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INSTRUMENTO DE MASTIGAÇÃO
Avaliação e Intervenção com o Hiperboloide nas patologias estomatognáticas
INDÍCE:
Conteúdo Pág.
INTRODUÇÃO 2
1. A CRIAÇÃO 3
2. TOPOLOGIA ANATÔMICA 9
3. AVALIAÇÃO PARA O USO DO HIPERBOLOIDE 17
4. ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR 27
5. DISFUNÇÕES TEMPOROMANDIBULARES 38
6. BRUXISMO 54
7. PARALISIA FACIAL CENTRAL 69
8. XEROSTOMIA 77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 86
i
INTRODUÇÃO
Este Ebook teve como finalidade principal, sas patologias que afetam nosso sistema
demonstrar aos odontologistas, aos fisiote- estomatognático.
rapeutas, aos fonoaudiólogos e aos médi-
cos, a abrangência e o uso na prática clíni- Desta maneira, o hiperboloide, instrumen-
sim como no bruxismo (o ranger dos den- incolor, devido sua alta qualidade do mate-
tes, e o apertar dos dentes), na xerostomia rial utilizado e pela rigorosa fiscalização de
ii
1
“A Originalidade é o retorno
A Criação à origem, é algo que remo-
ta à simplicidade ”
– Antoni Gaudí i Cornet
O Príncipio
“O HIPERBOLOIDE é um instrumento
de mastigação, é um resultado de mui-
to estudo, trabalho e dedicação da mi-
nha vida profissional”
Porém, motivado pelos conceitos da Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM), Cheida
continuou a pesquisar os atributos necessários para fabricar seu sonhado ativador da
mastigação, o qual compensasse a alimentação moderna “mole”, e devolvesse as caracte-
4
rísticas de uma mastigação com dureza adequada
para o ser humano para auxiliar na conformação
morfofuncional dos maxilares.
5
O Hiperboloide
Este instrumento devolve para nossa natureza os atributos dos alimentos duros, secos e
fibrosos, a fim de buscarmos um crescimento craniofacial harmonioso, uma vez que a so-
ciedade moderna possui uma alimentação, preponderantemente “mole e macia”.
6
tarem com comidas cruas, duras e secas, assim esse povo apresentava somente 20% de
problemas dentários com más-oclusões, sendo que no meio atual este índice se inverte
para 80% da população.
• Assimetria Facial
• Bruxismo e Briquismo
• Xerostomia
• Distúrbios da deglutição
• Auxilia nos casos de flacidez muscular (hipotonia) e frouxidão de ligamentos, que são
grandes contribuintes a distúrbios de crescimento
Informações Adicionais:
• Forma – Hipérbole
• Material - Composto de silicone Silastic - crepe macio, translúcido não peneirado. Após
a cura a sua dureza atinge 35 Shore A, permitindo assim exercícios não traumatizantes.
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• Tamanhos - Existem cinco tamanhos de !
G - Grande
M - Médio
P - Pequeno
PP - Muito Pequeno
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2 “Quando acordei hoje de
Topologia Anatômica manhã, eu sabia quem eu
era, mas acho que já mu-
dei muitas vezes desde en-
tão”
– Lewis Carroll
Deformações Estruturais - Uma Teoria
Cada vez que se abre ou se fecha a boca os ossos apresentam tal deformação, estreitan-
do na transversal, alongando perpendicularmente (sagital vertical).
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No ocluir, fechamento para cima, em um dos lados da boca, para mastigar nesta região, a
mandíbula encurva seu corpo desenhando uma convexidade para cima, uma deformação
elástica, topológica, que corrobora na circulação dos líquidos adsorvidos à matriz orgâni-
ca dos ossos. Como ao cessar da força oclusal decorre o retorno a dimensão prévia, verifi-
ca-se que a consequência fisiológica é um pulsar, o qual lembra o batimento cardíaco, atu-
ando nos tecidos duros, nos pontos sem contato direto com os vasos. O estado de con-
tração e o estado de alongamento, obrigam o fluir dos líquidos, conduzindo nutrientes às
células que habitam tais pontos (osteócitos, osteoclastos e osteoblastos), auxiliando na
remodelação óssea continua.
Se ora ocorrer a mastigação à direita, ora à esquerda, haverá deformações elásticas alter-
nadas, mantendo o conjunto em equilíbrio dinâmico. As funções ligadas ao comer, à masti-
gação e à deglutição, tem papel na arquitetura da boca, da face e do crânio, por causa
das forças de elevada frequência a elas inerentes.
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Figura 2.4 - Movimentação horizontal dos
dentes superiores e inferiores.
Figura 2.3 - Deformação elástica na maxila e
na mandíbula.
Os músculos mastigadores são muito volumosos e potentes e se inserem em áreas de
grande interesse para crescimento craniofacial, proporcionando tensões contrativas, de
notáveis intensidades ao neuro-crânio e ao esplancnocrânio.
Cada vez que a mandíbula fecha para cima (oclui) os ossos deformam elasticamente, es-
treitando transversalmente a base óssea, a maxila 0,2 mm anteriormente e 0,1 mm, na re-
gião posterior. A mandíbula ao contrário, estreita (sístole) mais na região posterior, 0,4 mm
e 0,2 mm, na região anterior, visto na Figura 2.3.
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Todavia, uma deformação pode deixar de ser elástica, aquela que cessada a força que rea-
liza a deformação, vê os ossos retornarem às dimensões prévias, passando a ser plástica,
isto é cessada a força já não retornam as dimensões prévias.
Ante deformações plásticas como as ilustrada na Figura. 2.5 e Figura 2.6, os olhos, no
lado de prevalência de forças verticais contumazes acabarão mais acima, achatados trans-
versalmente, evocando um estrabismo estrutural que poderá levar a uma compensação
com o inclinar da cabeça, podendo afetar as vértebras cervicais.
