661 110 2 774
78. Concó1 dia 11 421 201 50 11 170

25. lrituia 10 691 v 257 142 10 292


79. Irituia 10 691 257 142 10 292

26 ltaituba 9 152' 578 8 574


80 Itaituba 5 415 381 5 034
81. Brasília Legal 3 737 197 3 540

27. Juriti 9 387' 213 295 8 879


82 Juriti 9 387 213 295 8 879

28. Macapá 16 234 646 366 15 222


83. Macapá 10 714 646 366 9 702
84. Amapmi 885 885
85 Bailique 4 635 4 63.5

29 Marabá 12 553' 2 282 1 745 8 526


86 Mmabá 4 473 1 500 1 394 1 579
87. Itupiranga 3 297 250 267 2 780
88 Jacundá 2 564 371 2 193
89 Santa Isabel do Araguaia 953 61 892
90 São João do Araguaia 1 266 100 84 1 082

30. Maracanã . 16 604. 1 373 1 029 14 202


91. Maracanã 8 904 731 916 7 257
92 Santarém Novo 3 231 416 113 2 702
93 São Roberto 4 469 226 4 243

31 Marapanim 14 750 I' 2 409 1 016 11 325


94. Marapanim 5 292 1 200 445 3 647
95 Cuinarana . 2 251 327 250 1 674
96 Marudá 1 534 341 53 1 140
97. Matapiquara 3 208 260 144 2 804
98. Monte Alegre do Maú 2 465 281 124 2 060

32. Mazagão 8 139 386 329 7 424


99. Mazagão 1 922 137 25 1 760
100 Mazagão Velho 3 413 231 3 182
101. Sacramento 2 804 18 304 2 482

33 Mocajuba 5 118 365 183 4 570


102. Mocajuba 3 603 324 183 3 096
103. São Pedro de Vi seu 1 515 41 1 474
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 225

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASJI,


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍliOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
talo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------- - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - - - - - -

34 Moju 9 829 385 104 9 340


104. Moju 4 609 294 82 4 233
105. Cairari. 5 220 91 22 5 107
35 Monte Alegre . 12 293 1 612 560 10 121
106 l\Ionte Alegre 12 293 1 612 560 10 121

36. Muaná 15 093' 580 282 14 231


107 Muaná 7 991 330 142 7 519
108. São Sübastião da Boa Vista 7 102 250 140 6 712
37. Óbidos 13 672 1 794 932 10 946
109 Óhirlos 13 672 I 794 932 10 946
38 Oeiras 4 503 235 4 268
110 Oeiras 2 532 117 2 415
111. Bagre 1 971 118 I 853

39 Oriximiná 13 335 1 541 306 11 488


112 Oriximiná 13 335 I 541 306 11 488
40. Ourém 10 444 335 1 044 9 065
113 Ouróm 8 020 181 202 7 637
114. Tentugal 2 424 154 842 I 428

41. Ponta de Pedras 11 507 988 267 10 252


115. Ponta de Pedras 11 507 988 267 lO 252

42 Portei 9 161 173 138 8 850


I 16 Portei 5 715 146 138 5 431
117. l\Ielgaço 3 446 27 3 419

43 Pôrto de Moz 3 879 425 196 I 3 258


118. Pôrto de Moz 1 678 373 171 I 134
119 Sousel 1 079 20 25 I 034
120. Veiros 772 772
121. Vilarinho do Monte 350 318

44. Prainha 3 979 320 99 3 560


122 Prainha 2 870 294 78 2 498
123 Pacoval 1 109 26 21 I 062

45. Salinas 13 017' 894 1 481 10 642


124. Salinas 5 660 571 1 262 3 827
125. Japerica 2 858 118 60 2 680
126. São João de Pirabas 4 499 205 1.59 4 135

46 Santa Isabel 11 764. 1 510 1 628 8 626


127. Santa Isabel 5 370 935 1 259 3 176
128 Americano I 347 197 85 l Oô5
129 Benevides 2 212 278 284 1 650
130 Caraparu 2 835 100 2 735

47 Santarém 47 559! 7 217 1 480 38 862


131 Santarém 25 110 6 315 1 212 17 583
132 Alter do Chão 10 915 228 28 10 6.59
133. Aveiros 621 202 8 411
134 Boim 3 087 207 93 2 787
135 Curuaí 7 826 265 139 7 422

R.B.M. -15
226 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICIPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----- -------~---~ ---~ -~---

48. São Caetano de Odivelas . ... .. 8 180{! 1 311 600 6 269


136. São Caetano de Odivelas 3 661 698 314 2 649
137. Perseverança o o 1 852 109 177 1 566
138. São João da Ponta . 00 2 667 504 109 2054
49. São Domingos do Capim ... 18 836' 443 389 18 004
139. São Domingos do Capim ... 10 508 164 72 10 272
140. Bujaru ...... .. o 4 709 158 232 4 319
141. Guajará-Açu ... ... 3 619 121 85 3 413
50. São Miguel do Guamá. . o o 16 146'/ 464 220 15 462
142. São Miguel do Guamá 16 146 464 220 15 462
51. Soure ...... ... 15 m: 3 908 2 988 8 232
143. Soure 881G 1 835 2 617 4 364
144. Condeixas 1 259 423 75 761
145. Joanes 1 416 372 72 972
146. Salvaterra . 3 637 1 278 224 2 135
52. Vigia 23 959. 6 145 1 982 15 832
147. Vigia. .. .... .. 9942 4 522 1 519 3 901
148. Colares ····· .. 4 450 890 26 3 534
149. Pôrto Salvo 4 520 489 280 3 751
150. Santo Antônio 5 047 244 157 4 646
53 Viseu .. 17 434 2 191 628 14 615
151. Viseu ······.. •• o 5 299 1 023 148· 4 128
152. Camiranga o o 1 825 167 139 1 519
153. Fernandes Belo. 4 843 351 242 4 250
154. São José do Gnrupi .. 837 308 28 501
155. São José do Piriá 4 630 342 71 4 217

OBSERVAÇÃO- A falta de registro de população na sede de Distrito resulta ou de não ter sido feita pela Prefeitura Municipal
a oportuna delimitação dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição das divisas, ou ainda de terem os respectivos babi·
taates sido incluídos em outro quadro, por não apresentar a localidade as características de núcleo populacional.

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA PARAíBA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------ ~---- -------
ESTADO 1 422 282 194 668 116 734 1 110 880
t. Alagoa Grande 23 085 3 502 1 205 18 378
1. Alagoa Grande 20 483 3 037 1 066 16 380
2 Juarez Távora 2 602 465 139 1 998

2. Antenor Navarro. 28 815 2 704 713 25 398


3. Antenor Navarro .. 10 429 1 292 375 8 762
4. Canaã .. 9 469 1 154 176 8 139
5. Pilões . 8 917 258 162 8 497
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 227

RECENSEAiUENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição 11ela situação dos domicílios
ESTADO DA PARAíBA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------------------ ----- ------ --~~-- -~----

3. Araruna 32 167 2 731 883 28 553


6. .A.raruna 12 847 1 329 277 11 241
7. Cacimba de Dent10 6 810 658 97 6 055
8. Tacima. 12 510 744 509 11 257
4. Areia ...... 41 851 2 299 1 908 37 644
9. .Areia ... 32 474 1 630 1 688 29 156
10. Remígio 9 377 669 220 8 488
5. Bananeiras.. . . . 53 644 3 738 1 561 48 345
11. Bananeiras ..... 22 638 1 369 818 20 451
12. Borborema .. 4 669 1 219 86 3 364
13. Maia 9 036 102 33 8901
14. Moreno 17 301 1 048 624 15 629
6 Bonito .. 7 179 942 400 5 837
15. Bonito ....... 4 891 789 382 3 720
16. Monte Horebe . 2 288 153 18 2 117
7. Brejo do Cruz 18 094 867 430 16 797
17. Brejo do Cruz . . 11 163 627 157 10 379
18. Bom Jesus ......... . 6 931 240 273 6 418
8. Cabaceiras 23 924 1 681 473 21 770
19. Cabaceiras . 2 865 436 72 2 357
20. Alcantil . . 4 481 129 21 4 331
21 Boa Vista 2 548 362 177 2 009
22. Bodocong6 5 971 164 4 5 803
23. Boqueirão ... 2 197 217 158 1 822
24. Riacho de Santo Antônio . 2 934 114 24 2 796
25. São Miguel .. 2 928 259 17 2 652
9. Caiçara 30 883 2 793 292 27 798
26. Caiçara .. 7 614 832 120 6 662
27. Belém . . . . 7 107 1 131 101 5 875
28. Cupaoba 16 162 830 71 15 261
10. Cajàzeiras . 26 738 6 148 2 914 17 676
29. Cajàzeiras 19 113 5 479 2 667 10 967
30. Cachoeira dos Índios 4 708 99 199 4 410
31. Engenheiro Avidos . 2 917 570 48 2 299

11. Campina Grande .. 126 139 15 768 22 659 87 712


32. Campina Grande 47 446 12 658 21 160 13 628
33. Caturité 5 116 154 22 4 940
34 Fagundes .. 5 747 226 252 5 269
35. Galante 7 730 461 397 6 872
36 Ipuarana 14 057 536 88 13 433
37. Massaranduba 11 348 206 85 11 057
38. Focinhos 8 658 509 228 7 921
39. Puxinanã 10 726 740 91 9 895
40. Queimadas 15 311 278 336 14 697

12. Catolé do Rocha 28 307 2 034 713 25 560


41. Catolé do Rocha .. 14 474 1 492 614 12 368
42. Coronel Maia 3 183 59 8 3 116
43. Jericó. .. .... 10 650 483 91 10 076
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 229
------------- --~------- ----------

RF;CENSEAJ\IENTO GERAI. DO BRASII.


(1. o de setembro de 1940)
Po1mlação de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílias
ESTADO DA PARAíBA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS OOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de

--~~~_ _[__ su~~~~~~~o _ -~ !~~~[


fato 0
__
I

24 Laranjeiras 27 428 2 296 11


1 322 23 810
82. Laranjeiras 15 044 1 803 575 12 666
83 Bultrim 5 570 312 344 4 914
84 Matinha 6 814 181 I 403 6 230

25 Mamanguape 64 899 11 741 I 2 470 44 688


85 Mamanguape 22 973 2 776 1 1 243 18 954
86 Baía da Traição 3 417 2 440
9771
87. Jacaraú 15 314 642 14 672
88 Matmaca 3 048 227 2 821
89 Hio Tinto 20 147 I3 119 I I 227 5 801

26 Monteiro 44 985 2 soo I 2 1/8 39 907


90. Monteiro 17 546 1 317 ! 1 143 15 08fi
91. Camalaú 4 814 144 i 137 : <1 533
92 Prata 6 4.31 222 I 95 6 114
93 São Sebastião 4 370 445 i 58 3 876
94. São Tomé 8 244 588 620 7 036
95. Tigre 3 571 184 125 3 262

27 Patos 41 850 7 813 882 33 155


96. Patos 2'1 243 7 013 747 16 483
97 Cacimba de Areia 4 210 475 50 3 685
98 Pa~sagem . 5 763 220 64 5 479
99 São José 7 fl34 105 21 7 508

28 Piancó 41 069 6 656 1 560 32 853


100 Piallc<í 9 409 1 148 314 7 947
101. Aguia1 5 838 +88 49 5 301
102 Caatingueira 6 517 338 192 5 987
103 Cmema 9 056 3 837 844 4 375
104. Garrotes. 5 040 439 fi7 4 514
105. Ôiho d'Água 5 209 406 H 4 729

29 Picuí 19 781 1 739 393 17 649


106 Picuí 11 811 I 168 282 10 361
107 Canoas 2 885 184 9.5 2 606
108 Pedra Lavrada 5 085 387 16 4 682

30 Pilar 32 829 4 207 667 27 955


109 Pilar 8 793 964 454 7 375
110 Acaú 8 768 386 37 8 345
111 Gurinhém v 261 726 171 8 364
112 Serrinha 6 007 2 131 5 3 871

31 Pombal 41 793 4 305 896 36 592


113 Pombal ?.2 509 2 946 767 I8 796
114 Malta 9 272 1 212 58 8 002
115 Nhandu .3 756 62 •13 3 651
116 Paulista (\ 256 85 28 6 143

32 Princesa Isabel 32 617 3 229 2 044 27 344


117 Princesa Isabel 12 18fi 2 023 373 9 790
118 Água Branca 3 669 320 114 3 235
119 Ibiapina 4 317 102 608 3 607
120 Manaíra 6 018 290 303 5 425
121 Tavmes 6 427 494 646 5 287
230 REVISTA BRASILEIBA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIJ,


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DA PARAíBA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- -----------~------- -- -~--- ---------- -----~---
-----
33. Santa Luzia o o 22 006 3 335 332 18 339
122. Santa Luzia 8911 1 788 209 6 914
123. Caapoã 3 496 291 28 3 177
124. Sabugirana 2 148 149 20 1 979
125. São Mamede 7 451 1 107 75 6 269

34. Santa Rita 33 932 4 211 I 8 145 21 576


126. Santa Rita 24 369 2 660 . 8 145 13 564
127 Lucena 2 568 665 - 1 903
128. Tabajara 6 995 886 - 6 109

35 São João do Cariri 30 520 2 650 540 27 330


129. São João do Cariri 2 608 476 54 2 078
130 Caraúbas 2 475 284 13 2 178
131 Congo ........... 3 141 222 130 2 789
132. Cordeiros 3 949 488 27 3 434
133. Q)xixola 2 880 184 15 2 681
134. Parari 2 279 97 80 2 102
135 Santo André 2 875 117 - 2 758
136. Serra Branca . 4 413 548 96 3 769
137 Sncnru 3 601 100 36 3 465
138. Timbaúba 2 299 134 89 2 076

36. Sapé 39 320 6 618 540 32 162


139. Sapé 28 959 4 523 216 24 220
140 Araçá . 10 361 2 095 324 7 942

37 Serraria . 24 288 1t74 1 575 20 839


141. Serraria .. 11 732 791 352 10 589
142 Arara 5 416 483 112 4 821
143 Entre Rios 7 140 600 J 111 5 429

38. Sousa 38 195 1 776 1 708 34 711


144. Ronsa . 33 932 1 477 1 412 31 043
145. Oiticica ... 4 263 299 296 3 668

39. Taperoá 16 099 1 690 169 14 240


146. Tapera á 11 593 1 386 89 10 118
147. Carnaubal . 4 506 304 80 4 122

40. Teixeira 23 597 1 523 460 21 614


148 Teixeira 10 073 1 142 122 8 809
149. Destêrro 4 677 183 44 4 450
150. Imaculada 5 137 130 203 4 804
151 Mãe d'Água 3 710 68 I 91 3 551

41. Umbuzeilo 37 951 1 5171 1 105 35 329


152. Umbuzeiro 6 123 505 413 5 205
153. Aguapava 6 211 47 37 6 127
154. Aroeiras . 14 856 665 506 13 685
155. Mata Virgem 5 530 115 72 5 343
156. Natuba . .. 5 231 185 77 4 969
EsTATfSTICA MuNICIPAL 231

RECENSEAMENTO Gl~RAJ, DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARANA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIO$
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---------- ------------ - -------- - - - - - - - - - - - - - - - - -

ESTADO 1 236 276 212 890 89 382 934 004


1. Antonina .. 12 180 2 997 2 654 6 529
1. Antonina 10 542 2 978 2 654 4 910
2. Cacatu 1 638 19 1 619

2. Araucária 10 805 740 23 10 042


3. Araucária . 10 805 740 23 10 042

3 Bandeirantes ..... 18 673 2 130 1 153 15 390


4. Bandeirantes 12 123 1 169 1 078 9 876
5. Santa Mariana 6 550 961 75 5 514

4 Bocaiúva 17 950 228 235 17 487


6 Bocaiúva 7 748 113 212 7 423
7. Ouro Fino 5 669 33 1 5 635
8. Paranaí 4 533 82 22 4 429

5. Cambará 27 612 4 681 1 451 21 480


9. Cambará 16 343 3 855 1 043 11 445
10. Ingá 11 269 826 408 10 035

6 Campo largo 22 549 2 496 460 19 593


11. Campo Largo 13 448 1 832 363 11 253
12. Ferraria 1 324 107 14 1 203
13. João Eugênio 2 639 413 24 2 202
14 São Luís do Punmã l 478 98 10 1 370
15 Três Córregos 3 660 46 49 3 565

7 Carlópolis 6 516 927 171 5 418


16 Carlópolis 6 516 927 171 5 418

8. Castro .. 25 231 6 920 237 19 074


17. Castro . 16 655 5 717 79 10 859
18. Monos 4 972 126 121 4 725
19. Socavão 3 604 77 37 3 490
9 Cêrro Azul 28 659 1 341 341 26 977
20. Cêrro Azul 7 430 724 159 6 547
21. Assunguí 1 509 102 1 407
22. Rio Branco . . . 10 048 292 139 9 617
23. São Silvestre .. 2 136 119 8 2 009
24. Varzeão ... 7 536 104 35 7 397
10. Clevelândia 17 240 1 076 803 15 361
25. Clevelândia 3 473 747 90 2 636
26. Pato Branco .. 13 767 329 713 12 725
11 Cornélio Procópio . . 19 907 3 057 761 16 089
27. Cornélio Procópio 19 907 3 057 761 16 089
12. CURITIBA 140 656 67 643 35 255 37 758
28. Curitiba ... 117 668 66 503 32 937 18 228
29. Campo Comprido 1 974 235 344 1 395
30. Colombo ..... 5 595 403 228 4 964
31 Santa Felicidade 5 455 247 734 4 474
32. 'l'amandaró. 7 783 96 683 7 004
33. Umbará . 2 181 159 329 1 693
232 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASil,


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARANA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍI.IOS