Neste mesmo lado a cavidade piriforme nasal adquire uma conformação retilínea e a do
lado oposto curvilínea. O deformar plástico do lado retilíneo, da força deformante vertical,
obrigará um desvio do septo nasal, fato que afetará seu prolongamento endocraniano, a
crista de galo.
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Como na crista de galo prende a foice do cérebro, que dali se lança até a protuberância
do occipital, onde se arma a tenda do cerebelo e todo o crânio acompanha a deformação
plástica, os hemisférios giraram coerentemente desde torção do osso esfenóide, afetando
os côndilos do osso occipital, onde o atlas encaixa a coluna sob o crânio. Podendo afetar
a ATM e outras articulações.
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mandíbula girará para o lado da prevalência de forças verticais, no exemplo adotado o es-
querdo, em rotação da direita para a esquerda, a maxila, obediente à terceira lei de
Newton (ação e reação), na mesma direção e sentido contrário, no caso da esquerda para
a direita (Figura 2.5 e Figura 2.6).
Está remodelação óssea craniana ocorre todos os dias, porém ainda não se sabe o tempo
necessário para apresentar notáveis diferenças estatísticas nos parâmetros avaliativos. Po-
rém, ao se utilizar um instrumento de mastigação, como o Hiperboloide, as alterações são
aparentes em 6 meses.
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Figura 2.6 - Alterações topológicas ocorridas na região anterior do crânio.
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3
“Tudo deveria se tornar o
Avaliação para o uso mais simples possível, mas
do Hiperboloide não simplificado.”
– Albert Einstein
Avaliação da linha média
A linha média deve se basear na simetria das estruturas de tecido mole, como a comissu-
ra bucal, base do nariz, ápice nasal, filtro labial e ponto central do queixo.
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Para avaliar os desvios da linha média, solicitamos para o paciente realizar uma mordida
e fechar completamente a boca, analisando em seguida o centro da arcada superior se ali-
nha com o centro da arcada inferior.
I. Espaços dentários
19
V. coroas ou restaurações que mudam o tamanho dentário
No entanto, estes fatores estão correlacionados com a deformação óssea sofrida no crâ-
nio através das forças verticais e horizontais das mastigações ou falta delas, como descri-
to no capítulo 2.
Em muitos casos não é possível tratar estes desvios de maneira não invasiva, sendo ne-
cessária uma cirurgia. (Referências).
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Avaliação utilizando a régua de Fox
A régua de Fox é utilizada para avaliar os planos oclusais e faciais, observando se eles es-
tão paralelos a Camper.
Este conjunto de aparatos é considerado apenas um item, sendo que o objeto em forma
de “W” (forquilha) é colocado contra os dentes superiores do paciente, pedindo para o pa-
ciente manter o mesmo no lugar com auxilio dos polegares, assim forma-se o plano oclu-
sal. Então, o segundo objeto (forma de meia lua) assentasse sobre o plano de Camper clí-
nico (em norma lateral: da ATM ao ponto subnasal; na norma frontal: assentada sobre o
ponto subnasal e paralela a linha bipupi-
lar).
Plano de Camper
Plano Oclusal
Figura 3.4 - Planos de Camper e Oclusal,
demonstrando ter uma diminuição da altura
do lado Esquerdo ao comparar se estão pa-
ralelos
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Ao observar a vista anterior é visto a distribui-
ção de cargas vindas da mastigação, deste
modo o local onde a reta mínima for maior, há
Ângulos positivos
um predomínio de forças horizontais, o lado
menor terá um predomínio de forças verticais.
No caso da Figura 3.4, a mínima é menor do Ângulos negativos
lado esquerdo, surgindo a forte possibilidade
que o lado de predomínio mastigatório da paci-
ente seja do lado esquerdo. Figura 3.5 - Variações dos ângulos do
plano oclusal em relação ao plano de
Quando aja algum destes parâmetros, pode-
Camper em uma vista lateral.
mos dizer que existe um desequilíbrio entre
as forças aplicadas na mastigação e isso leva à assimetrias faciais e distúrbios nas
articulações temporomandibulares (DTM).
Caso o ângulo demonstrado pela régua de Fox, no plano de Camper, na vista lateral, for
positivo em relação ao plano oclusal este indivíduo será considerado um classe ll (Figura
3.5 isto é visto na sigla 2/D), já se o ângulo for negativo, provavelmente o indivíduo será
considerado de classe lll (Figura 3.5 isto é visto na sigla 3/M).
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Tanto pessoas de classe ll ou classe lll de Angle (Figura 3.6), geralmente sofrem desgastes
no disco articular da ATM, isso deve ser evitado e tratado, realizando o tratamento conven-
cional e utilizando o Hiperboloide. Indivíduos classe l também estão sujeitos a desenvolve-
rem desgastes no disco articular.
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Avaliação da Hipermobilidade articular
Figura 3.7 - Teste de opor o polegar até o antebraço, um dos teste para diagnosticar a
Hipermobolidade articular
Muito é discutido sobre o alongamento, sendo eles responsável pela solução de to-
das as dores de origem muscular e articular. É verdade que muitas dores têm ori-
gem dos encurtamentos musculares e tensões geradas pelo sedentarismo, postura
incorreta e má postura diária.
Porém o excesso de mobilidade pode causar diversas consequências. Uma das situações
que causam excesso de mobilidade é a Hipermobilidade Articular (HA).
A hipermobilidade é caracterizada por uma amplitude elevada dos movimentos das articu-
lações do corpo, aumento da distensibilidade das articulações em movimentos passivos e
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hipermobilidade em movi-
mento ativo na ausência de
A
doença reumática sistêmi-
ca. D
O diagnóstico de HA é ge-
ralmente estabelecido usan-
do-se a escala de Beighton
com pontuação de nove
pontos. De acordo com
essa escala, os indivíduos
com uma pontuação > 4
são considerados portado-
res de HA. A condição é ca- Figura 3.8 - Escala de Beighton
racterizada pelo exame das
cinco áreas do corpo, e cada área recebe uma pontuação de hiperextensão: dedos míni-
mos, polegares, cotovelos, joelhos e tronco (Figura 3.8).
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Além dessa avaliação clíni-
ca, é importante mencionar
a existência de um instru-
mento de triagem facilmente
autoadministrado para avali-
ar a hipermobilidade, chama-
do "questionário de cinco
partes para identificar hiper-
mobilidade", e que apresen-
ta alta correlação com a es-
Figura 3.9 - Questionário de cinco partes para identificar hi- cala de Beighton. Esse ins-
permobilidade, e sua maneira correta de pontuar trumento também avalia áre-
as amplas do corpo e consi-
dera a história pregressa de hipermobilidade (Figura 3.9).
26
4
“Se os fatos não se encai-
Articulação xam na teoria, modifique
Tempromandibular os fatos.”
– Albert Eistein
Anatomia da Articulação Temporomandibular
Por ser uma articulação bilateral (ligada pela mandíbula) e independente, com movimen-
tos próprios, pode ser palpada ao se colocar os indicadores na frente no meado acústico
externo/orelha e realizar movimentos de elevação e lateralidade, com a boca fechada ou
aberta.
Está articulação possui dois espaços articulares (Figura 4.1), um superior outro inferior,
também chamado de membrana sinovial, os quais revestem o disco articular.
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O disco articular (Figura 4.1) dividi a articulação em dois compartimentos separados. Os
movimentos de deslizamento de protrusão e retrusão ocorrem no compartimento superi-
or; os movimentos em dobradiça de depressão e elevação ocorrem no compartimento in-
ferior. Assim, a ATM é classificada como uma articulação composta, em que o disco articu-
lar é um componente ativo da articulação com faces articulares, sendo que sem o disco
ou com seu mal funcionamento, a ATM não se move de maneira harmoniosa.
A parte centro do disco articular é composta por tecido conjuntivo fibroso denso, sem va-
sos sanguíneos ou fibras nervosas, o qual comporta pressões elevadas durante a mastiga-
ção, porém sua periferia é coberta pela membrana sinovial ricamente vascularizada e iner-
vada.
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Estes são inextensíveis,
porém flexíveis e consti-
tuídos por bandas de te-
cido fibroso com algu-
mas fibras de elastina.
Ligamentos colaterais:
são intracapsulares, um
medial e outro lateral (Fi-
gura 4.1), Estabilizam as
estruturas intracapsula-
res durante os movimen-
tos mandibulares, ou
seja, estabiliza o disco
articular.
Figura 4.3 - Vista lateral dos ligamentos da ATM.
Ligamento Capsular (Figura 4.2 está
com a cápsula fibrosa; Figura 4.3): Apresenta forma de envoltório abrangendo toda a arti-
culação temporomandibular. Age para resistir a qualquer força mediana lateral ou inferior
que tente separar ou deslocar as superfícies articulares, sendo um protetor da ATM. Por
ser bem inervado, ele proporciona estímulos proprioceptivos sobre a posição da articula-
ção.
Ligamento Temporomandibular (Figura 4.3): Este ligamento resiste e limita aos movimen-
tos inferiores da mandíbula no início da aberta, impedindo a queda excessiva do processo
condilar bem como limitando os movimentos posteriores do processo condilar, juntamen-
te com o disco articular.
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Ligamento Estilomandibular (Figura 4.2 e 4.3): é um ligamento acessório, atuando como
freio durante a abertura excessiva da mandibula prevenindo o movimento anterior exagera-
do do processo condilar e das estruturas associadas.
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Músculos da Articulação Temporomandibular
É importante saber identificar cada músculo por meio da palpação e pela sua ação, para
que durante um exame clínico a identificação seja correta.
Músculo Temporal (Figura 4.4): É um músculo largo, em forma de leque, sendo coberto
por uma densa fáscia temporal que é revestida pela aponeurose epicraniana, na qual cor-
rem vasos e nervos.
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Apresenta três divisões: anterior, média e posterior, e quando todo o músculo temporal se
contrai ocorre a elevação da mandíbula. Por mais que seja um músculo grande e pontente
sua principal característica é realizar o movimento e não mastigar com força.
Músculo Masseter (Figura 4.4): É um músculo retangular, originado no arco zigmático es-
tendendo-se para baixo até o ramo da mandíbula.
Quando suas fibras se contraem, a mandíbula é elevada, este músculo também auxilia na
protrusão mandíbular.
Músculo Pterigóideo Lateral (Figura 4.4): é dividido em duas cabeças, superior e inferior:
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Músculos Supra-hióideos (Figura 4.4): São formados por um conjunto de músculos anta-
gonistas ao músculos da mandíbula (elevadores), por realizarem o abaixamento e retrusão
mandibular. Quando atuam juntamente com os músculos infra-hioideos (fixam o osso hioi-
de), são capazes de movimentar a mandíbula.
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Biomecânica da Articulação Temporomandibu-
lar
A ATM por se uma articulação dupla, realiza movimentos complexos e mobiliza apenas
um osso.
Inicialmente ocorre um reflexo proprioceptor fazendo que ocorre uma rotação do proces-
so condilar com a face inferior do disco articular por meio dos músculos abaixadores da
mandíbula. Esta rotação pura ocorre até um limite de abertura que pode variar de 20 a
25mm.
O disco articular se movimenta junto com o processo condilar, permitindo que este gire
em sua porção intermediária, fazendo o movimento de rotação translacional. (Figura 4.5).
Para que haja uma biomecânica normal nesta articulação, as superfícies articulares possu-
em a relação côncavo-convexa entre o processo condilar e a superfície inferior do disco.