- -MUNICiPIO~ DISTR~OS-' -- - ,::.__ -~~~~: _!__.,~:::~:. L~:~;·


I
13. Foz do lgu~çu 7 645 853i 5791 6 213
34. Foz do Iguaçu 6 5361 853 579 ! 5 104
35. Cascavel 1 100 I
1 109
14 Guarapuava 96 235 3 798 1 9sí I 90 476
36 Guarapuava 10 732 2 563 :_ 1351 7 034
37 Bananas 2 218 2 218
38. Campo Mourão 11 964 -- I 11 964
39. Candói 4 230 4 230
I
40 Catanduvas 2 192 45 I 2 147
41 Guarapuavinha 3 163 105 34 i 3 024
42. Juquiá 14 81G 30 14 777
43. Laranjeiras 12 085 638 I 11 447
44. Palmei1inha 10 076 120 9 944
121
45. Pedro Lustosa 4 380 35 4 345
46 Pinhão .. 7 426 32 127 ' 7 267
47 Pitanga 12 953 221 653 i 12 079
I
15. lmbituva 17 358 i 530 650 I
15 178
48. Imhituva 7 886 1310 341 I 6 229
49. Natal 3 689 71 193 , 3 425
50. São Miguel 5 783 14.3 116! 5 524
16. lpiranga 18 037 1 361 571 ! 16 105
51 Ipiranga 8 298 723 269 7 306
,52. Bom Jardim 4 430 289 133 4 008
53. Ivaí 5 309 3<19 169 ·1 791
17. lrali 23 074 4 999 574 17 501
54. Irati 11 301 '1 323 457 r, 521
55 Bom Hetiw 3 730 277 50 3 412
56 r. onçalves Júnior 2 986 211 51 2 724
57. Itapará 5 048 18S 10 4 844
18. Jacarilzinho 24 528 4 790 345 19 393
58. J acarczinho 24 528 4 790 345 10 303
19 Jaguuiaíva 17 790 4 023 368 13 399
59. J aguariaíva 6 549 3 270 246 3 033
60. Água Branca 2 5.~0 27 5 2 518
61. Cachoeirinha 7 015 364 61 6 590
62. Silo José 1 670 362 56 1 258
20 Joaquim Távora 13 333 2 555 592 1o 106
G3 Joaquim 'I ávm a 8 258 l 411 220 6 618
64 Joá 1 08.3 113 57 913
65 Quatiguá 3 992 1 031 306 2 655
21 lapa 38 883 4 227 932 33 724
66 Lapa 13 131 3 7HJ 605 g 801
67. Ãr,ua Azul 6 605 64 226 f) 315
68. Antônio Olinto 7 207 6:3 14 7 130
69. Contenda 11 940 381 87 11 478
22. Londrina 75 2SG 10 177 8 923 33 196
70. Londrina 24 517 5 832 4 699 13 986
71. Marilândia 4314 207 274 . 3 7,13
72. Nova Dantizig 0674 1 4481 1 MO fi 686
73 Rolândia 22 593 2 095 . 1 398 19 100
74. São Roque 5 761 101 . 480 5 117
75. São Sebastião 8 437 341 1
532 7 564
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 233
~~~~~~~~~~~~-~-- ----~-- - - - ------- ·----

RECENSEAl\1ENTO GERAI, DO BRASIL


(1." de setembro de 1940)
População de fato, seg-undo os Municípim; e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
EST~DO DO PARANA

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro I Quadro i Quadro
urbano suburbano 1 rural

23. Malé 14 863


--~~~ ;,-----:1~ 1- --~~ 732
76 Ivialó .. 5 353 977 270 4 106
77. Dorizon 3210 211 125 2 874
78. Paulo Frontm 4 402 175 151 4 076
79. Rio Claro . 1 898 150 72 1 676

24 Morretes 10 035 1 911 463 7 661


80. Morretes 8 601 1 589 42fi 6 586
81. Pôrto de Cima 1 434 322 37 1 075

25 Palmas 23 484 1 387 1 072 21 025


82 Palmas 6 801 1 238 913 4 650
83. Chopin 7 218 68 28 7 122
84. General Carneiro 3007 40 83 2 944
85. l\Iangueirinha 6 398 41 48 6 309

26 Palmeira 17 078 4 055 506 12 517


86 Palmeira 3 574 1 84R 193 1 .533
87 Entre Rios 2 191 397 2~(\ 1 558
88. Papagaios Novos 8 220 233 77 7 916
89. Pôrto Amazonas 3 087 1 577 1 510

27. Paranaguá 31 471 13 101 1 216 17 154


90. Paranaguá 19 533 1 1 020
11 910 1
6 603
91. Alexandra 1 450 200 41 1 207
92. Ararapira 531 1·1~ 13 373
93 Guaraqueçaba 6 H3 336 84 5 723
94 Guaratuba 3 814 510 56 3 248

28. Piraí 9 466 1 903 i 205 7 358


9:i Piraí 9 4ofi 1 903 20.) 7 358

29 Piraquara 8 322 893 578 6 851


96. Piwquara 4 862 722 516 3 624
07 Campina Grande 3 460 171 62 3 227

30 Ponta Grossa 38 417 13 771 15 816 8 830


98. Ponta G10ssa 32 786 13 596 15 76c1 3 426
99 Conchas 1 464 111 1 353
100 Itaiacoca 4 167 U4 52 ·1 051

31 Prudentópolis 24 836 1 656 420 22 760


101 Prudentópolis 15 638 1 581 398 13 659
102 Erva] 5 351 24 19 5 308
103 Patos Velhos 3 847 51 3 3 793
32 Rebouças 9 793 1 242 547 8 004
104 Rebouça~ 9 793 1 242 547 8 004
33 Reserva 28 876 851 264 27 761
105. Reserva 6 669 271 134 6264
J 06. Cândido de Abreu 5 851 168 54 5 629
107 Erva! de Baixo 8 748 84 lO 8 654
108. Teresa Cristina 3 736 295 21 3 420
109. Três Bicos . 3 872 33 4?) 3 794
34 Ribeirão Claro 13 423 1 944 130 I 11 349
110. Ribeirão Claro 13 J23 1 944 130 i 11 349
234 REviSTA BRASILEffiA nos MuNICÍPIOs

RECENSEAli'IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARANA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------·-------------1-- -----1-----·- - - - - - - - - - -

35. Rio Azul .... 9 776 1 087 44 8 645


111. Rio Azul 7 080 1 087 44 5 949
112. Soares ... 2 696 2 696

36. Rio Negro 24 980 4 957 1 612 18 411


113 Rio Negro 11 073 4 175 1 151 5 747
114. Campo do Tenente 4 265 651 341 3 273
115 Pangaré . 5 682 35 19 5 628
116 Pien .. 3 960 96 101 3 763

37. Santo Antônio da Platina 31 191 5 310 448 25 433


117. Santo Antônio da Platina 14 312 3 309 190 10 813
118. Conselheiro Zacarias 2 857 191 41 2 625
119. Jnndiai 4 806 744 107 3 955
120. Lajeado 4 381 425 20 3 936
121. Pinhal 4 835 641 90 4 104

38 São Jerônimo 31 695 2 325 818 28 552


122. São Jerônimo 7 672 347 56 7 269
123 Açaí 8 186 991 250 6 945
124. Caetê 6 751 234 169 6 348
125. Congonhinhas 6 260 266 236 5 758
126. Jataí 2 826 487 107 2 232

39. São João do Triunfo 10 311 824 237 9 250


127. São João do Triunfo . 4 356 490 237 3 629
128. Palmira 5 955 334 5 621

40 São José dos Pinhais 32 270 1 960 939 29 371


129 São José dos Pinhais 13 186 1 345 283 11 558
130 Agudos 4 840 185 158 4 497
131. Mandirituba . 8 641 226 464 7 951
132. Tijucas .. . 5 603 204 34 5 365
41 .. São Mateus 21 444 2 200 159 19 085
133. São Mateus 15 575 2 116 91 13 368
134. Flmiópolis 5 869 84 68 5 717
42 Sengés . 8 915 609 287 8 019
135 Sengés 8 915 609 287 s 019
43 Serlanópolis 28 982 2 682 1 960 24 340
136. Sertanópolis 18 864 1 704 1 099 16 061
137. Ibiporã 6 425 609 610 5 206
138. Primeiro de Maio 3 693 369 251 3 073

44 Siqueira Campos . 12 027 1 736 628 9 663


139. Siqueira Campos 6 015 1 365 424 4 226
140. Alemoa 2364 157 90 2 117
141. Salto do Itararé 3 648 214 114 3 320

45 Teixeira Soares 14 406 3 057 194 11 155


142. Teixeira Soares 2 759 1 110 106 1 543
143 Diamantina .. 6 187 380 88 5 719
144 Fernandes Pinheiro 1 921 1 141 780
145. Valinhos ....... 3 539 426 3 113
EsTATÍSTICA MuNiciPAL 235

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembl'O de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distl'itos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PARANÁ

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro I Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----~~-------------- ------------- -
46. Tibagi .. 33 156 1 681 476 30 999
146. Tibagi 14 668 1 161 203 13 304
147. Alto do Amparo 3 749 160 65 3 524
148. Bela Vista 6 100 102 5 998
149 . Queimadas 8 639 258 208 8 173
47. Tomazina . 24 812 2 600 354 21 858
150. Tomazina 8 438 699 173 7 566
151. Barra Bonita 7 029 866 40 6 123
152. Jaboti 5 485 424 141 4 920
153 Pinhalão . . . . 3 860 611 3 249
48 União da Vitória . . 29 636 4 402 160 25 074
154 União da Vitória 9 891 3 748 34 6 109
155. Concórdia 5 350 5 350
156. Cruz Machado 7 906 210 62 7 634
157. Paula Freitas 3 659 192 24 3 443
158. Santa Bárbara 2 830 252 40 2 538
49. Venceslau Braz 12 454 1 684 192 10 578
159. Venceslau Braz 5 492 1 110 91 4 291
160. Santana do Itararé 3 206 185 45 2 976
161. São José da Boa Vista . 3756 389 56 3 311

OBSERVAÇÃO- A falta de registro de população na sede de Distrito resulta, ou de não ter sido feita pela Prefeitura Municipal
a oportuna delimitação dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição das divisas, ou ainda de terem os respectivos habi~
tantes sido incluídos em outro quadro, por não apresentar a localidade as características de núcleo populacional

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------- ---~----------- -- -- - - - - - -------~-
------- - - - - -
ESTADO 2 688 240 373 606 414 202 1 900 432
1 Afogados da lngàzeira . 32 431 4 365 1 813 26 253
1. Afogados da Ingàzeira 10 266 2 096 132 8 038
2. Ingàzeira 2 845 146 61 2 638
3. Jabitacá 3 748 190 228 3 330
4. Macacos 4 376 520 622 3 234
5. Solidão 2 810 168 222 2 420
6. 'l'abira 6 340 786 375 5 179
7. TuDã ... 2 046 459 173 1 414
2 Água Prêta 27 425 3 239 202 23 984
8 Água P1êta 18 228 2 268 139 15 821
9. Xexéu 9 197 971 63 8 163
3 Águas Belas 31 764 2 438 2 163 27 163
10 Águas Belas . ... 17 759 1 738 1 834 14 187
11 lati. ... 5 492 217 39 5 236
12 Itaiba 8 513 483 290 7 740
236 HEviSTA BnASILEIRA DOS MuNicÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e res1Jectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMIC!LIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro l Quadro Quadro
urbano
~- ---~
I----------
suburbano rural

4 Alagoa de Baixo 19 063 3 629 I 1 638 13 796


13 Alagoa de Baixo 9 608 2 993 11 1 295 5 320
14. Algodões 1 758 194 11 1 553
1
15 Hem ique Dias 2 145 23o 51 l 858
16 Rio da Barra 5 552 206 281 5 065
5 Aliança 26 692 2 648 594 23 550
17 Aliança 8 G.~l 1 072 452 7 127
18 Lapa 4 755 481 6 4 268
19. Tupaoca 6 558 346 136 6 076
20 Upatiningn 6 828 749 I 6 079
Allinho 30 092 963 1.
621 28 508
21 Altinho 16 089 775 I 463 14 851
22 Ibira juba 7 920 124 158 7 638
23 Ituguaçu 6 083 6<1 6 019
7. Amaragi 24 172 1 974 2 215 19 983
24 Amaragi 12 132 801 I 075 10 256
25 Cm·tez 6 .501 3A8 816 5 317
26 Primavera 5 53\J 805 324 4 410
Angelim 36 055 3 194 444 32 417
27 Angelim 6 968 737 197 6 034
28. .Tupi 9 908 74\J 97 9 062
29 Palmeira 13 ü7G 1 404 52 11 620
30 Pindorama (j 103 304 g:; ) 701

Barreiros 21 630 5 023 3 296 13 311


31 Baneiros 11 754 3 fi7(} 2 385 !í 699
32 Muitas Cabras 4 405 91 5G 1 ~58
33 Puüaçu 5 471 1 262 855 3 354

1O Bebedouro 15 355 1 265 930 13 160


34 Bebedouro 1.5 355 1 265 930 13 160
11 Belém 8 637 1 036 47ff 7 123
35 Belém 5 56\J 718 320 4 531
36. Itacuruba 3 068 318 158 2 592
12 Belmonte 14 726 2 196 715 11 815
37. Belmonte G 900 1 098 83 5 719
38 Bom Nome 3 340 (]60 259 2 421
39 Mit ancliba 2 943 260 342 2 341
40. Santa Mmia I 543 178 31 1 334
13 Belo Jardim 31 120 3 697 1 544 25 879
41 Belo Jardim 19 254 3 03ii I 45<1 1'1 765
42 Serra do Vento 7 429 216 34 7 179
43 Xucw u 4 437 146 56 3 033

14 Bezerros 67 081 6 974 2 855 57 252


44 Bezerros 35 964 4 475 2 297 29 192
45 Camorim 7 535 1 337 350 5 848
'16 São J\Iiguel 12 312 650 124 11 538
·17 Sapucaia 11 270 512 84 10 674
15. Boa Vista 7 422 815 6 607
48 Boa Vista 4 212 731 3 481
49 .Jutaí 3 210 84 3 126
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 237
---------- - - ----------------

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distl'itos,
e I'espectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------------------- - - - - -

16. Bodocó 13 930 1 768 496 11 666


50. Bodocó 4 351 1 137 226 2 988
51. C!aranã 4 393 102 100 4 191
52 Granito 1 993 281 169 1 543
53 São Félix 3 193 248 1 2 944

17. Bom Conselho 63 292 5 473 1 163 56 656


54 Bom Conselho 27 968 4 313 944 22 711
55. Barro .. 7 184 269 66 6 849
56. Caldeirões 22 710 542 127 22 041
57. Prata 5 430 349 26 5 055

18. Bom Jardim 48 325 2 036 2 030 1 44 259


58 Bom Jardim 20 434 1 151 I 1 258 I 18 025
59. Bizarra 10 596 231 23 10 342
60. Cedro 9 431 409 522 8 500
61. Machados 7 864 245 227 7 392

19. Bonito 30 906 2 345 2 590 25 971


62 Bonito 18 938 1 307 1 873 15 758
63. Bentevi 2 616 313 232 2 071
64. Itapecô 5 497 432 318 4 747
65. Iuiteporã 3 855 293 167 3 395

20. Buíque 24 690 1 374 1 522 21 794


66. Buíque 14 046 967 252 12 827
67 Santa Clara 6 178 254 832 5 092
68 São Domingos 4 466 153 438 3 875

21. Cabo 30 575 3 788 2 030 24 757


69 Cabo 14 061 3 040 1 645 9 376
70. Jussaral . 6 279 88 336 5 855
71. Ponte dos Carvalhos 5 343 520 49 4 774
72 Santo Agostinho 4 892 140 4 752

22. Cabrobó 8 124 650 198 7 276


73. Cabrobó 6 071 452 92 5 527
74. Orocó 2 053 198 106 1 749

23. Canhotinho 44 500 2 270 2 894 39 336


75. Canhotinho 23 912 1 242 1 1s4 I 21 486
76 Calçado .. 5 401 245 471 4 685
77. Glicério 3 626 519 417 2 690
78. Lajedo 11 561 264 822 10 475

24. Carpina 26 498 9 979 1 079 15 440


79. Cat·pina 14 839 8 786 970 5 083
80 Lagoa do Carro 11 659 1 193 109 10 357

25. Caruaru 73 455 16 821 8 596 48 038


81. Caruaru 50 525 16 020 8 244 26 261
82. Riacho das Almas 10 484 550 210 9 724
83 Riacho Doce 12 446 251 142 12 053

26. Catende 18 660 4 635 1 665 12 360


84. Catende 15 947 4 091 1 147 10 709
85. Belém do Maria 2 713 544 518 1 651
238 REVISTA BRASILEillA DOS MuNicfPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distl·itos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PELA ,SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
f~ to Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------- -------------- ------------- ------1----

27. Correntes 41 542 4 664 1 798 35 070


86. Correntes 24 076 2 868 1 246 19 962
87. Igapó .. 5 450 203 175 5 072
88. Igatauá ........ .. 7 208 872 209 6 127
89. Poço Comprido ... . 4 808 721 168 3 919
28. Custódia 18 818 1 487 270 17 061
90. Custódia 12 238 1 171 195 10 872
91. Betânia . .. 6 580 316 75 6 189
29. Escada 22 835 5 335 508 16 992
92. Escada 17 704 5 187 464 12 053
93 Freixeil as 5 131 148 44 4 939
30. Exu . . . . . . . 15 418 1 027 500 13 891
94. Exu 8 671 680 500 7 491
95. Baixio 2 978 161 2 817
96. Canabrava 3 769 186 3 583

31. Flõres ... 30 472 2 912 312 27 248


97. Flôres 13 943 1 524 231 12 188
98. Borborema 3 955 266 38 3 651
99. Calumbi 3 178 386 2 2 790
100. Carna!ba 9 396 736 41 8 619
32. Floresta. . . 14 510 1 665 228 12 617
101. Floresta . 5 740 1 434 223 4 083
102. Barra do Silva 5 588 67 5 521
103. Carqueja . 1 671 164 5 1 502
104. Rochedo• . 1 511 1 511
33. Gameleira 10 091 1 777 1 332 6 982
105. Gameleira . . 6 555 1 723 1 287 3 545
106 Cuiambuca . . . 1 806 31 36 1 739
107. Josó da Costa ... 1 730 23 9 1 698
34. Garanhuns .. 95 632 7 975 13 270 74 387
108. Garanhuns . . .. 29 845 6 068 10 211 13 566
109. Brejão 11 654 284 799 10 571
ll O. Caetés. 14 288 206 164 13 918
ll1. Itacoatiara 7 592 375 319 6 898
ll2. Miracica 4 664 101 104 4 459
ll3. São João. 15 792 655 700 14 437
II4. São Pedro 2 629 177 694 1 758
ll5. São Vicente Ferrer 9 168 109 279 8 780
35. Glória do Goitã .. 38 002 2 237 1 655 34 110
ll6. Glória do Goitá .. 16 549 874 472 15 203
ll7 Chã de Alegria . 9 190 1 131 734 7 325
118. Duarte Dias 6 413 92 324 5 997
ll9. Feira Nova 5 850 140 125 5 585
36. Goiana . . . 41 091 13 612 3 521 23 958
120. Goiana .... 18 016 8 146 1 535 8 335
121. Areias ... 6 255 1 257 309 4 689
122. Goianinha ..... 6 428 2 024 772 3 632
123. Ponta de. Pedras 3 831 1 558 310 1 963
124. Tejucopapo .. 6 561 6'17 595 5 339
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 239

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembt•o de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

37. Gravatá .... 42 536 5 228 4 936 32 372


125. Gravatá .. 18 839 4 183 4 493 10 163
126. Chã Grande .. 10 918 638 349 9 931
127. Uruçu-Mirim 12 779 407 94 12 278

38. lgzraçu .. 26 278 3 370 4 212 18 696


128. Igaraçu 8 102 729 1 284 6 089
129. Arassoiaba 9 861 438 1 257 8 166
130. Itamaracá 3 750 596 801 2 353
131. Itapissuma 4 565 1 607 870 2 088
39. lpojuca .. 22 621 1 767 1 295 19 559
132. Ipojuca 11 033 615 836 9 582
133. Camela . . .... 7 219 455 73 6 691
134. Nossa Senhora do ó . 4 369 697 386 3 286

40. ltaparica. .. 14 116 1 567 998 11 551


135. Itaparica .. 5 OS7 908 552 3 627
136. Tacaratu. 8 072 593 376 7 103
137. Volta 957 66 70 821

41. Jaboatão ... 35 847 6 270 7 069 22 508


138. Jaboatão. 27 476 6 076 6 984 14 416
139. Muribeca . . . ... 8 371 194 85 8 092

42. João Alfredo ........ . 24 782 757 1 558 22 467


140. João Alfredo .... . 20 209 464 1 208 18 537
141. Salgadinho 4 573 293 350 3 930

43. Jurema . 10 935 1 085 700 9 150


142. J\U'ema .. 5 477 993 680 3 804
143. Alto de Santo Antônio 5 458 92 20 5 346

44. Lagoa dos Gatos ..... 18 485 1 807 1 437 15 241


144. Lagoa dos Gatos 12 004 1 398 553 10 053
145. Igarapeaçu 6 481 409 884 5 188

45 Leopoldina 7 577 805 212 6 560


146. Leopoldina 2 189 461 212 1 516
147. Icaiçara 2 037 45 1 992
148. Terra Nova 1 729 257 1 472
149. Veneza .. 1 622 42 1 580

46. Limoeiro ... 57 054 6 170 7 602 43 282


150. Limoeiro .. 27 509 5 341 7 152 15 016
151. Cumaru . 11 923 346 253 li 324
152. Malhada 17 622 483 197 16 942

47. Mmpá ........ .. 26 045 1 939 76 24 030


153. Macapá 12 687 1 095 29 11 563
154. Manuel Borba 8 748 585 24 8 139
155. Sirigi . 4 610 259 23 4 328

48. Madre do Deus 29 131 1 787 701 26 643


156. Madre de Deus 15 255 1 215 339 13 701
157. Fazenda Nova . 3 631 132 289 3 210
158. Jatobá.. . . . . 10 245 440 73 9 732
240 REVISTA BRASILEIHA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
Popula~o de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


Populaçlío DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
lato Quadro Quadro Quadro
suburbano
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - I- - - - -
urbano rural

49. Maraial 13 640 1 927 119 11 594


159 Maraial 4 536 716 54 3 766
160 ,Jaqueira 5 160 878 65 4 217
161. Sertãozinho de Baixo 3 944 333 3 611

50. Moreno ... 18 970 3 734 3 548 11 688


162. Moreno 18 970 3 734 3 548 11 688

51. Moxotó 12 949 915 515 11 519


163. Moxotó 2 714 184 241 2 289
164. Espírito Santo 2 487 355 150 1 982
165. Mariana 4 981 178 15 4 788
166 Mirim 2 767 198 109 2 460

52 Nazaré . 40 208 4 105 2 647 33 456


167 Nazaré 17 052 3 029 2 389 11 634
168. Buenos Aires 10 254 438 64 9 752
169. Tracunhatlm .. 12 902 638 194 12 070