O processo condilar desliza anteriormente enquanto o disco se movimenta para trás até
que os ligamentos colaterais sejam tensionados, a partir deste momento, inicia-se a trans-
35
lação da superfície superior do disco com o tubérculo articular, como mostra na Figura
4.5.
Vale ressaltar que a translação é definida como o deslizamento de uma estrutura sobre a
outra com a mesma velocidade e direção.
A rotação corresponde a 50% do total do limite de abertura, ou seja, 2,5 cm, e para com-
pletar os 4 cm funcionais, 1,5cm são feitos durante o movimento de translação.
Os movimentos de rotação e traslação não ocorrem de maneira isolada, mas sim juntos,
principalmente na abertura e no fechamento da mandíbula. Esta mecânica permite a nutri-
ção e lubrificação da ATM.
Toda vez que é realizado uma abertura ou fechamento da mandíbula, o disco articular é
comprimido, na parte anterior e posterior, respectivamente, isto faz com que o liquido sino-
vial extravase auxiliando no metabolismo e lubrificação articular.
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Movimentos da Mandíbula:
Protusão e retrusão: A protusão é feita pela contração simultâneo dos músculos pterigói-
deos laterais e a retrusão pelos músculos temporais fibras posteriores.
37
5
“Para ver muita coisa é pre-
Disfunções ciso despregar os olhos de
Temporomandibulares si mesmo”
– Friedrich Nietzsche
Epidemiologia da disfunção temporomandibu-
lar (DTM)
Em 1934, James B. Costen, otorrinolaringologista, foi o primeiro a realizar estudos sobre
a DTM. Ele observou algumas características comuns em uma população específica, os
quais são alterações oclusais, sinais auditivos alterados, dor, desconforto e verti-
gens.
Os sintomas da DTM podem incluir dor na ATM, associado ou não a estalidos ou barulhos
durante o movimento, dor nos músculos da mastigação, dor generalizada miofascial, limi-
tação da função e da amplitude de movimento da ATM, ou mesmo desvio da mandíbula
na abertura da boca.
A prevalência de DTM no mundo é maior que 5%, sendo que pesquisadores demonstra-
ram que 6%-12% da população já teve sintomas clínicos de DTM. Ainda, a DTM pode
aparecer em qualquer fase da vida, porém ela tem maior distribuição nos indivíduos com
20 a 40 anos de idade.
Os sintomas são mais comuns nas mulheres do que nos homens. Em mulheres pos-meno-
pausadas com DTM a chance de desenvolver alguma cadiopatia ou mesmo um acidente
vascular encefálico (AVE) é maior. As razões deste desequilíbrio, sobre prevalência de
DTM em mulheres, ainda é desconhecida, mas alguns pesquisadores apontam a influen-
cia hormonal, já que foi visto uma correlação entre o aumento da incidência de DTM em
indivíduos com maior número de estrogênio.
39
A proporção estimada é de 5 mulheres para um homens com DTM e apenas 10% procu-
ram ajuda terapêutica.
De qualquer forma, a DTM é uma doença multifatorial, podendo ser secundário das hipe-
ratividades ou hipoatividades musculares, lesões traumáticas e/ou alterações articula-
res.
40
Introdução ao Diagnóstico e Classificação
41
Por mais que o paciente apresente sinais clínicos que indicam a DTM, ainda não são com-
pletamente confiáveis, porém é necessário avaliar o estado psicofuncional do paciente.
No geral, a DTM pode ser dividida entre disfunção articular ou disfunção extra articular, es-
tas disfunções são sinónimos de intracapsulares e extracapsulares, respectivamente.
42
Mecanicamente, as desordens articulares ocorrem como um resultado do desequilibrio
das atividades catabolicas e anabolicas das citocinas, sendo que isto cria um processo in-
flamatório e gera estresse oxidativo, radicais livres e, posteriormente, dano na articulação.
Figura 5.2 - Deslocamento discal com redução, no momento de repouso (A), inicio da abertu-
ra da boca (B) e durante a abertura da boca (C).
O termo “com redução” refere-se ao retorno do disco para a região central da articulação
antes do momento adequado durante a abertura da boca. Assim, esta disfunção se carac-
teriza pelo relacionamento anormal entre a cabeça da mandíbula, o disco articular e o tu-
bérculo articular. O disco pode se deslocar para diversas posições, sendo mais raro o des-
locamento posterior.
Esta situação pode ser caracterizada por uma vibração produzida no momento da redu-
ção ou pelo movimento do disco articular durante a excursão mandíbular.
Relatos clínicos demonstram que os pacientes tem desvio da mandíbula para o lado ipsila-
teral, até que ocorra a redução discal e, posteriormente, o realinhamento mandibular.
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DICA DE AVALIAÇÃO:
Figura 5.3 - Deslocamento discal com redução, no momento de repouso (A), inicio da abertu-
ra da boca (B) e durante a abertura da boca (C).
O termo “sem redução” significa a movimentação anterior do disco, em relação a cabeça
da mandíbula, sem seu retorno para posição normal.
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DICA DE AVALIAÇÃO:
Solicite que o paciente abaixe e eleve a mandíbula com os dedos indicadores do terapeu-
ta sobre o processo condilar da mandíbula (cabeça da mandíbula), em ambos os lados.
Caso o paciente apresente deslocamento maior de um lado do que do outro, possivelmen-
te esta mandíbula tem uma menor amplitude de movimento e se o alinhamento não ficar
igual no final do movimento, com desvio lateral, está situação é chamada de deflexão
mandibular (Figura 5.3). Este é o primeiro passo para diagnosticar o deslocamento do dis-
co sem redução. Não tem clique durante o movimento.
45
Tratamento da DTM com o Hiperboloide
Após o paciente ter passado por um avaliação minuciosa e seu caso ter sido discutido
com uma equipe multidisciplinar, o Hiperboloide é um instrumento mastigatório ideal para
auxiliar no tratamento de individuos com DTM.
Com esse estimulador mastigatório, é possível que o paciente realize exercícios pro-
movendo o aumento da amplitude de movimento, reequilibrando as disfunções dos
músculos mastigatórios, alterando o metabolismo articular e diminuindo o quadro al-
gico.
Para isso, são necessários exercícios específicos para cada caso individual, mas no geral
a atividade mastigatória com o hiperboloide deve ser feita dos dois lados (D. E.) seguindo
o protocolo proposto pelo terapeuta.
Exercícios Preliminares:
46
morder ou para propiciar este, também para frente), devem ser feitos os seguintes exercí-
cios preliminares ao tratamento:
A B C
20º
48
Esse exercício tem por objetivo a tonificação dos pterigóideos laterais, que são afetados
pela incoordenação muscular decorrente do escape do disco articular, com ou sem estali-
dos, ruídos, devido à frouxidão de seus ligamentos.
O objetivo é que a articulação tenha uma boa estabilidade lateral, não é um problema de
potência e sim de desarmonia muscular. O músculo do lado direito que não contraía com
a mesma velocidade do músculo do lado esquerdo, passa a fazê-lo, devolvendo um equilí-
brio bilateral ao mesmo tempo relaxa os elevadores promovendo um melhor bombeamen-
to na articulação e mantendo uma boa circulação arteriovenosa.
Como coadjuvante do processo deve-se tocar a ponta da língua na região do palato duro
na altura da papila incisiva, onde se verifica o movimento deglutitório e respiratório, a lín-
gua não deve sair do seu ponto de apoio, favorecendo uma menor pressão intra-articular.
A - Exercício de Protrusão:
49
Figura 5.6 - Exercício de Protrusão com o Hiperboloide.
B - Exercício de Retrusão:
C - Exercício de Lateralidade:
50
Figura 5.8 - Exercício de lateralidade com o Hiperboloide.
Considerações:
A duração do tratamento varia de 6 meses a 1 ano, que corresponde ao que relata a litera-
tura histológica acerca do tempo idôneo que o tecido conjuntivo de um disco exige para
ser remodelado, por ser plástico. Podendo, eventualmente ocorrer em menor tempo.
51
No caso do paciente possuir Hipermobilidade articular, ver teste na Figura 3.8, é um trata-
mento de risco e devido à hiperextensão dos ligamentos que exige mais de um ano para
tonificar compensatoriamente pelo equilíbrio muscular. É conveniente executar previamen-
te o teste proposto na Figura 3.8, por ele temos um exame extremamente prático para po-
dermos estabelecer o prognóstico.
Pode acontecer que em um tempo de 30 dias, a sintomatologia, ruído, estalido e a dor de-
saparecerem, e o paciente achar que está curado, previna e diga que isso pode aconte-
cer, mas que ele não pode parar com os exercícios durante 6 meses, porque se parar o
tratamento poderá haver reincidência dos DTM.
52
Resumo dos Exercícios com o Hiperboloide para DTM:
53
6
“Aquele que presta atenção
Bruxismo em pequenos atos pode es-
tar movimentando grandes
soluções.”
– Gustavo Zamproni
Introdução do Bruxismo e Briquismo/Aperta-
mento
Bruxismo é uma atividade parafuncional que se caracteriza pelo ranger e apertar os den-
tes. É uma disfunção psicossomática multifatorial causada por conflitos psíquicos e agra-
vada por más-oclusões (interferências – contatos prematuros), podendo ser também um
reflexo condicionado: um apertar de dentes evoca o miotático que deflagra mais contra-
ção, mantendo-se o ciclo.
Assim, o bruxismo é uma desordem motora oral, podendo ocorrer durante o sono ou du-
rante o dia, e o indivíduo pode apertar o dentes e/ou ranger os dentes.
55
nos músculos mastigatórios, ruptura de restauração dentária e sons de moagem que
pode interferir com o sono, pela associação de despertares curtos, interferindo na vida da
família ou parceiros de vida.
Sua etiologia é multifatorial, sendo que muitas teorias foram proposta com o passar dos
anos a respeito dos fatores causais. No passado, fatores periféricos como discrepâncias
oclusais e desvios em anatomicos foram considerados os principais fatores causadores
de bruxismo. Hoje em dia o foco é mais central, os fatores psicosociais, como estresse,
ansiedade e alterações de personalidade são frequentemente relacionados ao bruxismo.
Para considerar que um indivíduo seja um bruxista norturno, ele deve apresentar, pelo me-
nos durante 5 noites da semana, sons de ranger e/ou apertar o dente, nos últimos 6 me-
ses. Ainda, esse indivíduo passar por um exame clínico, o qual observa-se o revestimento
dentário, se há fadiga e/ou dor no músculos mastigatórios ao acordar e hipertrofia do mús-
culo masseter.
Para considerar um bruxista diurno, ele deve exibir, pelo menos durante 5 dias da sema-
na, o apertamento dos dentes, sendo válido os últimos 6 meses. Pode apresentar tensão
muscular e fraqueza durante o dia, e dor e fadiga nos músculos masseter e temporal.
56
Por ser uma patologia multifatorial, é necessário avaliar fatores psicosociais, assim o ques-
tionário mais usado é o Symptom Checklist-90-Revised (SCL-90-R), adaptado e validado
para o uso no Brasil.
1. Dores de cabeça
8. Ter a impressão de que os outros são culpados da maioria dos seus problemas
17. Tremuras
29. Sentir-se só
36. Sentir que os outros não o compreendem ou não vivem os seus problemas
37. Sentir que as outras pessoas não são suas amigas ou não gostam de si
38. Fazer as coisas muito devagar para ter a certeza de que ficam bem feitas
53. Nó na garganta
65. Ter de repetir várias vezes as mesmas acções, como tocar, contar ou lavar-se
76. Sentir que as pessoas não dão o devido valor às suas capacidades
78. Sentir-se tão desassossegado que não consegue manter-se sentado quieto
80. Ter a sensação de que algo mau lhe está para acontecer
85. Ter a ideia que deveria ser castigado pelos seus pecados
87. Ter a ideia que algo grave está a acontecer no seu corpo
90. Ter a ideia que alguma coisa não regula bem na sua mente 59
SCL – 90 – R
Ob. Sen.