53. Olinda 36 712 13 870 17 796 5 046


170. Olinrla 36 712 13 870 17 796 5 046

54. Ouricuri 22 168 1 552 821 19 795


171. Ouricuri 6 870 610 332 5 928
172 Imbiaçaba 3 551 233 2o3 1 3 115
173 Santa Filomena 4 015 156 165 3 694
174. Serra Branca . 4 359 329 92 3 938
175. Vera Cruz 3 373 224 29 3 120

55. Palmares 30 430 7 058 ' 1 377 21 995


176 Palmares 24 972 6 032 1 101 I 17 749
177 Joaquim Nabuco 5 468 1 026 186 4 246

56 Panelas 33 735 1 837 630 31 268


178 Panelas 24 511 918 319 23 274
179 Cupira 9 224 919 I 311 7 994

57. Paudalho 27 763 1 231 3 017 23 515


180 Paudalho 27 í63 1 231 3 017 23 515

58. Paulista 29 543 6 894 8 529 14 120


181. Paulista . 20 824 6 054 6 789 7 981
182. Maricota 6 438 597 577 5 264
183. Praia da Conceição 2 281 243 1 163 875

59. Pedra 12 678 1 554 418 10 706


184 Pedra 6 102 985 212 4 905

~
185 Boa Sorte 3 821 227 3 476
186 Cordeiro 1 381 116 11 I 1 256
187 Tmá 1 374 2~6 79 l 069

60. Pesqueira 52 854 s 381 I 4 413


2 991
39 060
7 559
188 Pesqueira 16 031 5 481
189. Alagoinha 6 047 1 284 i 227 4 536
190 Arcoverde ~ 470 487 402 2 581
191. Cimbres 6 4<!5 667 17 5 761
192 Jenipapo 3 735 212 52 3 471
193 Poção 6 173 6il3 294 .'i 196
194. Salobro . 3 054 210 8 2 836
195. Sanharó 7 899 357 122 7 120
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 241

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
lato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --· - - - - - - - -- - - - - - 1 - - - - - 1 - - - - - -

61. Petrolina 19 706 3 787 1 258 14 661


196 Petrolina .. 10 124 3 371 1 I97 5 556
197. Aúânio 2 872 81 2 79I
198. Rajada ..... 6 710 335 6I 6 3I4

62 Queimadas 19 583 1 405 311 17 867


199 Queimadas 6 423 525 87 5 811
200. Itapira 8 669 338 25 8 306
201. Umbuzeiro 4 491 542 I99 3 750

63. Quipapá . 30 471 3 277 991 26 203


202 Qui papá .. . 12 690 I 705 652 10 333
203. Igarapeba .. . 4 798 410 69 4 319
204. Pau Feno 5 889 51 12 5 826
205. São Benedito. 7 094 I ll1 258 5 725

64 RECIFE 348 424 83 503 240 739 24 182


206. Recife 347 359 82 438 210 739 24 182
207. Fernando de Noronha 1 065 I 065

65. Ribeirão 12 804 2 555 1 993 8 256


208. Ribt'irão . 6 794 I 719 1 466 3 609
209. Aripibu 2 833 342 333 2 l!i8
210. .José Mariano .. 3 177 494 194 2 489

66 Rio Branco 9 915 2 750 1 426 5 739


211. Rio Branco . 9 915 2 750 1 426 5 739

67 Rio Formoso 17 570 2 859 1 884 12 827


212. Rio Formoso ... 4 330 714 528 6 088
213. Cocaú 6 066 I I87 f!67 4 012
214 Santo André 3 934 192 I63 3 579
215 Tamandaré 3 240 766 326 2 148

68. Salgueiro . 13 227 1 676 231 11 320


216 Salgueiro 5 213 1 433 I93 3 587
217. Conceição das Crioulas 1 970 26 7 I 937
218. Riacho Verde ... 4 086 200 3I 3 855
219 Vasque,q .. 1 958 I7 I 941

69. São Bento 29 918 2 896 944 26 078


220 São Bento . . 15 204 1 498 735 I2 971
221. Cachoeirinha . 3 588 714 I41 2 733
222. Capoeiras 6 646 495 39 6 112
223 Retiro 4 480 I89 29 4 262

70. São Caetano .. 21 137 3 108 1 339 16 690


224. São \'aetano 13 147 2 069 742 10 336
225. Antônio Olinto 4 219 795 238 3 186
226 Tapiraim 3 771 244 359 3 I68

71 São Gonçalo 13 476 1 055 484 11 937


227 São Gonçalo 7 099 739 345 6 015
22S. Morais . . 3 079 211 54 2 8I4
229 Ôlho d'Água 3 298 I05 85 3 108

72. São Joaquim 25 040 2 427 309 22 304


230. São Joaquim 16 887 I 757 64 I5 066
231. Santana 3 289 I28 153 3 088
232. Senador Tibúrcio. 4 864 5-12 92 4 230

R.B.M. -16
242 REVISTA BHASILEIRA nos MuNICÍPIOS

RECENSEAlUENTO GERAL DO BRASIL


(l.o de setembro <le 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------------------ - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - --

73 São José do Egito 32 572 1 561 787 30 214


233. São José do Egito 17 745 1 081 486 16 178
234. Itapetininga 9 2S2 407 274 8 601
235 Tigre 5 545 73 27 5 445

74. São Lourenço 27 497 6 371 883 20 243


236. São Lourenço 10 510 3 144 171 7 195
237. Camaragibe 7 516 2 822 712 3 982
238 Nossa Senhora ela Luz 9 471 405 0 066

75. Serra Talhada 25 487 3 456 232 21 799


239. SeiTa Talhada 13 945 2 827 172 10 946
240. Bernardo Vieira 6171 303 12 5 856
241. Pajeú 2 421 241 .'í 2 175
242. Tauapiranga 2 950 85 43 2 822

76. Serrinha 16 712 723 209 15 780


243. SmTinha 3 789 351 67 3 371
244. Caririmilim 5 774 224 56 5 494
245. Ipuera .. 2 072 124 66 I 882
246. Itapemirim 5 077 2-t 20 5 033

77 Sirinhaém 16 926 1 887 794 14 245


247 Sirinhaém 8 705 1 285 397 7 023
248 Barra 4 557 423 315 3 819
249 Ibiratinga 3 664 179 82 3 403

78. Surubim 31 149 2 538 686 27 925


250. Surubim .. 21 346 2 026 64~ 18 674
251 Casinhas . 9 803 512 40 9 251

79. També 34 715 1 781 2 096 30 838


252. També 11 668 776 1 393 9 499
253. Camutanga .. 12 162 371 132 11 65!)
254. Caricé 3 503 302 3 201
25.5. lbitira 7 382 332 571 6 479

80 Taquaritinga 18 891 3 296 431 15 164


256. Taquaritinga . 8 208 683 43 7 482
257. Pará 2 183 83 56 2 044
258 Santa Cruz 2 379 1 115 126 1 138
259. Tôrres 6 121 I 415 206 4 500

81. Timbaúba 34 326 3 839 5 733 24 754


260 Timbaúba 15 !.ll4 2 994 5 538 7 382
261. Cruanji lO 791 371 143 10 277
262. LivTamento de Tiúma. 7 ti21 4.74 52 71)95

82 Triunfo 21 894 2 605 599 18 690


263. Triunfo 5 295 2 119 208 2 96S
264. Baixa Verde . 5 211 246 272 4 fi93
265. Jatiúca 5 513 93 84 5 336
266. ,Jericó 5 876 147 35 5 693

83. Vertentes 26 025 1 457 828 23 740


267 Vertentes 8 741 909 636 7 196
268.
269.
Frei Miguelinho
Ibiapina
6 672
10 612
261
287
I 158
34
6 253
10 291
EsTAT.ÍSTICA MuNICIPAL 243

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setcmb1·o de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE PERNAMBUCO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de ·--
fato Quadro Quadro Quadro
urbano sul!urbano rural
-----~-- - - - - - - - - - - - - - - ---- - ------- - - - - - ------- --------

84 Vicência 25 197 1 199 1 133 22 865


270. Vicênria 12 304 946 815 10 543
271. Sapé 12 893 253 318 12 322

85. Vitória 63 390 7 699 6 091 49 600


272 Vitória 29 826 6 919 5 516 17 391
273. Pirituba 12 503 165 209 12 129
274. Pombos ; 21 061 615 366 20 080

* A falta de registro de população na sede do Distrito indica que não fora.m encontrados habitantes na localidade

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PIAUí

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---------------- --------- __ ,________ - - - - - - - -
ESTADO 81~ 601 62 431 61 766 693 404
1. Alto Longá 8 203 211 167 7 825
L Alto Longá 8 203 211 167 7 825

2. Altos 15 015 1 489 948 12 578


2 Altos 15 015 1 489 948 12 578

3. Amarante 16 399 885 863 14 651


i!. Amarante 16 399 885 863 14 651

4 Aparecida 7 426 199 160 7 067


4. Aparecida 7 426 199 160 7 067

5. Barras. 24 102 1 270 1 056 21 776


5. Barras 24 102 1 270 1 056 21 776

6. Batalha 10 746 790 290 9 666


6. Batalha 10 746 790 290 9 666

7 Belém 8 189 262 116 7 811


7. Belém 8 189 262 116 7 811

Boa Esperanç~ 13 832 590 1 093 12 149


8. Boa Esperan~a 13 832 590 1 093 12 149

9. Bom Jesus 14 792 791 277 13 724


9. Bom Jesus 14 792 791 277 13 724

10. Buriti dos Lopes 18 836 408 667 17 761


1O. Buriti dos Lopes 18 836 408 667 17 761
244 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNicfPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASil,


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PIAUí

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
falo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---- - ------

11. Campo Maior .. 30 195 2 826 863 26 506


11. Campo Maior .. 30 195 2 826 863 26 506

12. Canto do Burili ... 10 844 512 185 10 147


12. Canto do Buriti .. 10 844 512 185 10 147

13. Castelo .. 11 964 418 90 11 456


13. Castelo 11.964 418 90 11 456

14. Corrente 8 006 995 85 6 926


14 Corrente ; 8 006 995 85 6 926

15. Floriano 25 705 3 448 3 636 18 621


15. Flmiano 25 705 3 448 3 636 18 621

16. Gilbués 8 798 351 80 8 367


16. Gilbués 8 798 351 80 8 367

17. Jaicós 21 073 597 566 19 910


17. Jaicós 21 073 597 566 19 910

18. Jeromenha .. 6 511 390


390
69
69
6 052
6 052
18. Jeromenha 6 511

19. João Pessoa 8 269 380 226 7 663


19. João Pessoa 8. 269 380 226 7 663

20. José de Freitas 12 645 838 738 11 069


20. José de Freitas 12 645 838 738 11 069

21. Luís Correia 14 586 623 293 13 670


21. Luis Correia 14 586 623 2\!3 13 670

22. Miguel Alves 15 233 860 997 13 376


22. Miguel Alves 15 233 860 997 13 376

23. Oe1ras . 38 400 1 971 1 067 35 362


23 Oeiras 38 400 1 971 1 067 35 362
24. Parnaguá 8.480 207 108 8 165
24. Parnagu:í 8 480 207 108 8 165
25. Parnaíba 42 062 5 052 17 124 19 886
25. Parnaíba 42 062 5 052 17 124 19 886
26. Patrocínio 5 765 468 142 5 155
26. Patrocínio 5 765 468 142 5 155
27. Paulista 15 256 3!12 343 14 521
27. Paulista 15 256 392 343 14 521
28. Pedro Segundo 21 230 567 1 469 19 194
28. Pedro Segundo .... 21 230 567 1 4e9 19 194
29. Periperi 18 719 1 287 3 233 14 199
29. Periperi 18 719 1 287 3 233 14 199
30. Picos . ..... 40 414 1 407 1 531! 37 471
30. Picos ... 40 414 1 407 1 53ô 37 471
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 245

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembt'o de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO PIAUí

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

31. Piracuruca . . 16 247 808 1 668 13 771


31. Piracuruca 16 247 808 1 668 13 771

32 Pôrto Alegre 22 280 1 381 236 20 663


32. Pôrto Alegre .. 22 280 l 381 236 20 663

33. Pôr! o Seguro 8 970 436 100 8 434


33 . Pôrto Seguro 8 970 436 100 8 434

34. Regeneração 12 694 981 635 11 078


34. Re~eneração. 12 694 981 635 11 078

35. Ribeiro Gonçalves • 6 985 608 207 6 170


35. Ribeiro Gonçalves 6 985 608 207 6 170

36. Santa Filomena 4 103 539 111 3 453


36. Santa Filomena 4 103 539 111 3 45~

37. São Benedito 8 888 221 418 8 249


37. São Benedito 8 888 221 418 8 249

38. São João do Piauí 16 317 99E 256 15 065


38 São João do Piauí. 16 317 996 256 15 065

39. São Miguel do Tapuio .. 10 392 258 172 9 962


39. São :Miguel do Tapuio 10 392 258 172 9 962

40. São Pedro .. 17 972 624 555 16 793


40 São Pedro . 17 972 624 553 16 793

41. São Raimundo Nonato ... 29,041 1 230 639 27 172


41. São Raimundo Nonato 29 041 1 230 639 27 172

42 Simplício Mendes. 10 826 606 310 9 910


4J Simplício Mendes . lO 826 606 310 9 910

43. Socorro. . . . 9,733 239 263 9 231


43. Socorro 9 733 239 263 9 231

44 TERESINA .. 67 641 19 399 15 296 32 946


44. Teresina 67 641 19 399 15 296 32 946

45. União 23 928 2 126 1 120 20 682


45. União ... 23 928 2 126 1 120 20 682

46. Uruçuí 9 241 805 719 7 717


46. Uruçuí ...... 9 241 805 719 7 717

47. Valença .. .. . . 40 648 690 574 39 384


47. Valença .. 40 648 690 574 39 384
246 REVISTA BnASILEIHA nos JviuNrcÍPIOS

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASII.


(1. 0 de setemb1·o de 1940)
População de fato, segundo os MunicÍ}Jios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICIUOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

ESTADO 1 847 857 563 542 129 659 1 154 656

1. Angra dos Reis .... 18 583 4 093 2 690 11 800


1. Angra dos Reis 5 776 3 068 1 554 1 154
2 Abraão 3 057 238 307 2 512
3 Jacuecanga 2 500 117 131 2 252
4 Mambucaba 701 187 182 332
5 Matariz 2 839 408 463 1 968
6 Ribeha 3 710 75 53 3 582

2 Amuama 25 049 1 333 737 22 979


7 Araruama lO 265 1 143 618 8 .'í04
8. Mon·o Grande 6 906 19 14 6873
9 São Vicente de Paula 7 878 171 105 7 602

Barra do Piraí 37 567 15 054 5 546 16 967


10. Barra do l'iraí 19 785 10 546 4 300 4 939
11 Mendes 7 333 3 454 1 057 2 822
12 Nossa Senhora das Dores 2 866 272 2 594
13 Turvo 3 837 243 3 594
14. Vargem Alegre 3 746 539 189 3 018

4 Barra Mansa 26 346 7 466 4 994 13 BBS


15 Barra Mansa 14 368 4 686 4 153 5 .529
16 Amparo 2 124 341 106 1 677
17 Espírito Santo 1 478 160 42 1 276
18 Falcão. 718 161 158 399
19 Floriano 1 315 250 178 887
20 (~uatis 2 092 856 133 1 103
21 8ão Joaquim l 469 219 1 250
22 Volta Redonda 2 782 793 224 1 765

5. Bom Jardim 18 618 1 406 17 212


23 Bom Jardim 6 519 1 096 5 423
24 Banquete 2 298 117 2 181
25 Barra Alegre 4 652 33 4 619
26 Ribeirão 5 149 160 4 989

6 Bom Jesus do ltabapoana 33 463 5 050 28 413


27 Bom Jesus do Jt.abapoana 15 573 3 688 11 885
28. Calheiros 2 938 124 2 814
29 Liberdade 11 406 737 10 669
30. Rosa! 3 546 501 3 0!5

Cabo Frio. 14 948 6 622 1 541 6 785


31 Cabo F1io 7 525 4 585 l 062 1 878
32. Aimação dos Búzios 3 235 369 200 2 666
33 Arraial do Cabo 2 897 1 570 198 1 129
34. Campos Novos l 291 98 81 1 112

8. Cachoeiras 14 069 2 690 130 11 249


35 Cachoeiras 7 455 2 527 85 4 843
36. Santana 4 143 163 45 3 935
37. Subaio 2 471 2 471
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 247

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(l.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO PElA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro I Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- --- --- -----~ ----~ --

9 Cambuci 40 827 3 036 823 36 968


38. Cambu~i 6 869 1 064 357 5 448
39. Funil 2 685 157 183 2 345
40. Juca Neto 13 915 671 20 13 224
41. Monte Verde 6 386 197 162 6 027
42. Paraisinho .. 10 972 947 101 9 924

10 Campos 223 373 57 411 9 233 156 729


43 Campos 64 574 46 134 5 529 12 911
44. Barão de São José 9 104 424 159 8 521
45. Cardoso Moreira. 22 231 1 305 818 20 108
46. Dores do Macabu 6 931 422 197 6 312
47. Goitacazes .. 14 779 746 520 13 513
48. Guarulhos . 13 971 5 341 1 027 7 603
49. Ita6ca . . . . 3 465 43 43 3 379
50. Monção .. 20 465 684 55 19 726
51. Morro do Côco 9 503 209 112 9 182
52. Mussurepe . 7 336 219 86 7 031
53. Novo Horizonte 6 338 281 163 5 894
54 l'aciênria 2 407 41 75 2 291
55. Santo Amaro 8 684 221 154 8 309
56 Santo Eduardo 24 567 1 004 85 23 478
57 Travessão 9 018 337 210 8 471
11. Cantagalo 28 467 5 692 747 22 028
58 Cantagalo 5 369 2 334 62 2 973
59. Boa Sorte . 4 817 80 61 4 676
60 C01deiro 4 930 2 110 149 2 671
61. Euclides da Cunha 5 014 126 40 4 848
62 Floresta 2 808 250 21 2 537
63. ·rvracuco 1 666 441 221 1 004
64 Rio Negro 3 863 351 193 3 319
12 Capivari 14 120 621 289 13 210
65 Capivari 6 820 408 289 6 123
66 Bananeiras 3 0?2 35 2 987
67. Gaviões 2 803 28 2 775
68. Silva Jardim 1 475 150 1 325

13. Carmo 11 836 1 301 10 535


69. Carmo . . . . . . 8 071 1 071 7 000
70. Córrego da Prata. . . 1 459 111 1 348
71 Pôrto-Velho do Cunha 2 306 119 2 187

14 Casimira de Abreu . 9 183 847 I 239 8 097


72. Casimiro de Abreu 4 667 327 131 4 209
73. Barra de São João 4 516 520 108 3 888

15. Duas Barras 10 158 755 9 403


74. Duas Banas 5 618 485 fi 133
75. Monerá 4 540 270 4 270

16. Entre Rios 29 653 8 159 4 050 17 444


76. Entre Rios 15 640 6 337 3 948 5 355
77. Areia! . . 4 695 1 097 3 598
78. Bemposta 7 116 302 24 6 790
79. Monte Serrat 2 202 423 78 1 701
248 REviSTA BRASILEIRA oos MuNICÍPIOs

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro QuadroQuadro
urbano suburbanorural
-~-- ------ - - - ------
11. ltaborai. . .... .. 24 370 2 133 1 784 20 453
80. Itaborai .. 4 686 590 442 3 654
81. Cabuçu 5 481 382 258 4 841
82. Itambi. 2 285 503 86 1 696
83. Pôrto das Caixas 1 389 370 216 803
84. Sambaetiba 1 185 123 32 1 030
85. Tanguá 9 344 165 750 8 429

18. ltaguaí .. .. .. ... 15 920 3 553 1 046 11 321


86. Itaguaí 2 604 582 290 1 732
87. Caçador. 1 634 26 16 1 b92
88. Coroa Grande 1 783 179 171 1 433
89. Paracambi 7 491 2 750 528 4 213
90. Seropédica 2 408 16 41 2 351

19 ltaocara. . . . 27 997 3 433 300 24 264


91. Itaocara .. 7 293 1 165 60 6 068
92. Estrada Nova 4 456 102 15 4 339
93. Jaquarembé 5 460 231 25 5 204
94 Laranjeiras 4 364 429 42 3 893
95. Portela .. 2 935 910 88 1 937
96. Três Irmãos 3 489 596 70 2 823

20. llaperuna. 127 353 15 142 954 111 257


97. Itaperuna 32 368 6 400 297 25 671
98. Comendador Venâncio 10 231 452 51 9 728
99. Laje 14 666 922 59 13 685
100. Natividade 13 940 2 869 131 10 940
101. Ouro Fino .. 8 500 415 57 8 028
102. Penha 18 920 93 - 18 827
103. Porciúncula 9 332 2 644 229 6 459
104. Reserva ... 5 798 158 13 5 627
105. Santa Clara : 4 243 310 14 3 919
106. VarTe-Sai 5 769 617 57 5 005
107. Vista Alegre . 3 586 262 46 3 278

21. Macaé .. 56 035 13 042 2 287 40 706


108. Macaé .... 10 596 7 840 1 694 1 062
109. Cabiúnas 2 729 36 - 2 693
llO. Cachoeiras . 4 646 95 - 4 551
lll. Carapebus 9 369 1 027 - 8342
ll2. Glicério 4 929 798 - 4 131
113. Iriri 2 905 - - 2 905
ll4. Macabu 7 757 2 298 - 5 459
115. Macabuzinho. 945 135 - 810
116 Quissamã ... 9 003 664 593 7 746
117. Sana ... 3 156 149 - 3 007

22. Magé ... 23 401 9 854 5723 7 824


118. Magé ... 6 491 4 497 671 1 323
119. Guapimirim . 3 774 1 175 646 1 953
120 Guia do Pacopaíba 956 157 109 6~0
121. Inhornirim .. 5 374 1 937 1 504 1 933
122. Santo Aleixo 5 398 1 713 2 477 1 208
123. Suruí o ••• 1 408 375 316 717
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 249

RECENSEAl\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----~~---~~------- ----~- ---------------

23. Mangaraliba 7 980 1 566 848 5 566


124. Mangaratiba 3 712 962 264 2 486
125 Itacuruçá 3111 505 453 2 153
126. Jacarei .. 1 157 99 131 927
24. Maricá . 18 892 864 1 107 16 921
127. Maricá 8 225 781 993 6 451
128. Inoã 4 218 60 98 4 060
129. Posse 6 449 23 16 6 410
25. Miracema 17 606 5 212 1 634 10 760
130. Miracema : 11 967 4 717 1 525 5 725
131. Paraíso do Tobias 3 574 215 109 3 250
132. Venda das Flores 2 065 280 1 785

26 NITERÓI 142 407 124 507 17 900


133. Niterói 142 407 124 507 17 900
27. Nova Fri burgo 39 210 16 734 241 22 235
134. Nova Friburgo 24 466 16 041 8 425
135. Campo do Coelho 4 044 ]]5 3 929
136. Luminar 5 218 ll3 241 4 864
137 Refúgio 3 248 238 3 010
138 Rio Grande 2 234 227 2 007
28 Nova Iguaçu 140 606 55 186 55 493 29 927
139. Nova Iguaçu 34 680 14 303 6 295 14 082
140. Belfort Ro},O'. 7 434 2 270 1 781 3 3R3
141. Bonfim; 1 232 61 1 171
142. Cava 3 048 380 75 2 593
143. Caxias 24 711 12 417 11 290 1 004
144. Esttêla 3 617 153 103 3 361
145. Merit.i 39 b69 9 741 28 453 1 375
146. Nilópolis 22 341 14. 845 7 496
147. Queimados 3 974 1 016 2 958
29. Paraíba do Sul . 20 952 4 227 761 15 964
148 Paraiba do Sul 8 006 2 912 604 4 490
149. Afonso Arinos 1 774 490 17 1 267
150. Encruzilhada 7 485 783 113 6 589
151. Inconfidência 3 687 42 27 3 618
30. Parati 9 673 1 462 92 8 119
152. Parati b 913 1 462 92 4 359
153 Humaitá 644 644
154 'Paratimirim 3 Jl6 3 116
31. Petrópolis 84 875 40 074 14 932 29 869
155. Petrópolis 50 735 31 4?9 14 932 4 374
156 Cascatinha. 11 939 6 166 5 773
157. Itaipava . . . 4 663 1 102 3 561
158. Pedro do Rio 8 081 703 7 378
159. São Jos(. 9 457 674 8 783
32. Piraí 16 133 3 029 13 104
160. Pirai 11 666 l 754 9 912
161. An·ozal I 974 348 1 626
162. Monumento 677 677
163. Pinheiro. . . .. I 816 927 889
250 REviSTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOs
--------------------------------------~-------------

RECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------------------~--- -------~-
-------- -------- - - - - - -
33 Resende 27 422 8 19[ 2 239 16 988
164. Resende 8 427 4 052 988 3 387
165. Campo Belo 6 068 975 313 4 780
166. Campos E!íseos .5 447 2 332 938 2177
167. Fumaça 1 492 123 -~
1 369
168. Pôrto Real .. 1 014 326 - 688
169. Salto 1 538 117 - 1 421
170 Vargem Grande 3 436 270 - 3 166
34 Rio Bonito 22 831 3 975 1 353 l7 503
171. Rio Bonito. 17 033 3 790 702 12 541
172. Boa Esperança 5 798 185 651 4 962
35 Rio Claro . 14 893 1 491 753 12 649
173. Rio Claro 4 953 375 214 4 364
174 Arraial do Príncipe 270 - - 270
m Parado 3 209 335 220 2 654
176. Passa Três 3 563 377 126 3 060
177. São João Marcos 2 898 404 193 2 301
36 Santa Maria Madalena 17 936 1 799 - 16 137
178 Santa Maria Madalena 5810 1 095 - 4 715
179. Arrebol 5 081 169 -- 4 912
180 Doutor Loreti 2 844 39 - 2 805
181. Renascença 1 511 - - 1 511
182 Sossêgo 1 123 82 -~

1 041
183. Triunfo 1 567 414 -- 1 153

37. Santa Teresa 7 720 1 064 174 6 482


184 Santa Teresa 2 409 522 40 1 847
185 Abarmeamento 2 084 5 - 2 079
186 Pôrto das Fio! es 1 960 201 126 1 633
187. Taboas 1 267 336 8 923

38 Santo Antônio de Pádua 37 355 5 273 517 31 565


188 Santo Antônio de P:ídua 10 492 2 843 517 7 132
189. Balt~sar 3 299 200 - 3 099
190. Chave do Faria 4 563 376 - 4 187
191. Ibitiguaçu 1 886 177 - 1 709
192. Marangatu 5 032 201 - 4 831
193 Monte Aleg1e 4 115 793 - 3 322
194. Paraoquena 2 497 476 - 2 021
195 Santa Cruz 5'171 207 -- 5 264

39. São Fidélis 45 679 4 320 1 350 40 009


196 São Fidélis 13 435 2 677 566 10 192
197. Colônia 8 597 ll1 33 8 453
198. Ipuca 8 684 408 122 8 154
199. Ponte Nova 7 298 178 23 7 097
200 Pureza 7 665 946 606 6 113

40 São Gonçalo 89 528 66 835 7 22 686


201 São Gonçalo 13 341 8 477 7 4 857
202 Itaipu 4 007 - - 4 007
203 José Mariano 10 236 - - 10 236
204 Monjolo 3 704 160 - 3 544
205 Neves 34 209 34 181 - 28
206 Sete Ponte~ 24 031 24 017 - li
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 251

RECJ<}NSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
falo Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
·---,------~ ---- - ~-
----------~----- - - - - - - - - ---- ----~-- - - - - - - - ---------
41 São João da Barra 39 431 4 503 792 34 136
207 São João da Barra 3 347 2 038 99 1 210
208 Bana Sêca 11 192 422 33 10 737
209. Itabapoana 8 205 1 90'\ 36 6 264
210 Pipoiras 7 324 77 23 7 224
211 São Luís C1 onzaga 9 36~ fl1 601 8 701
42 São Pedro da Aldeia 17 217 790 261 16 166
212 São Pedro ela Aldeia 17 217 261 16 166
790 I
43 São Sebastião do Al!o 17 293 700 - 16 593
213 São Sebastião do Alto 7 732 415 -- 7 ~17
214 Valão do Barro 9 561 285 9 276
44. Sapucaia 16 279 2 259 -~

14 020
215 Sapucaia 4 968 1 343 -~
3 625
416 Anta 2 ~13 698 -~
1 715
217 Apmecida 8 898 218 -
8 680
45 Saquar ema 18 970 852 669 17 449
218. Saquarema 7 577 715 156 (i 706
219 Bacaxá 5 457 77 40 5 340
220 l\Ia to Grosso 5 936 60 473 5 403
46 Sumidouro 9 255 305 8 681
221
2691
Sumidouro 9 255 269 305 8 681
47. Teresópolis 29 594 9 916 -- 19 678
222 Teresópolis 15 175 9 747 - 5 428
223 Paquequer Pequeno 5 874 23 -~
5 851
224 Seba8tiana 8 545 146 ~-
8 399
48. Trajano de Morais 18 404 1 260 - ~

17 144
225 Trajar:o de Morais f 241 728 3 513
226 Doutor Elias 1 782 32 ~~

1 750
227 Monte Cal<' 1 985 - - I 985
228 Ponte da Grama 4 831 58 - 4773
229 Sodrelândia 1 9~6 135 - I 801
230 Visconde rio Imbé 3 629 307 -~
3 322
49 Valença 36 748 12 77B 1 066 22 904
231 \'alença 15 ~180 9m3 701 4 966
232 C'onservatória .1) 193 586 112 4 495
233 Desen~ano 2 807 794 90 1 923
234 Ipiabas 1 121 182 -~

939
235 Pentar;na 4 209 266 47 3 896
236 Hio Prêto 3 250 380 29 2 841
237 Santa Isahel do Hio l'1éto ·t 588 657 87 3 844
50 Vassouras 51 632 15 709 1 952 33 971
238 Vassouras 8 125 4 730 103 . 3 292
239 Andrade l'into 9 088 306 - I 8 782
240 Ferreiros 3 083 110 81 2 892
241 Governadm l'ortela 8 098 2 577 775 4 746
242 Pat,i do Alfe1 es 6 341 1 OD6 297 4 948
243 Itodeio 5 138 2 935 284 I 1 919
244 Sacra Família do Tinguá 3 549 511 2 889
245 Sebastião de Lacerrla 3 692 371 1'19
81í I 3 236
246 Tailchí 4 518 3 073 178 1 267

OBSERVAÇÃO- A falta de registro de populacão na se:lc de Distrito rcsalta ou de não ter sido feita pela Prefeitura Municipal
a oportuna delimitação dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição ths divisàs, 0:1 ainda de terem 03 respectivos habi-
tantes sido incluídos em outro quadro, por não apresentar a localidade as características de núcleo populacional
252 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- - - - - - - - - - - - - - - - - ------- ------1--------------

ESTADO 768 018 105 000 59 248 603 770


1. Acari 15 375 1 685 1 154 12 536
1. Acari 7 732 647 615 6 470
2 Carnaúba 3 040 493 162 2 385
3. Cruzeta 4 603 545 377 3 681
2 Alexandria. 11 217 567 198 10 452
4. Alexandria 11 217 567 198 10 452

3. Angicos 19 957 1 787 1177 16 993


5 Angicos 6 386 572 235 5 579
6 Afonso Bezerra 5 453 317 354 4 782
7. Epitácio Pessoa . 5 414 357 336 4 721
8 Fernando Pedrosa 2 704 541 252 1 911

4. Apodi 16 580 881 254 15 445


9. Apodi 12 128 592 195 11 341
10 Itaú. 4 452 289 59 4 104

5. Areia Branca 12 767 3 626 3 152 5 989


11. Areia Branca 8 859 3 132 2 660 3 067
12 Grossos 2 437 391 274 1 772
13 Tibau 1 471 ro3 I 218 1 150

6. Arês 5 943 892 1 216 ' 3 835


14. Arês 5 943 892 1 216 3 835

7. Açu ..... 23 316 2 484 1 510 19 322


15 Açu 14 620 2 336 1 412 10 872
l 6. Santa Luzia 8 696 148 98 8 450

Augusto Severo . 14 496 694 157 13 645


17. Augusto Severo 10 414 410 51 9 953
18 Upanema 4 082 284 106 3 692

9. Baixa Verde 20 375 1 518 1 258 17 599


19. Baixa Verde 13 644 1 215 1 059 11 370
20 São Bento do Norte 6 731 303 199 6 229

10 Caicó 25 233 3 785 851 20 597


21. Caicó .. 20 287 3 266 682 16 339
22. Jardim de Piranhas 4 946 519 169 4 258

11 Canguaretama 10 750 1 109 2 406 7 235


23. Canguaretama 7 350 815 2 213 4 322
24. Flor 3 400 294 193 2 913

12 Caraúbas 11 930 914 505 10 511


25 Caraúbas 8 460 778 341 7 341
26 Getúlio Vargas 3 470 136 164 3 170

13. Ceará- Mirim 21 765 3 857 868 17 040


27. Ceará-Mirim 21 765 3 857 868 17 040
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 253

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------~---------~ ----- -------------------

14. Currais Novos 23 279 2 019 1 252 20 008


28. Currais Novos. 16 649 1 685 958 14 006
29. Cerro Corá . 6 630 334 294 6 002

15 Flores . 12 692 1 416 305 10 971


30 Flores 8 824 737 190 7 897
31. São Vicente 3 868 679 115 3 074

16. Goianinha. 18 534 361 815 17 358


32. Goianinha . 18 534 361 815 17 358

17. Jardim do Seridó 14 803 1 573 275 12 955


33. Jardim do Seridó 7 870 774 95 7 001
34. Ouro Branco 3 825 486 164 3 175
35 São José do Seridó 3 108 313 16 2 779

18. Jucurutu. 9 672 659 148 8 865


36. Jucurutu 9 672 659 148 8 865

19. Lajes 12 854 1 149 836 10 869


37 Lajes 8 093 962 634 6 497
38. Jardim de Angicos 2 222 80 72 2 070
39. Pedra Prêta 2 539 107 130 2 302

20 Luís Gomes. .. 8 412 669 21 7 722


40. Luís Gomes . 8 412 669 21 7 722

21. Macaíba 25 014 3 223 1 634 20 157


41. Macaíba 14 978 2 518 1 086 11 374
42. São Paulo do Potengí 5 132 278 398 4 456
43 . Serra Caiada 4 904 427 150 4 327

22. Macau 19 644 3 886 4 469 11 289


44 Macau 13 111 3 547 3 037 6 527
45 Independência 6 533 339 1 432 4 762

23. Martins 18 021 1 454 1 125 15 442


46. Martins 5 519 972 929 3 618
47 Boa Esperança 6 825 206 121 6 498
48. Divinópolis 5 677 276 75 5 326

24. Mossoró 31 515 5 658 8 072 17 785


49. Mossoró 26 869 5 564 7810 13 495
50. São Sebastião 4 646 94 262 4 290

25 NATAL 54 836 37 586 13 893 3 357


51. Natal. 54 836 37 586 13 893 3 357

26. Nova Cruz 29 240 3 427 1 579 24 234


52 Nova Cruz 12 419 2 168 916 9 335
53. Campestre .. 6 815 933 465 5 417
54. Serra de São Bento 10 006 326 198 9 482

27 Papari .. 6 511 561 309 5 641


55. Papari .. 6 511 561 309 5 641
254 HEVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASil,


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, seg·undo os Municípios e Distritos,


e respectiva distl·ibuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOM!CILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- - - - - · - - - - - - - - - - - - - - - --------- --- - - - - - - - - - - - ---------

28 Parelhas 14 117 1 664 403 12 050


56. Parelhas 10 071 1 276 381 8 414
57. Equador 4 046 388 22 3 636

29. Patu .. 14 159 1 185 568 12 406


58. Patu 6 080 626 319 5 135
59. Almino Afonso 5 889 506 206 5 177
60. Õlho d'Água do Borges 2 190 53 43 2 094

30. Pau dos Ferros 14 183 1 284 1 275 11 624


61. Pau dos Ferros 9 907 853 936 s 118
62 Vitória . 4 276 431 339 3 506

31. Pedro Velho. 13 442 1 515 931 10 996


63. Pedro Velho 8 878 1 173 792 6 913
64. Montanas 4 564 342 139 4 083

32. Porlalegre . 8 008 536 103 7 369


65. Pottalegre 8 008 536 103 7 369

33. Santa Cruz . 35 749 2 841 1 005 31 903


66. Santa Cruz . 24 510 2 270 435 21 805
67. Campo Redondo. 4 001 381 441 3 179
68. Jericó 7 238 190 129 6 919
34. Santana do Matos 28 888 1 461 354 27 073
69 Santana do Matos . 15 394 923 31 14 440
70. Sacramento 8 793 178 81 8 534
71 São Rafa2l 4 701 360 242 4 099

35. Santo An'ônio 26 484 949 479 ' 25 056


72. Santo Antônio 26 484 949 479 25 056

36 São Gonçalo .. 20 353 522 22 19 809


73. São Gonçalo . 20 353 522 22 19 809

37 São José de Mipibu 25 673 1 710 1 978 21 985


74 São José de Mipibu 13 595 1 053 1 244 11 29S
75 Boa Saúde 6 174 115 153 5 906
76 Monte Alegre 5 904 542 581 4 781

38 São Miguel 11 894 634 248 11 012


77. São Miguel 11 894 63! 248 11 012

39. São Tomé 20 969 762 508 19 699


78 São Tomé 9 399 506 381 8 512
79. Barcelona 11 570 256 127 11 187

40. Serra Negra 10 631 9'6 522 9 193


80 Serra Negra 6 536 439 7.90 5 807
81. São João de Sahugi 4 095 477 232 3 386

41 Taipu 12 066
1.? 066
ml
712
143
143
11 211
11 211
82 Taipu

42 Touros .
83., Touros
671
16 730
12 I 869
691
1 270
746
14 532
11 293
84. Pureza 3 941 1781 524 3 239
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 255
-------------------------------

RECENSEAJ}IENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
uriJano suburbano rural
-------------------------------- -------- - - - - - - - -1-------------~

ESTADO 3 320 689 795 306 239 180 2 286 203

1. Alegrete 38 949 8178 8 508 22 263


1 Ale•rete 35 026 8 072 8 155 18 799
2. Pas~o Novo 3 923 106 353 3464

2. Alfredo Chaves 16 272 2 506 481 13 285


3 Alfl edo Chaves 7 944 1 759 120 6 065
4. Cotiporã 4 241 550 222 3 469
5. Fagundes Vareia 4 087 197 139 3 751

3. Antônio Prado 11 308 2 029 180 9 099


6. Antônio Prado 8 231 1 838 156 6 237
7. Guararapes 3 077 191 24 2 862

4. Arroio do Meio 20 716 1 256 277 19 183


8. Arroio do Meio 10 891 935 142 9 814
9. Tiradentes 9 825 321 135 9 369

5 Arroio Grande 16 199 4 849 601 10 749


10. Arroio Grande 9 875 2 158 461 7 256
11. Olímpio 3 085 2 410 101 574
12. Santa Isabel 3 239 281 39 2 919

6. Bagé 59 000 19 762 13 363 25 875


13 Bagr 40 600 18 693 12 656 9 251
14. Aceguá 6 636 77 7 6 552
15 José Otávio 4 545 431 391 3 723
16. Rio Negro 4 672 190 169 4 313
17. Seiva! 2 547 371 140 2 036

7. Bento Gonçalves 18 771 3 826 1 194 13 751


18. Bento Gonçalves . 12 831 3 298 868 8 665
19. Monte Belo 2 318 137 108 2 073
20. Pinto Bandeira 1 717 224 56 1 437
21. Santa Teresa 1 905 167 162 1 576

8. Bom Jesus 11 864 1 730 79 10 055


22. Bom .Jesus 11 864 1 730 79 10 055

9 Caçapava 28 682 3 743 195 24 744


23. Caçapava 20 479 3 237 72 17 170
24. Santana da Boa Vista 8 203 . 506 123 7 S74

1O Cachoeira 83 729 18 149 1 472 64 108


25. Cachoeira 40 796 16 484 l 081 23 231
26 Agudo 5 107 356 73 4 678
27. Cêrro Branco 9 646 259 162 9 225
28. Dona Francisca 3 823 452 87 3 284
29. Paraíso 6 917 861 53 6 778
30. Restinga Sêca 17 440 512 16 16 912
256 REviSTA BRASILEmA nos MuNicfPms

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
Quadro Quadro fato Quadro
urbano suburbano rural
------------------- - - - - ----- ------ -----
11. Cai. ...... 39 509 4 025 1 739 33 745
31. Cai. 6 231 2 487 445 3 299
32. Capela ...... 5 008 150 101 4 757
33. Feliz . . . 6 293 342 302 5 649
34. Nova Palmira 3 590 152 158 3 280
35. Nova Pett6polis 6 637 261 68 6 308
36. Portão .. 3 332 174 74 3 084
37. Santa Lúcia do Pia[ 3 409 237 61 3 lll
38. São José do Hortêncio 5 009 222 530 4 257

12. Camaquã 27 925 2 193 916 24 816


39 Camaquã .. 24 421 1 668 788 21 965
40 Paraguaçu . 3 504 525 128 2 851

13 Candelãria 18 807 1 496 168 17 143


41. Candelária. . . 15 273 1 368 154 13 751
42. Botucara! 3 534 128 14 3 392

14. Canguçu .. 50 072 2 596 299 47 177


43. Canguçu 41 983 1 421 190 40 372
44. Cerrito ... 2 146 1 070 66 1 010
45. Freire 5 943 105 43 5 795

15 Canoas .. 17 630 6 691 5 273 5 666


46. Canoas 13 357 6 229 5 234 1 894
47. Berto Círio. . 4 273 462 39 3 772

16. Caràzinho ... 50 866. 7 277 3 224 40 365


48. Caràzinho 14 744 4 762 2 930 7 052
49 Boa Esperança 6 067 371 5 696
50. Cochinho ... 5 155 151 40 4 964
51. Não-me-toque 7 489 710 53 6 726
52. Selbach 4 272 184 111 3977
53. Tamandaré 6 586 133 52 6 401
54. Tapera .. 6 553 966 38 5 549

17. Caxias .......... 39 677 16 055 4 068 19 554


55. Caxias ... 25 067 13 547 3 633 7 887
56. Ana Rech 2 243 319 41 1 883
57. Galópolis .. 5 289 1 286 335 3 668
58. São Marcos .. 4 714 722 39 3 953
59. Sêca .......... 2 364 181 20 2 163

18 Cruz Alta .... 57 515 9 008 10 858 37 649


60. Cruz Alta ... 19 970 6 567 9 461 3 942
61. Alfredo Brener 5 284 76 31 5 177
62. Cadeado 2 369 143 2 226
63. Ibirubá 3 703 546 193 2 964
64 Pindorama 9 318 640 836 7 842
65. Quinze de Novembro 3 940 129 177 3 634
66. Rio Branco 2 907 152 34 2 721
67. Santa Bárbara 3854 605 87 3 162
68. Santa Clata do Ingaí 6 170 150 39 5 981

19 Dom Pedrito ....... 25 795 8 531 2 078 15 186


69. Dom Pedrito .... : . . . 22 701 8 125 1 905 12 671
70. São Sebastião ... : .... 3 094 406 173 2 515
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 257

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇí\0 PEL~ SITUAÇí\0


População DOS DOMICILIOS
MUNICiPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------~ --------- ___ ___ ----------------
"

20. Encantado . 28 599 1 963 810 25 826


71. Encantado 6 782 645 676 5 461
72. Anta Gorda .... 5 932 294 70 5 568
73. Àrvorezinha . 3 493 130 3 363
74. Ilópolis 3 695 306 64 3 325
75. Putinga 4 891 338 4 553
76. Relvado 3 806 250 3 556

21. Encruzilhada .. 36 646 2 799 931 32 916


77 Encruzilhada 20 532 2 071 577 17 884
78. Dom Feliciano 9 396 336 183 8 877
79. Patrocínio 6 718 392 171 6 155

22. Erval 9 543 900 538 8 105


80. Erva! .. 8 041 710 515 6 816
81. Basílio . 1 502 190 23 1 289

23. Estrêla . 28 817 4 170 953 23 694


82 Estréia 8 027 2 698 748 4 581
83. Corvo . 4 799 172 147 4 480
84 Ouro Branco . . . 3 684 162 43 3 479
85. Roca Sales 8 407 927 15 7 465
86 Teutônia. 3 900 211 3 689

24. Farrourilha 12 511 1 851 238 10 422


87. Farroupilha 2 926 1 455 187 1 284
88 Cajuru . . 3 266 111 30 3 125
89. Emboaba 3 045 166 21 2 858
90 ,lansen. 3 274 119 3 155

25. Flores da Cunha . . . 9 424 1 220 136 8 068


91 Flores da Cunha .. 5 294 1 014 118 4 162
92. Nova Pádua .. 1 867 119 1 748
93 Otávio Rocha 2 263 87 18 2 158

26. Garibaldi . . . ... 17 873 3 090 285 14 498


94 Garibaldi 6 030 2 244 77 3 709
95 Carlos Barbosa ..... . 4 524 587 145 3 792
96. Daltro Filho 4 403 136 34 4 233
97. Floriano Peixoto .. 2 916 123 29 2764

27. General Câmara 10 788 2 023 910 7 855


9R General Câmara .. 4 518 I 568 784 2 166
99. Meios ...... . 3 087 138 68 2 881
100. Santo Amaro .. 3 183 317 58 2 808

28. Getúlio Vargas 23 244 2 112 846 20 286


I 01 Getúlio Vargas 13 942 1 046 722 12 174
102 Charrua . . 6 267 114 84 6 069
103 Erebango .. 3 035 952 40 2 043

29. Gravata i .. 22 894 2 326 789 19 779


104 Gravata! 12 639 2 110 689 9 840
105. Glorinha 6 503 109 75 6 319
106 Morungava . 3 752 107 25 3 620