Somatização Depressão Ansiedade Hostilidade
Compulsões Interpessoal
Item Nota Item Nota Item Nota Item Nota Item Nota Item Nota
1 3 6 5 2 11
4 9 21 14 17 24
12 10 34 15 23 63
27 28 36 20 33 67
40 38 37 22 39 74
42 45 41 26 57 81
48 46 61 29 72
49 51 69 30 78
52 55 73 31 80
53 65 32 86
56 54
58 71
79
TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
INSTRUÇÕES: Encontra em baixo uma lista de problemas ou sintomas que por vezes as pessoas apresen-
tam. Assinale num dos espaços à direita de cada sintoma, aquele que melhor descreve O GRAU COM QUE
CADA PROBLEMA O AFECTOU DURANTE ______________________ INCLUINDO O DIA DE HOJE. Para cada
problema ou sintoma marque somente um espaço com uma cruz (X). Não deixe nenhuma pergunta por res-
ponder.
SCL – 90 – R ESCORE
61
!
Assim:
São movimentos no sentido vertical, em que há a contacto das faces interoclusais ou inte-
rincisais dos dentes e produção do reflexo de abertura: apertamento ou briquismo.
62
Tratamento do Bruxismo com o Hiperboloide
63
Bruxismo Noturno:
Realizar a mastigação com o hiperboloide, passando por todos os dentes, com movimen-
tos verticais e impactos adequados (moderados) com aumento progressivo da potência
64
(Figura 6.4). Durante 5 minutos 4 vezes ao dia. Indicado para fortalecer o periodonto e nos
portadores de má oclusão que exigem movimentos mais verticais.
mandíbula bem devagar, retrocede e solta (é repetitivo). Esse exercício deve ser feito bem
devagar, repetindo o movimento por 6 vezes, 4 vezes ao dia. Os movimentos devem ter a
duração total de até 3 minutos (Figura 6.5).
4º Exercício: Sulco Geniano – indicado tanto para bruxistas quanto para os briquis-
tas – Promovendo ação de alongamento do cinturão orbicular labial, simultâneo ao
trabalhar o bucinador e constritor da faringe.
A formação de um aparato
constituído de 2 Hiperbolóides,
com um fio de aço ortodôntico
0,80mm, os mesmos são trans-
passados, após eles terem B
sido colocados estão unidos
Figura 6.8 - Diferentes produtos do Hiperboloide.
por esse fio e serão facilmente
manipulados quanto à distância entre os Hiperbolóide (Figura 6.8B), com relação à largura
entre as regiões posteriores, assim como também a manipulação do fio para o devido as-
sentamento.
66
Figura 6.9 - Exercício de mastigação podendo isolar a região alvo que o terapeuta solici-
Figura 6.10 - Exercício de mastigação, toca pelo menos um dente do segmento: empuxa
todos do mesmo segmento.
67
Os exercícios, de uma forma geral, são feitos em quatro sessões, distribuídos ao dia, sen-
do que o último exercício (4º) deve ser executado uma hora antes de dormir.
68
7
“O mais importante da co-
Paralisia Facial Central municação é ouvir o que
não foi dito”
– Peter Drucker
Paralisia Facial Central
Sinais e Sintomas:
Paralisia facial central é a paralisia da metade inferior de um lado da face. Esta condição é
frequentemente provocada por um acidente vascular cerebral. Esta condição é frequente-
mente o resultado de danos nos neurónios motores superiores do nervo facial. O núcleo
motor facial contém áreas ventrais e dorsais que contêm neurónios motores inferiores que
por sua vez alimentam os músculos faciais superiores e inferiores. Quando a paralisia faci-
al central ocorre, verificam-se lesões no trato corticobulbar entre o córtex cerebral. Por
70
causa destas lesões, o núcleo motor facial irá reduzir ou destruir o input da divisão ven-
tral. O input na região dorsal é preservado.
Paralisia facial central tem muitas vezes características similares com as de pacientes
com acidentes vasculares cerebrais. Por causa de áreas descruzadas nas áreas ipsilateral
e supranuclear, os movimentos nos olhos orbiculares frontalis e superior são muitas vezes
poupados. Pode ser verificado movimento facial no lado afetado quando a pessoa expres-
sa emoção. Os danos na via motora do sistema nervoso central a partir do córtex cerebral
para os núcleos faciais são encontrados na ponte. Isto irá levar a uma fraqueza facial que
irá poupar vários músculos na face dependendo do tipo de paralisia. A discrepância de fra-
queza entre os músculos faciais superiores e inferiores deve-se à inervação corticonuclear
bilateral dos músculos faciais superiores e inervação corticonuclear contralateral nos ner-
vos faciais inferiores.
71
Exercícios para Paralisia Facial
Imagens retiradas do
site:http://designtaxi.com/news/357030/Po
ignant-Portraits-Of-Facial-Paralysis-Patient
s/
72
Figura 7.1 - Exercício de mastigação podendo isolar a região alvo que o terapeuta solici-
Figura 7.2 - Exercício de mastigação que o paciente deve realizar todos os dias, passando
por todos os dentes.
ze os exercícios com o paciente, afim que ele se familiarize com o que deve sentir, como
mostra na Figura 7.1.
Coloca-se o Hiperbolóide funcional com fio no sulco geniano (fundo do saco), na região
inferior do lábio (direito), faz-se contenção com a bochecha (orbicular do lábio) e puxa-se
o fio tracionando a musculatura para cima. O movimento é repetitivo, durante 2 minutos.