R.B.M. -17
258 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DiSTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----

30 Guaíba .......... 21 220 4 329 1 123 15 768


107. Guaíba .. ... ... 9 486 2 420 440 6 626
108. BalTa do Ribeiro .. 6 883 1 631 364 4 888
109. Mariana Pimentel 2 277 156 256 1 865
110 Sertão rle Santana 2 574 122 63 2 389
31. Guaporé .. .. 44 371 5 350 1 229 37 792
lll. Guaporé. 8 454 1 818 873 5 763
112. Casca ... 5 327 386 18 4 923
113. Dois Lajeados .. 3 897 474 - 3 423
114. Maria ...•. .... 3 620 246 - 3 374
115. Mauá . . . . 2 612 405 - 2 207
116. Montauri .... 2 042 171 - 1 871
117. Mussum ... 5 080 640 317 4 123
118. Oeste ..... .. 3 047 336 -- 2 711
119. São Domingos 2 405 173 - 2 232
120. Serafina Correia .. 3 805 517 21 3 267
121. Vespasiano Correia 4 082 184 - 3 898
32. ljuí•. 42 934 4 367 1 744 36 823
122. Ijuí ... 22 367 3 832 1 691 16 844
123. Ajuricaba 13 872 224 19 13 629
124. Doutor Pestana. 6 695 311 34 6 350
33. lraí. . 14 966 1 140 515 13 311
125. Iraí ... 10 821 994 445 9 382
126. Prado 4 145 146 70 3 929
34. ltaqui .. 16 564 3 822 3 688 9 054
127. Itaqui 8 875 3 593 3 528 1 754
128. Recreio 7 639 229 160 7 300
35. Jaguarão . . ... 15 704 8 243 2 417 5 044
129. Jaguarão. 15 704 8 243 2 417 5 044
36. Jaguari 18 615 2 813 901 14 901
130. Jaguari 7 589 2 455 771 4 363
131. Ijucapirama 3 488 60 15 3 413
132. Nova Esperança .. 4 457 262 93 4 102
133. Taquarichim 3 081 36 22 3 023
31. José Bonifácio 107 035 11 804 4 039 91 192
134. José Bonifácio 17 908 6 074 1 437 10 397
135. Barro 7 037 1 086 671 5 280
136 Carlos Gome8 .. 4 916 209 - 4 707
137. Cotegipe 5 723 712 355 4 656
138. Marcelino Ramos 8 105 1 548 738 5 819
139. Paulo Bento 4 777 81 122 4 574
140 Princesa Isabel .. 4 733 300 71 4 362
141. Quatro Irmãos .. 5 831 317 I 5 513
142 Rio Novo 16 873 373 116 16 384
143 São Valentim 16 406 172 - 16 234
144. Severiano Almeida 10 708 283 57 10 3ü8
145. Viadutos . 4 018 649 471 2 898
38. Júfio de Castilhos .. 21 269 2 357 675 17 737
146. .T úlio de Castilhos 5 923 2 116 533 3 274
147. Ivorá ... 4 109 125 60 3 924
148. Nova Palma 3 780 381 70 3 329
149. Pinhal Grande .. 4 346 !51 12 4 183
150. Quevedos .. 3 111 84 - 3 027
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 259

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

39. lagoa Vermelha . 59 433 5 193 6 351 47 889


151. Lagoa Vermelha . 7 871 1 781 558 5 532
152. André da Rocha 1 495 147 1 348
153 Barracão 3 026 61 906 2 059
1540 Cassique Dóble. 6 154 305 606 5 243
155 Caseiros. 3 149 126 750 2 273
156. Clemente Argola 4 461 354 581 3 526
157. Machadinha 6 067 163 123 5 781
158. Maximiliano Almeida 4 823 291 770 3 762
1590 Paim Filho 5 763 626 900 4 237
160. Sananduva 10 903 916 335 9 652
161. São José 2 753 218 389 2 146
162. Vazulmiro Dutra 2 968 205 ·133 2 330

40 Lajeado .. 40 742 3 623 1 993 35 126


163. Lajeado 11 579 2 255 1 335 7 989
164. Cruzeiro do Sul 5 738 448 368 4 922
165. Fão 3 044 199 25 2 820
166 Marquês de Sousa 4 115 136 34 3 945
167. Progresso .. 6 509 191 40 6 278
168. Santa Clara 5 304 247 161 4 896
169. Sério .. 4 453 147 30 4 276

41 Lavras . . . . 12 482 2 507 601 9 374


170. Lavras 8 069 2 177 541 5 351
171. Ibaré . 4 413 330 60 4 023
42. Livramento 47 414 17 923 9 072 20 419
172. Livramento 35 534 17 687 8 936 8 ~u
173 Porteirinha 11 880 236 136 11 508

43 Montenegro . 47 713 6 895 3 276 37 542


174. Monteneg!'O 14 961 4 526 2 529 no6
175. Barão 2 629 167 99 2 363
176. Bom Princípio 2 705 419 97 2 189
177. Brochier 4310 191 20 4 099
178 Harmonia 2 815 249 28 2 538
1790 Maratá 4 053 344 43 3 666
180. Natal. 2 847 110 129 2 608
181. Pareci Novo 2 578 334 42 2 202
182. Poço das Antas 4 076 220 6 3 850
183 São Salvador. 4 513 117 267 4 129
184 São Vendelino .. 2 226 218 16 1 992

44 Novo Hamburgo 19 251 6 758 6 912 5 581


185. Novo Hamburgo . 14 865 6 326 6 628 1 911
186 Hamb\U'go Velho 870 158 123 589
187. Lomba Grande 3 516 274 161 3 081

45 Osório 33 885 2 817 1 947 29 121


188. Osório 8 200 1 338 999 5 863
189o Corné!ius 5 092 84 26 4 982
190. Itapeva 3 804 185 70 3 549,
191. Maquiné 7 088 348 m 6 549
192o Marquês do Erva! . 3 588 192 44 3 352
193 Palmares 4 509 230 308 3 971
194. Tramandaí . l 604 440 309 855
260 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEA~IENTO GERAL DO BRASIL


(1,o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
------

46. Palmeira ..... _ .. ... 107 390 4 566 1 956 100 868
195. Palmeira ...... 18 419 1 459 883 16 077
196. Alto Uruguai . ... 6 463 183 51 6 229
197. Campo Novo ..... 7 717 271 58 7 388
198. Erva! Sêco ....... 3 800 88 111 3 601
199. Fortaleza ... .. 5 443 428 248 4 767
200. Frederico Westphalen . 16 665 891 237 15 537
201. Liberdade ........ 4 840 168 68 4 604
202. Redenção ......... .. 13 109 92 34 12 983
203. Santa Teresinha. 11 107 278 19 10 810
204. Santo Augusto . . 5 150 276 42 4 832
205. Tesouras .... 6 336 116 82 6 138
206 Três Passos .... 8 341 316 123 7 902

47. Passo Fundo ...... 80 138 16 975 3 609 59 554


207. Passo Fundo .... 27 019 13 970 3 237 9 812
208. Água Santa ...... 5 614 301 - 5 313
209. Campo do Meio 14 805 209 - 14 596
210. Coxilha ...... 3 733 476 - 3 257
211. Frnestina .... 6 224 199 13 6 012
212. Maraú 9 485 e62 133 8 690
213. Sertão .. 6 274 575 195 5 504
214. Teixeira ... 6 984 583 31 6 370

48. Pelotas .. 104 553 59 811 6 482 38 260


215. Pelotas ... 61 985 57 517 4 468 -
216. Areal 19 689 1 270 1 393 17 026
217. Capão do leão 22 879 1 024 621 21 234
49. Pinheiro Machado 12 867 1 921 667 10 279
218 Pinheiro Machado 8 942 1 430 565 6 947
219. Pedras Altas 3 925 491 102 3 332
50. Piratini ........ 19 351 752 193 18 406
220. Piratini ..... 19 351 752 193 18 406

51. PÕRTO ALEGRE ... 272 232 240 026 22 986 9 220
221. Pôrto Alegre .... 265 500 238 178 21 068 6 254
222. Belém Novo .. 4 482 981 1 297 2 204
223. Pintada ....... .... 2 250 867 621 762

52. Prata ········ 22 625 2 412 390 19 823


224. Prata ......... 6 220 1 168 116 4 936
225. Araçá .. . .... 2 906 208 33 2 665
226. Augusto Severo .. 1 907 184 47 1 676
227. Parai ...... 5 512 206 63 5 243
228. Protásio Alves . 2 380 168 - 2 212
229. Silva Pais .. 3 700 478 131 3 091
53. Quarai ........... 17 118 6 559 l 167 9 392
230. Quarai. ..... 17 118 6 ."59 1 167 9 392
54. Rio Grande .... 60 802 48 253 3 078 9 471
231. Rio Grande; .. 49 337 46 655 2 682 -
232. Cassino ... 1 333 293 - 1 040
233. Povo Novo .') 396 635 291 4 470
234. Quinta ... 2 746 314 67 2 165
235. Taim 1 990 156 38 I 796
EsTATiSTICA MuNICIPAL 261

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

55. Rio Pardo ...... 35 412 4 568 3 148 27 696


236. Rio Pardo. .. .. 12 663 3 707 2 658 6 298
237. Bexiga .......... ....... 4 031 206 45 3 780
238. Capivari . ...... 8 385 148 101 8 136
239. Passo do Sobrado .. ... ... 3 830 283 194 3 353
240. Rincão Del Rei .. ... 6 503 224 150 6 129

56. Rosário ........ .. 23 783 3 351 4 149 16 283


241. Rosário 17 838 2 835 3 898 11 105
242. Saicã. 5 945 516 251 5 178

57. Santa Cruz . .. 55 041 6 115 5 329 43 597


243. Santa Cruz 15 747 4 917 4 572 6 258
244. Erveiras 4 402 90 44 4 268
245. Monte Alverne 7 350 222 51 7 077
246. Sete Léguas .. 4 435 154 45 4 236
247. Sinimbu .. 7 983 308 66 7 609
248. Teresa 8 672 238 366 8 068
249. Trombudo 6 452 186 185 6 081

58 Santa Maria ....... 75 597 30 518 11 170 33 909


250. Santa Maria .. 39 074 29 102 9 972 -
251. Arroio do Só 3 958 169 201 3 588
252 Bôca do Monte .. 7 llO 292 440 6 378
253. Colônia 10 128 167 167 9 794
254. Dilermando Aguiar 6 338 201 151 5 986
255. São Martinho 5 366 178 131 5 057
256. Silveira Martins 3 623 409 108 3 106

59. Santa Rosa .... 84 528 4 071 1 642 78 815


257. Santa Rosa 14 421 1 212 320 12 889
258. Campina 5 802 138 103 5 561
259. Horizonte 9 984 308 131 9 545
260. Laranjeiras 10 459 169 3!) 10 251
261 Pôrto Lucena .5 027 340 379 4 308
262. Santo Cristo 12 783 375 146 12 262
263. Três de Maio 10 660 707 357 9 596
264. Tucunduva .. 7 266 223 31 7 012
265. Tuparendi . 8 126 599 136 7 391

60. Santa Vitória do Palmar .. 14 077 4 352 1 683 8 042


266. Santa Vitória do Paim ar 12 169 4 134 1 568 6 467
267 Chuí 1 908 218 ll5 1 575

61. Santiago 27 793 5 709 2 958 19 126


268 Santiago 20 603 5 347 2 858 12 398
269. Ernesto Alves 4 163 124 - 4 039
270. F!órira . . . . 3 027 238 100 2 689

62. Santo Ângelo• ... 68 829 7 709 2 600 58 520


271. Santo Ângelo 26 372 6 256 1 536 18 580
272 Catuípe 5 960 741 llO 5 109
273. Giruá 24 897 576 771 23 550
274. São Miguel ll 600 136 183 11 281
262 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

63. Santo Antônio 59 735 2 159 1 613 55 963


275 Santo Antônio 10 472 764 648 9 060
276. Cara á 9 128 277 97 8754
277. Entre pelado 5 875 144 109 5 622
278 Miraguaia .. 6 680 150 225 6 305
279. Pinheirinho. 11 099 179 55 10 865
280. Riozinho 6 569 208 70 6 291
281 Rolante 9 912 437 409 9 066

64. São Borja .. 29 694 4 635 4 375 20 684


282. São Borja . 26 042 4 462 4 228 17 352
283 Garruchos 3 652 173 147 3 332

65. São Francisco de Assis 20 374 1 977 1 068 17 329


284. São Francisco de Assis 7 563 1 668 841 5 054
285. Bel uno ... 3 614 79 - 3 535
286. Manuel Viana 4 149 145 227 3 777
287. Toroquá 5 048 85 - 4 963

66 São Francisco de Paula. 29 389 1 987 1 246 26 156


288. São Francisco de Paula 6 089 1 184 787 4 118
289 Cazuza Ferreira .. 3 768 288 168 3 312
290. Cbapéu 3 080 177 117 2 786
291. Criúva. ... 5 097 20.1 7.1 4 S17
292. Salto .. 6 408 47 16 6 345
293. Tainhas 4 947 86 83 4 778

67. São Gabriel 40 995 9 735 8 038 23 222


294. São Gabriel 22 663 5 876 6 412 lO 375
295. Azeyedo Rorlró . 1 728 60 107 1 561
296. Cace qui. :; 146 3 331 1 078 737
297. Suspiro 2 801 122 26 2 653
298. Tiaraju 4 569 151 244 4 174
299 Vacacaí 4 08B 195 171 3 722
68. São Jerônimo 38 269 9 192 6 178 22 899
300 Rão Jerônimo 6 274 1 963 453 3 858
301. Arroio dos Ratos 8 216 4 477 1 855 1 914
302. Barão do Triunfo 13 752 234 107 13 411
303 Butiá. .. 9 997 2 518 3 763 3 716
69. São José do Norte 17 692 1 573 276 15 843
304 São José do Norte 5810 1 019 - 4 791
305. Bojuru 1 813 53 254 1 506
306. Estreito 1 704 117 - 1 587
307. Mostardas 8 365 384 22 7 959
70 São Leopoldo . 52 049 13 900 7 339 30 810
308. São Leopoldo 17 434 9 266 4 610 3 558
309 Bom Jardim . 5 402 403 190 4 809
310 Campo Bom 3 002 1 031 665 1 306
311 Dois Irmãos . 4 622 569 245 3 808
312. Genuíno Sampaio 2 345 725 537 1 083
313. Joaneta 2 545 97 100 2 348
311 João Correia 2 278 216 96 1 966
315 Padre Eterno 4 476 120 85 4 271
316. Sapiranga .. 3 518 940 319 2 259
317. Sapucaia:. 6 427 533 492 5 402
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 263

RECENSEAIIIENTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -----------1----------

71. São Lourenço 28 392 4 183 561 23 648


318. São Lourenço 9 008 3 661 464 4 883
319. Boqueirão 19 384 522 97 18 765

72. São Luís Gonzaga ... 62 319 4 303 4 796 53 220


320. São Luís Gonzaga 17 727 2 454 3 566 11 707
321. Cêrro Azul 10 242 U6 144 9 352
322. Guarani .. 5 431 290 216 4 925
323. Pôrto Xavier. 8 465 175 124 8 166
324. Quarepoti 1 628 108 195 1 325
325. Roque Gonzales 5 158 113 113 4 932
326 Santa Lúcia 5 835 192 212 5 431
327 São Nicolau . 7 833 225 226 7 382

73 São Pedro . 15 409 1 646 660 13 103


328. São Pedro . 15 409 1 646 660 13 103

74 São Sepé 21 408 1 581 750 19 077


329. São Sepé 13 760 1 281 584 11 895
330 F01 migueiro 7 648 300 166 7 182

75. São Vioente 16 479 1 794 579 14 106


331 São Vicente 6 246 933 136 5 177
332 Clara 3 322 267 190 2 865
333 Mata 4 791 334 198 4 259
334. Umbu .. 2 120 260 55 1 805

76. Sarandi 39 195 2 297 662 36 236


335. Sarandi 10 889 1 146 352 9 391
336. Benjamin Constant 12 750 361 91 12 298
337. Nonoaí 12 202 519 78 11 605
338 Rondinha 3354 271 141 2 942

77 Sobradinho 28 622 1 282 27 340


339. Sobradinho .. 13 107 707 12 400
340. Arroio do Tigre 8 649 246 8 403
341 São Paulo 6 866 329 6 537

78 Soledade 70 279 3 420 994 65 865


342. Soledade . 18 401 1 970 619 15 812
343 Barros Cassai. 6 073 98 53 5 922
344. Camargo 4 652 263 4 389
345 Espumoso . 6 476 546 65 5 865
346. Fontoura Xavier g 725 153 62 8 510
347. Jaculzinho. 21 021 215 150 20 656
348 Maurício Cardoso. 4 931 175 45 4 711

79. Tapes . 22 291 1 907 1 088 19 296


349. Tapes 7 886 l 460 857 5 569
350. Cêrro Grande 9 985 144 47 9 794
351. Vasconcelos 4 420 303 184 3 933

80 Taquara 54 327 6 630 4 761 42 936


352. Taquara 10 99R 3 637 2 033 5 328
353 Canela 5 388 1 070 1 154 3 164
354 Gramado 8 087 634 5791 6 874
355. Igrejinha .. 2 053 496 150 I 407
264 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAl'.IENTO GERAL DO BRASIL


(1,0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS d(
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

356. Mundo Novo .. .. 7 847 312 475 7 060


357. Padilha ....... .. 8 701 161 45 8 495
358. Parobé ....... 5 128 224 129 4 775
359. Santa Cristina ... 6 125 96 196 5 833

81. Taquari ··········· . .. 27 907 3 989 1 788 22 130


360. Taquari .... 10 224 2 085 971 7 168
361. Bom Retiro 7 863 1 345 332 6 186
362. Concórdia . .... 5 703 397 443 4 863
363. São Joaquim .. .. 4 117 162 42 3 913

82. Tôrres ...... ..... 20 575 1 340 1 102 18 133


364. Tôrres .... 6 224 940 454 4 830
365. Morro Azul .. 4 116 43 232 3 841
366 Rio Verde 4 918 159 176 4 583
367. Três Irmãos . 5 317 198 240 4 879

83. Triunfo o ••• .. 11 687 2 252 1 479 7 956


368. Triunfo . ... 3 644 1 334 620 1 690
369. Costa da Cadeia .. 2 139 425 412 1 302
370. Passo Raso .... 2 990 301 198 2 491
371. Pôrto Batista .. 2 914 192 249 2 473

84. Tupanciretã .... 21 033 3 790 929 16 314


372. Tupanciretã 5 481 3 082 606 2 153
373. Inconfidência 4 921 194 61 4 666
374. Jari 3 614 279 64 3 271
375. Toropi . 6 657 235 198 6 224

85. Uruguaiana . 34 818 17 265 4 911 12 642


376 Uruguaiana ...... 32 508 16 950 4 415 11 143
377. Barra do Quaraí . 2 310 315 496 1 499

86. Vacaria .. .. 32 874 4 449 1 634 26 791


378. Vacaria. .. 7 418 2 898 1 291 3 229
379. Coxilha Grande . . 1 719 230 9 1 480
380. Entre Rios ........ . . ... 1 765 105 37 1 623
381. Esmeralda .... ..... 2 248 286 17 l 945
382. I pé .
.. .... 2 82·1 273 96 2 455
383. Korf ... . .. .. 3 518 119 37 3 362
384. Luz .. . ... 4 863 160 26 4 677
385. Muitos Capões ..... 1 322 80 9 1 233
386. Pinhal ... 3 045 151 54 2 840
387. Segrêdo . ... 4 152 147 58 3 947

87. Venâncio Aires . . . . . . 28 205 2 401 596 25 208


388. Venâncio Aires .... 16 233 1 852 402 13 979
389. Deodoro. ... 6 246 131 37 6 078
390. Mariante ..... 5 726 418 157 5 151

88. Via mão ... 17 313 1 156 658 15 499


391. Viamão .. . . 11 109 916 577 9 616
392. Itapuã ..... 6 204 240 81 5 883

* A divisão distrital dos Municípios de Ijuí e Santo Ângelo é a que consta do volume Divisão Teu itorial dos Estados
Unidos do B1asil, Rio de Janeiro, Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítir.a, 1940.
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 26.5

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------
ESTADO .. ... 1 178 340 207 954 45 763 924 623
1. Araranguã ... ... 59 273 3 833 1 216 54 224
1. Araranguá ... .... 12 139 2 379 860 8 900
2. Meleiro ....... ... 9 622 136 73 9 413
3. Morretes 5 466 283 32 5 151
4. Passo do Sertão 10 615 159 31 10 425
5. Sombrio 10 076 574 72 9 430
6. Turvo ........ .. 6 005 167 61 5 777
7. Volta Grande ... .... 5 350 135 87 5 128

2. Biguaçu . .. . ... 20 108 3 185 1 568 15 355


8. Biguaçu ... 10 251 1 955 523 7 773
9. Antônio Carlos 3 955 119 64 3 772
10. Ganchos .. 2 857 958 920 979
11. São Miguel .. 3 045 153 61 2 831

3. Blumenau .. .. .. 41 178 13 923 717 26 538


12. Blumenau 25 130 13 255 397 11 478
13. Massaranduba . 9 755 222 57 9 476
14. Rio do Testo 6 293 446 263 5 584

4. Bom Retiro ..... .. . . 27 842 1 589 448 25 805


15. Bom Retiro . 5 226 477 146 4 603
16. Águas Brancas 2 952 60 98 2 794
17. Alto Perimb6 6 960 192 38 6 730
18. Salto Grande .. 6 833 698 166 5 969
19. Santa Teresa ... 5 871 162 - 5 709

5. Brusque .. 23 428 2 890 3 387 17 151


20. Brusque 16 887 2 641 3 327 10 919
21. Nilo Peçanha .. I 311 26 18 1 267
22. Pôrto Franco 3 039 !51 31 2 857
23. Vida! Ramos 2 191 72 11 2 108

6. Caçador. 25 307 4 926 1 115 19 266


24 Caçador 7 836 3 161 363 4 312
25. Princesa Isabel. ... .. 3 639 206 161 3 272
26. Rio das Antas. 2 687 438 229 2 020
27 São Lufs 5 617 375 75 5 167
28. Taquara Verd~ .' . .. 3 637 201 69 3 367
29. Vitória ... 1 891 545 218 1 128

1. Camboriú 9 352 948 691 7713


30. Camboriú .. ... 9 352 948 691 7 713

8. Campo Alegre 5 269 595 94 4 580


31. Campo Alegro 5 269 595 94 4 580

9. Campos Novos .. ... .. 52 689 7 069 1 264 44 356


32. Campos Novos ...... 6 381 1 090 250 5 041
33. Abdon Batista 3 106 93 41 2 972
34 Al·coverde 5 082 220 185 4 677
35. Coração de Jesus 7 276 72 - 7 204
36. Erva! 5 373 1 855 144 3 374
37. Perd1zes
· 5 730 ~. 254 4 154
266 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNicÍPIOS
------------------------------------------------------------
RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL
(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


Popula~ão DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--- ----~----
-----
38. Rio Bonito 5 451 614 101 4 736
39. Rio Capinzal 5 535 824 - 4711
40 Rio elo Peixe 2 418 496 100 1 822
41 Umbu 2 309 45 -- 22M