Repete o mesmo processo para a região do lábio superior puxando-se para baixo (Figura
7.3).
73
Figura 7.3 - Exercício de estimulação da tonicidade do complexo orbicular dos lábios.
Hiperbolóide sem fio transpassado, colocado no sulco geniano, região molar inferior, pres-
siona-se a bochecha com simultânea sucção, durante 2 minutos (Figura 7.4). Repete-se
na região molar superior, pelo mesmo tempo.
Hiperbolóide com o fio transpassado nas duas extremidades, se unindo a um nó, colocar-
se na região do palato duro, segura com a língua, faz pressão e vai puxando o fio, deva-
74
gar (Figura 7.5), repete esse movimento por 2 minutos com finalidade de levar estímulos
moniceptivos, na região da língua afetada pela paralisia.
75
Apresentação de caso clínico
! !
O doutor Afrânio Cheida, criador do hiperboloide, relatou seus achados ao se tratar com
este instrumento de mastigação.
Assim, segue suas palavras: “Os diferentes exercícios relatados foram frutos de observa-
ções e experiências clínicas, mais que isto: eu fui objeto de minhas próprias experimenta-
ções, executando em mim o que prescrevia, uma experimentação ímpar, para meu lado
crente: a mão de Deus, para meu lado cético (dever de ofício do aplicador da Ciência: ci-
entista ou clínico): a mais soberana das provas.
Sabemos que o fato clínico é soberano, e dessa forma podemos recomendar o uso do Hi-
perbolóide não só na OFM: em todas as áreas que com suas indicações específicas.
Com a certeza de que a mastigação é uma função oral, de extrema relevância para a saú-
de do indivíduo, assim como também para o equilíbrio postural como um todo, é que po-
demos afirmar que a mastigação é fator de conformação morfofuncional”.
76
8
“Lorem ipsum dolor sit
Xerostomia amet, donec ornare vitae.”
– Leo Venenatis
Introdução, avaliação e tratamento da Xerosto-
mia
Xerostomia é a redução do fluxo salivar,
também denominado hipoptialismo ou sia-
losquiese (secura da boca – boca seca). A
sua etiologia é abrangente: em decorrên-
cia de diversas enfermidades tais como,
renal, hepática, pancreática, pulmonar,
etc. Como exemplo típico, pode ser citado
o diabético não controlado, com seu hálito
acetônico e secura bucal. O uso de medi-
camentos e seus efeitos colaterais acele-
ram o processo xerostômico. Também por
disfunção psicossomática causada por
conflitos psíquicos, angústia, neurose, an-
siedade, depressão (estresse). No adulto
Figura 8.1 - Língua seca. senil, devido à progressiva atrofia das
glândulas e a estenose gradativa dos
seus ductos.
A Saliva:
O homem produz cerca de 1000 a 1500 ml/dia de saliva, conforme a sua constituição físi-
ca e o seu equilíbrio hidrolítico, e deglute cerca de 600 a 1200 vezes por dia.
As glândulas são divididas em maiores e menores, e em sua função bioquímica são sero-
sas, mucosas e mistas. As maiores são as parótidas, submandibulares e sublinguais. As
glândulas menores variam entre 450 a 750 espalhadas pela mucosa bucal, concentrando-
se na face interna do lábio inferior e no limite do palato duro e mole.
As parótidas são glândulas serosas puras e contribuem com 25% da secreção salivar, e o
seu ducto excretor é denominado Stenon, ou protídeo, brotando na altura do oclusal mo-
lar, no meio das fibras masseterinas e bucinatórias.
78
As submandibulares são glândulas mucosserosas e contribuem com 70% da secreção sa-
livar, e o seu ducto excretor é denominado de Wharton.
A parótida e a glândula de Ebner são serosas, todavia produzem mucina, na criança re-
cém – nascida e no adulto senil.
Água........................99,1 g
Sólidos..................... 0,9 g
Sendo que nos sólidos temos: 500 mg de substâncias inorgânicas e 400 mg de substân-
cias orgânicas.
Nas substâncias inorgânicas podemos citar entre os ânions e cátions, seus mais importan-
tes elementos químicos: Cl-, H2PO4=, SO4=, S-, F-, Na+, K+, Ca++, NH4+, Mg++.
Nas substâncias orgânicas, os mais importantes elementos químicos são: ptialina, muci-
na, lisozima, anidrase carbônica, tiocianato, glicose e outras tais como, componentes san-
güíneos produtos de excreção, atividade de enzima microbiana.
79
Como podemos deduzir, a água entra em grande proporção, e serve assim para manter
úmidas a mucosa bucal e as superfícies dos dentes. Ao mesmo tempo em que é o solven-
te geral das substâncias do meio bucal, é também responsável pelo equilíbrio hidrolítico
do próprio organismo.
A cada 100g de saliva, possui 99, 1 de água e 0, 9 de elementos químicos sólidos entre
as substâncias inorgânicas e orgânicas. Suponhamos uma pessoa com secreção normal
de saliva 1000 ml/por dia. Teríamos uma quantidade de 991 ml/por dia de água e 9 ml/por
dia de elementos químicos sólidos. A água, além das suas propriedades terapêuticas ine-
rentes à boca, mantém o equilíbrio hídrico corporal, e os elementos químicos sólidos, seri-
am polimerizados através da deglutição, promovendo o reequilíbrio energético nutricional
a nível somático.
Classificação da Xerostomia:
80
Obs.: Na Xerostomia Severa, abaixo de 0,30 ml/mm não há formação de saburra, o pa-
ciente não tem condições de formá-la, devido à baixa excreção salivar e a deficiente
presença de mucina.