42. Uruguai . 4 028 438 189 3 ·101

10 Canoinhas .. 42 310 4 464 2 739 35 107


43. Canoinhas 18 377 2 054 1 746 H.m
44 Colônia Vieira 7 044 193 169 6 682
45. Papanrluva . 10 504 313 244 9 9·i7
46 Paula Pereira 1 977 512 25 1 440
47 Três Barras 4 408 1 392 555 2 461

11 Chapecó 44 327 2 757 1 371 40 199


48. Chapecó 5 786 505 296 4985
49 Abelardo Luz 4 171 105 - 4 066
50 Campo Erê 2 130 48 - 2 082
51 Caxambu 2 837 158 69 2 610
52 Dionísio Cerqueira 906 84 - 822
53 Faxina] dos Guedes 1 950 64 - 1 886
54 Guatambu 3 185 149 130 2 906
55 Itapiranga 4 813 297 200 4 316
56. Monda f 3 267 344 201 2 722
57. Passarinho 3 594 73 - 3 521
58 São Carlos , 3 662 310 138 3 214
59 Rão Domingos 2 652 66 - 2 586
()[), Xanxerê 3 2C6 280 273 2 653
61 Xaxim 2 168 274 64 1 830

12 Concórdia 32 658 1 279 388 30 991


62. Concórdia 11 511 710 204 10 597
63 Esteves Júnior 4 942 132 90 4 720
64 Ipira 4578 130 ~
4 44P,
65, Itá 6 478 130 49 6 299
66 Mauá 2 002 45 45 1 912
67 Rio Branco 3 147 132 - 3 015

13 Cresci uma 27 753 2 517 2 328 22 908


68. Cresciuma. 17 112 2 127 2 213 12 772
69. Aliatar 3 886 37 18 3 831
70. Nova Veneza 6 755 353 97 6 305

14 Cruzeiro 36 174 2 989 625 32 560


71. Cruzeiro 8 852 1 933 154 6 765
72 Catanduvas 5 782 237 324 5 221
73 Herciliópolis 3 119 80 -- 3 039
74, Irani 2 557 65 10 2 482
75 Itapuí 6 108 161 ~

5 947
76 Ouro 7 275 R07 24 6 944
77, Ponte Sen ada 2 481 206 113 2 162
15 Curitibanos . 20 486 1 169 688 8 629
78. Curitibanos 5 293 833 363 4 097
79 I.ebon Régis 2 544 135 44 2 365
80 Liberata 4 371 37 150 4 184
81. Ponte Alta 2 183 76 32 2 075
82. Santa Cecília 2 557 55 33 2 469
83. São Sebastião 3 538 33 66 3 439
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 267

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
lato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------- ---
160 FLO RIAN ÕPOLIS 46 771 27 793 1 971 17 007
840 Florianópolis 25 014 25 014 - -
85 Cachoeira 1 727 156 119 1 452
86o Canasvieiras 1 662 139 276 1 247
870 Lagoa o. 3 251 296 95 2 860
88 Ratones 670 39 1fi2 479
890 Ribeirão 4 589 356 560 3 673
900 Rio Vermelho 2 332 144 128 2 060
91 Saco dos Limões o 2 103 1 198 132 773
92 Santo Antônio o 1 976 153 73 1 750
930 Trindade 3 447 298 436 2 713

17 Gaspar 10 648 722 464 9 462


940 Gaspar 10 648 722 464 9 462

18. Hamêni'a 00o 19 235 1 621 297 17317


95 Hamônia 5 674 928 69 4 677
960 Getúlio Vargas 4 887 462 105 4 320
970 Gustavo Richard 3 604 106 74 3 424
980 Joré Boiteux 5 070 125 49 4 896

190 lmaruí 16 871 1 039 459 15 373


990 Imaruí 11 134 856 394 9 884
1000 Rio d'Una 2 646 71 37 2 538
101 São Martinho 2 395 52 28 2 315
102 Vargcm do Cedro 696 60 - 636

20 lndaial oo 13 873 1 566 317 11 990


1030 Indaial 7 444 1 052 99 6 293
104 Aquidabã 3 608 246 91 3 271
105 Ascu!Ta o 2 821 268 127 2 426

21. llaiópolis . oo 15 747 620 294 14 833


106 Itaiópolis 7 203 456 266 6 481
107 Iraceml o 4 044 71 - 3 973
1080 Moema 4 500 93 28 4 379

220 l!ajaí 44 204 13 067 3 218 27 919


1090 Itajaí 25 324 11 727 1 512 12 085
1100 Ilhota 3 885 460 217 3 208
1110 Luís Alves 8 168 270 206 7 692
112 Penha f 827 610 1 283 4 934

23 Jaguaruna 9 709 947 772 7 990


1130 Jaguaruna 7 396 723 407 6 266
114 Sangão 2 313 224 365 1 724

420 Jaraguáo 23 495 3 514 596 19 385


115 Jaraguá 16 172 2 142 395 13 635
1160 Hansa 7 323 I 372 201 o5 750

25o Joinville o 45 590 15 820 1 749 28 021


1170 Joinville 30 040 15 193 1 531 13 316
118 Bananal 9 222 453 121 8 648
1190 Corveta 2 007 12 27 1 968
120 Pedreira 4 321 162 70 4 089
268 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 194,0)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


Popula~ão DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
- - - - ------ - - - - -
26. Laguna ... 33 218 11 418 1 942 19 858
121. Laguna .. 13 035 8 444 54 4 537
122. Jmbituba ...... 6 564 2 351 1 057 3 156
123. Mirim ......... .. 3 531 88 702 2 741
124. Pescaria Brava . ... 6 003 227 41 5 735
125. São Braz ... 4 085 308 88 3 689
27. Lajes 53 697 8 024 1 255 44 418
126. Lajes ... 9 850 6 544 1 0.~9 2 247
127. Anita Garibaldi 5 419 71 20 5 328
128 Bocaina ... 3 570 103 81 3 386
129 Campo Belo . 4 118 186 - 3 932
130 Capão Alto 5 848 216 6 5 626
131. Ce~Tito 8 685 111 11 8 563
132. Cêrro Negro . 4 530 110 26 4 394
133. Correia Pinto. 3 619 145 41 3 433
134 Índios 4 661 81 11 4 569
135. Painel . 3 397 4.57 - 2 940
28. Mafra 22 172 5 831 1 978 14 363
136 Mafra ... 13 471 5 429 1 839 6 203
137 Bela Vista 3 866 269 108 3 489
138. Rio Prêto 4 835 133 31 4 671
29. Nova Trento 9 834 1 253 610 7 971
139. Nova Trento .. 6 675 1 175 574 5 026
140. Aliança .. 808 119 26 663
141. Vargedo 2 351 59 10 2 282
30 Orleans .. 24 965 3 316 1 003 20 646
142. Orleans .. 10 432 1 492 325 8 615
14.3. Grão Pará 4 489 611 94 3 74oft
144. Lauro Müller ..... 7 535 868 398 6 269
145. Palmeiras ... 2 509 345 186 19 78
31. Palhoça 36 441 3 548 819 32 074
146. Palhoça ... 7 375 1 421 269 5 685
147. Anitápolis ... 3 469 190 31 3 248
148 Enseada do Brito .. 3 579 234 10 3 335
149. Garopaba 5 363 459 132 4 772
150. Paulo Lopes . . . . ... 3 877 250 109 3 518
151. Rancho Queimado 2 485 100 13 2 372
152. Santo Amaro 7 632 733 255 6 644
153. São Bonifácio 1 764 59 - 1 705
154. Teresópolis 897 102 - 795
32. Parati ... 12 147 1 339 235 10 573
155. Parati ..
······ 3 784 681 125 2 978
156. Barra Velha .. 7 138 340 103 6 695
157. Itapocu 1 225 318 7 900
33. Pôrto Belo 7 119 1 q68 834 4817
158. Pôrto Belo. 4710 600 274 3 836
159. Itapema .. 2 409 868 560 981
34. Pôrto União 20 823 3 686 1 311 15 826
160. Pôrto União 8 093 2 466 952 4 675
161. Matos Costa 3 783 404 84 3 295
162. Poço Prêto . 3 585 190 25 3 370
163. Santa Cruz ... 1 612 89 96 1 427
164. Valões ... 3 750 537 154 3 059
EsTATfsTICA MuNICIPAL 269

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SANTA CATARINA

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---
35. Rio do Sul. ....... ... 49 548 4 434 497 44 617
165. Rio do Sul .. 25 076 3 322 275 21 479
166. Pouso Redondo 6 866 238 82 6 546
I67. Taió .... 9 576 450 87 9 039
168. Trombudo Central 8 030 42-1 53 7 553
36. Rodeio ····· 12 057 1 141 260 10 656
169. Rodeio . 5 521 799 202 4 520
170. Benedito Novo 6 536 342 58 6 I36
37. São Bento ... .. 12 194 3 187 257 8 750
171. São Bento .... 7 359 1 522 257 5 580
172. Rio Negrinho .. 4 835 I 665 - 3 170
38. São Francisco ....... .. .. .. 18 991 9 869 1 353 7 769
173. São Francisco .. .. 13 615 9 269 923 3 423
174. Palmital. .... 2 33.5 423 .54 1 858
175. SaL. .. .. 3 041 177 376 2 488
39. São Joaquim ... ... 16 692 2 824 827 16 041
176. São Joaquim .... 10 642 I 455 212 8 975
177. Bom Jardim ... 3 181 310 6 2 865
178. Santana .. 2 696 314 81 2 301
179. Urubici 3 173 745 528 1 900
40. São José . .... .. 28 378 9 245 1 191 17 942
180 São José .. .. 5 787 2 240 345 3 202
181. Angelina ..... 2 552 146 99 2 307
I82. Garcia ....... 3 I50 133 47 2 970
I83 João Pessoa . 13 175 6 569 663 5 943
I84 São Pedro de Alcântara 3 714 I 57 37 3 520
41. Tijucas. ..... 23 839 5 118 1 564 17 157
185. Tijucas 9 68I 3 468 1 I46 5 067
I86. Boa Vista .... 2 800 I70 73 2 557
I87. Boiteuxburgo ...... .... .. I 333 89 30 1 214
I88. Canelinha ........ ..... 4 533 516 129 3 888
189. Major ........... 2 014 2?0 83 I 711
I90. São João Batista .. 3 478 655 103 2 720
42. Timb6 .. .............. . .... 10 738 1 747 194 8 797
I91. Timb6 ........... .. 4 540 I 239 147 3 154
I92. Encruzilhada . . ... 6 198 508 47 5 643
43. Tubarão . ... 53 717 8 363 673 44 681
I93. Tubarão .... I9 423 6 759 71 12 593
I94. Azambuja ... I 730 li3 45 I 632
I95. Braço do Norte . 6 763 88I Ill 5 771
I96. Capivad .... 5 024 I23 46 4 855
I97. Gravatá 8 280 280 284 7 7I6
I98. Pedras Grandes .... .. .. 2 H5 I92 66 2 I87
I99 Rio Fortuna .... 5 06I 33 - 5 028
200. Treze de Maio 4 991 42 50 4 899
44. Urussanga ... ... .... 14 473 1 301 184 12 988
201. Urussanga ........... 5 243 633 83 4 527
202. Cor.al ... I 319 I79 48 I 092
203. Morro da Fumaça .. ... . .. 1 726 260 32 I 434
204. Nova Beluno ...... ... ..... .. 3 20I I07 I2 3 082
205. Treviso ......... .. .. ... 2 984 122 9 2 8.53
270 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l,o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----~----------~----- - - - - - ---------- --

ESTADO . 7 180 316 2 686 887 481 224 4 012 205


1. Águas da Prata 5 490 757 307 4 426
L Águas da Prata 5 490 757 307 4 426

2. Agudos . . . . .. 22 352 4 731 17 621


2. Agudos . 12 864 3 644 9 220
3. Bandeirantes 3 561 490 3 071
4. Dona Amé!ia 5 927 597 5 330

3. Altinópolis 10 154 2 001 30 8 123


5. Altin6polis 10 154 2 001 30 8 123

4 Americana . . 13 503 3 233 3 661 6 609


6. Americana 10 556 2 679 3 115 4 762
7 Nova Odessa 2 947 554 546 I 847

5. Amparo 35 239 9 789 538 24 912


8. Amparo 29 998 9 010 538 20 450
9. Monte Alegre 5 241 779 4 462

6. Anápolis 4 908 985 59 3 864


10. Anápolis 4 908 985 59 3 864

7 Andradina .. 14 424 2 532 649 11 243


11. Andradin a 9 262 2 051 72 7 139
12. Guaraçaí 5 162 481 577 4 104

8. Angatuba 13 162 1 519 111 11 532


13. Angatuba 13 162 I 519 11l 11 532

9. Aparecida 9 156 2 945 2 071 4 140


14. Apareeida g 156 2 945 2 071 4 140

10 Apiaí 11 839 1 438 417 9 984


15 Apiaí 6 543 1 210 223 5 110
16 Capoeiras 3 075 105 123 2 847
17. Ita6ca 2 221 123 71 2 027

11. Araçatuba 45 721 16 050 1 010 28 661


18 Araçatuba . 39 501 15 893 1 010 22 598
19 Major Praclo 6 220 157 6 063

12. Araraquara. 67 724 31 910 1 262 34 552


20 Araraquara 47 008 26 967 7.57 19 284
21 Amé1 ico Brasiliense 2 876 449 87 2 340
22. Bueno de Andrada 1 419 153 12 1 254
23 Gavião Peixoto 4 340 584 100 3 656
24 Motuca 2 786 350 120 2 316
25. Rincão 5 141 2 876 60 2 205
26. Santa Lúcia 4154 531 126 3 497

~3 Araras 22 614 6 269 1 013 15 332


27. Araras 22 614 6 269 1 013 15 332

14. Areias 5 168 841 93 4 234


28. Areias 5 168 841 93 4 234
ESTATÍSTICA MuNICIPAL 271

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro
Quadro Quadro
urbano
sul!urbano rural
- - - - - - - - - - -·----- - - - - -
15. Ariranha 7 310 352 764 6 194
29. Ariranha 7 310 352 764 fi 194
16. Assis .. 23 703 6 413 2 814 14 476
30. Assis 15 072 6 208 2 756 6 108
31. Tarumã 8 631 205 58 8 368
17. Ali baia 19 345 1 955 2 605 14 785
32. Atibaia 15 481 1 546 2 605 11 330
33. Jarinu 3 864 409 3 4.55
18 Aval ..
34. Avaf
..... .. 12 356 1 522 750 10 084
9 074 1 387 554 7 133
35. Guaricanga 3 282 135 196 2 951

19. Avanhandava 13 719 942 701 12 076


36. Avanhandava 13 719 942 701 12 076

20. Avaré. 28 628 6 886 3 496 18 246


37. Avaré 28 628 6 886 3 496 18 246
21. Bananal 11 566 1 501 140 9 925
38. Bananal .. 11 566 1 501 140 9 925
22. Bariri 24 967 2 250 3 611 19 106
39. Bariri . 18 211 2 000 3 426 12 785
40. Itaju. 6 756 250 185 6 321
23 Barra Bonita 13 548 2 310 379 10 859
41. Barra Bonita 13 548 2310 379 10 859
24. Barreiro 6 347 815 57 5 475
42. Barreiro . 6 347 815 57 5 475
25. Barretos 39 870 12 255 5 855 21 760
43 Barretos 25 321 11 325 5 635 8 361
41 Frigorífico 4 685 438 89 4 158
45. Itambé 6 718 348 53 6 317
46. Laranjeiras 3 146 144 78 2 924

26. Batatais 20 070 6 288 2 084 11 698


47. Batatais 20 070 6 288 2 084 11 698

27 Bauru 55 472 18 499 15 392 21 581


48 Bauru 43 514 17 404 15 392 10 718
49. Nogueira. 4 863 194 4 6fi9
50. Tibiriçá 7 095 901 fi 194

28 Bebedouro 28 194 11 193 1 097 15 904


51. Bebedouro 21 863 10 687 945 10 231
.52 Botafogo 6 331 506 152 5 673

29. Bela Vista 39 237 3 062 507 35 668


53. Bela Vista 11 678 465 102 11111
54 Campos Novos 5 026 695 97 4 234
55. Casa Grande 4 850 644 208 3 998
56 Fortuna . 10 963 527 78 10 358
57. Lutécia . 6 720 731 22 5 967
272 REVISTA BRASILEmA nos MuNICÍPIOs

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------------------- ----------1------ ------
30. Bernardino de Campos. _ .. 10 391 2 817 341 7 233
58 Bernardino de Campos 10 391 2 817 341 7 233
31. Birigui . . .. . 42 912 4 879 4 788 33 245
59. Birigui. .. .. 34 300 3 764 4 .520 26 016
60. Bilac _.. . 8 612 1 115 268 7 229

32. Boa Esperança .. _. 11 563 1 364 355 9 844


61 Boa Esperança 10 585 883 325 9377
62 Trabiju ....... 978 481 30 467

33. Bocaina ...... . 9 129 1 566 668 6 895


63. Bocaina . 9 129 1 566 668 6 895

34. Bocaiúva . .. . 7 229 491 79 6 659


64. Bocaiúva . 7 229 491 79 6 659

35. Bofete. 7 683 590 302 6 791


65 Bofete _... 7 683 590 302 6 791

36. Boituva 7 674 905 362 6 407


66. Boituva 7 674 905 362 6 407

37. Borborema .... 16 803 2 763 14 040


67. Borborema 16 803 2 763 14 040

38. Botucatu.. . . _ 38 881 15 718 4 587 18 576


68 Botucatu . 31 651 14 865 4 436 12 350
69 _ Pardinho. 2 795 414 74 2 307
70. Vitória 4 435 439 77 3 919

39. Bragança ... 52 773 7 390 6 739 38 644


71. Bragança ..... - ... - 31 958 6 018 6 739 19 201
72. Pedra Grande .... .. 5 599 357 5242
73. Pinhalzinho ... 5 005 210 4 795
74. Tuiuti ...... .. 4 147 191 3 956
75. Vargem ..... . 6 064 614 5 450

40. Brodosqui ........ .. 8 338 1 653 306 6 379


76. Brodosqui . 8 338 1 653 306 6 379

41. Brotas_ 17 741 2 354 332 15 055


77. Brotas . 17 741 2 354 332 15 055

42. Buri 8 353 1 492 212 6 649


78. Buri 6 232 1 353 172 4 707
79. Aracaçu . 2 121 139 40 I 942

43. Cabreúva .. _ 4 970 654 14 4 302


80. Cabreúva 4 970 654 14 4 302

44. Caçapava 16 352 4 927 2 621 8 804


81 Caçapava 16 352 4 927 2 621 8 804

45. Cachoeira _...... 9 137 4 836 414 3 887


82. Cachoeira.. . . . 9 137 4 836 414 3 887
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 273

RECENSEAMJ<JNTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os lVIunicípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------------·-------- ~----- ------1------11-----

46 Caconde . 17 314 2 619 317 14 378


83 Caconde 15 413 2 323 271 12 819
84. Barra I 901 296 46 I 559

47. Cafelândia . 36 006 4 962 1 619 29 425


85. Cafelândia 20 460 4 259 1 083 15 118
86 Mesquita 7 962 527 332 7 103
87 Simões 7 584 176 204 7 204

48. Cajobi 9 658 1 217 280 8 161


88 Cajobi 7 255 855 154 6 246
89 Albuquerque 2 403 362 126 I 915

49. Cajuru 17 057 2 846 434 13 777


90 Cajuru 11 953 2 296 434 9 223
91. Cássia dos Coqueiros 3 246 410 2 836
92 Cruz da Esperança I 858 140 I 718

50 Campinas 129 940 80 519 3 536 45 885


93 Campinas 106 252 76 460 I 319 28 473
94 Cosmópolis 5 896 923 510 4 463
95 Rebouças 5 188 964 335 3 889
96 Sonsas 5 78G 788 703 4 295
97 Valinhos 6 818 I 384 669 4 765

51. Campo Largo .. 10 916 931 206 9779


98 Campo Largo 10 916 931 206 9 779

52 Campos do Jordão .. 11 716 1 678 3 350 6 688


99 Campos do J ordão 8 402 I 474 3 311 3 617
100 Santo Antônio do Pinhal . 3 314 204 39 3 ü.71

53 Cananéia. 5 530 880 531 4 119


1OI. Cananéia 4 833 678 531 3 624
102 Ariri 697 202 495

54. Cândido Mola 14 155 1 808 440 11 907


103 Cándido Mota . 14 155 1 808 440 11 907

55 Capão Bonito 22 895 2 773 343 19 779


104. Capão Bonito 15 701 2 362 201 13 138
105 Guapima 7 194 411 142 6 641

56. Capivari 26 754 7 394 493 18 867


106. Capivari 14 886 5 599 281 9 006
107 Mombuca 4 419 314 90 4 015
108 Rafard 7 449 1 481 122 5 846

57 Caraguatatuba .. 4 666 745 1 071 2 850


109. Caraguatatuba 4 666 745 1 071 2 850

58 Casa Branca . _. 21 993 8 324 648 13 021


110. Casa Branca 14 859 6 694 400 7 765
111 Itobi 5 511 I 247 248 4 016
112 Lagoa 1 623 383 1 240

R.B.M. -18
274 REVISTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOs
------------------~=-----------------------------------~~---~

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SAO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

59. Catanduva ..••.•............... .... 40 769 12 762 6 559 21 448


113. Catanduva.:;::;. .. . ····· . 26 719 11 069 5 959 9 691
114. Catiguá.. ................ ..... 4 701 793 248 3 660
115. Elisiário ............ .... ····· 5 040 702 352 3 986
116. Palmares ........... .. 4 309 198 - 41ll

60. Cedral. .................. ... ... . .. 9 918 1 696 ~-

8 222
117. Cedral. .......... . ······ ... 9 918 1 696 ~

8 222

61. Cerqueira César...... . . . . 12 007 2 942 136 8 929


118. Cerqueira César .. ... .. 12 007 2 942 136 8 929

62. Chavantes ............... ..... 11 727 2 392 203 9 132


119. Chavantes ••• o 9 009 1 908 ~

7 101
120. Irapé .... ..... .. 2 718 484 203 2 031

63. Colina ........... ..... 22 236 3 791 908 17 537


121. Colina .. .. .. .. ... 14 039 2 913 355 10 771
122. Jaborandi. ... 8 197 878 553 6 766

64. Conchas . ... ... .. ... 10 741 2 032 97 8 612


123. Conchas .. ••• o . . .. 10 741 2 032 97 8 612

65. Coroados . 14 784 1 006 536 13 242


124. Coroados .. .... . .... 9 736 923 344 8 469
125. Lauro Penteado . ... 5 048 83 192 4 773

66. Cotia ........ 11 387 987 100 10 300


126 Cotia .......... .. .. 8 594 711 50 7 833
127. Itapevi ....... 2 793 276 50 2 467
67. Cravinhos . .. 18 336 3 148 1 828 13 360
128. Cravinhos ... . . .. 13 428 2 682 1 386 9 360
129. Serrana 4 908 466 442 4 000

68. Cruzeiro .. 16 466 8 310 3 308 4 848


130. Cruzeiro .. 16 466 8 310 3 308 4 848

69. Cunha ... 24 818 1 220 452 23 146


131. Cunha .. 16 503 828 147 15 528
132. Campos de Cunha 2 91],. 80 157 2 674
133. Lagoinha 5 404 312 148 4 944

70. Descalvado .. .. 16 467 3 528 702 12 237


134. Descalvado. ... 16 467 3 528 702 12 237

71. Dois Córregos ... 15 996 4 716 1 230 10 050


135. Dois Córregos 14 247 4 361 1 230 8 656
136. Figueira .. 1 749 355 - 1 394

72. Dourado 9 625 1 822 678 7 125