Etiologia da Xerostomia:
Há muitas doenças e disfunções que alteram o funcionamento das glândulas salivares, re-
duzindo o seu fluxo, ocasionando xerostomia. Podemos destacar a hipoglicemia, em de-
corrência de um intervalo muito grande entre as refeições, com dieta baixa de carboidra-
tos. Nos diabéticos não controlados, onde se instala um quadro típico de desequilíbrio hí-
drico, o paciente entra em polidípsia e poliúria, isto é, toma bastante água e urina a todo o
momento. Encontram-se presentes a xerostomia e saburra.
Essa colocação é polêmica, pois outra pesquisa cita a saburra, com percentual de 91%
como causadora de mau hálito. Considerando que a etiologia xerostômica está conecta-
da com a formação da saburra, e a sua etiologia é ligada a causas sistêmicas e psicosso-
máticas, surge à questão, a dúvida, com exceção do respirador bucal. Pelo fato de provo-
car elevada desidratação da mucosa bucal, é um forte vilão responsável pela xerostomia
incluindo pacientes irradiados, na tentativa da cura do câncer.
Xerostomia medicamentosa
81
Deve-se manter o controle terapêutico em doenças sistêmicas, psicossomáticas ou ra-
dioativados, principalmente em pacientes da 3ª idade (acima dos 60 anos), sendo neces-
sário o uso constante ou transitório de diversos medicamentos, que na sua maioria produ-
zem efeitos colaterais, ocasionando hipofunção das glândulas salivares, reduzindo o fluxo
salivar, instalando-se a xerostomia – saburra e, conseqüentemente, o mau-hálito.
Como exemplos, podemos citar: xerostomia em pacientes que fazem uso de diuréticos,
laxantes, anti-histamínicos, ansiolíticos, tranqüilizantes, etc. Em doenças cardiovasculares
como os hipotensores, na circulação sanguínea (Izordil), antineoplásicos, antiespasmódi-
cos, antialérgicos, antiácidos, psicotrópicos, depressivos ou excitantes (emagrecimento),
medicamentos para o mal de Parkinson, anticonvulsivos, descongestionantes, analgési-
cos narcóticos, etc.
Todos esses medicamentos, e muitos mais, podem ser classificados na categoria de natu-
reza metabólica, com repercussão no fluido salivar, ocasionando xerostomia - saburra e
mau hálito. É a tríade detonadora, que produz mal-estar, afeta a auto-estima, é um autoveí-
culo aéreo odorífero anti-social.
A estricção é motivada por diversos fatores, age no sistema nervoso central, e ocasiona
em menor ou maior grau a xerostomia (secura bucal). É uma disfunção das glândulas sali-
vares de caráter psicossomático, muitas vezes, mas não sempre com redução do fluxo sa-
livar, e também agravada com o uso de medicamentos, ansiolíticos, calmantes, barbitúri-
cos, etc, cuja ação medicamentosa tem efeitos colaterais, acelerando o processo.
Em geral, a pessoa é ansiosa, tensa, pode ser agressiva, autoritária, impaciente, raivosa
ou possuir sentimentos de culpa, vingança, tristeza, mágoa, medo, ciúme. Em muitos ca-
sos, são pessoas que possuem personalidades fortes, determinadas, perfeccionistas e
competentes em seu trabalho. Extremamente preocupadas, ambiciosas, exigem muito de
si mesmas, vencedoras, não admitindo erros, características essas que as deixam facil-
mente vulneráveis aos conflitos psíquicos, a estricção.
82
A xerostomia ocasionada por estricção (estresses) psicológica afeta todo o organismo,
produzindo alterações significativas do metabolismo. Compreende um tipo de sensibilida-
de, geralmente inconsciente, que está ligada a funções como a respiração, a digestão, a
excreção, e envolve sensações fundamentais para a sobrevivência humana, tais como a
fome, sede, dor visceral, sono e as sensações gerais de bem e mal-estar.
O paciente sofre bastante com essa situação e a alternativa terapêutica é pobre, de pou-
cos recursos. A pilocarpina, estimulador da excreção salivar, não deve ser usada sempre,
devido ao seu efeito colateral negativo para esse tipo de problema. Uma dieta rica em fru-
tas, que contenha bastante água, é o mais indicado.
83
gênio, é rico em substâncias minerais e orgânicas. Ela mantém o equilíbrio da saliva mista
e mucosa, principalmente em relação à mucina, que é viscosa (glicoproteinas), e exerce
um papel muito importante, de grande eficiência, lubrificando a mucosa bucal, facilitando
a deglutição e a fala.
O Hiperbolóide vem preencher uma lacuna como instrumento de mastigação. Até o pre-
sente momento não se tinha nenhum elemento com forma e dureza, cientificamente elabo-
rado para exercícios mastigatórios. Em qualquer posição de mastigação, mantém maxila-
mandíbula em relação, produzindo apreciáveis excitações das glândulas salivares maiores
e menores, principalmente parótida e de Ebner, responsáveis pela excreção de alto nível
se saliva serosa que, de uma forma indireta e paralela, entra no campo terapêutico da xe-
rostomia.
84
Com exercícios periódicos executados com o Hiperbolóide, há o aumento do fluxo salivar,
aumento do número de vezes do ato de deglutir repercutindo na matriz funcional de
Moss, e conseqüentemente na pneumatização dos seios maxilares, frontais, etmoidais, as
celas etmoidais e orelha média, contribuindo a renovação do ar, a cada deglutição, modifi-
cando a qualidade da saliva e a restauração do seu poder bactericida e detergente
A mastigação deve ser feita com calma, lenta, com movimentos lateroprotusivos – bilate-
rais, com impactos moderados. É preciso demonstrar ao paciente os exercícios.
Devem ser recomendados pelo profissional segundo cada caso. Chame a atenção do pa-
ciente para sentir o aumento do fluxo salivar.
Exercícios Mastigatórios:
O paciente pode ficar por muito mais tempo com o Hiperbolóide na boca, contanto que
não mastigue para não produzir fadiga muscular.
85
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87