137. Dourado 9 625 1 822 678 7 125

73. Duartina 16 635 2 713 866 13 056


138. Duartina 10 497 2 263 694 7 540
139. Gralha .. .... .. 6 138 450 172 5 516
EsTATfsncA MuNICIPAL 275

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1,o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fatoQuadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----- ------ --
74. Fartura .... 12 419 1 882 222 10 315
140. Fartura .. 9 498 1 686 123 7 689
141. Ribeirópolis 2 921 196 99 2 626

75. Fernando Prestes. . ... 7 780 714 623 6 443


142. Fernando Prestes ... 5 135 521 617 3 997
143. Camargo ... 2 645 193 6 2 446

76. Formosa 5 568 439 366 4 763


144. Formosa 5 568 439 366 4 763

77. Franca ... 55 760 18 631 5 407 31 722


145. Franca 29 638 16 064 4 504 9 070
146. Cristais 6 473 704 140 5 629
147. Jeriquara . 2 078 319 288 1 471
148. Restinga 6 744 706 63 5 975
149. Ribeirão Corrente .... 3 359 181 126 3 052
150. São José da Bela Vista . 7 468 657 286 6 525

78. Gália. .. 18 232 2 340 1 325 14 567


151. Gália ....... 15 311 1 799 1 325 12 187
152. Fernão Di as . 2 921 541 2 380

79. Garça• ... 33 410 8 888 24 522


153. (_iarça .... .. 16 767 7 669 9 098
154 Alvaro de Carvalho 8 301 521 7 780
155 Santo Inácio .. 8 342 698 7 644

80. Getulina ...... 22 400 2 234 294 19 872


156 Getulina 19 535 1 986 294 17 255
157. Macucos 2 865 248 2 617

81. Glicério 13 146 2 207 154 10 785


158. Glicétio 6 418 1 123 107 5 188
159. Braúna 6 728 1 084 47 5 597

82. Grama ..... 10 766 408 1 207 9 151


160. Grama 10 766 408 1 207 9 151

83. Guaira . . 9 545 1 288 1 276 6 981


161. Guaíra. 9 545 1 288 1 276 6 981

84. Guará 10 890 1 161 1 250 8 479


162. Guará. 10 890 1 161 1 250 8 479

85. Guararapes 28 750 4 207 457 24 086


163. Guararapes .. 28 750 4 207 457 24 086

86. Guararema 7 315 1 223 98 5 994


164. Guararema . 7 315 1 223 98 5 994

87. Guaratinguetã 29 345 6 554 8 841 13 950


165. Guaratinguetá .. 29 345 6 554 8 841 13 950
··············
276 REVISTA BBASILEIRA DOS MUNicÍPIOS

RECENSEA!\IENTO GERAL DO BRASIL


(l,O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SAO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEJA SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
----
88. Guarcí 7 564 974 54 6 536
166. Guareí 7 564 974 54 6 536

89 Guariba 8 673 1 712 291 6 670


167 Guariba 7 085 1 554 291 5 240
168 Pradópolis 1 588 158 1 430

90. Guarujá 7 539 1 685 3 712 2 142


169. Gumujá 7 539 1 685 3 712 2 142

91 Guarulhos 13 439 5 374 1 286 6 779


170. Guarulhos 13 439 5 374 1 286 () 779

92 lacanga 24 218 1 930 1 107 21 181


171. Jacanga 15 149 1 179 731 13 239
172 Soturna 9 069 751 376 7 942

93. lbirá 12 620 1 82P 785 10 007


173 Ibirá 12 620 1 828 78~ JO 007

94. lbitinga 21 970 5 176 762 16 032


174. Ibitinga 18 063 4 894 309 12 860
175 Cambará 3 907 282 453 3172

95. lgarapava 27 556 3 630 2 211 21 715


176 Igmapava 19M2 2 922 1 788 14 632
177. Aramina 3 759 218 243 3 298
178. Bmitis 4 455 490 180 3 785

96. lguape 20 889 3 897 808 16 184


179 Iguape. 12 747 3 090 441 9 216
180. Registro 8 142 807 167 6 968

97. lndaiatuba 10 290 1 885 756 7 649


181. Indaiatuba 10 290 1 885 756 7 649

98. lpauçu 9 707 2 120 224 7 363


182. Ipauçu 9 707 2 120 224 7 363

99 lporanga 7 873 515 104 7 254


183. Iporanga 5 345 424 29 4 892
184. Barra do Turvo 2 528 91 75 2 362

100. ltaberá 11 763 1 009 151 10 603


185. Itaberá .. 11 763 1 009 151 10 603

101 llaí . 20 424 1 635 488 18 301


186 Itaí 12 509 1 052 180 11 277
187. Bom f\ucesso 7 915 583 308 7 024

102 ltajobi 21 098 2 458 170 18 470


188. Itajobi .. 14 007 1 996 170 11 841
189 Mmaroama . 4 024 185 3 839
190. Roberto . 3 067 277 2 790
EsTATfSTICA MuNICIPAL 277

UECENSEAJUENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e I'es}Jectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

103. ltanhaém 10 878 1 781 9 097


191 Itanhaém 4 418 928 3 490
192. Itariri 6 460 853 5 607

104. ltapecerica 14 304 1 053 46 13 205


193 Itapccerica 8 818 664 29 8 125
194 Embu 2 252 281 17 1 954
195. Juquitiba 3 234 108 3 126

105 ltapetininga 34 437 11 134 2 489 20 814


196. Ilapctininga 24 075 10 514 2 272 11 289
197 Alamhari 2 134 252 131 1 751
198 Gramadinho 5 118 188 41 4 889
199 l\Iorro Alto 3 110 180 45 2 885

106 ltapeva 25 455 1 858 JW 20 253


200 Itapcva 17 953 1 402 3 143 13 408
201 Guarizinho 2 844 117 2 727
202 Ribei1~o Branco 4 658 339 201 4 118

107 ltapira 28 150 3 027 4 845 20 278


203 Itapira 28 150 3 027 4 845 20 278

108 ltápolis 27 410 1 880 3 540 21 990


204 Itápolis 20 846 I 353 3 540 15 953
205 Nova Amél ica 3 448 299 3 149
206. Tapinas 3 116 228 2 888

109 liaporanga 14 643 1 507 509 12 627


207 Itaporanga 9014 712 248 8 054
208 Coronel Macedo 2 113 152 1 961
209 Ribeirão Vcrmelho 3 516 643 261 2 612

110 ltapuí 15 057 2 966 303 11 788


210 Jtapní 9 986 2 733 303 6 950
211 Floresta 5 071 233 4 838

111 Itararé 14 772 3 758 1 275 9 739


212 Itarm é 14 772 3 758 1 275 9 739

112 !tatiba 15 615 3 429 2072 10 114


213 Jtatiba 13 !53 3 138 2 007 8 008
214 l'vlorungaba 2 462 291 65 2 106

113 ltatinga B 136 1 405 214 6 517


215 Itatinga 6 840 1 240 148 5 452
216 Lôbo 1 296 165 66 1 065

114 ltirapina 8 685 2 630 1 324 4 731


217 Itirapina 7 173 2 475 1 316 3 382
218 ltaqueri da Seu·a 1 512 155 8 1 349

115 ltu 26 647 11 048 2 681 12 918


219 I tu 26 647 11 048 2 681 12 918
278 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA, SITUAÇÃO


População DOS DO MICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

116. ltuverava . . . . . . . o o .... 32 212 3 542 2 678 25 992


220. Ituverava ..... ... ....... 22 472 2 461 2 375 17 636
221. Miguel6polis ....... ...... 9 740 1 081 303 8 356

117. Jaboticabal .. :: .... . .. .... 40 296 10 273 4 215 25 808


222. J aboticabal. . . . . . . ... ... 21 928 7 768 3 824 10 336
223. Córrego Rico. . . . ..... •••• o 4 396 229 76 4 091
224. Lusitânia .. .. ... 3 664 182 - 3 482
225. Taiaçu .... .... 4 660 692 108 3 860
226. Taiúva. .... .. 5 648 1 402 207 4 039

118. 1acareí. . ... 00 .. .... 23 669 9 911 1 886 11 872


227. Jacareí ... .. 23 669 9 911 1 886 11 872

119. Jacupiranga ...... .. 15 496 1 027 308 14 161


228. Jacupiranga .... 12 293 515 308 11 470
229. Pariquera-Açu ... 3 203 512 - 2 691

120. Jambeiro . . . . . 4 433 543 95 3 795


230. Jambeiro 4 433 543 95 3 795

121. Jardinópolis . .... 18 270 2 586 1 481 14 203


231. J ardin6polis 15 093 2 288 1 372 11 433
232. Sarandi . 3 177 298 109 2 770

122. Jaú ..... .. 44 178 12 962 5 644 25 572


233. Jaú 38 530 12 680 5 521 20 329
234. Potunduva 5 648 282 123 5 243

123. Joanópolis 00 11 144 837 192 10 115


235. Joan6polis I 11 144 837 192 10 115

124. José Bonifácio ... . .. 19 198 2317 173 16 708


236. José Bonifácio .. .... 14 423 1 727 173 12 523
237. Ubarana 4 775 590 - 4 185

125. Jundiai .. 58 203 22 442 8 645 27 116


238. Jundiaí 51 127 21 488 8 044 21 595
239. Rocinha , 7 076 954 601 5 521

126. Juqueri 24 851 2 584 1 713 20 554


240. Juqueri o o 7 356 499 228 6 629
241. Cai eiras 5 105 231 620 4 254
242. Franco da Rocha. 12 390 1 854 865 9 671

127. Laranjal .... .. 12 773 3 305 147 s 321


243. Laranjal 11 155 3 028 142 7 985
244. Laras 1 618 277 5 1 336

128. Leme. o • o o 13 783 4 005 429 9 349


245. Leme ... .. .. ... 13 783 4 005 429 9 349

129. Lençóis . 13 804 2 250 1 044 10 510


246. Lençóis .... 6 770 1 541 584 4 645
247. Alfredo Guedes ... ..... 4 248 214 198 3 836
248. Borebi. .......... o o 2 786 495 262 2 029
EsTATÍSTICA MUNICIPAL 279

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---------------- ~---- --------1------1-----

130. Limeira ............ . 44 807 6 567 12 732 25 508


249. Limeira .. .. .. .. .. . .. . . .. 33 951 4 714 12 527 16 710
250. Cordeiro ............. . 5 948 1 125 205 4 618
251. Iracemápolis......... .. . 4 908 728 4180

131. Lindóia .. 4 054 486 54 3 514


252. Lindóia .......... . 4 054 486 54 3 514

132. Lins ............... .. 65 486 16 802 3 666 45 018


253. Lins 36 365 13 865 3 032 19 468
254. Guaiçara . 13 063 1 029 358 11 676
255. Guaimbé .. .. 9 021 727 10fl 8 188
256 Sabino .. . 7 037 1 181 170 5 686

133. Lorcna. 15 961 5 105 4 935 5 921


257. L arena . 15 961 5 105 4 935 5 921

134. Maracaí ... 14 680 1 328 99 13 253


258. Maracaí 7 394 1 063 75 6 256
259. Cruz Alta 7 286 265 24 6 997

135. Marília 81 064 27 332 1 026 52 706


260. Marília 41 856 23 447 1 026 17 383
261. Amadeu Amaral 3 890 36 3 854
262. Avcncas 5 609 684 4 925
263. Dirceu 2 fH8 137 2 481
264. Lácio ... 2 740 311 2 429
265. Oriente 11 891 1 812 10 079
266. Padre Nóbrega. 8 421 554 7 867
267. Primavera . . 4 039 351 3 688

136 Martinópolis 23 245 2 247 60 20 938


268. Martinópolis 20 489 2 203 45 18 241
269 Baliza 2 756 44 15 2 697

137. Maião 22 907 2 385 1 427 19 095


270. Matão .... 14 844 1 711 1 212 11 921
?71 Dobrada .. 4 586 482 173 3 931
272. São Lourenço do Tm·vo 3 477 192 42 3 243

138 Mineiros 6 551 905 467 5 179


273. Mineiros 6 551 905 467 5 179

139. Mirassol 50 722 8 581 3 677 38 464


274. Mirassol ... 17 227 4 390 2 539 10 298
275. Bálsamo 5 716 1 119 212 4 385
276. Bmn Dourada 2 767 257 7 2 503
277. Iaci 4 159 283 89 3 787
278. Mirassolttndia 6 269 357 198 5 714
279. Neves 11 363 1 930 583 8 850
280. Rui Barbosa 3 221 245 49 2 927

140 Mococa 26 054 8 478 17 576


281. Macaca . 19 294 7 681 11 613
282 lgara! 4 975 511 4 464
283. São Benedito das Areias 1 785 286 1 499
280 REviSTA BnASILEIHA nos MuNICÍPIOS

RECENSEA!UENTO GERAL DO BRASIL


(1. 0 de setemb1·o de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e res}Jectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SAO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEl~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-------~~-------- ------ ----~ -----j-----

141. Mogi das Cruzes 48 322 18 293 4 025 26 004


284 Jviogi das Cruzes 20 779 13 406 953 6 420
285 Biritiba Mirim 4 138 174 3 964
286 Itaquaquecetu!Ja 2 957 426 15C 2 381
287 Poá 4 922 1 .'i23 l 944 1 455
2R8 Sabaúna 2 645 206 257 2 182
289 Santo Ângelo 2 360 390 64 1 90G
290 Susano 6 000 1 911 644 3 445
291. Taiaçupeba 4 521 257 13 4 251

142 Mogi-Guaçu 14 110 2 255 518 11 337


292. Ivlogi-Guaçu 14 110 2 255 518 11 337

143. Mogi-Mirim 40 62G 3 834 3 545 28 246


293. Mogi-Mirim 18 714 4 750 3 54'í 10 419
294. Artur Nogueira 6 130 594 5 536
295 Concha! 3 757 1 076 2 681
296. Jaguari 5 013 1 210 3 803
297 Posse de Ressaca 7 011 1 204 5 807

144 Monte Alto 20 186 3 608 16 578


298 Monte Alto 15 943 3 136 12 807
299 Vista Alegre 4 243 472 3 771

145. Monte Aprazível 90 736 7 423 3 158 80 155


300 Monto Aprazível 12 123 1 00E 1 531 9 494
301 Buritama 6 069 30.5 637 5 127
302 General Salgado 13 883 731 13 152
303 J unqueiro 4 261 175 4 086
304 l\Iacaúbas 10 921 1 365 370 9 186
305. Nhandem a 22 225 1 364 20 861
306 Nipoá 5 521 682 237 4 602
307 Planalto 5 868 431 343 5 094
308 Poloni 9 865 1 272 40 8 553

146 Monte Azul 12 426 4 070 159 8 197


309 Monte Azul 9 556 3 739 154 5 663
310 Marcondésia 2 870 331 5 2 534

147 Monte Mor 10 489 2 152 166 8171


311 Monte Mor 6 130 1 191 166 4 773
312 Elias Fausto 4 359 961 3 398

148 Morro Agudo 13 069 1 652 104 11 313


313 Mono Agudo 13 069 1 652 104 11 313

149. Mundo Novo 15 350 1 976 327 13 047


314 Mundo Novo 15 3.'i0 1 976 327 13 047

150 Natividade 11 709 643 184 10 882


315 Natividade 10 066 572 123 9371
316 Bairro Alto 1 643 71 61 1 511

151 Nazaré 9 722 901 160 8 661


317. Nazaré 7 745 40G 60 7 279
318 Perdões J 977 495 100 1 382
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 281

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA, SITUAÇÃO


População DOS DOMICIL!OS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de

------------------ ___:~-- -~~:~ ~~~~~~~ ~~~:ro


1

152. Nova Granada 25 569 5 441 20 128


319. Nova Granada 11 507 3 770 7 737
320 Ingaí 3 018 334 2 684
321. Mangaratu 5 457 541 4 916
322 Onda Verde 5 587 796 4 791

153 Novo Horizonte 42 436 6 002 1 456 34 978


323. Novo HOl izonto 29 354 4 637 796 23 921
324. Irapuã 7 401 707 326 I) 368
325. Sales 5 681 658 334 4 689

154 Nuporanga 6 743 545 546 5 652


326. Nuporanga 6 743 545 546 5 652

155 Óleo 7 779 852 151 6 776


327 Óleo 4 241 514 94 3 633
328 Batista Botelho 3 538 338 57 3 143

156 Olímpia 50 697 12 826 1 251 36 620


329 Olímpia 24 470 8 025 669 15 776
330. Altair 3 642 682 41 2 919
331 Guaraci 6 032 1 404 248 4 380
332 Icém 1 929 885 101 943
333 RibeilO dos Santos 4 896 603 80 4 213
334 Severínia 9 728 1 227 112 8 389
157 Orlândia '' 19 064 4 386 nas 14 092
335 Orlândia 11 104 3 299 161 7 644
336 Sales Olivoira 7 960 1 087 425 6 448
158 Durinhos 13 123 6 512 154 6 457
337 Ow in hos 13 123 6 512 154 6 457
159 Palestina 12 265 1 917 10 348
338. Palestina 12 265 1 !117 10 348
160 Palmeiras 8 367 2 527 216 5 624
339 Palmeiras 8 367 2 527 216 5 624
161. Palmital 17 505 3 349 650 13 506
340 Palmital 11 496 2 714 468 8 314
341. Platina 3 185 316 139 2 730
342 Sussuí 2 824 319 43 2 462

162. Paraguaçu 24 358 3 733 1 564 19 061


343 Paraguaçu 10 047 3 198 1 242 5 607
344 Borá 4 544 68 95 4 381
345 Conceição do l'vionte Alegre 6 997 162 103 6 732
346 Sapêzal 2 770 305 124 2 341

163 Paraibuna 15 803 1 443 350 14 010


347 Paraibuna 15 803 1 443 350 14 010

164 Parnaíba 11 968 3 189 649 8 130


348 Pamaíba 3 386 873 33 2 480
349. Âgua Fria 3 396 367 592 2 437
350 Barueri 2 864 708 24 2 132
351. Pirapora 2 322 1 241 1 081
282 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

165. Patrocínio do Sapucal 12 416 1 792 939 9 685


352. Patrocínio do Sapucaí. . 7 I28 768 679 5 68I
353. Itirapurã. 5 288 I 024 260 4 004

166 Paulo de Faria .. 11 941 2 721 - 9 220


354. Paulo de Faria 4 424 I 3I9 - 3 I05
355. Orindiúva ... 2 623 59 I - 2 032
356 Veadinho .... 4 894 811 - 4 083

167 Pederneiras .. ... 19 049 4 939 865 13 245


357. Pederneiras . . . . I3 580 4 29I 824 8 465
358 Água Limpa. 3 053 275 7 2771
359 Guaianaz .... 2 4I6 373 34 2 009

168. Pedregulho .. 20 280 2 233 1 327 16 720


360 Pedregulho 11 5I2 I 604 858 9 050
361. Igaçaba 5 090 303 184 4 603
362. Rifaina 3 678 326 285 3 067

169. Pedreira .. 6 593 1 960 151 4 482


363. Pedreira 6 593 I 960 I 51 4 482

170 Penápolis .. 32 003 5 872 1 232 24 899


364. Penápolis ...... 20 879 5371 I 057 I4 45I
365. Alto Alegre . 11 124 50 I 175 IO 448

171 Pereira Barreto 10 753 1 222 36 9 495


366. Pereira .Barreto IO 753 I 222 36 9 495

172. Pereiras .... 6 357 756 368 5 233


367. Pereiras 6 357 756 368 5 233

173. Piedade .. 15 220 1 437 436 13 347


368 Piedade 12 844 I 225 417 11 202
369. Santa Catarina 2 376 212 19 2 I45

174 Pilar . 5 624 576 233 4 815


370. Pilar . ..... 5 624 576 233 4 815

175 Pindamonhangaba 22 995 7 885 757 14 353


371. Pindamonhangaba 22 995 7 885 757 14 353

176 Pindorama '. 9 602 1 754 1 195 6 653


3'12. Pindorama 9 602 1 754 I I95 6 653

177. Pinhal 32 717 9 663 205 22 849


373 Pinhal. 26 579 9 115 205 17 259
374. Jardim 6 I38 548 - 5 590
178 Pinheiros 3 815 742 367 2706
375. Pinheiros .. 2 339 316 - 2 023
376. Lavrinhas 1 476 426 367 683
179 Piquete 7 262 2 323 2 678 2 261
377. Piquete 7 262 2 323 2 678 2 261
180 Piracaia .. 11 127 1 641 563 8 923
378. Pira~aia . ... 11 127 1 641 563 8 923
EsTATfSTICA MuNICIPAL 283

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


Popula~ão DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

181 Piracicaba ... ; .... 76 416 29 606 4 165 42 645


379 Piracicaba . 57 836 28 429 3 494 25 913
380. Charqueada 5 081 281 475 4 325
381 Ibitiruna 2 931 44 30 2 857
382. João Alfredo 3 625 331 92 3 202
383. Saltinho 4 118 347 25 3 746
384 Tupi .. 2 825 174 49 2 602

182. Piraju 31 246 3 398 3 496 24 352


385. Piraju 12 508 2 434 2 159 7 915
386. Belo Monte 4 094 69 133 3 892
387. Manduri 4 323 348 500 3 475
388. Sarutaiá 4 774 123 476 4 175
389. Timburi 5 547 424 228 4 895

183. Pirajui .. 65 511 9 199 996 55 316


390. Pirajuí 20 235 4 154 996 15 085
391. Balbinos 6 695 569 - 6 126
392. Batalha 7 196 795 - 6 401
393. Corredeira .. 6 356 405 - 5 951
394. Guarantã 11 035 1 510 - 9 525
395. Pongaí. 7 011 1 076 - 5 935
396. Uru 6 983 690 - 6 293

184. Pirambóia 4 548 1 069 108 3 371


397 Pirambóia. 2 262 622 80 1 560
398 Anhembi 2 286 447 28 1 811

185. Pirangi 13 766 1 958 183 11 625


399. Pirangi 8 179 1 615 44 6 520
400. Pmaíso 5 587 343 139 5 105

186. Pirassununga 22 921 10 214 332 12 375


401. Pirassununga 20 522 9 902 148 10 472
402. Santa Cruz da Conceição .. 2 399 312 184 1 903

187. Piratininga . 19 555 3 828 186 15 541


403. Piratininga 13 484 2 367 186 10 931
404 Cabrália 6 071 1 461 - 4 610

188. Pitangueiras 13 399 2 675 791 9 933


405. Pitangueiras 8 058 2 168 353 5 537
406 Ibitiúva .. 2 833 384 429 2 020
407. Taquaral 2 508 123 9 2 376

189. Pompéia 55 390 12 749 386 42 255


408. Pompéia 20 527 6 774 386 13 367
409 Rerculânia 5 270 1 419 - 3 851
410. Nova Cravinhos .. 6 582 448 - 6 134
411. Paulópolis 9 663 1 065 - 8 598
412. Quintana 10 509 2 830 - 7 679
413. Varpa .. 2 839 213 - 2 626

90 Pontal B 386 2 147 68 6 171


414. Pontal 8 386 2 147 I 68 6 171
284 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----

191 Porangaba 9 655 1 363 121 8171


415. Porangaba 8 058 1 114 60 6 884
416 Tôrre de Pedra 1 597 249 61 1 287

192 Pôrto Feliz 17 275 5 245 663 11 367


417. Pôrto Feliz 17 275 5 245 663 11 367

193 Pôrto Ferreira 5 877 2 217 105 3 555


418 Pôrto Fen eira 5 877 2 217 105 3 555

194 Potirendaba .. 15 798 2 339 -


-
13 459
419 Potirendaba 15 798 2 339 13 459

195 Prainha 16 492 1 079 - 15 413


420 P1ainha 6 746 275 -- 6 471
421 Juqui:\ 4 930 459 - 4 471
422. Pedro de Toledo 4 816 345 - 4 471

196. Presidente Alves 11 537 1 498 97 9 942


423. Presidente Alves 11 fi37 1 498 97 9 942

197 Presidente Bernardes 22 687 1 806 1 545 19 336


424 Presidente Bernardes 16 071 1 621 1 545 12 905
425 Santa Luzia 6 616 185 - 6 431

198 Presidente Prudente. 75 806 10 742 7 185 57 879


426 Presidente Prudente 25 612 7 146 5 491 12 975
427. Alfredo Marcondes 6 500 324 - 6 176
428. Álvares Machado 11 529 1 681 444 9 404
429. Anhumas 9 300 634 342 8 324
430. Coronel Goulart 5 396 195 144 5 057
431 l\Ionlalvão 6 082 184 357 5 541
432 l'irapozinlw 11 387 578 407 10 402

199 Presidente Venceslau 23 168 4 794 779 17 595


433 Presidente Venceslau 17 689 3 640 362 13 687
434. Caiu á 2 780 508 280 1 992
435 Presidente Epitácio 2 699 646 137 1 916

200. Promissão 27 344 6 438 1 015 19 891


436 Promissão 17 954 5 617 1 015 11 322
437. Dinísia 6 518 343 - 6 175
438 Gmupá 2 872 478 - 2 394

201 Quatá 20 544 2 292 391 17 861


439 Quatá 14. 904 1 689 262 12 953
440 João Ramalho 5 640 603 129 4 908

202 Queluz 5 192 1 455 660 3 077


441 Queluz 5 192 1 455 660 3 077

203 Rancharia 20 597 3 038 1 197 16 362


442 Rancharia 11 751 2 203 971 8 577
443 Iepê 8 846 835 226 7 785

204. Redenção 5 537 517 23 4 997


H4. Reden ão 5 537 517 23 4 997
ESTATÍSTICA MUNICIPAL 28.'5

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição lJela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
~----------~-----~~~------ ------ ~----- ---~---1------

205 Regente Feijó 22 707 3 697 176 18 834


445 Regente Feijó 9 903 1 955 162 7 786
446 Formiga 6 151 648 14 5 489
447 Indiana 6 653 1 094 5 559

206 Ribeira 5 362 449 4 913


448 Ribeira 5 362 449 4 913

207. Ribeirão Bonito 11 591 2 161 397 9 033


449 Hibeirão Bonito 8 832 1810 339 6 683
450 (1uat apit anga 2 759 351 58 2 350

208. Ribeirão P1êlo 79 783 46 985 1 032 31 766


451 Ribeirão I'rêto 65 33ô 45 914 1 032 18 390
452 Bonfim 7 053 924 (i 129
453 Guatapará 7 394 147 7 247

209 Rio Claro 47 287 24 829 1 742 20 167


454. Rio Cimo 33 384 22 029 1 293 10 062
455 Connnhataí (j 6~J6 1 086 259 5 351
456 Ipojuca 2 904 468 20 2 416
457 Santa Get tt uclcs 4 303 1 246 170 2 887

21 O. Rio das Pedras 8 393 1 375 98 6 920


458 Rio elas Pedras 8 393 1 375 98 6 920

211 Rio Prêto 74 359 17 011 11 597 45 751


459 Rio Prêto 36 185 13 170 10 802 12 213
460 Bol'holeta 5 618 378 23 5 217
461 En!(enheiro Schmiclt 5 057 71 !i23 4 463
462 Ipigwí 4 042 54 3 577
463. J\Iendonça 6 206 641 30 5 535
464 Nova Aliança 4 211 1 Oll 112 3 088
465 Nova Itapitema 3 925 427 3 498
466 Ribeirão Clat o 9 ll5 902 53 8 160

212 Salesópolis 7 379 882 51 6 446


467 Sa!esópolis 7 379 882 51 6 446

213 Salto 12 092 8 049 59 3 984


468 Salto 12 092 8 049 59 3 984

214. Salto Grande 14 030 1 707 921 11 402


469 Salto Grande 5 508 99.') 570 3 943
470 Pau cl'Aiho 5 441 555 28.5 4 601
471. Ribeirão elos Pintos 3 081 157 66 2 858

215 Santa Adélia 12 834 1 684 932 10 218


472 Santa Adélia 6 969 1 452 780 4 737
473 Botelho 2 105 144 20 1 941
474 Unu·aí 3 760 88 132 3 540

216. Santa Bárbara 12 065 3 216 31 B 818


475 Santa Bárbara 12 065 3 216 31 8 818
286 REVISTA BRASILEIRA DOS MUNicfPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

217. Santa Bãrbara do Rio Pardo.... . 8 446 909 45 7 492


476. Santa Bárbara do Rio Pardo .. 5 .373 506 26 4 841
477. Monção ... 3 073 403 19 2 651

218. Santa Branca. 5 968 925 125 4 918


478. Santa Branca ... 5 968 925 125 4 918

219. Santa Cruz do Rio Pardo 44 578 4 593 2 333 37 652


479. Santa Cruz do Rio Pardo . 27 722 4 !55 2 080 21 487
480. Rio Turvo .... 15 061 244 209 14 608
481. Sodrélia .... I 795 194 44 1 557

220. Santa Isabel . . . 12 945 1 463 328 11 154


482. Santa Isabel 7 325 1 022 123 6 180
483. Arujá ... 2 393 247 98 2 048
484. Igaratá .. 3 227 194 107 2 926

221. Santa Rita 13 972 3 841 45 10 086


485. Santa Rita 12 615 3 591 45 8 979
486. Estrêla ... 1 357 250 - 1 107

222. Santa Rosa .. 9 195 1 795 - 7 400


487. Santa Rosa. 9 195 1 795 - 7 400

223. Santo Anastãcio .... 28 290 3 344 1 926 23 020


488. Santo Anastácio .. 18 402 2 081 I 926 14 395
489. Piquerobi ....... 6 008 913 - 5 095
490. Ribeirão dos Índios 3 880 350 - 3 530

224. Santo André ...... 89 874 69 453 8 107 12 314


491. Santo André .. 66 035 58 519 3 921 3 595
492. Mauá ...... ... 4 973 1 692 961 2 320
493. Paranapiacaba 2 279 671 1 608 -
494. Ribeirão Pires 4 902 2 348 - 2554
495. São Bernardo .. 11 685 6 223 1 617 3 845

225. Santo Antônio da Alegria 7 031 987 128 5 916


496. Santo Antônio da Alegria 7 031 987 128 5 916

226. Santos ... . . 165 568 119 804 37 977 7 787


497. Santos 158 998 118 896 36 998 3 104
498. Cubatão 6 570 908 979 4 683

227. São Bento do Sapucaí .. 9 113 1 792 - 7 321


499. São Bento do Sapucaí . 9 113 1 792 - 7 321

228. São Carlos . 48 609 21 706 4 040 22 863


500. São Carlos 37 212 20 512 3854 12 846
501. Ibaté 5 668 681 98 4 889
502. Santa Eudóxia . 5 729 513 88 5 128

229. São João da Boa Vista .. 39 155 13 136 1 408 24 611


503. São João da Boa Vista .. 33 720 11 307 764 21 649
504. Cascavel .... 5 435 1 829 644 2 962

230. São Joaquim 20 504 5 446 283 14 775


505. São Joaquim 11 352 4 141 238 6 973
506. Olhos d'Á gua .... 9 152 1 305 45 7 802
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 287

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano
I rural

231. São José dos Campos 36 279 13 249 1 225 21 805


507. São José dos Campos 24 446 I2 346 I 145 IO 955
508. Buquira .. 3 955 347 80 3 528
509. Eugênio de Melo ... 3 64I 33I - 3 3IO
5IO. São Francisco Xavier 4 237 225 - 4 OI2

232. São J osó do Rio Pardo .. 34 096 7 503 2 092 24 501


5Il. São José do Rio Pardo 26 909 6 344 2 092 18 473
512. Sapecado .... 7 187 1 I59 - 6 028

233. São Luís do Paraitinga ... .. 11 127 923 241 9 963


513. São Luís do Paraitinga 11 127 923 241 9 963

234. São Manuel ... 30 375 5 781 1 301 23 293


514. São Manuel. 22 479 4 853 I 058 16 568
515. Âgua da Rosa .. I 787 181 4I 1 565
5I6. Arei6polis 4 185 437 30 3 718
5I7. Prata .. 1 924 310 172 1 442

235. São Miguel Arcanjo 10 143 1 101 249 8 793


518. São Miguel Arcanjo 10 143 I IOI 249 8 793

236. SÃO PAULO 1 326 261 1 161 893 96 589 67 779


519. São Paulo 1 326 261 I 161 893 96 589 67 779

237 São Pedro .. 15 208 3 934 385 1o 889


520. São Pedro 11 579 3 392 191 7 996
521. Santa Maria 3 629 542 194 2 893

238 São Pedro do Turvo 16 246 1 322 267 14 657


522. São Pedro do Turvo 10 525 840 145 9 540
523. Caçador .. 5 721 482 I22 5 117

239. São Roque 21 806 5 469 1 821 14 516


524. São Roque .. 11 827 4 227 1 140 6 460
525. Araçariguama 2 723 175 73 2 475
526. Mairinque 7 256 I 067 608 5 581

240. São Sebastião 6 036 935 698 4 403


527. São Sebastião 6 036 935 692 4 403

241. São Simão .. 18 921 4 060 263 14 598


528. São Simão I4 841 3 606 225 11 010
529. Luís Antônio. 4 080 454 38 3 588

242 São Vicente 17 294 6 397 6 586 4 311


530 São Vicente I7 294 6 397 6 586 4311

243. Sarapuí 4 623 639 49 3 935


531. Sarapuí . 4 623 639 49 3 935

244. Serra Azul 4 888 1 142 - 3 746


532. Sen·a Azul 4 888 1 142 - 3 746

245. Serra Negra 11 939 2 910 69 8 960


533. Serra Ne ·a . ... 11 939 2 910 69 8 960
:288 REVISTA BRASILEIRA DOS MuNICÍPIOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1.• de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIO$
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

246. Sertãozinho . 21 290 4 139 1 463 15 688


534 Se1 tãozinho 14 540 3 737 1 337 9 466
535 Baninha 4 003 97 3 906
536 Cruz das Posses 2 747 305 126 2 316

247 Silveiras 6 213 643 170 5 400


537 Silveiras 6 213 643 170 5 400

248 Socorro 23 965 2 719 1 052 20 194


538 Socorro 23 965 2 719 1 052 20 194

249 Sorocaba . 70 299 52 356 2 683 15 260


539. Smocaba. 52 562 46 786 1 325 4 451
540 Brigadeiro Tobias 4 230 437 295 3 498
541 Salto de Pirapora 4 022 1 095 60 2 867
542. Votorantim 9 485 4 038 1 003 4 444

250 Tabapuâ 20 650 2 357 18 293


543 Tabapuã 15 907 1 814 14 093
544 Novais 4 743 543 4 200

251 Tabatinga 16 193 1 920 715 13 558


545. Tabatinga 9 863 935 715 8 213
546 Nova Europa 6 330 985 5 345

252 Tambaú 10 122 2 665 458 6 999


547. Tambaú lO 122 2 665 458 6 999

253 Tanabi 52 377 3 844 966 47 567


548 Tanabi 17 637 2 095 965 14 577
540 Amp!Íco de Campos 6 568 284 6 284
550 Cosmorama 6 344 818 5 526
551 Monteiro 21 828 647 21 180

254. Tapiratiba 9 841 967 396 8 478


552. Tapiratiba 9 481 967 396 8 478
553 Itaiqnara**

525. Taquari 6 804 898 11 5 895


554 Taquari 6 804 898 11 5 895

256 Taquaritinga 32 897 9 431 933 22 533


555 Taquaritinga 18 203 7 474 678 10 051
556. Cândido Rodrigues 3 127 669 52 2 406
557. Guariroba 4 587 153 4 434
558 Jurema 3 651 690 2 961
559 Santa Ernestina 3 329 445 203 2 681

257. Tatuí • 25 490 7 912 3 456 14 122


5ti0 Tatuí 17 349 7 2571 3 090 7 002
561. Cesário Lange 5 169 533 240 4 396
5~2. Quadra 2972 122 126 2 724
EsTATÍSTICA MuNICIPAL 289

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(1. o de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SÃO PAULO

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPiOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
--------~-------- - - - - - - -------- - - - - - - - ---------

258 Taubaté . .. 40 970 27 109 1 200 12 661


563. Taubaté 38 079 26 436 1 112 10 531
564. Quirir.m 2 891 673 88 2 130

259. Tietê 25 956 5 599 2 050 18 307


565 Tietê 22 923 5 012 1 759 16 152
566 Cerquilho 3 033 587 291 2 155

260. Torrinha 6 710 1 337 381 4 992


567. Toninha 6 710 1 337 381 4 992

261 Tremembé 6 702 806 1 307 4 589


568. Trememhé 6 702 806 1 307 4 589

262 Tupã 35 583 7 339 - 28 244


569 Tupã 13 679 2 704 - 10 975
570 Bastos 9 296 2 673 - 6 623
571. Iacri 5 758 683 - 5 075
572 Parnaso 2 227 202 - 2 025
573 Rinópolis 4 623 1 077 - 3 546

263. Ubatuba 7 255 1 034 18 6 203


514 Ubatnba 7 255 1 034 18 6 203

264 Uchoa 12 663 1 782 328 10 553


575 Uchoa 12 663 1 782 328 10 553

265. Una 12 423 929 170 11 324


576. Una 12 423 929 170 11 324

266. Vai paraíso 41 559 5 788 176 33 595


577. Vai paraíso 15 929 2 912 557 12 460
578 Alto Pimenta 6 981 373 415 6 193
579 Comandante A1 bnes 10 641 1 285 446 8910
580 Lavínia 8 008 1 218 758 6 032

267 Vargem Grande 10 712 3 721 - 6 991


581 Vargem Grande 10 712 3 721 - 6 991

268 Vera Cruz 18 536 5 467 344 12 725


582. Vera Cruz 17 266 5 440 344 11 482
583 Santa Inês 1 270 27 - 1 243

269. Vira douro 15 760 2 946 662 12 152


584 Viradouro 8 259 2 224 385 5 650
585 Terra Roxa 7 501 722 277 6 502

270 Xiri rica 14 946 1 288 578 13 080


586 Xiririca 4 548 976 330 3 242
587 Ita(na 4 727 123 61 4 543
588. Sete Barras 5 671 180 187 5 295
,.
* Na população de fato do Município de Glrçl nã.o se iaduc:n os resultados de 2 setores rurais do 1 o Distrito, p:>r extravio
do respectivo material, constituldo de 1 856 boletins de coleta, os quais, de acôrdo com os instrumentos de contrôle, coasignavam
9 244 habitantes, como população recenseada.
>~<* Por não estar instalado, na data do Recenseamento, o Distrito de Itaiquara, os dados respectivos foram incluídos nos do
Distrito de Tapiratiba,

R B M. -19
290 REVJSTA BRASILEJRA DOS MUNJCÍPJOS

RECENSEAMENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SERGIPE

DISTRIBUIÇÃO PEL~ SITUAÇÃO


População DOS DOMICILIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
-----
ESTADO 542 326 115 750 50 491 376 085

1. Anápolis .. 22 411 2 775 1 166 18 470


1. Anápolis 22 411 2 775 1 166 18 470

2 Aquidabã ....... 13 802 1 456 1 032 11 314


2. Aquidabã 13 802 1 456 1 032 11 314

3. ARAC·AJU 59 031 35 094 15 212 8 725


3. Aracaju 59 031 35 094 15 212 8 725

4. Arauá 7 308 614 335 6 359


4. Arauá 7 308 614 335 6 359
5. Buquim 9 656 1 208 1 643 6 805
5. Buquim 9 656 1 208 1 643 6 805
6 Campo do Brito 18 264 800 1 313 16 151
6 Campo do Brito .. 18 264 EOO 1 313 16 151

7. Campos. .. 17 003 2 477 304 14 222


7. Campos. 9 995 1 9SO 201 7 804
8 Igreja Nova .. 2 058 107 39 1 912
9. Poço Verde .. 4 950 380 64 4 506
8. Canhoba .... ; • .. 8 021 441 545 7 035
10. Canhoba 8 021 441 545 7 035

9. Capela ........ ..... ,,, 17 866 2 515 1 984 13 367


11. Capela ... 17 866 2 515 1 984 13 367
10. Carmo ...... .. 3 129 682 669 1 778
12 Carmo ..... .. 3 129 682 669 1 778
11. Cedro ...... 8 466 2 076 1 932 4 458
13. Cedro .... 8 466 2 076 1 932 4 458

12. Cristina ... 5 156 956 347 3 853


14. Cristina 3 946 564 157 3 225
15. Umbaúba .. 1 210 392 190 628

13. Divina Pastôra 6 543 2 056 293 4 194


16. Divina Pastôra 3 359 1 148 35 2 176
17 Santa Rosa 3 184 908 258 2 018

14. Espírito Santo. 4 201 522 32 3 647


18. Espírito Santo. 4 201 522 32 3 647

15. Estância 18 302 10 092 232 7 978


19 Estância 18 302 10 092 232 7 978

16. Gararu 6 798 823 721 5 434


20 Gararu .. 4 051 519 313 3 219
21. Providência .. 2 927 304 408 2 215

17 Itabaiana .. 30 176 3 413 1 009 25 754


22. Itabaiana 30 176 3 413 1 009 25 754

18. ltabaianinha. 20 137 1 391 809 17 937


23. Itabaianinha 17 990 1 045 733 16 212
24. Geru ;; ..... .. 2 147 346 76 1 725
EsTATfsTICA MuNICIPAL 291

RECENSEAJ\IENTO GERAL DO BRASIL


(l.O de setembl'o de 1940)

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SERGIPE

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural

9. llaporanga .. 10 851 1 647 333 8 871


25. Itaporanga 10 851 1 647 333 8 871

2o. Jaboatão 14 007 1 965 1 799 10 243


26 Jaboatão 8 071 1 438 986 5 647
27. Pacatuba 5 936 527 813 4 596

1 Japaratuba 10 498 2 384 73 8 041


28. Japaratuba 10 498 2 384 73 8 041

22 Lagarto 34 204 2 706 622 30 876


29. Lagarto 34 204 2 706 622 30 876

23 Laranjeiras 11 158 2 264 1 743 7 151


30. Laranjeiras 11 158 2 264 1 743 7 151

4. Maruim" 8 398 1 836 2 933 3 629


31. Maruim 8 398 1 836 2 933 3 629

25. Muribeca 6 619 801 253 5 565


32. Muribeca 6 619 801 253 5 565

26. Neópolis 10 523 2 766 2 008 5 749


33. Neópolis 10 523 2 766 2 008 5 749

27. Nossa Senhora da Glória 6 261 1 147 188 4 926


34. Nossa Senhora da Gló1ia .. 6 261 1 147 188 4 926

28 Nossa Senhora das Dores .. 19 858 1 960 1 447 16 451


35. Nossa Senhora das Dores 19 858 1 960 1 447 16 451

29. Pôrto da Fôlha 9 605 2 415 437 6 753


36. Pôrto da Fôlha 7 229 2 149 267 4 813
37 Canindé 2 376 266 170 1 940

3o Propriá 14 681 8 321 1 993 4 367


38. Propriá 14 681 8 321 1 993 4 367

31 Riachão 13 306 1 278 231 11 797


39. Riachão 13 306 1 278 231 11 797

32. Riachuelo 12 830 2 927 893 9 010


40. Riachuelo 9 239 2 168 594 6 477
41 Malhador .. 3 591 759 299 2 533

3 Ribeirópolis 12 200 1 308 710 10 182


42. Ribeirópolis 12 200 1 308 710 10 182

34 Rosário .. 5 772 1 392 479 3 901


43. Rosário 5772 1 39~ 479 3 901

35 Salgado. 5 756 902 420 4 434


44. Salgado 5 756 902 420 4 434

36 Santa Luzia 7 456 667 63 6 726


45. Santa Luzia 7 456 667 63 6 726

37 Santo Amaro .. 5 162 961 636 3 565


46 Santo Amaro 5 162 961 636 3 565

38 São Cristóvão 12 381 2 499 1 634 8 248


47. São Cristóvão .. 12 381 2 499 1 634 8 248
292 REviSTA BRASILEIRA nos MuNICÍPIOS

RECENSEA~IENTO GERAL DO BRASil,


(1. 0 de setembro de 1940)
População de fato, segundo os Municípios e Distritos,
e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
ESTADO DE SERGIPE
~,

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato Quadro Quadro Quadro
urbano suburbano rural
---------------------- - - - - - -----~-
I- - - - - - - - - - - -

39. São Francisco 8 863 338 861 7 664


48 Silo Francisco s 863 338 861 7664
40 São Paulo 13 769 1 903 631 11 235
49 São Paulo 6 721 1 347 410 4 961
50 Carira. 7 048 556 221 6 271
41. Siriri . 5 471 974 180 4317
51. Siriri 5 471 974 180 4 317
42 Sccorro 6 247 998 346 4 903
52. Socorro 6 247 998 346 4 903

População de fato, segundo os Municípios e Distritos,


e respectiva distribuição pela situação dos domicílios
TERRITóRIO DO ACRE

DISTRIBUIÇÃO PELA SITUAÇÃO


População DOS DOMICÍLIOS
MUNICÍPIOS E DISTRITOS de
fato

TERRITÓRIO 79 768 9 751 4 387 65 630


1 Brasília 6 723 710 759 5 254
1 Brasília 6 723 710 759 5 254
2 Cruzeiro do Sul 17 780 1 732 1 033 15 015
2 Cruzeiro do Sul 8 320 1 732 1 033 5 555
3 Humaitá 3 943 3 943
4. Japiim 2 516 2 516
5 Taumaturgo 3 001 3 001
3. Feijó 8 149 316 249 7 584
6 Feijó. 8 149 316 249 7 584
4. RIO BRANCO ..... . 16 038 3 689 1 256 11 093
7. Rio Branco . 12 516 3 689 1 256 7 571
8. Plácido de Cagtro 1 802 1 802
9. Pôrto Acre 1 720 1 720
5. Seabra. .. 9 984 951 530 o 503
10 Seabra 5 608 951 530 4 127
11. Foz do J ordão 4 376 4 376
6. Sana Madureira 12 501 1 162 463 10 876
12. Sena Madureira 9 153 1 039 463 7 651
13 Castelo 3 348 123 3 225
7 Xapuri 8 593 1 191 97 7 305
14 Xapuri 8 593 1 191 97 7 305

OBSERVAÇÃO- A falta de registro de população na sede de Distrito resulta ou de não ter sido feita pela Prefeitura Municipal
a oportuna delimita~ão dos perímetros previstos em lei, ou de deficiência na descrição das divisas, ou ainda de terem os respectivos habi~
tantes sido incluldos em outro quadro, por não apresentar a localidade as ooracterísticas de núcleo populacional.

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